func;:aorenal decor- rente da atividade atletica sac temporarias, no entanto, nos ca- sos de exerdcio de longa dura- c;:ao,no qual normalmente ocor- rem grandes perdas de liquidos corp6reos pela sudorese, pode- se observar a manutenc;:aode al- tos niveisde ureia e creatinina por provavellesao renal aguda, como complicac;:aocomum em cavalos submetidos a prova de enduro. As enzimas mensuradas para a avaliac;:aoda func;:a~ hepatica sac a gamaglutamiltransferase (GGT) e a fosfatase alcalina (FA). Nos casos de alterac;:aohepato- celular e comprometimento dos canais biliares, os valores sericos dessas enzimas estarao aumen- tados. Em cavalos de corrida em treinamento, pode-se encontrar aumento significante da ativida- de da GGT sem que 0 cavalo apresente sinais c1inicos de le- sac hepatica e sem estar asso- ciado com queda de desempe- nho atletico. Dos glicocortic6ides, 0 nivel de cortisol representa a condi- c;:aodo estresse, e e um dos prin- cipais hormonios a apresentar- se alterado no exerdcio; obser- va-se valores de duas a tres ve- zes maiores do que em repouso, retornando aos valores basais ap6s aproximadamente 4 horas do termino da atividade atletica. Em cavalos de enduro, durante a prova, os valores de cortisol podem ser ate 30% maiores. Ava/iac;ao dos museu/os As mensurac;:6es das con- centrac;:6es de lactato no san- gue em cavalos de esporte re- velam as reais condic;:6es do metabolismo aer6bio e anae- r6bio do sistema musculo-es- queletico, tendo-se como refe- rencia 0 limiar de lactato no san- gue (V4). No entanto, uma ava- liac;:aoprecisa da aptidao espor- tiva e da eficiencia do treina- mento do cavalo, pode ser rea- lizada, objetivamente, pela tipi- ficac;:aoe morfometria das fibras musculares. Sabemos que a ti- pificac;:aoe a morfometria, reve- lam os tipos de fibras, suas por- centagens e areas relativas, permitindo estimar a tendencia deste atleta em ter ou nao um bom desempenho esportivo. o volume total do musculo e constitufdo de 75% a 90% de miofibras, alem de celulas de gordura, fibroblastos, vasos ca- pilares, nervos e tecido conjunti- vo, cuja composic;:ao proporcio- nal pode variar conforme 0 mus- culo. As miofibras saG compos- tas de miofibrilas que constituem as unidades basicas necessarias para a contrac;:aodo musculo. As miofibrilas possuem dois tipos de fibras, a saber: • Fibras do tipo I,de contrac;:ao lenta, altamente oxidativas. • Fibras do tipo II, de contra- c;:aorapida, apresentando os subtipos IIA, liB e IIC; sendo as do tipo IIA altamente oxidativas, e dos tipos IIB e IIC com baixa propriedade oxidativas. Estas caracterfsticas, aliadas a porcentagem de cada fibra e sua area relativa, possibilitam estimar 0 perfil da capacidade de trabalho do atleta. A tipificac;:aopor exames his- toqufmicos e morfometria do musculo e realizada em amos- tras colhidas por bi6psia dos musculos gluteo medio direito e esquerdo, sem qualquer pre- jufzo estetico ou funcional ao cavalo. Cavalos de corridas em trei- namento (velocistas), apresen- tam uma alta concentrac;:ao de fibras do tipo IIA e menores do tipo liB, quando os exames de seus fragmentos de bi6psia saG comparados aos de animais de corridas mantidos por longos perfodos sem exercfcio (seden- tarios). Quanto as fibras do tipo I,estas nao apresentam diferen- c;:as significativas no proces- so comparativo, demonstrando uma dependencia estreita da performance na produc;:ao de energia aer6bica nos musculos locomotores. E uma constata- c;:aoque cavalos de corridas com melhores fndices de performan- ce possuem maiores propor- c;:6esde fibras do tipo IIA, em relac;:aoas do tipo liB, e meno- res areas das fibras do tipo I, e um maior potencial oxidativo no tecido muscular. Por outro lado, cavalos que atuam em provas de resistencia (enduro), portanto submetidos a trabalho aer6bico e com excelen- te desempenho atletico, possuem as mais altas porcentagens e areas relativas de fibras dos tipos leilA, e menores porcentagens e areas relativas de fibras do tipo liB, do que aqueles com desem- penho atletico moderado, ou quando comparado aos animais jovens em competic;:aoou em inf- cio de treinamento. Com base nas caracterfsticas histoqufmica e morfometrica da fibra muscular, e possfvel esta- belecer-se quase que com pre- cisao, um fndice musculofisiol6- gico para cada cavalo, demons- trando sua aptidao esportiva e possibilitando a instituic;:ao de modelos de treinamento que es- timulem as modificac;:6es das caracterfsticas das celulas mus- culares, de forma a atenderem a demanda de contrac;:aoe relaxa- mento, conforme seja 0 exercf- cio aer6bico ou anaer6bico. Formas de avalia9aO de ap- tidao e desempenho atletico Muitas saGas formas ou "f6r- mulas" e metodos de treinamen- to utilizados para a preparac;:ao do cavalo atleta; alguns ate con- siderados "milagrosos". Em ge- ral, tais f6rmulas e metodos, na maioria das vezes empfricas, se baseiam exclusivamente em va- riaveis tais como 0 desempenho de seus ascendentes, 0 fen6ti- po e a cronometragem, nao aten- dendo, entretanto, os perfis fisio- 16gicosdo animal, que responde " et!rJ) c:o ._ E :::::l ::::l C" "- Q) c.et! et! > •.. ~ o "- let! 0 <.>-c. o rJ)E Q) o et! U c:o .- - .~ et!"O "0 Q) et! E .~ Q) E rJ) cet! Q) c: 10 .- <.>-. 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As variaveis mais importan- tes a serem utilizadas para a avalia<;aoda aptidao e da capa- cidade de desempenho atletico, sac variaveis fisiol6gicas Cjare- feridas na parte I do trabalho), uma vez que fatores psicol6gi- cos como 0 "desafio" e "a von- tade de veneer" nao podem ser mensurados objetivamente. Modalidades de testes de desempenho atletico o cavalo deve ser avaliado quanto a sua aptidao e ao de- sempenho atletico, utilizando-se de testes que atendam as mais diferentes condic;6es de traba- Iho, sendo imprescindlvel que se disponha de condic;6es mlnimas para sua realizac;ao, quer seja a campo ou em laborat6rio de medicina esportiva equina que disponha de esteira de alta ve- locidade, necessarias para ana- lise cientlfica dos fen6menos de resposta do animal ao teste que ira ser aplicado. As varias modalidades de testes de aptidao e de desem- penho atletico do cavalo podem ser instituldas para a avaliac;ao de baixo desempenho, da per- Figura 4.27. Biopsia do musculo glutea media. da de desempenho e do poten- cial de desempenho, levando-se em considerac;ao as caracterls- ticas de trabalho anaer6bico ou aer6bico. Baixo desempenho e perda de desempenho Como regra geral, toda e qualquer avaliac;aode desempe- nho deve sempre considerar previamente as condic;6es de manejo alimentar e de sanida- de do cavalo, seguida de rigo- roso exame c1lnico, especial- mente em situac;6es de investi- gac;ao de baixo desempenho e perda de desempenho. A avaliac;aode baixo desem- penho desportivo de um cavalo que nunca apresentou nlveis de competitividade tem como cau- sas principais: • Falta de aptidao ou de habi- lidade nata. • Treinamento insuficiente ou inadequado.