Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA DE QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I PROFESSOR ANTONIO LUIZ BRAGA STEFANIE CRISTINE NIED MANDRIK EXPERIMENTO 9 PREPARAÇÃO DE UM CORANTE: ALARANJADO DE METILA FLORIANÓPOLIS, 20 DE NOVEMBRO DE 2019 SUMÁRIO 1 RESUMO..........................................................................................................3 2 OBJETIVOS......................................................................................................3 3 INTRODUÇÃO..................................................................................................3 4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................4 4.1 INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................4 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES...............................................................5 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................5 4.3.1 DIAZOTIZAÇÃO DO ÁCIDO SULFANILICO..........................5 4.3.2 PREPARAÇÃO DO ALARANJADO DE METILA....................5 4.3.3 RECRISTALIZAÇÂO.............................................................5 4.3.4 TESTE COMO INDICADOR DE PH.......................................6 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................6 5.1 RESULTADOS....................................................................................6 5.2 DISCUSSÕES.....................................................................................7 6 CONCLUSÃO...................................................................................................8 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................8 1 RESUMO Neste experimento foi feita a síntese do alaranjado de metila através da reação de acoplamento azo entre ácido sulfanílico e N,N-dimetilanilina, com rendimento de 71%. Além disso, foi avaliada a utilização do alaranjado de metila como indicador ácido-base. Em solução com pH básico, o alaranjado de metila apresentou coloração amarela, enquanto que em soluções com pH ácido apresentou-se vermelho. 2 OBJETIVOS Este experimento teve como objetivo sintetizar o corante alaranjado de metila a partir da reação de acoplamento azo entre ácido sulfanílico e N,N-dimetilanilina e testa-lo como indicador ácido-base. 3 INTRODUÇÃO O alaranjado de metila é um corante sintético da classe azo, um grupo de corantes que tem como base a estrutura Ar’-N=N-Ar’’, onde Ar’ e Ar’’ designam grupos aromáticos quaisquer. A unidade contendo a ligação –N=N- é chamada de grupo azo, um forte grupo cromóforo que confere coloração a estes compostos. Muitas combinações podem ser utilizadas e isso fornece uma grande variedade de cores, como amarelos, laranjas, vermelhos, marrons e azuis. O primeiro passo da síntese de alaranjado de metila, assim como da imensa maioria dos compostos azo, é chamado “diazotização”. No caso do alaranjado de metila, o ácido sulfanílico reage com uma espécie ativa do nitrito de sódio na presença de ácido clorídrico para formar um "sal de diazônio" instável: Figura 1; fonte: (Scientia s.d.). O segundo passo é a reação de "acoplamento azo". O íon diazônio é usado in situ, e reage com a N,N-dimetilanilina para formar o corante azo ácido, que é vermelho brilhante, chamado heliantina. Em solução básica, a heliantina é convertida no sal de sódio laranja, chamado alaranjado de metila. O mecanismo de acoplamento azo é apresentado a seguir: Figura 2; fonte: (Scientia s.d.). 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 INSTRUMENTAÇÃO Erlenmeyer; Espátula; Chapa de aquecimento; Banho de gelo; Pipeta volumétrica; Béquer; Pipeta de Pasteur; Bastão de vidro; Papel de tornassol; Funil de Büchner; Kitassato; Papel filtro; Proveta; Tubo de ensaio; 4.2 REAGENTES E SOLUÇÕES 0,3 g de carbonato de cálcio anidro; 1,0 g de ácido sulfanílico; 0,4 g de nitrito de sódio; 1,25 mL de ácido clorídrico; 0,7 mL N,N-dimetilanilina; 0,5 mL de ácido acético glacial; 7,5 mL de hidróxido de sódio 10%; 2,5 g de cloreto de sódio; Algumas gotas de solução de HCl; Algumas gotas de solução de NaOH; 4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.3.1 DIAZOTIZAÇÃO DO ÁCIDO SULFANILICO Em um erlenmeyer foram adicionados 0,377 g de carbonato de cálcio, 1,428 g de ácido sulfanílico e 25 mL de água destilada; a mistura foi aquecida em banho maria até a completa dissolução dos compostos; após resfriar em temperatura ambiente, foram adicionados 0,4 g de nitrito de sódio agitando até a completa dissolução. Em seguida, a solução foi resfriada em banho de gelo para manter a temperatura abaixo de 10°C e foram adicionados 1,25 mL de ácido clorídrico mantendo agitação manual. O erlenmeyer foi mantido em banho de gelo. 4.3.2 PREPARAÇÃO DO ALARANJADO DE METILA Em um béquer foram adicionamos 0,7 mL N,N-dimetilanilina e 0,5 mL de ácido acético glacial. Esta mistura foi adicionada na suspensão resfriada do ácido sulfanílico da etapa 4.3.1 utilizando a pipeta de Pasteur, agitando vigorosamente com um bastão de vidro. A mistura foi mantida em banho de gelo por cerca de 10 minutos. Depois foram adicionados aos poucos, sob agitação, 7,5 mL de hidróxido de sódio 10%. Foi feito o teste com papel de tornassol que indicou que o pH estava ácido, sendo necessário adicionar outros 5,0 mL de hidróxido de sódio 10% para garantir um pH básico. A solução foi levada à ebulição por 10- 15 minutos para dissolver o alaranjado de metila formado. Em seguida, foram adicionados 2,503 g de cloreto de sódio, a mistura foi deixada esfriar e depois foi colocada em banho de gelo para induzir a cristalização. Foi feita a filtração a vácuo com 2-3 porções de cloreto de sódio saturado. 4.3.3 RECRISTALIZAÇÂO O precipitado junto com o papel filtro foi transferido para um béquer com cerca de 50 mL de água e colocado em ebulição por alguns minutos, sob agitação. O papel filtro foi removido e a solução foi deixada atingir a temperatura ambiente e resfriada posteriormente em banho de gelo. Foi feita a filtração a vácuo, utilizando papel filtro previamente pesado, lavando o produto com o mínimo de água gelada. Uma quantidade muito pequena do produto foi utilizada para teste de pH na etapa seguinte, enquanto que o restante foi deixado secar durante 5 dias para obtermos o peso do produto seco. 4.3.4 TESTE COMO INDICADOR DE PH Em um tubo de ensaio foi dissolvido uma pequena quantidade de alaranjado de metila em água. Alternadamente, foram adicionadas algumas gotas de solução de HCl diluído e solução de NaOH diluído, onde foi possível notar a mudança de cor. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 RESULTADOS O produto obtido apresentou uma coloração alaranjada, conforme a figura 3, e a massa obtida foi de 1,295 g. Figura 3; fonte: a autora, 2019. Ao diluirmos o alaranjado de metila em água, obteve-se uma solução alaranjada. Adicionando solução de NaOH, obteve-se uma solução amarela e adicionando HCl, a coloração passou para vermelha. As respectivas alterações são mostradas na figura 4: Figura 4; fonte: a autora, 2019. 5.2 DISCUSSÕES A reação apresentou um rendimento de 71%, conforme o cálculo apresentado a seguir: 1°) Temos que: 𝑑 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Sabendo que a densidade da N,N-dimetilanilina vale 0,96 g/mL e que usamos 0,7 mL na reação, concluímos que a massa utilizada é m= 0,672 g. 2°) Massa molar da N,N-dimetilanilina: 121,19 g/mol; Massa molar do alaranjado de metila: 327,33 g/mol; Estequiometria 1:1 1 mol de N,N-dimetilanilina – 1 mol de alaranjado de metila 121,19 g - 327,33 g 0,672 g – X g X= 1,82 g massa teórica de alaranjado de metila.3º) %𝑅 = massa de alaranjado de metila obtida experimentalmente massa teórica de alaranjado de metila 𝑥100% %𝑅 = 1,295 𝑔 1,82 𝑔 𝑥100% = 71% A variação da coloração comprovou a utilização do corante como indicador de pH, sendo que ela vai de vermelha (em pH 3,1) para amarelo alaranjado (em pH 4,4), conforme a figura 5: Figura 5; fonte: (Senese 2018). A estrutura do alaranjado de metila em meio ácido é a heliantina enquanto que em meio básico forma-se o sal de sódio amarelo: Figura 6; adaptada de: (Socratic Q&A s.d.). 6 CONCLUSÃO Através deste experimento foi possível compreender as reações de diazotização e de acoplamento azo por meio das etapas para a síntese do alaranjado de metila. Apesar de ser uma reação instável e dependente da temperatura, um simples banho de gelo consegue manter o meio reacional abaixo dos 10°C, resolvendo esta condição de forma simples. Como o mecanismo da reação não é reversível, foi possível obter um rendimento significativo de 71%. Além disso, foi possível reconhecer a eficiência do corante como indicador de pH. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apostila de Química Orgânica Experimental A. Florianópolis, Santa Catarina: Departamento de Química/Universidade Federal de Santa Catarina, 2019. Scientia . s.d. https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/alaranjado- de-metila (acesso em 20 de Novembro de 2019). Senese, Fred. General chemistry online. 23 de Fevereiro de 2018. https://antoine.frostburg.edu/chem/senese/101/acidbase/faq/methyl- orange.shtml (acesso em 20 de Novembro de 2019). Socratic Q&A. s.d. https://socratic.org/questions/why-does-methanol-an-alcohol- make-methyl-orange-an-indicator-turn-yellow (acesso em 20 de Novembro de 2019). Na
Compartilhar