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PAVIMENTOS ECONÔMICOS (2ª PARTE)

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148
6
Recomendações Construtivas e de 
Controle Tecnológico das Bases de SAFL
149
deste Capítulo. Como complemento, são incluidas considerações 
sobre defeitos ocorridos em bases de SAFL, causados por deficiências 
da técnica construtiva.
Observe-se que o Manual de Normas - Pavimentação do DER-SP (1991) já contempla, 
na seção 3.09 “Base de Solo Arenoso Fino”, muitas das recomenda-
ções aqui propostas.
As recomendações propostas são fundamentadas na experiência adquirida por 
Villibor, no acompanhamento da execução de trechos em diversos 
Estados brasileiros, e nos estudos dos autores sobre solos representa-
tivos de trechos escolhidos em função das dificuldades construtivas 
das suas bases de SAFL. Esses solos foram retirados de jazidas utiliza-
das na construção de trechos, desde aqueles sem qualquer problema 
construtivo, até as que apresentaram dificuldades extremas e exigi-
ram soluções executivas especiais. Os conceitos expressos no subitem 
4.3.5.3, também contribuíram para o desenvolvimento da associação 
da técnica construtiva com os grupos de solos da MCT.
6.1 INTRODUÇÃO
A espessura adequada de uma base de SAFL deve ser obtida com uso do método de 
dimensionamento do DER-SP (1986), (Manual de Normas seção 6.04), 
que prevê, para esse tipo de base, o coeficiente de equivalência estru-
tural K=1. Quando executada em uma única camada sua espessura 
deve ter, no mínimo 15 e no máximo 18 cm, por motivos construti-
vos. Caso necessário espessura superior a 18 cm, deve-se executá-la 
em duas camadas, com espessura mínima de 12 cm cada.
Para a execução e o controle das bases de SAFL e de sua imprimadura até 1988, o 
DER-SP utilizava as instruções: I-58-56t para base estabilizada e 
I-39-75t para imprimadura asfáltica. Constatou-se, no entanto, que 
as recomendações nelas contidas não foram suficientes para evitar 
alguns defeitos que ocorrem nesse tipo de base.
O acervo de experiências adquirido na execução dessas bases, suplementado com 
a realização dos ensaios de laboratório e campo preconizados na 
metodologia MCT, trouxe um melhor conhecimento da fenome-
nologia do comportamento dessas bases. Esses fatos permitiram a 
proposição de recomendações construtivas e de controle mais apro-
priadas para esses serviços, que se constituem no principal escopo 
150
Pavimentos Econômicos
6.2 TIPOS DE SAFL PARA BASE SEGUNDO 
 A SISTEMÁTICA MCT
6.2.1 Principais Tipos
Preliminarmente, a escolha dos tipos mais recomendados pode ser 
feita através do simples uso da classificação MCT, ou por procedimen-
tos expeditos tátil-visuais como o método das “pastilhas”. Na fase 
de projeto, entretanto, deve-se utilizar o procedimento baseado no 
comportamento de amostras compactadas pela Sistemática MCT.
As diversas áreas, a serem consideradas para a escolha dos tipos de SAFL mais 
recomendados para base de pavimentos, estão discriminadas na 
figura 6.1, da mesma forma como foram definidas no Capítulo 4. 
Esses tipos foram definidos com a experiência advinda de uma série muito grande 
de trechos, executados até o presente, englobando os 36 trechos 
iniciais. Recomenda-se que seja obedecida a ordem de preferência 
dos tipos, para as condições prevalecentes no interior do Estado de 
São Paulo (ou similares), de acordo com o seguinte:
Tipo I, com prioridade da subárea próxima à interface com o tipo t�
II.
Tipo II, com prioridade da subárea próxima à interface com o t�
tipo I.
Tipo III, com prioridade da subárea próxima à interface com o t�
tipo II.
Tipo IV (quando os solos que se situam nesta área forem usados t�
para bases de pavimentos urbanos, convém executar solo-cimen-
to, em faixas de 1 m, próximas às sarjetas).
Figura 6.1 Áreas dos tipos de SAFL, associados à técnica construtiva de acordo com a 
classificação MCT.
151
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
Os problemas de construção, associados aos tipos de solos que se situam nas áreas 
acima discriminadas, serão objeto de considerações apresentadas a 
seguir.
Observe-se que, se as condições ambientais e os tipos genéticos dos solos 
forem distintos daqueles prevalecentes no interior do Estado de São 
Paulo, as prioridades poderão diferir das acima consideradas. Além 
disso, regionalmente, podem ser desenvolvidas não só novas prio-
ridades, como serem introduzidas condições adicionais. Assim, por 
exemplo, no interior do Estado de São Paulo, dentro de cada área as 
prioridades são definidas de acordo com detalhes granulométricos 
(Villibor, Nogami e Sória, 1987). 
O fato de um solo localizar-se numa área da classificação MCT considerada favorável,
não o dispensa da necessidade de obedecer às exigências estabeleci-
das no item 5.3, para que possa ser utilizado em bases de pavimentos 
econômicos.
6.2.2 Peculiaridades da Técnica Construtiva 
 dos Tipos de SAFL
O tipo de SAFL influencia, consideravelmente, as operações construtivas 
da base. A identificação dos vários tipos pode ser feita utilizando-se 
a classificação MCT, conforme ilustrado na figura 6.1. As peculiari-
dades desses tipos de solos são (Villibor, Nogami e Sória, 1987):
SAFL do Tipo II (c’ de 1,0 a 1,3)a] 
a-1) Excelente compactabilidade, alcançando facilmente o grau 
de compactação 100%, relativamente à Massa Específica Aparente 
Seca máxima (MEASmáx) da energia Intermediária (EI).
a-2) Fácil acabamento da superfície da base e baixo desgaste super-
ficial sob a ação do tráfego de serviço.
a-3) De baixa a média contração por secagem, resultando em 
blocos de dimensões da ordem de 40x40 cm, aproximadamente 
(figura 6.4).
a-4) Satisfatória receptividade à imprimadura betuminosa, propor-
cionando boa aderência ao revestimento.
a-5) Superfície e borda da base pouco susceptíveis ao amolecimen-
to por umedecimento excessivo, proporcionando boa resistência 
à erosão hídrica.
SAFL dos Tipos III e IV (c’de 0,3 a 1,0)b] 
b-1) Má compactabilidade: com os equipamentos normalmente 
utilizados, o grau de compactação alcança valores na faixa de 
90 a 95%, relativamente à MEASmáx correspondente à energia 
Intermediária.
b-2) Propensão para formação de lamelas no acabamento da 
base.
152
Pavimentos Econômicos
b-3) Dificuldade de acabamento superficial da base e desgaste 
excessivo sob a ação do tráfego de serviço.
b-4) Superfície e bordas da base muito suscetíveis ao amolecimen-
to por molhagem, apresentando, ainda, elevado grau de erodibi-
lidade hídrica. Observe-se que os problemas acima considerados, 
de uma maneira geral, acentuam-se no sentido do tipo III para 
o tipo IV.
SAFL do Tipo I (c’ de 1,3 a 1,8)c] 
c-1) Peculiaridades similares a a-1) e a-2).
c-2) Possibilidade de contração excessiva por secagem produzindo, 
na base, trincamento que conduz à formação de blocos de dimen-
sões reduzidas, da ordem de 20x20 cm (figura 6.15).
c-3) Danos excessivos na superfície da base, sob a ação do tráfego 
de serviço. A desagregação das bordas das placas provoca alar-
gamento das trincas, na sua parte superficial, o que possibilita 
aumento da umidade por penetração da água pluvial, na época 
da execução.
c-4) Recomenda-se, sempre que possível, usar os solos com c’ entre 
1,3 a 1,6, para os quais os problemas acima são minimizados.
6.3 RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA CONSTRUTIVA DA 
 BASE E DA IMPRIMADURA 
6.3.1 Principais Operações
A construção de uma base de SAFL compreende, fundamentalmente, 
as seguintes operações:
Exploração da jazidat� , compreendendo a remoção das camadas 
estéreis, sobretudo a de capeamento. De uma maneira geral, as 
jazidas de SAFL não apresentam problemas quanto à sua explora-
ção devido à pequena espessura do capeamento e grande espessu-
ra aproveitável, como ilustraa figura 6.2. Pode 
envolver, em alguns casos, providências para 
diminuição ou aumento do seu teor de umida-
de. 
Escavação, carga, transporte e descargat� 
do SAFL. Geralmente utilizam-se caminhões 
basculantes para o transporte e, nesse caso, a 
descarga é feita em leiras de dimensões cons-
tantes.
Distribuição, misturação, umedecimen-t�
to ou secagem, compactação, acabamento 
superficial, cura por secagem, imprimação 
e, eventualmente, execução da camada anti-
Figura 6.2 Jazida de SAFL para exploração.
153
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
cravamento. Essas operações, quando envol-
vem o SAFL, exigem técnicas específicas; por 
isso serão discutidas, detalhadamente, nos 
subitens seguintes.
6.3.1.1 Distribuição e Homogeneização da Umidade
Usualmente, a distribuição e o acerto do colchão de solo a ser compactado 
são executados com motoniveladora e o ajuste, com uniformização 
da umidade, é conseguido pela ação combinada de grade de discos, 
pulvi-misturadoras (figura 6.3) e irrigadeiras. 
A maioria dos problemas relacionados com a uniformização do teor de umidade 
é proveniente do mau uso da 
irrigadeira que, frequentemente, 
distribui de maneira irregular a 
água, tanto em sentido trans-
versal como longitudinal. Outro 
problema está relacionado com 
a perda de umidade decorrente 
de insolação e ventos. Tem sido 
constatada, em diversas ocasi-
ões, uma nítida diminuição da 
umidade na parte superior do 
colchão, numa espessura por 
volta de 5 cm, em especial nos 
SAFL pertencentes aos tipos III 
e IV.
As variações no teor de umidade do colchão têm provocado heterogeneidade 
na compactação, tanto em profundidade como na transversal, devido 
às peculiaridades do SAFL, que apresenta grandes variações de massa 
específica aparente, decorrentes de pequenas variações no teor de 
umidade (valores de d’ elevados).
Visando a obtenção de umidades mais uniformes no colchão de SAFL a 
compactar, recomenda-se, além de cuidado e rigor na irrigação, a 
seguinte ordem nas operações construtivas:
Pulverização e umedecimento feitos no fim da tarde.t�
Logo cedo, na manhã seguinte, uma nova pulverização eventual.t�
Ajuste no teor de umidade.t�
Início imediato da compactação.t�
6.3.1.2 Compactação
O conceito, generalizado no meio técnico rodoviário, de que para obter-se uma 
camada com características satisfatórias o que importa é a obten-
Figura 6.3 Pulverização do solo.
154
Pavimentos Econômicos
ção de uma MEASmáx, no caso de bases de SAFL 
precisa ser encarado com reserva e cuidado. 
Embora todos os solos usados em bases de SAFL 
sejam arenosos, a amplitude de propriedades 
mecânicas e hídricas é grande, a qualidade da 
camada pode diferir substancialmente e a técni-
ca construtiva não é a mesma para todas as suas 
variedades. O princípio, um tanto difundido, de 
que pode-se usar a mesma técnica para se cons-
truir bases utilizando quaisquer dos tipos de 
solos arenosos, não se confirma na prática. 
A compactação deve ser, de maneira geral, 
iniciada com rolo pé-de-carneiro de patas 
longas vibratório (figura 6.4) e prosseguir 
até que não haja mais penetração das suas 
patas na camada em compactação. Em segui-
da, deve ser utilizado rolo de pneus ou rolo 
pé de carneiro vibratório pesado (figura 6.5). 
A complementação do grau de compactação, se 
necessária, e o acabamento deverão ser feitos, de 
preferência, com rolo de pneus de pressão variá-
vel (figura 6.6) ou, quando esse equipamento não 
for disponível, com rolo liso vibratório (figura 
6.7). Quando esse equipamento for utilizado, 
não se recomenda dar mais que duas coberturas, 
porque isso provoca a formação de corrugações 
e lamelas, especialmente nas variedades de SAFL 
dos tipos III e IV (mais raramente no tipo II).
Para evitar lamelas, recomendam-se os rolos compactadores com patas 
de superfície plana. Em especial, para muitos solos do tipo IV, a 
Figura 6.6 Compactação da base intermediária, 
com rolo de pneus de pressão variável.
Figura 6.4 Ínicio da compactação com rolo pé-de-carneiro de 
pata longa vibratório.
Figura 6.5 Compactação intermediária com rolo pé-de-
carneiro pesado.
Figura 6.7 Complementação de compactação 
de campo, com rolo liso vibratório.
155
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
compactação poderá ser executada só com o rolo de pneus de pressão 
variável, tipo SP 12.000 ou similar. Para se conseguir alta produtivi-
dade, poderá ser usado rolo pé-de-carneiro vibratório pesado, após o 
uso do rolo pé-de-carneiro de patas longas, em especial para os solos 
dos tipos I e II.
O uso de rolo pé-de-carneiro de patas curtas não deve ser permitido no início 
da compactação, pois a camada inferior da base ficaria com uma 
massa específica aparente relativamente baixa. Agravando essa defi-
ciência, a compactação demasiadamente intensa da parte superficial 
(supercompactação), usada para ajustar o grau especificado para a 
camada, pode provocar a formação de lamelas muito prejudiciais que 
se desprenderão no futuro (na fase de acabamento ou após abertura 
ao tráfego), conforme ilustrado nas figuras 6.8 a 6.11.
A tabela 6.1 apresenta, como orientação, dois conjuntos típicos de equipamentos 
com os respectivos esquemas de compactação, em função do tipo de 
solo, segundo a Classificação MCT.
Figura 6.8 Fissuramento da parte superior da 
base. Compactação excessiva com rolo vibratório 
(trecho: Gastão Vidigal - Floreal - SP).
Figura 6.9 Lamelas soltas pela ação do tráfego 
de serviço (Trecho: Cândido Rodrigues - SP).
Figura 6.10 Base executada em camadas 
apresentando lamelas construtivas (Trecho: 
Aeroporto Araraquara - SP).
Figura 6.11 Acabamento da base em 
“aterrinhos”, causando a formação de 
“panelas” (Trecho: Aeroporto).
156
Pavimentos Econômicos
Quanto ao percurso a ser seguido pelos compactadores, devem ser obedecidas 
as recomendações gerais, lembrando que a operação será iniciada 
pelas bordas. Nos trechos em tangente a compactação caminhará das 
bordas para o centro, em percursos equidistantes da linha base (eixo). 
Os percursos do compactador utilizado, serão distanciados entre si de 
maneira que, em cada percurso, seja coberta metade da faixa coberta 
no percurso anterior. Nos trechos em curva, devido à sobrelevação, 
a compactação caminhará da borda mais baixa para a mais alta, de 
forma análoga à descrita para os trechos em tangente.
Na parte adjacente ao início e ao fim da base em construção, a compactação 
será executada transversalmente à linha base (eixo). Nos locais 
inacessíveis aos rolos compactadores (como, por exemplo, cabeceiras 
de obras de arte), a compactação será executada com compactadores 
portáteis, manuais ou mecânicos.
Deve ser tomado especial cuidado com a compactação nas bordas do pavimento, 
muitas vezes negligenciada, o que ocasiona o aparecimento dos defei-
tos que serão considerados nas seções seguintes.
As operações de compactação deverão prosseguir até que, em toda a espessura e 
superfície da base, o grau de compactação atinja um mínimo de 
100% em relação à MEASmáx dada pelo método DNER-ME 129-94 
(Ensaio Intermediário), ou equivalente. 
Para solos em que, por motivos práticos, não se consiga esse grau de compactação, 
o mínimo exigido deverá ser obtido em trechos experimentais, sendo 
utilizado, como referência, o grau de compactação que produza, no 
mínimo, um Mini-CBR in situ igual ou superior a 40% para base, e 
20% para a sub-base.
Não é raro que, após a execução do trecho experimental, seja fixado um grau 
de compactação da ordem de 90% a 95%. Isso tem ocorrido, princi-
palmente, nos SAFL dos tipos III e IV da figura6.1. Em geral, a insis-
Tabela 6.1 ORIENTAÇÃO SOBRE CONJUNTOS DE EQUIPAMENTOS E 
 PRODUTIVIDADE, EM FUNÇÃO DOS TIPOS DE SOLOS.
157
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
tência na compactação desses solos é prejudicial, em 
lugar de benéfica. Essa tentativa de se conseguir o 
grau de compactação especificado, com base exclu-
sivamente no ensaio laboratorial de compactação, 
pode produzir uma base lamelada e estruturalmente 
fraca.
6.3.1.3 Acabamento da Base
O acabamento da base é constituido das operações de corte 
com motoniveladora (vide figura 6.12), para confor-
mar sua superfície ao projeto, e da rolagem para seu 
acabamento.
A conformação superficial da base deve ser feita, exclusiva-
mente, por corte com motoniveladora pesada e sua 
lâmina deve estar em perfeitas condições de fio, sem 
desgastes ou irregularidades. As bordas da base nos 
acostamentos (largura > 1,20 m) devem ser cortadas a 45º e todo o 
solo cortado deve ser levado para fora da pista (vide figura 6.13).
Após essa operação deve-se usar rolos pneumáticos ou lisos para a rolagem final 
de acabamento da base. 
Nesta fase um procedimento incorreto no acabamento 
da base, como o preenchimento de depres-
sões ou a complementação de espessura da 
mesma, pode levar à formação de “aterri-
nhos” de pequena espessura, mostrados na 
figura 6.11, os quais, apesar de recompac-
tados pela ação dos rolos, não apresentam 
aderência e se desprendem da camada infe-
rior formando lamelas que, posteriormente 
sob a ação do tráfego, provocam a formação 
de panelas, conforme figura 6.9.
6.3.1.4 Secagem ou “Cura” da 
Base
O processo de secagem (ou “cura”) da base de SAFL é de fundamental importância. 
A base, depois de compactada e acabada superficialmente, deverá 
ser deixada secar, livremente, por um período que pode variar de 
48 a 60 horas. Essa secagem proporciona um aumento considerável 
de suporte e melhora as condições de recebimento da imprimadura 
betuminosa; além disso, permite examinar o padrão de trincamento 
que se desenvolve posteriormente.
O padrão de trincamento depende do grupo ao qual pertence o SAFL (figuras 6.14 
Figura 6.12 Acabamento 
da base, por corte com 
motoniveladora.
Figura 6.13 Acabamento da borda da base, por corte 
com motoniveladora.
158
Pavimentos Econômicos
e 6.15) e serve para caracterizar o trincamento das bases executadas 
com as variedades mais típicas que ocorrem no Estado de São Paulo.
6.3.1.5 Imprimadura (ou Imprimação)
Após o período de cura por secagem, a base deve ser, se necessário, varrida 
energicamente para eliminar o material solto eventualmente presente 
e, em seguida, irrigada levemente, com uma taxa de água variando 
de 0,5 a 1,0 litro/m2, para facilitar a penetração da imprimadura. A 
distribuição do material betuminoso deve ser feita cerca de 15 minu-
tos após o término da irrigação.
A boa ligação da base de SAFL com o revestimento e a integridade e impermea-
bilidade da camada superior da base são fatores importantes para o 
sucesso do pavimento. A penetração excessiva da imprimadura deixa 
de conferir, à superfície da base, parte da coesão necessária; devido a 
isso, fica frágil sua interface com o revestimento. Se, por outro lado, 
a imprimadura penetrar pouco, deixará excesso de resíduo betumi-
noso, o que provocará exsudações e até 
instabilidades. 
A imprimação deve ser feita com mate-
rial e taxa definidos na especificação de 
serviço (ou no projeto), de tal modo que, 
na base, haja uma penetração de 6 a 10 
mm. Não deve ser permitido tráfego sobre 
a base imprimada antes que esteja seca, o 
que em geral, ocorre 72 horas depois da 
aplicação da imprimadura. A figura 6.16 
ilustra o aspecto de uma base de SAFL 
devidamente imprimada. Nas bases de 
SAFL que não necessitam de camada de 
proteção, recomenda-se que elas, após a 
Figura 6.16 Aspecto da base devidamente imprimada.
Figura 6.14 Trincamento devido à secagem do 
SAFL - Grupo LA’.
Figura 6.15 Trincamento devido à secagem do 
SAFL - Grupo LG’.
159
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
imprimadura, sejam submetidas a um tráfego controlado, não muito 
intenso, por um período de até 20 (vinte) dias.
6.3.1.6 Camada de Proteção (ou Anticravamento)
De maneira geral, as bases executadas com solos dos tipos I e II (figura 6.1) são 
coesivas, enquanto aquelas executadas com solos dos tipos III e IV 
têm baixa coesão; para essas últimas pode resultar, mesmo após a 
imprimadura, uma superfície demasiadamente frágil. Quando isso 
acontece, o agregado da primeira camada do revestimento rompe a 
superfície da base, logo durante a sua rolagem. Consequentemente, 
o revestimento se solta e o agregado penetra base adentro, deixando 
livre o betume e provocando exsudações.
Para que esses fenômenos não aconteçam, nos casos de bases pouco coesivas, 
deve-se construir sobre a imprimadura uma camada de proteção 
(anticravamento), que consiste num tratamento superficial simples, 
invertido. Sobre essa camada, será construído o revestimento.
Outra situação, em que a camada anticravamento é necessária, ocorre quando o 
tráfego excede determinados limites. A experiência atual mostra que, 
para um tráfego maior que 106 solicitações do eixo padrão (quando 
não existe camada de proteção), ocorre a penetração do agregado do 
revestimento na base. A construção da camada considerada tem-se 
mostrado muito eficaz para evitar esse fenômeno.
Terminada a construção da camada anticravamento, o tráfego deve ser liberado 
por um período superior a cerca de um mês, a fim de se verificar o 
surgimento de eventuais áreas com problemas. Somente após esse 
período e a correção dos eventuais defeitos, é que deve ser executada 
a camada de revestimento sobrejacente. 
6.4 CONTROLE TECNOLÓGICO DA BASE E DA IMPRIMADURA
6.4.1 Considerações Gerais
Será exposta, sucintamente, a sistemática de controle vigente na década de setenta, 
para a execução da base e da imprimadura, ressaltando suas deficiên-
cias. A seguir, serão feitas recomendações atualizadas para o contro-
le, baseadas na utilização de ensaios da metodologia proposta, que 
complementam a Sistemática MCT, eliminando ou minimizando os 
defeitos que ocorrem nas bases de SAFL.
6.4.2 Controle Tecnológico Tradicional e 
 suas Deficiências
O procedimento de controle construtivo que o DER-SP utilizava para bases de 
SAFL consistia, somente, na obtenção de um grau de compactação 
pelo menos igual ao obtido em laboratório, na energia de projeto.
160
Pavimentos Econômicos
A sistemática de controle utilizada preconizava que, de cada trecho de 150 m, 
fosse retirada uma amostra de solo e realizado ensaio de compacta-
ção na energia estabelecida pelo projeto, a fim de se obter o valor da 
MEASmáx o qual servia para controle do grau de compactação da 
base no trecho. Normalmente era exigido um grau de compactação 
de, no mínimo, 95% do “Proctor Modificado” ou 100% do “Inter-
mediário”, independentemente das características do solo. Para o 
controle da umidade fixava-se, inicialmente, a faixa Ho ± 0,1 Ho, 
sendo que, após a execução dos primeiros subtrechos, ajustava-se 
a faixa de umidade para se conseguir mais facilmente o grau de 
compactação exigido.
Quanto ao controle da imprimadura exigia-se que essa cobrisse, uniformemente, 
toda a superfície da base (inclusive os acostamentos), sendo a taxa e 
uniformidade de distribuição verificadas pelo processo de pesagem 
em bandeja (dimensão mínima de 50 x 50 cm), ou processo similar, 
realizando-se uma determinação em cada 100 m de faixa imprimada, 
fixando-se uma taxa entre 1,2 e 1,4 1/m2, e o CM-30 como único tipo 
de materialbetuminoso.
O procedimento, acima descrito para o controle da base, mostrou-se 
inadequado devido aos seguintes fatores:
A inexistência de ensaios tecnológicos de controle do solo na pista t�
não permite detectar eventuais mudanças nas características do 
solo explorado que, por vezes, pode tornar-se inapropriado para 
uso em base, apesar de aprovado no estudo da jazida.
O procedimento utilizado, de fixar-se um único grau de compac-t�
tação independentemente do tipo de solo a ser compactado, é 
inadequado, pois, em muitos casos, a tentativa de se atender a isso 
conduz à supercompactação, com formação de uma camada super-
ficial não devidamente ligada ao restante da base, já amplamente 
discutida. A formação dessa camada compromete mais seriamente 
o comportamento futuro do pavimento do que a obtenção de um 
grau de compactação menor do que o especificado.
Quanto ao procedimento adotado para o controle da imprimação, a maior 
restrição está na adoção de um mesmo tipo e taxa de imprimadura, 
independentemente das características do solo da base.
6.4.3 Controle Tecnológico Proposto
6.4.3.1 Controle do SAFL 
O acompanhamento tecnológico da execução, objetivando garantir a aplicação 
adequada de materiais e o uso de procedimentos construtivos apro-
priados, é indispensável para o sucesso do pavimento. Para tanto, é 
necessário dispor de uma equipe adequadamente treinada e executar 
uma quantidade mínima de ensaios, conforme o seguinte programa:
161
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
Determinação do teor de umidade, a cada 40 m, imediatamente a] 
antes da compactação.
Determinação da massa específica aparente úmida b] in situ e do 
respectivo teor de umidade, com espaçamento de, no máximo, 40 
m de pista, em pontos obedecendo à ordem: borda direita, eixo, 
borda esquerda.
Ensaios da Sistemática MCT em amostras com espaçamento c] 
máximo de 200 m, podendo-se utilizar as seguintes alternativas:
c.1) Solos com propriedades conhecidas e/ou rodovias de trânsito 
relativamente leve: 
Classificação MCT e Mini-CBR determinados de acordo com n
o item 3.2 e complementado pelo Anexo II.
c.2) Solos com propriedades ainda não suficientemente conheci-
das pelo uso em trechos similares, e/ou trânsito pesado:
c.2.1] Classificação MCT (inclui os ensaios de Compactação 
Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão, do Anexo II).
c.2.2] Determinação das seguintes propriedades, em corpos 
de prova moldados na MEASmáx e umidade ótima da energia 
Intermediária:
Mini-CBR sem imersão.t�
Mini-CBR com imersão.t�
Expansão.t�
Contração axial. t�
Outras variantes são possíveis, dependendo da experiência que se tenha 
sobre os tipos de SAFL utilizados. 
Os valores máximos e mínimos da amostragem, a serem confrontados com os 
valores especificados no projeto, devem ser calculados de acordo com 
os critérios adotados no controle estatístico de materiais. Cabe obser-
var que resultados satisfatórios têm sido obtidos, por exemplo, pelas 
fórmulas adotadas pelo DER-SP.
6.4.3.2 Controle da Base Construída
Devido às deficiências constatadas nos procedimento tradicionais, propõe-se:
Exigência de um grau de compactação mínimo e de uma faixa 1) 
de umidade de trabalho, fixados após a execução de um trecho 
experimental com uso do solo em questão, de acordo com o 
exposto no subitem 6.3.1.2.
Controle do SAFL colocado na pista, por meio dos ensaios da 2) 
Sistemática MCT, a fim de garantir que as características do solo 
utilizado se encontram nos intervalos propostos para a sua quali-
ficação para emprego em base.
162
Pavimentos Econômicos
6.4.3.3 Sistemática Proposta para a Execução do Trecho 
 Experimental e Obtenção de Dados para Controle 
 da Base de SAFL
Preconiza-se a execução de um trecho experimental, com no mínimo 150 m 
de extensão, que será representativo do trecho a ser executado com o 
solo da jazida escolhida. As camadas inferiores da pista experimental 
devem ser preparadas em conformidade com os requisitos do projeto 
do pavimento.
Após a colocação do solo na pista, deve-se coletar uma amostra representativa e 
submetê-la ao ensaio de compactação na energia Intermediária a 
fim de obter-se, em laboratório, a MEASmáx e a umidade ótima de 
compactação, designado MEASmáxlabor.
Obtidos esses valores, procede-se à execução da base em conformidade com o 
sub-item 6.3.1, sugerindo-se, inicialmente, para o teor de umidade 
do colchão de solo solto, o intervalo de umidade 0.8 Ho a Ho e, se 
necessário, ajustando-o para obter-se maior eficiência no processo 
de compactação. Durante esse processo serão controladas a MEAS 
de campo e a umidade, no mínimo, em 10 locais. O processo será 
suspenso quando se constatar uma das seguintes situações:
 Obtenção do grau de compactação no campo de, no mínimo, 1) 
100% em relação à MEASmáx obtida no ensaio de compactação 
na energia Intermediária.
 Aparecimento de danos na parte superior da base, conforme 2) 
descrito no sub-item 6.3.1.2, causados pelo processo de compac-
tação, ainda que o grau de compactação não tenha atingido o 
valor especificado.
Quando se verificar a 1º situação, recomenda-se que o processo de execução 
da pista experimental seja adotado no restante do trecho a ser execu-
tado com o solo da jazida em questão. Nesse caso utiliza-se, para 
o controle dos trechos subsequentes, 100% do grau de compacta-
ção e a faixa de umidade de trabalho de campo que proporcionou 
maior eficiência no processo de compactação. Para o Recebimento 
da Execução da Base, no que diz respeito ao grau de compactação, 
após calculado os valores da MEAS de campo in situ (Método DER-SP 
M23-57), deve ser atendida uma das condições:
Não ser obtido nenhum valor menor que 100% da MEAS de labo-t�
ratório.
Estar satisfeita a expressão:t�
onde:
X = média aritmética dos graus de compactação obtidos.
K e S = ver subitem 5.2.3, para N=10.
Quando se verificar a 2a situação, caracterizada quando, na compactação da base, 
����������	 
����
163
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
o maior valor da MEAS obtido no campo ou seja MEASmáxcampo 
for menor que MEASmáxlabor, recomenda-se a execução do ensaio 
de Mini-CBR in situ.
Durante a execução da base do trecho experimental devem ser efetuadas 
10 determinações do suporte Mini-CBR, cujo valor médio deverá 
enquadrar-se em um dos seguintes casos:
Mini-CBR1) médio in situ ≥ 50% (recomendado pelos estudos dos 
itens 4.3 e 4.4.).
Mini-CBR2) médio in situ ≤ 50%.
Se o valor médio do suporte se enquadrar no 1º caso utilizar, para o Recebimento 
da Execução da Base dos trechos subsequentes, o grau de compacta-
ção relativo a 100% da massa específica aparente seca média (MEAS 
média da pista), obtida nos locais controlados da pista experimental 
e, para a umidade, o intervalo de valor utilizado na pista experimen-
tal, tendo em vista os estudos dos itens acima referidos.
Se o valor médio do suporte se enquadrar no 2º caso, alterar o processo de 
compactação, inclusive com mudança nos equipamentos, para se 
conseguir cair no 1º caso, ou seja, um valor de Mini-CBR de campo 
superior a 50%. Se isto não for possível, considerar o solo não apro-
priado para uso em base.
Para conhecimento de detalhes de Controle de Recebimento, recomenda-se a 
leitura do item 4, página 120, da seção 3.09 do Manual de Normas de 
Pavimentação do DER-SP (1991).
6.4.3.4 Controle Geométrico da Base
Após a execução da base, deve-se proceder à relocação e nivelamento do eixo 
e bordas, permitindo-se as tolerâncias consideradas apropriadas pela 
fiscalização. Resultados satisfatórios têm sido obtidos com o uso de 
tolerâncias adotadas pelo DNIT e pelo DER-SP (1991, Manual deNormas de Pavimentação).
6.4.4 Controle Tecnológico da Imprimadura
6.4.4.1 Considerações Preliminares
O solo a ser usado no trecho experimental, referido no subitem 6.4.3.3, deverá 
ser submetido ao critério de dosagem do subitem 4.5.5.2 para se obter 
o tipo e taxa de material betuminoso para imprimadura do trecho.
Com o tipo e taxa obtidos, aplica-se a imprimadura (precedida de irrigação
leve ± 0,5 1/m2) sobre a base, já submetida a um período de “seca-
gem” de, no mínimo, 60 horas. Após 48 horas de cura da imprimadu-
ra, verificar sua penetração na base (mínimo de 36 determinações). O 
valor médio obtido para a penetração pode ser um dos três casos:
Penetração entre 6 e 10 mm.1) 
164
Pavimentos Econômicos
Penetração superior a 10 mm.2) 
Penetração inferior a 6 mm.3) 
Verificando-se o 1º caso, usar o tipo e taxa de imprimadura utilizada em laboratório. 
Para o 2º caso recomenda-se usar asfalto diluído menos viscoso e 
a mesma taxa de laboratório ajustada, no campo, para se obter a 
penetração entre 6 e 10 mm. Para o 3º caso, utilizar o mesmo tipo 
de material betuminoso, porém com taxa de aplicação de 0,8 1/m2, 
aceitando, inclusive, penetrações inferiores a 6 mm.
6.4.4.2 Recomendações para o Controle da 
 Imprimadura
Obtida a taxa e o material betuminoso recomendado, efetuar os seguintes 
ensaios de controle:
Controle de qualidade dos materiais betuminosos: consiste na a] 
realização de um conjunto de ensaios previstos na especificação 
correspondente, para cada lote de material.
Controle de qualidade do material aplicado: consiste na determi-b] 
nação das taxas de aplicação dos materiais betuminosos (1/m2), 
para cada subtrecho executado no dia. As taxas de aplicação 
poderão ser determinadas:
Pesando o veículo distribuidor, antes e depois da aplicação. n
Determinando a quantidade de material consumido, por inter- n
médio da diferença de leituras da régua, aferida e graduada em 
litros, que acompanha o veículo distribuidor.
Pelo método da bandeja (mínimo três determinações). Reco- n
menda-se utilizar sempre esse método.
Controle da penetração da imprimadura. Deverá ser realizado 48 c] 
horas após a aplicação e conter 9 determinações, no mínimo.
Para a aceitação da imprimadura recomenda-se:
No que se refere à qualidade do material da imprimadura: deverá t�
atender às especificações pertinentes.
No que se refere à distribuição: não existirem falhas nem diferen-t�
ças, de taxas de aplicação, maiores que 0,1 1/m2, relativamente à 
taxa de projeto.
No que se refere à penetração: deverá ser uniforme e sua média t�
deverá estar dentro da faixa fixada no trecho experimental.
6.5 DEFEITOS ASSOCIADOS À FALHAS OU INADEQUAÇÕES 
 DO PROJETO E/OU TÉCNICA CONSTRUTIVA
6.5.1 Generalidades
Tendo em vista que as bases de SAFL vêm sendo largamente utilizadas em 
rodovias vicinais, pavimentação urbana e pequenos aeródromos, a 
divulgação da sua técnica construtiva mais adequada e dos defeitos 
165
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
que têm apresentado reveste-se de considerável importância para 
evitar possíveis insucessos. O técnico desavisado pode atribuir os 
defeitos ao material (solo, no caso) quando na realidade a causa pode 
ter sido o emprego de métodos de construção que não são apropria-
dos para o material usado. 
O elenco de propriedades mecânicas e hídricas da base de SAFL, considerado na 
metodologia MCT, está diretamente relacionado ao desempenho do 
pavimento que contém esse tipo de base na sua estrutura. Muitos 
dos defeitos do pavimento podem ser atribuídos a uma ou mais de 
suas propriedades. A tabela 3.1 mostra associação das propriedades 
das bases de SAFL, com defeitos construtivos.
Ressalte-se que essa filosofia, de procurar ensaios que retratem de perto 
as propriedades e o comportamento do pavimento, representa um 
passo avante, quando comparada com a abordagem tradicional, 
baseada na granulometria e no LL e IP, a qual apresenta limitações 
comentadas nos capítulos 2 e 3.
6.5.2 Recalques Longitudinais
Tanto nas rodeiras como nas bordas dos pavimentos, podem ocorrer recalques 
longitudinais causados por:
Deficiência de compactação da base e/ou camadas subjacentes a] 
que, sob a ação do tráfego, provocam recalques permanentes que 
atingem, geralmente, profundidades máximas da ordem de 1 a 2 
cm. Com o tempo, esses recalques estabilizam-se sem ocasionar 
outros problemas mais sérios no pavimento.
Perda de suporte por umedecimento excessivo, provocado pela b] 
entrada da água pelas bordas do pavimento. Os recalques assim 
originados, tendem a evoluir para a formação de panelas ou para 
a ruptura da base, com deslocamento lateral do SAFL.
Deslocamento lateral do SAFL da base, devido à presença de lame-c] 
las, geralmente acelerado ou intensificado pelo tráfego excessiva-
mente pesado para a estrutura do pavimento executado. A evolução 
dessa deformação depende, sobretudo, da intensidade do tráfego.
Os recalques acima considerados são mais comuns nas bases de SAFL que se 
enquadram nos tipos III e IV da figura 6.1 e onde o acostamento, 
pavimentado possui largura insuficiente para as características de 
infiltrabilidade d’água e regime de equilíbrio hídrico prevalecente 
no trecho. Além disso, o aumento do teor de umidade, consequente 
à infiltração lateral d’água, pode ser provocado pela presença, junto 
às bordas, de solo mal compactado ou leiras de material terroso. A 
figura 6.17 ilustra o aspecto final de um pavimento com incidência 
de recalques, na pista, do tipo considerado nesse item.
166
Pavimentos Econômicos
6.5.3 Ruptura da Base nas Bordas do 
 Pavimento
As dificuldades de compactação acarretam, nas bordas 
do pavimento, camadas com graus de compacta-
ção menores. Essas partes são as mais próximas 
das valetas laterais de drenagem e, portanto, mais 
sujeitas à infiltração lateral das águas pluviais. 
Um grau de compactação insuficiente acarre-
ta maior absorção d’água, provoca uma drástica 
redução na sua capacidade de suporte e dá origem 
a deformações acentuadas que, em alguns casos, 
chegam a provocar ruptura da base. Esse defeito, 
que é uma versão ampliada daquele considerado 
no item precedente, também é mais frequente nos 
solos que se enquadram nos tipos III e IV da figura 
6.1, onde o acostamento, pavimentado, possui 
largura inferior a 1,20m. A figura 6.18 ilustra esse tipo de defeito. 
Esse comportamento pode ser evidenciado, em laboratório, pelos ensaios da 
MCT. De fato, tem-se verificado que, nos SAFL, a diminuição da MEAS no ramo 
seco das curvas de compactação, em relação à MEASmáx 
não só significa uma drástica redução da capacidade de 
suporte, após imersão de 24 horas, como, também, um 
aumento no valor do coeficiente de sorção (figura 4.14).
Os procedimentos adotados para evitar os defeitos 
considerados neste item são:
Acostamentos ≥ 1,20 m.t�
Compactação adequada das camadas de base e t�
sub-base, incluindo o acostamento.
Uso de rampa mínima de 1% nos trechos em corte t�
e raspagem.
Colocação de uma camada anticravamento e de t�
um revestimento apropriado ao trânsito previsto.
Não foi analisada a ruptura da base, pela ocorrên-t�
cia de lençol freático superficial, pois considera-se que foi 
atendida a exigência de projeto: ele se encontra a mais de 
1,5 m da superfície do pavimento.
6.5.4 Ondulações no Revestimento e Lamelas
Esse defeito está ligado, frequentemente, à ocorrência de lamelas na parte 
superficial da base de SAFL, pois, elas, sob a ação do tráfego, produ-
zem ondulações no revestimento (figura 6.19) que podem causar, em 
alguns casos, fendilhamento e posterior desprendimento, ou desliza-
mento. Dependendo do estágio de evoluçãodesse defeito, a base pode 
Figura 6.18 Ruptura da base em borda de pavimento 
sem acostamentos.
Figura 6.17 Recalques longitudinais no pavimento. 
Deficiência de compactação.
167
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
ficar exposta ao tráfego, ocasionando a formação de panelas. Essas 
panelas evoluem rapidamente, nos SAFL que se encaixam nos tipos 
III e IV da figura 6.1 e podem exigir reconstrução da parte afetada 
pelo defeito. As ondulações podem ocorrer associadas a recalques, já 
considerados no subitem 6.5.2.
As lamelas nas bases de SAFL podem ser provocadas pelos fatores abaixo discri-
minados, que podem atuar conjuntamente:
Superposição de camada de pequena a] 
espessura (menor que 5 cm)sobre outra já 
compactada. A figura 6.19 ilustra defeitos 
decorrente da superposição de camadas 
na execução. O revestimento é um trata-
mento superficial e o tráfego é leve.
Uso excessivo de rolo vibratório na b] 
compactação (figura 6.8).
Supercompactação para o teor de umida-c] 
de da camada, mesmo sem uso de rolo 
vibratório.
6.5.5 Panelas
As panelas são defeitos localizados, consequentes ao desaparecimento do reves-
timento e formação de uma depressão na base, com forma aproxi-
madamente circular, com diâmetro de até dezenas de centímetros. 
Em geral, elas decorrem de deficiências da imprimadura, em pontos 
alinhados ou isolados (defeitos de falhas 
de bico na distribuição da imprimadura), 
quando o material betuminoso não adere 
convenientemente à base de SAFL. 
As panelas podem, também, resultar de lamelas que se 
desprendem, soltando a parte superior da 
base junto com o revestimento ou, ainda, 
ter sua origem nos defeitos apontados nos 
itens anteriores. Elas evoluem aumentan-
do de diâmetro e causando umedecimento 
prejudicial da base nas suas vizinhanças, 
com consequentes deformações localiza-
das. Uma panela típica está ilustrada na 
figura 6.20.
6.5.6 Trincas de Reflexão
Após sua execução, a base é submetida à cura por secagem. Nessa fase ocorre 
um trincamento devido à contração que, normalmente, não causa 
problemas, podendo até mesmo identificar o tipo de solo quanto 
Figura 6.19 Ondulações provenientes de 
lamelas por superposição de camadas na base. 
Revestimento de tratamento superficial simples. 
Figura 6.20 Panela típica em bases.
168
Pavimentos Econômicos
ao seu desempenho como base. Contudo, se a base for compactada 
com umidade excessiva, o trincamento resultante pode associar-se a 
trincas demasiadamente abertas e, por isso, prejudiciais.
Segundo ensaios laboratoriais nos SAFL, para a mesma energia de compacta-
ção, quanto maior for a umidade de compactação (ou de moldagem), 
maior será a contração. 
Em cp compactados acima da Ho, podem ocorrer contrações superiores a 1%. 
Outros fatores contribuem para a variação da contração, sendo os 
mais importantes: a porcentagem e o tipo de finos, 
e os detalhes granulométricos da fração areia (vide 
seção 3.6.4 de Nogami e Villibor, 1995).
Quando não se efetua a cura adequadamente, as 
trincas consideradas ocorrem posteriormente e 
podem refletir no revestimento betuminoso, confor-
me ilustra a figura 6.21. Esse fenômeno ocorre, 
sobretudo, nos SAFL que se encaixam nos tipos I 
e II da figura 6.1 e se acentua com a diminuição 
da espessura do tratamento superficial e, principal-
mente, com o uso de revestimentos usinados. Geral-
mente as trincas de reflexão, apesar de facilitarem 
a penetração das águas pluviais, não ocasionam 
problemas sérios. Problemas podem ocorrer quando 
a abertura delas for exageradamente grande, caso em que poderá 
haver desagregação do revestimento junto às trincas. 
Quando as trincas de reflexão apresentarem indícios de danos ao pavimento, elas 
devem ser seladas com a sobreposição de uma imprimadura betumi-
nosa selante e revestimento betuminoso, raramente utilizada.
6.5.7 Exsudação de Material Betuminoso no 
 Revestimento
A exsudação, isto é, a emergência de material betuminoso livre na superfície do 
revestimento deve-se, nos pavimentos com base de SAFL, a diversas 
causas, a saber:
Material betuminoso excessivo na execução da imprimadura ou a] 
do revestimento. O excesso ocorre, frequentemente, nas bases em 
que se usam solos que se enquadram nos tipos I e II da figura 6.1. 
Isso porque esses tipos de SAFL apresentam baixa capacidade de 
absorver a imprimadura. Nesses casos, é essencial que se determine 
apropriadamente a taxa de ligante a ser aplicada, executando-se 
ensaios laboratoriais complementados, em seguida, com a execução 
de trechos experimentais.
Execução do tratamento superficial sobre imprimadura mal b] 
curada e/ou logo após chuvas, sem esperar a secagem completa 
Figura 6.21 Trincas de reflexão da base, por falta 
de cura, em um tratamento superficial simples.
169
6RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS E DE CONTROLE TECNOLÓGICO
da imprimadura e, também, a aplicação da imprimadura sobre a 
base muito úmida (que não secou suficientemente).
Penetração do agregado do tratamento superficial na base, com c] 
deslocamento de material betuminoso para cima, juntamente com 
o SAFL da base. Os solos dos tipos III e IV da figura 6.1 são mais 
suscetíveis a esse fenômeno que, entretanto, ocorre com outros 
tipos de SAFL, em menor escala. Esse tipo 
de exsudação é provocado diretamente 
pelo tráfego, em função de sua intensi-
dade e volume de caminhões pesados. A 
possibilidade dessa ocorrência, deve levar 
à colocação da camada anticravamento. 
A figura 6.22 ilustra a exsudação de uma 
das faixas, por cravamento do agregado 
na base, provocada por tráfego pesado a 
baixa velocidade, em rampa ascendente.
6.5.8 Erosões na Borda do Pavi-
mento
Erosões muito intensas podem ocorrer quando não se protegem, adequadamen-
te, as bordas do pavimento; esse defeito é mostrado na figura 6.23. 
A existência de acostamentos, drenagem superficial, o corte a 45o 
da borda da base e sua imprimação betumi-
nosa, são garantias contra esse tipo de defeito 
(figura 6.9).
Em geral, os solos dos tipos III e IV (e alguns do tipo II) 
são bastante erodíveis e a base não resiste à 
atuação da lâmina d’água diretamente sobre 
ela. Embora esse defeito não seja classicamen-
te um defeito de pavimento, é pertinente se 
comentar e ressaltar a importância que tal 
problema assume, uma vez que em regiões 
como a do Pontal do Paranapanema-SP, onde 
os solos são predominantemente do tipo IV e 
extremamente erodíveis, trechos com dezenas 
de quilômetros tiveram metade de sua plataforma pavimentada erodi-
da, no período de chuvas, alguns meses após a construção. O mau 
desempenho provocado pela falta de certos cuidados na construção 
pode comprometer o uso do SAFL (e de outros tipos de bases) e tornar 
desacreditado esse tipo de solução. 
No livro de Nogami e Villibor (1995), são encontradas, no capítulo 7, que trata 
detalhadamente das bordas de pavimentos, considerações sobre o 
problema da erosão na faixa marginal.
Figura 6.22 Exsudação por excesso de betume e 
cravamento do agregado do tratamento na base.
Figura 6.23 Erosão na borda da base do 
pavimento.
170
7
ESTUDO GEOTÉCNICO DE SOLO LATERÍTICO– 
AGREGADO PARA BASE COM O USO DA MCT
171
7.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE SOLO-AGREGADO 
De uma maneira geral é frequente a ocorrência de SAFL que pode constituir-se 
em jazidas para base de pavimentos. No entanto, mesmo em regiões 
com ocorrências desse solo, seu uso para esse fim não é recomendá-
vel, nas situações:
Tráfego superior ao recomendado atualmente para esse tipo de 1) 
base, ou seja: Nt > 106 solicitações do eixo simples roda dupla 
(ESRD) de 80 kN.
Ocorrências de SAFL próximasao trecho, mas cujos solos não 2) 
atendem os requisitos para utilização em bases.
Em rodovias com greide que acompanha perfil montanhoso e 3) 
com curvas horizontais acentuadas, onde a aderência do revesti-
mento com a base imprimada é insuficiente para evitar seu escor-
regamento. 
Por motivos econômicos:4) 
Ocorrências de materiais granulares para base, mais próximas n
ao trecho do que jazidas adequadas de SAFL.
Em região em que ocorrem jazidas de solos do tipo IV, as n
quais exigem a execução da camada anticravamento, resultan-
do numa base mais onerosa que a de solo agregado. 
Em regiões em que as jazidas de SAFL acham-se distantes da n
obra.
Em qualquer uma dessas situações é possível a opção pelo uso de bases de solo 
laterítico–agregado de granulação grossa, com material natural ou 
obtido por mistura (artificial). Esses materiais são provenientes de 
jazidas naturais (granulometria contínua e descontínua) e de mistu-
ras de solo laterítico-agregado que, para o estudo em questão, foram 
restritas àquelas de granulação descontínua (SLAD). O uso do termo 
solo laterítico refere-se a um solo de comportamento laterítico, 
segundo a classificação MCT.
Ressalta-se que, em 1952, foi executada no Brasil a primeira base de granulometria 
contínua, também designada “estabilizada granulometricamen-
te”, num trecho experimental de 1 km em Safra – ES, na BR-101. Os 
executores foram os Engenheiros do DER-ES, orientados pelo norte-
americano Engº William Mills (vide Silva Prego, A.C, 2001).
A possibilidade de uso de solo laterítico–agregado de granulação grossa 
é ampla e abrange uma grande variedade de materiais granulares que 
172
Pavimentos Econômicos
ocorrem em muitas regiões e que podem ser misturados com SAFL, 
também abundante no território nacional. 
A observação de campo e os ensaios tecnológicos, tanto de campo como de 
laboratório, mostram que as rodovias pavimentadas com o uso dessas 
bases apresentam comportamento estrutural altamente satisfatório, 
inclusive para trafégo pesado (Nt > 5x106). Além disso uma peculia-
ridade das mesmas é permitirem uma perfeita aderência com os mais 
diversos tipos de camada de rolamento, desde tratamento superficial 
até usinado a quente, não ocorrendo escorregamento destes sobre 
elas. Os motivos desse fenômeno são:
Pela presença de agregado grosso na mistura, não ocorre formação t�
de lamelas na base. Eles travam a estrutura verticalmente e não 
permitem essa ocorrência durante o processo de compactação.
A superfície da base apresenta uma elevada rugosidade devido aos t�
grãos maiores que acham-se incrustados nela. Isso produz uma 
aderência extremamente alta com o revestimento, evitando seu 
escorregamento, mesmo em curvas e rampas acentuadas.
Pela elevada porcentagem de grãos graúdos, a contração por seca-t�
gem ao ar (cura) dessas bases é muito baixa; portanto, não ocorre 
trincamento excessivo, o que pode ser constatado pelo padrão 
de trincamento observado na sua superfície, formado por blocos 
de grandes dimensões (1m x 1m).
7.2 ANÁLISE CRÍTICA DO PROCEDIMENTO TRADICIONAL PARA 
 ESTUDO GEOTÉCNICO DE SOLO LATERÍTICO-AGREGADO 
Os estudos com uso de critérios tradicionais para a qualificação de base de solo 
laterítico-agregado apresentam uma série de dificuldades e defici-
ências que jusficam a necessidade de novos estudos para esse fim, 
conforme conceitos apresentados por Nogami e Villibor (1995).
Tradicionalmente, os critérios de qualificação de materiais para base 
de solo agregado utilizam as seguintes características:
Granulometria.t�
Limite de liquidez e índice de plasticidade. t�
Resistência dos grãos. t�
Suporte e expansão.t�
Equivalente areia. t�
Quando se procura utilizar os critérios tradicionais nas regiões tropicais, 
surgem dificuldades e deficiências, destacando-se as seguintes:
Dificuldade para encontrar materiais 1) in natura que satisfaçam as 
condições impostas pelas especificações tradicionais. 
Constatação de que as bases de solo-agregado, embora não satis-2) 
fazendo as exigências tradicionais, têm, frequentemente, desem-
173
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
penho satisfatório quando um dos componentes da mistura é um 
solo de comportamento laterítico. 
Limitações e Deficiências dos requisitos dos critérios tradicionais 3) 
para o estudo de bases de solo-agregado.
Os ítens 1 e 2 não serão tratados por serem autoexplicativos.
7.2.1 Limitações e Deficiências dos Critérios 
 Tradicionais
Considerações sobre as características utilizadas pelos critérios: 
Granulometriaa] 
Geralmente, deve estar dentro de uma faixa granulométrica limi-
tada por curvas de granulometria contínua. 
Os critérios tradicionais exigem que o solo-agregado tenha uma 
densidade elevada, graças ao preenchimento adequado de grande 
parte dos vazios intergranulares pelos seus grãos constituintes. 
Esse preenchimento gera grande número de contatos que assegu-
ram uma elevada resistência à ação das cargas aplicadas.
As curvas granulométricas que resultam em densidades elevadas 
foram estudadas, empiricamente, para o concreto de cimento 
(Fuller e Thompson, 1907; Talbot e Richard, 1923) e obedecem à 
expressão:
P = 100 (d/D)n
onde:
P = porcentagem, em peso, da fração com grãos de diâmetro 
menor que d.
d = diâmetro (variável) [mm] da abertura da peneira para cálculo 
da porcentagem que passa, em peso.
D = diâmetro máximo [mm] dos grãos constituintes do material 
(peneira na qual passa 95 % em peso dos grãos) .
n = coeficiente que depende das peculiaridades geométricas do 
material; geralmente varia entre 0,33 e 0,50.
As faixas granulométricas tradicionais, recomendadas pela AASHTO, ASTM, 
TRRL, LCPC-SETRA, e que foram adotadas pelo DNIT e DER-SP, entre 
outros orgãos rodoviários brasileiros, apresentam uma semelhança 
morfológica com as curvas que são obtidas por meio da expressão 
acima. Praticamente, há a necessidade de se impor uma condição, 
relacionada com a execução de camadas compactadas no campo, que 
fica atendida utilizando-se materiais com diâmetro máximo compre-
endido entre 2 e 25 mm. 
Sem dúvida alguma, a imposição granulométrica tradicional tem significado 
independente da natureza dos componentes finos do solo-agrega-
do. Contudo, a prática tem mostrado que o solo laterítico-agregado 
usado em bases tem sua deficiência granulométrica compensada pela 
174
Pavimentos Econômicos
melhor qualidade dos referidos finos lateríticos; dois exemplos signi-
ficativos são:
Misturas solo arenoso fino laterítico-agregado (brita) de granu-1) 
lometria descontínua têm sido usadas, satisfatoriamente, 
mesmo para bases de pavimentos com tráfego pesado (Villibor 
e Nogami, 1984). 
Os solos-agregados constituídos de pedregulhos lateríticos com 2) 
finos lateríticos, de granulometria descontínua e com excesso 
de finos, têm sido usados, satisfatoriamente, como base de 
pavimentos, mesmo em trechos de tráfego pesado (Committee 
on Tropical Soils of ISSMFE, 1985, Chapter 4.2.4; Santana e 
Gontijo, 1987).
Os motivos que justificam o comportamento excepcional desses solos-
agregados residem, principalmente, no seguinte:
Os finos lateríticos compensam as deficiências granulométricas t�
dos exemplos citados. Assim, é possível utilizar materiais com 
excesso de finos, mal graduados e de grãos arredondados, contra 
indicados pelos critérios tradicionais. Cabe observar que o uso de 
solos-agregados, com essas características, implica em uma certa 
redução da capacidade de suporte da base; porém torna-os menos 
críticos relativamente à quantidade de finos e possibilita o uso de 
maior porcentagem deles. 
No fato de os solos-agregados constituídos de pedregulhos late-t�
ríticose de seixo rolado apresentarem, frequentemente, um bom 
desempenho como material de base, apesar de não satisfazerem 
as condições impostas pelas especificações tradicionais, sobretudo 
no que se refere à resistência dos seus grãos e à faixa granulomé-
trica. Isto é devido, em parte, à fragmentação parcial dos grãos, 
durante a compactação de campo, que contribui para conferir um 
elevado grau de entrosamento à camada compactada. A resistên-
cia dos grãos será tratada em ítem específico.
Isto posto, no caso específico em que um dos componentes é um solo fino laterítico, 
mesmo os requisitos granulométricos tradicionais (granulometria 
contínua) podem ser opcionais e não obrigatórios para a aceitação de 
materiais de solo-agregado de granulação grossa, porquanto granu-
lometrias descontínuas também têm sido usadas em bases que estão 
apresentando ótimo comportamento nas condições ambientais brasi-
leiras .
Limite de Liquidez e Índice de Plasticidadeb] 
Valores obtidos na fração do material em estudo, que passa na 
peneira de 0,42 mm, devem estar entre os fixados tradicionalmen-
te, ou seja: LL < 25 % e IP < 6%.
b-1] Algumas Considerações sobre LL e IP 
175
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
A exigência de um valor máximo admissível para o LL e para o IP 
dos solos-agregados decorre da necessidade de se evitar a perda de 
suporte ou a expansão excessiva, em bases executadas com esse 
material, quando elas forem submetidas ao aumento de umida-
de, por infiltração d’água ou degelo. A validade dessa exigência 
foi verificada, na década de 30, nos Estados Unidos, de maneira 
empírica, quando foram propostos os valores até hoje utilizados 
como máximos admissíveis: LL < 25 % e IP < 6%.
Segundo Wooltorton (1954), o significado teórico desses valores 
é que os máximos admissíveis para o IP e LL deveriam variar 
em função da porcentagem dos finos e dos vazios disponíveis. 
O DER-SP usa este critério através de inequações, para definir os 
valores máximos do LL e IP (vide especificação ET-DE-P00/014 
do DER-SP).
A adoção dos valores limites tradicionais para LL e IP, para as 
condições tropicais, foi posta em dúvida devido ao desempenho 
das bases de solos-agregados nas regiões tropicais e aos valores 
das propriedades mecânicas e hidrícas desses materiais quando 
compactados nas condições similares às de campo.
Efetivamente, argilas lateríticas e solos argilosos lateríticos que 
possuem elevados valores de LL e IP, quando apropriadamente 
compactados, mesmo em contato com a água livre, quase não 
se expandem e nem perdem, sensivelmente, a capacidade de 
suporte. As hipóteses surgidas para explicar esse fenônemo não 
conseguiram unanimidade, exceto o fato de que ele esta ligado às 
peculiaridades físico-químicos da fração argila dos solos lateríti-
cos, que possui uma constituíção quimica e mineralógica bastante 
diferente da fração argila dos solos não tropicais.
b-2] Inadequação do LL e IP para estudo dos finos de bases
Dispersão dos valores obtidos nos ensaios n
Nos solos tropicais lateríticos e saprolíticos, têm surgido sérios 
problemas resultantes da elevada dispersão dos resultados de 
ensaios, para obtenção do LL e IP, efetuados por operadores dife-
rentes, conforme dados apresentados no subitem 2.3.1. Uma das 
causas frequentes pode ser atribuída ao grau de espatulação, que 
precede a determinação do limite de liquidez, no aparelho de 
Casagrande. Uma espatulação mais intensa nos solos lateríticos 
corresponde, geralmente, a uma elevação do valor do LL e do IP, 
acontecendo o contrário com alguns solos saprolíticos micáceos 
e/ou caoliníticos (Ignatius, 1988). Outro fator causador das disper-
sões dos resultados é atribuível à desigualdade da secagem no 
preparo da amostra, ainda não devidamente padronizado. 
176
Pavimentos Econômicos
Limitações para o estudo de solos de comportamento laterítico n
e não laterítico
Por meio de LL e IP é inadequado pois valores iguais, para esses 
diferentes tipos de solos, apresentam propriedades mecânicas e 
hídricas totalmente distintas, comprovadas nas pesquisas reali-
zadas no ítem 4.2.
Pelo exposto, em síntese, na opinião dos autores, o uso do LL e 
IP não mais se justifica para a qualificação do estudo de materiais 
com a finalidade de uso em bases de solo-agregado. 
Consideração sobre a Resistência dos Grãosc] 
O ensaio mais utilizado para avaliar essa resistência é o ensaio 
de Abrasão Los Angeles, que é executado sobre a fração retida na 
peneira de 2,00 mm de abertura. 
As especificações tradicionais exigem, geralmente, que os grãos de 
areia e pedregulho do solo-agregado possuam elevada resistência, 
avaliada por ensaio apropriado, como o ensaio de Abrasão Los 
Angeles, muito difundido no Brasil. 
Nas regiões tropicais, devido ao intenso intemperismo, é bastante 
frequente a ocorrência de grãos de pedregulho (seixos e concre-
ções) de resistência relativamente baixa, não atendendo aos requi-
sitos tradicionais exigidos pelos valores de Abrasão Los Angeles. 
Muitos solos-agregados, que contêm grãos nessas condições, 
têm-se comportado satisfatoriamente nas regiões tropicais.
A solução encontrada pela maioria das instituições rodoviárias foi 
abrandar as exigências até um nível considerado seguro, permi-
tindo o uso de grãos com menor resistência. Para maiores escla-
recimentos sobre esse assunto sugere-se a leitura de Carneiro e 
Monteiro (1979). No entanto, parece ser mais apropriada a solu-
ção de se incluir um ensaio de suporte ou de deformabilidade, 
efetuado em corpos de prova compactados, visando reproduzir, 
o mais fielmente possível, as condições esperadas no campo. Se 
essa reprodução for considerada insatisfatória, há necessidade de 
se recorrer à execução de trechos experimentais. 
Consideração sobre Capacidade de Suporte e Expansãod] 
Tradicionalmente, quando satisfeitas as exigências de granulo-
metria contínua (com elevada densidade), limites de LL e IP e 
resistência dos grãos, já estariam implícitas a estabilização e a 
durabilidade da camada de base.
No entanto, esta filosofia não tem sido muito adotada, devido aos 
problemas surgidos com discrepâncias de comportamento e de 
propriedades em solos-agregados utilizados para bases nas regiões 
tropicais. Isto posto, além das exigências tradicionais, nas especi-
ficações brasileiras, tem-se exigido a consideração de um mínimo 
177
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
de suporte e máximo de expansão. Para essa finalidade, utiliza-se, 
sobretudo, o ensaio CBR, fixando-se um valor mínimo de suporte 
e expansão máxima admissível, geralmente com base nos valores 
adotados pelo U.S. Army Corps of Engineers (adotado pelo DNER, 
especificação: ES 303/97 e DER -SP, especificação: ET-DE-P00/006 
e ET-DE-P00/014).
Ensaios de Equivalente Areia (EA) e] 
Quando os valores de LL e IP acham-se maiores que o recomen-
dado (LL < 25 % e IP < 6 %), tem sido acrescentado aos tradicio-
nais o ensaio do equivalente de areia, que é um ensaio empírico 
desenvolvido na Califórnia por Hveen (1953), utilizável especial-
mente em solos-agregados pobres em finos argilosos e/ou siltosos. 
Sendo um ensaio empírico, a sua aplicação para solos-agregados, 
com componentes possuindo peculiaridades tropicais, limita o 
uso de muitos tipos de solos considerados satisfatórios pelo seu 
desempenho. 
Segundo o LCPC-SETRA (1974), o equivalente de areia mínimo 
admissível varia de 30 a 40 %, valores que não são atingidos 
pelos SAFL. Segundo Serra (1987), 14 solos arenosos finos late-
ríticos, usados com sucesso em bases de pavimentos em estradas 
do DER-SP, apresentaram EA médio de cerca de 11 % e valoresextremos compreendidos entre 2 e 28 % (vide tabela 7.1).
Também o equivalente areia (EA) com valores superiores a 30 %, que poderia 
substituir o LL e IP, segundo as normas tradicionais, não é adequado 
para esse fim. As bases de solo laterítico agregado, praticamente, não 
atendem esse requisito; apesar disso elas 
apresentam, na prática um comportamento 
excepcional. Isto, também, confirma que 
os finos dessas bases, quando lateríticos, 
por suas peculiaridades mineralógicas, têm 
comportamento totalmente distinto dos 
finos que ocorrem em climas temperados a 
frio, de onde as especificações tradicionais 
se originaram. Este fato mostra a deficiên-
cia no uso do EA para estudo de estabiliza-
ção, quando os finos são lateríticos.
 
7.3 UMA DIRETRIZ FILOSÓFICA PARA ESTUDO GEOTÉCNICO 
 DE SOLO LATERÍTICO-AGREGADO
A diretriz proposta para este estudo geotécnico é fundamentada em ensaios 
e pesquisas de laboratório e de campo, acrescidos da experiência dos 
autores, e consta das seguintes fases: 
Estudo da fração fina (SL)t� do material, caracterizada pelos finos 
Tabela 7.1 VALORES DE EA EM AMOSTRAS DE 
 ALGUNS SOLOS LATERÍTICOS EM BASE.
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178
Pavimentos Econômicos
que passam na peneira # 2,00 mm, admitindo-se um máximo de 
10 %, por meio dos ensaios da Sistemática MCT.
Estudo da fração grossat� , caracterizada pelo agregado retido na 
peneira #2,00 mm e que passa na peneira #1”, por meio do ensaio 
tradicional de Abrasão de Los Angeles. 
Estudo do material integralt� realizado mediante as características 
granulométricas do material da mistura, e o suporte e expansão 
da mistura compactada por meio do ensaio de CBR tradicional.
Em última instância, a diretriz proposta tem como princípio que esse 
tipo de base se comporta adequadamente porque:
Apresenta alta estabilidade e durabilidade ao longo de sua vida t�
útil, principalmente, devido à qualidade peculiar do solo laterí-
tico e à resistência dos grãos do agregado existentes na camada, 
que devem resistir aos esforços do processo de compactação sem 
serem quebrados excessivamente. 
As condições ambientais tropicais produzem uma umidade t�
de equilibrio baixa na base, geralmente inferior à umidade de 
compactação em sua execução.
Esses materiais ocorrem em jazidas in natura ou são misturas de jazidas 
de SAFL com agregados de diversas origens, tais como britado (solo 
brita) ou pedregulhos naturais (quartzo ou lateríta). 
Geralmente, as bases granulares descontínuas são mais econômicas que 
as contínuas, por usar menor porcentagem de agregado na mistura. 
A figura 7.1 apresenta o organograma dos materiais mais usuais para 
bases granulares, utilizando-se as seguintes simbologias: SL (Solo 
Laterítico), B (Brita), P (Pedregulho de Quartzo) e LAT (Laterita).
A figura 7.2 ilustra um canteiro de obra com solo laterítico (LG’) e pedregulho 
lavado de rio, que serão misturados para uso em base. A figura 7.3 
mostra o solo laterítico LA’ e pedra britada, sendo misturados com 
pá carregadeira, para obtenção do material para base de SLAD.
Figura 7.1 Organograma de Materiais para Bases Granulares.
���
179
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
As misturas de materiais para base, podem ser de granulometria contínua 
ou descontínua. Na primeira, a granulometria é fundamental para 
garantir a estabilização da base compactada, pois há formação de 
um arcabouço granular que transmite as pressões provenientes 
das cargas ao longo do mesmo para a camada inferior. Na segunda, 
tem-se uma menor contribuição da granulometria na resistência da 
camada, porém a qualidade dos finos lateríticos (SL) tem uma parti-
cipação substancial na estabilização pela interação de seus grãos de 
areia com argila laterítica de elevada coesão, uma vez que os grãos 
maiores, geralmente, não têm contato entre si, e estão distribuídos na 
massa do solo laterítico, gerando uma estrutura diferentes daquelas 
das bases estabilizadas granulometricamente (contínua).
As figuras 7.4 e 7.5 ilustram a distribuição de agregados em camadas de base de 
granulometria contínua e descontínua, respectivamente, mostran-
do o arcaboço granular com contato entre os grãos, na primeira, e 
os grãos isolados distribuidos na massa do solo fino laterítico, na 
segunda.
Figura 7.4 Foto e croqui do aspecto da base de solo laterítico-agregado estabilizada, 
granulometricamente tradicional.
Figura 7.3 Aspecto do Solo Laterítico (LA’) misturado 
com brita.
Figura 7.2 Solo Laterítico (LG’) sendo misturado com 
Pedregulho de rio.
180
Pavimentos Econômicos
Os estudos geotécnicos desses materiais abrangerão o uso da MCT para estudo 
de sua parte fina (SL) e de ensaios tradicionais (granulometria, CBR 
e Abrasão Los Angeles), para o material integral para uso em base. 
Para melhores esclarecimentos, vide Nogami e Villibor, 1995. 
Serão estudados os tipos de solo-agregado para uso em base:
Materiais Naturais.t�
Misturas artificiais de solo laterítico-agregado.t�
7.4 PROPOSTA DE ESTUDO GEOTÉCNICO DE MATERIAIS 
 NATURAIS PARA BASE DE SOLO LATERÍTICO-AGREGADO 
No Estado de São Paulo, não é mais comum a ocorrência de materiais granulares 
para a execução de pavimentos. Devido à alta qualidade dos mate-
riais existentes, seu uso, ao longo do tempo, esgotou muitas jazidas. 
Essa afirmação, não verdadeira para muitas regiões de outros estados, 
é motivo para justificar o presente estudo.
Quando há materiais granulares, tais como ocorrências de pedregulho de quart-
zo e laterita próximos ao trecho, elas deverão seguir um estudo geotéc-
nico para sua qualificação como material para base, que abrangerá 
uma fase preliminar e outra básica, como no caso de SAFL.
7.4.1 Fase Preliminar 
Essa fase dará subsídios para a escolha, nas proximidades do trecho a ser 
pavimentado, das ocorrências granulares a serem usadas em bases 
para sua caracterização geotécnica. Essa fase é constituída por: 
Informações pedológicas.t�
Reconhecimento de campo.t�
Ensaios expeditos sobre a parte fina (solo fino) da amostra do t�
material granular.
Ensaios granulométricos e hierarquização das ocorrências.t�
Fluxograma ilustrativo das atividades.t�
Figura 7.5 Foto e croqui do aspecto da base de solo laterítico-agregado (brita) de granulometria 
descontínua (SLAD). 
181
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
7.4.1.1 Informações Pedológicas Iniciais
No caso em que se conhece o local da ocorrência, antes do reconhecimento de campo, 
podem-se verificar as unidades de mapeamento de solo, na região no 
entorno da mesma, para verificar o seu caráter laterítico. Ocorrendo 
solos que apresentem comportamento pedológico laterítico, é um 
bom indício de que os finos da ocorrência granular devem ter-se 
originado dessas unidades próximas e, portanto, também devem 
apresentar caráter laterítico.
Para tanto sugere-se a utilização de dados contidos nos mapas pedológicos. 
No subitem 5.1.1 são tecidas as considerações que podem ser úteis 
para o conhecimento dos solos da região do trecho. 
7.4.1.2 Reconhecimento de Campo 
A equipe sob a supervisão de um geotécnico, deverá realizar um reconhecimento 
de campo nas áreas indicadas de ocorrência de matérias naturais. 
Após essa vistoria, sendo a ocorrência explorável por apresentar um 
volume adequado, a equipe deverá realizar uma prospecção prelimi-
nar, executando cinco furos de sondagem, um em cada canto e um 
no centro da área da ocorrência, com o objetivo de coletarmaterial 
e realizar inspeção tátil-visual das amostras. Em cada furo será cole-
tada um par de amostras representativas de seu solo, perfazendo 10 
amostras. 
Caso o geotécnico da equipe não seja capaz de diagnosticar o caráter laterítico da 
fração fina das amostras, deve-se realizar o seguinte procedimento:
Para cada uma das amostras, efetuar a separação por meio de t�
peneiramento da fração que passa na peneira de malha # 2,00 
mm (método M-6-61 do DER-SP). O material assim obtido será 
designado de solo fino da amostra (SF).
Cada amostra de t� SF deverá ser submetida ao ensaio expedito pelo 
método da pastilha que, por meio da tabela 3.6, permitirá obter 
seu grupo segundo a MCT.
Caso todas as amostras ensaiadas pertençam aos grupos LA, LA’ t�
ou LG’ da MCT, prosseguir o estudo geotécnico; caso contrário, a 
ocorrência granular não poderá ser usada para esse tipo de base.
7.4.1.3 Ensaios Granulométricos e Hierarquização 
 das Ocorrências
Após a definição das ocorrências potencialmente mais interessantes para 
jazidas, deve-se submeter uma amostra integral do solo de cada furo 
(cinco amostras) aos ensaios de granulometria simples.
Cada uma dessas amostras deverá ser submetida ao ensaio de granulometria, pelo 
Método M-6-61 do DER-SP, gerando uma curva granulométrica. 
182
Pavimentos Econômicos
Obter a curva média das cinco amostras e verificar se sua granulo-
metria se enquadra em qualquer uma das faixas da tabela 7.2. 
Essas graduações podem ter uma tolerância em todas as peneiras de + 5 %, exceto 
na nº200, que é de + 2 %, e são orientativas. Portanto, uma ocorrên-
cia que não se enquadre em nenhuma das faixas (nem entre faixas), 
mas cujos finos sejam lateríticos, ainda poderá ser utilizada como 
jazida, desde que atenda a todas as exigências da fase básica. No 
entanto, é baixa a probabilidade de que isto ocorra. 
Caso a granulometria se enquadre e haja mais que uma ocorrência 
a estudar, deve-se proceder à sua hierarquização com base nos requi-
sitos do fluxograma da figura 7.6. 
Essas condições indicam uma maior resistência mecânica da base pela 
presença de elevada porcentagem de grãos graúdos resistentes, além 
de apresentarem uma porcentagem adequada de finos lateríticos que 
dará coesão para a mesma e, consequentemente, com baixíssima 
permeabilidade, o que é extremamente vantajoso para seu compor-
tamento nas condições ambientais prevalecentes no país.
7.4.1.4 Fluxograma da Fase Preliminar 
A figura 7.6 apresenta o fluxograma da fase preliminar do estudo geotécnico das 
ocorrências granulares.
7.4.2 Fase Básica
Nessa fase serão realizados, sobre as amostras das ocorrências, um elenco 
de ensaios da MCT e os ensaios tradicionais de suporte (CBR e Expan-
são) e resistência dos grãos (ensaio de abrasão Los Angeles). É cons-
tituída de:
Amostragem sistemática.t�
Ensaios da MCT e sua sequência de execução.t�
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Tabela 7.2 FAIXAS GRANULOMÉTRICAS DE SOLO LATERÍTICO-AGREGADO PARA BASE GRANULAR.
183
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
Tratamento estatístico dos valores das propriedades.t�
Qualificação das ocorrências granulares para jazidas.t�
Escolha das jazidas definitivas.t�
Fluxograma ilustrativo das atividades.t�
Figura 7.6 Fluxograma da Fase Preliminar do estudo geotécnico das ocorrências de materiais naturais.
184
Pavimentos Econômicos
7.4.2.1 Amostragem Sistemática
Na prospecção e amostragem das ocorrências granulares, deve ser utilizado 
um procedimento apropriado de sondagem que permita a coleta 
das amostras, com o uso de trado cavadeira, em furos de sonda-
gem equidistantes de 30 m, dispensando a abertura de cavas e 
poços, que é bem mais onerosa. Cada amostra colhida deverá ter 
massa aproximada de 30 kg, quantidade suficiente para a realiza-
ção de todos os ensaios. As sondagens realizadas deverão permitir 
também a quantificação do volume de solo da ocorrência estuda-
da. Durante o processo de sondagem, os furos devem ser executa-
dos até a profundidade em que o solo for julgado aproveitável e 
deverá ser amostrado, o seu perfil, a partir da profundidade de 0,5 
m até o término da ocorrência granular, geralmente menor que 
4 m. Também deve ser identificado o final da ocorrência, por ter 
elevado significado genético (solo saprolítico). Em cada furo colher 
3 amostras para a executação dos ensaios necessários.
7.4.2.2 Ensaios MCT e sua Sequência de Execução
Com os materiais das ocorrências mais promissoras, executar os ensaios 
laboratoriais, conforme os métodos do Anexo II, segundo o roteiro:
Cada uma das amostras dos furos deverá ser submetida a um t�
ensaio de peneiramento, somente com a # 2,00 mm. O material 
da fração que passa será designado de solo fino (SF), gerando 
uma nova amostra.
Com a nova amostra t� (SF), obter sua classificação MCT e os valores 
de suas propriedades, por meio dos ensaios referidos abaixo, e na 
sequência indicada.
Ensaios classificatórios: método da pastilha, Mini-MCV e a] 
Perda de Massa
Executar com cada uma das novas amostras de SF os ensaios clas-
sificatórios, conforme o método expedito da pastilha e os méto-
dos M5 (Mini-MCV) e M8 (Perda de Massa). 
Ensaios para obtenção dos valores das propriedades b] 
Providenciar o preparo de alíquotas de SF, para cada teor de umida-
de, em quantidade suficiente para a compactação dos corpos de 
prova necessários à execução dos ensaios especificados:
Compactação: Ensaio Mini-Proctor - M1, na energia Inter- n
mediária. Com os corpos de prova obtidos determinar as 
propriedades abaixo:
Suporte e Expansão: Ensaio Mini-CBR n , conforme o método 
M2. 
Os corpos de prova devem ser ser ensaiados sem sobrecarga, para 
avaliar essas propriedades (do SF da mistura), a favor da segurança.
185
7ESTUDO DE SOLO LATERÍTICO - AGREGADO COM A MCT
Contração ao ar (ensaio de contração Axial) n : aproveitar, 
eventualmente, os mesmos corpos de prova utilizados na 
determinação do Mini-CBR, sem imersão, e executar o ensaio 
conforme o método M3.
Sequência de Execução dos Ensaios c] 
Os ensaios sobre as amostras dos finos (SF) da ocorrência de mate-
rial granular (no mínimo 10), para sua qualificação, devem ser 
executados na sequência:
c1] Ensaios para a qualificação do comportamento laterítico da ocor- 
 rência, segundo a classificação geotécnica MCT do método 
 M9.
c2] Caso as amostras de SF apresentem comportamento laterítico 
 (grupos LA, LA’ ou LG’), submetê-las aos ensaios indicados 
 no item b. Esses ensaios permitem obter, na Ho da energia 
 Intermediária, os valores individuais das propriedades: Mini- 
 CBRHo, Es e Ct, representativas dos solos das amostras ensaia- 
 das. Para cada propriedade, efetuar o tratamento estatístico 
 dos valores obtidos (no mínimo 10).
7.4.2.3 Tratamento Estatístico dos Valores das 
 Propriedades
O tratamento estatístico dos valores das propriedades indicadas acima 
deverá ser realizado de acordo com o subitem 5.2.3.
7.4.2.4 Qualificação das Ocorrências Granulares 
 para jazidas
Qualificação da parte fina (SF) da ocorrênciaa] 
Os valores estatísticos obtidos das propriedades por meio das amos-
tras de SF servirão para qualificar o material fino da ocorrência. 
Com esses dados, o estudo geotécnico da ocorrência granular 
poderá prosseguir, desde que os valores das propriedades se enqua-
drem na tabela 7.3. Caso todos os resultados dos ensaios atendam 
aos requisitos, o tratamen-
to estatístico poderá ser 
dispensado. 
Os intervalos admissíveis 
considerados na tabela 
refer ida foram obtidos 
tomando-se os valores, 
para as propriedades, base-
ados nos dados provenien-
tes de trechos

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