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OPORTUNIDADES-DE-INVESTIMENTO-NO-SECTOR-DO-COQUEIRO-EM-MOCAMBIQUE

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I. Introdução
As plantações de coqueiros em Moçambique abrangem uma área de aproximadamente 160.000 hectares distribuídos por 4 províncias, (Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Inhambane), e representando a Zambézia cerca de 110.000 ha, ou seja, mais de 70% da área total nacional. O sector familiar, cultivando uma área média de 0,75 ha, ocupa actualmente a maior parte desta área e a economia desta zona costeira depende em grande parte do coqueiro e afecta directa ou indirectamente cerca de 1 milhão pessoas entre produtores, comerciantes e industrias. 
Em Moçambique, contrariamente a todos os outros países produtores de coqueiro, foram as grandes empresas que introduziram a cultura nos princípios do Século XX, tendo o sector familiar aparecido posteriormente e em áreas adjacente às das empresas. Na zambezia por exemplo, no passado, estas grandes plantações industriais representavam mais de 45 mil ha e em valor e quantidade cerca de 60% do total da província devido a fabricarem copra HAD, (hot air dried), seca em grandes estufas, e de terem uma maior produtividade por hectare; o sector familiar, que produz somente copra FM, (fair merchantable), seca ao sol e de menor valor.
As zonas de distribuição do coqueiro na Zambézia, cobrem uma zona junto à costa com cerca de 50 km de largura e em 6 distritos (Nicoadala, Inhassunge, Namacurra, Maganja da Costa, Pebane e Chinde).
O desaparecimento nos últimos 30 anos da quase totalidade das plantações industriais devido à guerra civil, descida de preços do mercado internacional e ainda outros factores, reduziu drasticamente a produção e a qualidade da copra produzida; actualmente a produção é proveniente quase exclusivamente do sector familiar. A total ausência de intervenções por parte do Estado ou das empresas em apoio a este sector (quer antes quer após a Independência) resultou em que hoje ele se caracteriza por uma densidade de palmeiras por hectare muito elevada, desordenadas, intercaladas com outras culturas e de idades muito variável, o que torna difícil qualquer operação cultural para melhorar o seu rendimento. 
Duma forma geral, os palmares do sector familiar encontrem-se envelhecidos – cerca de 75% das árvores têm mais de 45 anos e das quais 50% delas estão entre os 45 e 55 anos e mais de 25% com mais de 55 anos. No antigo sector empresarial, devido ao abandono da maior parte das áreas, a situação é ainda mais dramática: apenas aproximadamente 10% das árvores têm menos de 40 anos.
2. A Doença do Coqueiro
A doença do amarelecimento letal (LYD), que surgiu na Província da Zambézia em 1992, e a seca que se faz sentir nos últimos 9 anos, vieram piorar a situação drasticamente. Em 2003, com financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) teve início um projecto cujos objectivos principais eram o combate à doença, o aumento da produtividade dos coqueiros e a melhoria da transformação dos produtos derivados; este projecto de 5 anos terminou prematuramente ao fim de 2 anos e meio por decisão do financiador não tendo chegado a amenizar senão minimamente o problema da doença. 
Desde 1992 até à presente data a expansão da doença foi muito significativa e estima-se que dum património de mais de 10 milhões de coqueiros só existam hoje cerca de 7 a 8 milhões.
Existem três fábricas de óleo na cidade de Quelimane: Madal, Geralco e Alif Química, que possuem a sua própria rede comercial para a compra de copra do sector familiar na sua área de influência. As duas primeiras empresas têm as suas próprias plantações, mas a copra proveniente delas é insignificante comparada com a adquirida aos pequenos produtores.
A colheita prematura, a LYD, os roubos de cocos, o excessivo autoconsumo e a insuficiente secagem da copra, constituem os principais factores negativos que caracterizam actualmente o sector. A falta de cocos devida á baixa produtividade e à LYD originou roubos que, por sua vez, deram lugar à colheita prematura; a perda de quantidade de copra a nível da província devido a esta prática é superior a 30%. Devido a estes factores o número de cocos para produzir 1 kg de copra passou nos últimos 30 anos de 8 para 10 e até mais.
3. A importância econômica do Coqueiro
3.1. A matéria prima
O coqueiro produz ao longo de todo o ano mas com forte predominância na época das chuvas (Dezembro a Março). O gráfico abaixo representa esta situação, apenas na Zambézia:
A produção actual equivalente em copra da província em 2008 foi estimada em 35.403 ton, isto é, aproximadamente equivalente a 354 milhões de cocos, o que comparado a anos anteriores (v. quadro) dá uma ideia da rápida deterioração do sector:
	
	 1970
	 1990
	 2008
	SECTOR EMPRESARIAL
	 
	 
	 
	Copra comprada ao sector familiar 
	 
	 2.660
	10.450
	Copra produzida
	55.360
	13.036
	 1.953
	Copra vendida/exportada
	45.096
	15.696
	  0
	Copra para a produção de sabão
	 
	 
	 606
	Copra para a produção e venda de óleo
	10.264
	 0
	 9.844
	SECTOR FAMILIAR
	 
	 
	 
	Produção total 
	 30.264
	 36.696
	 33.450
	Copra vendida
	 10.264
	 15.696
	 10.450
	Venda de cocos frescos *
	 5.000
	 5.000
	 6.000
	Autoconsumo de cocos frescos *
	 15.000
	 16.000
	 17.000
	TOTAL
	 85.624
	 49.732
	 35.403
	Nº de cocos total estimado
	684.992
	447.588
	354.031
	Nº de cocos/1 kg copra
	 8
	 9
	 10
	* Estimado
	
	
	
N: Os valores são equivalentes a toneladas de copra
Estima-se que o autoconsumo e a venda de coco fresco representem ate 2008 cerca de 65% da produção total o que contrasta com a situação de 1970 que era de apenas 23%. 
3.2. Oportunidades de investimento
A cultura do coqueiro em Moçambique atravessa uma crise sem precedentes e a matéria prima principal, (o coco), já é insuficiente para a capacidade instalada de elaboração dos actuais operadores para além de que a sua qualidade média é fraca.
Contudo, existem para já outras oportunidades de investimento no que respeita ao aproveitamento da casca, da fibra e do tronco, e, a médio prazo/longo, o aproveitamento da amêndoa e da fibra, num sistema integrado, podendo virar assim uma nova pagina no trato econômico, por atrair novos investimentos.
3.3. A casca de coco
A casca do coco, (endocarpo), é a matéria vegetal mais densa da natureza e, por essa razão, produz um excelente carvão activado devido à sua dureza e uniformidade. A sua utilização principal é na indústria mineira da extracção do ouro, que exige um carvão activado de alta qualidade; as tecnologias de extracção do ouro (CIP e CIL) usam quase exclusivamente carvão activado de casca de coco; as indústrias de bebidas, de automóveis e muitas outras necessitam igualmente de carvão activado. A quantidade de casca potencialmente disponível é aproximadamente igual ao peso de copra produzida e comercializada, ou seja, cerca de 12.000 ton, mas se o preço da casca, (ou do carvão por ela produzido), for atractivo, poder-se-á ainda contar com parte adicional da casca proveniente do autoconsumo, o que poderá atingir próximo das 30 mil ton. 
A produção do carvão de casca de coco é feita normalmente com a utilização de um tambor de combustível usado de 200 Lt. e o seu fabrico é simples e está ao alcance dos pequenos produtores. A nível industrial, existem hoje fornos adequados à carbonização da casca do coco, que tiram melhor rendimento e recolhem os produtos derivados da carbonização, resultando numa qualidade final superior. De momento existem stocks de carvão em grande quantidade que não tiveram utilização comercial por falta de mercado para ou por falta de uma unidade de transformação; a utilização da rede comercial da copra para a compra de carvão é uma via possível e eficiente para fazer chegar esta matéria-prima a uma unidade fabril de transformação.
A África do Sul consome anualmente largas quantidades de carvão activado, a maior parte obtido pela importação e outra pela reactivação do carvão já utilizado. A casca do coco de Moçambique (nativo) tem uma espessura de cerca de 3,8 mm o que comparados com a dos híbridos (2,8 mm),resulta numa diferença significativa na qualidade do produto final; dependendo da tecnologia usada, a percentagem de carvão activado que se obtém para 1Kg de casa é entre 15% a 20%, o que representa que existe um potencial de produção imediato da ordem das 2.000 ton que pode vir a atingir as 5.000 tons/ano ou mais.
Produzir briquetes do carvão de casca de coco (pela tecnologia do “carvão verde”), é outra possibilidade de comercialização e que normalmente se utiliza para aproveitar pó e pedaços que não têm as dimensões necessárias para a activação. É um produto de muita qualidade e com um grande mercado doméstico em particular na África do Sul onde existe uma grande tradição de churrasco, (braai).
3.4. A madeira de coqueiro
Constitui um recurso imenso e que não é explorado senão minimamente pelo sector familiar e duma forma artesanal para a construção de suas casas e para pequenas obras; nesta utilização não é aplicado qualquer tratamento químico e tem um tempo de vida útil reduzido devido principalmente à invasão de fungos. Nas plantações de coqueiros, a morte de uma árvore exige a sua retirada ou destruição imediata para prevenção do “Rhinoceros beetle”; a destruição é um trabalho árduo e dispendioso pois é necessário cortar o tronco em pedaços e abertos ao meio para acelerar a sua queima; o seu aproveitamento para madeira pode amplamente justificar esse custo.
Assumindo que dum tronco com 20 m de comprimento e um diâmetro máximo de 0,3 m e mínimo de 0,15, se obtém 0,9 m3 de material utilizável, e do qual se tira 33% de madeira de alta densidade e 12% de densidade média, e do restante em material, pode ser carbonizado e aglutinado. As árvores nativas que têm estas dimensões têm cerca de 50-60 anos e constituem uma fonte renovável e ecológica de energia. 
Estima-se que o número de árvores que anualmente atinge a idade não económica é de cerca de 100.000 o que representa haver um potencial de corte diário superior a 250 coqueiros, ou seja, de 80 m3/dia de madeira de qualidade, numa base sustentável. 
Para além deste facto, o número estimado acumulado de árvores com mais de 55 anos mais as que estão afectadas pela LYD, é superior a 3 milhões, precisando de ser replantados ou destruídas; mesmo considerando que 60% delas não ofereça condições económicas para a extracção de madeira, (estado, distância geográfica, etc.), ainda representa um potencial superior a 1 milhão de metros cúbicos de madeira e pelo menos outro tanto em materiais carbonizáveis que podem ser transformados em briquettes. 
A madeira de coqueiro é utilizada numa enorme variedade de produtos; contudo, ela é substancialmente diferente da madeira habitual: a sua densidade específica varia de 1,1 na base exterior a 0,4 no topo e aumenta do centro para o exterior. Assim, o corte dos troncos tem de ser efectuado tendo em conta estas características; o exterior do tronco do coqueiro produz um excelente parquet e boa madeira estrutural; as partes interiores e superiores podem ser utilizadas para revestimento de paredes, etc. A tecnologia para o corte e utilização da madeira de coqueiro está hoje bem estabelecida, (FAO Technical HandbooK – Killman and Fink).
3.5. O Carvão
O uso de biomassa per capita em Moçambique é de 1,06 ton de lenha, uma vez que representa 94% de toda a energia utilizada. As necessidades de Moçambique em biomassa são largamente superioras à lenha existente actualmente, em especial nos centros urbanos. A lenha para cozinhar, aquecimento e para secagem é de longe a principal fonte de energia. 
Em 2000, um estudo pela FAO: “Review of the existing studies to fuelwood and/or charcoal in Mozambique” (http://www.fao.org/docrep/004/x6796e/XE6796E00.htm#TOC) dá uma ideia da difícil situação energética que se vive nos centros urbanos. Assim, qualquer estudo de viabilidade dos recursos do coqueiro deve ter em atenção o uso de energia proveniente da biomassa na região.
Moçambique é rico em espécies florestais de madeira tropical e existem que, diariamente, produzem centenas e centenas de toneladas de resíduos. Com tais recursos, a produção de briquettes de carvão com tecnologias do tipo Pro-natura (carvão verde), pode constituir também uma possibilidade de negócio. Já existe uma máquina Pro-natura na África do Sul, país este que se debate igualmente com o problema energético e que pode vir a absorver a totalidade da produção.
3.6. A Fibra de Cairo
É um produto que se pode transformar em cordas, fios, tapetes, coberturas para telhados, geo – têxteis e em horticultura (coir pith). A fibra ainda pode ser utilizada para a construção civil misturada com cimento, na fabricação de painéis, blocos, coberturas, etc. Considerando a que a fibra do coco não é praticamente usada existe ainda um grande potencial para a sua industrialização, havendo inúmeros produtos que podem ser fabricados, dependendo apenas do mercado. 
3.7. O Óleo de Coco Virgem Orgânico
 A maior parte das fases de fabricação do óleo de copra são idênticas às utilizadas no “processo directo” para a extracção do óleo de coco, que utiliza o coco fresco como matéria-prima e não a copra. No entanto, as vantagens são:
· O processamento da amêndoa é efectuado imediatamente após a sua extracção o que reduz substancialmente o potencial de crescimento dos microrganismos e a sua contaminação;
· Cortando a amêndoa em escamas (à semelhança do processo usado no fabrico do coco ralado), obtém-se maior eficiência porque aumenta a área onde é feita a transferência de calor e a evaporação e reduz a distância que esse calor e a humidade têm de percorrer. Em termos práticos, enquanto a copra leva de 1 a 4 dias a secar, (dependendo do método utilizado), a amêndoa cortada em escamas pode secar entre 20 minutos a 1 hora. Além disso, a humidade precisa apenas de ser reduzida para 11%, (ao contrário de 4% para a copra), para se atingir a eficiência máxima nas prensas;
· Enquanto está quente, (devido ao processo normal de secagem), a amêndoa desidratada é levada directamente às prensas o que representa uma grande economia de energia quando comparado com a copra em que é necessário aquecer previamente a temperaturas entre os 65º C e os 120º C;
· O produto primário do processo directo é um óleo incolor com um teor insignificante em ácidos gordos livres (FFA <0,1%), o que simplifica a conservação e tem, portanto, uma longa duração;
O ÓLEO DE COCO VIRGEM ao contrário do óleo de copra, pode ser consumido sem mais nenhum processamento e pela sua pureza, é muito usado na indústria alimentar e de cosméticos; o facto de em Moçambique as plantações de coqueiros não utilizarem adubos minerais ou agrotóxicos de qualquer espécie, torna este produto com possibilidades de ser certificado como orgânico o que traz vantagens acrescidas no mercado internacional. 
O bagaço resultante deste processo é também de alta qualidade, rico em proteínas, com um baixo teor de aflotoxinas, adequado para a alimentação de animais como gado bovino e aves, (o bagaço de copra só pode ser dado a porcinos), e, quando produzido em boas condições de higiene, pode ser comercializado directamente para a alimentação humana na forma de farinha (“coconut flour”).
Muito embora o número de cocos actualmente produzido seja relativamente baixo, o aparecimento de uma indústria que possa pagar pelo coco um preço mais atractivo do que é dado pela copra ao produtor, pode fazer reverter à situação actual da produção de cocos com destino à copra e ao autoconsumo a favor desta indústria. 
A produção de óleo virgem também pode ser descentralizada e feita a baixo custo pois existem hoje tecnologias simples capazes de produzir 1.000 a 1.500 Lt. de óleo/mês capazes de ser operadas por pessoas sem qualificação especial; a grande vantagem deste sistema é o facto da produção estar junto da matéria-prima, transportar-se produto acabado, ser possível abranger uma área superior e ser mais independente da actual rede comercial; as desvantagens são, inicialmente, ao nível da gestão e do controlo de qualidade. Um sistema que comece centralizado e que gradualmentevá instalando pequenas unidades artesanais nos locais mais distantes, é uma possibilidade a ter em conta com factor de expansão.
Conclusão
Dada à importância da produção coqueira, Moçambique conseguiu um dos grandes investimentos do “Millenium Chalenge Corporation” (USA), que financiou o projecto (Farmer Income Support Project - FISP), de 13,8 milhões de dólares, destinado a amenizar a situação no sector do coqueiro, particularmente na Zambézia, onde é o berço da produção coqueira em Moçambique.
No projecto estava incluída uma componente, (Business Fund), de 1 milhão de dólares, destinados a financiar em condições muito favoráveis novos investimentos em pequenos e médios agro – negócios inovadores nesta zona costeira do país, e, para além deste facto, o projecto podia criar o clima favorável a todo e qualquer investimento que contribuía para a melhoria da situação do sector em termos económicos.
O projecto previa igualmente o corte e destruição, (ou remoção), de cerca de 1 milhão de coqueiros atingidos pela LYD e plantar 650.000 novos coqueiros; significa que estariam disponíveis gratuitamente grandes quantidades de madeira.
Para além deste, são também factores favoráveis ao investimento:
· A quantidade significativa de algumas matérias-primas derivados do coco disponíveis, (casca, madeira, fibra, etc.);
· A existência duma rede comercial que pode ser utilizada para as adquirir; 
· A legislação fiscal favorável aos investimentos e o grande empenhamento do Estado em investimentos nesta região do país;
· A existência de infra-estruturas, nomeadamente, espaços industriais disponíveis, rede de fornecimento de electricidade e de água potável, um porto marítimo, com taxas reduzidas e bem equipado, etc.
· As empresas agro-industriais locais, duma forma geral, estarem abertas a entrar em negociações com parceiros estrangeiros que possam trazer tecnologia e mercados, contribuindo com o conhecimento do terreno, com a sua rede de comercialização e, eventualmente, com instalações.
Após a independência, por diversos factores de ordem externa e interna, Moçambique foi perdendo a sua importância económica na área de produção coqueira, mas os investimentos que foram sendo realizados nos últimos anos em estradas, porto marítimo, energia, água potável, a ponte do Zambeze, telecomunicações, universidades, etc., vão certamente fazer com que volte a ter a importância que corresponde à sua riqueza natural e à sua população.

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