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Comunicacao_Empresarial (2)

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UNIVERSIDADE PARANAENSE 
 
MANTENEDORA 
Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC 
 
REITOR 
Carlos Eduardo Garcia 
Vice-Reitora Executiva 
Neiva Pavan Machado Garcia 
Vice-Reitor Chanceler 
Candido Garcia 
 
 
 
Diretorias Executivas de Gestão 
Administrativa 
Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica 
 
Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários 
Cássio Eugênio Garcia 
Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação 
Institucional 
Cláudia Elaine Garcia Custodio 
Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais 
Permanentes e de Consumo 
Rosilamar de Paula Garcia 
Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros 
Rui de Souza Martins 
Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico 
Sônia Regina da Costa Oliveira 
Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas 
Jânio Tramontin Paganini 
Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos 
Lino Massayuki Ito 
Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior 
Maria Regina Celi de Oliveira 
Diretor Executivo de Gestão da Pesquisa e da Pós-Graduação 
Régio Marcio Toesca Gimenes 
Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária 
Adriano Augusto Martins 
Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária 
José de Oliveira Filho 
 
 
 
 
 
Diretorias dos Institutos Superiores das 
Ciências 
 
Diretora do Instituto Superior de Ciências Agrárias, 
Tecnológicas e Geociências 
Giani Andréa Linde Colauto 
Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências 
Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais 
Aplicadas e Educação 
Fernanda Garcia Velásquez 
Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, 
Médicas e da Saúde 
Irinéia Paulina Baretta 
 
 
 
 
Diretorias das Unidades Universitárias 
 
 
Diretor da Unidade de Umuarama – Sede 
Nílvio Ourives dos Santos 
Diretor da Unidade de Toledo 
Roberto Ferreira Niero 
Diretora da Unidade de Guaíra 
Sandra Regina de Souza Takahashi 
Diretora da Unidade de Paranavaí 
Edwirge Vieira Franco 
Diretor da Unidade de Cianorte 
José Aparecido de Souza 
Diretor da Unidade de Cascavel 
Gelson Luiz Uecker 
Diretor da Unidade de Francisco Beltrão 
Claudemir José de Souza 
 
 
SEMEAD – SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAÇÃO 
A DISTÂNCIA 
Secretário Executivo 
Carlos Eduardo Garcia 
Coordenação Geral de EAD 
Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores nas Áreas de 
Educação, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas 
Heiji Tanaka 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de 
Ciências Sociais Aplicadas 
Evandro Mendes Aguiar 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão de Normas Bibliográficas 
Inês Gemelli 
 
Diagramação e Capa 
Sandro Luciano Pavan 
 
* Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela 
reservados. 
 
 
U58c UNIPAR - Universidade Paranaense. 
 Comunicação empresarial / Altair de Souza Carneiro (Org.). 
 – Umuarama: Unipar, 2013. 
 93 f. 
 
 ISBN 
 
 
 1. Linguagem e comunicação. 2. Ensino a distância - EAD. I. 
 Universidade Paranaense. II. Título. 
 
 (21 ed.) CDD: 401.4 
SUMÁRIO 
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 
 
Apresentação ............................................................................................................................ 5 
Introdução ................................................................................................................................. 9 
 
UNIDADE I: Elementos Básicos da Comunicação ...................................... 11 
Objetivos ................................................................................................................................... 11 
O que é comunicação? ......................................................................................................... 11 
Canais, recepção, mensagem fluxo ................................................................................. 14 
Estilo de linguagem: formal, informal, técnica, pronomes de tratamento .... 16 
Atividades ................................................................................................................................. 23 
Referências ............................................................................................................................... 31 
 
UNIDADE II: A Linguagem Como Ferramenta Empresarial ............... 33 
Objetivos ................................................................................................................................... 33 
Vícios e erros de linguagem .............................................................................................. 33 
Concordância verbal ............................................................................................................ 35 
Concordância nominal ........................................................................................................ 38 
Quanto a acentuação ............................................................................................................ 40 
Emprego da crase .................................................................................................................. 41 
Ortografia .................................................................................................................................. 42 
Quanto ao hífen ...................................................................................................................... 44 
Uso dos porquês ..................................................................................................................... 46 
Atividades ................................................................................................................................. 47 
Referências ............................................................................................................................... 52 
 
UNIDADE III: Técnicas Para a Linguagem Escrita ..................................... 53 
Objetivos e finalidades ........................................................................................................ 53 
Eficiência da comunicação ................................................................................................. 54 
Contratos administrativos ................................................................................................. 56 
Memorando .............................................................................................................................. 59 
 
 
Ofício ........................................................................................................................................... 61 
E-mail ......................................................................................................................................... 63 
Códigos de conduta empresarial .................................................................................... 64 
Atividades ................................................................................................................................. 66 
Referências ............................................................................................................................... 66 
 
UNIDADE IV: Técnicas Para a Linguagem Oral ........................................... 68 
Objetivos ................................................................................................................................... 69 
Reuniões eficientes, dispersão da comunicação ...................................................... 70 
Preparação de slides para apresentação ..................................................................... 72 
Dicção e técnicas de oratória: pronunciacorreta .................................................... 75 
O que é aceitável ou não na contração das palavras .............................................. 80 
Vícios na linguagem oral .................................................................................................... 83 
Comunicação corporal – vícios e virtudes .................................................................. 87 
Postura e aparência .............................................................................................................. 88 
Desenvolvimento da fala .................................................................................................... 89 
Conclusão e encerramento ................................................................................................ 89 
Atividades ................................................................................................................................. 92 
Referências ............................................................................................................................... 93 
 
Apresentação 
 
 
Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de 
um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e 
Comunicação disponíveis que favorecem a construção do conhecimento, a 
revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a 
assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e 
comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o 
conhecimento científico e tecnológico, através da Educação a Distância. 
Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e 
buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, 
responsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais 
democrática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e 
acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. 
Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da 
Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como 
objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, 
possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância 
dele em sua formação profissional. 
 
Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. 
 
Carlos Eduardo Garcia 
Reitor 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), 
 
Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a 
distância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e 
atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são 
planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos 
objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. 
As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento 
das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e 
práticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos 
organizados em diferentes suportes de informação e comunicação. 
As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de 
comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as 
dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre 
assuntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas 
no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e 
orientá-lo no que for necessário. 
As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se 
obrigatoriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme 
dispuser o plano de ensino da disciplina. 
Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma 
equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa 
com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que 
você se encontra. 
O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a 
interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora 
disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos 
comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. 
A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem 
– AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de 
tutoria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que 
você se aproprie do conhecimento. 
Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos 
sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos 
fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o 
sucesso da sua aprendizagem. 
 
Bons estudos! 
e-@braços. 
 
Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato 
Coordenadora Geral da EAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), 
 
Este Guia Didático é composto de informações e exercícios de análise, 
interpretação e compreensão dos conteúdos programáticos da disciplina de 
Comunicação Empresarial do Curso de Graduação em que você se encontra 
matriculado. 
 
O Guia Didático foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano 
de ensino da disciplina, conforme os critérios estabelecidos no Projeto Pedagógico 
do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currículo do Professor 
Conteudista responsável pela elaboração deste material: 
Disciplina: Comunicação Empresarial 
Autor: Altair de Souza Carneiro 
Graduado em Língua Portuguesa, pela Universidade Paranaense - UNIPAR 2003, e 
Graduado em Filosofia, pela Faculdade Bagozzi de Curitiba em 2008; Especialista 
em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pela UNIPAR (2004) e Especialista em 
Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela FTC - Bahia - EaD (2010); 
Mestre em Filosofia em 2013, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 
UNIOESTE - Toledo - PR; atualmente exerce função de Professor, na Universidade 
Paranaense - UNIPAR e a função de Coordenador Pedagógico de Filosofia e 
Sociologia do Núcleo Regional da Educação de Umuarama - PR. 
Além do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores 
mediadores devidamente preparados para acompanhá-lo e auxiliá-lo, de forma 
colaborativa, na construção de seu conhecimento. 
Bons momentos de estudos! 
e-@braços. 
 
Evandro Mendes Aguiar 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de 
Ciências Sociais Aplicadas 
INTRODUÇÃO 
 
Como disse o grande filósofo e pensador Sêneca: 
 
“Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, 
são difíceis porque não ousamos empreendê-las”. 
 
Sejam bem vindos a esta disciplina de Comunicação Empresarial da EaD UNIPAR. 
Ousamos com esta disciplina tratar de conceitos e regras basilares pertinentes ao 
âmbito empresarial, aproximando a linguagem padrão/formal do dia a dia na 
empresa. Pois, na contemporaneidade se exige cada vez mais de um funcionário 
com múltiplas habilidades, sejam elas na produção, no interrelacionamento, seja 
pelo uso correto da linguagem na comunicabilidade. Neste intuito, ousamos 
apresentar quatro unidades que possibilitará auxiliar-nos na ação profissional. 
Na Unidade I, abordaremos sobre os Elementos Básicos da Comunicação porque 
acreditamos que independentemente da área de atuação profissional, escrever e 
falar corretamente constitui-se em um requisito imprescindível a qualquer pessoa 
que deseja alcançar o sucesso profissional. Nesta unidade, trataremos dos itens 
necessários ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo apresentando-
lhes técnicas de comunicação eficiente, bem como osprincipais elementos desta 
comunicação; e os níveis de linguagem estabelecidos como formal, informal, e 
técnico; e por fim, os pronomes de tratamento e sua correta forma de uso. 
Na Unidade II, A Linguagem como Ferramenta Empresarial versaremos sobre os 
elementos necessários para uma comunicação eficiente, no qual possa levar o 
profissional ao sucesso no mercado de trabalho. Neste prisma, problematizaremos e 
apresentaremos os principais vícios e erros na linguagem; bem como os usos 
corretamente das concordâncias verbal e nominal; e por fim, os processos de 
acentuação, ortografia, hifenização, as novas regras da ortografia, e uso dos 
porquês; pois entendemos que tais elementos tornam-se ferramentas fundamentais 
para uma linguagem escrita e oral de qualidade. 
Na Unidade III, Técnicas para a Linguagem Escrita abordaremos sobre as 
principais técnicas para uma escrita empresarial de qualidade. Porque 
compreendemos quão importante são a clareza e a concisão no processo de 
comunicação empresarial. Neste sentido, trataremos dos objetivos e finalidade da 
 
 
escrita formal visando à eficiência na comunicação; dos documentos administrativos, 
tais como: contratos, memorando, ofício e-mail e códigos de condutas das 
empresas, enfatizando qual tipo de linguagem regem as redações empresariais. 
Na Unidade IV, Técnicas para a Linguagem Oral observaremos que a oralidade 
correta torna-se um dos principais elementos da eficiência na comunicação, 
portanto, discutir as técnicas para a linguagem oral pressupõe pensar a oralidade 
como processo de uma prática social interativa. Assim a fala torna-se o objeto 
necessário de um processo de produção discursivo seja no ambiente empresarial ou 
não. Nesta perspectiva, em nossa última unidade debateremos e problematizaremos 
o uso de uma linguagem prática propriamente dita. Tais práticas como: reuniões 
eficientes, dispersão da comunicação; preparação de slides para apresentação; 
dicção e técnicas de oratória, pronúncia correta, vícios na linguagem oral, e as 
principais regras da comunicação corporal. 
Portanto, acadêmicos este Guia Didático foi produzido pensando em você, na suas 
relações diárias, sejam elas na empresa, na universidade, e no seu dia a dia. Pois 
acreditamos que uma formação profissional se faz constantemente, e que não há 
obras plenas, acabadas, totalmente concluídas. Somos sujeitos por fazer-se. E que 
você possa ousar em empreendê-los nos projetos profissionais que almeja. Ouse 
sempre.
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 11 
 
UNIDADE I: ELEMENTOS BA SICOS DA 
COMUNICAÇA O 
 
OBJETIVOS 
 Perceber a necessidade de uma comunicação eficiente na sociedade 
contemporânea. 
 Compreender os elementos básicos do processo de comunicação. 
 Entender o processo de comunicação nas suas diversas formas, isto é, 
formal, informal, técnico e consequentemente o uso dos pronomes de 
tratamento para cada momento da comunicação. 
Caros Acadêmicos! 
Sabemos que independentemente da área de atuação, escrever e falar 
corretamente constitui-se num requisito imprescindível a qualquer pessoa que 
deseja alcançar o sucesso profissional. Nesta unidade, abordaremos itens 
necessários ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo apresentando-
lhes técnicas de comunicação eficiente no âmbito empresarial, bem como os 
principais elementos desta comunicação; e os níveis de linguagem estabelecidos 
como Formal, informal, e técnico; e por fim, os pronomes de tratamento e sua 
correta forma de uso. 
 
O QUE É COMUNICAÇÃO? 
Comunicação é um processo de interação entre as pessoas que teve sua origem na 
civilização do homem e permanece até a contemporaneidade como um dos 
principais elementos de sobrevivência do indivíduo. Podemos dizer que a 
comunicação é a troca compreensiva e significativa de ideias, palavras, ações e 
sentimentos entre duas ou mais pessoas, com a intenção de informar, educar, 
formar opiniões e interagir com o meio que nos cerca. Deste modo, a comunicação é 
de vital importância, pois se constituiu como a principal ferramenta de integração, de 
instrução e de convivência social. Segundo Maigret (2010, p. 17): 
 
 
 
12 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Comunicar consiste em convocar objetos, relações sociais e ordens 
políticas. Toda comunicação propõe um composto de elementos 
momentaneamente indivisíveis: um modelo de troca funcional entre os 
homens, um ponto de vista sobre suas relações de poder e de cultura, uma 
visão de ordem política que os une. 
Em uma definição, podemos dizer que a palavra comunicação “origina-se do latim 
communicare, que significa partilhar, dividir, tornar comum, associar, trocar 
opiniões”1. Sendo assim, quando comunico algo a alguém esta mensagem torna-se 
comum aos dois. E esta comunicação torna-se pública, e sendo pública passa a 
pertencer a uma comunidade, nesse sentido, quando comunico algo a alguém, 
passo a trocar informações, experiências, ideias e sentimentos, e etc. É neste 
sentido que vemos a comunicação como processo, vital e necessário em todas as 
dimensões da vida do indivíduo. 
A comunicação enquanto processo versa na transmissão de conhecimento e 
informação de um emissor a um receptor que recebe, decodifica, isto é, interpreta 
uma mensagem. E assim, pela e/na comunicação os seres humanos partilham 
informações entre seus pares. Constituindo em ato a necessidade de comunicar, 
podemos afirmar que o ato de comunicar torna-se uma atividade basilar para se 
viver em sociedade. 
Na sociedade moderna este processo de comunicação passou por algumas 
mudanças significativas, principalmente com a variedade de profissões existente. A 
comunicação passou de um ato de sobrevivência entre os primórdios a uma 
comunicação espontânea e informal entre as pessoas, através da fala, do gesto, do 
telefonema, da carta e etc. 
Quando pensamos a comunicação em sentido profissional e empresarial, esta se 
diferencia pela finalidade e pelos objetivos em que a empresa almeja. Neste prisma, 
a comunicação de uma empresa passa ser a principal área estratégica de 
planejamento no ramo de desenvolvimento empresarial. Porque o sucesso de uma 
empresa pauta-se em uma boa estratégia de comunicação, sejam, entre 
funcionários, patrões, fornecedores e o marketing: 
 
1
 XIMENES, S. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Ediouro, 2001. 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 13 
 
Nas abordagens que tradicionalmente dominam no âmbito da comunicação 
empresarial, o objetivo primordial da empresa é buscar a melhor mensagem 
e o melhor meio para estabelecer contatos com os públicos-alvo, visando 
mudar modos de pensar, influenciar decisões, modificar os subordinados 
para o alcance dos objetivos organizacionais, anunciar eventos, vender 
alguma coisa e eliminar conflitos. (CARDOSO, 2006, p. 5). 
Podemos pensar no contexto contemporâneo, a comunicação e a informação como 
principais elementos das estratégias de gestão empresarial e estas passam a ser 
um desafio que precisa ultrapassar ideias e formulas ultrapassadas, em que o 
monopólio da verdade se estabelece e se cristaliza como pronta e acabada. 
Quando o processo de comunicação e informação na empresa pautar-se no ser 
humano, onde se valoriza a capacidade criadora do sujeito, sem desprezar sua 
singularidade e sua afetividade, este diferencial valorativo será o elemento fundamental 
de sucesso em uma empresa. “(...) a empresa precisa, da melhor forma possível, 
comunicar-se com a comunidade, com o cliente, com os agentes governamentais, com 
os fornecedores, enfim, com outras organizações e/ou agentes que também atuam 
nesse universo ou rede. A comunicação assume, assim, um papel fundamental na 
absorção e divulgação dos novos paradigmas empresariais, podendo agir como 
poderosa ferramenta estratégica de gestão”(Idem, p. 6). 
O processo de comunicação humana pode ser: 
 Intrapessoal: quando um indivíduo se comunica consigo mesmo (agenda, 
diário, lembrete de reunião, e outros); 
 Interpessoal: quando um indivíduo se comunica com outra pessoa 
(conversa entre dois colegas, entre patrão e funcionário, entre funcionário e 
fornecedor, e etc.); 
 Intergrupal: quando as mensagens circulam entre grupos (funcionários de 
uma empresa, turmas de alunos, bancadas de partidos, nações, e etc.) e; 
 Intragrupal: quando as mensagens circulam dentro de um grupo 
(funcionários unidos para cumprir uma meta, funcionários que se reúnem 
para reinvidicar melhores condições de trabalho, e etc.). 
 
Quando falamos de processo de comunicação temos ainda os elementos produzidos 
pela indústria cultural a qual nos acostumamos a chamar de comunicação de massa, 
isto é, são aqueles meios de comunicação dirigidos ao grande público por meio do 
 
 
14 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
rádio, TV, cinema, jornal, revista etc. que por hora deixaremos em suspense, por 
não ser objeto de nosso estudo. 
 
CANAIS, RECEPÇÃO, MENSAGEM FLUXO 
O processo de comunicar-se apresenta outras formas de comunicação que recorrem 
a sistemas de sinais não linguísticos. Esses sistemas são denominados de 
comunicação não-verbal. Temos como exemplos: 
Figura 1: Comunicação não-verbal 
 
 
Fonte: Vânia Maria do Nascimento Duarte. Elementos da Comunicação. Disponível em: 
http://www.portugues.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html. Acesso em: 29 out. 2013. 
 
E para que o processo de comunicação aconteça de forma que a mensagem possa 
ser decodificada pelo seu receptor é necessário observar as funções de cada 
elemento da comunicação disposta neste gráfico: 
 
 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 15 
 
Para que a mensagem possa tornar-se uma comunicação eficiente, ela deve passar 
por estes elementos: Emissor – emite, codifica a mensagem; Receptor – recebe, 
decodifica a mensagem; Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; Código – 
conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem, isto é, a língua 
em que a mensagem está escrita; Referente – contexto relacionado a emissor e 
receptor; Canal – meio pelo qual circula a mensagem, isto é, jornal, carta, e-mail, 
rádio, televisão, fax, e etc. 
A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, 
sons, uma língua natural, português, inglês, espanhol, etc., ou outros códigos que 
possuem um significado, por exemplo, as cores do semáforo, as placas de 
sinalização do trânsito. A mensagem é transportada até o destinatário através de um 
canal de comunicação, o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, 
telefone, comunicado na televisão ou no rádio, etc. Nesse processo podem ser 
identificados os seguintes elementos: emissor, receptor, código (sistema de sinais) e 
o canal de comunicação. 
Outro elemento presente no processo comunicativo é o ruído, caracterizado por tudo 
aquilo que afeta o canal, perturbando a perfeita captação da mensagem, por 
exemplo, falta de rede no celular, uma comunicação que chega distorcida ao seu 
destino na empresa. 
Entende-se por ruído tudo aquilo que afeta, em diferentes graus, a transmissão da 
mensagem: pouca atenção do receptor, erros de codificação, voz muito baixa ou 
encoberta por uma música etc. O termo ruído não se refere somente a perturbação 
sonora, aplica-se, também, à comunicação visual (erros de digitação e uma mancha 
numa tela são ruídos) e a outros tipos de comunicação. 
Quando a comunicação se realiza por meio de uma linguagem falada, ou, escrita, 
denomina-se comunicação verbal. É uma forma de comunicação exclusiva dos 
seres humanos e é a mais importante na sociedade humana. 
 
 
 
16 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
ESTILO DE LINGUAGEM: FORMAL, INFORMAL, TÉCNICA, PRONOMES 
DE TRATAMENTO 
A linguagem tem normas, princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, 
pensamos que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a 
grande maioria das pessoas, expressar-se corretamente em língua portuguesa 
significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal, acentuação etc. Há, 
no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o gramatical, que é o de 
inadequação de linguagem ao contexto. 
Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do que 
nas provas da escola ou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com 
pessoas desconhecidas, de outras gerações vitais, não convém utilizar algumas 
gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em nos compreender. Numa dissertação 
solicitada num vestibular ou um concurso público já precisamos empregar um 
vocabulário mais formal. Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de 
linguagem. Vejamos alguns níveis de linguagem: 
 
NÍVEL FORMAL-CULTO OU PADRÃO: trata-se de uma linguagem mais formal, que 
segue os princípios da gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos 
jornais e nos livros em geral. Observe este trecho de jornal: 
“Na semana passada, milhares de americanos saíram às ruas para 
protestar contra os novos programas de espionagem dos Estados Unidos 
que exploram as imensas pegadas digitais da vida privada no século 21. As 
pesquisas de opinião apontam que a população americana está dividida 
sobre o tema. Surpreendentemente, ou não, grande parte apóia o uso 
desses expedientes invasivos dentro do pressuposto de que a intrusão 
aumenta a segurança pessoal e nacional. Essa é uma discussão antiga, 
sobre os limites do público e do privado, mas que ganhou muito mais 
urgência e abrangência na era da comunicação total, que é também a era 
da exposição total. E não só na área política ou policial, mas também na 
esfera econômica. Nossos comportamentos estão cada vez mais 
intermediados por softwares, aplicativos, transações eletrônicas. O cidadão 
digital está nu. O Google sabe muito mais das pessoas do que muito dos 
seus amigos e parentes mais próximos”. (...) (Folha de São Paulo – on line, 
29 de outubro de 2013, Editorial). Somos o que buscamos, Nizan Guanaes. 
Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/2013/10/1363591-
somos-o-que-buscamos.shtml. Acesso em 29 out. 2013. 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 17 
 
Percebemos aqui uma linguagem ‘limpa’ sem ruídos, em que a mensagem foi 
passada de forma clara e objetiva, e que as regras gramaticais foram respeitadas 
corretamente. 
 
NÍVEL COLOQUIAL-POPULAR-INFORMAL: é a linguagem empregada no cotidiano. 
Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões populares e não obedece às 
regras da gramática normativa. Veja estes exemplos: 
 
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar esquentando muito? 
Me parece que as coisas no fim sempre dão certo”. 
 Estou preocupado. (norma culta). 
 Tô preocupado. (língua informal). 
 Tô grilado. (gíria, limite da língua popular). 
 
PROFISSIONAL OU TÉCNICO: é a linguagem que alguns profissionais, como 
advogados, economistas, médicos, dentistas etc. utilizam no exercício de suas 
atividades. 
 
Exemplo: na profissão de médico, podemos observar uma linguagem própria desta 
profissão, vejamos: "O paciente, enquanto tuberculoso, apresentou sintomas 
depressivos". Assim observamos que a exemplo do médico as demais profissões 
têm uma linguagem própria restrito a um grupo que realmente codifica e interpreta a 
mensagem. 
 
Dominar uma língua, portanto, não significa apenas conhecer normas gramaticais, 
mas, sobretudo empregar adequadamente essa língua em várias situações do dia a 
dia: na escola, no trabalho, com os amigos, num exame de seleção, no trabalho e na 
empresa. 
 
PRONOMES DE TRATAMENTO 
O Manual de redação da Presidência da República (2002) apresenta algumas regras 
fundamentaispara o uso correto das formas de tratamento. Vejamos: 
 
 
18 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Concordância: Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades 
quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. O verbo e os pronomes devem 
estar na terceira pessoa. 
Exemplo: “Vossa Excelência e sua comitiva serão nossos convidados”. 
O verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo 
sintático: “Vossa Senhoria nomeará (verbo na 3ª pessoa) o substituto”; “Vossa 
Excelência conhece (verbo na 3ª pessoa) o assunto”. 
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são 
sempre da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (não se 
usa Sua). 
Quanto aos adjetivos que se referem a esses pronomes, o gênero gramatical deve 
coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que 
compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é Vossa 
Excelência está atarefado, se for mulher, Vossa Excelência está atarefada. 
A forma por extenso demonstra maior respeito, sendo recomendável em 
correspondência mais formal ou cerimoniosa. Na correspondência interna e na 
externa mais informal, nada impede que se abrevie a forma de tratamento. 
Na correspondência interna informal, isto é, aquela trocada sobre assuntos de rotina 
entre chefes de seções, chega-se a omitir as formas de tratamento, substituindo-as 
pelos pronomes pessoais oblíquos da terceira pessoa. Ex.: “Comunico-lhe que...”. 
Na comunicação oficial, quando quem a subscreve representa o órgão em que 
exerce suas funções, será preferível o emprego da primeira pessoa do plural. Ex.: 
“Comunicamos a Vossa Senhoria...”; “Temos a honra de convidar Vossa 
Excelência para....”; “Encaminhamos a Vossa Senhoria, anexo,...”. 
Quando a comunicação contiver assunto de responsabilidade exclusiva e pessoal de 
quem o assina, aí, então, caberá o emprego da primeira pessoa do singular: Ex.: 
“Atesto, para fins de...”; “Vossa” é empregado para a pessoa com quem se fala, a 
quem se dirige a correspondência. Ex.: “Comunicamos a Vossa Senhoria que...”. 
“Sua” é empregado para a pessoa de quem se fala. Ex.: “A placa comemorativa 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 19 
 
foi descerrada por Sua Excelência o Senhor Governador do Estado”; “Em 
audiência concedida a um grupo de turistas gaúchos, Sua Santidade o Papa 
manifestou o desejo de visitar o Brasil.” 
 
Crase – não se usa crase antes de pronomes de tratamento. Ex.: Comunicamos a 
Vossa Senhoria (não há crase). Vossa Excelência é empregada para autoridades 
hierarquicamente superiores. 
 
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é 
Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: 
 Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, 
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
 
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo 
respectivo: 
 Senhor Senador, 
 Senhor Juiz, 
 Senhor Ministro, 
 Senhor Governador, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Abaixo um quadro demonstrativo das formas de tratamento 
 
Figura 2 - Autoridades judiciárias 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Auditores 
Defensores Públicos 
Desembargadores 
Membros de Tribunais 
Presidentes de Tribunais 
Procuradores 
Promotores 
Vossa 
Excelência 
V.Ex.ª 
ou 
V. Exa. 
V.Ex.
as 
ou 
V. Exas. 
Excelentíssimo 
Senhor + cargo 
Ao Excelentíssimo Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Juízes de Direito 
Meritíssimo 
Juiz 
ou 
Vossa 
Excelência 
M.Juiz 
ou 
V.Ex.ª, V. Exas. 
V.Ex.
as
 
Meritíssimo 
Senhor Juiz 
ou 
Excelentíssimo 
Senhor Juiz 
Ao Meritíssimo Senhor Juiz 
ou 
Ao Excelentíssimo Senhor Juiz 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
 Figura 3 - Autoridades Militares 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Oficiais Generais 
(até Coronéis) 
Vossa 
Excelência 
V.Ex.ª 
ou 
V. Exa. 
V.Ex.
as 
ou 
V. Exas. 
Excelentíssimo 
Senhor 
Ao Excelentíssimo Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Outras Patentes 
Vossa 
Senhoria 
V.S.ª 
ou 
V. Sa. 
V.S.
as 
ou 
V. Sas. 
Senhor + patente 
Ao Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
Figura 4 - Autoridades Universitárias 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Reitores 
Vossa 
Magnificência 
ou 
Vossa Excelência 
V. Mag.ª 
ou 
V. Maga, 
V. Exa. 
ou 
V. Ex.ª 
V. Mag.
as 
ou 
V. Magas. 
ou 
V.Ex.
as 
ou 
V.Exas. 
Magnífico Reitor 
ou 
Excelentíssimo 
Senhor Reitor 
Ao Magnífico Reitor 
ou 
Ao Excelentíssimo 
Senhor Reitor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Vice-Reitores Vossa Excelência 
V.Ex.ª, 
ou 
V.Exa. 
V.Ex.
as 
ou 
V. Exas. 
Excelentíssimo 
Senhor Vice-Reitor 
Ao Excelentíssimo 
Senhor Vice-Reitor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Assessores 
Pró-Reitores 
Diretores 
Coord. De Departamento 
Vossa Senhoria 
V.S.ª 
ou 
V.Sa. 
V.S.
as 
ou 
V.Sas. 
Senhor + cargo 
Ao Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 21 
 
Figura 5 - Autoridades Eclesiásticas 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Arcebispos 
Vossa 
Excelência 
Reverendíssima 
V.Ex.ª Rev.
ma 
ou 
V. Exa. Revma. 
V.Ex.
as, 
Rev.
mas 
ou 
V. Exas. Revmas. 
Excelentíssimo 
Reverendíssimo 
A Sua Excelência 
Reverendíssima 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Bispos 
Vossa 
Excelência 
Reverendíssima 
V.Ex.ª Rev.
ma 
ou 
V. Exa. Revma. 
V.Ex.
as
Rev.
mas 
ou 
V. Exas. Revmas. 
Excelentíssimo 
Reverendíssimo 
A Sua Excelência 
Reverendíssima 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Cardeais 
Vossa 
Eminência ou 
Vossa 
Eminência 
Reverendíssima 
V.Em.ª, V. Ema. 
ou 
V.Em.ª Rev.
ma
, 
V. Ema. Revma. 
V.Em.
as
, V. Emas. 
ou 
V.Em
as, 
Rev.
mas
 
ou 
V. Emas. Revmas. 
Eminentíssimo 
Reverendíssimo 
ou Eminentíssimo 
Senhor Cardeal 
A Sua Eminência 
Reverendíssima 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Cônegos 
Vossa 
Reverendíssima 
V. Rev.
ma 
ou 
V. Revma. 
V. Rev.
mas 
V. Revmas. 
Reverendíssimo 
Cônego 
Ao Reverendíssimo 
Cônego 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Frades 
Vossa 
Reverendíssima 
V. Rev.
ma 
ou 
V. Revma. 
V. Rev.
mas 
ou 
V. Revmas. 
Reverendíssimo 
Frade 
Ao Reverendíssimo 
Frade 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Freiras 
Vossa 
Reverendíssima 
V. Rev.
ma 
ou 
V. Revma. 
V. Rev.
mas 
ou 
V. Revmas. 
Reverendíssimo 
Irmã 
A Reverendíssima 
Irmã 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Monsenhores 
Vossa 
Reverendíssima 
V. Rev.
ma 
ou 
V. Revma. 
V. Rev.
mas 
ou 
V. Revmas. 
Reverendíssimo 
Monsenhor 
Ao Reverendíssimo 
Monsenhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Papa 
Vossa 
Santidade 
V.S. - Santíssimo Padre 
A Sua Santidade 
o Papa 
Sacerdotes em geral 
e pastores 
Vossa 
Reverendíssima 
V. Rev.
ma 
ou 
V. Revma. 
V. Rev.
mas 
ou 
V. Revmas. 
Reverendo 
Padre / Pastor 
Ao Reverendíssimo 
Padre / Pastor 
ou 
Ao Reverendo Padre / 
Pastor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
 
 
 
 
 
 
22 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Figura 6 - Autoridades Monárquicas 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Arquiduques Vossa Alteza V.A. VV. AA. 
Sereníssimo 
+ 
Título 
A Sua Alteza Real 
Nome 
Cargo 
Endereço 
 
Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. 
Sereníssimo 
+ 
Título 
A Sua Alteza Real 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Imperadores Vossa Majestade V.M. VV. MM. MajestadeA Sua Majestade 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Príncipes Vossa Alteza V.A. VV. AA. 
Sereníssimo 
+ 
Título 
A Sua Alteza Real 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Reis Vossa Majestade V.M. VV. MM. Majestade 
A Sua Majestade 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
Figura 7 - Autoridades Civis 
Cargo ou Função Por Extenso 
Abreviatura 
Singular 
Abreviatura 
Plural 
Vocativo Endereçamento 
Chefe da Casa Civil 
e da Casa Militar 
Cônsules 
Deputados 
Embaixadores 
Governadores 
Ministros de Estado 
Prefeitos 
Presidentes da República 
Secretários de Estado 
Senadores 
Vice-Presidentes 
de Repúblicas 
Vossa 
Excelência 
V.Ex.ª 
ou 
V. Exa. 
V.Ex.
as 
ou 
V. Exas. 
Excelentíssimo 
Senhor + Cargo 
 
Ao Excelentíssimo Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Demais autoridades não 
contempladas com 
tratamento específico 
Vossa 
Senhoria 
V.S.ª 
ou 
V. Sa. 
V.S.
as 
ou 
V. Sas. 
Senhor + Cargo 
Ao Senhor 
Nome 
Cargo 
Endereço 
Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 
 
Obs: O plural das expressões de tratamento 
Se a expressão de tratamento tem o “a” como em V. S.ª, V. Ex.ª, etc., acrescenta-se um 
“s” ao “a”. 
Exemplos: Vossas Excelências = V. Ex.as 
Vossas Senhorias = V. S.as 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 23 
 
Se a expressão de tratamento não tem o “a”, dobram-se as letras maiúsculas, 
colocando-se um ponto após a segunda letra dobrada. 
Exemplos: V. A. = VV. AA. 
 
A concordância das expressões de tratamento se faz com: 
o verbo na 3ª pessoa; 
o pronome possessivo na 3ª pessoa – seu(s), sua (s); 
o pronome pessoal oblíquo na 3ª pessoa – o(s), a(s), se, si, consigo, lhe(s). 
Exemplo: Dirijo-me a V. Ex.ª para elogiar o seu discurso. 
 
Quando nos dirigimos às pessoas, usamos o pronome VOSSA. 
Exemplo: Peço que Vossa Senhoria me conceda uma explicação. 
 
Quando falamos das pessoas, usamos o pronome SUA. 
Exemplo: Sua Excelência tranquilizou os repórteres, dizendo que não faltaria carne 
à população. 
 
Os adjetivos concordam com os pronomes de tratamento em relação à pessoa real 
que representam (homem ou mulher): 
Exemplos: V. S.ª está mais magra. (mulher). 
V. Ex.ª está equivocado. (homem). 
 
 
 
ATIVIDADES 
1) Leia com atenção o fragmento de uma crônica de Rubens Braga antes de 
responder as questões. 
A palavra 
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem 
querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma 
hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver 
em voz alta. 
 
 
 
24 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse 
por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada 
dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. 
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei 
que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com 
naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci. 
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi 
despertar melodias: esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente 
soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste 
tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um povo as suas 
pobres choupanas e suas remotas esperanças. 
QUESTÕES 
a) No primeiro parágrafo, diz o autor, “imprudente ofício é este, de viver em voz 
alta”. Dê o significado da expressão “viver em voz alta”. 
b) Na frase “(...) deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse 
com naturalidade porque senti no momento”, que características do ato da 
fala foram ressaltadas? Explique. 
c) A linguagem tem um papel de importância indiscutível como forma de “levar” 
informações do emissor ao destinatário. No entanto, o texto fala de outro 
“poder” da palavra. Explique qual seria ele. 
d) Dê ao menos um exemplo (uma frase, uma expressão) que justifique a 
afirmação de que no texto de Rubens Braga se fez uso da Linguagem 
Literária, ou seja, técnica. (MESQUITA, 1995, p. 23-24). 
 
2) Responda, de forma dissertativa e coerente, a seguinte questão. 
A partir dos textos estudados em sala apresente a sua concepção do que é 
linguagem, língua e fala. 
Assinale as alternativas incorretas e depois justifique. Sobre comunicação, linguagem, 
língua e fala, é incorreto afirmar que: 
 
( ) Comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio 
de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou 
escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico 
especializado, sonoro e/ou visual. 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 25 
 
( ) O mundo da comunicação é vastíssimo, embora ainda seja predominante idéia da 
comunicação não-verbal. 
( ) A comunicação nem sempre é uma necessidade básica da pessoa humana, do 
homem social. 
( ) Linguagem é o resultado da capacidade comunicativa dos seres. 
( ) A língua é a linguagem que utiliza a palavra com sinal de comunicação. 
( ) A linguagem é um instrumento que o receptor utiliza para transmitir mensagens. 
( ) Cada indivíduo pode fazer uso da língua conforme a sua vontade, criando, assim, a 
fala. 
( ) A linguagem é um fato universal, pois abrange todos os seres; a fala é um fato 
coletivo, porque abrange seres de um determinado grupo; a língua é um fato individual, 
pois se realiza através de cada indivíduo de um grupo. 
 
3) Coloque V para verdadeiro e F para o que for falso. 
( ) Dificilmente variamos nosso modo de falar conforme a situação em que estamos 
(formal ou informal). 
( ) Norma culta é a gramática oficial, que determina o que é certo ou errado, como 
se deve falar e como não se deve agir linguisticamente. 
( ) A norma coloquial é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente 
em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político-cultural, que é 
ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. 
Copie a(s) letras da(s) alternativa(s) que você assinalou como falsa(s) e justifique 
porque é (são) falsa(s). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
4) Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir: 
Os meios de comunicação 
Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do 
que todos os outros traços da indústria cultural. Começam introduzindo duas 
divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a 
programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a 
ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais, profissionais liberais, executivos 
–, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo). Essa divisão é feita para 
atender às exigências dos patrocinadores, que financiam os programas em vista dos 
consumidores potenciais de seus produtos e, portanto, criam à especificação do 
conteúdo e do horário de cada programa. Em outras palavras, o conteúdo, a forma e 
o horário do programa já trazem em seu próprio interior a marca do patrocinador. 
Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver, diretamente, 
com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso, não está 
vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por exemplo, que 
uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um programa feminino, 
patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de motocicletas, em 
lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode patrocinar um programa 
sobre ecologia. 
A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda 
que não patrocinados por ele.Por exemplo, um banco de um governo estadual pode 
patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para atrair clientes, mas 
pode, indiretamente, influenciar o conteúdo veiculado pelos noticiários. Por quê? 
Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o 
programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio ou 
televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do Estado ao 
qual pertence o banco, este pode suspender o patrocínio do programa de auditório. 
Para não perder o cliente, a emissora de rádio ou de televisão não veicula notícias 
desfavoráveis àquele governo e, pior, veiculada apenas as que lhe são favoráveis. 
Dessa maneira, o direito à informação desaparece e os ouvintes ou telespectadores 
são desinformados ou ficam mal informados. 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 27 
 
A desinformação, aliás, é o principal resultado da maioria dos noticiários de rádio e 
televisão. Com efeito, como são apresentadas as notícias? De modo geral, são 
apresentadas de maneira a impedir que o ouvinte e o espectador possam localizá-la 
no espaço e no tempo. 
Falta de localização espacial: o espaço real é o aparelho de rádio e a tela da 
televisão, que tem a peculiaridade de retirar as diferenças e distâncias geográficas, 
de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em 
Campina Grande pareça igualmente próximo e igualmente distante. 
Falta de localização temporal: os acontecimentos são relatados como se não 
tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente 
atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem conseqüências; 
existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem 
transmitidos. 
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num 
instante, mas o fazem de tal maneiro que o mundo real desaparece, restando 
apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no 
tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados 
sobre tudo. 
Também é interessante a inversão entre realidade e ficção produzida pela mídia. 
Acabamos de mencionar o modo como o noticiário nos apresenta um mundo irreal, 
sem História, sem causas nem consequências, descontínuo e fragmentado. Em 
contrapartida, as novelas criam o sentimento de realidade. Elas o fazem usando três 
procedimentos principais: 
 o tempo dos acontecimentos novelísticos é lento para dar a ilusão de que, a 
cada capítulo, passou-se apenas um dia de nossa vida, ou passaram-se 
algumas horas, tais como realmente passariam se fossemos nós a viver os 
acontecimentos narrados; 
 as personagens, seus hábitos, sua linguagem, suas casas, suas roupas, 
seus objetos são apresentados com o máximo de realismo possível, de 
modo a impedir que tenhamos distância diante deles (ao contrário do cinema 
e do teatro, que suscitam em nós o sentimento de proximidade justamente 
porque nos fazem experimentar o da distância); 
 
 
28 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
 como conseqüência, a novela nos aparece como relato do real, enquanto o 
noticiário nos aparece como irreal. Basta ver, por exemplo, a reação de 
cidades inteiras quando uma personagem da novela morre (as pessoas 
choram, querem ir ao enterro, ficam de luto) e a falta de reação das pessoas 
diante de chacinas reais, apresentadas nos noticiários. 
 
Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas 
mentes: a dispersão da atenção e a infantilização. 
Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a 
programação em blocos que duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo 
interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a concentrar a 
atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante 
as pausas para a publicidade. 
Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um 
espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores 
observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se 
concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em 
“programa” e “comercial”. 
Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem 
tentam ler um livro: não conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, 
não conseguem suportar a ausência de imagens e ilustrações no texto, não 
suportam a idéia de precisa ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a 
capacidade de abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. 
Como esperar que possam desejar e interessar-se pelas obras de arte e de 
pensamento? 
Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma 
vendedora de Cultura que precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como 
isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando não consegue 
suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é 
infantil justamente porque para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é 
intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto). 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 29 
 
Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o 
consegue? Cirando em nós os desejos e oferecendo produtos (publicidade e 
programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio 
continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque 
sabem que, em algum lugar, seu desejo será imediatamente satisfeito. 
Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como 
toma a cultura sob a forma de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente 
nossos desejos porque não exige de nós atenção, pensamento, reflexão, crítica, 
perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que 
as obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e metal para 
compreendê-las, amá-las, criticá-las, superá-las. A cultura nos satisfaz, se tivermos 
paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos satisfaz 
porque nada nos pede, senão que permaneçamos para sempre infantis. 
Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, 
sob a aparência de democracia. Um dos melhores exemplos encontra-se nos 
programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre um especialista – nos 
ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e 
assim vão se sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e 
saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação espiritual, enfim, não há um único 
aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista 
competente. 
Em princípio, seria absurdo e injusto considerar tais ensinamentos como autoritários. 
Pelo contrário, deveríamos considerá-los uma forma de democratizar e socializar 
conhecimentos. Onde se encontra o lado autoritário desse tipo de programação (no 
caso de revistas, jornais e livros)? No fato de que funcionam como intimidação 
social. 
De fato, como a mídia nos infantiliza, diminui nossa atenção e capacidade de 
pensamento, inverte realidade e ficção e promete, por meio da publicidade, colocar a 
felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, transforma-nos num público 
dócil e passivo. Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de 
aconselhamento, longe de divulgar informações (como parece ser a intenção 
 
 
30 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
generosa dos especialistas) tornam-se um processo de inculcação de valores, 
hábitos, comportamentos e idéias, pois não estamos preparadospara pensar, 
avaliar e julgar o que vemos, ouvimos e lemos. Por isso, ficamos intimidados, isto é, 
passamos a considerar que nada sabemos, que somos incompetentes para viver e 
agira se não seguirmos a autoridade competente do especialista. 
Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter 
verdadeiro significado cultural torna-se o contrário da Cultura e de sua 
democratização, pois se dirigem a um público transformando em massa inculta, 
infantil desinformada e passiva. (CHAUÍ, 1995, p. 330-333). 
 
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 
1) De acordo com o texto, qual é a finalidade da arte? 
2) De acordo com o texto, como a indústria cultural interfere nas três principais 
características das artes? 
3) Por que a ideia de que “todos têm acesso aos mesmos bens culturais” é uma 
ilusão? 
4) Como a indústria cultural vende cultura? 
5) A indústria cultural “define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e 
distração”. Que consequências isso acarreta? 
6) Que relação o texto estabelece entre informação e patrocínio? 
7) Por que a autora do texto considera que o principal resultado da maioria dos 
noticiários é a desinformação? 
8) Que relação o texto estabelece entre noticiário e novela? 
9) Você diria que os noticiários têm empregado artifícios novelísticos ao 
apresentarem as notícias? Explique. 
10) Por que a mídia infantiliza as pessoas? 
11) Que relação o texto estabelece entre mídia e obras de arte e de pensamento? 
12) Por que a autora diz que a indústria cultural tem aparência de democracia, mas 
é, na verdade, autoritária? 
 
 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 31 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, Maria Margarida de. Comunicação em língua portuguesa. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2006. 
 
CARDOSO, Onésimo de Oliveira. Comunicação empresarial versus 
comunicação organizacional: novos desafios teóricos. Rio de Janeiro: [s.n.], 2006. 
 
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: 
Nacional, 2008. 
 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995. 
 
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de textos: leitura e redação. 
3. ed. São Paulo: Ática, 1998. 
 
MENDES, Gilmar Ferreira; FORSTER JÚNIOR, Nestor José. Manual de redação da 
Presidência da República. 2. ed. Brasília: Presidência da República, 2002. 
 
MANUAL de Comunicação Escrita Oficial do Estado do Paraná. Curitiba, 2005. 
Disponível em: 
<www.arquivopublico.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_comunicacao.pdf>. Acesso 
em: 01 out. 2013. 
 
MESQUITA. Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 1995. PUCRS. Formas de tratamento. Disponível em: 
<http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php. Acesso em: 28 set. 2013. 
 
PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento. Disponível em: 
<http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php. Acesso em: 28 set. 2013. 
 
SACCONI, Luiz Antonio. Novíssima gramática ilustrada Sacconi. São Paulo: Nova 
Geração, 2008. 
 
TUFANO, DOUGLAS. Guia prático da nova ortografia. 2.ed. São Paulo: 
Melhoramentos, 2009. Disponível em: 
<www.http://alzheimernafamilia.blogspot.com.br.>. Acesso em: 29 de set. 2013. 
 
Nizan Guanaes. Somos o que buscamos. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 out. 
2013. Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/2013/10/1363591-somos-o-que-
buscamos.shtml. Acesso em: 29 out. 2013 
 
Vânia Maria do Nascimento Duarte. Elementos da Comunicação. Disponível em: 
http://www.portugues.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html. Acesso em: 29 out. 
2013 
 
http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php
http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php
http://alzheimernafamilia.blogspot.com.br/
 
 
32 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
 
 
 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 33 
 
UNIDADE II: A LINGUAGEM COMO 
FERRAMENTA EMPRESARIAL 
 
OBJETIVOS 
 Compreender a linguagem como um dos elementos fundamentais para o 
sucesso profissional. 
 Perceber a importância das concordâncias verbal e nominal em vista de uma 
comunicação oral e escrita de qualidade. 
 Entender como os processos de acentuação, ortografia, hifenização, as 
novas regras da ortografia, e uso dos porquês de forma correta, faz 
diferença ao profissional do terneiro milênio. 
Caros Acadêmicos! 
Nesta unidade, trataremos dos itens favoráveis a uma linguagem eficiente, no qual 
possa levar o profissional ao sucesso no mercado de trabalho. Iniciamos 
apresentando os vícios e erros da linguagem; bem como os usos corretamente das 
concordâncias verbal e nominal; e por fim, os processos de acentuação, ortografia, 
hifenização, as novas regras da ortografia, e uso dos porquês de forma correta, pois 
são ferramentas fundamentais para uma linguagem escrita e oral de qualidade. 
 
VÍCIOS E ERROS DE LINGUAGEM 
Tratar dos vícios de linguagem torna-se um elemento preponderante no processo de 
comunicação, pois uma comunicação é fragilizada quando estes vícios não são 
observados. Assim, os vícios de linguagem englobam alguns dos erros mais 
comuns que os usuários da língua podem cometer ao utilizá-la para exprimir seus 
pensamentos. 
De acordo com a Novíssima Gramática Ilustrada Sacconi (2008, p. 324-325), os 
vícios de linguagem ocorrem toda vez que desviamos das normas gramaticais que 
premeditam uma forma correta de pronunciar a língua, seja oral ou escrita. Os 
principais vícios de linguagem são: barbarismo, solecismo, cacófato, 
ambiguidade e redundância. 
 
 
 
34 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
 Barbarismo: todo desvio na grafia, na reflexão ou na pronúncia de uma 
palavra constitui um barbarismo. Existem quatro tipos de barbarismo. 
a) Cacoépia: é a má pronúncia de uma palavra. Por exemplo: “compania” (em 
vez de companhia), “gor” (em vez de gol), “cadalço”(em vez de cadarço). 
b) Silabada: é a troca de acentuação prosódica de uma palavra. Por exemplo: 
“récorde” (em vez de recorde), “rúbrica” (em vez de rubrica), “íbero” (em vez 
de ibero). 
c) Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma palavra. Por exemplo: 
“maizena” (em vez de maisena), “cidadões”(em vez de cidadãos), 
“interviu”(em vez de interveio). 
d) Deslize: é o emprego de uma palavra. Por exemplo: peixe com “espinho” 
(por peixe com espinha), “vultuosa” quantia ( por vultosa quantia). 
 
Comete barbarismo ainda quem abusa do emprego de palavras estrangeiras, 
grafando-as como na língua de origem. Por princípio, todo estrangeirismo que não 
possuir equivalente adequado em nossa língua deverá ser aportuguesado. Portanto, 
convém grafar: abajur, boate, garagem, coquetel, checape, xampu, e não abat-
jour, boîte, garage, cockitail, check-up, shampoo. 
 Solecismo: todo desvio sintático. E existem três tipos, vejamos. 
a) De concordância. Por exemplo: “houveram” eleições (por houve eleições), 
o pessoal “chegaram” (por o pessoal chegou). 
b) De regência. Por exemplo: “assiti” esse filme (por assisti a esse filme), ter 
ódio “de” alguém (por ter ódio à alguém), não “lhe” conheço (por não o 
conheço). 
c) De colocação. Por exemplo: “darei-lhe” um abraço (por dar-lhe-ei um 
abraço), tenho “queixado”-me bastante (por tenho me queixado bastante). 
 Cacófato: todo som obsceno resultante da união de sílabas de palavras 
diferentes provoca um cacófato. Por exemplo: preciso ir-me já, vaca 
gaúcha, etc. O Cacófato só existe quando a união das sílabas exprime 
obscenidade, vejamos: ela tinha, boca dela, alma minha e outras uniões 
semelhantes não constituem cacófato, mas simples cacofonia, de menor 
importância. 
 Ambiguidade: todo duplo sentido, causado pela má construção da frase, é 
uma ambigüidade. Por exemplo: Beatriz comeu um doce e sua amiga 
também. (por Beatriz comeu um doce, e sua amiga também). Mataram o 
porco do meu tio. (por mataram o porco que era de meu tio). 
 Redundância: toda repetição de uma ideia mediante palavrasou 
expressões diferentes prova um redundância ou pleonasmo vicioso. Como 
por exemplos: 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 35 
 
 
Subir lá em cima. 
Descer lá embaixo. 
Entrar pra dentro. 
Sair pra fora. 
Novidade inédita. 
Hemorragia de sangue. 
Pomar de frutas. 
Hepatite do fígado. 
Adiar para depois. 
 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 
A concordância verbal é de primordial importância na comunicação oral ou escrita 
dos indivíduos. 
Concordância verbal 
A concordância verbal com sujeito simples exige muita atenção. O verbo de uma 
oração deve concordar em número e pessoa com o sujeito, para que a linguagem 
seja clara e a escrita esteja de acordo com as normas vigentes da gramática. 
Vejamos alguns exemplos: 
a) Eles está muito bem. (incorreta) 
b) Eles estão muito bem. (correta) 
c) O pai apareceu na festa. (correta) 
d) Os pais apareceram na festa. (correta) 
 
Se, depois do sujeito no singular, aparecer um adjunto no plural, o verbo continuará 
no singular, porque concorda com o núcleo do sujeito, e não com seu adjunto. 
Exemplo: A alta dos preços dos combustíveis irrita o povo. (correta). 
 
Sujeito coletivo no singular deixa sempre o verbo no singular, mesmo que venha 
seguido de adjunto no plural. 
Exemplo: Um bando de cafajestes depredou as casas da minha rua. 
Qualquer nome acompanhado de artigo no plural exige o verbo no plural. E no 
singular o verbo ficará no singular. Exemplos: 
 
 
36 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Os Estados Unidos são a única superpotência no mundo. 
Os Andes ficam na América do Sul. 
As minhas costas estão doendo. 
O Amazonas é um grande rio. 
Campinas é uma grande cidade. 
 
As expressões “a maioria de, a maior parte de, grande número de, grande parte de, 
e metade de”, seguidos de nomes no plural, podem deixar o verbo no singular ou 
levá-los ao plural. Exemplos: 
A maioria dos brasileiros gosta (ou gostam) de futebol. 
Metade das laranjas estava podre (ou estavam) podres. 
 
Quando um pronome no singular estiver seguido das expressões “de nós, de vós, de 
vocês, deles ou delas”, ou de qualquer outra no plural, o verbo ficará no singular. 
Porém se estiver no plural, o verbo concordará com a expressão que vier depois do 
pronome. Exemplos: 
Nenhum de nós votará mais em gente corrupta. 
Algum de vocês gosta de políticos demagogos? 
Alguns de nós ainda votaremos em gente corrupta? 
Quais de vós ainda votareis em gente corrupta? 
 
O pronome quem exige o verbo na terceira pessoa do singular. Exemplos: 
Hoje sou eu quem paga a conta. 
Hoje somos nós quem paga a conta. 
Hoje são eles quem paga a conta. 
De outro modo, se no lugar do pronome quem, aparecer que, a concordância se fará 
com o pronome reto anterior. Exemplos: 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 37 
 
Hoje sou eu que pago a conta. 
Hoje somos nós que pagamos a conta. 
Hoje são eles que pagam a conta. 
 
Todos os pronomes de tratamento são da terceira pessoa. Exemplos: 
Vossa excelência está certo. 
Vossas excelências estão certos. 
 
Verbo transitivo direto + pronome se: o verbo concorda com o sujeito, normalmente 
posposto. Exemplos: 
Vende-se casa. 
Vendem-se casas. 
 
Neste caso, como o sujeito recebe a ação verbal, a voz se diz passiva. Só os verbos 
transitivos diretos têm voz passiva. Por isso, qualquer outro tipo de verbo, junto do 
pronome se, fica sempre no singular (porque, neste caso, não existe o sujeito). 
Exemplos: 
Precisa-se de empregados. 
Morre-se de amores por ela. 
Quando se está com dores, nada está bom. 
 
Nas expressões “um dos que” exige o verbo no plural. Exemplos: 
Sou um dos que estudam nesta escola. 
Fui um dos que não votaram nele. 
Nas expressões “um + substantivo + que” o verbo fica na terceira pessoa do 
singular. Exemplos: 
Sempre fui um aluno que estudou muito. 
Sou uma pessoa que crê em Deus. 
 
 
38 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Quando referimos ao verbo fazer, em orações que dão ideia de tempo, não varia. 
Exemplos: 
Faz dois anos que não viajo. 
Ontem fez trinta dias que assisti a esse filme. 
Amanhã fará vinte dias que não vou a estádios. 
 
Quando referimos ao verbo haver, não varia quando significa existir, acontecer, 
realizar-se ou fazer (em orações temporais). Exemplos: 
Havia muitas pessoas na fila. (= existiam) 
Houve protestos da população. (= aconteceram) 
Haverá eleições este ano. (= realizar-se-ão) 
Há tempos não vou a estádios. (= faz) 
Concordância nominal 
A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus 
modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou 
feminino) e o número (plural ou singular). 
A concordância com substantivos são de gêneros e número diferentes. Exemplos: 
Comprei abacate e maçãs maduras (ou maduros). – O adjetivo “maduras” pode 
concordar com o mais próximo = maçãs – ou podem concordar com os dois 
substantivos “abacate e maçãs” concordando com “maduros”. 
Ou, 
Comprei abacates e maçã madura (ou maduros). O adjetivo “madura” pode 
concordar com o mais próximo = maçã – ou podem concordar com os dois 
substantivos “abacates e maçã” concordando com “maduros”. 
 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 39 
 
Obs: quando o adjetivo aparece antes dos substantivos, faz-se a concordância com 
o mais próximo, sempre. Exemplo: 
Comprei maduro abacate e melão. (maduro é uma qualidade (adjetivo) do 
abacate e do melão). 
Casos mais comuns 
Mesmo e próprio: 
Ele mesmo (ou próprio) lava suas roupas. 
Eles mesmos (ou próprios) lavam suas roupas. 
 
Junto 
Nunca vi esses rapazes juntos. 
Minhas filhas chegaram juntas da escola. 
 
Obrigado 
Ele saiu dizendo muito obrigado. 
Ela saiu dizendo muito obrigada. 
Eles saíram dizendo muito obrigados. 
Elas saíram dizendo muito obrigadas. 
 
Anexo 
Segue anexo o documento. 
Seguem anexos os documentos. 
Segue anexa a foto. 
Seguem anexas as fotografias. 
 
Bastante 
Comam bastantes frutas, crianças. 
Vi bastantes novidades na feira. 
Quando o advérbio não varia: 
As crianças comem bastante. 
As crianças riram bastante no circo. 
 
 
 
 
40 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
Meio 
Cheguei ao meio-dia e meia (hora). 
Comprei duas meias melancias na feira. 
Quando o advérbio não varia: 
Ela ficou meio nervosa. 
As crianças estão meio medrosas. 
 
Obs: Outras regras podem verificar na gramática que consta na referência. 
 
ACENTUAÇÃO, ORTOGRAFIA, HIFENIZAÇÃO, AS NOVAS REGRAS DA 
ORTOGRAFIA, USO DOS PORQUÊS. 
Quanto à acentuação: 
Não se acentua mais ditongos abertos: ói e éi das palavras paroxítonas. Exemplos: 
ideia, jiboia. Obs.: óxitonas éis, éu, éus, ói, óis continuam a ser acentuados como 
papéis. 
Não se acentua mais nas palavras paroxítonas o i e no u tônicos, quando vierem 
depois de ditongo decrescente. Exemplo: Feiura. 
Obs.: Nas palavras oxítonas (quando o i ou o u estiverem na posição final ou 
seguidos de s o acento permanece, tais como: Piauí e Tuiuiú. 
Não se acentua mais as palavras terminadas com êem e ôo, como enjoo, perdoo. 
Não se utiliza mais o acento que diferenciava os pares, tais como: Pára/para e 
Pêlos/pelos. Entretanto, permanece o acento diferencial em pôr (verbo) e por 
(preposição). 
Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir (e 
seus derivados: manter, deter, reter etc). Ele tem dois carros./ Eles têm dois carros. 
Não se usa mais acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) 
arguem do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 41 
 
Em relação ao trema (¨), não se usa mais esse sinal, que era empregado nos 
grupos: gue, gui, que e qui. Ficando apenas nas palavrasestrangeiras e suas 
derivadas tais como: Müller e mülleriano. Outros Exemplos: lingüiça - linguiça; 
conseqüência consequência; freqüência frequência; freqüentar frequentar. 
Outras regras podem ser observadas no Guia Ortográfico com endereço 
disponibilizado nas referências desta unidade. 
 
Emprego da crase: 
Normalmente percebemos vários problemas na utilização da crase. A crase (`) é 
uma fusão de dois sons vocálicos iguais. Assim, ela (a crase) será utilizada quando 
ocorrer à fusão da preposição a com: 
Artigo feminino a(s). Exemplo: Entreguei a rosa à garota. 
Com o a de aquele(s), aquela(s), aquilo. Exemplo. Refiro-me àqueles (a+aqueles) 
que chegaram. 
 Além disso, a crase também pode ocorrer: 
 Antes de substantivo feminino; 
 Antes de nomes de localidades que aceitem artigo feminino; 
 Antes de numeral seguido da palavra hora; 
 Antes de substantivo, quando subentender as palavras moda, maneira; 
 Quando o artigo feminino estiver desacompanhado do respectivo 
substantivo. 
Não se usa crase: 
 Antes de substantivo masculino; 
 Antes de artigo indefinido; 
 Antes de verbos; 
 Com pronomes de tratamento. Exceção senhora, senhorita e dona; 
 
 
42 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
 Antes de pronomes pessoais, demonstrativos e indefinidos que não admitem 
artigo feminino; 
 Diante da palavra casa, no sentido de lar, domicílio, quando não 
acompanhada de adjetivos ou locução adjetiva; 
 Diante do substantivo terra, em oposição a bordo e mar; 
 Quando houver apenas a preposição, sem artigos; 
 Nas locuções de palavras repetidas; 
 Diante de numerais cardinais referentes a substantivos não determinados 
pelo artigo. 
 
Crase – facultativa 
 Antes de nomes próprios, indicando intimidade; 
 Antes de possessivos; 
 Depois da preposição até. 
 
Ou seja, as regras da crase não são muito simples. Assim, sugerimos a leitura do 
capítulo referente a crase, da obra de: 
 
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 2008. p. 275-283. 
Ortografia: 
Vamos apresentar nessa parte da Unidade as principais alterações ocorridas em 
detrimento da assinatura do Acordo Ortográfico. 
A ortografia é fundamental para a efetivação da leitura dos símbolos gráficos e 
também para a reprodução correta dos sons que compõem as palavras. Segundo 
Câmara Jr. (2001), até 1931 a ortografia no Brasil era elástica em virtude da 
liberdade na grafia de várias palavras. 
Hoje, nos encontramos num período de transição, devido ao acordo ortográfico 
assinado por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 43 
 
Bissau, Moçambique e posteriormente Timor Leste, que visa contribuir para a 
unificação da língua escrita, dos países que têm a língua portuguesa como idioma 
oficial. Nesse contexto, cabe salientar que esse acordo, refere-se exclusivamente, a 
língua escrita. Portanto, não altera a forma de pronúncia que varia entre os países. 
Sua aplicação foi oficialmente exigida a partir de 2012. Desse modo, pretendemos 
apresentar algumas regras importantes da ortografia, bem como as principais 
alterações constantes nesse acordo. 
Podemos dizer que a partir do Acordo Ortográfico houve a reintegração das letras, 
K, W e Y ao alfabeto, ficando, portanto, com 26 letras. Já usávamos essas letras 
como abreviaturas de termos científicos de uso internacional como: km (quilometro), 
kg (quilograma) dentre outros. Também é frequente o uso na transcrição de palavras 
estrangeiras tais como watt, playground, hobby e em nomes próprios estrangeiros 
como: Franklin, Wagner, Newton, dentre muitos outros. 
O nosso alfabeto não é fonético, ou seja, um único fonema pode ser representado 
por diferentes letras e, fonemas diferentes podem ser escritos com a mesma letra, 
assim, frequentemente apresentamos algumas dúvidas tais como: Usa-se X ou CH? 
S ou Z? G ou J? E ou I? Descreveremos algumas regras abaixo para sua 
compreensão, entretanto, recomendamos a consulta frequente ao dicionário ou 
mesmo às gramáticas descritas na bibliografia dessa Unidade. 
X ou CH: emprega-se x geralmente após ditongos: caixa, peixe. Exceções: caucho, 
recauchutar, recauchutagem. Também o empregamos após me (inicial) como: mexer, 
mexilhão, (exceção: mecha e seus derivados). Depois de en (inicial) como: 
enxurrada, enxaqueca (exceção: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados). 
S ou Z: emprega-se s nos sufixos -ês, -esa, e -isa, utilizados nas palavras que 
designam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos, tais como: 
japonês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa. Além disso, também é empregado 
nos sufixos -oso e -osa (que significam ‘cheiro de’), usados na formação de 
adjetivos, como delicioso. E nas formas verbais (por e querer e seus compostos): 
puser, repusesse, quis. Enquanto a letra z emprega-se nos sufixos –ez e –eza, 
usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos como: rigidez 
(rígido) e riqueza (rico). 
 
 
44 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
 
G ou J: essas letras antes de e ou i possuem o mesmo som. Entretanto, o j é 
empregado nas palavras de origem africana e indígena: pajé, jiboia e também 
naquelas derivadas de outras palavras, que já possuem o j como: laranjeira 
(laranja) e gorjeta (gorja). Já a letra g, emprega-se nas terminações –ágio, -égio, -
ógio, -úgio: como prestígio, refúgio e normalmente também são empregadas nas 
terminações: -agem, igem, -ugem, presentes em garagem, ferrugem. Entretanto, 
apresentam algumas exceções como, pajem e lambujem. 
E ou I: Emprega-se e em algumas formas de verbos terminados em: -oar, uar, como 
perdoem, continue. Já nas formas de verbos terminados em –air, -oer e –uir 
emprega-se o i: atrai, dói, possui. 
Outros aspectos ortográficos pedimos que consultem a gramática em caso de 
eventuais dúvidas. 
Quanto ao hífen: 
Usa-se hífen 
Palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Guarda-chuva, 
bate-boca, mesa-redonda. Exceções: girassol, paraquedas, pontapé, mandachuva 
(perderam a noção de composição). 
Palavras compostas que têm palavras iguais ou quase iguais. Zigue-zague, reco-reco. 
Compostos entre cujos elementos há emprego do apóstrofo. Gota-d´água, pé-d´água. 
Palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares) com ou 
sem elemento de ligação. Belo-horizontino sul-africano. 
Compostos que designam espécies animais e botânicas, com ou sem elemento de 
ligação. Bem-te-vi e cravo-da-índia. Atenção: Se os compostos designarem 
espécies botânicas ou zoológicas empregadas fora do sentido original, não se usa 
hífen. Bico de papagaio (deformação) e Bico-de-papagaio (planta). 
 
 
GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 45 
 
Além disso, não se usa hífen em palavras compostas que apresentam elementos 
de ligação. Pé de moleque, cara de pau. Exceções: água-de-colônia, arco-da-
velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. 
Hífen com prefixos (anti, super, ultra, sub, auto, geo, mini, multi e etc.). 
Usa-se hífen diante de palavra iniciada com h: anti-higiênico; Exceção: subumano. 
Prefixo terminado com a mesma letra que inicia a outra palavra: micro-ondas e 
inter-regional. 
Prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró usa-se sempre hífen. Pré-
vestibular, ex-prefeito. 
Não se usa hífen quando o prefixo terminar com letra diferente daquela que inicia a 
outra palavra: autoescola, coautor, intermunicipal. 
Dobram-se as letras quando o prefixo terminar com vogal e a outra palavra começar 
com r ou s: Minissaia e semirreta. 
Outros casos: 
Com prefixo sub e sob usa-se hífen diante de palavra iniciada com r: sub-região, 
sub-reitor. 
Com prefixos circum e pan usa-se hífen diante

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