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UNIVERSIDADE PARANAENSE MANTENEDORA Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC REITOR Carlos Eduardo Garcia Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia Diretorias Executivas de Gestão Administrativa Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários Cássio Eugênio Garcia Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação Institucional Cláudia Elaine Garcia Custodio Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico Sônia Regina da Costa Oliveira Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas Jânio Tramontin Paganini Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos Lino Massayuki Ito Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira Diretor Executivo de Gestão da Pesquisa e da Pós-Graduação Régio Marcio Toesca Gimenes Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária Adriano Augusto Martins Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária José de Oliveira Filho Diretorias dos Institutos Superiores das Ciências Diretora do Instituto Superior de Ciências Agrárias, Tecnológicas e Geociências Giani Andréa Linde Colauto Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Educação Fernanda Garcia Velásquez Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde Irinéia Paulina Baretta Diretorias das Unidades Universitárias Diretor da Unidade de Umuarama – Sede Nílvio Ourives dos Santos Diretor da Unidade de Toledo Roberto Ferreira Niero Diretora da Unidade de Guaíra Sandra Regina de Souza Takahashi Diretora da Unidade de Paranavaí Edwirge Vieira Franco Diretor da Unidade de Cianorte José Aparecido de Souza Diretor da Unidade de Cascavel Gelson Luiz Uecker Diretor da Unidade de Francisco Beltrão Claudemir José de Souza SEMEAD – SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Secretário Executivo Carlos Eduardo Garcia Coordenação Geral de EAD Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores nas Áreas de Educação, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas Heiji Tanaka Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas Evandro Mendes Aguiar Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR Revisão de Normas Bibliográficas Inês Gemelli Diagramação e Capa Sandro Luciano Pavan * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados. U58c UNIPAR - Universidade Paranaense. Comunicação empresarial / Altair de Souza Carneiro (Org.). – Umuarama: Unipar, 2013. 93 f. ISBN 1. Linguagem e comunicação. 2. Ensino a distância - EAD. I. Universidade Paranaense. II. Título. (21 ed.) CDD: 401.4 SUMÁRIO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Apresentação ............................................................................................................................ 5 Introdução ................................................................................................................................. 9 UNIDADE I: Elementos Básicos da Comunicação ...................................... 11 Objetivos ................................................................................................................................... 11 O que é comunicação? ......................................................................................................... 11 Canais, recepção, mensagem fluxo ................................................................................. 14 Estilo de linguagem: formal, informal, técnica, pronomes de tratamento .... 16 Atividades ................................................................................................................................. 23 Referências ............................................................................................................................... 31 UNIDADE II: A Linguagem Como Ferramenta Empresarial ............... 33 Objetivos ................................................................................................................................... 33 Vícios e erros de linguagem .............................................................................................. 33 Concordância verbal ............................................................................................................ 35 Concordância nominal ........................................................................................................ 38 Quanto a acentuação ............................................................................................................ 40 Emprego da crase .................................................................................................................. 41 Ortografia .................................................................................................................................. 42 Quanto ao hífen ...................................................................................................................... 44 Uso dos porquês ..................................................................................................................... 46 Atividades ................................................................................................................................. 47 Referências ............................................................................................................................... 52 UNIDADE III: Técnicas Para a Linguagem Escrita ..................................... 53 Objetivos e finalidades ........................................................................................................ 53 Eficiência da comunicação ................................................................................................. 54 Contratos administrativos ................................................................................................. 56 Memorando .............................................................................................................................. 59 Ofício ........................................................................................................................................... 61 E-mail ......................................................................................................................................... 63 Códigos de conduta empresarial .................................................................................... 64 Atividades ................................................................................................................................. 66 Referências ............................................................................................................................... 66 UNIDADE IV: Técnicas Para a Linguagem Oral ........................................... 68 Objetivos ................................................................................................................................... 69 Reuniões eficientes, dispersão da comunicação ...................................................... 70 Preparação de slides para apresentação ..................................................................... 72 Dicção e técnicas de oratória: pronunciacorreta .................................................... 75 O que é aceitável ou não na contração das palavras .............................................. 80 Vícios na linguagem oral .................................................................................................... 83 Comunicação corporal – vícios e virtudes .................................................................. 87 Postura e aparência .............................................................................................................. 88 Desenvolvimento da fala .................................................................................................... 89 Conclusão e encerramento ................................................................................................ 89 Atividades ................................................................................................................................. 92 Referências ............................................................................................................................... 93 Apresentação Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação disponíveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, através da Educação a Distância. Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, responsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais democrática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua formação profissional. Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. Carlos Eduardo Garcia Reitor Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a distância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação e comunicação. As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre assuntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obrigatoriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que você se encontra. O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tutoria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento. Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da sua aprendizagem. Bons estudos! e-@braços. Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenadora Geral da EAD Caro(a) acadêmico(a), Este Guia Didático é composto de informações e exercícios de análise, interpretação e compreensão dos conteúdos programáticos da disciplina de Comunicação Empresarial do Curso de Graduação em que você se encontra matriculado. O Guia Didático foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano de ensino da disciplina, conforme os critérios estabelecidos no Projeto Pedagógico do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currículo do Professor Conteudista responsável pela elaboração deste material: Disciplina: Comunicação Empresarial Autor: Altair de Souza Carneiro Graduado em Língua Portuguesa, pela Universidade Paranaense - UNIPAR 2003, e Graduado em Filosofia, pela Faculdade Bagozzi de Curitiba em 2008; Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pela UNIPAR (2004) e Especialista em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela FTC - Bahia - EaD (2010); Mestre em Filosofia em 2013, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE - Toledo - PR; atualmente exerce função de Professor, na Universidade Paranaense - UNIPAR e a função de Coordenador Pedagógico de Filosofia e Sociologia do Núcleo Regional da Educação de Umuarama - PR. Além do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores mediadores devidamente preparados para acompanhá-lo e auxiliá-lo, de forma colaborativa, na construção de seu conhecimento. Bons momentos de estudos! e-@braços. Evandro Mendes Aguiar Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas INTRODUÇÃO Como disse o grande filósofo e pensador Sêneca: “Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las”. Sejam bem vindos a esta disciplina de Comunicação Empresarial da EaD UNIPAR. Ousamos com esta disciplina tratar de conceitos e regras basilares pertinentes ao âmbito empresarial, aproximando a linguagem padrão/formal do dia a dia na empresa. Pois, na contemporaneidade se exige cada vez mais de um funcionário com múltiplas habilidades, sejam elas na produção, no interrelacionamento, seja pelo uso correto da linguagem na comunicabilidade. Neste intuito, ousamos apresentar quatro unidades que possibilitará auxiliar-nos na ação profissional. Na Unidade I, abordaremos sobre os Elementos Básicos da Comunicação porque acreditamos que independentemente da área de atuação profissional, escrever e falar corretamente constitui-se em um requisito imprescindível a qualquer pessoa que deseja alcançar o sucesso profissional. Nesta unidade, trataremos dos itens necessários ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo apresentando- lhes técnicas de comunicação eficiente, bem como osprincipais elementos desta comunicação; e os níveis de linguagem estabelecidos como formal, informal, e técnico; e por fim, os pronomes de tratamento e sua correta forma de uso. Na Unidade II, A Linguagem como Ferramenta Empresarial versaremos sobre os elementos necessários para uma comunicação eficiente, no qual possa levar o profissional ao sucesso no mercado de trabalho. Neste prisma, problematizaremos e apresentaremos os principais vícios e erros na linguagem; bem como os usos corretamente das concordâncias verbal e nominal; e por fim, os processos de acentuação, ortografia, hifenização, as novas regras da ortografia, e uso dos porquês; pois entendemos que tais elementos tornam-se ferramentas fundamentais para uma linguagem escrita e oral de qualidade. Na Unidade III, Técnicas para a Linguagem Escrita abordaremos sobre as principais técnicas para uma escrita empresarial de qualidade. Porque compreendemos quão importante são a clareza e a concisão no processo de comunicação empresarial. Neste sentido, trataremos dos objetivos e finalidade da escrita formal visando à eficiência na comunicação; dos documentos administrativos, tais como: contratos, memorando, ofício e-mail e códigos de condutas das empresas, enfatizando qual tipo de linguagem regem as redações empresariais. Na Unidade IV, Técnicas para a Linguagem Oral observaremos que a oralidade correta torna-se um dos principais elementos da eficiência na comunicação, portanto, discutir as técnicas para a linguagem oral pressupõe pensar a oralidade como processo de uma prática social interativa. Assim a fala torna-se o objeto necessário de um processo de produção discursivo seja no ambiente empresarial ou não. Nesta perspectiva, em nossa última unidade debateremos e problematizaremos o uso de uma linguagem prática propriamente dita. Tais práticas como: reuniões eficientes, dispersão da comunicação; preparação de slides para apresentação; dicção e técnicas de oratória, pronúncia correta, vícios na linguagem oral, e as principais regras da comunicação corporal. Portanto, acadêmicos este Guia Didático foi produzido pensando em você, na suas relações diárias, sejam elas na empresa, na universidade, e no seu dia a dia. Pois acreditamos que uma formação profissional se faz constantemente, e que não há obras plenas, acabadas, totalmente concluídas. Somos sujeitos por fazer-se. E que você possa ousar em empreendê-los nos projetos profissionais que almeja. Ouse sempre. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 11 UNIDADE I: ELEMENTOS BA SICOS DA COMUNICAÇA O OBJETIVOS Perceber a necessidade de uma comunicação eficiente na sociedade contemporânea. Compreender os elementos básicos do processo de comunicação. Entender o processo de comunicação nas suas diversas formas, isto é, formal, informal, técnico e consequentemente o uso dos pronomes de tratamento para cada momento da comunicação. Caros Acadêmicos! Sabemos que independentemente da área de atuação, escrever e falar corretamente constitui-se num requisito imprescindível a qualquer pessoa que deseja alcançar o sucesso profissional. Nesta unidade, abordaremos itens necessários ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo apresentando- lhes técnicas de comunicação eficiente no âmbito empresarial, bem como os principais elementos desta comunicação; e os níveis de linguagem estabelecidos como Formal, informal, e técnico; e por fim, os pronomes de tratamento e sua correta forma de uso. O QUE É COMUNICAÇÃO? Comunicação é um processo de interação entre as pessoas que teve sua origem na civilização do homem e permanece até a contemporaneidade como um dos principais elementos de sobrevivência do indivíduo. Podemos dizer que a comunicação é a troca compreensiva e significativa de ideias, palavras, ações e sentimentos entre duas ou mais pessoas, com a intenção de informar, educar, formar opiniões e interagir com o meio que nos cerca. Deste modo, a comunicação é de vital importância, pois se constituiu como a principal ferramenta de integração, de instrução e de convivência social. Segundo Maigret (2010, p. 17): 12 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Comunicar consiste em convocar objetos, relações sociais e ordens políticas. Toda comunicação propõe um composto de elementos momentaneamente indivisíveis: um modelo de troca funcional entre os homens, um ponto de vista sobre suas relações de poder e de cultura, uma visão de ordem política que os une. Em uma definição, podemos dizer que a palavra comunicação “origina-se do latim communicare, que significa partilhar, dividir, tornar comum, associar, trocar opiniões”1. Sendo assim, quando comunico algo a alguém esta mensagem torna-se comum aos dois. E esta comunicação torna-se pública, e sendo pública passa a pertencer a uma comunidade, nesse sentido, quando comunico algo a alguém, passo a trocar informações, experiências, ideias e sentimentos, e etc. É neste sentido que vemos a comunicação como processo, vital e necessário em todas as dimensões da vida do indivíduo. A comunicação enquanto processo versa na transmissão de conhecimento e informação de um emissor a um receptor que recebe, decodifica, isto é, interpreta uma mensagem. E assim, pela e/na comunicação os seres humanos partilham informações entre seus pares. Constituindo em ato a necessidade de comunicar, podemos afirmar que o ato de comunicar torna-se uma atividade basilar para se viver em sociedade. Na sociedade moderna este processo de comunicação passou por algumas mudanças significativas, principalmente com a variedade de profissões existente. A comunicação passou de um ato de sobrevivência entre os primórdios a uma comunicação espontânea e informal entre as pessoas, através da fala, do gesto, do telefonema, da carta e etc. Quando pensamos a comunicação em sentido profissional e empresarial, esta se diferencia pela finalidade e pelos objetivos em que a empresa almeja. Neste prisma, a comunicação de uma empresa passa ser a principal área estratégica de planejamento no ramo de desenvolvimento empresarial. Porque o sucesso de uma empresa pauta-se em uma boa estratégia de comunicação, sejam, entre funcionários, patrões, fornecedores e o marketing: 1 XIMENES, S. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Ediouro, 2001. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 13 Nas abordagens que tradicionalmente dominam no âmbito da comunicação empresarial, o objetivo primordial da empresa é buscar a melhor mensagem e o melhor meio para estabelecer contatos com os públicos-alvo, visando mudar modos de pensar, influenciar decisões, modificar os subordinados para o alcance dos objetivos organizacionais, anunciar eventos, vender alguma coisa e eliminar conflitos. (CARDOSO, 2006, p. 5). Podemos pensar no contexto contemporâneo, a comunicação e a informação como principais elementos das estratégias de gestão empresarial e estas passam a ser um desafio que precisa ultrapassar ideias e formulas ultrapassadas, em que o monopólio da verdade se estabelece e se cristaliza como pronta e acabada. Quando o processo de comunicação e informação na empresa pautar-se no ser humano, onde se valoriza a capacidade criadora do sujeito, sem desprezar sua singularidade e sua afetividade, este diferencial valorativo será o elemento fundamental de sucesso em uma empresa. “(...) a empresa precisa, da melhor forma possível, comunicar-se com a comunidade, com o cliente, com os agentes governamentais, com os fornecedores, enfim, com outras organizações e/ou agentes que também atuam nesse universo ou rede. A comunicação assume, assim, um papel fundamental na absorção e divulgação dos novos paradigmas empresariais, podendo agir como poderosa ferramenta estratégica de gestão”(Idem, p. 6). O processo de comunicação humana pode ser: Intrapessoal: quando um indivíduo se comunica consigo mesmo (agenda, diário, lembrete de reunião, e outros); Interpessoal: quando um indivíduo se comunica com outra pessoa (conversa entre dois colegas, entre patrão e funcionário, entre funcionário e fornecedor, e etc.); Intergrupal: quando as mensagens circulam entre grupos (funcionários de uma empresa, turmas de alunos, bancadas de partidos, nações, e etc.) e; Intragrupal: quando as mensagens circulam dentro de um grupo (funcionários unidos para cumprir uma meta, funcionários que se reúnem para reinvidicar melhores condições de trabalho, e etc.). Quando falamos de processo de comunicação temos ainda os elementos produzidos pela indústria cultural a qual nos acostumamos a chamar de comunicação de massa, isto é, são aqueles meios de comunicação dirigidos ao grande público por meio do 14 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL rádio, TV, cinema, jornal, revista etc. que por hora deixaremos em suspense, por não ser objeto de nosso estudo. CANAIS, RECEPÇÃO, MENSAGEM FLUXO O processo de comunicar-se apresenta outras formas de comunicação que recorrem a sistemas de sinais não linguísticos. Esses sistemas são denominados de comunicação não-verbal. Temos como exemplos: Figura 1: Comunicação não-verbal Fonte: Vânia Maria do Nascimento Duarte. Elementos da Comunicação. Disponível em: http://www.portugues.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html. Acesso em: 29 out. 2013. E para que o processo de comunicação aconteça de forma que a mensagem possa ser decodificada pelo seu receptor é necessário observar as funções de cada elemento da comunicação disposta neste gráfico: GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 15 Para que a mensagem possa tornar-se uma comunicação eficiente, ela deve passar por estes elementos: Emissor – emite, codifica a mensagem; Receptor – recebe, decodifica a mensagem; Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; Código – conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem, isto é, a língua em que a mensagem está escrita; Referente – contexto relacionado a emissor e receptor; Canal – meio pelo qual circula a mensagem, isto é, jornal, carta, e-mail, rádio, televisão, fax, e etc. A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, sons, uma língua natural, português, inglês, espanhol, etc., ou outros códigos que possuem um significado, por exemplo, as cores do semáforo, as placas de sinalização do trânsito. A mensagem é transportada até o destinatário através de um canal de comunicação, o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, telefone, comunicado na televisão ou no rádio, etc. Nesse processo podem ser identificados os seguintes elementos: emissor, receptor, código (sistema de sinais) e o canal de comunicação. Outro elemento presente no processo comunicativo é o ruído, caracterizado por tudo aquilo que afeta o canal, perturbando a perfeita captação da mensagem, por exemplo, falta de rede no celular, uma comunicação que chega distorcida ao seu destino na empresa. Entende-se por ruído tudo aquilo que afeta, em diferentes graus, a transmissão da mensagem: pouca atenção do receptor, erros de codificação, voz muito baixa ou encoberta por uma música etc. O termo ruído não se refere somente a perturbação sonora, aplica-se, também, à comunicação visual (erros de digitação e uma mancha numa tela são ruídos) e a outros tipos de comunicação. Quando a comunicação se realiza por meio de uma linguagem falada, ou, escrita, denomina-se comunicação verbal. É uma forma de comunicação exclusiva dos seres humanos e é a mais importante na sociedade humana. 16 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ESTILO DE LINGUAGEM: FORMAL, INFORMAL, TÉCNICA, PRONOMES DE TRATAMENTO A linguagem tem normas, princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, pensamos que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a grande maioria das pessoas, expressar-se corretamente em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal, acentuação etc. Há, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o gramatical, que é o de inadequação de linguagem ao contexto. Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do que nas provas da escola ou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com pessoas desconhecidas, de outras gerações vitais, não convém utilizar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em nos compreender. Numa dissertação solicitada num vestibular ou um concurso público já precisamos empregar um vocabulário mais formal. Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de linguagem. Vejamos alguns níveis de linguagem: NÍVEL FORMAL-CULTO OU PADRÃO: trata-se de uma linguagem mais formal, que segue os princípios da gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e nos livros em geral. Observe este trecho de jornal: “Na semana passada, milhares de americanos saíram às ruas para protestar contra os novos programas de espionagem dos Estados Unidos que exploram as imensas pegadas digitais da vida privada no século 21. As pesquisas de opinião apontam que a população americana está dividida sobre o tema. Surpreendentemente, ou não, grande parte apóia o uso desses expedientes invasivos dentro do pressuposto de que a intrusão aumenta a segurança pessoal e nacional. Essa é uma discussão antiga, sobre os limites do público e do privado, mas que ganhou muito mais urgência e abrangência na era da comunicação total, que é também a era da exposição total. E não só na área política ou policial, mas também na esfera econômica. Nossos comportamentos estão cada vez mais intermediados por softwares, aplicativos, transações eletrônicas. O cidadão digital está nu. O Google sabe muito mais das pessoas do que muito dos seus amigos e parentes mais próximos”. (...) (Folha de São Paulo – on line, 29 de outubro de 2013, Editorial). Somos o que buscamos, Nizan Guanaes. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/2013/10/1363591- somos-o-que-buscamos.shtml. Acesso em 29 out. 2013. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 17 Percebemos aqui uma linguagem ‘limpa’ sem ruídos, em que a mensagem foi passada de forma clara e objetiva, e que as regras gramaticais foram respeitadas corretamente. NÍVEL COLOQUIAL-POPULAR-INFORMAL: é a linguagem empregada no cotidiano. Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões populares e não obedece às regras da gramática normativa. Veja estes exemplos: “Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre dão certo”. Estou preocupado. (norma culta). Tô preocupado. (língua informal). Tô grilado. (gíria, limite da língua popular). PROFISSIONAL OU TÉCNICO: é a linguagem que alguns profissionais, como advogados, economistas, médicos, dentistas etc. utilizam no exercício de suas atividades. Exemplo: na profissão de médico, podemos observar uma linguagem própria desta profissão, vejamos: "O paciente, enquanto tuberculoso, apresentou sintomas depressivos". Assim observamos que a exemplo do médico as demais profissões têm uma linguagem própria restrito a um grupo que realmente codifica e interpreta a mensagem. Dominar uma língua, portanto, não significa apenas conhecer normas gramaticais, mas, sobretudo empregar adequadamente essa língua em várias situações do dia a dia: na escola, no trabalho, com os amigos, num exame de seleção, no trabalho e na empresa. PRONOMES DE TRATAMENTO O Manual de redação da Presidência da República (2002) apresenta algumas regras fundamentaispara o uso correto das formas de tratamento. Vejamos: 18 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Concordância: Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. O verbo e os pronomes devem estar na terceira pessoa. Exemplo: “Vossa Excelência e sua comitiva serão nossos convidados”. O verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará (verbo na 3ª pessoa) o substituto”; “Vossa Excelência conhece (verbo na 3ª pessoa) o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (não se usa Sua). Quanto aos adjetivos que se referem a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é Vossa Excelência está atarefado, se for mulher, Vossa Excelência está atarefada. A forma por extenso demonstra maior respeito, sendo recomendável em correspondência mais formal ou cerimoniosa. Na correspondência interna e na externa mais informal, nada impede que se abrevie a forma de tratamento. Na correspondência interna informal, isto é, aquela trocada sobre assuntos de rotina entre chefes de seções, chega-se a omitir as formas de tratamento, substituindo-as pelos pronomes pessoais oblíquos da terceira pessoa. Ex.: “Comunico-lhe que...”. Na comunicação oficial, quando quem a subscreve representa o órgão em que exerce suas funções, será preferível o emprego da primeira pessoa do plural. Ex.: “Comunicamos a Vossa Senhoria...”; “Temos a honra de convidar Vossa Excelência para....”; “Encaminhamos a Vossa Senhoria, anexo,...”. Quando a comunicação contiver assunto de responsabilidade exclusiva e pessoal de quem o assina, aí, então, caberá o emprego da primeira pessoa do singular: Ex.: “Atesto, para fins de...”; “Vossa” é empregado para a pessoa com quem se fala, a quem se dirige a correspondência. Ex.: “Comunicamos a Vossa Senhoria que...”. “Sua” é empregado para a pessoa de quem se fala. Ex.: “A placa comemorativa GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 19 foi descerrada por Sua Excelência o Senhor Governador do Estado”; “Em audiência concedida a um grupo de turistas gaúchos, Sua Santidade o Papa manifestou o desejo de visitar o Brasil.” Crase – não se usa crase antes de pronomes de tratamento. Ex.: Comunicamos a Vossa Senhoria (não há crase). Vossa Excelência é empregada para autoridades hierarquicamente superiores. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador, 20 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Abaixo um quadro demonstrativo das formas de tratamento Figura 2 - Autoridades judiciárias Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Auditores Defensores Públicos Desembargadores Membros de Tribunais Presidentes de Tribunais Procuradores Promotores Vossa Excelência V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex. as ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor + cargo Ao Excelentíssimo Senhor Nome Cargo Endereço Juízes de Direito Meritíssimo Juiz ou Vossa Excelência M.Juiz ou V.Ex.ª, V. Exas. V.Ex. as Meritíssimo Senhor Juiz ou Excelentíssimo Senhor Juiz Ao Meritíssimo Senhor Juiz ou Ao Excelentíssimo Senhor Juiz Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento Figura 3 - Autoridades Militares Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Oficiais Generais (até Coronéis) Vossa Excelência V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex. as ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor Ao Excelentíssimo Senhor Nome Cargo Endereço Outras Patentes Vossa Senhoria V.S.ª ou V. Sa. V.S. as ou V. Sas. Senhor + patente Ao Senhor Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento Figura 4 - Autoridades Universitárias Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Reitores Vossa Magnificência ou Vossa Excelência V. Mag.ª ou V. Maga, V. Exa. ou V. Ex.ª V. Mag. as ou V. Magas. ou V.Ex. as ou V.Exas. Magnífico Reitor ou Excelentíssimo Senhor Reitor Ao Magnífico Reitor ou Ao Excelentíssimo Senhor Reitor Nome Cargo Endereço Vice-Reitores Vossa Excelência V.Ex.ª, ou V.Exa. V.Ex. as ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor Ao Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor Nome Cargo Endereço Assessores Pró-Reitores Diretores Coord. De Departamento Vossa Senhoria V.S.ª ou V.Sa. V.S. as ou V.Sas. Senhor + cargo Ao Senhor Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 21 Figura 5 - Autoridades Eclesiásticas Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Arcebispos Vossa Excelência Reverendíssima V.Ex.ª Rev. ma ou V. Exa. Revma. V.Ex. as, Rev. mas ou V. Exas. Revmas. Excelentíssimo Reverendíssimo A Sua Excelência Reverendíssima Nome Cargo Endereço Bispos Vossa Excelência Reverendíssima V.Ex.ª Rev. ma ou V. Exa. Revma. V.Ex. as Rev. mas ou V. Exas. Revmas. Excelentíssimo Reverendíssimo A Sua Excelência Reverendíssima Nome Cargo Endereço Cardeais Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima V.Em.ª, V. Ema. ou V.Em.ª Rev. ma , V. Ema. Revma. V.Em. as , V. Emas. ou V.Em as, Rev. mas ou V. Emas. Revmas. Eminentíssimo Reverendíssimo ou Eminentíssimo Senhor Cardeal A Sua Eminência Reverendíssima Nome Cargo Endereço Cônegos Vossa Reverendíssima V. Rev. ma ou V. Revma. V. Rev. mas V. Revmas. Reverendíssimo Cônego Ao Reverendíssimo Cônego Nome Cargo Endereço Frades Vossa Reverendíssima V. Rev. ma ou V. Revma. V. Rev. mas ou V. Revmas. Reverendíssimo Frade Ao Reverendíssimo Frade Nome Cargo Endereço Freiras Vossa Reverendíssima V. Rev. ma ou V. Revma. V. Rev. mas ou V. Revmas. Reverendíssimo Irmã A Reverendíssima Irmã Nome Cargo Endereço Monsenhores Vossa Reverendíssima V. Rev. ma ou V. Revma. V. Rev. mas ou V. Revmas. Reverendíssimo Monsenhor Ao Reverendíssimo Monsenhor Nome Cargo Endereço Papa Vossa Santidade V.S. - Santíssimo Padre A Sua Santidade o Papa Sacerdotes em geral e pastores Vossa Reverendíssima V. Rev. ma ou V. Revma. V. Rev. mas ou V. Revmas. Reverendo Padre / Pastor Ao Reverendíssimo Padre / Pastor ou Ao Reverendo Padre / Pastor Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento 22 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 6 - Autoridades Monárquicas Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Arquiduques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título A Sua Alteza Real Nome Cargo Endereço Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título A Sua Alteza Real Nome Cargo Endereço Imperadores Vossa Majestade V.M. VV. MM. MajestadeA Sua Majestade Nome Cargo Endereço Príncipes Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título A Sua Alteza Real Nome Cargo Endereço Reis Vossa Majestade V.M. VV. MM. Majestade A Sua Majestade Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento Figura 7 - Autoridades Civis Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Singular Abreviatura Plural Vocativo Endereçamento Chefe da Casa Civil e da Casa Militar Cônsules Deputados Embaixadores Governadores Ministros de Estado Prefeitos Presidentes da República Secretários de Estado Senadores Vice-Presidentes de Repúblicas Vossa Excelência V.Ex.ª ou V. Exa. V.Ex. as ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor + Cargo Ao Excelentíssimo Senhor Nome Cargo Endereço Demais autoridades não contempladas com tratamento específico Vossa Senhoria V.S.ª ou V. Sa. V.S. as ou V. Sas. Senhor + Cargo Ao Senhor Nome Cargo Endereço Fonte: PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento Obs: O plural das expressões de tratamento Se a expressão de tratamento tem o “a” como em V. S.ª, V. Ex.ª, etc., acrescenta-se um “s” ao “a”. Exemplos: Vossas Excelências = V. Ex.as Vossas Senhorias = V. S.as GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 23 Se a expressão de tratamento não tem o “a”, dobram-se as letras maiúsculas, colocando-se um ponto após a segunda letra dobrada. Exemplos: V. A. = VV. AA. A concordância das expressões de tratamento se faz com: o verbo na 3ª pessoa; o pronome possessivo na 3ª pessoa – seu(s), sua (s); o pronome pessoal oblíquo na 3ª pessoa – o(s), a(s), se, si, consigo, lhe(s). Exemplo: Dirijo-me a V. Ex.ª para elogiar o seu discurso. Quando nos dirigimos às pessoas, usamos o pronome VOSSA. Exemplo: Peço que Vossa Senhoria me conceda uma explicação. Quando falamos das pessoas, usamos o pronome SUA. Exemplo: Sua Excelência tranquilizou os repórteres, dizendo que não faltaria carne à população. Os adjetivos concordam com os pronomes de tratamento em relação à pessoa real que representam (homem ou mulher): Exemplos: V. S.ª está mais magra. (mulher). V. Ex.ª está equivocado. (homem). ATIVIDADES 1) Leia com atenção o fragmento de uma crônica de Rubens Braga antes de responder as questões. A palavra Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta. 24 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci. Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias: esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um povo as suas pobres choupanas e suas remotas esperanças. QUESTÕES a) No primeiro parágrafo, diz o autor, “imprudente ofício é este, de viver em voz alta”. Dê o significado da expressão “viver em voz alta”. b) Na frase “(...) deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento”, que características do ato da fala foram ressaltadas? Explique. c) A linguagem tem um papel de importância indiscutível como forma de “levar” informações do emissor ao destinatário. No entanto, o texto fala de outro “poder” da palavra. Explique qual seria ele. d) Dê ao menos um exemplo (uma frase, uma expressão) que justifique a afirmação de que no texto de Rubens Braga se fez uso da Linguagem Literária, ou seja, técnica. (MESQUITA, 1995, p. 23-24). 2) Responda, de forma dissertativa e coerente, a seguinte questão. A partir dos textos estudados em sala apresente a sua concepção do que é linguagem, língua e fala. Assinale as alternativas incorretas e depois justifique. Sobre comunicação, linguagem, língua e fala, é incorreto afirmar que: ( ) Comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 25 ( ) O mundo da comunicação é vastíssimo, embora ainda seja predominante idéia da comunicação não-verbal. ( ) A comunicação nem sempre é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social. ( ) Linguagem é o resultado da capacidade comunicativa dos seres. ( ) A língua é a linguagem que utiliza a palavra com sinal de comunicação. ( ) A linguagem é um instrumento que o receptor utiliza para transmitir mensagens. ( ) Cada indivíduo pode fazer uso da língua conforme a sua vontade, criando, assim, a fala. ( ) A linguagem é um fato universal, pois abrange todos os seres; a fala é um fato coletivo, porque abrange seres de um determinado grupo; a língua é um fato individual, pois se realiza através de cada indivíduo de um grupo. 3) Coloque V para verdadeiro e F para o que for falso. ( ) Dificilmente variamos nosso modo de falar conforme a situação em que estamos (formal ou informal). ( ) Norma culta é a gramática oficial, que determina o que é certo ou errado, como se deve falar e como não se deve agir linguisticamente. ( ) A norma coloquial é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Copie a(s) letras da(s) alternativa(s) que você assinalou como falsa(s) e justifique porque é (são) falsa(s). 26 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4) Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir: Os meios de comunicação Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do que todos os outros traços da indústria cultural. Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais, profissionais liberais, executivos –, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo). Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam os programas em vista dos consumidores potenciais de seus produtos e, portanto, criam à especificação do conteúdo e do horário de cada programa. Em outras palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio interior a marca do patrocinador. Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver, diretamente, com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso, não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um programa feminino, patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode patrocinar um programa sobre ecologia. A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda que não patrocinados por ele.Por exemplo, um banco de um governo estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo veiculado pelos noticiários. Por quê? Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do Estado ao qual pertence o banco, este pode suspender o patrocínio do programa de auditório. Para não perder o cliente, a emissora de rádio ou de televisão não veicula notícias desfavoráveis àquele governo e, pior, veiculada apenas as que lhe são favoráveis. Dessa maneira, o direito à informação desaparece e os ouvintes ou telespectadores são desinformados ou ficam mal informados. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 27 A desinformação, aliás, é o principal resultado da maioria dos noticiários de rádio e televisão. Com efeito, como são apresentadas as notícias? De modo geral, são apresentadas de maneira a impedir que o ouvinte e o espectador possam localizá-la no espaço e no tempo. Falta de localização espacial: o espaço real é o aparelho de rádio e a tela da televisão, que tem a peculiaridade de retirar as diferenças e distâncias geográficas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em Campina Grande pareça igualmente próximo e igualmente distante. Falta de localização temporal: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem conseqüências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos. Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneiro que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo. Também é interessante a inversão entre realidade e ficção produzida pela mídia. Acabamos de mencionar o modo como o noticiário nos apresenta um mundo irreal, sem História, sem causas nem consequências, descontínuo e fragmentado. Em contrapartida, as novelas criam o sentimento de realidade. Elas o fazem usando três procedimentos principais: o tempo dos acontecimentos novelísticos é lento para dar a ilusão de que, a cada capítulo, passou-se apenas um dia de nossa vida, ou passaram-se algumas horas, tais como realmente passariam se fossemos nós a viver os acontecimentos narrados; as personagens, seus hábitos, sua linguagem, suas casas, suas roupas, seus objetos são apresentados com o máximo de realismo possível, de modo a impedir que tenhamos distância diante deles (ao contrário do cinema e do teatro, que suscitam em nós o sentimento de proximidade justamente porque nos fazem experimentar o da distância); 28 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL como conseqüência, a novela nos aparece como relato do real, enquanto o noticiário nos aparece como irreal. Basta ver, por exemplo, a reação de cidades inteiras quando uma personagem da novela morre (as pessoas choram, querem ir ao enterro, ficam de luto) e a falta de reação das pessoas diante de chacinas reais, apresentadas nos noticiários. Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da atenção e a infantilização. Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a programação em blocos que duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a concentrar a atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante as pausas para a publicidade. Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e “comercial”. Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem tentam ler um livro: não conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, não conseguem suportar a ausência de imagens e ilustrações no texto, não suportam a idéia de precisa ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a capacidade de abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. Como esperar que possam desejar e interessar-se pelas obras de arte e de pensamento? Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma vendedora de Cultura que precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando não consegue suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é infantil justamente porque para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto). GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 29 Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o consegue? Cirando em nós os desejos e oferecendo produtos (publicidade e programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque sabem que, em algum lugar, seu desejo será imediatamente satisfeito. Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como toma a cultura sob a forma de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente nossos desejos porque não exige de nós atenção, pensamento, reflexão, crítica, perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que as obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e metal para compreendê-las, amá-las, criticá-las, superá-las. A cultura nos satisfaz, se tivermos paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos satisfaz porque nada nos pede, senão que permaneçamos para sempre infantis. Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, sob a aparência de democracia. Um dos melhores exemplos encontra-se nos programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre um especialista – nos ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e assim vão se sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação espiritual, enfim, não há um único aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista competente. Em princípio, seria absurdo e injusto considerar tais ensinamentos como autoritários. Pelo contrário, deveríamos considerá-los uma forma de democratizar e socializar conhecimentos. Onde se encontra o lado autoritário desse tipo de programação (no caso de revistas, jornais e livros)? No fato de que funcionam como intimidação social. De fato, como a mídia nos infantiliza, diminui nossa atenção e capacidade de pensamento, inverte realidade e ficção e promete, por meio da publicidade, colocar a felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, transforma-nos num público dócil e passivo. Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de aconselhamento, longe de divulgar informações (como parece ser a intenção 30 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL generosa dos especialistas) tornam-se um processo de inculcação de valores, hábitos, comportamentos e idéias, pois não estamos preparadospara pensar, avaliar e julgar o que vemos, ouvimos e lemos. Por isso, ficamos intimidados, isto é, passamos a considerar que nada sabemos, que somos incompetentes para viver e agira se não seguirmos a autoridade competente do especialista. Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural torna-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformando em massa inculta, infantil desinformada e passiva. (CHAUÍ, 1995, p. 330-333). INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 1) De acordo com o texto, qual é a finalidade da arte? 2) De acordo com o texto, como a indústria cultural interfere nas três principais características das artes? 3) Por que a ideia de que “todos têm acesso aos mesmos bens culturais” é uma ilusão? 4) Como a indústria cultural vende cultura? 5) A indústria cultural “define a cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração”. Que consequências isso acarreta? 6) Que relação o texto estabelece entre informação e patrocínio? 7) Por que a autora do texto considera que o principal resultado da maioria dos noticiários é a desinformação? 8) Que relação o texto estabelece entre noticiário e novela? 9) Você diria que os noticiários têm empregado artifícios novelísticos ao apresentarem as notícias? Explique. 10) Por que a mídia infantiliza as pessoas? 11) Que relação o texto estabelece entre mídia e obras de arte e de pensamento? 12) Por que a autora diz que a indústria cultural tem aparência de democracia, mas é, na verdade, autoritária? GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 31 REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Comunicação em língua portuguesa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. CARDOSO, Onésimo de Oliveira. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos. Rio de Janeiro: [s.n.], 2006. CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: Nacional, 2008. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995. FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de textos: leitura e redação. 3. ed. São Paulo: Ática, 1998. MENDES, Gilmar Ferreira; FORSTER JÚNIOR, Nestor José. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. Brasília: Presidência da República, 2002. MANUAL de Comunicação Escrita Oficial do Estado do Paraná. Curitiba, 2005. Disponível em: <www.arquivopublico.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_comunicacao.pdf>. Acesso em: 01 out. 2013. MESQUITA. Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. PUCRS. Formas de tratamento. Disponível em: <http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php. Acesso em: 28 set. 2013. PUCRS. Formas de tratamento e endereçamento. Disponível em: <http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php. Acesso em: 28 set. 2013. SACCONI, Luiz Antonio. Novíssima gramática ilustrada Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2008. TUFANO, DOUGLAS. Guia prático da nova ortografia. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009. Disponível em: <www.http://alzheimernafamilia.blogspot.com.br.>. Acesso em: 29 de set. 2013. Nizan Guanaes. Somos o que buscamos. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 out. 2013. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/2013/10/1363591-somos-o-que- buscamos.shtml. Acesso em: 29 out. 2013 Vânia Maria do Nascimento Duarte. Elementos da Comunicação. Disponível em: http://www.portugues.com.br/redacao/linguagemlinguafala.html. Acesso em: 29 out. 2013 http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php http://alzheimernafamilia.blogspot.com.br/ 32 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 33 UNIDADE II: A LINGUAGEM COMO FERRAMENTA EMPRESARIAL OBJETIVOS Compreender a linguagem como um dos elementos fundamentais para o sucesso profissional. Perceber a importância das concordâncias verbal e nominal em vista de uma comunicação oral e escrita de qualidade. Entender como os processos de acentuação, ortografia, hifenização, as novas regras da ortografia, e uso dos porquês de forma correta, faz diferença ao profissional do terneiro milênio. Caros Acadêmicos! Nesta unidade, trataremos dos itens favoráveis a uma linguagem eficiente, no qual possa levar o profissional ao sucesso no mercado de trabalho. Iniciamos apresentando os vícios e erros da linguagem; bem como os usos corretamente das concordâncias verbal e nominal; e por fim, os processos de acentuação, ortografia, hifenização, as novas regras da ortografia, e uso dos porquês de forma correta, pois são ferramentas fundamentais para uma linguagem escrita e oral de qualidade. VÍCIOS E ERROS DE LINGUAGEM Tratar dos vícios de linguagem torna-se um elemento preponderante no processo de comunicação, pois uma comunicação é fragilizada quando estes vícios não são observados. Assim, os vícios de linguagem englobam alguns dos erros mais comuns que os usuários da língua podem cometer ao utilizá-la para exprimir seus pensamentos. De acordo com a Novíssima Gramática Ilustrada Sacconi (2008, p. 324-325), os vícios de linguagem ocorrem toda vez que desviamos das normas gramaticais que premeditam uma forma correta de pronunciar a língua, seja oral ou escrita. Os principais vícios de linguagem são: barbarismo, solecismo, cacófato, ambiguidade e redundância. 34 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Barbarismo: todo desvio na grafia, na reflexão ou na pronúncia de uma palavra constitui um barbarismo. Existem quatro tipos de barbarismo. a) Cacoépia: é a má pronúncia de uma palavra. Por exemplo: “compania” (em vez de companhia), “gor” (em vez de gol), “cadalço”(em vez de cadarço). b) Silabada: é a troca de acentuação prosódica de uma palavra. Por exemplo: “récorde” (em vez de recorde), “rúbrica” (em vez de rubrica), “íbero” (em vez de ibero). c) Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma palavra. Por exemplo: “maizena” (em vez de maisena), “cidadões”(em vez de cidadãos), “interviu”(em vez de interveio). d) Deslize: é o emprego de uma palavra. Por exemplo: peixe com “espinho” (por peixe com espinha), “vultuosa” quantia ( por vultosa quantia). Comete barbarismo ainda quem abusa do emprego de palavras estrangeiras, grafando-as como na língua de origem. Por princípio, todo estrangeirismo que não possuir equivalente adequado em nossa língua deverá ser aportuguesado. Portanto, convém grafar: abajur, boate, garagem, coquetel, checape, xampu, e não abat- jour, boîte, garage, cockitail, check-up, shampoo. Solecismo: todo desvio sintático. E existem três tipos, vejamos. a) De concordância. Por exemplo: “houveram” eleições (por houve eleições), o pessoal “chegaram” (por o pessoal chegou). b) De regência. Por exemplo: “assiti” esse filme (por assisti a esse filme), ter ódio “de” alguém (por ter ódio à alguém), não “lhe” conheço (por não o conheço). c) De colocação. Por exemplo: “darei-lhe” um abraço (por dar-lhe-ei um abraço), tenho “queixado”-me bastante (por tenho me queixado bastante). Cacófato: todo som obsceno resultante da união de sílabas de palavras diferentes provoca um cacófato. Por exemplo: preciso ir-me já, vaca gaúcha, etc. O Cacófato só existe quando a união das sílabas exprime obscenidade, vejamos: ela tinha, boca dela, alma minha e outras uniões semelhantes não constituem cacófato, mas simples cacofonia, de menor importância. Ambiguidade: todo duplo sentido, causado pela má construção da frase, é uma ambigüidade. Por exemplo: Beatriz comeu um doce e sua amiga também. (por Beatriz comeu um doce, e sua amiga também). Mataram o porco do meu tio. (por mataram o porco que era de meu tio). Redundância: toda repetição de uma ideia mediante palavrasou expressões diferentes prova um redundância ou pleonasmo vicioso. Como por exemplos: GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 35 Subir lá em cima. Descer lá embaixo. Entrar pra dentro. Sair pra fora. Novidade inédita. Hemorragia de sangue. Pomar de frutas. Hepatite do fígado. Adiar para depois. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL A concordância verbal é de primordial importância na comunicação oral ou escrita dos indivíduos. Concordância verbal A concordância verbal com sujeito simples exige muita atenção. O verbo de uma oração deve concordar em número e pessoa com o sujeito, para que a linguagem seja clara e a escrita esteja de acordo com as normas vigentes da gramática. Vejamos alguns exemplos: a) Eles está muito bem. (incorreta) b) Eles estão muito bem. (correta) c) O pai apareceu na festa. (correta) d) Os pais apareceram na festa. (correta) Se, depois do sujeito no singular, aparecer um adjunto no plural, o verbo continuará no singular, porque concorda com o núcleo do sujeito, e não com seu adjunto. Exemplo: A alta dos preços dos combustíveis irrita o povo. (correta). Sujeito coletivo no singular deixa sempre o verbo no singular, mesmo que venha seguido de adjunto no plural. Exemplo: Um bando de cafajestes depredou as casas da minha rua. Qualquer nome acompanhado de artigo no plural exige o verbo no plural. E no singular o verbo ficará no singular. Exemplos: 36 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Os Estados Unidos são a única superpotência no mundo. Os Andes ficam na América do Sul. As minhas costas estão doendo. O Amazonas é um grande rio. Campinas é uma grande cidade. As expressões “a maioria de, a maior parte de, grande número de, grande parte de, e metade de”, seguidos de nomes no plural, podem deixar o verbo no singular ou levá-los ao plural. Exemplos: A maioria dos brasileiros gosta (ou gostam) de futebol. Metade das laranjas estava podre (ou estavam) podres. Quando um pronome no singular estiver seguido das expressões “de nós, de vós, de vocês, deles ou delas”, ou de qualquer outra no plural, o verbo ficará no singular. Porém se estiver no plural, o verbo concordará com a expressão que vier depois do pronome. Exemplos: Nenhum de nós votará mais em gente corrupta. Algum de vocês gosta de políticos demagogos? Alguns de nós ainda votaremos em gente corrupta? Quais de vós ainda votareis em gente corrupta? O pronome quem exige o verbo na terceira pessoa do singular. Exemplos: Hoje sou eu quem paga a conta. Hoje somos nós quem paga a conta. Hoje são eles quem paga a conta. De outro modo, se no lugar do pronome quem, aparecer que, a concordância se fará com o pronome reto anterior. Exemplos: GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 37 Hoje sou eu que pago a conta. Hoje somos nós que pagamos a conta. Hoje são eles que pagam a conta. Todos os pronomes de tratamento são da terceira pessoa. Exemplos: Vossa excelência está certo. Vossas excelências estão certos. Verbo transitivo direto + pronome se: o verbo concorda com o sujeito, normalmente posposto. Exemplos: Vende-se casa. Vendem-se casas. Neste caso, como o sujeito recebe a ação verbal, a voz se diz passiva. Só os verbos transitivos diretos têm voz passiva. Por isso, qualquer outro tipo de verbo, junto do pronome se, fica sempre no singular (porque, neste caso, não existe o sujeito). Exemplos: Precisa-se de empregados. Morre-se de amores por ela. Quando se está com dores, nada está bom. Nas expressões “um dos que” exige o verbo no plural. Exemplos: Sou um dos que estudam nesta escola. Fui um dos que não votaram nele. Nas expressões “um + substantivo + que” o verbo fica na terceira pessoa do singular. Exemplos: Sempre fui um aluno que estudou muito. Sou uma pessoa que crê em Deus. 38 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Quando referimos ao verbo fazer, em orações que dão ideia de tempo, não varia. Exemplos: Faz dois anos que não viajo. Ontem fez trinta dias que assisti a esse filme. Amanhã fará vinte dias que não vou a estádios. Quando referimos ao verbo haver, não varia quando significa existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Exemplos: Havia muitas pessoas na fila. (= existiam) Houve protestos da população. (= aconteceram) Haverá eleições este ano. (= realizar-se-ão) Há tempos não vou a estádios. (= faz) Concordância nominal A Concordância Nominal é o acordo entre o nome (substantivo) e seus modificadores (artigo, pronome, numeral, adjetivo) quanto ao gênero (masculino ou feminino) e o número (plural ou singular). A concordância com substantivos são de gêneros e número diferentes. Exemplos: Comprei abacate e maçãs maduras (ou maduros). – O adjetivo “maduras” pode concordar com o mais próximo = maçãs – ou podem concordar com os dois substantivos “abacate e maçãs” concordando com “maduros”. Ou, Comprei abacates e maçã madura (ou maduros). O adjetivo “madura” pode concordar com o mais próximo = maçã – ou podem concordar com os dois substantivos “abacates e maçã” concordando com “maduros”. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 39 Obs: quando o adjetivo aparece antes dos substantivos, faz-se a concordância com o mais próximo, sempre. Exemplo: Comprei maduro abacate e melão. (maduro é uma qualidade (adjetivo) do abacate e do melão). Casos mais comuns Mesmo e próprio: Ele mesmo (ou próprio) lava suas roupas. Eles mesmos (ou próprios) lavam suas roupas. Junto Nunca vi esses rapazes juntos. Minhas filhas chegaram juntas da escola. Obrigado Ele saiu dizendo muito obrigado. Ela saiu dizendo muito obrigada. Eles saíram dizendo muito obrigados. Elas saíram dizendo muito obrigadas. Anexo Segue anexo o documento. Seguem anexos os documentos. Segue anexa a foto. Seguem anexas as fotografias. Bastante Comam bastantes frutas, crianças. Vi bastantes novidades na feira. Quando o advérbio não varia: As crianças comem bastante. As crianças riram bastante no circo. 40 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Meio Cheguei ao meio-dia e meia (hora). Comprei duas meias melancias na feira. Quando o advérbio não varia: Ela ficou meio nervosa. As crianças estão meio medrosas. Obs: Outras regras podem verificar na gramática que consta na referência. ACENTUAÇÃO, ORTOGRAFIA, HIFENIZAÇÃO, AS NOVAS REGRAS DA ORTOGRAFIA, USO DOS PORQUÊS. Quanto à acentuação: Não se acentua mais ditongos abertos: ói e éi das palavras paroxítonas. Exemplos: ideia, jiboia. Obs.: óxitonas éis, éu, éus, ói, óis continuam a ser acentuados como papéis. Não se acentua mais nas palavras paroxítonas o i e no u tônicos, quando vierem depois de ditongo decrescente. Exemplo: Feiura. Obs.: Nas palavras oxítonas (quando o i ou o u estiverem na posição final ou seguidos de s o acento permanece, tais como: Piauí e Tuiuiú. Não se acentua mais as palavras terminadas com êem e ôo, como enjoo, perdoo. Não se utiliza mais o acento que diferenciava os pares, tais como: Pára/para e Pêlos/pelos. Entretanto, permanece o acento diferencial em pôr (verbo) e por (preposição). Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir (e seus derivados: manter, deter, reter etc). Ele tem dois carros./ Eles têm dois carros. Não se usa mais acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 41 Em relação ao trema (¨), não se usa mais esse sinal, que era empregado nos grupos: gue, gui, que e qui. Ficando apenas nas palavrasestrangeiras e suas derivadas tais como: Müller e mülleriano. Outros Exemplos: lingüiça - linguiça; conseqüência consequência; freqüência frequência; freqüentar frequentar. Outras regras podem ser observadas no Guia Ortográfico com endereço disponibilizado nas referências desta unidade. Emprego da crase: Normalmente percebemos vários problemas na utilização da crase. A crase (`) é uma fusão de dois sons vocálicos iguais. Assim, ela (a crase) será utilizada quando ocorrer à fusão da preposição a com: Artigo feminino a(s). Exemplo: Entreguei a rosa à garota. Com o a de aquele(s), aquela(s), aquilo. Exemplo. Refiro-me àqueles (a+aqueles) que chegaram. Além disso, a crase também pode ocorrer: Antes de substantivo feminino; Antes de nomes de localidades que aceitem artigo feminino; Antes de numeral seguido da palavra hora; Antes de substantivo, quando subentender as palavras moda, maneira; Quando o artigo feminino estiver desacompanhado do respectivo substantivo. Não se usa crase: Antes de substantivo masculino; Antes de artigo indefinido; Antes de verbos; Com pronomes de tratamento. Exceção senhora, senhorita e dona; 42 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Antes de pronomes pessoais, demonstrativos e indefinidos que não admitem artigo feminino; Diante da palavra casa, no sentido de lar, domicílio, quando não acompanhada de adjetivos ou locução adjetiva; Diante do substantivo terra, em oposição a bordo e mar; Quando houver apenas a preposição, sem artigos; Nas locuções de palavras repetidas; Diante de numerais cardinais referentes a substantivos não determinados pelo artigo. Crase – facultativa Antes de nomes próprios, indicando intimidade; Antes de possessivos; Depois da preposição até. Ou seja, as regras da crase não são muito simples. Assim, sugerimos a leitura do capítulo referente a crase, da obra de: CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. p. 275-283. Ortografia: Vamos apresentar nessa parte da Unidade as principais alterações ocorridas em detrimento da assinatura do Acordo Ortográfico. A ortografia é fundamental para a efetivação da leitura dos símbolos gráficos e também para a reprodução correta dos sons que compõem as palavras. Segundo Câmara Jr. (2001), até 1931 a ortografia no Brasil era elástica em virtude da liberdade na grafia de várias palavras. Hoje, nos encontramos num período de transição, devido ao acordo ortográfico assinado por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné- GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 43 Bissau, Moçambique e posteriormente Timor Leste, que visa contribuir para a unificação da língua escrita, dos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial. Nesse contexto, cabe salientar que esse acordo, refere-se exclusivamente, a língua escrita. Portanto, não altera a forma de pronúncia que varia entre os países. Sua aplicação foi oficialmente exigida a partir de 2012. Desse modo, pretendemos apresentar algumas regras importantes da ortografia, bem como as principais alterações constantes nesse acordo. Podemos dizer que a partir do Acordo Ortográfico houve a reintegração das letras, K, W e Y ao alfabeto, ficando, portanto, com 26 letras. Já usávamos essas letras como abreviaturas de termos científicos de uso internacional como: km (quilometro), kg (quilograma) dentre outros. Também é frequente o uso na transcrição de palavras estrangeiras tais como watt, playground, hobby e em nomes próprios estrangeiros como: Franklin, Wagner, Newton, dentre muitos outros. O nosso alfabeto não é fonético, ou seja, um único fonema pode ser representado por diferentes letras e, fonemas diferentes podem ser escritos com a mesma letra, assim, frequentemente apresentamos algumas dúvidas tais como: Usa-se X ou CH? S ou Z? G ou J? E ou I? Descreveremos algumas regras abaixo para sua compreensão, entretanto, recomendamos a consulta frequente ao dicionário ou mesmo às gramáticas descritas na bibliografia dessa Unidade. X ou CH: emprega-se x geralmente após ditongos: caixa, peixe. Exceções: caucho, recauchutar, recauchutagem. Também o empregamos após me (inicial) como: mexer, mexilhão, (exceção: mecha e seus derivados). Depois de en (inicial) como: enxurrada, enxaqueca (exceção: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados). S ou Z: emprega-se s nos sufixos -ês, -esa, e -isa, utilizados nas palavras que designam nacionalidade, profissão, estado social, títulos honoríficos, tais como: japonês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa. Além disso, também é empregado nos sufixos -oso e -osa (que significam ‘cheiro de’), usados na formação de adjetivos, como delicioso. E nas formas verbais (por e querer e seus compostos): puser, repusesse, quis. Enquanto a letra z emprega-se nos sufixos –ez e –eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos como: rigidez (rígido) e riqueza (rico). 44 GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL G ou J: essas letras antes de e ou i possuem o mesmo som. Entretanto, o j é empregado nas palavras de origem africana e indígena: pajé, jiboia e também naquelas derivadas de outras palavras, que já possuem o j como: laranjeira (laranja) e gorjeta (gorja). Já a letra g, emprega-se nas terminações –ágio, -égio, - ógio, -úgio: como prestígio, refúgio e normalmente também são empregadas nas terminações: -agem, igem, -ugem, presentes em garagem, ferrugem. Entretanto, apresentam algumas exceções como, pajem e lambujem. E ou I: Emprega-se e em algumas formas de verbos terminados em: -oar, uar, como perdoem, continue. Já nas formas de verbos terminados em –air, -oer e –uir emprega-se o i: atrai, dói, possui. Outros aspectos ortográficos pedimos que consultem a gramática em caso de eventuais dúvidas. Quanto ao hífen: Usa-se hífen Palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Guarda-chuva, bate-boca, mesa-redonda. Exceções: girassol, paraquedas, pontapé, mandachuva (perderam a noção de composição). Palavras compostas que têm palavras iguais ou quase iguais. Zigue-zague, reco-reco. Compostos entre cujos elementos há emprego do apóstrofo. Gota-d´água, pé-d´água. Palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares) com ou sem elemento de ligação. Belo-horizontino sul-africano. Compostos que designam espécies animais e botânicas, com ou sem elemento de ligação. Bem-te-vi e cravo-da-índia. Atenção: Se os compostos designarem espécies botânicas ou zoológicas empregadas fora do sentido original, não se usa hífen. Bico de papagaio (deformação) e Bico-de-papagaio (planta). GUIA DIDÁTICO – COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 45 Além disso, não se usa hífen em palavras compostas que apresentam elementos de ligação. Pé de moleque, cara de pau. Exceções: água-de-colônia, arco-da- velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. Hífen com prefixos (anti, super, ultra, sub, auto, geo, mini, multi e etc.). Usa-se hífen diante de palavra iniciada com h: anti-higiênico; Exceção: subumano. Prefixo terminado com a mesma letra que inicia a outra palavra: micro-ondas e inter-regional. Prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró usa-se sempre hífen. Pré- vestibular, ex-prefeito. Não se usa hífen quando o prefixo terminar com letra diferente daquela que inicia a outra palavra: autoescola, coautor, intermunicipal. Dobram-se as letras quando o prefixo terminar com vogal e a outra palavra começar com r ou s: Minissaia e semirreta. Outros casos: Com prefixo sub e sob usa-se hífen diante de palavra iniciada com r: sub-região, sub-reitor. Com prefixos circum e pan usa-se hífen diante
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