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AULA 4 - CRIMES CONTRA A VIDA

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AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE 
 
PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES 
DISCIPLINA: DIREITO PENAL 
 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
➢ DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
• HOMICÍDIO – Art. 121, CP 
 
A conduta de tirar a vida de alguém se amolda a figura típica do Homicídio, ou seja, estará 
consumado com a realização do verbo “matar” uma pessoa humana. 
 
Bem jurídico tutelado: vida extrauterina 
Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum 
Consumação: morte – parada total das funções encefálicas. Admite a modalidade tentada 
Crime omissivo/comissivo – pode ser praticado por ação ou omissão (omissão imprópria) 
Elemento subjetivo: dolo ou culpa 
Ação penal – pública incondicionada 
 
HOMICÍDIO SIMPLES – “caput” do art. 121, CP 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Homicídio simples pode ser considerado CRIME HEDIONDO??? 
Apenas se praticado em ação típica de grupo de extermínio, ainda que por um só agente 
(homicídio condicionado). A regra geral é que o homicídio simples NÃO é considerado crime 
hediondo. 
Categoria residual, será simples quando não for qualificado. 
Inicia-se o homicídio com o início do parto, ou seja, início da vida extrauterina. STJ 
entende ser desnecessário que o nascituro respire, desde que presentes outros elementos que 
comprovem a vida. A análise de viabilidade de vida da vítima também é desnecessária. 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – Art. 121, § 1º, CP 
 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
 
▪ RELEVANTE VALOR MORAL: interesse subjetivo do autor 
▪ RELEVANTE VALOR SOCIAL: interesse de toda a sociedade 
▪ DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: 
impulso imediato à provocação da vítima, crime em curto circuito, é incompatível com a 
premeditação, se o agente está apenas sob a influência de violenta emoção – atenuante do 
art. 65, III, “c”, CP. 
 
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☠️ Homicídio privilegiado NÃO É CONSIDERADO CRIME HEDIONDO. 
☠️ Causas de diminuição do homicídio privilegiado são circunstâncias subjetivas, não se 
comunicam em concurso de pessoas (art. 30, CP) 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO – Art. 121, § 2º, CP 
 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - Por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido; 
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos 
§ 2°-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído 
pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - Violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
▪ PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE: homicídio 
mercenário – a paga ou promessa de recompensa não se comunica automaticamente para 
o mandante e para o mandado. Motivo torpe é aquele motivo repugnante, a valoração 
sempre se dá pela análise do caso concreto. 
▪ MOTIVO FÚTIL: motivo pequeno, desproporcional, banal. 
▪ EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO 
INCIDIOSO OU CRUEL, OU QUE POSSA RESULTAR EM PERIGO COMUM: meio insidioso é 
aquele que sai da esfera de conhecimento da vítima, é oculto. Cruel é aquele que aumenta, 
sem necessidade, o sofrimento da vítima. 
▪ TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE 
IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO: na traição, há uma relação de confiança entre autor 
e vítima. 
▪ PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO 
CRIME: homicídio qualificado pela conexão teológica ou consequencial. 
▪ FEMINICÍDIO: por razões de condição de ser do sexo feminino (§2°- A, CP). Caso de violência 
doméstica. 
▪ HOMICÍDIO FUNCIONAL: quando praticados contra os agentes abaixo descritos, no 
exercício da função ou em razão dela, ou contra seu cônjuge/companheiro ou parentes 
consanguíneos até o 3° grau, em razão dessa condição 
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/ Aeronáutica) 
✓ PF 
 
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✓ PRF 
✓ POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL 
✓ PC 
✓ PM E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES 
✓ POLÍCIAS PENAIS, FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAL 
✓ INTEGRANTES DO SISTEMA PRISIONAL 
✓ INTEGRANTES DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
☠️ Também podem ser vítimas os guardas municipais e os agentes de segurança viária. 
Também foram mencionados no art. 144, CF, nos §8° e §9° 
☠️ São excluídos os aposentados e os parentes por afinidade. 
 
 HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO 
É possível desde que a qualificadora seja de ordem objetiva, ou seja, quanto aos meios e modos 
de execução. O privilegio afasta a hediondez. 
 
HOMICÍDIO CULPOSO – Art. 121, § 3º, CP 
 
§ 3º Se o homicídio é culposo 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
Deriva da Imprudência, Imperícia ou Negligencia. 
 
☠️ homicídio culposo na direção de veículo automotor será punido de acordo com o art. 302, 
CTB, e não com base no CP. 
 
AUMENTO DE PENA 
 
▪ HOMICÍDIO CULPOSO – art. 121, § 4º CP 
o Inobservância das regras técnicas de profissão, arte ou ofício 
o Omissão de socorro 
o Não procura minimizar as consequências de seus atos 
o Foge para evitar flagrante 
Pena aumentada de 1/3. 
 
▪ HOMICÍDIO DOLOSO - Art. 121, §§4°, 6° e 7°, CP 
o Contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos. (§4°: +1/3) 
o Praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio (§6°: +1/3 até a metade) 
o Feminicídio (§7°: +1/3 até a metade) 
✓ Durante a gestação ou até 3 meses depois do parto 
✓ Contra pessoa menor de 14 anos ou maios de 60 anos 
✓ Contra pessoa deficiente ou portador de doença degenerativa 
✓ Na presença de ascendente ou descendente 
✓ Em descumprimento de medida protetiva e urgência. 
 
PERDÃO JUDICIAL – Art. 121, § 5º, CP 
 
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§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 
Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP) – É exigido um insuportável abalo físico 
ou emocional por parte do autor, é exigido um vínculo afetivo prévio entre os envolvidos. 
☠️ Súmula 18 STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.” 
 
• INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU A 
AUTOMUTILAÇAO – Art. 122, CP 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio 
material para que o faça: 
Pena - reclusão,de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
A primeira alteração operada, no preceito primário, foi a inclusão da figura da participação 
em automutilação. Isto é, também passa a ser típica a conduta de instigar, induzir ou auxiliar 
alguém a praticar a automutilação, anteriormente, não havia essa previsão de forma expressa. 
 
☠️ Autolesão passa a ser punida??? 
 Pelo princípio da alteridade, não posso punir condutas que não ultrapasse a figura do 
próprio agente, o que se pune é a instigação, o auxílio ou o induzimento. 
 No preceito secundário, existem alterações referentes a não necessidade de resultado 
naturalístico para que haja punição. Com isso, o crime passa a admitir a modalidade tentada. 
 
FORMA QUALIFICADA – Art. 122, §§ 1° E 2°, CP 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Antes da alteração pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só estabelecia pena no caso de o 
suicídio se consumar ou de a tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. 
Atualmente, essas condutas ensejarão a incidência da qualificadora. 
 
FORMA MAJORADA – Art. 122, §§ 1° E 2°, CP 
§ 3º A pena é duplicada: 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
 Nessa modalidade, com a nova redação, foram incluídas, como causas de aumento de 
pena, o motivo torpe e o motivo fútil. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art122.0
 
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NOVA FORMA MAJORADA – Art. 122, §§ 4° E 5°, CP 
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, 
de rede social ou transmitida em tempo real. 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. 
Lembre-se que a pena só será aumentada se a conduta do agente for voltada contra pessoa 
determinada. 
 
CONDUTA RESULTA CRIME MAIS GRAVE – Art. 122, §§ 6° E 7°, CP 
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é 
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, 
não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste 
Código. 
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou 
contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 
121 deste Código.” 
• INFANTICÍDIO – Art. 123, CP 
 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos 
 
Bem jurídico tutelado: vida extrauterina 
Sujeito ativo: apenas a mãe – crime próprio (bipróprio) 
Consumação: morte. Admite a modalidade tentada. 
Crime omissivo/comissivo – pode ser praticado por ação ou omissão (omissão imprópria) 
Elemento subjetivo: dolo 
Ação penal – pública incondicionada 
 
ABORTO – Arts. 124 ao 128, CP 
✓ ABORTO NATURAL/ ACIDENTAL – não é punido 
✓ ABORTO CRIMINOSO – punível 
✓ ABORTO LEGAL/ PERMITIDO – não é punível 
 
• ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU CONSETIMENTO – 
art. 124, CP 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
É um crime de mão própria, admitindo apenas a figura da participação. Para o terceiro ser 
partícipe, não pode praticar atos executórios. 
 
 
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➢ AUTOABORTO (1° parte): a própria gestante realiza o aborto, com o sem participação de 
terceira pessoa. 
➢ ABORTO CONSENTIDO (2° parte): a gestante não realiza manobras abortivas em si mesma, 
mas permite que terceira pessoa faça. Se o agente praticar atos executórios, responderá pelo 
art. 126, CP. Exceção pluralista a teoria monista do concurso de pessoas. 
 
• ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO – art. 125, CP 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
O feto e a gestante são vítimas desse crime. Admite participação e coautoria. Pode ser que 
a gestante tenha consentido com o aborto, permanecerá mesmo assim o crime de esse 
consentimento foi: 
✓ GESTANTE NÃO É MAIOR DE 14 ANOS 
✓ GESTANTE ALIENADA OU DÉBIL MENTAL 
✓ CONSENTIMENTO OBTIDO MEDIANTE FRAUDE, GRAVE AMEAÇA, VIOLÊNCIA. 
 
• ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE– art. 126, CP 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, 
ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência. 
 
A gestante que consentiu, responderá pelo 124, e o terceiro pelo 126. 
☠️ Ocorrendo as hipóteses do art. 125, aplica-se a pena deste. 
 
CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA – art. 127, CP 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de 
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
A morte e a lesão corporal grave, são causas de aumento de pena (não qualificadoras) 
☠️ Se aplica aos artigos 125 e 126. Não se aplica ao artigo 124, CP. 
Lesões leves são absolvidas pelo aborto. 
 
ABORTO PERMITIDO – art. 128, CP 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
 
➢ ABORDO NECESSÁRIO: praticado por médico para salvar a vida da gestante. Não necessita 
de autorização judicial, enfermeiro pode praticar e alegar estado de necessidade ou 
inexigibilidade de conduta diversa. 
 
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➢ ABORTO HUMANITÁRIO/ SENTIMENTAL: decorrente de estupro, apenas o médico pode 
praticar 
➢ ABORTO ANENCÉFALO: ADPF: 54, aplicável 
➢ ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE: jurisprudência do STF em um único caso – inter partes. 
 
 
 
 
 
01 - Ana, após realizar exame médico, 
descobriu estar grávida. Estando convicta 
de que a gravidez se deu em decorrência da 
prática de relação sexual extraconjugal que 
manteve com Pedro, seu colega de 
faculdade, e temendo por seu matrimônio 
decidiu por si só que iria praticar um aborto. 
A jovem comunicou a Pedro que estava 
grávida e pretendia realizar um aborto em 
uma clínica clandestina. Pedro, por sua vez, 
procurou Robson, colega que cursava 
medicina, e o convenceu a praticar o aborto 
em Ana. Assim, alguns dias depois de 
combinar com Pedro, Robson encontrou 
Ana e realizou o procedimento de aborto. 
Sobre a questão apresentada, é correto 
afirmar que a conduta de Ana se amolda ao 
crime previsto no 
 
A) art. 124, segunda parte, do Código Penal 
(consentimento para o aborto). Robson, por 
sua vez, tem sua conduta subsumida ao 
crime previsto no art. 126, do Código Penal 
(aborto provocado por terceiro com 
consentimento). Já Pedro responderácomo 
partícipe no crime de Robson. 
B) art. 124, segunda parte, do Código Penal 
(consentimento para o aborto). Robson, por 
sua vez, tem sua conduta subsumida ao 
crime previsto no art. 124, segunda parte, 
do Código Penal. Já Pedro responderá como 
partícipe no crime de Ana. 
C) art. 125, segunda parte, do Código Penal 
(consentimento para o aborto). Robson, por 
sua vez, tem sua conduta subsumida ao 
crime previsto no art. 124 do Código Penal 
(aborto provocado por terceiro sem 
consentimento). Já Pedro responderá como 
partícipe no crime de Robson. 
D) art. 124, primeira parte, do Código Penal 
(autoaborto). Robson, por sua vez, tem sua 
conduta subsumida ao crime previsto no 
art. 126 do Código Penal (aborto provocado 
por terceiro com consentimento). Já Pedro 
responderá como partícipe no crime de 
Ana. 
E) art. 126, primeira parte, do Código Penal 
(autoaborto). Robson, por sua vez, tem sua 
conduta subsumida ao crime previsto no 
art. 124 do Código Penal (aborto provocado 
por terceiro com consentimento). Já Pedro 
responderá como participe no crime de 
Ana. 
 
02 - Assinale, dentre as alternativas a seguir, 
a única que NÃO majora de 1/3 até a 
metade a pena para o autor do delito de 
feminicídio. 
 
A) Praticar o crime nos 5 meses posteriores 
ao parto. 
B) Praticar o crime contra pessoa menor de 
14 anos. 
C) Praticar o crime contra pessoa com 
deficiência. 
 
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D) Praticar o crime na presença física ou 
virtual de descendente ou de ascendente da 
vítima. 
E) Praticar o crime contra pessoa maior de 
60 anos. 
 
03 - Sobre o homicídio culposo, é correto 
afirmar que: 
 
A) não admite perdão judicial. 
B) admite a compensação das culpas do 
agente e da vítima. 
C) admite as formas tentada e consumada. 
D) sua pena é aumentada se o agente foge 
para evitar a prisão em flagrante. 
E) não admite concorrência de culpas, mas 
sua pena é aumentada se coexistirem 
condutas culposas por parte da mesma 
pessoa. 
 
04 - A policial Michele Putin, na noite de 14 
de março de 2018, quando retornava para 
sua casa, após liderar uma exitosa operação 
contra o tráfico de entorpecentes na 
comunidade de “Miracema do Norte”, foi 
abordada por dois homens armados e 
friamente assassinada. Num fenomenal 
trabalho investigatório, a Polícia Civil logrou 
êxito em identificar os assassinos como 
sendo os irmãos Jorge e Ernesto Petralha, 
apurando que tal homicídio se deu em 
represália pelas prisões ocorridas quando 
da citada operação policial. 
 
Diante desse quadro, podemos asseverar 
que os assassinos responderão por: 
 
A) Feminicídio, conduta tipificada no art. 
121, § 2°, VI CP. 
B) Homicídio funcional, conduta tipificada 
no art. 121, § 2°, VII CP. 
C) Homicídio qualificado por motivo fútil, 
conduta tipificada no art. 121, § 2°, II CP. 
D) Homicídio qualificado por motivo torpe, 
conduta tipificada no art. 121, § 2°, II CP. 
 
05 - Dos crimes contra a pessoa, destacam-
se aqueles que eliminam a vida humana, 
considerada o bem jurídico mais importante 
do homem, razão de ser de todos os demais 
interesses tutelados, merecendo inaugurar 
a parte especial do nosso Diploma Penal. 
Considerando os crimes contra a vida, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
 
A) A vida é tratada nesse tópico tanto na 
forma intra (biológica) quanto extrauterina, 
protegendo-se, desse modo, o produto da 
concepção (esperança de homem) e a 
pessoa humana vivente. 
B) O dolo do homicídio pode ser direto (o 
agente quer o resultado) ou eventual (o 
agente assume o risco de produzi-lo). 
C) A Lei nº 13.104/2015 inseriu o inciso VI 
no art. 121 do Código Penal: o feminicídio, 
entendido como a morte de mulher em 
razão da condição do sexo feminino (leia-se, 
violência de gênero quanto ao sexo). 
D) Infanticídio, segundo dispõe o Diploma 
Penal Brasileiro, é matar o próprio filho 
independentemente da condição 
fisiopsicológica do sujeito ativo. 
 
06 - Abigail, depois de iniciado parto 
caseiro, mas antes de completá-lo, sob 
influência do estado puerperal, mata o 
próprio filho. Abigail praticou crime de: 
 
A) consentimento para o aborto 
B) homicídio 
C) homicídio qualificado. 
D) infanticídio. 
E) autoaborto. 
 
07 - Sobre outros crimes contra a pessoa, 
assinale a alternativa correta. 
 
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A) A pena prevista para um médico que 
provoque o aborto, fora das hipóteses 
legalmente admitidas, em gestante que o 
consente é maior para aquele do que para 
esta. 
B) O crime de infanticídio é caso típico de 
delito comum, uma vez que não exige 
qualquer condição específica do agente. 
C) O aborto é punido, em qualquer caso, 
pela legislação penal. 
D) A lesão corporal seguida de morte é 
exemplo clássico de crime de homicídio 
praticado com dolo eventual, no qual, 
embora o agente não deseje matar a vítima, 
assume o risco da produção do resultado 
morte. 
 
08 - Nei Santos, jovem de família 
conservadora, toma conhecimento de que 
sua noiva Ana Silva, com quem está prestes 
a casar, se encontra no segundo mês de 
gravidez. Preocupado em não decepcionar 
seus familiares, Nei faz de tudo para 
convencer Ana a realizar o aborto. Para 
tanto, orienta-a a procurar uma conhecida 
clínica clandestina situada próximo a sua 
residência. O procedimento abortivo 
realizado pelo cirurgião Carlos Quintão, 
provoca em Ana uma lesão leve (pequena 
escoriação), em face de seu 
comportamento negligente. Indique o(s) 
crime(s) praticado(s) por Nei, Ana e Carlos, 
respectivamente: 
 
A) consentimento para o aborto, 
consentimento para o aborto e aborto 
praticado por terceiro com consentimento 
da gestante, em concurso material de 
crimes com o delito de lesão corporal leve. 
B) autoaborto, aborto praticado por 
terceiro com consentimento, em concurso 
de crimes com o delito de lesão corporal e 
aborto praticado por terceiro com 
consentimento, em concurso formal de 
crimes com o delito de lesão grave em 
sentido estrito. 
C) consentimento para o aborto, aborto 
provocado por terceiro com consentimento 
especialmente agravado e aborto 
provocado por terceiro com consentimento 
da gestante em concurso material com 
lesão corporal de natureza leve. 
D) autoaborto, aborto provocado por 
terceiro com consentimento da gestante e 
aborto provocado por terceiro com 
consentimento da gestante em concurso 
material com lesão corporal de natureza 
leve. 
E) consentimento para o aborto, 
consentimento para o aborto e aborto 
provocado por terceiro 
 
09 - Acerca dos crimes contra a pessoa, 
assinale a opção correta. 
 
A) Quando o homicídio for praticado por 
motivo fútil, haverá causa de diminuição de 
pena. 
B) Sempre que um agente mata uma vítima 
mulher, tem-se um caso de feminicídio. 
C) O homicídio e o aborto são os únicos 
tipos penais constantes no capítulo que 
trata de crimes contra a vida. 
D) O aborto provocado é considerado crime 
pelo direito brasileiro, não existindo 
hipóteses de exclusão da ilicitude. 
E) DO aborto provocado será permitido 
quando for praticado para salvar a vida da 
gestante ou quando se tratar de gravidez 
decorrente de estupro. 
 
10 - Em uma briga de trânsito, um motorista 
sai do carro e dá um soco em outro 
motorista e este cai, batendo com a cabeça 
na calçada e depois de algumas horas morre 
 
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no hospital. O melhor enquadramento do 
crime é: 
 
A) lesão corporal culposa 
B) lesão corporal dolosa 
C) lesão corporal seguida de morte 
D) homicídio com dolo eventual 
E) homicídio culposo 
 
11 - Sebastião Fernandes e Reinaldo 
Rezende durante longo tempo disputaram o 
amor de VeridianaFagundes, sendo que, ao 
final, esta opta por ficar noiva do primeiro, 
o que levou Reinaldo a nutrir indisfarçável 
ódio por Sebastião. Em determinada 
ocasião, aproveitando-se de um descuido 
de Sebastião, Reinaldo, com a intenção de 
matar, efetua vários disparos de arma de 
fogo contra ele, seu desafeto. Ferido 
gravemente, Sebastião é levado a um 
hospital onde foi internado, e nele vem a 
falecer, não em razão dos ferimentos 
recebidos resultantes dos disparos de arma 
de fogo efetuados por Reinaldo, mas sim, 
queimado em um incêndio provocado por 
Severino Silva, que destrói a enfermaria 
onde se encontrava. Assim, diante do caso 
hipotético apresentado, assinale a 
alternativa que indica o crime pelo qual 
Reinaldo será responsabilizado. 
 
A) Lesão corporal seguida de morte 
B) Homicídio privilegiado diante da violenta 
emoção 
C) Lesão corporal dolosa de natureza 
gravíssima 
D) Homicídio tentado 
E) Homicídio consumado 
12 - É correto afirmar que o aborto 
praticado por médico 
A) não é punível, ainda que haja outro meio 
de salvar a vida da gestante. 
B) não é punível, se não houver outro meio 
de salvar a vida da gestante. 
C) não é punível em hipótese alguma. 
D) é punível, se a gravidez resulta de 
estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
E) não é punível, se a gravidez resulta de 
estupro e o aborto não é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
13 - Em um clube social, Paula, maior e 
capaz, provocou e humilhou injustamente 
Carlos, também maior e capaz, na frente de 
amigos. Envergonhado e com muita raiva, 
Carlos foi à sua residência e, sem o 
consentimento de seu pai, pegou um 
revólver pertencente à corporação policial 
de que seu pai faz parte. Voltando ao clube 
depois de quarenta minutos, armado com o 
revólver, sob a influência de emoção 
extrema e na frente dos amigos, Carlos fez 
disparos da arma contra a cabeça de Paula, 
que faleceu no local antes mesmo de ser 
socorrida. 
Acerca dessa situação hipotética, julgue o 
próximo item. 
Na situação considerada, em que Paula foi 
vitimada por Carlos por motivação torpe, 
caso haja vínculo familiar entre eles, o 
reconhecimento das qualificadoras da 
motivação torpe e de feminicídio não 
caracterizará bis in idem. 
 
14 - Se Francisco atacar Paulo utilizando-se 
de uma emboscada, isto é, se ocultar e 
aguardar a vítima desprevenida para atacá-
la, a ação de Francisco, nessa hipótese, 
caracterizará uma forma de premeditação. 
 
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AV. Francisco de Almeida Pinheiro, 2625, Planalto Universitário, Quixadá-CE 
 
15 - Caso Francisco mate Paulo com o 
emprego de veneno, haverá, nessa 
hipótese, a possibilidade da coexistência 
desse tipo de homicídio com o homicídio 
praticado por motivo de relevante valor 
moral, ainda que haja premeditação. 
 
16 - Caso o delito ocorra pouco tempo 
depois da motivação e do planejamento do 
crime, a premeditação poderá ser 
considerada uma qualificadora do delito de 
homicídio. 
 
17 - Uma mulher de vinte e oito anos de 
idade foi presa acusada do crime de 
infanticídio, após ter jogado em uma 
centrífuga o bebê que ela havia dado à luz. 
Segundo a ocorrência policial, um familiar 
da suspeita disse que ela havia escondido a 
gravidez e que negava que houvesse 
praticado 
 aborto. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o 
item a seguir. 
A configuração do crime de infanticídio 
independe da existência de estado 
puerperal, bastando para tal que o sujeito 
passivo seja uma criança. 
 
18 - Com relação a crimes contra a pessoa, 
contra o patrimônio e contra a 
administração pública, julgue o item que 
segue. 
No crime de homicídio, admite-se a 
incidência concomitante de circunstância 
qualificadora de caráter objetivo referente 
aos meios e modos de execução com o 
reconhecimento do privilégio, desde que 
este seja de natureza subjetiva. 
 
19 - Considere a seguinte situação 
hipotética. Alfa, aproveitando que Gama 
encontrava-se dormindo, com o intuito e 
escopo de poupá-lo de intenso sofrimento e 
acentuada agonia decorrentes de doença 
de desate letal, ceifou a sua vida. 
Nesse caso, Alfa responderia por homicídio 
privilegiado-qualificado, eis que, impelido 
por motivo de relevante valor moral, 
utilizou recurso que dificultou ou 
impossibilitou a defesa do ofendido. 
 
20 - Ao sair de sua casa, dando marcha a ré 
no seu carro, Marcelo não viu seu filho, que 
engatinhava próximo a um dos pneus 
traseiros do carro, e o atropelou. A criança 
faleceu em decorrência das lesões sofridas. 
Nessa situação, Marcelo praticou homicídio 
culposo, podendo o juiz deixar de aplicar a 
pena, pois as conseqüências da infração 
atingem Marcelo de forma tão grave que a 
sanção penal é desnecessária

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