Buscar

Princípio da Ampla Defesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL E 
PROCESSO PENAL 
APLICADOS 
 
 
 
 
MÓDULO 1: PRINCÍPIOS DAS CIÊNCIAS 
CRIMINAIS 
TEMA 3 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
EXPLÍCITOS III 
 
 
 
Aula IV – Ampla Defesa 
 TEXTO 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL 
CF, art. 5º, LV – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a 
ela inerentes” 
 
CONCEITO 
Ampla possibilidade de se defender, preservando-se o estado de inocência. 
 
Nos dizeres de Guilherme de Souza Nucci, “representa uma proteção, uma oposição 
ou uma justificação voltada à acusação da prática de um crime, quando se está no 
cenário penal. (...) A autoproteção implica na negativa do fato imputado, seja pela sua 
inexistência, seja pela fuga da autoria; a oposição significa a concessão de versão 
diversa da que consta nos termos acusatórios; a justificação promove a legitimação da 
prática realizada. Essas três formas de instrumentar a defesa precisa compor o ideário 
de qualquer magistrado, pois há comando constitucional assegurando a amplitude da 
manifestação do acusado”1. 
 
Tem relação íntima com o princípio do contraditório. O exercício da defesa somente 
é possível se houver oportunidade de conhecer e impugnar as alegações e provas 
trazidas pela outra parte, fornecendo sua própria versão sobre os fatos. Contraditório 
diz respeito a ambas as partes. Já a ampla defesa somente se aplica ao réu. 
 
SUBDIVISÃO 
 
 
1 Princípios Constitucionais Penais e Processuais Penais, 4. ed. Rio de Janeiro : Forense, 03/2015. 
 
 
 
A ampla defesa subdivide-se em autodefesa e defesa técnica: 
 
a) Autodefesa 
 
Realizada pelo próprio acusado, contrapondo a versão trazida pela acusação com seus 
próprios argumentos e justificativas, jurídicos ou não. 
 
Para exercer a autodefesa, a lei concede ao acusado: 
 
a.1) Direito de audiência – direito de apresentar a defesa pessoalmente ao juiz da causa. 
Feita no interrogatório. 
 
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do 
processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, 
constituído ou nomeado. 
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a 
pedido fundamentado de qualquer das partes. 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, proceder-se-á à tomada de 
declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222, bem como aos esclarecimentos 
dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, 
em seguida, o acusado. 
 
Obs1: Pelo CPP, o interrogatório é o último ato (art. 400). Após, são feitos os debates 
orais. 
 
Obs2: Há exceções, em que o interrogatório é o primeiro ato da instrução: Lei de 
Drogas (Lei 11.343/2006, art. 57); CPPM (art. 302); Lei de Licitações (Lei 8.666/1993, art. 
 
 
 
104); Código Eleitoral (Lei 4.737/1965, art. 359); Processos de competência originária 
dos Tribunais (Lei 8.038/90, art. 7º). 
Interpretação sistemática sugere transferir o interrogatório para o final em todos os 
casos, pois é mais benéfico ao réu. Até por isso a jurisprudência não tem reconhecido 
nulidade quando o juiz adota realiza o interrogatório após a oitiva das testemunhas 
(ver jurisprudência selecionada). 
 
Em SP, há as audiências de custódia (Provimento Conjunto 03/15 da Presidência do TJ 
e CGJ de 22/01/2015). Fala-se em “entrevista”, não interrogatório. 
- A autoridade policial providenciará a apresentação da pessoa detida (com o auto de 
PF), até 24 horas após a sua prisão, ao juiz competente, para participar da audiência de 
custódia; 
 
- Dispensada a apresentação do preso quando circunstâncias pessoais, descritas pela 
autoridade policial no auto de prisão em flagrante, assim justificarem; 
 
- O autuado, antes da audiência de custódia, terá contato prévio com defensor; 
 
- Na audiência de custódia, o juiz informará o autuado da sua possibilidade de não 
responder perguntas que lhe forem feitas, e o entrevistará sobre sua qualificação e 
condições pessoais, bem como sobre as circunstâncias objetivas da sua prisão; 
 
 
- Não serão feitas ou admitidas perguntas que antecipem instrução própria de eventual 
processo de conhecimento; 
 
- Após a entrevista do autuado, o juiz ouvirá o MP e o defensor; 
 
 
 
 
- Em seguida, decidirá, na audiência, podendo converter a PF em preventiva, conceder 
liberdade ou aplicar medidas cautelares diversas da prisão. 
 
a.2) Direito de presença – O acusado tem o direito de acompanhar os atos da instrução. 
Se preso, deve ser requisitado. 
 
Existe direito de presença em se tratando de carta precatória? 
 
R.: STF e STJ - A ausência é causa de nulidade relativa, devendo haver prova do prejuízo. 
 
Cuidado! Tem-se entendido que a ampla defesa não abrange o direito de se 
atribuir falsa identidade perante autoridade policial (art. 307). 
 
a.3) Capacidade postulatória do acusado 
 
Concedida em alguns casos. 
 
Habeas corpus  CPP, art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer 
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
 
Revisão Criminal  CPP, art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por 
procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
 
b) Defesa técnica 
 
Exercida por profissional legalmente habilitado, dotado de conhecimentos técnicos. 
 
 
 
 
Deve ser feita com comprometimento, cabendo ao juiz zelar para que seja 
efetivamente realizada. 
 
Abaixo, alguns dispositivos legais relacionados à defesa técnica: 
 
 
CF, Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado 
 Art. 497, V  São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras 
expressamente referidas neste Código (...) nomear defensor ao acusado, quando 
considerá-lo indefeso 
 
Lei 13.245/2016  Altera o EOAB (Lei 8.906/1994) 
 
Art. 7º. São direitos do advogado: 
(...) 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de 
nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, 
de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, 
direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; 
SÚMULAS APLICÁVEIS 
 
Súmula Vinculante 14, STF  É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados 
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de 
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa 
 
 
 
 
Súmula 523, STF  no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade 
absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para 
o réu. 
 
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
 
Lei de Drogas - Não é nulo interrogatório feito após oitiva das testemunhas 
STF: “HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PACIENTE CONDENADO PELO DELITO 
DE TRÁFICO DE DROGAS SOB A ÉGIDE DA LEI 11.343 /2006. PEDIDO DE 
NOVO INTERROGATÓRIO AO FINAL DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL. ART. 400 DO CPP 
. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO 
DO PREJUÍZO. ORDEMDENEGADA. I – Se o paciente foi processado pela prática do 
delito detráfico ilícito dedrogas, sob a égide da Lei 11.343 /2006, o procedimento a 
ser adotado é o especial, estabelecido nos arts. 54 a 59 do referido diploma legal. II. O 
art. 57 da Lei de Drogasdispõe que o interrogatório ocorrerá em momento anterior à 
oitiva das testemunhas, diferentemente do que prevê o art. 400 do Código de Processo 
Penal . III – Este Tribunal assentou o entendimento de que a demonstração de prejuízo, 
“ a teor do art. 563 do CPP , é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa ou 
absoluta, eis que (…) o âmbito normativo do dogma fundamental da disciplina 
das nulidades pas de nullité sans grief compreende as nulidades absolutas” (HC 
85.155/SP, Rel. Min. Ellen Gracie). IV – Ordem denegada” (HC 121953 MG, Rel. Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, j. 10/06/2014, v.u.). 
 
STJ: “O regramento específico estabelecido no art. 57 da Lei n. 11.343 /2006 prevalece 
sobre a regra geral do Código de Processo Penal , sendo legítimo o interrogatório do 
réu antes da oitiva das testemunhas (precedentes do STJ e do STF)” (HC 245752 SP, 6ª 
T., Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 20/02/2014, v.u.). 
 
Não constitui nulidade a audiência de oitiva de testemunha realizada por carta 
precatória sem a presença do réu. 
 
 
 
 (...) este Tribunal já firmou entendimento no sentido de que a ausência de réu preso 
em audiência de oitiva de testemunha não implica a nulidade do processo. Destaco, 
nessa esteira, que o Plenário do Tribunal, ao apreciar o RE602.543-RG-QO/RS, Rel. 
Min. Cezar Peluso, ratificou tal entendimento, ou seja, de que não constitui nulidade 
a audiência de oitiva de testemunha realizada por carta precatória sem a presença 
do réu. III – Orientação firmada por esta Corte no sentido de que não se declara a 
nulidade de ato processual caso a alegação não venha acompanhada da prova do 
efetivo prejuízo sofrido pelo réu. Precedentes. STF, HC 109672 SP, 2a T., Rel. Min. Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, j. 28/02/2012, v.u.) 
 
CARTA PRECATÓRIA. OITIVA DE TESTEMUNHAS. RÉU PRESO. DIREITO DE PRESENÇA. 
DIREITO QUE NÃO É ABSOLUTO. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DE 
NULIDADE. (...)O direito de presença do réu é desdobramento do princípio da ampla 
defesa, em sua vertente autodefesa, franqueando-se ao réu a possibilidade de 
presenciar e participar da instrução processual, auxiliando seu advogado, se for o caso, 
na condução e direcionamento dos questionamentos e diligências. Nada obstante, 
não se trata de direito absoluto, sendo pacífico nos Tribunais Superiores que a 
presença do réu na audiência de instrução, embora conveniente, não é indispensável 
para a validade do ato, e, consubstanciando-se em nulidade relativa, necessita para a 
sua decretação da comprovação de efetivo prejuízo para a defesa, o que não ficou 
demonstrado no caso dos autos. 3. Habeas corpus não conhecido. STJ, HC 305127 SP 
2014, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., j. 28/06/2016, v.u.). 
 
Ampla Defesa não abrange direito de se atribuir falsa identidade em abordagem policial 
STJ: “Contudo, o Supremo Tribunal Federal, ao examinar o RE 640.139/DF, cuja 
repercussão geral foi reconhecida, entendeu de modo diverso, assentando que o 
princípio constitucional da ampla defesa não alcança aquele que atribui falsa 
identidade perante autoridade policial com o objetivo de ocultar maus antecedentes, 
sendo, portanto, típica a conduta praticada pelo agente” (HC 151866 – RJ, 5.ª T., rel. 
Jorge Mussi, 01.12.2011. v.u.) 
 
 
 
 
REFLEXOS DA AMPLA DEFESA 
 
Necessidade de descrição do fato e das circunstâncias na inicial (denúncia/queixa) 
STF: “A acusação formalizada pelo Ministério Público deve conter a exposição do fato 
criminoso, ou em tese criminoso, com todas as circunstâncias até então conhecidas, de 
parelha com a qualificação do acusado, ou, de todo modo, esclarecimentos que 
possam viabilizar a defesa do acusado. Isso para que o contraditório e a ampla defesa 
se estabeleçam nos devidos termos. 2. A higidez da denúncia opera, ela mesma, como 
uma garantia do acusado. Garantia que, por um lado, abre caminho para o mais 
desembaraçado exercício da ampla defesa e, por outro, baliza a atuação judicial” (HC 
94.226-SP – 2.ª T., rel. Ayres Britto, 28.06.2011, v.u.). 
 
Reparação de danos fixada em sentença (art. 387, IV, do CPP) exige pedido expresso e 
oportunidade de defesa 
STJ: “Para que seja fixado na sentença o valor mínimo para reparação dos danos 
causados à vítima, com base no art. 387, inciso IV, do Código Penal, deve haver pedido 
formal nesse sentido pelo ofendido, além de ser oportunizada a defesa pelo réu, sob 
pena de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório” (EDcl no REsp 
1286810 – RS, 5.ª T., rel. Campos Marques, 23.04.2013, v.u.). 
 
Sentença deve enfrentar as teses levantadas pela defesa 
TJMG: “Nula é a sentença que não aprecia todas as teses defensivas levantadas nas 
alegações finais, ocasionando violação ao princípio da ampla defesa.” (ACR 
1.0112.08.084073-2/001-MG, 4.ª C.C., rel. Doorgal Andrada, 07.10.2009). 
 
Conversão de pena restritiva de direito em privativa de liberdade exige prévia oitiva do 
sentenciado 
STJ: “Esta Corte já pacificou o entendimento segundo o qual configura 
constrangimento ilegal, por ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório, 
 
 
 
a conversão automática da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade, sem a 
prévia oitiva do condenado, em audiência de justificação. Precedentes” (HC 242366 – 
RJ, 6.ª T., rel. Assusete Magalhães, 18.09.2012, v.u.). 
 
Execução penal – Regressão de regime em razão da prática de fato definido como crime 
doloso ou falta grave exige prévia oitiva do sentenciado 
STJ: “EXECUÇÃO PENAL. RECURSO ESPECIAL. PRÁTICA DE FATO DEFINIDO COMO 
CRIME DOLOSO NO CURSO DA EXECUÇÃO DA PENA. LATROCÍNIO. FALTA GRAVE 
CONFIGURADA. TRÂNSITO EM JULGADO DE EVENTUAL SENTENÇA CONDENATÓRIA. 
DESNECESSIDADE. REGRESSÃO DE REGIME. POSSIBILIDADE. PRÉVIA OITIVA DO 
APENADO. ART. 118, § 2º, DA LEP. I - No caso de cometimento de novo crime doloso, 
pelo apenado, a caracterização da falta grave independe do trânsito em julgado de 
eventual sentença condenatória, nos termos do art. 52 da LEP (Precedentes). II - De 
outro lado, o art. 118, inciso I, da Lei de Execução Penal estabelece que o apenado 
ficará sujeito à transferência para o regime mais gravoso quando praticar falta grave 
ou fato definido como crime doloso, neste último, independentemente do trânsito 
em julgado de sentença condenatória. In casu, o apenado está sendo acusado da 
prática de latrocínio, razão pela qual se mostra possível a regressão de regime 
(Precedentes). III - E pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que 
a decisão acerca da regressão de regime deve ser calcada em procedimento no qual 
se obedeça os princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo, sempre que 
possível, indispensável a inquirição, em juízo, do sentenciado, ex vi do art. 118, § 2º, 
da Lei de Execução Penal. Recurso provido” (STJ, REsp 1056892, 5a T., Rel. Min. Felix 
Fischer, j. 23/06/2009, v.u.). 
 
Admissibilidade excepcional de arrolar testemunhas fora do prazo legal 
TRF-4.ª R.: “Consabido que, no processo penal, as testemunhas devem ser arroladas 
por ocasião do oferecimento da denúncia e por ocasião da apresentação da defesa 
prévia (atualmente denominada de resposta à acusação, nos termos do art. 396-A do 
CPP, incluído pela Lei 11.719/2008), sob pena de preclusão do ato (precedentes). 2. 
 
 
 
Hipótese em que a Defensoria Pública da União, por não ter conseguido entrar em 
contato com o paciente, apresentou defesa preliminar sem o rol de testemunhas, 
apresentado posteriormente.3. Decisão que concluiu pela preclusão para o ato que 
não deve prevalecer, na medida em que as particularidades do caso apontam que tal 
fato não foi fruto de desídia, má-fé processual ou manobra diversionista por parte da 
defesa, a fim de retardar indevidamente o andamento do feito. 4. Plausibilidade na 
alegação defensiva quanto à imprescindibilidade da produção da prova testemunhal, 
que poderá servir como argumento apto a corroborar eventuais teses defensivas a 
serem apresentadas no curso da instrução criminal, emprestando concretude aos 
princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa.” (HC 2009.04.00.012148-7-
SC, 7.ª T., rel. Tadaaqui Hirose, 05.05.2009, v.u.). 
 
 
 
 
 LEITURA COMPLEMENTAR 
INTRODUÇÃO 
Apesar de não haver hierarquia entre os princípios que norteiam as diretrizes gerais do 
ordenamento jurídico, pode-se dizer que gozam de supremacia, de forma 
incontestável, os constitucionais, apresentando-se como exemplos: o princípio da 
ampla defesa (Constituição da República Federativa do Brasil/88, artigo 5º, inciso LV), 
do contraditório (Constituição da República Federativa do Brasil/88, artigo 5º, inciso 
LV), da presunção de inocência (Constituição da República Federativa do Brasil/88, 
artigo 5º, inciso LVII). Também existem princípios provenientes de regras internacionais, 
como por exemplo, o princípio do duplo grau de jurisdição, que está contemplado na 
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose da Costa Rica), artigo 
8º, inciso II, alínea "h". 
1. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
 
 
 
Destaca GRECO FILHO (1999) a respeito do princípio da ampla defesa, como 
fundamentos principais deste: 
“a) ter conhecimento claro da imputação; b) poder apresentar alegações contra a 
acusação; c) poder acompanhar a prova produzida e fazer contraprova; d) possuir 
defesa técnica por advogado, cuja função, aliás, agora, é essencial à Administração da 
Justiça (art. 133 [CF/88]); e, e) poder recorrer da decisão desfavorável.” 
De forma contundente, afirma o autor mencionado que a ampla defesa é o cerne ao 
redor do qual se desenvolve o processo penal, não se tratando de mero direito, mas de 
uma dupla garantia, sendo elas: do acusado e do justo processo. Salienta-se, ainda, que 
o princípio constitucional da ampla defesa, expressamente previsto no artigo 5°, inciso 
LV, da Constituição da República Federativa do Brasil/88, que assegura aos “litigantes 
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o contraditório e a 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”, não se confunde com a 
plenitude de defesa, instituto consagrado no artigo 5°, inciso XXXVIII, alínea “a”, da 
Constituição da República Federativa do Brasil/88, dispositivo este, citado logo abaixo. 
Esta, na verdade, encontra-se dentro do princípio maior da ampla defesa, 
consubstanciando-se na garantia da apreciação de todas as teses e argumentos 
despendidos aos jurados e também ao magistrado. 
Verifica-se também, que o princípio da ampla defesa tem reflexos importantes dentro 
do direito processual penal, orientando a aplicação das regras infraconstitucionais 
objetivando o fiel respeito e salvaguarda dos preceitos fundamentais assegurados pela 
Constituição da República Federativa do Brasil/88. Todavia, ressalta-se que a garantia 
ao direito de defesa teve uma importante inovação trazida ao ordenamento jurídico 
pátrio através da Lei n° 9.271 de 17 de abril de 1996, que alterou os artigos 366 e 368 
do Código de Processo Penal Brasileiro, representando o fim da visão tradicional de 
que o acusado poderia ser condenado à revelia, prestigiando a atuação efetiva e 
concreta do contraditório e da ampla defesa. 
2. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO 
 
 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil/88 consagrou em seu artigo 5°, inciso 
LV, que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela 
inerentes, pois garante a ampla defesa do acusado”. Tal princípio, sendo uma garantia 
fundamental, deve ser permitido a ambas as partes, sendo assim, caberá igual direito à 
outra parte de discordar, aceitar ou simplesmente modificar os fatos e o direito alegado 
pelo autor, de acordo com o que lhe for mais conveniente. 
O princípio do contraditório, previsto no artigo 5º, inciso LV da Constituição da 
República Federativa do Brasil/88, leva em conta a igualdade de oportunidade entre as 
partes de apresentar argumentações e provas e de contradizê-las perante um juízo. É 
este procedimento dialético entre as partes interessadas que dá fundamento ao 
processo. O contraditório garante a imparcialidade do juiz perante a causa que também 
deve exercê-la na preparação do julgamento. Em razão de refletir garantia de 
imparcialidade do juiz na valoração daquilo que foi dialeticamente trazido ao processo, 
o contraditório é tido entre as garantias fundamentais de um processo justo. 
Ensina GOMES FILHO (1997) que o processo feito sob contraditório possui 
característica político-ideológica, em decorrência de propiciar ao acusado, e, também 
ao acusador, a participação nas atividades de preparação da sentença, refletindo, assim, 
a adesão do grupo social. Este princípio cumpre com a sua função social, pois, legitima 
a decisão a ser tomada porque na maioria dos casos, litigantes, na esperança de 
influenciar o resultado do processo, aceitam o compromisso de participar e acatar a 
decisão dada pelo Estado. 
O princípio do contraditório tem seu primeiro momento de atuação quando na citação 
ou em atos homólogos a ela, pela informação à parte dos atos praticados pelo seu 
contendor. É através do conhecimento dos atos e manifestações da parte contrária que 
o interessado poderá contrariá-los, tratando-se, portanto, de exigência prévia para o 
exercício de atividades processuais. Será pelo exercício da reação, compreendida como 
a manifestação da contrariedade dos atos praticados pelo seu adversário, que se terá 
o segundo momento da atuação do princípio do contraditório. 
 
 
 
Ao se levar em conta a existência no sistema acusatório de uma fase pré-processual de 
caráter inquisitório, executada por repartição não judicial e consubstanciada no 
inquérito policial, não temos restrições ao exercício do contraditório processual exigido 
constitucionalmente. As funções de instrução preparatória no Brasil são desenvolvidas 
pela polícia judiciária com a realização do inquérito, que não é secreto, e, onde a 
investigação preliminar e a instrução probatória são secretas e não contraditórias. 
3. PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES 
Ressalta CANOTILHO (1999) que a fundamentação das decisões judiciais constitui-se 
em um princípio jurídico-organizatório e funcional da teoria do constitucionalismo. A 
motivação judicial tem como pilar o trinômio: controle da justiça, racionalidade objetiva 
e delimitação do objeto a ser eventualmente impugnado. Nas palavras do autor: a 
exigência de fundamentação das decisões judiciais ou da “motivação de sentenças” 
radica em três razões fundamentais: (1) controle da administração da justiça; (2) 
exclusão do caráter voluntarístico e subjetivo do exercício da atividade jurisdicional e 
abertura do conhecimento da racionalidade e coerência argumentativa dos juízes; (3) 
melhor estruturação dos eventuais recursos, permitindo às partes, em juízo um recorte 
mais preciso e rigoroso dos vícios das decisões judiciais recorridas. 
De acordo com o mesmo autor citado anteriormente, a decisão terá por compromisso 
atender a exclusão do caráter voluntarístico e subjetivo do exercício da atividade 
jurisdicional, e, abertura do conhecimento da racionalidadee coerência argumentativa 
dos magistrados. Já o objeto definido pela motivação especificará os limites e o campo 
de abrangência que incidirá o instrumento recursal. Através da racionalidade exposta, 
as partes tomam conhecimento da atividade jurisdicional, onde, eventualmente podem 
buscar a reforma impugnando fundamentos jurídicos ou nulidades existentes. 
Ressalta-se ainda, que a motivação das decisões judiciais é uma garantia constitucional 
importantíssima para a ocorrência de um eficaz controle da justiça. Diversas são as 
garantias asseguradas pela motivação das decisões judiciais, sendo que dentre elas, 
pode-se citar: o controle da administração da justiça, o controle de racionalidade do 
 
 
 
juiz ao decidir, e, a eventual delimitação do objeto de impugnação, podendo ser, 
considerado o principal parâmetro, tanto da legitimação interna ou jurídica, quanto da 
externa ou democrática da função judiciária. 
No Brasil, o sistema de apreciação de provas utilizado é o do livre convencimento 
motivado, onde, o magistrado detém autonomia para conferir às provas que lhe são 
trazidas durante o processo, a carga que acreditar ser conveniente. Tal sistema 
contrapõe-se ao da prova tarifada, sendo que este último atribui à lei a carga específica 
para cada prova, todavia, o sistema da prova tarifada se mostrou inviável por favorecer 
práticas desfavoráveis ao sujeito passivo do processo penal. E, finalizando, pode-se 
dizer que o princípio das fundamentações das decisões, aliado ao princípio da 
publicidade, proporcionará ao jurisdicionado o mais amplo exercício de princípios, tais 
como: o do contraditório e a da ampla defesa. 
4. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
O princípio da imparcialidade do juiz se apresenta tanto no processo penal quanto no 
processo civil, justificando-se pela própria essência da função jurisdicional, que é a de 
dar a cada um, o que é seu, o que estaria profundamente prejudicado se exercido por 
um órgão estatal parcial. A imparcialidade pressupõe a independência do juiz, razão 
pela qual a Constituição da República Federativa do Brasil/88, em seu artigo 95, citado 
abaixo, lhe assegurou algumas prerrogativas basilares, objetivando evitar que ele venha 
a sofrer qualquer tipo de influências ou coações, sendo elas: vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. 
 “Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, 
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz 
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
 
 
 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, 
II, 153, III, e 153, § 2º, I.” (BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 
promulgada em 05 de outubro de 1988. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005) 
Destaca-se que a vitaliciedade é adquirida, em primeiro grau de jurisdição, após dois 
anos de exercício da magistratura, período este, em que o magistrado só perderá o 
cargo por decisão do tribunal ao qual estiver vinculado. E, vencido o período do estágio 
probatório, o juiz só perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Já a 
prerrogativa da inamovibilidade se define como sendo a impossibilidade de remoção 
compulsória do magistrado da comarca ou seção judiciária em que atua, salvo, por 
motivo de interesse público ou através de uma decisão proferida por votos de dois 
terços dos membros do tribunal respectivo, sendo assegurado sempre à ampla defesa. 
E, a irredutibilidade de subsídios objetiva resguardar a segurança financeira do 
magistrado, evitando com isso, que ele seja passível de sofrer qualquer ameaça no 
sentido de se ver obrigado a atuar de determinada forma, afim de que não corra o risco 
de não perceber seus subsídios. 
Com relação às prerrogativas concedidas aos magistrados, citada acima, que objetivam 
garantir sua imparcialidade, o legislador ordinário, prevendo a ocorrência de um 
possível desrespeito a tais normas definiu situações em que o magistrado estaria 
impedido de atuar em determinadas causas, justamente pela ausência de capacidade 
subjetiva. Desta forma, com o intuito de assegurar a devida aplicação do princípio da 
imparcialidade do órgão julgador, o Código de Processo Penal Brasileiro, em seus 
Artigos 252, 253 e 254, relacionados abaixo, estabeleceu causas de impedimento e 
suspeição dos magistrados que em sendo confirmadas, poderão impedi-los de atuar 
no processo. 
“Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério 
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
 
 
 
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como 
testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, 
sobre a questão; 
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem 
entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive. 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer 
das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por 
fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, 
sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das 
partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.” 
(BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal 
Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
Lei/Del3689.htm. Acesso: 15 de novembro de 2008) 
 
 
 
O impedimento é caracterizado como sendo a mais grave das causas, e, configura-se 
como sendo uma ligação direta do magistrado com o processo em análise, como por 
exemplo, nas situações em que seu cônjuge tiver atuado no processo, ou, quando ele 
mesmo tiver atuado como juiz da causa em outra instância, ou, quando ele ou outro 
familiar for parte, ou, tiver interesse direto na demanda processual. Em havendo alguma 
das causas de impedimento, o magistrado deverá espontaneamente se afastar do 
processo, e, se não for tomada tal atitude, qualquer das partes processuais poderá 
argüir o impedimento, e, se restar devidamente comprovado, será dado seu imediato 
afastamento. Já a suspeição, mesmo não sendo tão grave quanto o impedimento, 
também acaba por interferir na imparcialidade do juiz, e, por este motivo, poderá ser 
argüida pelo próprio juiz, e, se este não o fizer, poderá ocorrer a recusado deste, por 
qualquer das partes. E, a suspeição se apresenta quando, por exemplo, o magistrado é 
amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, ou, também, quando houver 
orientado as partes, ou, mesmo quando for credor ou devedor do autor ou do réu. 
 Para a íntegra do texto, segue link abaixo: 
Princípiosconstitucionais à luz do Direito Processual Penal brasileiro 
 LEGISLAÇÃO 
Constituição Federal 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Código Processo Penal – CPP (Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941) 
 
 
 
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 
60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição 
das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o 
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às 
acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o 
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. 
Código Penal - CP (Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941) 
Falsa identidade 
 Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, 
em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui 
elemento de crime mais grave. 
Lei n°11.343 de 23 de Agosto de 2006 – Lei de Drogas 
 
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a 
inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do 
Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 
(vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. 
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou 
algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o 
entender pertinente e relevante. 
 
 
 
CPPM - Decreto Lei nº 1.002 de 21 de Outubro de 1969 
 
Art. 302. O acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar, dia e hora 
designados pelo juiz, após o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução 
criminal ou prêso, antes de ouvidas as testemunhas. 
Comparecimento no curso do processo 
 
Parágrafo único. A qualificação e o interrogatório do acusado que se apresentar ou fôr 
prêso no curso do processo, serão feitos logo que ele comparecer perante o juiz. 
Interrogatório pelo juiz 
 
 
Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993 
 
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para 
apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar 
documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e 
indicar as demais provas que pretenda produzir. 
 
Lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965 
 
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal 
do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público. (Redação 
dada pela Lei nº 10.732, de 5.9.2003) 
 
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer 
alegações escritas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei nº 10.732, de 5.9.2003) 
 
Lei nº 8.038 de 28 de Maio de 1990 
 
 
 
 
Art. 7º - Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o 
interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério 
Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o caso. (Vide Lei nº 8.658, de 
1993) 
 
 JURISPRUDÊNCIA 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIMES DE FORMAÇÃO DE 
QUADRILHA E PECULATO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DA 
CONDUTA DA ACUSADA. AMPLA DEFESA PREJUDICADA. COAÇÃO ILEGAL 
EVIDENCIADA. 1. O devido processo legal, constitucionalmente garantido, deve ser 
iniciado com a formulação de uma acusação que permita ao acusado o exercício do 
seu direito de defesa, para que eventual cerceamento não macule a prestação 
jurisdicional reclamada. 2. No caso dos autos, constata-se que o Ministério Público 
limitou-se a atribuir à ré a função de "assessora para captação de recursos com 
incentivos fiscais" na organização criminosa, sem, contudo, descrever qualquer fato 
concreto que evidenciasse tal atuação de forma criminosa, cuja compreensão se faz 
imprescindível para o exercício do direito de defesa constitucionalmente garantido. 
3. Não constando da peça vestibular a necessária descrição da conduta praticada pela 
acusada, tampouco o seu nexo de causalidade com os fatos típicos nela mencionados, 
verifica-se a sua inaptidão para a deflagração da ação penal. 4. Agravo regimental 
desprovido. 
(STJ - AgRg no REsp: 1655309 RS 2017/0036251-6, Relator: Ministro JORGE MUSSI, 
Data de Julgamento: 23/08/2018, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 
31/08/2018). 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. INÉPCIA DA 
DENÚNCIA. PEÇA INAUGURAL QUE ATENDE AOS REQUISITOS LEGAIS EXIGIDOS E 
DESCREVE CRIME EM TESE. AMPLA DEFESA GARANTIDA. MÁCULA NÃO 
 
 
 
EVIDENCIADA. 1. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia formulada em 
obediência aos requisitos traçados no artigo 41 do Código de Processo Penal, 
descrevendo perfeitamente as condutas típicas, cuja autoria é atribuída ao acusado 
devidamente qualificado, circunstâncias que permitem o exercício da ampla defesa 
no seio da persecução penal, na qual se observará o devido processo legal. 2. No caso 
dos autos, não se constata qualquer defeito na peça vestibular capaz de comprometer 
o exercício da ampla defesa e do contraditório pelo recorrente, uma vez que nela se 
consignou que que trazia consigo, dentro do porta-luvas do carro em que se 
encontrava, 89 gramas de cocaína. narrativa que lhe permite o exercício da ampla 
defesa e do contraditório. FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A PERSECUÇÃO CRIMINAL. 
INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS EM DESFAVOR DO RECORRENTE. NECESSIDADE DE 
REVOLVIMENTO DO CONJUNTO PROBATÓRIO. VIA INADEQUADA. COAÇÃO ILEGAL 
NÃO CONFIGURADA. 1. Em sede de habeas corpus e de recurso ordinário em habeas 
corpus somente deve ser obstada a ação penal se restar demonstrada, de forma 
indubitável, a ocorrência de circunstância extintiva da punibilidade, a manifesta 
ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito, e ainda, a 
atipicidade da conduta. 2. Estando a decisão impugnada em total consonância com o 
entendimento jurisprudencial firmado por este Sodalício, não há que se falar em 
trancamento da ação penal, pois, de uma superficial análise dos elementos 
probatórios contidos no reclamo, não se vislumbra estarem presentes quaisquer das 
hipóteses que autorizam a interrupção prematura da persecução criminal por esta via, 
já que seria necessário o profundo estudo das provas, as quais deverão ser 
oportunamente valoradas pelo juízo competente. 3. Recurso desprovido. 
(STJ - RHC: 76648 AM 2016/0257862-5, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de 
Julgamento: 18/05/2017, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/05/2017). 
 
 
 
 
 
 BIBLIOGRAFIA 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, __________. Princípios Constitucionais Penais e 
Processuais Penais. 4 ed. Rio de Janeiro : Forense, 2015.OLIVEIRA, Eugênio de. Curso de Processo Penal, 20ª edição. Atlas, 04/2016.

Outros materiais