Projeto de Intervenção para implantação de Temática Psicoeducativa com intuito de favorecimento socioemocional aos alunos da Escola Estadual Tranquilino Dias Brito

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FUPAC – Fundação Presidente Antônio Carlos
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni/MG
BÁRBARA KELLY DE OLIVEIRA PESSOA
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE TEMÁTICA PSICOEDUCATIVA COM INTUITO DE FAVORECIMENTO SOCIOEMOCIONAL AOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL TRANQUILINO DIAS BRITO
Teófilo Otoni
2019
FUPAC – Fundação Presidente Antônio Carlos
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni/MG
BÁRBARA KELLY DE OLIVEIRA PESSOA
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE TEMÁTICA PSICOEDUCATIVA COM INTUITO DE FAVORECIMENTO SOCIOEMOCIONAL AOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL TRANQUILINO DIAS BRITO
Projeto de Intervenção apresentado na disciplina de Estágio Básico Supervisionado, no 6º semestre do curso de Psicologia da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni. 
Professor Orientador: Roberto Gomes Marques.
Teófilo Otoni
2019
Sumário
1. Introdução......................................................................................................04
2. Objetivos........................................................................................................05
2.1 Objetivo Geral..............................................................................................05
2.2 Objetivos Específicos..................................................................................05
3. São José do Divino: Contexto Histórico........................................................06
3.1 Escola Estadual Tranquilino Dias Brito.......................................................06
3.2 Utilização de Roda de Conversa como metodologia para o diálogo...........07
4. Metodologia...................................................................................................09
5.Cronograma...................................................................................................10
6. Expectativas..................................................................................................11
FUPAC – Fundação Presidente Antônio Carlos
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni/MG
Referências.......................................................................................................12
1. Introdução 
Ressaltando pontos estratégicos de atuação do psicólogo, o presente projeto de intervenção componente do estágio curricular do curso de Psicologia tem por base a escuta analítica dentro de um grupo, mais especificamente, de três turmas do Ensino Médio da Escola Estadual Tranquilino Dias Brito, localizada à cidade de São José do Divino/MG, apoiado à iniciativa do Setembro Amarelo, visando a prevenção ao suicídio. 
Pretende-se, através do levantamento de dados, em contato direto ao público-alvo, identificar nós críticos interferentes ao bom desempenho interrelacional, cognitivo e intrapessoal dos indivíduos levando em consideração os altos índices de tentativa de autoextermínio na fase adolescente. 
Através dos resultados, será elaborada uma temática de cunho interventivo visando oferecer abertura e acolhimento aos alunos para tratar de assuntos como Ansiedade, Bullying e Depressão, de maneira que se consiga alcançar resultados assertivos na quebra de preconceitos e segurança em expor suas experiências. 
Espera-se que o projeto alcance suas finalidades de contribuir, através da Psicologia, com o bem estar físico, mental e social dos indivíduos, favorecendo na melhora acadêmica e, não menos importante, relacional entre eles. 
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2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral 
Elaborar um projeto de intervenção com o intuito de acolher alunos com dificuldades socioemocionais. 
2.2. Objetivos Específicos 
· Identificar nós críticos propulsores aos conflitos intra e interpessoais nos alunos. 
· Buscar melhor temática de atuação interventiva baseando-se em dados cientificamente comprovados. 
· Proporcionar um espaço de abertura e acolhimento para estes alunos através da temática escolhida. 
3. São José do Divino: Contexto Histórico 
	Localizada no Vale do Rio Doce, ao leste de Minas Gerais, o povoado de São José do Divino, segundo Sá (2009), surgiu em 1932 quando o capitão Messias Gonçalves e companheiros, ao regressarem de uma viagem a Itambacuri, passaram pelo local e encontraram os primeiros moradores, decidindo permanecer alguns dias na região que lhe pareceu de boa acolhida, ocasião em que resolveu marcar posse de terras para as famílias que chegavam. Logo, com o grande número de procura, demarcou o local onde seria erguido o futuro povoado, batizando-o por São José do Divino, em homenagem a São José, e por estar à margem do córrego do Divino (SILVA, 2013). 	
	Em 1935, é celebrada a primeira missa pelo Padre Capuchinho e Frei Inocêncio que, vindo de São Jorge (atual Nova Módica), abençoaram o local mandando que fosse feita a abertura de uma estrada que ligasse os dois povoados e assim, pudesse ser permitida a facilidade de acesso e progresso à região, ficando a administração a cargo do senhor Benjamin Soares, em 1942. 
	De acordo com Silva (2013), a elevação a distrito se deu em 1948 e sua emancipação ocorreu em 1962, ficando jurisdicionado à comarca de Itambacuri, de segunda entrância, desde sua independência. 
	Atualmente, São José do Divino possui em média 3.865 habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018) sendo um município com três escolas (duas municipais e uma estadual) e um Centro Infantil de período integral. 
3.1. Escola Estadual Tranquilino Dias Brito
A Escola Estadual Tranquilino Dias Brito, localizada na zona urbana da cidade de São José do Divino, atende alunos desde o primeiro ano do Ensino Fundamental ao Terceiro do Ensino Médio, nos horários que se seguem de matutino a noturno, com faixa etária que se diverge entre seis anos até a maiores dezoito anos. 
Atualmente, estima-se que haja em média 550 alunos, conforme o Censo Escolar (2018), sendo 108 alunos do Ensino Fundamental I, 227 do Ensino Fundamental II, 193 do Ensino Médio e 24 alunos do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). 
3.2 A Utilização da Roda de Conversa como metodologia para o diálogo
Descrevendo-se como uma metodologia de comunicação dinâmica e produtiva, tal qual um rico instrumento de aproximação entre os indivíduos, a Roda de Conversa manifesta-se como uma ponte cujas funções se expandem ao desenvolvimento intrapessoal e interrelacional. 
Em um contexto escolar, compreende-se a positividade dessa temática não apenas na relação professor-aluno, quanto à estruturação de um plano de estudo coerente à necessidade da turma, mas principalmente como um proporcionador de conhecimento e compreensão às vivências do dia a dia. 
Cruz e Melo (2014) afirmam que excedendo à simplesmente uma técnica de pesquisa, utilizar uma Roda de Conversa como metodologia estabelece um espaço de diálogo e interação, permitindo a ampliação de suas percepções sobre si e sobre o outro no cotidiano. 
Segundo Afonso e Abade (2008), trata-se de uma fundamentação metodológica psicossocial, tendo como objetivo um momento onde os participantes reflitam acerca das experiências diárias, ou seja, de seus aspectos intrapsíquicos, interpessoais e sociais. 
Por tais pontos, a perspectiva se dirige aos intensos casos de Bullying existentes nas Escolas, mais especificamente reiterando a supracitada como ponto de atuação, uma vez que pretende-se identificar nós críticos nas turmas do Ensino Médio relacionados aos temas Ansiedade, Bullying e Depressão. 
Para Silva (2010) cada indivíduo possui uma forma diferente de lidar com as pressões impostas pelo outro, uma vez que o ser humano é subjetivo e peculiar. Entretanto, todos, de certa forma, passam por sofrimento, ainda que em níveis diferentes. 
Entre as manifestações como resultado do Bullying: 
Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes,devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio (SILVA, 2010, p. 09). 
Em uma perspectiva psicanalítica, levando em consideração o método de associação livre, segundo Fochesatto (2011) por meio da fala, é dado ao paciente uma nova visão acerca das situações, tendo a oportunidade de ressignifica-las através da reflexão, e assim alcançar a libertação desse conteúdo recalcado que gera o sofrimento. 
Entende-se que uma Roda de Conversa não se trata de uma intervenção clínica, como em cunho individual, mas de uma proporção ao levantamento de questões, aprendizado pela escuta às experiências do outro e autorreflexões com o compartilhamento das próprias. 
4. Metodologia 
A intervenção proposta neste projeto parte de observações realizadas através do contato direto com alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Tranquilino Dias Brito, onde, ao serem retratados os temas Ansiedade, Bullying, Depressão e Suicídio, pode ser notório o desconforto por parte de alguns e relatos escritos de outros com relação aos conflitos intrapessoais e inadequação das relações. 
Com a identificação do problema, foi realizada uma reunião com o psicólogo local sobre possíveis formas de atuação, havendo o consenso quanto a propor uma roda de conversa aos mesmos, buscando dar abertura aos discentes para conversar sobre o assunto, compartilhando as experiências e as formas que lidaram com elas. 
Para isso, foi realizado uma levantamento bibliográfico sobre os benefícios da roda de conversa na intervenção grupal sendo utilizados didáticos e artigos extraídos das bases de dados científicos Publisher medline (Pubmed) e Scientific Eletronic of Library (SCIELO), através dos descritores: ansiedade, depressão, roda de conversa, adolescência. 
5. Cronograma
	Para a realização da intervenção, será utilizada a psicoterapia grupal apoiado à afirmativa de Pichón-Rivière (1998) que destaca o aprendizado em grupo como um significado de leitura crítica da realidade, sendo uma atitude investigadora aberta às dúvidas e novas inquietações. 
Serão realizados encontros para uma Roda de Conversa com o objetivo de compartilhar experiências e despertar reflexões com o intuito de auxiliar os indivíduos a lidarem melhor com algumas questões conflitantes.
O encontro terá duração de 40 minutos, num total de 2 encontros, entre setembro e novembro, pré-definidos com a instituição, realizados em área ampla, de boa ventilação e luminosidade, trazendo a cada episódio uma temática diferente. Divididas em: 
· Encontro 1: Possui como objetivo levantar a demanda, ressaltando nós críticos com a pretensão de despertar interesse por busca de ajuda e maior abordagem do tema, além de quebrar preconceitos e paradigmas sobre os cuidados com a saúde mental. 
· Encontro 2:Proporcionar uma Roda de Conversa destacando os temas Ansiedade e Depressão, dando abertura aos participantes para compartilhar suas experiências e expor, conforme sentirem liberdade, as angústias e anseios que possuem. 
6. Expectativas 
Em respeito à temática proposta neste projeto, espera-se que mudanças significativas na qualidade de saúde mental e, não por menor, desenvolvimento cognitivo, sejam notórias aos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Tranquilino Dias Brito ao serem inseridos em um espaço aberto para diálogo sobre as emoções e compartilhamento de experiências. 
Não restrito somente ao benefício individual, a expectativa é de que o favorecimento alcance também ao melhor desempenho das relações e convívio no ambiente escolar, uma vez que, mediante aos conflitos intrapessoais, o adaptação social acaba por ser afetada. 
Sendo assim, acredita-se que oferecer um ambiente acolhedor, livre de julgamentos e preconceitos, seja satisfatório nessa temática, tendo em vista a influência proporcionada pelo apoio e os benefícios alcançados através do conhecimento. 
REFERÊNCIAS 
CRUZ, G. C; MELO, M. C. H. (2014). RODA DE CONVERSA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE DIÁLOGO NO ENSINO MÉDIO. Disponível em <file:///G:/Roda%20de%20Conversa/22222-Texto%20do%20artigo-101119-1-10-20140516.pdf>. Acesso em 04 de dezembro de 2019. 
FOCHESATTO, W. P. F. (2011). A CURA PELA FALA. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ep/n36/n36a16.pdf> Acesso em 03 de dezembro de 2019. 
HUBNER, C. A. R; SLOBODZIAN, L. (2016). BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_ped_unespar-campomourao_luciaslobodzian.pdf>. Acesso em 04 de dezembro de 2019. 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas. 2018. Disponível em <www.portal.inep.gov.br>. Acesso em 04 de dezembro de 2019. 
SILVA, Germano de Oliveira (2013). SAÚDE MENTAL NA REDE PÚBLICA DE SÃO JOSÉ DO DIVINO-MG: Contribuição do serviço de Psicologia no município.