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CIRURGIA AMBULATORIAL NEVO DISPLÁSICO/ATÍPICO · Também chamado de nevo B-K, nevo de Clark, nevo atípico e nevo com desordem arquitetural · Acredita-se que nevos melanocíticos comuns e atípicos sejam lesões precursoras do melanoma cutâneo Modelo de desenvolvimento e progressão dos melanomas (etapas): 1. Melanócito precursor 2. Nevos comuns adquiridos ou congênitos – melanócitos normais 3. Nevos displásicos – atipia estrutural e arquitetural 4. Melanoma de crescimento radial, melanoma primário não tumorigênico s/ metastização 5. Melanoma de crescimento vertical, primários que invadem a derme e c/ metastização 6. Melanoma metastático EPIDEMIOLOGIA · Maior prevalência em jovens < 30 anos · Aparecimento geralmente na puberdade · Maioria se mantem estável ou regride · Predileção por regiões expostas ao sol (especialmente tronco), associado a antecedentes de queimaduras solares e pele sensíveis ao sol · Incidência varia de 1,5 a 18% · Chance de melanoma é 15x maior em pacientes com nevos atípicos · Síndrome do nevo atípico – melanoma FAMMM: herança familiar autossômica. Ocorrência de melanoma em pelo menos 1 parente de primeiro ou segundo grau, presença de grande quantidade de nevos (>50) sendo alguns atípicos e com características histológicas distintas. Pessoas com essa síndrome = risco 150x maior de desenvolver melanoma. · Número de nevos comuns e atípicos são fatores independentes de risco para melanoma cutâneo. CLÍNICA · Não há consenso para o diagnóstico · Uma das maneiras se baseia na presença de pelo menos 3 das 5 características: 1. Diâmetro > 5mm 2. Bordas mal definidas 3. Margens irregulares 4. Múltiplas cores 5. Presença de componentes maculares e papulares · Regra do ABCDE pode ser útil no diagnóstico: Assimetria, Bordas irregulares, Cores múltiplas, Diâmetro > 5mm e Elevação de parte da lesão (aspecto maculopapular). CRITÉRIOS DERMATOSCÓPICOS · Análise de Padrões: nevo atípico caracterizado por presença de rede pigmentar irregular, discreta ou proeminente, com terminação abrupta ou gradual; pigmentação difusa irregular com terminação abrupta na periferia da lesão; áreas de despigmentação irregulares e periféricas; glóbulos marrons irregulares; pontos pretos. · Principal critério para diferenciar nevo atípico dos comuns: rede pigmentar e glóbulos marrons. Nos atípicos = rede pigmentar é irregular, proeminente, com terminação abrupta na periferia; glóbulos marrons de tamanho e forma variável e irregulares. Nos comuns = rede pigmentar regular com esmaecimento para a periferia da lesão; glóbulos marrons são uniformes em tamanho e formato e são regulares geralmente no centro. · 4 subtipos distintos de nevo atípico: 1. Nevo atípico com hipopigmentaçao central 2. Nevo atípico com hiperpigmentaçao central = nevo hipermelanótico ou black nevus. 3. Nevo atípico com hipo e hiperpigmentação multifocal: aspecto manchado 4. Nevo atípico com pigmentação excêntrica: inclui o melanoma inicial como diagnóstico diferencial. · Recentemente na tentativa de diferenciar nevos atípicos de melanomas finos foi criado um modelo dermatoscópico final com 5 variáveis: Áreas de hipopigmentação marrom-claras periféricas, pigmentação de distribuição irregular, padrão de regressão, glóbulos marrons de gormato e distruibuiçao irregular e rede pigmentar com terminação abrupta na periferia -> essas características sugerem melanoma fino. HISTOLOGIA DA DISPLASIA MELANOCÍTICA · Critérios histológicos (não é padrão ouro): modelo diagnóstico baseado em critérios maiores e menores Maiores: proliferação de nevomelanócitos atípicos na região da membrana basal se estendendo por 3 cristas epidérmica; proliferação melanocítica intraepidérmica. Menores: fibrose concêntrica eosinofílica envolvendo cristas epidérmicas ou fibroplasia lamelar; neovascularização; resposta inflamatória dérmica; fusão de cristas. Diagnóstico: quando houver 2 critérios maiores e pelos menos 2 menores. BIOLOGIA MOLECULAR · Nevos atípicos são relacionados com história pessoal e familiar de melanoma · Admite-se que o gene CDKN2A (gene supressor de tumor) seja nevogênico. O gene CDK4 pode também estar relacionado a síndrome do melanoma familiar. CONDUTA · Diagnóstico clínico do nevo atípico não necessita de confirmação histológica. Maioria dos nevos atípicos não progride para melanoma. · Excisão profilática parece não ter custo-benefício. Abordagem do paciente · História pessoal detalhada (lesões de pele, melanomas prévios, câncer de pele não melanoma, excisão de lesões prévias e diagnostico histopatológico, queimaduras); História familiar de melanoma ou nevos atípicos (grau de parentesco); Exame clínico da pele; Exame dermatoscópico de todas as lesões melanocíticas; Orientações quanto exposição solar. OUTRAS orientações: pacientes com nevos atípicos múltiplos possuem maior risco de desenvolver melanoma ocular -> recomendar exame oftalmológico. Se há comprovação de 2 ou + casos em parentes de primeiro ou segundo grau de melanoma, indica-se realizar teste genético do gene CDKN2A. REFERÊNCIA REZZE, Gisele Gargantini; LEON, Alexandre and DUPRAT, João. Nevo displásico (nevo atípico). An. Bras. Dermatol. [online]. 2010, vol.85, n.6 [cited 2020-02-26], pp.863-871. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962010000600013&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0365-0596. https://doi.org/10.1590/S0365-05962010000600013.
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