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Poder Constituinte Originário/Primário: Força política, poder abstrato e político capaz de originar uma constituição, se torna concreto quando é escrita uma Constituição. O Poder Constituinte Originário, histórico ou revolucionário, é ilimitado frente ao ordenamento jurídico anterior, ou seja, não precisa obedecer a nenhuma de suas normas. É também autônomo, incondicional (princípio da vedação do retrocesso, tudo que o Estado conquistou não pode andar para trás) e permanente, pois não desaparece com a criação da constituição. O titular do Poder Constituinte é o povo, mas quem exerce esse poder, no caso do Brasil, é a Assembleia Nacional Constituinte, o povo é chamado às urnas, elege senadores, que serão os constituintes. Pode haver também o Movimento Revolucionário (outorga), geralmente é assim que surge a primeira constituição de um novo Estado (estabelecimento da Constituição por declaração Unilateral do agente revolucionário que autolimita seu poder. Poder Constituinte Originário Histórico: primeira constituição do Estado. Exemplo: Primeira Constituição: Constituição Brasileira de 1824 (outorgada), origem do Brasil. Poder Constituinte Originário Revolucionário: são todos os demais poderes que dão origem às próximas constituições do Estado. Necessidade de mudar não só o Direito, mas também a sociedade. Não deve obediência ao ordenamento jurídico anterior. Todas Constituições devem trazer direitos e garantias fundamentais? NÃO, mas se não trouxer esses direitos, o Estado se isolará, por conta da globalização (neoconstitucionalismo). Poder Constituinte Derivado/Secundário/Constituído/Instituído: Tem origem do Poder Constituinte Originário. É um Poder Jurídico, previsto na constituição; derivado pois vem do originário; é limitado e condicionado, pois deve seguir tudo que o Poder Constituinte originário lhe impor. Poder Constituinte Derivado Reformador: altera a Constituição em alguns pontos. Altera um texto da constituição, traz as emendas constitucionais. Está presente nas constituições rígidas. É exercido, no brasil, pelo Presidente, Deputados e Senadores podem enviar PEC’s ao Congresso Nacional (artigo 60, I e III, CF/88). Atualmente há 102 emendas constitucionais. Também há a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar tratados e convenções sobre direitos humanos, nos termos do artigo. 5º, §3º, a partir da EC 45/2004. Limites ao Poder Derivado reformador Limites temporais: não existe na CF/88 Limites Circunstanciais: A CF/88 TEM ESSETIPO DE LIMITAÇÃO. Se o Brasil, ou um dos estados membros, estiver em ESTADO DE DEFESA, ESTADO DE SÍTIO ou INTERVENÇÃO, não se pode criar alterar a constituição (não pode haver votação de PEC). Limites Formais: como deve ser a criação formal da emenda constitucional; Limites Formais Subjetivos (pessoa): quem pode apresentar a PEC? Art. 60, I ao III Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Limites Formais Objetivos: Quais os Objetos de Emenda Constitucional? TUDO QUE NÃO FOR PROIBIDO. Limites Formais Materiais (MATÉRIA, DISCIPLINA): Quando não se pode alterar a CF? Cláusulas Pétreas. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - A forma federativa de Estado; II - O voto direto, secreto, universal e periódico; III - A separação dos Poderes; IV - Os direitos e garantias individuais. Cabe Controle de Constitucionalidade em normas Constitucionais? Cabe se essa norma veio do Poder Constituinte Derivado. Se veio do Poder Constituinte Originário, não cabe. Poder Constituinte Derivado Decorrente: atribui competência para os Estados Membros fazerem suas próprias constituição estadual. Princípio do Paralelismo de Formas: tudo que existe no âmbito federal, existe no estadual (organiza o estado membro), existe nas federações (descentralização político administrativa). Os municípios têm suas leis orgânicas (suas “constituições”), tanto o estado membro quanto o município, devem obedecer à Constituição Federal, que já prevê as competências federais, estaduais e municipais, sob pena de ter suas normas declaradas inconstitucionais (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental). Quando o Estado Membro organiza sua Constituição, ele acaba repetindo Direitos e Garantias Fundamentais (Normas Repetitivas). Limites às Constituições Estaduais decorrem dos seguintes princípios Princípios sensíveis: aqueles que querem garantir as competências previstas na constituição; devem respeitar a estrutura prevista na Constituição. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. Princípios Estabelecidos: se reportam a todos os entes federados, e não apenas à União. Os princípios constitucionais estabelecidos geram limitações: Expressas, Implícitas, Decorrentes. Princípios Extensíveis: são aqueles que consubstanciam regras de organização da União, cuja aplicação se estende aos Estados. Poder Revisor: revê a Constituição como um todo (art. 3º ADCT). Norma Constitucional Exaurida. No Brasil, foi realizada em 1993 e virou seis emendas constitucionais de revisão. Não se pode fazer uma nova revisão da Constituição Brasileira. Reforma (alguns pontos específicos, como a reforma da Previdência) x Revisão (é de um todo) Poder Constituinte Difuso: mutação constitucional. Procedimento informal de alteração do sentido da norma constitucional, sua interpretação, mas não o seu texto. Poder Constituinte Supranacional/Transnacional: blocos econômicos, políticos, sociais que se formam (exemplo união europeia). Esses blocos devem construir uma constituição. Fenômeno da Recepção Normas anteriores à constituição podem ser compatíveis ou incompatíveis com a nova constituição. Quando incompatíveis elas são revogadas pelo fenômeno da não recepção. A regra é que Controle de Constitucionalidade não cabe às normas não recepcionadas, só cabe a leis após a nova constituição, excepcionalmente cabe ação de descumprimento de princípio fundamental. Quando compatíveis as normas anteriores à nova constituição, elas são automaticamente recepcionadas pelo novo ordenamento jurídico. Para ser recebida pela nova constituição, as normas anteriores devem preencher os seguintes requisitos: · A norma deve estar em vigor quando vier a nova constituição; · A norma não pode ter sido declarada inconstitucional pela constituição anterior, do contrário, ela deixou de existir; · A norma deve ter compatibilidade formal ou material com a constituição anterior; · A norma deve ter compatibilidade MATERIAL da lei (conteúdo; assunto tratado por ela) com a nova constituição. EXEMPLO: Código tributário nacional, era uma lei ordinária conforme a constituição que vigorava. Quando surgiu a CF/88, ficou estabelecido que a matéria tributária tinha que ser por meio de lei COMPLEMENTAR (um degrau acima). Ou seja, o Código tributário não estava formalmente compatível com a nova constituição, mas sim materialmente (conteúdo). O Código Tributário Nacional foi recepcionado com status de lei completar. Fenômeno da Repristinação Repristinação=Ressurreição; retornar a alguma situação anterior. A norma que não produzia mais efeitos volta a ser eficaz. EX.: A lei B revoga a Lei A. Surge a Lei C, que revoga a Lei B, que deixa existir. Excepcionalmente, quando a lei C revoga a Lei B, a Lei A pode voltar a produzir efeitos. (Artigo 2º, §3º LINDB) Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a leirevogadora perdido a vigência. Volta de uma lei revogada, pois a lei revogadora deixou de produzir efeitos. Existe no ordenamento jurídico brasileiro como exceção. EXCEÇÃO - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: há uma lei que é declarada inconstitucional, logo é declarada nula, não pode produzir efeitos. Se essa lei revogou uma lei anterior, mas foi declarada inconstitucional, então a lei anterior volta a produzir efeitos. Fenômeno da Desconstitucionalização Não existe no ordenamento jurídico brasileiro. As normas Constitucionais da Constituição anterior são recepcionadas pela nova Constituição, mas são infraconstitucionais (perdem a força de constituição). Federação · Forma de Estado. País dividido em Estados Membros. Descentralização Político-Administrativa. Cada Estado Membro tem o Poder Executivo (Governador); Legislativo (Assembleia Legislativa) e Judiciário (Tribunal de Justiça). · No Brasil, a federação é a União de Estados Membros, Distrito Federal e Municipios (federação de cooperação). Sui Generis. · ESTADO MEMBRO, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIO SÃO ENTES FEDERADOS AUTÔNOMOS. Podem se auto governar, devendo obediência à Constituição Federal de 1988. · A federação é prevista em constituições rígidas. · O DF é um ente político diferenciado que tem competências mistas (previstas na constituição), ou seja, hora se comporta como estado membro, hora como município. Possui Câmara Legislativa, possui Governador e representação da vontade nacional, deputados e senadores. · Os entes federados não podem se separar, sob pena de intervenção federal POR MEIO DE AÇÃO INTERVENTIVA, no caso de estado membro; ou intervenção estadual, no caso dos municípios. · Não há hierarquia entre a União, estados membros, Distrito Federal e municípios, mas âmbitos de ação diferenciados. · Repartição de competências: A constituição prevê competências para a União e para os municípios, o que sobra é de Competência Residual dos Estados Membros. · Participação dos entes federados na formação da vontade nacional: os Estados Membros têm seus Senadores. O senado é a representação dos estados membros · Controle de Constitucionalidade: averiguar se uma lei (elaborada pós a Constituição) infraconstitucional ou ato normativo está ou não de acordo com a Constituição. A Federação Brasileira é soberana, ou seja, independente nas relações internacionais. Os entes federativos são autônomos.
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