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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico Avaliação de Impactos Ambientais LORENA SANTOS MATOS HOULAHAN, Bart. A B Lab e a Evolução da Avaliação de Impacto. Stanford University. California. EUA. 2014. 25 páginas. A B LAB E A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO DE IMPACTO “A pergunta é: como você se comporta quando está à frente do mercado? Quão longe você pode ir para satisfazer o mercado? A B Lab é uma organização norte-americana sem fins lucrativos fundada em 2006, com o intuito de apoiar empresas privadas que visavam levar benefícios sociais e ambientais, além de serem responsáveis pelas partes interessadas como empregados, comunidade e acionistas. Os fundadores Jay Coen Gilbert, Bart Houlahan e Andrew Kassoy, perceberam que enquanto os mercados eram uma ferramenta poderosa para criar e conseguir impacto social em escala, a estrutura deles fazia com que as empresas e os investidores preterissem frequentemente os objetivos sociais e ambientais em relação aos retornos financeiros. Desta forma a B Lab iniciou a construção da infraestrutura necessária para subsidiar a visão econômica de seus fundadores. Para isso, os fundadores identificaram as três principais áreas: Fortalecimento da comunidade em relação a negócios com fins sociais, criação de um ambiente legal para dar mais suporte a eles e promoção de um conjunto de padrões e avaliações para criar a accountability. Embora uma comunidade forte e um ambiente legal de apoio fossem importantes, estabelecer medidas de avaliação consistentes seria essencial para o sucesso de todo o projeto. Alguns investidores estavam dispostos a investir sem um conjunto comum de métrica de impacto estabelecido, mas, a fim atrair o capital em escala para o local, o retorno de investimento social e ambiental teria de ser medido e avaliado de forma consistente, confiável e transparente. Em 2014, a B Lab encontrava-se em uma encruzilhada estratégica. Ela havia feito um progresso considerável em todas as três principais áreas (especialmente na adoção da legislação que permite a criação de corporações do Sistema B, detalhada no Anexo 4, construindo o movimento B Corp e auxiliando empreendedores voltados para missão a usarem suas ferramentas de medição para avaliação interna e melhoria, mas encontrava uma falta de interesse que estava enraizada, se não uma resistência, em relação aos seus sistemas de medição dos mercados de investimento. Seus fundadores concluíram que estavam "à frente do mercado” na criação de ferramentas de avaliação de impacto robustas e comparáveis. Assim, em outubro de 2013, a B Lab lançou um produto novo, o B Analytics, que representava uma resposta mais significativa para a demanda de mercado em relação a medição e avaliação. O termo "investimento de impacto” representa a prática que procurava gerar valor ambiental ou social positivo com retornos financeiros. De forma ampla, uma empresa (assim como um investidor que injeta capital nessa empresa) pode ter impacto de duas maneiras. O primeiro é o impacto da empresa: o impacto dos bens e serviços que a empresa produz. Por exemplo, energia renovável, preservação de florestas, mosquiteiros para prevenção contra malária e serviços financeiros para aqueles que não possuem conta em banco. O segundo é o impacto operacional, frequentemente conhecido como impacto ambiental, social e de governança (ESG) da empresa. Por exemplo, emissões de carbono associadas com a cadeia de suprimento de um produto e como os empregados são tratados. Medir o sucesso no setor privado era, em geral, uma tarefa relativamente simples, desde que o retorno financeiro fosse o parâmetro principal. Medir o impacto social ou ambiental, no entanto, é muito mais complicado.Como a medição real do impacto é muito difícil e de certa forma altamente contextualizada, os sistemas de avaliação do investimento do impacto baseiam-se mais nas atividades e nas saídas. Desta forma a B Lab criou uma certificação chamada B Corp, com uma definição ampla de responsabilidade fiduciária e corporativa que incluía diversos interesses das partes interessadas. Desde o seu começo, a B Lab sempre quis desempenhar um papel na identificação e certificação oficial das corporações do Sistema B. Para isso, seria necessário um esquema de avaliação do impacto padrão para transmitir aos consumidores, empregados e investidores um compromisso substancial e legítimo de uma empresa para com o bem público. Em junho de 207 a B lab anunciou as primeiras 19 empresas que fariam parte do Sistema B, com o compromisso compartilhado de incluir objetivos não financeiros na missão corporativa. No verão de 2014 mais de mil corporações já haviam sido certificadas com o selo B Corp em 34 países. Com o tempo a B Lab estava desenvolvendo seu próprio sistema de impacto, e outros em filantropia e investimentos voltados para a missão estavam confrontando com questões de medições similares. Ferramentas melhores de medição e avaliação foram primeiramente voltadas para a lista de tarefas da infraestrutura para permitir que os investidores soubessem das decisões de seus investimentos, facilitando assim o fluxo de capital para o setor. Trabalhando junto com a fundação Rockfeller e a Acumen Fund, a B Lab começou a desenvolver um conjunto de definições, métricas metodologias que poderiam ser utilizadas para descrever e medir os impactos sociais e ambientais das empresas definido como IRIS (conjunto de padrão de termos e definições). Em 2013, o IRIS incluía mais de quatrocentas métricas geralmente aceitas e utilizadas pelo setor de investimento de impacto. Embora o “S” signifique “padrões”, Andrew Kassoy observou que o IRIS não é um padrão, mas sim um conjunto de termos ou definições e embora o “T” signifique “impacto”, muitos desses padrões medem o financeiro, as atividades e as saídas da empresa, poucos, caso haja, medem o impacto real. Então a B Lab introduziu as definições do IRIS em sua ferramenta Avaliação de Impacto B, para certificar as empresas do Sistema B. O IRIS transformou-se também em um repositório de dados para as empresas e os investidores, a partir desses dados o GINN foi capaz de esboçar livros brancos sobre o que se observou com grandes tendências para o setor, assim como vários estudos de caso que ilustram como os diferentes fundos e investidores usavam o IRIS. Um novo sistema de Avaliação começou a engrenar, conhecido como GIIRS, o sistema de Avaliação e Investimento de Impacto Global, que transformava a Avaliação de Impacto B em uma ferramenta de avaliação significativa para investidores de impacto. Em um ano a B Lab recebeu no GIIRS diversas assinaturas de empresas, fundos e investidores novos. Em 2012, Coen Gilbert, Houlahan e Kasoy decidiram realizar uma pesquisa significativa para aprender mais sobre o uso da demanda GIIRS, com o aval da Fundação Rockefeller a B Lab contratou a Monitor para realizar essa análise de mercado, a mesma descobriu que enquanto alguns usuários do GIIRS particularmente as CDFIs e os acadêmicos valorizavam as avaliações e as pontuações de terceiros, instituições financeiras de pequena e grande escala consideravam-nas de valor médio. As descobertas realizadas pela Monitor eram altamente instrutivas e, de acordo com Houlahan, elas confirmaram o que os fundadores da B Lab ouviam mais casualmente do mercado: Havia pouco consenso entre os agentes do mercado, em 2012, já com alguma experiência, os investidores estavam relatando a partir de suas reais necessidades, mas que eram necessidades distintas. O B Analytics representou uma abordagem diferente da B Lab, ampliando o escopo, incentivando mais empresas e investidores a participarem dando a eles várias ferramentas analíticas e de relatório. Em 2013 a B Lab anunciou que incorporaria o PULSE, um sistema de gerenciamento de dados de carteira B Analytucs, enquantose preparava para lança-lo a B Lab estava avaliando o impacto e definindo duas filosofias distintas de investimento: o impacto podia ser medido em termos de produto, ou seja, o impacto direto de bens ou serviços de uma empresa ao tratar de um problema social ou ambiental, ou em termos de operações ou fatores ESG. A B Lab tinha seu próprio pensamento sobre as duas definições, descreveu o impacto do produto como o impacto direto do modelo de negócios (IBM) métricas ESG mais tradicionais como impacto operacional. O ponto era avaliar separadamente o impacto de empresas dedicadas a resolver problemas sociais ou ambientais e das empresas que produziam quaisquer bens ou serviços de maneira responsável em termos de questões sociais e ambientais. A B Lab aprendeu que as empresas participantes estavam divididas entre as que focavam no impacto do produto e aquelas que estavam tentando atingir o impacto operacional, descobriu também que enquanto algumas empresas recebiam pontuação altas em ambos os critérios, havia uma correlação muito pequena entre os dois. Todavia, com os fatos apresentados acima, podemos concluir que para uma gestão organizacional, independentemente da situação em que a empresa se encontra é necessário sempre sair da zona de conforto e implementar ferramentas para que o negócio cresça, mas também é de suma importância que existam atualizações de acordo com a evolução do mercado para que as empresas possam obter maior eficiência e escala para o investimento de mercado.
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