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DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA BAHIA

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ESTUDO DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO EXECUTIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEZEMBRO 2010. 
2 
 
 
 
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA 
Secretaria de Desenvolvimento Urbano – SEDUR 
Superintendência de Saneamento – SAN 
 
Cícero de Carvalho Monteiro 
SECRETARIO DE DESENVOLVIMENTO URBANO 
João Lopes 
SUPERINTENDENTE DE SANEAMENTO 
Maria Valéria Gaspar de Queiroz Ferreira 
DIRETORA DE RESÍDUOS SÓLIDOS E SANEAMENTO RURAL 
Sandra Alves Teixeira 
COORDENADORA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
Leandro Tavares Borba 
ENGENHEIRO AMBIENTAL 
Taís Dantas da Silva 
ENGENHEIRA CIVIL 
Mayara Santana Borges 
ESTAGIÁRIA – ENG. SANITÁRIA 
 
Equipe Técnica de Fiscalização GEOHIDRO 
 
Márcia Aparecida Batista Gomes 
ENGENHEIRA SANITARISTA 
Adriano Lima Fonseca 
ENGENHEIRO AMBIENTAL 
 
Elaboração do Resumo Executivo 
 
Nélia Machado 
ENGENHEIRA SANITARISTA 
 
Equipe Técnica da UFC Engenharia Ltda. 
 
Marco Antonio Valença Teixeira 
Coordenador Geral 
 
Membros da Equipe 
Pedro Antônio Passos de Oliveira – Engenheiro Civil 
Edson Santos Gomes – Eng. Civil e Sanitarista. 
Grazia Burman – Demógrafa 
Jackson Ornelas Mendonça – Economista 
3 
 
 
 
Simone Harth Oliveira – Engenheira Civil 
Dogival de Oliveira Costa Junior – Engenheiro Sanitarista 
Rita de Cássia Castro Chaves – Pedagoga 
Sheila Macêdo Bayma – Secretária Executiva 
Fernando Antônio do Carmo Silva - Engenheiro Sanitarista e Ambiental 
Miler Pereira Alves – Urbanista 
Rafael Nascimento Oliveira – Engenheiro Sanitarista e Ambiental 
Rodrigo Ismael Lacerda – Engenheiro Sanitarista e Ambiental 
Julian Almeida Damaceno - Engenheiro Sanitarista e Ambiental 
Nilvam Santos Conceição – Engenheiro Sanitarista e Ambiental 
Raquel Bezerra Amorim - Bióloga 
Bruno Adriano dos Anjos - Biólogo 
 
Equipe de Apoio 
Rômulo Santana Oliveira – Desenhista 
Adriana da Anunciação – Edição de Texto 
Michele Bispo de Jesus - Estagiária de Engenharia Sanitária e Ambiental 
Ricardo Souza de Oliveira - Estagiário de Engenharia Sanitária e Ambiental 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 APRESENTAÇÃO........................................................................................... 5 
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................................................... 6 
3 BASES PARA O ESTUDO............................................................................ 10 
4 PREMISSAS PARA O ESTUDO................................................................... 14 
5 PROPOSTAS DE REGIONALIZAÇÃO ......................................................... 26 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 28 
ANEXO 1 –TABELA DAS RDS ........................................................................ 31 
ANEXO 2 – MAPAS DAS RDS ........................................................................ 32 
ANEXO 3 – QUADROS RESUMO DAS PROPOSTAS PARA 
REGIONALIZAÇÃO DAS RDS......................................................................... 33 
ANEXO 4 – MAPAS DOS ARRANJOS TERRITORIAIS POR RDS................. 34 
 
5 
 
 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
O presente documento trata do Resumo Executivo do Estudo de 
Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado da 
Bahia, O estudo, assim como a elaboração do plano regional de gestão 
integrada de resíduos sólidos dos 115 municípios baianos inseridos na bacia 
hidrográfica do Rio São Francisco - BHRSF, é parte dos trabalhos previstos no 
Convênio nº 00002/2007 – firmado entre a União, por intermédio do Ministério 
do Meio Ambiente, e o Estado da Bahia, através da Secretaria de 
Desenvolvimento Urbano - SEDUR. Tais trabalhos visam orientar o governo do 
Estado nas intervenções no setor de resíduos sólidos, no sentido de subsidiar o 
planejamento e a definição de soluções integradas e consorciadas, com base 
no que preconiza a atual legislação, traduzida, principalmente, pela Lei nº 
11.445/07 (conhecida como Lei de Saneamento Básico – LSB), que estabelece 
as diretrizes nacionais para o Saneamento Básico, e pela Lei nº 11.107/05, dita 
Lei dos Consórcios Públicos – LCP. 
Os objetivos estabelecidos pelo convênio compreendem: o apoio aos 
municípios no planejamento dos sistemas de limpeza urbana e manejo de 
resíduos sólidos, no contexto da regionalização e da gestão associada; a 
proposição de ações que ofereçam otimização dos serviços correlatos e 
colaborem para minimização dos impactos ambientais negativos; o estímulo à 
implantação de programas para minimização dos resíduos sólidos e; o apoio à 
implantação de consórcios públicos regionais que incluam a área de 
saneamento básico. O trabalho está organizado em metas, quais sejam: 
Meta 1 – Realização do Estudo de Regionalização da Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos para o Estado da Bahia; 
Meta 2 – Elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos 
Sólidos para os Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco; 
Meta 3 – Apoio à formação e Institucionalização de Consórcios Públicos na 
Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. 
O estudo em questão, que compreende a Meta 1, incorporou várias etapas, 
que culminaram na elaboração deste plano de regionalização, cuja 
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organização, seqüência e detalhamento são, de forma sintetizada, ora 
apresentados. 
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 A gestão dos resíduos sólidos constitui um dos maiores desafios 
enfrentados pelas administrações públicas, devido aos problemas políticos, 
sociais, econômicos, ambientais e de saúde pública envolvidos. O 
gerenciamento destes resíduos envolve aspectos de responsabilidade das 
esferas de poder e participação da sociedade vislumbrando, em última análise, 
a preservação e conservação dos recursos naturais, a economia de insumos e 
energia e a minimização da poluição ambiental. A Agenda 21 traz diretrizes que 
devem ser seguidas pelas gerações atuais e futuras, visando compatibilizar a 
gestão dos resíduos sólidos com desenvolvimento e proteção ambiental, a 
partir de conceitos de: prevenção, reutilização, recuperação, reciclagem, 
tratamento, disposição final, recuperação de áreas degradadas e a ampliação 
da cobertura dos serviços ligados aos resíduos. 
O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, que compreende a 
segregação, coleta, armazenagem, transporte, tratamento e disposição final 
destes, é uma ação de responsabilidade do poder público municipal e, no caso 
dos resíduos das chamadas “fontes especiais” (a exemplo dos industriais, dos 
produzidos em portos e aeroportos e nos estabelecimentos de saúde), do 
próprio gerador. Sob a abordagem da Política Nacional de Resíduos Sólidos 
- PNRS, prevê-se o alinhamento de ações nos três níveis federados, podendo 
ser estabelecidas alianças, inclusive com o setor privado e com a sociedade 
civil, numa parceria dinâmica para a resolução de problemas comuns e de 
diferentes escalas. Assim, sendo entendida como responsabilidade dos 
poderes instituídos, da sociedade civil e da iniciativa privada, a gestão dos 
resíduos sólidos, atualmente, requer a adoção de soluções que integrem 
planos, programas e ações de organização dos resíduos, concatenados com 
outras políticas (de saúde, de saneamento, de recursos hídricos, de educação, 
de planejamento estratégico, etc.). Em termos nacionais, esta é uma 
compreensão recente, haja vista as poucas ações nesse sentido, que 
reproduziam um cenário de ausência de políticas públicas de controle e gestão 
7 
 
 
 
integrada dos resíduos sólidos e da pouca sensibilização da sociedade para 
essa questão. Nessa acepção, a educação ambiental, enquanto instrumento 
de gestão, assume o papel fundamental de articulação a outras políticas 
públicas, visando a universalização, integralidade, transparência, 
sustentabilidade e o trato adequado com os resíduos sólidos. Vista como um 
processo permanente deaprendizagem que valoriza as diversas formas de 
conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária, a educação 
ambiental identifica questões prioritárias, reflete sobre as possibilidades de 
atuação, e constrói processos organizados de enfrentamento podendo 
vivenciar o controle social da questão. 
Outro aspecto de cabal importância na compreensão da gestão dos 
resíduos sólidos refere-se à sustentabilidade financeira do setor, visto que, 
atualmente, esse financiamento, quando realizado, normalmente é feito com 
parte dos recursos arrecadados pelo Imposto Predial e Territorial Urbano - 
IPTU, cuja aplicação não permite uma destinação precisa para o setor de 
resíduos sólidos, e, via de regra, é insuficiente para custeio dos serviços. Essa 
condição, aliada às deficiências de planejamento estratégico, dificuldades 
administrativas e ausência de suporte institucional e legal, concorre para 
condições inadequadas dos sistemas de limpeza urbana prevalentes nos 
municípios, seja pela dificuldade de ampliação de serviços de coleta, por 
exemplo, seja pela impossibilidade de implantação de sistemas de tratamento e 
disposição final. Além disso, constata-se que as áreas urbanas da maioria das 
municipalidades não possuem uma geração de resíduos em escala tal que 
justifique a adoção de soluções de engenharia de maior porte; este aspecto, 
associado à característica das grandes dimensões territoriais do Estado e, 
conseqüentemente, das distâncias entre sedes municipais, agrava a situação 
dos municípios, do ponto de vista da logística das soluções demandadas. 
Assim, a regionalização da gestão dos resíduos sólidos apresenta-se 
como uma solução para o encaminhamento dos problemas destacados, na 
medida em que aponta alternativas de gestão associada para os municípios, 
atrelando a possibilidade de financiamento do setor à necessidade de 
planejamento das ações, conforme preconiza a Lei nº 11.445/2010, à luz dos 
princípios gerais que regem a regulação, de forma a se obter uma melhor 
qualidade e eficiência na prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo 
8 
 
 
 
de resíduos sólidos, e como decorrência, proporcionando uma melhor condição 
de saúde, social e ambiental à comunidade. 
Este estudo de regionalização tem, portanto, por objetivo geral, 
promover orientações concernentes às intervenções do setor de resíduos 
sólidos visando o planejamento e definição das melhores soluções integradas e 
consorciadas para os sistemas de limpeza urbana e manejo de resíduos 
sólidos, através de arranjos nas unidades territoriais previstas como áreas de 
planejamento estratégico para o setor de resíduos sólidos no Estado da Bahia. 
Como objetivos específicos, este estudo intenta: identificar a escala e escopo 
adequados para a gestão integrada dos resíduos sólidos no Estado da Bahia; 
propor soluções técnicas que sejam ambientalmente viáveis e interligadas com 
o contexto da regionalização e da gestão associada; apoiar os municípios no 
planejamento integrado das atividades relacionadas ao sistema de limpeza 
urbana; elaborar os custos de investimentos necessários para a implantação 
das soluções tecnológicas potenciais; e estimular ações que priorizem os 
princípios da minimização da geração de resíduos sólidos, segregação a partir 
da origem, reciclagem da matéria orgânica e revalorização dos materiais 
recicláveis, tendo como base a educação ambiental e a inserção sócio- 
produtiva de catadores. 
 O estudo foi realizado em etapas, conforme mencionado anteriormente. 
A etapa 1 consistiu na realização das Oficinas de Trabalho Regionais, em cada 
um dos 26 Territórios de Identidade que compõem o Estado da Bahia, que 
tiveram como objetivo principal divulgar a realização do estudo entre as 
representações municipais, regionais e segmentos afins, além de obter 
informações locais acerca dos sistemas de limpeza urbana e manejo de 
resíduos sólidos, de forma a subsidiar as proposições para regionalização da 
gestão integrada, com base na identificação das potencialidades e fragilidades 
locais, relativas à regionalização e consorciamento. Na seqüência, foi realizada 
a etapa 2, consistindo do levantamento de informações dos municípios para 
construção do diagnóstico de caracterização dos serviços de limpeza urbana, 
incluindo dados secundários e primários; a coleta dos dados primários foi 
realizada por meio do envio de questionários às 417 prefeituras e 
complementada com pesquisa in loco em 91 municípios, escolhidos por 
amostragem. 
9 
 
 
 
Por fim, de posse dos resultados das Oficinas realizadas, bem como dos 
levantamentos e pesquisas efetuados, foi realizada a etapa 3 da Meta 1, o 
estudo de regionalização da gestão integrada de resíduos sólidos para o 
Estado da Bahia, sendo apresentadas propostas para regionalização de 
resíduos sólidos por Região de Desenvolvimento Sustentável. 
A metodologia estabelecida para a elaboração do estudo foi pautada na 
transformação das ações de manejo de resíduos sólidos centradas em um 
único município, para ações de planejamento e organização integradas entre 
vários municípios de uma mesma região. Para tanto, considerou-se, 
primeiramente, a revisão da literatura sobre resíduos sólidos, desde os 
aspectos conceituais de definição e classificação (domiciliar, comercial, saúde, 
construção civil etc.), passando pela abordagem de medidas consideradas 
essenciais para a minimização da sua geração, a saber: educação ambiental, 
reaproveitamento de matéria orgânica, reciclagem de inertes etc. Após isto, 
foram contextualizados os aspectos jurídicos e institucionais, visando a 
identificação e análise do aparato legal existente relativo ao consorciamento 
público, regionalização e gestão integrada. Considerada como a principal 
unidade territorial para o processo de regionalização da gestão dos resíduos, a 
Região de Desenvolvimento Sustentável – RDS1 passou a ser utilizada como 
pressuposto para esta proposta de regionalização de resíduos. Em seguida, 
como subsídio à proposta, foi utilizado o estudo elaborado pela SEDUR para a 
Bacia do São Francisco intitulado “Estudos Preliminares para Soluções 
Regionalizadas e Integradas em Resíduos Sólidos”, bem como foram 
utilizadas as informações levantadas no Diagnóstico de Caracterização dos 
Serviços de Limpeza Urbana, efetuado na etapa 2. Com as informações 
obtidas e organizadas, procedeu-se ao desenvolvimento dos parâmetros, 
critérios e soluções propostas, sendo, por fim, elaboradas as propostas de 
regionalização, que consistiram na formação de arranjos territoriais por RDS, 
contemplando as unidades de destinação final ambientalmente adequadas e os 
custos preliminares previstos para cada região. 
 
 
1
 A Região de Desenvolvimento Sustentável – RDS foi concebida como o novo recorte geográfico dos 
Territórios de Identidade, tendo em vista que estes só serão modificados no próximo quadriênio visando o 
processo de aprovação do Plano Plurianual – PPA do Estado da Bahia. Tem sido utilizada pelo governo 
estadual na articulação com os municípios para subsidiar a formação de consórcios públicos na Bahia. 
10 
 
 
 
3 BASES PARA O ESTUDO 
Desde a década de 90, o Governo do Estado da Bahia vem atuando na 
promoção de diversos programas na área de resíduos sólidos, no intuito de 
prover adequados padrões de saúde pública e o bem-estar geral à população. 
Tais programas tiveram foco em praticamente todas as vertentes do manejo 
dos resíduos sólidos, contemplando desde a elaboração de Planos de Gestão 
Urbana, e sua implementação, até a construção de aterros sanitários. 
Entretanto, estas ações não avançaram muito no seu propósito, principalmente 
quando se refere à destinação final ambientalmente adequada de resíduos. 
Recentes dados populacionais apontam a Bahia como a quarta maior 
população dos estados brasileiros, com aproximadamente 14 milhõesde 
habitantes distribuídos em 417 municípios. Do total de municípios, 90,64% têm 
menos de 50.000 habitantes, enquanto que aproximadamente 50% da 
população total do Estado encontra-se concentrada em 9,36% dos municípios. 
Nesse panorama, a situação geral das atividades de gerenciamento dos 
resíduos sólidos é expressa pelos dados constantes na Tabela 1, a seguir: 
Tabela 1: Existência de Serviços de Limpeza Urbana por Total de Municípios no 
Estado: 
Natureza dos Serviços 
Quantidade de 
municípios 
Coleta domiciliar regular de lixo 416 
Varrição de vias e logradouros públicos 416 
Coleta regular de resíduos sólidos das vias e logradouros 
públicos 
415 
Coleta seletiva de resíduos sólidos recicláveis 29 
Triagem de resíduos sólidos recicláveis 30 
Coleta de resíduos de construção e demolição 384 
Coleta de resíduos sólidos especiais (de saúde e industriais) 329 
Capina de vias e logradouros públicos 414 
Coleta de resíduos sólidos volumosos especiais 201 
Limpeza de praias 42 
Limpeza de feiras e/ou mercados públicos 407 
Remoção de animais mortos 401 
Poda de árvores 395 
Limpeza de bocas-de-lobo 278 
Pintura de guias 397 
Tratamento de resíduos sólidos 29 
Disposição de resíduos sólidos no solo 381 
Total geral de municípios 417 
Fonte: UFC Engenharia, 2010 com base em PNSB, 2008. 
11 
 
 
 
A análise dos dados revela um panorama favorável quanto à existência 
da coleta domiciliar, uma vez que praticamente 100% dos municípios dispõem 
do serviço, conquanto os dados não permitam inferir sobre a qualidade nem a 
eficiência dos mesmos. Entretanto, o número de municípios com coleta seletiva 
não ultrapassa 6,95% do total do Estado, o que equivale a somente 29. No que 
se refere à disposição final, verifica-se que 381 municípios dispõem seus 
resíduos sólidos no solo e apenas 29 possuem tratamento. Com relação à 
massa de resíduos sólidos gerada nos municípios baianos, 4.179 t/dia (ou 
38,98%) são destinadas para aterros sanitários, enquanto 5.525 t/dia (ou 
51.53%) são dispostas inadequadamente em vazadouros a céu aberto. 
Do ponto de vista da condução institucional da gestão dos resíduos 
sólidos no Estado, verifica-se que, em 2008, a Bahia apresentava 492 
entidades prestadoras dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos 
sólidos, sendo 376 da administração direta do poder público, 80 empresas 
privadas, 10 associações, 07 empresas do setor público, incluindo a Empresa 
de Limpeza Urbana de Salvador – LIMPURB, além de 01 Fundação e 18 outras 
(IBGE, 2008). No Brasil, observa-se a existência de consórcios públicos 
voltados unicamente para a gestão dos serviços de limpeza e manejo de RS, 
porém não foi identificada sua existência na Bahia (IBGE, 2008). 
A partir das informações levantadas por meio de questionários em 228 
municípios baianos, durante a etapa 2 (Diagnóstico de caracterização dos 
serviços de limpeza urbana) deste trabalho, verificou-se que 73,7 % das 
unidades de disposição final são gerenciadas pela própria prefeitura. O quadro 
3.1 apresenta os valores percentuais dos operadores das unidades de 
disposição final. 
Quadro 3.1 – Amostra de operadores das unidades de disposição final em 
228 municípios do Estado da Bahia (2010) 
Operador da unidade de 
disposição final Qtde de municípios 
% em relação a 
amostra 
Prefeitura ou SLU 168 73,68 
Empresa Privada 11 4,82 
Consórcio Intermunicipal 0 0 
Associação de Catadores 0 0 
Outros 1 0,44 
Sem informação 48 21,05 
Total 228 100,00 
Fonte: UFC Engenharia, 2010 
12 
 
 
 
 
Também com 73,7%, temos a quantidade de municípios que dispõem seus 
resíduos em lixões conforme apresentado no Quadro 3.2. 
 
Quadro 3.2 – Amostra de tipos de unidade de disposição final em 228 
municípios do Estado da Bahia (2010). 
Tipo de Unidade de disposição 
final Qtde de municípios 
% em relação a 
amostra 
Lixão 168 73,68 
Aterro Controlado 5 2,19 
Aterro Simplificado 11 4,82 
Aterro Sanitário Convencional 13 5,70 
Aterro Sanitário Compartilhado 0 0,00 
Sem informação 31 13,60 
Total 228 100,00 
Fonte: UFC Engenharia, 2010 
 
Relacionando-se estes dados com grupos de municípios por faixas de 
população, verifica-se que praticamente todos os municípios abaixo de 50.000 
habitantes administram diretamente os serviços de limpeza urbana. 
 
Tal panorama induz a algumas constatações: 
i. apesar das constantes ações na área de resíduos sólidos (o Governo do 
Estado já construiu 54 aterros em toda a Bahia, entre 19 aterros 
convencionais e 35 aterros simplificados utilizando, inclusive, o regime de 
compartilhamento entre municípios vizinhos), a gestão e gerenciamento 
dos resíduos ainda é uma necessidade premente, considerando-se, 
principalmente, a situação atual da destinação final na esmagadora 
maioria dos municípios; 
ii. em que pese a situação deplorável de alguns aterros já implantados no 
Estado, é imprescindível uma avaliação da sua capacidade de 
requalificação e em alguns casos, de ampliação, haja vista que alguns já 
possuem aproximadamente 15 anos de vida útil. Não deve ser também 
ignorada a possibilidade de reintegrá-los a um plano regional de gestão, 
tendo em vista a realização de investimentos e procedimentos diversos, a 
exemplo da desapropriação de áreas e obtenção de licenças ambientais; 
iii. a adoção de unidades individuais de destinação final adequada nos 
municípios de pequeno porte é inviável em termos de escala financeira, 
13 
 
 
 
além de serem patentes as dificuldades na sustentabilidade financeira da 
prestação dos serviços dos municípios menores com gestão isolada, 
mesmo levando em consideração que alguns têm escala para oferecer 
um serviço tecnicamente adequado; 
iv. o aterro sanitário de pequeno porte apresenta-se como uma alternativa 
atraente, pela sua facilidade de execução e operação quando comparada 
a outras tecnologias disponíveis, para municípios menores e que, por 
conseguinte, produzem pequenos volumes diários de resíduos. 
Entretanto, esta alternativa, apesar de possuir baixo custo de implantação 
(em torno de 13% do custo de um aterro sanitário convencional) e de 
poder ser indicada para 92% dos municípios baianos que possuem 
população urbana de até 40.000 habitantes, ela só devera ser adotada de 
forma individual quando não houver possibilidade de compartilhamento. 
 Tanto para aterros sanitários convencionais quanto para aterros 
simplificados, podemos observar que o custo por habitante tende a ser 
menor num sistema compartilhado do que num sistema individualizado, 
com ganhos de escala crescentes à medida que a população atendida 
aumenta, a exemplo do arranjo de Salvador/Simões Filho/Lauro de 
Freitas, conforme informações apresentadas no Quadro 3.3. 
 
v. por outro lado, devem ser incentivadas ações com foco na não geração 
de resíduos, minimização, reutilização e reciclagem economicamente 
auto-suficiente, de modo a buscar a melhor sustentabilidade ambiental do 
sistema empregado na gestão dos resíduos sólidos, atentando-se para 
um equilíbrio entre as ações escolhidas e a obtenção do beneficio de 
escala, que dependerá de um número mínimo de municípios agrupados, 
no caso das soluções consorciadas. 
 
14 
 
 
 
Quadro 3.3 – Valores per capita dos custos de implantação de aterros 
sanitários convencionais e aterros simplificados em alguns 
municípios baianos. 
Municípios Pop. (IBGE 2000) Custo per 
capita 
(R$) 
Salvador/Simões Filho/Lauro de Freitas 2.627.392 0,88 
Camaçari/ Dias D’ávila 197.075 5,73 
Jequié 130.296 12,77 
Ilhéus/Uruçuca 125.840 16,45 
S. Francisco do Conde/Candeias/M. de 
Deus 
102.596 9,97 
A
te
rr
o
 S
an
it
ár
io
 
C
o
n
ve
n
ci
o
n
al
 
Catu/ Pojuca / Mata de São joão 84.669 11,69 
 
Abaíra 3.559 
Barra do Choça 17.721 
Conde 10.492 
Itapebi 8.542 
Potiraguá 7.546 
Saubara 10.076 
19,52 
Subtotal 57.936 
Araci 16.189 
A
te
rr
o
 s
im
p
lif
ic
ad
o
 
Aporá 6.546 
Itanagra 1.859 
Filadélfia 7.966 
São Domingos/Valente13.222 
Serra Preta 5.692 
Palame/Baixio 570 
12,95 
Subtotal 52.044 
Ituberá/Nilo Peçanha/Taperoá 25.928 
Macarani1 10.719 
Laje 5.118 
Mutuípe 8.984 
Jiquiriça/Ubaíra 12.598 
 
 
26,71 
 
 
A
te
rr
o
 s
im
p
lif
ic
ad
o
 
Subtotal 63.347 
 TOTAL/ MÉDIA 173.327 23,61 
 
4 PREMISSAS PARA O ESTUDO 
 
 O presente estudo é pautado em princípios, parâmetros e 
critérios. Os princípios, englobando uma visão interdisciplinar e possuindo 
abordagens implícitas sobre questões como sustentabilidade ambiental, social 
e econômica, devem fundamentar e servir como preceitos para conduzir as 
ações e critérios a serem efetuados no processo de instituição ou formação de 
consórcios, assim como dos arranjos territoriais a serem formados. Em 
seguida, foram identificados parâmetros utilizados para subsidiar tecnicamente 
o estudo de regionalização. Tais parâmetros são expressos por meio de 
variáveis que podem interferir em qualquer fase do processo, desde o 
15 
 
 
 
planejamento até a posterior execução e formalização do consórcio. A 
conjunção de alguns parâmetros estimulou a adoção de critérios de aplicação 
para o processo de formação dos arranjos territoriais propondo intervenções e 
unidades componentes do modelo tecnológico, mediante ordenamento para 
melhor visualização das variáveis analisadas. Portanto, a seqüência 
metodológica utilizada no estudo compreendeu a definição de parâmetros, que 
ensejaram critérios de aplicação que, por sua vez, possibilitaram a adoção do 
modelo tecnológico, constituindo os princípios gerais do trabalho. 
De uma maneira abrangente, os princípios gerais devem ser norteados 
pelas questões jurídico-institucionais, a serem consideradas pelos gestores 
públicos nas esferas municipais, estadual e federal, incorporando princípios 
relativos à gestão regionalizada: a minimização da geração de resíduos 
sólidos; a segregação dos resíduos a partir da origem; a reciclagem da fração 
orgânica dos resíduos sólidos; a revalorização dos componentes recicláveis e a 
disposição final ambientalmente adequada próxima da geração. 
Os parâmetros utilizados no estudo, em número de nove, são 
apresentados a seguir: 
- população urbana: foi adotada como parâmetro considerando-se que a maior 
parcela da geração de resíduos sólidos concentra-se em áreas urbanas, as 
quais apresentam maior concentração populacional em relação ao total 
municipal. Segundo o IBGE (2007), 90,64% dos municípios baianos possuem 
menos de 50.000 habitantes, sendo, além de detentores das menores faixas de 
população, também os que possuem as maiores dificuldades em relação ao 
gerenciamento de resíduos sólidos e operação dos serviços de limpeza urbana. 
Os estudos populacionais são condicionantes necessários para o 
dimensionamento de instalações físicas e equipamentos e, neste estudo, foi 
realizada a projeção da população considerando como base referencial o 
Censo de 2000 e a Contagem Populacional de 2007, ambos elaborados pelo 
IBGE, adotando-se taxas de 0,5%, 1,0% e 2,0% de acordo com o tipo de 
crescimento de cada município para o horizonte de projeto de 25 anos (de 
2012 a 2027), nas soluções propostas; 
- unidade regional: é um parâmetro que permite estabelecer uma estratégia de 
integração entre fatores sociais, comunidades rurais, mercados e órgãos 
públicos de intervenção, dentre outros. Dentro deste conceito, e para fins deste 
16 
 
 
 
estudo, foram consideradas as Regiões de Desenvolvimento Sustentável – 
RDS, num total de 26, constituindo módulos de abrangência regional cuja 
dimensão preserva a identidade e aponta em qual direção dar-se-á o 
desenvolvimento socioeconômico de dada região; 
 - malha rodoviária: constitui-se em outro parâmetro importante, visto que a 
qualidade das vias de acesso representa uma variável imprescindível para 
eficiência do sistema de transporte, uma área-chave dentro do composto 
logístico. Na área de resíduos sólidos, a distância percorrida pelos veículos e a 
condição das estradas impactam no tempo desprendido para a realização de 
percursos de deslocamento e transporte, sendo necessária análise do fator 
custo / benefício no planejamento das atividades; 
- distância média entre sedes municipais: tomada entre as sedes dos 
municípios de entorno e aquela do município considerado pólo da unidade 
regional, com o objetivo de identificar a viabilidade do compartilhamento de 
unidades de tratamento e disposição final, à luz dos elevados custos 
envolvidos na logística de transporte; 
- unidades de conservação: representando áreas ambientalmente protegidas, 
são variáveis de inegável importância para a regionalização, sobretudo em 
estudos posteriores que deverão definir condições para a localização do 
modelo tecnológico, a exemplo das áreas disponíveis para destinação final dos 
resíduos; 
- relevo: embora tomado numa importância menor neste estudo, uma vez que o 
Estado da Bahia possui acidentes geográficos menos acentuados que outras 
unidades da União (salvo na região central do Estado, a Chapada Diamantina), 
também foi considerado como parâmetro, tendo em vista que a variação 
altimétrica é uma característica que impõe restrições ambientais ao manejo de 
resíduos sólidos, por limitar empreendimentos, tanto do ponto de vista dos 
impactos por alteração da paisagem, como pela dificuldade de acesso e 
circulação de veículos de transporte, principalmente os de maior porte, 
redundando, quase sempre, em custos mais elevados; 
- indicador de saúde: para fins deste trabalho, foi construído um indicador de 
saúde, a partir do levantamento de número de casos de doenças e da 
determinação de índices relativos de morbidade para cada doença levantada, 
relacionando a ocorrência de enfermidades com o manejo de resíduos sólidos, 
17 
 
 
 
em escala regional. O indicador reveste-se de fundamental importância para 
subsidiar órgãos e ações na priorização de intervenções, no tocante ao manejo 
dos resíduos sólidos nas RDS, na medida em que permite uma leitura regional 
capaz de identificar que áreas precisam de medidas saneadoras capazes de 
diminuir probabilidade de ocorrência de enfermidades relacionadas ao 
gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos; 
- oficinas de trabalhos regionais: realizadas em todas as unidades territoriais, 
estas oficinas, respaldadas na prática italiana adotada para os estudos de 
regionalização no Estado do Piauí, foram idealizadas e organizadas para 
possibilitar oportunidades de reflexão e exercício na formulação de uma 
proposta de gestão consorciada voltada à realidade regional. Como resultado, 
foram criados cenários sugeridos - a partir do esforço conjunto dos 
participantes, e construídos mapas destes cenários, a partir de um 
aprofundamento das propostas individuais, alcançando consenso em grupos, 
de forma a permitir uma visualização espacial de possíveis arranjos de 
consorciamento, possibilitando a identificação, pelos facilitadores responsáveis, 
de potencialidades e fragilidades na adoção da regionalização da gestão de 
resíduos, em cada um dos territórios trabalhados; 
- produção de resíduos: a determinação da produção total de resíduos de cada 
município é de fundamental importância para o dimensionamento de unidades 
componentes do sistema, notadamente a disposição final. Para estimar a 
quantidade de resíduos sólidos geradas nos municípios, foram adotados, neste 
estudo, índices de produção per capita de resíduos sólidos domiciliares por 
faixa populacional com base no “Banco de Dados do Sistema de Limpeza 
Urbana e Caracterização do Destino Final de Resíduos Sólidos de 96 
Municípios da Bahia”, elaborado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação 
Regional – CAR. O dimensionamento preliminar do modelo tecnológico, 
apresentado neste trabalho, utilizou os valores de produção per capita total, 
variando de 0,6 a 1,0Kg/hab.dia, para uma projeção populacional para 25 anos, 
e considerou que umaparcela estimada em 20% dos resíduos sólidos urbanos 
(composta por recicláveis secos, a exemplo de papéis, metais vidros e 
plásticos) pode ser reciclada, reduzindo a quantidade de resíduos a serem 
encaminhados para disposição final e, conseqüentemente, prolongando a vida 
útil dos aterros sanitários. 
18 
 
 
 
 Os critérios de aplicação fundamentam-se na relação entre os 
parâmetros de cada região, permitindo definir os arranjos territoriais, quais 
sejam: 
- critérios de aplicação relacionados à população dos municípios: 
Geralmente este critério converge para um município mais desenvolvido, que 
deverá sediar as instalações mais importantes do sistema associado para 
gestão dos resíduos sólidos, desde os equipamentos às futuras sedes 
administrativas de consórcios públicos. A relação entre população e taxa de 
geração per capita de resíduo sólido gerado também é considerada nesta 
etapa, tendo sido adotadas faixas populacionais para enquadramento das 
localidades nas propostas apresentadas. As faixas são de: população urbana 
inferior a 20.000 habitantes, população urbana entre 20.001 e 50.000 
habitantes, população urbana entre 50.001 e 100.000 habitantes e população 
urbana superior a 100.000 hab. A cada faixa, relaciona-se uma taxa de geração 
per capita de resíduos, possibilitando o dimensionamento das soluções 
propostas. 
- critérios de aplicação relacionados à distância média entre sedes 
municipais: no Estado da Bahia, cujas distâncias entre as sedes dos 
municípios são relativamente grandes e variam muito, soluções compartilhadas 
entre localidades poderiam implicar em redução no número de arranjos 
territoriais e aumentar a utilização de estações de transbordo, onerando o 
serviço de coleta e transporte para a destinação final. Assim, a partir da análise 
de vários fatores, definiu-se, neste estudo, os seguintes critérios de aplicação: 
distância máxima de 30Km entre municípios integrantes do arranjo territorial 
como limite para o transporte direto viável às soluções compartilhadas de 
unidades de destinação final; adoção de estações de transbordo para 
distâncias entre 30 e 60Km; e, para distâncias maiores que 60 km, a adoção de 
soluções individuais de disposição final. 
Considera ainda que municípios distantes 30 a 60 km da disposição final e que 
geram baixo volume de resíduos, poderão utilizar uma solução individual, 
desde que comprovado que o custo de implantação de uma estação de 
transferência mais a logística dos sistema seja inviável. 
 
19 
 
 
 
- critérios de aplicação que relacionam as soluções técnicas potenciais de 
tratamento e destinação final à faixa populacional e/ou de produção de 
resíduos: como primeiro aspecto considerado no arranjo territorial, além da 
escolha do município sede, a unidade de tratamento e disposição final deve, 
preferencialmente, ser localizada no município que apresenta a maior geração 
de resíduos sólidos excetuando-se os casos em que a localização geográfica 
de outro município do arranjo se destaque como melhor alternativa. Posto isto, 
outros critérios são considerados para a adoção de intervenções ou de 
soluções tecnológicas, conforme apresentado no Quadro 4.1. 
As soluções tecnológicas apresentadas constituem-se num conjunto de 
unidades, instalações, equipamentos e procedimentos visando o manejo 
diferenciado de categorias de resíduos sólidos produzidos no ambiente urbano, 
bem como alternativas de transporte, tratamento e disposição, consideradas 
financeira e ambientalmente sustentáveis, a partir de elementos oriundos da 
realidade de cada região. Tais soluções foram balizadas por aspectos como 
densidade demográfica da região, distâncias intermunicipais, especificidades 
locais obtidas nas oficinas de trabalho regionais, experiências recentes vividas 
no Brasil e no Estado da Bahia referente à destinação final ambientalmente 
adequada de resíduos sólidos. Desta forma, as intervenções e unidades de 
tratamento e disposição final de resíduos sólidos consideradas neste estudo 
foram: 
20 
 
 
 
Quadro 4.1 – Soluções previstas e critérios de aplicação 
Soluções propostas Parâmetros utilizados Critério de Aplicação 
Encerramento de lixão População urbana Adotar para população urbana 
menor que 10.000 hab. 
Remediação de lixão População urbana Adotar para população urbana 
maior que 10.000 hab. 
Requalificação de aterro sanitário - 
Adotar a solução para os 
municípios com aterro sanitário 
que possa continuar operar dentro 
das prerrogativas técnicas da 
tecnologia após a requalificação 
Soluções propostas Parâmetros utilizados Critério de Aplicação 
Unidade de Compostagem - 
Adotar 01 unidade vinculada a área 
de outras unidades propostas 
como da implantação de um aterro, 
independente do porte, de um PEV 
Central ou de uma unidade de 
transbordo. 
Unidade de triagem População urbana e produção de 
resíduos 
Adotar 01 unidade de triagem para 
os municípios que tiverem uma 
população urbana entre 10.000 e 
100.000 habitantes. Para valores 
maiores que 100.000 habitantes, 
adotar uma unidade de triagem a 
cada 50.000 habitantes 
PEV de RCD e Volumosos População 
Adotar 01 unidade para cada 
25.000 hab., considerando a 
variação de 10% do total da 
população urbana para mudança 
de solução. 
PEV Central de RCD e Volumosos População Adotar 01 unidade para população 
urbana entre 10.000 e 25.000 hab. 
Área de Transbordo e Triagem População Adotar 01 unidade para população urbana entre 50.000 e 70.000 hab. 
Aterro de RCD População 
Adotar 01 unidade para população 
urbana acima de 100.000 hab., 
considerando a variação de 10% 
do total da mesma para mudança 
de solução. 
Aterro de Pequeno Porte População e produção de resíduos 
Adotar 01 unidade para população 
urbana abaixo ou igual a 40.000 
hab., considerando a variação de 
10% do total da mesma para 
mudança de solução. 
Aterro Convencional População e produção de resíduos 
Adotar 01 unidade para população 
urbana maior que 40.000 hab., 
considerando a variação de 10% 
do total da mesma para mudança 
de solução. 
Estação de transbordo População e distância entre municípios 
Adotar 01 unidade para a distância 
entre municípios dentro da faixa de 
30 a 60km 
Fonte: UFC Engenharia Ltda., 2010. 
 
- encerramento ou remediação de “lixão”: os “lixões” ou vazadouros a céu 
aberto, como é sabido, são práticas condenáveis que incorrem em uma série 
de agravos ao ambiente e à saúde pública, a exemplo da proliferação de 
21 
 
 
 
vetores de doenças, geração de maus odores, contaminação do solo e das 
águas superficiais e subterrâneas, além dos agravantes sociais, quando da 
presença de catadores. Dados comprovam que grande parte dos municípios 
baianos com baixa densidade demográfica utiliza esta prática. Na proposta de 
regionalização da gestão dos resíduos sólidos, é preconizado o fechamento de 
“lixões”, compreendendo intervenções definidas em projeto de engenharia da 
área, constando de ações como: eliminação do fogo e da fumaça, conformação 
da massa de resíduos, desratização, monitorização geotécnica da área e 
readequação paisagística. Para estas duas intervenções são necessárias: a 
realização de estudo de concepção que envolve aspectos quantitativos 
/qualitativos e características locacionais e ambientais dos lixões existentes; 
levantamento topográfico da área e investigação geológica, geotécnica e 
hidrogeológica. O projeto básico de encerramento de “lixão”, definido para 
populações urbanas de até 10.000 hab., prevê o confinamento dos resíduos e 
o isolamento desta área. Já o projeto de remediação de lixão, previsto para 
populações urbanas maiores que 10.000 hab, prevê – além do confinamento e 
isolamento – o uso de técnicas de engenharia como drenagem de chorume, 
gases e águas pluviais; monitoramento de água e de gases; sistema de 
tratamento de chorume; 
- requalificação de aterro sanitário: compreende o processo de adequação 
de aterrosexistentes, inclusive daqueles que, embora projetados e implantados 
como aterros sanitários, eventualmente tenham se transformado em “lixão”, 
devido a condições inadequadas de operação. A requalificação do aterro 
sanitário objetiva recuperar níveis de operacionalidade e garantia de vida útil, 
inclusive na perspectiva de compartilhamento com outras localidades. A partir 
da avaliação de problemas sanitários, ambientais e operacionais existentes, 
devem ser definidas as intervenções, a partir de estudos e projetos, que 
compreendem a organização e melhoria de aspectos operacionais, tais como: 
infra-estrutura de acesso e circulação; conformação das células de resíduos; 
sistemas de drenagem de biogás, percolados e águas superficiais; exploração 
de jazidas para material de cobertura, áreas de descarte de solo excedente; 
operação diária / mensal do aterro sanitário; monitorização geotécnica e 
ambiental e; obras complementares, incluindo edificações (escritório, refeitório, 
vestiário etc.), balança, cercas, defensas e guaritas. A requalificação do aterro 
22 
 
 
 
sanitário também pode compreender sua ampliação, prevista para aterros 
sanitários existentes, com adequadas condições de operação e disponibilidade 
de área, considerando a perspectiva futura de compartilhamento, numa 
eventual formação de consórcios entre municípios, de forma a incorporar a 
geração de resíduos de outras localidades; 
- unidade de compostagem: trata-se da instalação onde se processa os 
resíduos orgânicos, de forma a promover sua bioestabilização, por meio de 
compostagem aeróbia, processo biológico no qual microrganismos 
transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas e restos de comida, 
num material fisicamente semelhante ao solo, a que se chama composto, e que 
pode ser utilizado como recondicionador do solo para produção agrícola. O 
processo de compostagem, através da redução da matéria orgânica 
encontrada nos RSU, contribui para a redução da quantidade de resíduos 
destinados ao aterro sanitário, possibilita o aproveitamento agrícola da matéria 
orgânica, a reciclagem de nutrientes para o solo, eliminação de microrganismos 
causadores de doenças e economia de tratamento dos efluentes. A unidade de 
compostagem deve possuir infra-estrutura mínima constituída de elementos 
como: pátio de recepção com cobertura, equipamento de trituração mecânica, 
pátio para biodegradação das leiras, drenagem externa das águas pluviais e 
drenagem e tratamento dos líquidos gerados no processo. Com o intuito de 
reduzir custos através do compartilhamento da infra-estrutura e equipamentos, 
as unidades de compostagem foram associadas aos Aterros Sanitários e 
Estações de Transbordo. Ressalta-se que este modelo compartilhado tem a 
princípio, a proposta de receber apenas os resíduos com fração orgânica 
oriundos de podas, jardins e feiras gerados no município que sedia o aterro 
sanitário ou a estação de transbordo, já sendo adotado em outras intervenções 
no Estado com recursos do governo federal (PAC Revitalização, PAC 
Saneamento e PAC 2); 
- unidade de triagem: instalação destinada ao manejo dos materiais 
recicláveis, passíveis de reaproveitamento e presentes em frações dos 
resíduos domésticos, comerciais, de feiras e de varrição. O processo de 
triagem é facilitado com a implementação da coleta seletiva e de pontos de 
entrega voluntária, sendo necessário avaliar a existência de mercado de 
recicláveis na região, visando assegurar sustentabilidade financeira e ambiental 
23 
 
 
 
do sistema, o que irá depender, principalmente, do porte do município e da 
composição dos resíduos, associado à adoção de uma logística adequada. O 
porte da unidade de triagem e os equipamentos necessários para a sua 
operação estão diretamente relacionados à produção diária de resíduos 
municipais; para municípios com baixa produção diária de resíduos, prevê-se 
instalações manuais com poucos equipamentos, com baixos custos 
operacionais. Estas unidades possibilitam geração de emprego, a partir da 
incorporação de mão de obra local, inclusive de catadores informais existentes. 
É aconselhável que a unidade de triagem seja gerida por uma cooperativa de 
reciclagem, de forma auto-suficiente, permitindo a inclusão de antigos 
catadores de “lixão” e das ruas, que podem passar a exercer a atividade de 
forma organizada e com segurança. As atividades envolvidas na unidade de 
triagem envolvem operações de descarga, pesagem, registro de produção, 
separação de materiais, prensagem, armazenamento e comercialização dos 
produtos, sendo necessários equipamentos como prensa, balança, 
enfardadeira, carrinho plataforma e empilhadeira manual, dentre outros; 
- postos de entrega voluntária (PEV) de RCD, volumosos e podas: são 
unidades propostas para a zona urbana dos municípios com o objetivo de 
receber, de forma voluntária pela população: os resíduos de construção e 
demolição (RCD) limitada aos pequenos geradores até o limite de 1 m3 por dia, 
decorrentes da aplicação da Resolução CONAMA nº 307/02 que define a 
responsabilidade pelo gerenciamento do RCD pelos próprios geradores; os 
resíduos volumosos a exemplo de móveis, eletro-eletrônicos e; restos de 
podações de árvores. Além destes três tipos de resíduos, esta unidade também 
poderá receber os resíduos recicláveis secos com posterior transporte para a 
Unidade de Triagem. 
Esta unidade proposta permite: reprocessar e / ou armazenar 
temporariamente resíduos de construção, patrocinando o retorno destes 
rejeitos ao próprio setor (facilmente reaproveitados na forma de agregados) ou 
ainda utilizando-os na recomposição de terrenos e vias da cidade; processar e 
armazenar temporariamente resíduos de podas, visando a utilização de galhos 
e troncos para comercialização como lenha e encaminhamento dos restos 
vegetais para a unidade de compostagem local; acumular eventual quantidade 
excedente de “entulho” com vistas a possibilitar seu transporte à área de 
24 
 
 
 
disposição final (aterro de RCD); armazenar móveis e alguns produtos da 
chamada “linha branca” de equipamentos domésticos. 
Neste estudo foi adotado dois enfoques diferentes para esta unidade: 
PEV Simples e PEV Central. O PEV Simples será utilizado para compor um 
modelo de gerenciamento mais amplo de manejo de RCD, cujo volume de 
resíduos seja maior e onde a rede de fluxo de resíduos exija a necessidade de 
mais unidades implantadas no município. O PEV Central será composto por um 
PEV Simples e uma Área de Transbordo e Triagem de RCD com objetivo de 
atender os municípios de pequeno porte, cujos recursos financeiros sejam 
limitados para a adoção de tecnologias mais sofisticadas; 
- área de triagem e transbordo de RCD (ATT): esta unidade é prevista para 
ser adotada em municípios cuja geração de RCD seja tal que possibilite o 
reaproveitamento da parcela de minerais não metálicos (entulho), a reciclagem 
ou o encaminhamento ao aterro de RCD. A triagem do RCD envolve a remoção 
de contaminantes, limpeza e triagem de resíduos. Estas áreas serão utilizadas 
como centrais para o melhor gerenciamento da logística de transporte dos RCD 
no ambiente urbano e para o ganho de escala necessária para favorecer o 
beneficiamento dos mesmos; 
- aterro de RCD: é uma unidade onde serão alocados os rejeitos oriundos dos 
PEV e das áreas de triagem e transbordo de RCD, considerando que os 
mesmos passarão por algum processo de beneficiamento ou triagem. É uma 
alternativa destinada a municípios de maior porte (com população superior a 
100.000 habitantes), com grande produção de RCD, onde o beneficiamento e 
os investimentos de implantação e operação possam subsidiar 
economicamente a adoção da unidade. A implantação desta unidade é 
precedida de estudos semelhantes ao da implantação de aterros sanitários 
convencionais; 
- aterro sanitário de pequeno porte: se trata, conforme norma da ABNT NBR 
10.849:2010, de um aterrosanitário para disposição no solo de até vinte 
toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos, correspondendo a uma 
população de 40 mil habitantes, em que, considerados os condicionantes 
físicos locais, a concepção do sistema possa ser simplificada, reduzindo os 
elementos de proteção ambiental sem prejuízo da minimização dos impactos 
ao meio ambiente e à saúde pública. Podem ser concebidos para execução 
25 
 
 
 
em: valas ou trincheiras, mediante escavação do solo; execução em encostas, 
aproveitando desníveis existentes; ou execução em área quando não for 
possível a escavação do terreno, depositando os resíduos, em camadas, sobre 
o solo existente. Ressalta-se que, na década de 90, a Companhia de 
Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia - CONDER desenvolveu, similar 
ao ASPP, o Aterro Sanitário Simplificado, visando facilitar a implantação de 
uma tecnologia com baixo custo para municípios de pequeno porte. Esta 
tecnologia foi implantada em 37 municípios do Estado, no entanto muitos deles 
se encontram atualmente em situações inadequadas de operação. Na eventual 
existência de um aterro simplificado, em qualquer dos municípios, sugere-se 
sua requalificação, para adequá-lo às necessidades atuais e futuras conforme 
a norma NBR 10.849:2010; 
- estação de transbordo: são locais de armazenamento temporário de 
resíduos, visando seu transporte posterior às áreas de tratamento e disposição 
final. Conforme modelo supracitado, a estação de transbordo estará associada 
a uma unidade de compostagem, que atenderá apenas ao município onde a 
unidade está instalada. As estações de transbordo são utilizadas quando as 
distâncias com o transporte dos resíduos são elevadas ou o trajeto possui 
longa duração. Os resíduos são, então, levados pelos equipamentos 
convencionais de coleta até a estação de transbordo e, a partir daí, em 
equipamentos de maior capacidade, de forma concentrada, para o destino final. 
As estações de transbordo ou de transferência otimizam diversos custos, em 
especial, aqueles relacionados à logística de transportes, pois os veículos 
utilizados podem realizar a descarga e retornar rapidamente para completar o 
roteiro de coleta, não sendo necessária a realização de muitas viagens até o 
destino final. Esta alternativa está prevista neste estudo, considerando-se as 
possibilidades de compartilhamento de aterros sanitários entre municípios, de 
forma que os resíduos produzidos nos municípios do entorno sejam 
encaminhados a estações de transbordo (quando a distância destes municípios 
até o município sede estiver entre 30 e 60 km) e daí para o aterro sanitário 
compartilhado; 
- aterro sanitário convencional: de acordo com a norma da ABNT NBR 
8.419:1984, trata-se de uma solução que permite o confinamento seguro dos 
resíduos sólidos, no solo, em termos de controle da poluição ambiental e da 
26 
 
 
 
proteção à saúde pública. Prevê-se que seja composto basicamente por 
células de aterramento de resíduos, unidade de compostagem, unidade de 
RCD e vala para RSS. A implantação de um aterro sanitário requer que 
variáveis ambientais, tecnológicas e sócio-econômicas sejam consideradas, a 
fim de minimizar os riscos de impacto negativo no meio ambiente. Para tanto, 
devem ser realizados estudos e projetos que consideram: seleção da área, 
viabilidade do empreendimento, estudo de impacto ambiental e projeto básico e 
executivo das unidades e infraestrutura do aterro sanitário (envolvendo, dentre 
outros, acesso e circulação, conformação das células, drenagem de biogás, 
percolados e águas superficiais, exploração de jazidas de solos para material 
de cobertura, áreas de descarte de solo excedente, operação diária / mensal 
do aterro sanitário, tratamentos do lixiviado, recuperação e / ou queima de 
biogás, monitoramento geotécnica e ambiental, obras complementares - 
escritório, refeitório, vestiário, balança, cercas, defensas e guaritas, cadastro de 
eventuais catadores etc.), licenciamento ambiental e aquisição de 
equipamentos. Outro aspecto de extrema importância é a garantia de 
condições adequadas de operação, que requer disponibilidade de pessoal e 
equipamentos e, portanto, possui custos elevados, o que é viabilizado quando 
há rateio desses custos em soluções consorciadas. 
5 PROPOSTAS DE REGIONALIZAÇÃO 
 
As propostas de regionalização compõem recomendações de arranjos 
territoriais baseados em critérios técnicos e nas aspirações das sociedades 
locais para orientar, o governo do Estado nas intervenções do setor de 
resíduos sólidos visando subsidiar um planejamento estratégico com definição 
das melhores soluções integradas e consorciadas para os sistemas de limpeza 
urbana e manejo de resíduos sólidos. 
Considera-se que antes de abrigar arranjos definitivos, o estudo 
permitirá que nas etapas de implantação, possa-se partir do modelo aqui 
proposto, baseado na percepção regional das comunidades e ajustado através 
de fundamentos técnicos, o qual poderá passar por adaptações e ajustes que 
se materialização ao longo do tempo. Considera-se também necessária a 
permanente interlocução multi-setorial com as sociedades locais, para conferir 
27 
 
 
 
a devida sustentabilidade aos sistemas propostos, envolvendo uma intervenção 
multidimensional, contemplando os segmentos educacional, institucional e 
jurídico além do de engenharia que foi fundamental nessa primeira fase dos 
estudos. 
Na proposta de regionalização foram formados um total de 101 arranjos 
territoriais e 113 soluções individualizadas nas 26 Regiões de Desenvolvimento 
Sustentável - RDS, conforme apresentado no Quadro 5.1. 
Alguns dos arranjos propostos na regionalização apresentam recursos 
empenhados do governo federal em projetos e/ou obras para infra-estruturas 
dos sistemas de resíduos sólidos. Estes recursos foram obtidos através do 
PAC Revitalização (CODEVASF), PAC Saneamento e PAC 2 Cidade Melhor 
Grupo 1. No PAC Revitalização (CODEVASF) 20 municípios foram 
contemplados com projetos para unidades de manejo de resíduos sólidos nas 
regiões de Irecê e Juazeiro beneficiando 388.945 habitantes urbanos e 
investimentos em torno de R$ 644.047,00. 
No PAC Saneamento, 56 municípios foram contemplados com projetos 
para 146 unidades de manejo de resíduos sólidos para as Unidades de Gestão 
Regional - UGR de Bom Jesus da Lapa e UGR Paulo Afonso/Casa Nova 
beneficiando 720.942 habitantes urbanos e investimentos do Ministério das 
Cidades – MCidades em torno de R$1.656.600 e contrapartida do Governo do 
Estado de R$ 1.283.000. 
No PAC 2 Cidade Melhor Grupo 1 a SEDUR enviou propostas para 11 
regiões abrangendo 180 municípios e 3.607.055 habitantes, sendo que foram 
disponibilizados R$ 4.150.000, o que corresponde um terço do investimento 
global solicitado. No PAC 2 Cidade Melhor Grupo 2, a proposta enviada, que 
ainda está sendo analisada pelo MCidades, beneficia 8 regiões abrangendo 
105 municípios e 1.529.211habitantes. 
Os Quadros Resumo das propostas de regionalização para as 26 
Regiões de Desenvolvimento Sustentável e os mapas dos arranjos territoriais 
por RDS são apresentados nos Anexos 2 e 3 respectivamente. Ressalta-se 
que nos Quadros Resumo estão identificados os municípios que estão 
contemplados com recursos do PAC Revitalização e PAC Saneamento, sendo 
que estes arranjos já estão consolidados em função dos recursos garantidos e 
projetos elaborados. 
28 
 
 
 
 
Quadro 5.1 – Quantitativo dos arranjos formados e de municípios com soluções 
individualizadas por Região de Desenvolvimento Sustentável. 
RDS Nº de Arranjos 
Nº de municípios com 
soluções 
individualizadas 
Irecê 3 4 
Velho Chico 3 9 
Chapada Diamantina 4 13 
Sisal 4 5 
Litoral Sul 8 0 
Baixo Sul 3 2 
Costa das Baleias 4 5 
Itapetinga 4 1 
Vale do Jiquiriça 6 7 
Sertão do São Francisco 1 8 
Oeste Baiano 2 7 
Bacia do Paramirim 2 0 
Sertão Produtivo 4 5 
Piemonte do Paraguaçu 3 4 
Baciado Jacuípe 4 3 
Piemonte da Diamantina 2 2 
Semiárido Nordeste II e Itaparica 6 8 
Agreste de Alagoinhas / Litoral Norte 4 7 
Portal do Sertão 5 2 
Vitória da Conquista 7 9 
Recôncavo 5 2 
Médio Rio das Contas 3 6 
Bacia do Rio Corrente 5 0 
Costa do Descobrimento 2 2 
Piemonte Norte do Itapicuru 2 2 
Metropolitana de Salvador 5 0 
Total 101 113 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O atual panorama da gestão de resíduos sólidos no Brasil e no Estado 
da Bahia, no qual se verifica a preponderância dos “lixões” como forma de 
disposição final, demonstra as dificuldades, principalmente de ordem técnica, 
institucional e financeira que o modelo de gestão individual adotado pelos 
municípios, sobretudo os de pequeno porte, apresenta para um gerenciamento 
adequado dos resíduos sólidos. Desta maneira, constata-se que para os 
29 
 
 
 
municípios viabilizarem uma gestão com escala sustentável é necessário 
buscar soluções pautadas na cooperação e inovação, assegurada pela Lei de 
Consórcios Públicos e pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como 
na adoção de um modelo tecnológico que privilegie a destinação 
ambientalmente adequada com valorização de resíduos sólidos, inclusão sócio-
produtiva dos catadores de materiais recicláveis e operação de aterros 
sanitários em escala otimizada. 
A regionalização do Estado da Bahia para a gestão integrada dos 
resíduos sólidos surge com intuito de se criar um novo cenário embasado nos 
preceitos acima, de forma a nortear ações com o propósito de: promover a 
adoção de soluções baseadas na cooperação federativa; possibilitar a 
economia de escala nos diversos aspectos do gerenciamento dos resíduos 
sólidos; propiciar um melhor aproveitamento dos recursos ambientais; viabilizar 
a adequada prestação dos serviços e; possibilitar o exercício das tarefas de 
fiscalização e regulação de forma mais eficiente e econômica. Assim, 
convencionou-se a divisão do Estado em regiões e buscou-se a viabilidade de 
intervenções no setor de resíduos sólidos, de maneira compartilhada ou 
individual, em arranjos entre municípios dentro destas regiões, preconizando a 
Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos. 
A proposta ora apresentada é, em um primeiro momento, a base para o 
planejamento do Estado no âmbito dos resíduos sólidos, subsidiando a 
elaboração de Planos Regionais de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, os 
quais irão compor e conformar o Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Também 
apoiará os municípios na elaboração dos seus Planos Municipais de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos e na efetivação das intervenções aqui 
vislumbradas. No entanto, embora a proposta tenha pré-estabelecido soluções, 
não impossibilitará a adoção de novas soluções tecnológicas ou a formação 
futura de arranjos entre municípios de outras regiões, visto que o plano de 
regionalização é um processo dinâmico e adaptativo, que dependerá das novas 
circunstâncias políticas e econômicas e da articulação entre os governos 
federal, estadual e municipal, estando em melhoria contínua. Estudos de 
viabilidade técnica-econômica-financeira a serem feitos no âmbito dos Planos 
Regionais poderão indicar um redesenho dos arranjos, com uma conseqüente 
atualização deste plano de regionalização. 
30 
 
 
 
No âmbito de sua competência, o Estado da Bahia através da 
Regionalização da Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos esboça o novo 
panorama para a solução da problemática dos resíduos sólidos, 
proporcionando o desenvolvimento institucional e operacional dos serviços de 
limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos, buscando estimular os 
municípios, através de modelos de gestão associada, a otimizarem os recursos 
financeiros e naturais, objetivando uma maior eficiência do serviço prestado e a 
universalização de serviços públicos de qualidade. 
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ANEXO 1 –TABELA DAS RDS 
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ANEXO 2 – MAPAS DAS RDS 
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ANEXO 3 – QUADROS RESUMO DAS PROPOSTAS PARA 
REGIONALIZAÇÃO DAS RDS 
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ANEXO 4 – MAPAS DOS ARRANJOS TERRITORIAIS POR RDS

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