Buscar

5 Assunto - Figuras de Linguagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Língua Portuguesa: Figuras de Linguagem
FIGURAS DE LINGUAGEM
São recursos ligados à semântica do texto, que auxiliam no processo de construção do sentido da mensagem dos enunciados. Depreende-se, no contexto linguístico e situacional, a funcionalidade estilística das figuras de linguagem nas formas simbólicas de exprimir ideias, dando maior expressividade e afetividade ao enunciado.
São classificadas da seguinte maneira:
1. Figuras de palavras;
1. Figuras de pensamento;
1. Figuras de construção (ou de sintaxe);
1. Figuras fônicas (ou de harmonia).
I. FIGURAS DE PALAVRAS
Estão ligadas à significação, essas figuras desviam as palavras do sentido natural conferido a elas.
1. ANTONOMÁSIA (PERÍFRASE): consiste no emprego de uma expressão que identifica coisa ou pessoa, salientando suas qualidades ou fato notável pelo qual são conhecidas. 
Exemplos:
O Príncipe dos Poetas notabilizou-se também por suas atividades cívicas. (= Olavo Bilac)
O Boca do Inferno satirizou costumes e princípios. (= Gregório de Matos)
Visitaremos a cidade maravilhosa. (=Rio de Janeiro)
A dama do teatro brasileiro foi premiada. (=Fernanda Montenegro)
O autor de Quincas Borba é brasileiro. (=Machado de Assis)
Portadores do mal-de-lázaro serão cuidados. (=leprosos)
2. CATACRESE: consiste em denominar algo (um objeto, um ação...) usando impropriamente uma determinada palavra, por não haver outra mais adequada.
Exemplos:
Uma perna da velha mesa está cheia de cupins. 
Para temperar a carne, o cozinheiro usou alguns dentes de alho. 
Ao podar a roseira, o rapaz enterrou um espinho na mão.
Logo que os passageiros embarcaram, o avião decolou. 
3. COMPARAÇÃO (SÍMILE): consiste em estabelecer entre dois seres ou fatos, uma relação de semelhança, atribuindo a um deles característica(s) presente(s) no outro.
Exemplos:
“Minha dor é inútil / como uma gaiola numa terra onde não há pássaros”. (Fernando Pessoa) 
“O dia voa como um pássaro / e os pássaros voam como os dias”. (Lêdo Ivo) 
“Eu faço versos como quem chora / De desalento... de desencanto...” (Manuel Bandeira) 
4. METÁFORA: consiste no emprego de uma palavra com sentido diferente do sentido usual, a partir de uma comparação subentendida entre dois elementos.
Exemplos:
“O circo era um balão aceso com música e pastéis na entrada”. (Oswald de Andrade)
“A História é um carro alegre / cheio de um povo contente”. (Pablo Milanês)
“Seus olhos são espelhos d´água.” (Patrícia Marx)
“Lua de São Jorge/ lua soberana / nobre porcelana.” (Caetano Veloso)
5. METONÍMIA (SINÉDOQUE): consiste na substituição de uma palavra por outra, quando entre ambas existe uma proximidade de sentidos que permite essa troca.
Exemplos:
Ele possuía inúmeras cabeças de gado. (=bois) (Parte pelo todo)
Consegui comprar a televisão com meu suor. (=trabalho) (Causa pelo efeito)
Li muitas vezes Camões. (=obra literária do autor) (Autor pela obra)
Meu pai me presenteou com um Ford. (=Henri Ford) (Inventor pelo Invento)
Meu pai adora tomar Nescau com leite. (=chocolate em pó) (Marca pelo produto)
Passou a vida atrás do vil metal. (=dinheiro) (Matéria pelo objeto)
O cidadão foi às ruas lutar pelos seus direitos. (=vários cidadãos) (Singular pelo plural)
Natália, a melhor aluna da classe, tem ótima cabeça. (=inteligência) (Concreto pelo abstrato)
Quero um copo d’água. (=copo com água) (Continente pelo conteúdo)
Os homens cometeram barbaridades. (=humanidade) (Gênero pela espécie)
6. SINESTESIA: consiste no cruzamento de palavras que transmitem sensações diferentes. Tais sensações podem ser físicas ou psicológicas.
Exemplos:
Um doce abraço indicava que o pai o desculpara. (Paladar + tato)
O cheiro quente do café invadiu a sala de visitas. (Olfato + tato)
As cores quentes estão em alta nesta estação. (Visão + tato)
“Meu Deus! Como é sublime um canto ardente”. (Olavo Bilac) (Audição + tato)
II. FIGURAS DE PENSAMENTO
Representam a relação entre o entendimento da mensagem na realidade do enunciado e na realidade extratextual.
3. ANTÍTESE: consiste na relação entre duas ideias que expressam conteúdos opostos, por meio de palavras, sintagmas, enunciados.
Exemplos:
“Tira o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor...” (Nelson Cavaquinho)
“Quando mentir for preciso, poder falar a verdade.” (Maria Gadú)
“O amor é poço onde se despejam / lixo e brilhantes” (Tom Zé)
3. PARADOXO: consiste na fusão de ideias contraditórias, de modo a produzir um enunciado logicamente impossível, expressando a falsidade do seu próprio conteúdo.
Exemplos:
“Quem acha vive se perdendo.” (Noel Rosa)
“Sai de si / Vem curar teu mal.” (Maria Gadú)
“Há filosofia bastante em não pensar em nada.” (Fernando Pessoa)
“Espia a barriga estufada dos meninos, / a barriga cheia de vazio, de Deus sabe o quê”. (Carlos Drummond de Andrade)
3. EUFEMISMO: consiste na suavização, tornar menos chocantes palavras ou expressões que são normalmente desagradáveis, dolorosas ou constrangedoras.
Exemplos:
“A empresa não honrava seus compromissos financeiros. (=não pagava suas contas)
“O infeliz pôs termo à vida tragicamente”. (=suicidou-se)
O Senador foi acusado de desvio de verbas. (=roubou)
3. IRONIA: consiste na enunciação de algo, mas o contexto permite ao leitor (ou ouvinte) entender o oposto do que se está afirmando.
Exemplos:
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis...” (Machado de Assis)
Minha prima é linda: assusta até os postes.
Ela é tão inteligente que errou todas as questões da prova.
1. HIPÉRBOLE: consiste no exagero intencional, com a finalidade de intensificar a expressividade e, assim, impressionar o ouvinte (ou leitor).
Exemplos:
“A torcida explodiu de alegria quando o time marcou o gol”. 
“Rios te correrão dos olhos, se chorares” (Olavo Bilac)
Ele demorou um século para chegar aqui.
1. PERSONIFICAÇÃO (PROSOPOPEIA): consiste em atribuir a seres inanimados (sem vida) características de seres animados; ou em atribuir características humanas a seres irracionais.
Exemplos:
“Árvores encalhadas pedem socorro (...) / o céu tapa o rosto / chove... chove...chove... (Raul Bopp)
“Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume” (Machado de Assis)
O dia acordou feliz e o sol sorria para mim.
1. GRADAÇÃO (CLÍMAX): consiste em uma série de palavras ou expressões em que o sentido vai se intensificando continuamente.
Exemplos:
“Porque gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata. Mas com gente é diferente”. (Geraldo Vandré)
“E, homem, há de morrer como viveu: sozinho! sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!” (Olavo Bilac)
“Não podia acabar de crer que essa figura esquálida, essa barba pintada de branco, esse maltrapilho avelhentado, toda essa ruína fosse o Quincas Borba.” (Machado de Assis).
1. APÓSTROFE: consiste numa invocação, interpelação ou chamamento de algo personificado ou de alguém, quer seja real ou imaginário, quer esteja presente ou ausente.
Exemplos:
Filho, estou aqui te esperando!
Ó Pedro, você pode parar com esse barulho todo?
Espera, meu amor, que eu estou chegando!
III. FIGURAS DE CONSTRUÇÃO ou SINTAXE
Nestas figuras, ocorre um desvio na organização sintática da frase, o que confere especial singularidade e expressão ao enunciado.
1. HIPÉRBATO: consiste na construção atípica de um enunciado pela alteração da ordem sintática natural.
Exemplos:
Tocava a banda uma música ensurdecedora.
Correm pelo parque as crianças da rua. 
“Da lua os claros raios rutilavam.” (Luiz Vaz de Camões)
2. ELIPSE: consiste na omissão, a não-colocação de um termo que o contexto permite ao leitor ou ouvinte identificar com certa facilidade.
Exemplos:
“(Eu) Ando devagar porque já tive pressa / (Eu) Levo esse sorriso porque já chorei demais”. (Almir Sater)
“Se (eu) chegar depois das três, (se) a casa (estiver) fechada. (Se) A mala (estiver) na varanda. E (se) o táxi (estiver) na porta”. (Dalton Trevisan)
3. ZEUGMA: consiste na omissão de um termo já mencionado anteriormente. 
Exemplos:
Eu estudei a obra de Machado de Assis; Mariana, de Jorge Amado.
Eu gosto de MPB; minha mãe, (gosta) de música sertaneja.
Na primeiragaveta há folhas; na segunda, (há) cadernos.
“Brindo à casa, brindo à vida, (brindo à) meus amores, (brindo à) minha família” (O Rappa)
4. PLEONASMO: consiste em intensificar o significado de um elemento do texto por meio da redundância, isto é, da repetição da ideia já expressa por esse elemento.
Exemplos:
“O ato do vizinho é muito mais importante do que lhe parece a ele”. (Carlos Drummond de Andrade)
Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma”. (Machado de Assis)
5. POLISSÍNDETO: consiste no emprego repetitivo da conjunção (geralmente e ou nem) entre as orações de um período ou entre os termos de uma oração.
Exemplos:
“... e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre...” (Clarice Lispector)
“Não tinha havido pássaros nem flores o ano inteiro. Nem guerras, nem aulas, nem missas, nem viagens e nem barca e nem marinheiro.” (Cecília Meireles)
“Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre.” (Olavo Bilac) 
6. ASSÍNDETO: consiste na ausência de conectivo (normalmente aditivo) numa sequência de palavras.
Exemplos:
“Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas.” (Graciliano Ramos)
Eu queria conhecer o mundo, viajar por todos os países, Grécia, Itália, Canadá, Moçambique, Austrália, expandir os meus horizontes.
7. ANACOLUTO: consiste no rompimento repentino da estrutura da oração e, em consequência disso, passa a apresentar um termo sem função sintática alguma.
Exemplos:
“Essa sua mania, suas preocupações com detalhes me irritam!”
“Essas empregada de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcântara Machado)
Aquelas terras, ninguém conseguia pôr os pés nelas. 
“Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e escura.” (Manuel Bandeira)
“Umas carabinas que guardavam atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (José Lins do Rego)
Meu vizinho, soube que ele está no hospital.
A vida, não sei como será sem ele.
8. ANÁFORA: consiste na repetição de um vocábulo (ou expressão) no início de uma sequência de orações ou de versos.
Exemplos:
Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.” (Olavo Bilac) 
Vi uma estrela tão alta, / Vi uma estrela tão fria”! / Vi uma estrela luzindo / Na minha vida vazia”. (Manuel Bandeira)
“Se você gritasse / Se você gemesse, / Se você tocasse a valsa vienense / Se você dormisse, / Se você cansasse, / Se você morresse... / Mas você não morre, / Você é duro José!” (Carlos Drummond de Andrade)
9. SILEPSE: consiste na concordância ideológica, não gramatical entre os termos do enunciado.
Exemplos:
Silepse de gênero
A grande e concorrida São Paulo. 
Vossa excelência está cansado.
São Paulo é cheia de surpresas.
A gente está cansado, precisando de férias.
Silepse de número
A multidão assistia satisfeita, aplaudiam e acreditavam. 
A população chegou agitada ao comício, levavam cartazes.
O casal viajou pela Europa e tiraram muitas fotos.
A galera encheu as ruas e protestaram por um ensino melhor.
Silepse de pessoa
“Brasileiros e latino-americanos fazemos constantemente a experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da vida cultural que levamos.” (Roberto Schwarz) 
 “Povoaram os degraus muita gente de sorte.” (Camilo Castelo Branco)
O problema é que os três queremos comemorar aniversário no mesmo dia.
IV. FIGURAS DE SOM
Explora o potencial expressivo dos fonemas, manipulando a camada sonora da linguagem.
1. ALITERAÇÃO: consiste em repetir um mesmo som consonantal em uma sequência de palavras para criar um efeito expressivo de sonoridade.
Exemplos:
“Escrevia no espaço. Hoje grafo no tempo, na pele, na palma, na pétala”. (Paulo Leminski) 
“O vento vazava zunindo pelos vãos das velhas venezianas”.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto, / Com seu único velho vestido cada dia mais curto.” (Chico Buarque)
2. ASSONÂNCIA: consiste na repetição sistemática de sons vocálicos idênticos.
Exemplos:
“Dei pra maldizer o nosso lar / Pra sujar teu nome, te humilhar / E me vingar a qualquer preço / Te adorando pelo avesso / Pra mostrar que inda sou tua / Só pra provar que inda sou tua…” (Chico Buarque)
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha foz do Iguaçu
Pólo sul, meu azul
Luz do sentimento nu	 (Linha do Equador – Djavan)
3. PARONOMÁSIA: consiste no emprego de vocábulos parônimos, ou seja, de termos com grafia e pronúncia bem semelhantes e significados distintos.
Exemplos:
“Na terra da imprevidência, em que só se tomam providências depois da porta arrombada...” (Zuenir Ventura)
“Os magnetes atraem o ferro; os magnatas o ouro.” (Pe. Antonio Vieira)
4. ONOMATOPEIA: consiste na reprodução escrita de determinado som ou ruído.
Exemplos:
“Sino de Belém, como soa bem! / Sino de Belém bate bem-bem-bem.” (Manuel Bandeira)
“A gente tirava a roupa inteirinha, trepava no barranco e tichbum – baque gostoso do corpo na água” (João Antônio) 
“Porque o tic-tic, o toc-toc, ou o puc-puc da máquina me picota a cuca”. (Mário Quintana)
“O livro é um mestre que fala mas que não responde.” [Platão]
Prof.º Esp. Alex Oliveira da Silva

Continue navegando