Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/283852374 A Terceirização de Serviços e suas Implicações Conference Paper · October 2008 CITATIONS 0 READS 374 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: MODELO PARA SEGMENTAÇÃO DE REGIÕES GEOGRÁFICAS URBANAS EM FAIXAS COM LIMITAÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS View project Cesar Eduardo Leite University of Brasília 51 PUBLICATIONS 2 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Cesar Eduardo Leite on 15 November 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/283852374_A_Terceirizacao_de_Servicos_e_suas_Implicacoes?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/283852374_A_Terceirizacao_de_Servicos_e_suas_Implicacoes?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/MODELO-PARA-SEGMENTACAO-DE-REGIOES-GEOGRAFICAS-URBANAS-EM-FAIXAS-COM-LIMITACAO-DO-TRANSPORTE-DE-CARGAS?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Cesar_Leite2?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Cesar_Leite2?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/University_of_Brasilia?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Cesar_Leite2?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Cesar_Leite2?enrichId=rgreq-e33136e25ebc95f2e52654eb903ffd9a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mzg1MjM3NDtBUzoyOTYwMTQzNTY0Njc3MTlAMTQ0NzU4NjczMDg4NQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf 1 A Terceirização de Serviços e suas Implicações Cesar Eduardo Leite Faculdades XV de Agosto prof.cesar@faculdadexvdeagosto.edu.br RESUMO O objetivo deste estudo se baseia em uma revisão bibliográfica, fazer uma avaliação qualitativa do processo de terceirização ou outsourcing, focando atividades de serviços utilizadas pelas empresas, fazendo um histórico desta atividade e, analisando se os objetivos têm sido alcançados. É feita análise de diversos trabalhos de pesquisa sobre o assunto, com diversos conceitos, metodologias, aplicações e resultados, e deles tira-se um diagnóstico da situação atual da terceirização de serviços. Palavras-Chave: outsourcing, terceirização, serviços. 1. INTRODUÇÃO A terceirização torna-se um fenômeno mundial no mundo empresarial, graças ao enorme leque de oportunidades que proporciona e sua simplicidade estrutural. Praticamente 100% das empresas da atualidade utilizam esta estratégia para tornarem-se mais competitivas, no acirrado mercado em que estão vivendo. Os conceitos desta prática partem do simples repasse de mão de obra direta para terceiros, em que o comando gerencial permanece no tomador do serviço (Ex.: produção), até a contratação de atividades por completo, onde toda a logística fica por conta do contratado (Ex.: limpeza) Também a abrangência deste repasse de serviço é bastante diversificada, com as parcerias acontecendo em atividades sem nenhuma expressão junto ao produto da empresa, e outras surgindo em posições fundamentais para a saúde do negócio, com extrema responsabilidade estratégica. Percebe-se assim, que não existe um molde que se ajuste a todas as oportunidades desta ferramenta estratégica, mas sim, um objetivo distante de se alcançar posições almejadas entre os pares do segmento de mercado. Para identificar os objetivos e as metodologias utilizadas pelas empresas, este estudo avalia diversas experiências e busca uma descrição segura dos caminhos que podem ser seguidos. 2. CONCEITOS DE TERCEIRIZAÇÃO Conforme analisa Lankford (1999), a terceirização ou outsourcing é definida como a aquisição de produtos ou serviços que são provenientes de fontes externas à organização, e, no caso dos serviços, este geralmente envolve também a transferência do controle operacional para os fornecedores. No atual ambiente competitivo, com a atenção voltada para atividades essenciais, as empresas já não podem assumir que todos os serviços sejam prestados e geridos internamente. A vantagem competitiva pode ser adquirida quando os bens ou serviços são produzidos de forma mais eficaz e eficiente por fornecedores externos, e aí surgem as vantagens da terceirização, que podem ser operacionais, estratégicas, ou ambas. Proporcionar vantagens SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 2 operacionais de curto prazo e, ao mesmo tempo, oferecer vantagens estratégicas de longo prazo, são características da terceirização que contribuem para maximizar oportunidades. Para Marchalek (2007), o fenômeno da terceirização surgiu nos Estados Unidos, logo após o início da Segunda Guerra Mundial, e hoje se configura como uma técnica moderna de administração direcionada ao enxugamento das estruturas gerenciais, voltada à formação de redes organizacionais e de parcerias que permitem às empresas concentrar-se em suas atividades-fim. Os objetivos principais que norteiam este processo são: a minimização dos custos relativos ao trabalho e a intensificação da produtividade do trabalhador (BATISTA, 2003). Objetivos mais nobres da terceirização encontram-se no estudo de Ferruzzi (2005), no qual as empresas têm uma ou mais atividades principais e as outras são consideradas acessórias ou secundárias. Dentro da necessidade de focar mais tempo a atividades que agregam mais valor ao negócio da empresa, surge então a terceirização de serviços, onde a empresa repassa as atividades acessórias para uma outra, que geralmente é especializada no ramo e que poderá executar as tarefas com maior competência. Assim, o processo de terceirização caracteriza-se como a estratégia de descentralização produtiva e significa a externalização de determinadas atividades para outras empresas, gerando assim a flexibilização da força de trabalho (CAETANO, 2001). Portando, analisa Castro (2002), a terceirização pode ser entendida como tudo o que não constitui atividade essencial de um negócio que pode ser confiado a terceiros, e tem como resultado um enxugamento da mão-de-obra com economia de recursos, investimento no social e aumento da produtividade. Mas a terceirização também revela um processo de degradação da estrutura de gestão de risco, tanto nas empresas terceirizadas quanto nas tomadoras de serviços (TAVARES, 2005). Segundo Roses (2007), no estudo da terceirização da tecnologia da informação, pode- se encontrar não só a transferência de parte dos serviços de TI internos de uma organização a outra empresa, mas também é comum a transferência dos fatores de produção (pessoas, facilidades, equipamentos, tecnologiae outros ativos) relacionados a esses serviços, bem como o direito de decisão sobre esses fatores. Complementa Watanabe (2004), que a parceria e a visão estratégica são pressupostos básicos para a terceirização. Surge daí a necessidade de haver uma readequação das relações, em que o tomador de serviço não delega apenas a execução, cabendo ao prestador também a responsabilidade na gestão e o compromisso nos resultados dos negócios. A Terceirização ou Outsourcing é decisiva na obtenção de seletivos bens e serviços de fora da empresa, encontrando novos fornecedores e novas maneiras de garantir o fornecimento de matérias-primas, produtos, componentes e serviços, utilizando-se de seus conhecimentos, experiência e criatividade. Ela pode ser descrita como a prática de distribuir, ao longo de um projeto, a gestão e o funcionamento de algumas funções para um terceiro independente (EMBLETON, 1998). 3. MOTIVOS QUE LEVAM À TERCEIRIZAÇÃO Segundo o trabalho de Hernandez (2003), a globalização dos mercados transformou a competição entre as empresas em um sistema extremamente complexo, onde processos e produtos evoluem aceleradamente. A empresa que quiser garantir-se no mercado, deve se adaptar à nova situação através da revisão de seus processos de fabricação, da qualidade, do fluxo de informações, de funcionários bem treinados e motivados, etc. Tais ações podem, também, representar aumento de custos e um grande risco no investimento de capital. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 3 A flexibilidade é a capacidade de adaptação de produtos, processos, equipamentos, funções e formas de gestão, e é fator indispensável para a permanência da empresa no mercado. Esta flexibilidade pode ser aplicada em salários, contribuições sociais e fiscais, regras organizacionais, distribuição de tarefas, organização do tempo de trabalho, etc. Todavia, a flexibilidade resulta na grande possibilidade de existir a precarização das relações de trabalho. Esta tendência é maior quando há a possibilidade das empresas utilizarem o pouco poder de barganha dos trabalhadores como ferramenta competitiva de diminuição de custos, agindo de formas espúrias através de relações informais de trabalho. A empresa pode se tornar flexível através de ações como, a racionalização do emprego, revisão da estrutura organizacional, desenvolvimento de novos produtos e o uso geral de técnicas que permitam a racionalização, a modernização e a redução de custos, ou ainda através da terceirização de atividades via subcontratação, licenciamento e franquia. Das vantagens da flexibilização, podemos destacar uma estrutura organizacional mais enxuta, a restrição de sua gama de atividades, a contratante divide riscos com a subcontratada, e a redução de custos. Contudo, quando analisado o aspecto financeiro proporcionado, muitas vezes se ignoram os custos gerados pela manutenção das relações que surgem na gestão das subcontratadas. Comenta Watanabe (2004) que, o sistema evoluiu da flexibilização e da terceirização tradicional, a qual envolve um processo não essencial da empresa (Ex.: serviços de limpeza ou alimentação), para a terceirização estratégica, que ocorre quando a empresa terceiriza várias atividades, exceto aquelas que lhe geram vantagem competitiva. Para Embleton (1998), é notório o entusiasmo que a terceirização tem gerado no mundo dos negócios. No ambiente atual, os gestores estão buscando algum diferencial que possa dar-lhes algum sucesso. Segundo ele, as empresas estão poupando cerca de 9% de seus custos com um aumento de 15% na sua capacidade produtiva e na qualidade. Ainda lista outras vantagens, como sendo, além da redução de custos operacionais, a redução do tempo dedicado à gestão da estratégia, a detecção de custos ocultos, e a gestão de suas atividades essenciais ou “core business”. Outsourcing deve fazer parte de uma estratégia corporativa global e a gestão deve assegurar que todos os funcionários estejam conscientes desta situação. Na pesquisa de Zhu (2001), o processo de terceirização ou outsourcing tem sido cada vez mais utilizado nas práticas empresariais, já que é uma estratégia que pode levar a maior competitividade. A terceirização como estratégia tem sido praticada há anos, onde as principais motivações seriam a economia de custos e o desejo de evitar a alta de capital de risco em investimentos e novas tecnologias. Por fim, o estudo de Beaumont (2004) apresenta dados relativos a terceirização recolhidos de uma pesquisa administrada em 2002 na Austrália, em que, para avaliar os benefícios práticos da terceirização, foi perguntado: "Você vê a terceirização se tornando cada vez mais uma importante forma de gestão e/ou descarte de tarefas operacionais da organização?" 65% dos entrevistados responderam que "Sim" e 35% responderam que "Não". 4. PRÁTICAS DE TERCEIRIZAÇÃO Hernandez (2003) desenvolveu um rico trabalho para identificação de formatos da terceirização em alguns setores: a) Setor petroquímico O processo de reestruturação produtiva em Camaçari (Petrobrás) baseada na terceirização resultou, entre 1989 e 1998, na demissão de 49,8% dos trabalhadores, sendo que SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 4 os remanescentes sofreram com o acúmulo de atividades, o que trouxe vários resultados negativos na produção e na saúde do trabalhador. Em Camaçari, 55% dos trabalhadores afirmaram que os terceiros eram menos qualificados e 85% dos que trabalham na Central de Matérias-Primas julgaram-se mais qualificados e mais treinados que os terceiros. Assim, os funcionários efetivos das eram obrigados a supervisionar os terceiros, gerando, ao invés de um alívio da carga de trabalho, uma carga adicional na supervisão dos terceiros. b) Setor de serviços de enfermagem O Hospital Lourenço Jorge, por ser público, contratava serviços terceirizados de uma cooperativa de enfermeiros e, ao mesmo tempo, mantinha os serviços dos enfermeiros concursados. Existia uma boa interação entre os dois grupos, com o nível de satisfação expressa no reconhecimento profissional, maior autonomia nos processos decisórios, a opção de trabalhar em áreas de maior aptidão, além de negociações trabalhistas pela própria categoria. Porém, alguns pontos negativos também foram identificados, como o fato dos terceirizados estarem vinculados a contratos que sofrem licitações freqüentemente e a inexistência de um plano de carreira, o que leva a uma falta de compromisso dos profissionais e causa uma alta rotatividade dos profissionais na cooperativa. c) Setor têxtil e calçadista Em Americana, as firmas subcontratadas eram responsáveis por 30% de toda a produção da região e as firmas mistas (subcontratadas e autônomas) eram responsáveis por outros 14,1%. Graças à evasão de impostos e obrigações sociais, as pequenas e médias eram competitivas para atuarem nestes mercados, pois mantinham um alto grau de informalidade. A subcontratação era utilizada principalmente porque não existia um contrato formal entre as partes, permitindo que o subcontratante rompesse com o fornecedor a qualquer momento. Em Franca, detectou-se o domínio de pequenas e médias empresas subcontratadas no parque produtivo, sendo aproximadamente 60% dos estabelecimentos. Este fato ocorria inicialmente devido o processo apresentar forte descontinuidade e isso estimular sua fragmentação, e em seguida, as reduzidas barreiras à entrada de um grande número de pequenas e médias empresas especializadas em uma ou mais etapas do processo produtivo. O resultado disto era uma estrutura que permitia que alguns ex-operários da indústria calçadista estabelecessem uma atividade autônoma, vendendo seus serviços para as firmas de maior porte. e) Setor automobilístico Este setor é pioneiro no gerenciamento de extensas cadeias de fornecedores. A empresasubcontratada passa por uma avaliação da denominada Qualidade Assegurada (QA), a qual avalia as peças/componentes entregues diretamente na linha de montagem da contratante que atendam às especificações sem passar por nenhum tipo de inspeção. A empresa contratante também desenvolve um programa de Garantia da Qualidade dos Fornecedores, através do qual realizava a avaliação e a classificação destas empresas quanto à organização da produção e ao controle da qualidade. Graças a estas pré-qualificações, os contratos realizados entre estes subcontratados e o contratante mostram-se bastante simples, com basicamente dois itens: preços e prazos de entrega. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 5 Castro (2002) avaliou a terceirização de recursos humanos, analisando que a terceirização representa uma agressão às conquistas dos trabalhadores, pois os desarticula em relação aos sindicatos e provoca a flexibilização dos contratos de trabalho, o que representa perdas de direitos trabalhistas e salariais para os empregados terceirizados. Uma forma comum desta prática reside na ocorrência de planos de desligamento, quando as organizações tentam “segurar” alguns funcionários detentores de tecnologia, utilizando esses profissionais como parceiros, em busca de novos desafios e empreendedorismo. Este modelo pode proporcionar ganhos aos novos empreendedores, ex-funcionários da terceirizante, bem como uma melhor divisão nos lucros aos funcionários remanescentes, porém pode provocar o desemprego em massa, a perda de direitos trabalhistas, terminando por extinguir a legislação trabalhista vigente atualmente no Brasil. 5. A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS Segundo Ferruzzi (2005), o setor de serviços merece atenção especial quando o assunto é emprego já que o setor de serviços emprega 57,2% da população economicamente ativa (dados de 1999). No Brasil, a terceirização de serviços surgiu há 40 anos como forma da empresa transferir para terceiros seu custo operacional. Ainda existe uma resistência dos empresários em repassar para terceiros parte de suas atividades produtivas, administrativas e de infra-estrutura. Esta resistência se deve ao receio em perder o controle do processo, a dependência do prestador, aumento dos custos operacionais por conta da gestão dos contratos de terceirização, sanções legais, e outros problemas que podem advir da terceirização. Porém, a terceirização vem se mostrando a mola propulsora da reestruturação administrativa e produtiva das organizações brasileiras e mundiais. Sua relação se baseia na parceira entre prestador e tomador de serviços e exige confiança, transparência e preservação de princípios éticos entre ambas as partes envolvidas. Consiste na racionalização dos processos da empresa, repassando a terceiros especialistas a responsabilidade por atividades menos estratégicas. É o direito de contratar terceiros para melhor atingir o objetivo social. Atualmente a terceirização é estratégica para grande parte das empresas, que vêem nela, uma das alternativas mais viáveis para sua manutenção no mercado. No estudo de Tavares (2005) sobre a gestão do risco na terceirização de atividades de manutenção em uma siderúrgica, foram identificadas várias distorções que interferiam na gestão do risco. O leiaute inadequado, a pressão para realização rápida das tarefas, não preparação dos postos de trabalho, reformulações de equipes devido à falta de operadores, indisponibilidade de equipamentos adequados, são fatores que corroboram para a “precarização” da atividade de manutenção. A análise destes serviços permitiu identificar a realidade enfrentada pelos encarregados e operadores terceirizados, os quais são cobrados por maior produtividade e conduzidos ao não cumprimento de normas e regulamentos. Figueiredo (2005) relata a experiência da Petrobrás, onde o enxugamento da máquina administrativa foi o pontapé inicial para tornar a terceirização um fenômeno arraigado na estrutura da empresa que ficara muitos anos sem concursos, e com uma significativa evasão de funcionários devido às aposentadorias e aos planos de demissão voluntária. Como não houve reposição desse pessoal, estima-se que a terceirização na Bacia de Campos chegue a relação de 6.000 funcionários da Petrobras para cerca de 35.000 trabalhadores contratados. Pinochet (2007) analisou a terceirização de serviços de segurança física, considerando o Grupo Intersafe, criado em setembro de 2002, que atua na área de sistemas eletrônicos de SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 6 segurança. Sua atuação é basicamente dentro do estado de São Paulo com os serviços de comércio e implantação de alarmes, cerca elétrica, circuito fechado de TV, controle de acesso, consultoria de analise de risco, etc. O público-alvo da Intersafe são clientes preocupados com a segurança pessoal e do seu patrimônio, por isso não procuram empresas que concorrem por preços, mas sim por qualidade e excelência no atendimento e na prestação do serviço. Com isso a Intersafe foca nos clientes de residências de alto padrão, comércios em geral, condomínios de alto padrão, e corporativos “VIPS”. Watanabe (2004) estudou a terceirização da manutenção dos sistemas de telecomunicações da COPEL, que, com o advento da tecnologia digital, foi economicamente inviabilizada no que se refere à manutenção em seu próprio laboratório. Experimentou-se o sistema desta manutenção ser feita externamente, diretamente pelo fabricante, que seria um terceirizado. Com a evolução da experiência, todo o sistema VHF foi terceirizado em 2000, o sistema de energia em 2001 e os demais sistemas em dezembro de 2003, quando se encerraram definitivamente as atividades do laboratório de reparos de equipamentos de telecomunicações dentro da COPEL. No âmbito da Administração Pública, vê-se o estudo de Miola (2000), onde o termo “terceirização” tem se prestado a identificar diferentes ações e iniciativas, que vão desde a privatização de empresas controladas pelo poder público, e passam pela concessão, permissão, contratação de obras e serviços e até a regular (ou nem sempre) contratação de mão-de-obra. 6. VANTAGENS NOS SERVIÇOS PERANTE A TERCEIRIZAÇÃO Leite (2007) comenta ser notória a importância do setor de serviços na economia de países como o Brasil, onde ele representa 52% do PIB nacional, assim, pesquisadores têm buscado aprimorar o conceito e desenvolver técnicas de medição da qualidade em serviços. O primeiro modelo proposto, em 1984, que considera a qualidade percebida de um serviço como função do esperado e do percebido pelo cliente, incluindo um terceiro fator como a imagem da empresa. Seguem-se vários estudos, conceituando a qualidade em serviços como a diferença entre expectativa do cliente e sua percepção de desempenho, até o envolvimento do valor a ser pago pelo serviço como parte do comportamento do cliente. Segundo Hernandez (2003), a terceirização é uma ferramenta para melhorar a competitividade, e podemos selecioná-la como: a) Subcontratação - é a execução de uma parte do processo ou um produto por uma empresa contratada independente, em que são fixados tempo do contrato, preço, prazo de entrega, pagamento, especificações técnicas e qualidade. b) Subcontratação por capacidade - representa a contratação com o objetivo de ampliar a capacidade de produção da contratante, normalmente devido a um aumento de demanda ou quando existe um incidente técnico que impeça a execução do produto dentro da própria empresa. c) Subcontratação por economia - é quando a subcontratação tem o único objetivo de redução de custos através da transformação de custos fixos em variáveis ou buscando evitar o custo dos encargos sociais e/ou pressões trabalhistas, não se considerando, portanto, a qualidade do fornecedor e sim o menor preço. d) Subcontrataçãopor especialização - trata-se da subcontratação de serviços especializados na qual o subcontratado executa atividades complementares às da contratante, ambas trabalhando com especialização. Tecnicamente, as empresas que prestam este tipo de SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 7 serviço têm equipamento e pessoal muito especializado. Os resultados desta relação podem ser produtos com maior qualidade, alcançando o objetivo principal da terceirização. Para Christo (2001), os serviços apresentam características que os distinguem de um produto físico e a abordagem da qualidade deve ser também diferenciada. Esta intangibilidade assegura ao prestador o desafio de administrar evidências para tornar “tangível o intangível” e determinar especificações e medidas precisas de qualidade, da avaliação desta qualidade, e a aferição de como os consumidores as percebem. A qualidade desempenha um papel muito importante para qualquer organização. Uma tarefa chave da função de operações deve ser garantir que a empresa proporcione bens e serviços de qualidade para seus consumidores internos e externos. Pode ser analisada em cinco abordagens, que são: a) Abordagem transcendental - vê a qualidade como um sinônimo de excelência inata. b) Abordagem baseada em manufatura - preocupa-se em fazer produtos ou proporcionar serviços que estejam livres de erros em relação a suas especificações de projeto. c) Abordagem baseada no usuário - assegura que o produto ou o serviço esteja adequado a seu propósito. d) Abordagem baseada em produto - vê a qualidade como um conjunto mensurável e preciso de características, que são requeridas para satisfazer ao consumidor. e) Abordagem baseada em valor - leva a definição de manufatura a um estágio além e define qualidade em termos de custo e preço. Em vista da necessidade de as empresas de serviços estarem focadas em seus mercados, e em servir melhor seus clientes com um serviço de qualidade superior, temos o cenário de uma economia suportada pela produção industrial sendo substituída por uma economia baseada na prestação de serviços. A concentração de esforços em qualidade passa a ser crítica, com as empresas promovendo um entendimento apurado sobre a qualidade na prestação de serviços. Roses (2007) analisa um modelo estabelecido para a avaliação do sucesso na terceirização da TI a partir da satisfação no relacionamento cliente-fornecedor. O objetivo do estudo foi estabelecer um modelo de terceirização da TI a partir da perspectiva de satisfação no relacionamento cliente-fornecedor, onde as dimensões são a satisfação do cliente e a qualidade do relacionamento. O modelo foi utilizado para identificar como um banco brasileiro avalia o relacionamento com seu fornecedor, e os resultados indicam que o modelo é adequado à terceirização da TI. Em seu trabalho, Pinochet (2007) identificou benefícios que a segurança em ambientes físicos poderia trazer para clientes corporativos. Estes benefícios foram pesquisados por meio do referencial teórico e de bloco de perguntas que procurou verificar qual era o beneficio mais importante na utilização da tecnologia de sistemas de segurança física. Na pesquisa foram identificados alguns fatores críticos, tais como: plano de conscientização e continuidade, análise de risco e administração de segurança. O corpo executivo das empresas deve estar consciente da necessidade de uma política de segurança alinhada com as necessidades do negócio, e a alta gerencia deveria disponibilizar os recursos necessários à criação e manutenção de um sistema de segurança eficiente. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 8 7. RESULTADOS DA TERCEIRIZAÇÃO Baseado na pesquisa de Druck (2001), que estudou do processo de terceirização na região metropolitana de Salvador na década de 90, em especial nas empresas do setor industrial, pode-se considerar esta prática como a principal política de gestão e organização do trabalho na estrutura produtiva. Representa a forma mais evidente da flexibilização do trabalho, pois torna realidade uma das mais cobiçadas estratégias empresariais: os “contratos flexíveis”. Transferir custos e responsabilidades de gestão passa a ser o objetivo das empresas mais conceituadas, no que elas são seguidas pelas demais empresas. Verifica-se que 100% das empresas do setor industrial e setor de finanças optam por trabalhar com terceirizados, no setor de serviços, 94%, no de agrobusiness, 83%, e no comércio, 44%. No caso particular da indústria petroquímica, nota-se a terceirização em atividades como, limpeza – 26%, vigilância e segurança patrimonial – 46%, e manutenção predial – 23%. Das empresas que terceirizam, 87% o fazem com os serviços de limpeza; 93% vigilância e segurança patrimonial e 67% a manutenção predial. Nas atividades estratégicas a prática alcançou: produção / operação - 9%, laboratórios / processos - 7%, manutenção corretiva - 54%, manutenção preventiva - 65%. Na atividade de manutenção, temos ainda a manutenção elétrica terceirizada por 47% das empresas e de máquinas e equipamentos por 33%. Como avaliação dos resultados positivos da terceirização, as empresas apontaram como vantagens: em primeiro lugar a redução de custos com 60% da pesquisa, em segundo lugar a redução de pessoal com 33%, e em terceiro lugar a simplificação da estrutura da organização com 27%. No caso particular das petroquímicas, 87% das empresas indicaram como principal vantagem concentrar o foco no negócio principal da empresa. Avaliado os resultados indesejados, ou as desvantagens do processo, o despreparo dos terceirizados ficou com 60%, a perda de habilidade técnica ficou com 40%, problemas de natureza sindical com 33%, custo do monitoramento dos terceiros com 20% e o risco de descontrole do processo com 13%. A terceirização se generalizou, difundindo-se para todo tipo de atividade , e o balanço final da prática é representado pelo processo de flexibilização do trabalho e de sua conseqüência principal: a precarização. A década de 90 é apontada por Druck (2001) como um período em que o mundo do trabalho foi transformado e também a vida dos trabalhadores, reforçando a precarização em todos os sentidos. Para Ferruzzi (2005), não se pode afirmar que a terceirização de serviços causa desemprego. Em pesquisa americana e européia o nível de emprego global se mantém inalterado ou até mesmo com acréscimo. Mostra ainda que a terceirização aumentou continuamente nos últimos anos, assim como a quantidade de trabalhadores nos postos de trabalho. Conforme pesquisa de Batista (2003), na última década do século XX e início do século XXI, várias transformações ocorreram na estrutura industrial no Brasil que contribuíram para aumentar os processos de terceirização e precarização do trabalho. Mudanças significativas no setor de confecções contribuíram para a constituição e ampliação das cadeias produtivas que, com novos arranjos, visam atender às necessidades de flexibilização da produção. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 9 Esses novos arranjos se caracterizam pelo enxugamento das empresas por meio da externalização de partes do processo produtivo para terceiros, num movimento em cascata que acaba configurando a cadeia de produção com seus diferentes níveis de provimento. À medida que as grandes empresas terceirizam parte de seu processo produtivo, o trabalho é transferido a empresas menores, que se dedicam a parcelas mais simples do processo e nas quais as relações de emprego ficam comprometidas. Observa-se na terceirização, que a estratégia é mesmo reduzir custos, e os empresários buscam este artifício para garantir cada vez mais esta redução, em detrimento de direitos trabalhistas. 8. CONCLUSÃO O estudo mostraque a terceirização ou outsourcing desponta como uma técnica de gestão do negócio, em que a flexibilização é sua maior vantagem competitiva. De características meramente operacionais, a compromissos estratégicos, a terceirização representa, hoje, o mecanismo mais utilizado pelas empresas para definir seu diferencial competitivo. Dentre as diversas manifestações de boas experiências, são vistas situações de precariedade que preocupam os empresários. É evidente a tendência de se utilizar a terceirização com o enfoque de parceria, onde contratantes e contratados teriam a mesma visão do negócio, compartilhando as responsabilidades e os lucros. Fica claro que seu maior “gap” está instalado no relacionamento trabalhista, já que a prática corrobora para uma precarização das condições de trabalho, talvez por força de as empresas subcontratadas maximizarem seus lucros através da negligência a obrigações. Porém isto pode ser controlado através da gestão indireta destes parceiros. Se a tomadora de serviço elabora condições contratuais que condicionam a relação a um compromisso estratégico, a prestadora de serviços deverá criar uma estrutura condizente com esta necessidade. Por sua vez, a tomadora poderia fazer a gestão do contrato baseada em auditorias programadas e/ou visitas incertas às prestadoras, de forma que todo o controle do processo poderia ser de responsabilidade desta última. O estudo conclui que o assunto necessita de maior atenção por parte dos pesquisadores para que se tenha um processo que atenda às ansiedades da sociedade, aproveitando os pontos fortes e sugerindo soluções para as deficiências. 6. REFERÊNCIAS BATISTA, E. L. Terceirização no Brasil e suas implicações para os Trabalhadores. Trabalho apresentado à Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação; Campinas, 2003. BEAUMONT, N.; SOHAL, A. Outsourcing in Australia. International Journal of Operations & Production Management. Vol. 24 No. 7, 2004 pp. 688–700. CAETANO, E. Da Qualificação à Terceirização: os Caminhos da Competitividade. Trabalho apresentado à Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Educação; Campinas, 2001. CASTRO, R. R. S. Comprometimento de Trabalhadores Terceirizados em um Estudo de Caso em duas Empresas de Prestação de Serviços. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 10 Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração, Porto Alegre, 2002. CHRISTO, A. C. Qualidade Percebida nos Serviços de Atendimento Bancários em Agências do Banco do Estado do Espírito Santo (BANESTES S/A) da Grande Vitória – ES. Dissertação apresentada à Coordenação de Ensino e Pesquisa em Administração da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração, Belo Horizonte, 2001. DRUCK, G. ; BORGES, A. Terceirização: Balanço de Uma Década. Trabalho apresentado no X Congresso da SBS – Sociedade Brasileira de Sociologia, realizado em setembro de 2001, em Fortaleza, Ceará. EMBLETON, P. R.; WRIGHT, P. C. A practical guide to successful outsourcing. Empowerment in Organizations. Vol. 6 No. 3, 1998, pp. 94-106. FERRUZZI, M. A.; SIQUEIRA, E. S.; NETO, M. S. Terceirização de Serviços A Questão do Desemprego. Trabalho apresentado no XII SIMPEP Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de Novembro de 2005. FIGUEIREDO, M. G.; ALVAREZ, D.; PEREIRA, R. M. P.; SUAREZ, J. D. S. Primeirização, Contratão e SA 8000: Alternativas ao Processo de Intensificação da Terceirização no Setor de Exploração e Produção Offshore na Bacia de Campos. Trabalho apresentado no XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005. LANKFORD, W. M.; PARSA, F. Outsourcing: a primer. Management Decision 37/4 [1999] 310-316. LEITE, C. E.; TURRIONI, J. B. Qualidade em Serviços Públicos de Eletricidade Utilizados no Brasil. Trabalho apresentado no XXVII Encontro Nac. de Eng. de Produção – Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de out de 2007. MARCHALEK, C. R. L.; REBELATO, M. G.; RODRIGUES, I. C. Estudo sobre as diferenças de percepção dos fatores relacionais entre empresa e terceirizado. Trabalho publicado da Revista Produção, v. 17, n. 2, p. 286-301, Maio/Ago. 2007. MIOLA, C. A TERCEIRIZAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO. artigo publicado no site oficial do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul em 23/08/2000, HTTP://WWW.TCE.RS.GOV.BR/ARTIGOS/ PINOCHET, L. H. C.; ALBERTIN, A. L.; BATISTA, M. C.; RAUDELIUNAS, C. E. Análise do Processo de Prestação de Serviço Terceirizado em Soluções Tecnológicas de Segurança para Ambientes Físicos em Organizações “VIPS” na Cidade de São Paulo. XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil, 09 a 11 de Outubro de 2007. ROSES, L. K. Modelo de Sucesso na Terceirização da TI: Perspectiva da Satisfação no Relacionamento Cliente-Fornecedor. Trabalho apresentado no XXXI Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro/RJ, 22 a 26 de Setembro de 2007. SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia 11 TAVARES, V. E.; ECHTERNACHT, E. H. O. A Gestão do Risco na Terceirização de Atividades de Manutenção Mecânica: Um Estudo de Caso em uma Siderúrgica de Grande Porte. Trabalho apresentado no XII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 7 a 9 de Novembro de 2005. WATANABE, H. K.; BUIAR, D. R. Gestão eficaz da terceirização da manutenção: um estudo de caso da Copel. Trabalho apresentado no XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004. ZHU, Z.; HSU, K.; LILLIE, J. Outsourcing - a strategic move: the process and the ingredients for success. Management Decision, 39/5 [2001] 373-378. View publication statsView publication stats https://www.researchgate.net/publication/283852374
Compartilhar