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de ótica. d) Esta perspectiva teórica tem suas bases a partir do comportamento, o qual procura explicar os comportamentos adquiridos no decorrer do desenvolvimento do indivíduo, porém, tais teorizações tiveram suas bases nos anos 30 a partir do comportamento respondente, que seria o fundamento para as inter-relações entre o indivíduo e o ambiente. e) Para desenvolver suas concepções se basearam em estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, sendo o objetivo desta teoria estudar como os seres vivos percebem as coisas, dentre elas, objetos, imagens, sensações, dentre outras. UNIDADE 1TÓPICO 234 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O PSICOLOGIA SOCIAL 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 Neste tópico trabalharemos inicialmente acerca da Teoria das Representações Sociais, tal teoria foi alvo de estudos de dois dos mais renomados psicólogos do mundo, Serge Moscovici e Jean Piaget. Para eles, as representações sociais refletem a forma como os indivíduos pensam, interpretam e acreditam em determinada realidade. Dessa forma, as representações começam a surgir no momento em que o sujeito tem contato com a sociedade, ou seja, no momento de seu nascimento. Nessa fase, os mecanismos do conhecimento ainda são limitados, e somente terão um valor significativo a partir da inserção da criança em ambiente escolar. Isso está fundamentado na carga de estímulos a que ela será exposta, construindo dessa forma seus valores, crenças, as quais resultarão em seu caráter. Para tanto, faremos um pequeno resgate histórico da origem das Representações Sociais, destacando seu contexto, evidenciando a etimologia da expressão e, finalmente, revelando sua concepção conceitual. Em seguida, daremos enfoque ao individual, ao coletivo e à comunicação. Tal qual o primeiro capítulo, o segundo é fundamentado pelas reflexões de Serge Moscovici. Para ele, as condutas comportamentais têm origem nas Representações Sociais, as quais elaboram e compartilham o conhecimento (individual ou coletivo) socialmente em uma realidade comum. Assim, neste contexto, a comunicação se insere como ligações e conexões estabelecidas entre indivíduos ou grupos sociais. UNIDADE 1 2 SUJEITO SOCIAL E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS A Representação Social (RS) é uma temática amplamente discutida por Moscovici. O referido autor trabalha a Representação Social na perspectiva da psicanálise e da sociologia, objetivando compreender o processo de construção de teorias do senso comum por meio da difusão das teorias científicas. Para ele, as Representações Sociais são compreendidas como um campo de conhecimento específico, no qual são construídas as condutas comportamentais, estabelecendo, dessa forma, a comunicação entre os sujeitos de determinado grupo social, UNIDADE 1TÓPICO 336 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O que, por sua vez, é o produtor de interações interpessoais (MOSCOVICI, 1978). Para compreender a significação das RS precisamos contextualizar o seu surgimento. Tal teoria teve sua gênese na tese de doutoramento do psicólogo romeno Serge Moscovici em 1961. Apesar de ter sido validada no século XX, faz-se necessário remontarmos ao século XIX para dar significado à Teoria das RS. Esse período foi marcado por revoluções, talvez a mais conhecida seja a Revolução Industrial, que, embora tenha sido iniciada muito antes disso, foi consolidada em nível global somente neste período. Contudo, outras revoluções também ocorreram, e, a exemplo disso, podemos destacar os ideais revolucionários do movimento operário. A etimologia da palavra “representação” advém da forma latina repraesentare, a qual significa fazer presente. Tal fato fundamenta-se em alguém ou alguma coisa ausente, mesmo uma ideia, por intermédio da presença de um objeto (FALCON, 2000). Já Jovchelovitch (1998) afirma que a “representação” era sinônimo de “espelho do mundo”. Onde representar era reproduzir o social. Por muito tempo tal pensamento influenciou as ciências sociais e a psicologia, dando a ilusão da coincidência perfeita entre o psíquico (mental) e o mundo (concreto). Dessa forma, as condutas comportamentais originam-se a partir das Representações Sociais, as quais elaboram e compartilham o conhecimento socialmente em uma realidade comum. Essa realidade também é conhecida como senso comum, podendo ser representada por mitos ou crenças produzidos e compartilhados a um grupo social, possibilitando assim uma compreensão coletiva. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o conhecimento (senso) comum não significa ser menor ou menos importante do que outras formas de conhecimento. Suas significações vão além dessa compreensão reducionista, onde precisamos percebê-lo como um conhecimento genuíno, o qual, por sua característica de estar ao alcance da compreensão de todos os sujeitos envolvidos, tem o poder de efetivar as mudanças sociais (MOSCOVICI, 1978). FIGURA 22 - PSICÓLOGO ROMENO SERGE MOSCOVICI FONTE: Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Serge_ Moscovici>. Acesso em: jul. 2016. UNIDADE 1 TÓPICO 3 37 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O Podemos compreender as Representações Sociais como a linguagem do senso comum. De forma que se viabilize como um campo de conhecimento e de interação social. Assim, fazendo alusão à comunicação da vida cotidiana, as palavras são fundamentais. As palavras estão dotadas de ideologia, envolvidas por relações sociais em todas as áreas do conhecimento (MINAYO, 2007). Outros estudiosos também têm suas concepções acerca das Representações Sociais. A sua conceituação tem origem atrelada à teoria das Representações Coletivas de Durkheim, onde a sociedade tem poder coercitivo sobre as consciências dos sujeitos, prevalecendo o coletivo sobre o individual. Para Durkheim (2003, p. 5), “somos então vítimas de uma ilusão que nos faz crer que elaboramos, nós mesmos, o que se impôs a nós de fora”. Já Teixeira (1999) assevera que a posição de Durkheim reduz a autonomia dos sujeitos, tornando-os passivos diante das formas coletivas de pensar. Nos dois mundos, o da experiência individual, todos os comportamentos e todas as percepções são compreendidas como resultantes de processos íntimos, às vezes de natureza fisiológica. No outro mundo, o dos grupos, o das relações entre pessoas, tudo é explicado em função de interações, de estruturas, de trocas de poder. Esses dois pontos de vista são claramente errôneos, pelo simples motivo de que o conflito entre o individual e o coletivo não é somente do domínio da experiência de cada um, mas é igualmente realidade fundamental da vida social (MOSCOVICI, 1978). Jean Piaget corrobora da opinião de Moscovici, assumindo uma mesma postura epistemológica, onde o mundo da forma como o conhecemos é constituído por meio de nossas operações psicológicas. Dessa forma, a fim de compreender as representações sociais, faz- se necessário, primeiramente, entender os processos pelos quais tais representações são elaboradas e modificadas (OSTI; SILVEIRA; BRENELLI, 2013). FIGURA 23 - PSICÓLOGO FRANCÊS JEAN PIAGET FONTE: Disponível em: <https://br.pinterest.com/dihacst/piaget/>. Acesso em: jul. 2016. UNIDADE 1TÓPICO 338 P S I C O L O G I A D A C O M U N I C A Ç Ã O Apesar do marco das representações sociais estar em Durkheim, Moscovici (2004) afirma que isso se deu na ótica da sociologia e que, na concepção da Psicologia, a égide das representações está em Piaget. O francês foi o primeiro a abordar a temática ao investigar a representação de mundo da criança. Suas contribuições ficaram famosas, pois auxiliaram na compreensão do pensamento infantil, e hoje entendemos que a interação da criança com seus pares e as situações por ela vivenciadas permitem o desenvolvimento das representações (OSTI; SILVEIRA; BRENELLI, 2013). NO TA! � A teoria genética, ao descrever a conexão entre o cognitivo, o afetivo e o social na trajetória de desenvolvimento da criança, se aproxima