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GESTÃO DE PROJETOS ESCOLARES

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Prévia do material em texto

2018
GESTÃO DE PROJETOS 
ESCOLARES
Prof.ª Rosangela C. Machado Bertram
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Rosangela C. Machado Bertram
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B548g
Bertram, Rosangela C. Machado
Gestão de projetos escolares. / Rosangela C. Machado Bertram. –
Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 
200 p. : il.
ISBN 978-85-515-0243-3
1. Educação - Métodos experimentais. – Brasil. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
II. Centro Universitário Leonardo da Vinci
CDD 370
III
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico! Bem-vindo ao Livro de Estudos de Gestão de Projetos 
Escolares! Ele tem como objetivo principal, desenvolver conhecimentos 
básicos para a gestão de projetos escolares. 
Os conceitos trabalhados ao longo deste livro didático abordam um 
sistema de conceitos que objetivam contribuir para a melhoria do trabalho 
com projetos nas instituições escolares. O desenvolvimento de atividades 
baseadas em projetos é uma prática cada vez mais comum em todos os 
setores da atividade humana, como uma modalidade organizativa do tempo, 
no caso da escola, do tempo didático.
Na Unidade 1, conheceremos a pedagogia de projetos, sua forma de 
organizar os conhecimentos escolares, sua origem e concepções. A partir 
desse conhecimento, estudaremos sobre os precursores da Pedagogia 
Ativa e os autores contemporâneos compreendendo como eles abordam a 
metodologia de projetos. Outro aspecto interessante será o de compreender 
as concepções de ensino-aprendizagem a partir da pedagogia de projetos, 
relacionando teoria e prática e percebendo que os educadores se formam 
nessa relação de teoria e prática. Apresentaremos, também, os passos para a 
elaboração de projetos escolares, apontando caminhos para a realização de 
uma prática interdisciplinar e globalizada.
Na Unidade 2, apresentaremos as práticas de planejamento do 
sistema de ensino e de que forma o planejamento é um caminho para teorizar 
a prática. Outro aspecto que iremos estudar é a concepção de projetos inserida 
nos planejamentos que circundam a escola, caracterizando os fundamentos 
do trabalho com projetos e percebendo que todo projeto nasce das dúvidas 
que o grupo apresenta.
Na Unidade 3, veremos os diferentes modos de organização do 
processo de ensino-aprendizagem e a importância da originalidade e autoria 
dos projetos. Trataremos também das questões relacionadas às diferenças 
entre a pedagogia de projetos, a sequência didática e o tema gerador, 
caracterizando cada um deles. 
Para finalizar este estudo, nos propomos a apresentar algumas 
propostas de projetos e seus diferentes tipos, pois compreendemos que 
eles se diferenciam pelos objetivos que apresentam, pela organização e pela 
maneira como são conduzidos, refletindo acerca da avaliação nos processos 
que organizam o ensino de maneira globalizada.
Bons estudos! 
Professora Rosangela C. Machado Bertram
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 - A PEDAGOGIA DOS PROJETOS ...........................................................................1
TÓPICO 1 - PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES ..........3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 PEDAGOGIA DE PROJETOS ..........................................................................................................4
3 A PEDAGOGIA DE PROJETOS E AS NOVAS GERAÇÕES ....................................................5
4 ORIGEM DA PEDAGOGIA DE PROJETOS ................................................................................8
5 PRINCÍPIOS DA PEDAGOGIA ATIVA ........................................................................................10
6 CONCEPÇÕES DA METODOLOGIA DE PROJETOS E SEUS PRECURSORES ................14
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................21
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................22
TÓPICO 2 - CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM A PARTIR DA PEDAGOGIA 
DE PROJETOS ........................................................................................................................................25
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................25
2 OS PROJETOS ESCOLARES E O AUTORES CONTEMPORÂNEOS ...................................26
3 A TEORIA FUNDAMENTANDO A PRÁTICA NA PEDAGOGIA DE PROJETOS ............33
3 O PAPEL DO PROFESSOR NA PEDAGOGIA DE PROJETOS ...............................................38
4 O PAPEL DO ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO A PARTIR DA 
PEDAGOGIA DE PROJETOS .............................................................................................................41
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................43
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................44
TÓPICO 3 - A GLOBALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO NA PEDAGOGIA
DE PROJETOS ........................................................................................................................................47
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................47
2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTEGRADORAS ........................................................................47
3 OS PROJETOS E A GLOBALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ..............................................51
4 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS E SISTEMATIZAÇÃO
DOS CONCEITOS .................................................................................................................................54
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................59
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................63AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................64
UNIDADE 2 - PRINCÍPIOS DIDÁTICOS PARA ELABORAR E ORGANIZAR
UM PROJETO ESCOLAR ....................................................................................................................67
TÓPICO 1 - O PLANEJAMENTO NOS PROJETOS ESCOLARES .............................................69
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................69
2 AS PRÁTICAS DE PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR .......................................69
3 TIPOS DE PLANEJAMENTO ..........................................................................................................70
4 O PLANEJAMENTO DAS AULAS A PARTIR DA PEDAGOGIA DE PROJETOS ..............72
5 PRINCÍPIOS DIDÁTICOS DOS PROJETOS ESCOLARES ....................................................77
SUMÁRIO
VIII
6 O PROJETO ESCOLAR PASSO A PASSO ....................................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................84
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................85
TÓPICO 2 - APRENDER POR PROJETOS .......................................................................................87
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................87
2 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM ............................................................................................87
3 AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ..............................................................................................88
4 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES .............................................................................................90
5 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM A PARTIR DA PEDAGOGIA
DE PROJETOS ........................................................................................................................................98
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
TÓPICO 3 - A INTERDISCIPLINARIDADE NA PEDAGOGIA DE PROJETOS ....................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 VARIEDADE DE PROJETOS NO ESPAÇO ESCOLAR .............................................................110
3 O PROJETO NA SALA DE AULA ...................................................................................................113
3.1 PROJETOS INTERDISCIPLINARES ...........................................................................................113
4 OS PROJETOS E AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS ....................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................126
UNIDADE 3 - MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM .................................................................................................................................129
TÓPICO 1 - DIFERENTES MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM .................................................................................................................................131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 SEQUÊNCIA DIDÁTICA .................................................................................................................131
3 TEMA GERADOR ..............................................................................................................................136
4 ORIGINALIDADE E AUTORIA NOS PROJETOS ESCOLARES ............................................139
5 FORMAS DE REGISTRO DOS PROJETOS .................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................145
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................146
TÓPICO 2 - A AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM POR PROJETOS .149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 A AVALIAÇÃO NA PEDAGOGIA DE PROJETOS.....................................................................150
 3 CONCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO ...................................................................................................152
4 AVALIAÇÃO FORMATIVA ............................................................................................................154
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................161
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................167
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168
TÓPICO 3 - COMPARTILHANDO SABERES, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS ....................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 A IDENTIDADE DA PEDAGOGIA DE PROJETOS ..................................................................172
3 TIPOLOGIA DE PROJETOS ............................................................................................................174
4 DIFERENTES PROJETOS E NOVAS POSSIBILIDADES DE TRABALHO ..........................177
4.1 PROJETOS DE INTERVENÇÃO .................................................................................................177
IX
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................178
 4.2 PROJETOS DE PESQUISA .........................................................................................................181
 4.3 PROJETO DE DESENVOLVIMENTO ......................................................................................183
 4.4 PROJETOS DE ENSINO .............................................................................................................184
 4.5 PROJETOS DE TRABALHO .....................................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................190
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................191
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................193
X
1
UNIDADE 1
A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partirdesta unidade, você deverá ser capaz de:
• refletir acerca da pedagogia de projetos e sua forma de organizar os co-
nhecimentos escolares;
• compreender a pedagogia de projetos, sua origem e concepções;
• conhecer os precursores da Pedagogia Ativa e os autores contemporâneos 
e como eles abordam a metodologia de projetos;
• compreender as concepções de ensino-aprendizagem a partir da metodo-
logia de projetos;
• relacionar teoria e prática na metodologia de projetos;
• conhecer os passos para elaboração de projetos escolares;
• refletir acerca da globalização do conhecimento e da interdisciplinaridade.
Esta unidade de ensino contém três tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO 
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 
ESCOLARES
TÓPICO 2 – MUDANÇAS NA CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM 
A PARTIR DA PEDAGOGIA DE PROJETOS
TÓPICO 3 – A GLOBALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO NA PEDAGOGIA 
DE PROJETOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE 
TRABALHO PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS 
CONHECIMENTOS ESCOLARES
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Iniciaremos, nesse momento, uma nova caminhada. 
Alguns caminhos já foram traçados, porém juntos buscaremos observar os 
detalhes do percurso, criando possibilidades de trabalho em sala de aula. 
A metodologia de projetos é, sem dúvida, uma proposta que traz mudanças 
e beneficia os alunos e o professor, possibilitando que todos os envolvidos nos 
projetos se tornem pesquisadores e protagonistas de sua aprendizagem.
Leia e estude esta unidade com olhar crítico. Reflita! Discuta! Divirja! 
Faça desta leitura um dos meios possíveis para repensar sua forma de ensinar, de 
aprender e de construir as páginas da sua história como educador, do seu plano 
de vida dentro da escola em qualquer das etapas do ensino em que você atuar, 
tendo entusiasmo e a certeza de que aprendeu muito mais do que ensinou.
Nesta unidade trabalharemos questões relacionadas à perspectiva de 
trabalho pedagógico a partir da pedagogia de projetos.
Abordaremos a pedagogia de projetos, sua origem e a concepção que 
norteia o trabalho, compreendendo que existem inúmeras formas de conceber a 
metodologia de projetos. 
Algumas questões permearão as leituras, instigando o leitor a conceber 
que há princípios para que esta metodologia tenha êxito, como: 
Qual a relação do projeto desenvolvido com o conhecimento sistematizado 
pela humanidade? Como construir o planejamento com uma proposta que não 
tem um caminho sistemático, pronto? Estas e outras questões serão discutidas ao 
longo da leitura desta unidade.
Lembre-se de que você não encontrará respostas prontas e acabadas, 
apenas aprenderá a refletir sobre as perguntas, buscando a melhor resolução.
As discussões acerca da pedagogia de projetos, buscam semear em cada 
professor o desejo de mudança de paradigmas, de busca pela metodologia que 
mais se aproxima dos anseios desta geração e dos objetivos para uma educação 
de qualidade.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
4
Ao longo do Livro de Estudos você compreenderá os princípios da pedagogia 
de projetos, como utilizá-la em sua prática pedagógica e quais os passos a serem seguidos. 
Você verá que os projetos são a metodologia indicada para que a interdisciplinaridade se 
torne uma realidade, além de desenvolver a criatividade e perceber que todo professor pode 
tornar-se autor de projetos inéditos, basta utilizar a participação como princípio do trabalho 
pedagógico, desafiar-se enquanto educador e conhecedor de sua área de atuação.
ATENCAO
2 PEDAGOGIA DE PROJETOS
Em um mundo que vive em constantes mudanças devido à evolução 
tecnológica e às especializações em diferentes áreas do saber, a escola tem o 
desafio de acompanhar as mudanças e utilizar os conhecimentos diversos, 
contextualizados e globalizados. Por isso a proposta que inspira os Projetos 
de trabalho está vinculada à perspectiva do conhecimento globalizado 
(HERNÁNDEZ; VENTURA, 1998, p. 61).
Os projetos se configuram em uma perspectiva de trabalho pedagógico 
diferenciado para organizar os conhecimentos construídos pela humanidade e essa 
perspectiva está relacionada às mudanças que ocorrem na sociedade, em virtude 
da globalização da economia, da informatização dos meios de comunicação e da 
mudança de paradigmas, em relação aos valores morais. 
As mudanças mencionadas têm trazido uma série de reflexões sobre o 
papel da escola, e nesse contexto a pedagogia de projetos se coloca não como um 
método, mas como uma postura pedagógica, como uma escolha do educador.
Essa escolha requer estudo e tomada de decisão, pois reafirmando, não 
é uma técnica de ensino ou um método, mas uma postura pedagógica que 
busca ressignificar o espaço escolar, transformando-o em um lugar de múltiplas 
interações, em que o conhecimento é construído em estreita relação com o 
contexto, um processo global e complexo, de interação onde:
Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes 
diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados 
objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente 
pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação 
desencadeada (LEITE, 2000, p. 1).
Os projetos são uma maneira de organizar os conhecimentos sistematizados 
pela humanidade e garantir a participação ativa dos agentes educacionais, 
professores, alunos, pais e comunidade em geral. Essa metodologia se diferencia 
das metodologias tradicionais de ensino por apresentar um processo criativo e de 
transformação na postura do próprio professor.
5
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
Existem inúmeras formas de desenvolver os projetos, mas qual a margem 
de autonomia dos alunos? Qual a relação com o conhecimento? Estas e outras 
questões serão discutidas ao longo da leitura deste Livro de Estudo.
 
O que precisa ficar claro é que não é mais aceitável considerar essa 
prática como mais uma simples metodologia, entre tantas adotadas nas escolas 
brasileiras, porque ela se destaca entre as perspectivas que mais identificam 
às representações que definem os diferentes aspectos da nossa realidade. É 
uma concepção de ensino-aprendizagem que permite a construção coletiva do 
conhecimento.
3 A PEDAGOGIA DE PROJETOS E AS NOVAS GERAÇÕES
Adotar uma metodologia diferenciada, como é a pedagogia de projetos, 
não é um modismo, mas uma necessidade diante de uma sociedade tecnológica 
e de uma geração que implora por desafios, que não consegue ficar estática 
recebendo ordens, cumprindo requisitos e participando de um processo que 
segue um caminho percorrido há muitos anos, de forma passiva.
As novas gerações nasceram no auge da tecnologia e do mundo virtual. 
Para elas é impossível imaginar a vida sem internet, telefones celulares, 
computadores, iPods, videogames, televisores etc.
FIGURA 1- NOVAS GERAÇÕES
FONTE: <http://tecnologia.culturamix.com/dicas/dicas-de-seguranca-digital-para-
criancas-e-adolescentes>. Acesso em: 31 out. 2018.
As crianças e adolescentes estão acostumados a obter muitas informações 
em tempo real. A rapidez é a maneira com que estão acostumados a viver. É uma 
geração silenciosa, escutam muito e falam pouco, são egocêntricos e seletivos.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
6
Diante dessas características é preciso pensar uma metodologia que 
mostre diferentes caminhos, que os ajude a integrar-se ao mundo, para que sejam 
sujeitos ativos na sociedade, que saiam do mundo irreal para o mundo real. Pense 
nestas questões: Quais são as perguntas e respostas desta geração? Quais seus 
sonhos? Como veem a escola e sua metodologia? 
Pararefletir sobre o caminho que você tem trilhado como professor e construtor 
de conhecimento.
O CAMINHO DO BEZERRO
Um dia, através da floresta virgem, um bezerro emigrou para o seu curral distante, a exemplo 
dos bons bezerros.
Mas fez uma picada sinuosa, corcoveada, a exemplo de todos os bezerros.
Trezentos anos escoaram-se desde então, e deduzo que o bezerro esteja morto.
Mas atrás de si ele deixou seu rasto, e nisto se estriba a moral de meu conto.
Seu rasto foi seguido, no dia seguinte, por um cão vagabundo, que percorreu a mesma trilha.
E depois, um prudente carneiro-guia seguiu-o por vales e montes.
E, após si, conduziu todo o rebanho, a exemplo também de todos os bons guias.
E desde esse dia, por sobre outeiros e planícies, foi-se abrindo um caminho através daquela 
vetusta floresta.
Muitos homens molestavam-se por dentro e por fora, esquivam-se, voltavam e perambulavam.
E proferiram palavras de justa indignação, por causa de tão sinuoso caminho.
Mas, ainda assim, continuavam repetindo – não se ria! – a primeira emigração do bezerro.
E por este caminho, sáfaro e encaracolado, eles andavam lentos, cambaleantes e trôpegos...
O caminho da floresta tornou-se uma alameda, que se encurva, dobra e redobra.
A tortuosa alameda transformou-se numa estrada, onde muitos pobres cavalos, arqueados sob 
pesadas cargas, troteavam penando ao sol ardente e andavam três milhas para avançar uma.
E, assim, durante um século e meio, todos seguiram as pegadas do bezerro.
Os anos passaram em célere voo, e a estrada converteu-se numa viela de aldeia.
E sem que os homens o percebessem, a viela metamorfoseou numa movimentada via pública 
de cidade.
E, logo se erigiu em rua central de uma famosa metrópole.
E durante dois séculos e meio têm os seres humanos se submetido às pegadas do bezerro.
Dia a dia, centenas de milhares de homens repetem o mesmo ziguezague do bezerro.
E por esta corcoveada trajetória, desde então, deu-se o tráfego de um continente.
Centenas de milhares de homens serão orientados por um bezerro morto há quase três séculos.
E ainda seguem seu saracoteado trajeto, e em cada dia perdem uma centena de anos.
Pois tal e tanta é a reverência que tributam a um precedente estabelecido.
Uma lição de moral isto poderia ensinar, fosse eu um pregador ordenado, pois os homens se 
inclinam a seguir cegamente o caminho do bezerro imaginado.
E trabalham a morrer, de sol a sol, no afã de imitar o que os outros fizeram.
Só palmilham pista já batida. E oscilando para dentro e para fora, para diante e para trás.
Seu tortuoso curso segue sempre, para conservar o trajeto iniciado por outros.
Fazem do caminho uma rota sagrada, pela qual se movimentam durante toda a vida.
E como deles riem os antigos deuses da floresta, que testemunharam o andar incerto do 
bezerro!
Ah! Quantas coisas poderia esta história ensinar... mas não fui ordenado pregador.
Autor: Sam Walter Foss
FONTE:<http://almanaquenilomoraes.blogspot.com/2014/04/o-caminho-do-bezerro.html>. 
Acesso em: 1º jul. 2018.
IMPORTANT
E
7
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
Nós, seres humanos, naturalmente estamos habituados a seguir pelo 
mesmo caminho, mas na educação precisamos estar cientes que lidamos todos 
os dias com diferentes sujeitos, com formas diferenciadas de aprendizagem onde 
cada um possui um ritmo diferente e como conciliar todo esse contexto? Como é 
possível na área da educação caminhar sempre pelos mesmos caminhos, sabendo 
que temos a companhia de diferentes caminhantes?
Muitas vezes temos que decidir caminhar para uma direção contrária, 
fazendo a diferença e descobrindo novas maneiras de ensinar e aprender. Observe 
a imagem e refl ita acerca da insegurança que os diferentes caminhos nos trazem, 
apesar de saber que desafi ar-se é necessário. 
FIGURA 2 - CAMINHOS
FONTE: <http://gestaodavidabr.blogspot.com/2017/03/qual-caminho-seguir-apos-o-
ensino-medio.html>. Acesso em: julho de 2018.
Para continuar refl etindo, pense nas novas gerações e nos diferentes 
caminhos que você pode mostrar a elas. 
Observe a charge a seguir: 
FIGURA 3 - RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO
FONTE:<http://fernandoloppes.blogspot.com/2011/06/matematica-do-futuro.html>. 
Acesso em: 1º de julho de 2018.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
8
Ao observar a charge pode-se perceber que o professor precisa atentar-se 
para as características das novas gerações e adotar metodologias que favoreçam 
as interações e possibilitem a utilização correta dos recursos tecnológicos, porque 
estas gerações nos oferecem a possibilidade de compreendermos o futuro 
midiático que nos espera, porém é preciso também atentar-se para as fragilidades 
que apresentam em termos comportamentais, pois a tendência é que sejam cada 
vez mais imediatistas e individualistas.
A pedagogia de projetos é uma possibilidade de estabelecer vínculos com 
estas novas gerações, porque pode transformar o professor que dava aulas em 
um pesquisador que transcende os conteúdos sistematizados e avança para uma 
prática que considera os saberes dos alunos, inclusive utilizando as mídias para 
tornar suas práticas mais significativas. Segundo Hernández e Ventura (1998, p. 
14),
[...] os projetos não podem ser aplicados de maneira generalizada e 
seguindo um ímpeto inovador sem desvirtuá-los. Não porque exijam 
um complexo acúmulo de saberes, mas sim porque requerem uma 
vontade de mudança na maneira de fazer do professor e um assumir 
o risco que implica adotar uma inovação que traz consigo, sobretudo, 
uma mudança de atitude profissional. 
A partir da concepção de que é preciso estabelecer vínculos com as novas 
gerações, o compromisso dos professores é desenvolver a escuta e a observação, 
dos alunos,
[...] tomando como ponto de partida para o planejamento seus 
entendimentos e interesses, respeitar a estrutura de tempo de cada 
um, promovendo uma variedade de atividades e de “escolhas” de 
aprendizagem, acompanhar os alunos em processos contínuos, 
interpretando suas estratégias de raciocínio e as percepções que 
constroem, para desenvolver propostas pedagógicas adequadas as 
suas possibilidades cognitivas. (ZEN, 2001, p.5)
4 ORIGEM DA PEDAGOGIA DE PROJETOS
Os projetos são uma maneira de investigar as dúvidas e levar os alunos 
a compreenderem que podem envolver outras pessoas na busca de informações, 
considerando que não aprendemos somente na escola, e que aprender é um ato 
contínuo. “Um projeto é, em verdade, uma pesquisa ou uma investigação, mas 
desenvolvida em profundidade sobre um tema ou um tópico que se acredita 
interessante conhecer” (ANTUNES, 2001, p. 15).
A palavra projeto está presente em diferentes contextos e com múltiplos 
sentidos. Sua origem vem do termo em latim projectum, que significa “algo 
lançado à frente”. 
9
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
Em todas as áreas que o ser humano está inserido, a palavra projeto 
está presente. Todas as pessoas possuem seu projeto de vida, participam de 
instituições que possuem seus projetos, estão ligadas a projetos sociais, definem 
projetos familiares etc.
Para Zen (2001, p. 5), “o tema Pedagogia de Projetos insere-se nas 
discussões atuais sobre a construção de uma escola onde os alunos e as alunas 
sejam, sobretudo, protagonistas de sua aprendizagem”. A partir dessa concepção, 
do aluno como protagonista, o professor tem o desafio de escutar os alunos, 
considerar seus questionamentos, suas opiniões e interesses como ponto de 
partida para a elaboração do planejamento.
Na perspectiva da pedagogia de projetos, o aluno participa do planejamento, 
pois ele é realizado de forma coletiva e parte das questões levantadas pelo grupo. 
Vamos aprofundar o nosso conhecimento acerca da pedagogia de projetos na 
área educacional, comintuito de compreender a lógica do trabalho a partir desta 
perspectiva. A Pedagogia de Projetos, surgiu no início do século XX com John Dewey, 
um filósofo norte-americano e um dos representantes da “Pedagogia Ativa”.
FIGURA 4 - DEWEY
FONTE:<https://la.wikipedia.org/wiki/Ioannes_Dewey>. Acesso em: 1 julho de 2018.
Dewey nasceu na cidade de Burlington, Vermont, nos Estados Unidos, em 1859. Após 
concluir a sua graduação na Universidade de Vermont em 1879, ensinou latim, álgebra 
e ciência durante dois anos na escola secundária de Oil City na Pennsylvania, e posteriormente, 
por um curto período, foi o único professor numa escola rural próxima de Burlington. Depois de 
concluída a sua tese de doutoramento em 1884 sobre a psicologia de Emmanuel Kant, Dewey 
assegurou uma posição como docente em filosofia e psicologia na Universidade de Michigan. 
Em 1894 a Universidade de Chicago oferece a Dewey a presidência de um departamento 
que combinava as áreas da filosofia, psicologia e pedagogia. [...] Durante o período em que se 
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
10
encontrava na Universidade de Chicago, Dewey fundou uma escola-laboratório de nível básico 
para ajudar a avaliar, modificar e desenvolver as suas ideias psicológicas e educativas. Em 1930, 
foi nomeado Professor Emeritus de filosofia na Universidade Columbia, uma posição que 
manteve até completar os seus oitenta anos em 1939. Dewey criticou severamente as escolas 
públicas por silenciarem e ignorarem os interesses e as experiências dos[as] alunos[as]. Em vez 
de culpar os estudantes pela sua passividade, Dewey centralizou a sua atenção diretamente na 
pedagogia das escolas. No entanto, é muito importante salientar também que Dewey discordou 
abertamente dos defensores mais extremistas da visão progressista centrada na criança. Deixou 
bem claro que o papel crucial deveria ser desempenhado pelos[as] professores[as], ajudando 
a associar os interesses dos alunos de modo a assegurar o desenvolvimento intelectual com 
as experiências educativas (em vez de serem aquilo que ele pensava serem as experiências 
não educativas e deseducativas). Dewey defendeu que a escola deveria assumir um papel 
participativo na transformação para uma melhor ordem social. [...] A sala de aula deveria abarcar 
uma espécie de vida comunitária democrática, preocupada com a dignidade humana e com a 
inteligência cientifica que era pensada fora da escola.
FONTE: APPLE, Michael e TEITELBAUM, Kenneth. Clássicos John Dewey. Currículo sem 
Fronteiras, v.1, n.2, pp. 194-201, Jul/Dez 2001. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.
org/classicos/teiapple.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2018.
Dewey contribuiu significativamente para inovações nas práticas 
pedagógicas, porque para ele as escolas com laboratórios, lojas, jardins e com 
espaço para dramatizações, jogos e desporto, dariam oportunidades para a 
reprodução de situações da vida cotidiana, contribuindo para a aplicação de 
informações e ideias que não formam ilhas isoladas, mas redes de informação e 
dão sentido para a ação, construindo uma Pedagogia Ativa (MACHADO, 2013).
5 PRINCÍPIOS DA PEDAGOGIA ATIVA
O princípio da Pedagogia Ativa era que o aluno deveria ter inciativa, 
originalidade e agir de forma cooperativa. Esse também era o pensamento da 
corrente de educação liberal norte-americana. 
Além de filósofo, Dewey foi professor e segundo Machado (2013, p. 1)
Além de teorizar em educação, filosofia e psicologia, Dewey também 
era conhecido publicamente por posicionar-se como analista de 
temas contemporâneos. Contribuía com revistas populares como The 
New Republic e Nation e tomava partido em causas com as quais se 
identificava, como foram os casos da luta pelo voto feminino ou seus 
esforços em favor da criação de sindicatos para professores.
O pensamento liberal norte-americano influenciou vários países, inclusive 
o Brasil e isso ocorreu durante o movimento da Escola Nova, que surgiu no fim 
do século XIX e ganhou força na primeira metade do século XX e tinha o objetivo 
de renovar a educação. 
A metodologia ativa, que foi discutida e refletida no movimento 
escolanovista, estabeleceu o ensino como um processo ativo, em que o professor 
11
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
não era mais o único protagonista e a atividade do aluno é que gerava a 
aprendizagem, pois ele era o centro do processo de ensino-aprendizagem. 
O pedagogo estadunidense Kilpatrick, discípulo de Dewey, também 
contribuiu com a metodologia de projetos. Para ele os projetos deveriam 
surgir a partir de problemas reais em que os próprios alunos eram autores do 
conhecimento.
 
Para Kilpatrick, a participação dos alunos levaria a um alto grau de 
mobilização e aprendizagem significativa, pois “o prazer da pesquisa e da 
responsabilidade de escolha é necessário, se se quiser obter melhor resultado no 
ensino” (KILPATRICK apud VASCONCELLOS, 1999).
Nos escritos de Dewey, encontramos uma frase que nos faz refletir acerca 
do que é a educação. Para ele, “a educação é um processo de vida e não uma 
preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente, tão 
real e vital para o aluno como o que ele vive em casa, no bairro ou no pátio” 
(MACHADO apud DEWEY, 2018, p. 1).
A partir da leitura desta frase, é preciso pensar quais são os nossos pontos 
de ancoragem em relação ao mundo que nos rodeia, como concebemos a escola e 
qual a metodologia que se enquadra com nossas representações, pois são elas que 
nos guiam na forma de nomear e definir os aspectos da realidade.
Faça um exercício de reflexão acerca desta frase “a educação é um processo 
de vida e não uma preparação para a vida futura”.
autoativida
de
Como você encara a vida escolar? Pensa sempre no futuro ou vive cada momento 
como se fosse único? Observe a tirinha a seguir e tente escrever como se sentiu 
ou se sente enquanto aluno:
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FONTE:<https://jubasmilk.wordpress.com/2011/01/14/escola-da-vida/>. Acesso em: 1 nov. 2018.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
12
As representações são produtos da interação e da comunicação e “elas 
se tomam sua forma e configuração específicas a qualquer momento, como uma 
consequência do equilíbrio específico desses processos de influência social” 
(MOSCOVICI, 2007, p.21). 
As representações são um conjunto de valores, ideias e práticas que 
permitem com que as pessoas se orientem em seu mundo material e social e que 
consigam se comunicar com as pessoas de determinada comunidade. 
A comunicação é um dos fatores que precisa estar no alvo do trabalho 
pedagógico, pois é a partir dela que nos ligamos a outros ou nos distanciamos 
deles. As representações possuem uma dimensão social fundamental, elas são 
o produto e o processo das atividades mentais. Ao identificarmos e estudarmos 
as representações sociais, estudamos o ser humano. As representações situam o 
indivíduo no mundo e definem sua identidade social, constituem o indivíduo, 
explicam as formas de pensar e agir expressos através de palavras e gestos.
Se pensamos em formar alunos participativos e pensantes, precisamos 
abrir espaço na escola para que efetivamente isso aconteça, pois eles não 
são “receptores passivos, pensam por si mesmos, produzem e comunicam 
incessantemente suas próprias e específicas representações e soluções às questões 
que se colocam” (MOSCOVICI, 2007, p. 45).
Aprender é um processo para a vida toda e acontece em todos os 
espaços que frequentamos. Somos influenciados pelas representações sociais 
que construímos coletivamente e estamosconstantemente nos adaptando às 
mudanças que ocorrem.
Como educadores, precisamos conhecer e refletir acerca da origem das 
metodologias utilizadas na escola, pois é por meio delas que possibilitamos ao 
aluno construir o seu conhecimento e porque nós também, enquanto educadores, 
construímos o nosso conhecimento, tornando os alunos e nós mesmos autores do 
conhecimento.
Retomando a origem da metodologia de projetos, podemos concluir 
que no movimento escolanovista, Dewey teve destaque e sua contribuição foi 
significativa para as práticas pedagógicas. 
Muitos ideários deste movimento estão presentes nas escolas e nossa 
função é compreender e repensar o fazer pedagógico, compreendendo os 
princípios que regem esse fazer.
Faça uma leitura da imagem a seguir e observe o comportamento e a 
expressão dos personagens. Relate algum fato ilustrativo que aconteceu com 
você, seja como professor ou como aluno:
13
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
autoativida
de
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
FONTE: <http://renata-libras.blogspot.com/2013/12/historia-da-educacao-especial-
no-brasil_12.h tml>. Acesso em: 1 nov. 2018.
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A escola defendida pelo movimento escolanovista, valorizava o trabalho 
em grupo e o diálogo. As salas de aula deveriam possibilitar as interações e colocar 
à disposição os materiais necessários para o desenvolvimento de pesquisas, 
experiências e vivências.
A partir das reflexões anteriores, vamos estudar as diferentes concepções 
que existem acerca da metodologia de projetos.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
14
UNI
Que tal assistir aos vídeos sobre a PEDAGOGIA ATIVA? Acesse o link: <https://
www.youtube.com/watch?v=lgD_G0_5EYE>. Acesso em: 1 nov. 2018.
6 CONCEPÇÕES DA METODOLOGIA DE PROJETOS E SEUS 
PRECURSORES
Vamos iniciar as leituras acerca das tendências educacionais para localizar 
o período que marca a metodologia de projetos. Conforme foi mencionado 
anteriormente, foi no período da Escola Nova que surgiu a metodologia de 
projetos. 
A Escola Nova ou Escola Ativa, foi um movimento de renovação do ensino 
que surgiu na Europa e se propagou na América do Norte. No Brasil, o movimento 
ganhou impulso após a divulgação do Manifesto dos Pioneiros. Em 1930, no 
Brasil, Anísio Teixeira resgatou os ideais na Escola Nova, com o movimento 
“ensino para todos”, adequando à situação da escola pública brasileira.
O Manifesto dos Pioneiros (1932) foi um dos grandes momentos da 
educação no Brasil. Caracterizava-se pela insistente defesa da escola pública, 
como um demonstrativo de que a sociedade brasileira vivenciava profundas 
mudanças, constituindo-se numa sociedade mais moderna. O Manifesto pode ser 
considerado uma das tentativas de planejar a educação e desconstruir as práticas 
pedagógicas tradicionais e elitistas. 
15
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
Na voz dos pioneiros da Educação Nova havia surgido o Manifesto de 
1932, em que muitos daqueles pioneiros continuavam pedindo uma renovação 
educacional e permaneceram nessa luta pelas décadas que se seguiram. 
Para Saviani (2003), os ideais da Escola Nova aprimoraram o ensino das 
elites e rebaixaram as classes populares, porém pode ser considerado o mais forte 
movimento renovador da educação brasileira. 
Observe o quadro que segue e perceba que a tendência progressista, 
em que John Dewey é um dos representantes mais significativos, e a tendência 
renovada não-diretiva, inspirada por Carl Rogers, um psicólogo norte-
americano que desenvolveu a Psicologia Humanista, estão relacionadas com os 
fundamentos da Escola Nova ou Escola Ativa que tinha como princípio norteador 
que os conhecimentos obtidos pela ciência e acumulados pela humanidade não 
precisariam ser transmitidos aos alunos, pois a partir das pesquisas os alunos 
descobririam os conteúdos e a aprendizagem se daria pela descoberta, com 
momentos de experimentação e construção do conhecimento.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
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17
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
É importante salientar que as tendências que predominaram em 
determinado período, não deixam de existir no aparecimento de outra tendência 
e que esses princípios são perceptíveis na prática pedagógica dos professores em 
diferentes épocas, podemos citar como exemplo o ensino tradicional que está 
presente na prática docente até os dias atuais. 
No caso da metodologia de projetos proposta por Dewey no início do 
século XX, apesar das mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais etc, 
ainda mantém a proposta do precursor de que “o grande ganho em termos de 
aprendizagem está justamente no fato do projeto nascer da participação ativa dos 
alunos, o que implicará em alto grau de mobilização, aumentando em muito a 
probabilidade de uma aprendizagem significativa[...]” (VASCONCELOS, 1999, 
p. 151).
Como já vimos no início do tópico, a metodologia de projetos é antiga, 
nasceu e se desenvolveu nos Estados Unidos e um de seus precursores mais 
conhecidos, foram John Dewey e William Heard Kilpatrick, discípulo de Dewey. 
Kilpatrick foi o primeiro a propor o trabalho de sala de aula com uso de projetos.
Em escolas equipadas com laboratórios, lojas e jardins, que livremente 
introduzem dramatizações, jogos e desporto, existem oportunidades 
para reproduzir situações da vida, e para adquirir e aplicar informação 
e ideias num progressivo impulso de experiências continuadas. As 
ideias não são segregadas, não formam ilhas isoladas. Animam e 
enriquecem o decurso normal da vida. Informação é vitalizada pela 
sua função; pelo lugar que ocupa na linha de ação (MACHADO apud 
DEWEY, 2013, p. 3).
John Dewey, juntamente com Jean Ovide Decroly e Célestien Freinet 
são os precursores da Pedagogia Ativa e consequentemente de propostas como 
a metodologia de projetos que propõe a participação ativa das crianças na 
construção do conhecimento.
Eles viveram em uma época em que a metodologia tradicional prevalecia e 
inconformados com as práticas tradicionais, sugeriram metodologias inovadoras. 
A organização escolar tinha o professor como detentordo conhecimento e os 
alunos eram passivos. A repetição e a memorização eram a base do trabalho 
pedagógico.
 
O modelo escolanovista veio para modificar a postura dos professores e 
a condição dos alunos. Os professores que aderiram aos ideais escolanovistas, 
passaram a trabalhar na elaboração de projetos de trabalho em que as crianças 
experimentavam, aprendiam a partir do concreto para o abstrato e todos os 
sentidos eram aguçados. 
O foco do trabalho pedagógico era a aprendizagem e não o ensino. 
O professor mediava a construção do conhecimento por meio das pesquisas e 
organizava suas aulas propondo desafios e sistematizando as descobertas feitas 
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
18
pelas crianças. Cada precursor tinha uma concepção diferenciada, mas os ideais 
eram os mesmos, tornar a escola acessível a todos e com métodos ativos.
Jean Ovide Decroly nasceu na Bélgica, em 1871. Ele acreditava que a escola 
poderia ser um meio de assegurar a participação. Dedicou-se às crianças com 
problemas de aprendizagem. Ele propôs o trabalho pedagógico, a partir de “aula 
oficina”, com atividades de caça, colheita, artesanato, jogos, criação artística, 
entre outros. Para ele os alunos deveriam ajudar na gestão da escola e todo ensino 
deveria ser por meio da experimentação” (FERRARI, 2008).
FIGURA 5 - DECROLY
FONTE:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Ovide_Decroly>. Acesso em: 1 nov. 2018.
Decroly dedicou-se apaixonadamente a experimentar uma escola 
centrada no aluno, e não no professor, e que preparasse as crianças 
para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas 
conhecimentos destinados à sua formação profissional. Decroly foi um 
dos precursores dos métodos ativos, fundamentados na possibilidade 
de o aluno conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a 
aprender. (FERRARI, 2008, [s.p.])
John Dewey nasceu nos Estados Unidos, em 1859. Ele acreditava que o 
objetivo da educação era o desenvolvimento de uma comunidade democrática. 
Para ele a escola é vida e não preparação para a vida e sua preocupação era com 
a formação social dos alunos. Dewey acreditava que a educação é um processo 
ativo (PEREIRA, 2009). Segundo Pereira, 
[...] o conhecimento se torna significativo quando é adquirido 
através da vivência. Pois, tanto professores como alunos possuem 
experiências próprias e que devem ser aproveitadas no cotidiano 
escolar. Dessa maneira além dos conteúdos formais o aluno teria a 
disposição algo concreto para apreender. E através das experiências 
compartilhadas no ambiente escolar, a aprendizagem e a produção do 
conhecimento seriam coletivas. Pois quando se vivencia e experimenta 
a aprendizagem se torna educativa e um ato de constante reconstrução 
(PEREIRA, 2009, p. 158).
19
TÓPICO 1 |PROJETOS ESCOLARES: UMA PERSPECTIVA DE TRABALHO
PEDAGÓGICO PARA A ORGANIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ESCOLARES
FIGURA 6 - FREINET
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lestin_Freinet>. Acesso em: 1 nov. 2018.
Célestin Freinet nasceu em 1896, na França. Criou a imprensa dentro 
da escola. Fundou, juntamente com sua esposa Elise Freinet, uma escola livre 
e experimental. Buscou modernizar a escola modificando seus materiais e 
melhorando suas técnicas. Ele defendia uma escola baseada na vida dos alunos 
e dessa forma cada escola seria diferente, pois teria suas particularidades. 
Considerava que todas as escolas eram iguais e não se tornavam interessantes 
para os alunos, pois:
As aulas tradicionais centradas em regulamentos uniformes e numa 
prática escolar ditada pelo meio escolar e pela tradição, parecem-se 
todas, na disposição dos bancos, na presença da cadeira do professor, 
na conservação dos cadernos, na prática e conteúdo das obrigações 
e das lições, previstas antecipadamente pelos programas, pelas 
circulares e pelos manuais escolares que as complicam e agravam 
(FREINET,1976, p. 49).
Esses autores, que podem ser chamados de precurssores em propostas 
de trabalho que se enquandram na Pedagogia Ativa, não colocam o professor 
como o único protagonista e nem o detentor do conhecimento. Para eles os 
alunos deveriam observar, experimentar e aprender com o meio em que estavam 
inseridos e o professor atuar como o organizador do processo e mediador no 
trabalho de pesquisa e investigação. Eles valorizavam as vivências cotidianas e 
o ambiente democrático no qual os alunos podiam participar e contribuir para a 
formação de uma sociedade democrática.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
20
autoativida
de
Agora que você conheceu os precursores e percebeu que cada precursor tinha 
uma concepção diferenciada, porém com o mesmo ideal de “tornar a escola acessível a 
todos e com métodos ativos”, escreva a concepção de cada um:
DEWEY
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
DECROLY
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
FREINET
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Resumindo as considerações acerca dos precursores da Pedagogia Ativa, 
podemos concluir que os três autores receberam destaque na história da educação 
pelos ideais que embasavam suas práticas e por sugerirem o trabalho com projetos 
como uma possibilidade de construção de uma proposta pedagógica participativa. 
Eles criticavam a escola tradicional e davam importância fundamental para 
a experiência do aluno e para a relação entre o que se aprende na escola e na 
vida. Consideravam que as vivências cotidianas deveriam ser valorizadas, pois 
eram imprescindíveis, e viam a escola como uma comunidade, por isso era 
preciso um ambiente democrático, na qual os alunos participassem ativamente e 
contribuíssem para a formação de uma sociedade mais democrática e igualitária. 
No próximo tópico, vamos conhecer como a Pedagogia de Projetos, que 
se originou na Pedagogia Ativa, está presente nas práticas escolares e quais seus 
autores contemporâneos. Até lá!
21
 Neste tópico, você aprendeu que:
• Os projetos se configuram em uma perspectiva de trabalho pedagógica 
diferenciada para organizar os conhecimentos construídos pela humanidade.
• A Pedagogia de Projetos surgiu no início do século XX com John Dewey, um 
filósofo norte-americano representante da “Pedagogia Ativa”.
• Na Pedagogia de Projetos os conhecimentos da realidade dos alunos são 
conectados aos conhecimentos científicos e por isso o professor tem que atuar 
como um mediador do processo, estimulando a aprendizagem, pois professor 
e alunos são autores dos projetos. 
• O conhecimento é global e não pode ser tratado de maneira separada. A soma 
dos saberes coletivos gera um aprendizado significativo e possibilita uma visão 
ampliada do processo de ensino-aprendizagem.
RESUMO DO TÓPICO 1
22
1 A pedagogia de projetos não é um método, mas uma postura pedagógica, 
uma escolha do educador. É, também, uma concepção de ensino-aprendizagem 
que permite a construção coletiva do conhecimento. Analise os itens a seguir e 
assinale V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) Na pedagogia de projetos o aluno é protagonista e o professor tem o 
desafio de considerar seus questionamentos, suas opiniões e interesses como 
ponto de partida para a elaboração do planejamento.
b) ( ) Na pedagogia de projetos o planejamento deve ser realizado 
coletivamente.c) ( ) A palavra projeto vem do termo em latim projectum.
d) ( ) Na pedagogia de projetos o professor é o único autor do projeto. 
2 Jonh Dewey, filósofo norte-americano que influenciou o movimento 
escolanovista brasileiro, concebia a educação como uma necessidade social. 
Para ele, as pessoas deviam buscar aperfeiçoamento para que houvesse 
prosseguimento social. Assinale a alternativa que retrata alguns princípios 
deste movimento:
a) ( ) Valorização do trabalho em grupo, do diálogo, das interações, das 
pesquisas e dos experimentos.
b) ( ) Memorização dos conteúdos e desenvolvimento motor.
c) ( ) Práticas artísticas, valorização dos conteúdos construídos pela 
humanidade e aplicação de testes de aptidão.
d) ( ) Construção do conhecimento realizado a partir dos manuais pedagógicos 
e livros didáticos.
3 A educação brasileira sofreu a influência de diferentes tendências. Na tendência 
progressista, em que Jonh Dewwy é um dos representantes mais significativos 
da tendência Liberal Renovada Progressista, a construção do conhecimento se 
dava de maneira diferenciada. Sobre os princípios desta tendência, avalie como 
eram estabelecidos os conteúdos, analisando as sentenças a seguir:
I- Os conteúdos eram listados a partir dos programas estabelecidos pelo sistema 
educacional.
II- Os professores estabeleciam os conteúdos de acordo com o nível intelectual 
da turma e eles eram informações ordenadas numa sequência lógica.
III- Os conteúdos eram estabelecidos a partir das experiências vividas pelos 
alunos frente às situações problema.
IV- Os conteúdos eram globalizados, integrando os conhecimentos escolares.
É correto apenas o que se afirma em:
AUTOATIVIDADE
23
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) III e IV.
d) ( ) II e IV.
4 (ENADE, PEDAGOGIA, 2014)
A proposta que inspira os Projetos de trabalho está vinculada à perspectiva 
do conhecimento globalizado e relacional. Essa modalidade de articulação dos 
conhecimentos escolares é uma forma de organizar a atividade de ensino e 
aprendizagem que implica considerar que tais conhecimentos não se ordenam 
para sua compreensão de uma forma rígida, nem em função de algumas 
referências disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização dos 
alunos. A função do projeto favorece a criação de estratégias de organização 
dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento da informação e à 
relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que 
facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos e a transformação da 
informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento 
próprio. Considerando essa perspectiva de pedagogia de projetos, analise as 
sentenças a seguir:
FONTE: HERNANDEZ. F.; VENTURA, M. A Organização do Currículo por Projetos de trabalho. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1988 (adaptado).
I- Essa modalidade foi criada com o intuito de organizar práticas pedagógicas.
II- No desenvolvimento da pedagogia de projetos, deve-se verificar que 
componentes curriculares são adequados para aliar teoria e prática.
III- O estudante é o sujeito central do processo de ensino-aprendizagem e suas 
hipóteses e experimentos devem ser considerados nesse processo.
IV- A etapa mais importante da pedagogia de projetos é a de levantamento de 
dúvidas e definição dos objetivos da aprendizagem.
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e IV. 
c) ( ) III e IV.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) I, III e IV.
24
25
TÓPICO 2
CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM A PARTIR DA 
PEDAGOGIA DE PROJETOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, acadêmico, vamos refletir acerca da pedagogia de projetos 
e seus autores contemporâneos, com a intenção de semear em cada professor 
o desejo de mudança de paradigmas, de busca pela metodologia que mais se 
aproxima dos anseios da geração que está à sua frente e que ele, como educador, 
tem o desafio de contagiar para que a educação traga contribuições significativas 
para a vida de cada aluno munido de esperança para construir uma sociedade 
mais participativa.
O conhecimento e a experiência que o professor possui são importantes, 
mas é a metodologia que vai determinar o caminho a ser trilhado no projeto e de 
que modo a aprendizagem vai acontecer.
Metodologia é a forma de conduzir o processo didático, às experiências e 
como será conduzido o planejamento. Se a escolha for por uma concepção dialética, 
a pedagogia de projetos irá bem ao encontro, pois parte da problematização para 
desenvolver todo processo de construção do conhecimento.
De acordo com Vasconcellos (1999, p. 147), 
Consideremos que nossa referência seja a concepção dialética de 
conhecimento; poderíamos destacar a problematização como um 
elemento nuclear da metodologia de trabalho em sala de aula, já que, 
se forem adequadamente captadas, as perguntas poderão provocar 
e direcionar, de forma significativa e participativa, o processo de 
construção do conhecimento por parte do aluno, sendo também um 
elemento mobilizador para esta construção.
Ao refletir acerca da pedagogia de projetos, acadêmico, também vamos 
mergulhar em uma reflexão teórico-prática, porque considera-se necessário 
manter um fio condutor entre a prática realizada em sala de aula e a teoria que a 
fundamenta, pois a teoria fundamenta a prática e a prática sem a teoria é frágil. O 
planejamento é um caminho para a elaboração teórica, de produção de teoria, da 
sua própria teoria. Vamos adiante!
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
26
2 OS PROJETOS ESCOLARES E O AUTORES 
CONTEMPORÂNEOS 
Agora que já conhecemos os precursores, vamos conhecer como a 
metodologia de projetos, que tem sua origem na Pedagogia Ativa, permaneceu 
viva na história da educação.
Ao longo da história da educação muitas teorias nortearam as práticas 
pedagógicas objetivando qualificar o ensino. As tendências pedagógicas 
contribuiram, e ainda contribuem, para a condução de um trabalho significativo, 
pois são elas que ajudam a direcionar o trabalho pedagógico, esclarecendo acerca: 
do que ensinar? Como ensinar? Para quê ensinar e por quê ensinar? determinados 
conceitos.
O direcionamento que as tendências pedagógicas mais recentes procuram 
dar às práticas da sala de aula estão voltadas a uma educação mais democrática. 
O lema inspirado nas propostas de Dewey, “aprender a aprender”, passou a 
fazer parte dos planejamentos educacionais e dos discursos dos professores que 
buscam ressignificar seu trabalho pedagógico.
 Podemos destacar alguns estudiosos que ressignificaram a proposta de 
Dewey e Kilpatrick propondo a metodologia de projetos como: Hernández (1998), 
Antunes (2001), Lerner (2007), Mora (2010) e Barbosa (2008), que fundamentam 
suas propostas no construtivismo proposto por Piaget ou no sociointeracionismo 
proposto por Vygotsky.
Para grande parte dos estudiosos citados anteriormente, o conhecimento 
se constrói na interação com o meio físico e social e a lógica se desenvolve 
gradativamente. Os ideais da Escola Nova já foram superados pelas novas teorias 
na área da educação, mas os princípios da Pedagogia Ativa continuam latentes.
Relembrando os fundamentos de Piaget e Vygostky, podemos afirmar, 
acadêmico, que Piaget introduziu métodos clínicos para obter informações 
mais precisas sobre o raciocínio na criança, visando estudar como se estrutura o 
conhecimento humano. Para ele:
a interação com o meio, proporciona modelos ou representações 
básicas a partir de uma estrutura hereditária já constituída, mas o 
desenvolvimento do indivíduo lhe vai dotando de conhecimentos 
sobre a realidade que, ao relacionar-se de outra forma entre si, amplia-
se e dá entrada a outros novos conhecimentos, configurando sistemas 
progressivamente diferenciados e característicos de etapas que se 
repetem em todos os indivíduos. Portanto a construção da inteligência 
dá-se,em etapas ou estágios sucessivos, com complexidades crescentes, 
encadeadas umas às outras (ARGENTO, 2018, p.2).
Vygostky soube demonstrar o importante papel destinado ao experimento, 
considerando a comunicação e a interação com o meio para transmitir 
conhecimento. Vygostky defendia a teoria de que:
TÓPICO 2 | CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM A PARTIR DA PEDAGOGIA DE PROJETOS
27
Os fatores biológicos preponderam sobre os sociais apenas no início 
da vida. Aos poucos, o desenvolvimento do pensamento e o próprio 
comportamento da criança passam a ser orientados pelas interações 
que esta estabelece com pessoas mais experientes (PALANGANA, 
1994, p.89).
Para estes dois teóricos, é na interação que o conhecimento vai sendo 
construído, pois “o homem é um ser social e histórico, que produz sua ação para 
suprir necessidades criadas pelo meio em que vive e cria novas necessidades, que 
não são puramente biológicas” (ARGENTO, 2018, p. 2).
A partir dos fundamentos de Piaget e Vygotsky, vamos estudar o 
pensamento dos autores atuais, ampliando o repertório acerca da metodologia 
de projetos, buscando, fundamentação teórica e experiências significativas.
FIGURA 7- FERNANDO HERNÁNDEZ
FONTE: <http://diversidad.florida.es/fernando-hernandez-hernandez/>.
Acesso em: 1 nov. de 2018.
Fernando Hernández é espanhol, doutor em Psicologia e professor titular 
de História da Educação Artística e Psicologia da Arte na Faculdade de Belas Artes 
da Universidade de Barcelona. É coordenador de um programa de doutorado 
interuniversitário sobre Arte-educação: Ensinando e Aprendendo através da 
Cultura Visual (CNPQ, 2009).
Hernández defende que a aprendizagem se dá nas interações, na troca de 
experiências entre o grupo. Todo trabalho é desenvolvido a partir da coletividade. 
E o conhecimento é concebido de maneira globalizada.
A organização dos projetos de trabalho se baseia fundamentalmente 
numa concepção da globalização entendida como um processo muito 
mais interno do que externo, no qual as relações entre os conteúdos e 
área de conhecimento têm lugar em função das necessidades que traz 
consigo o fato de resolver uma série de problemas que subjazem na 
aprendizagem (HERNÁNDEZ; VENTURA, 1998, p. 63).
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
28
Para Hernández, a tentativa de integrar os conceitos necessários para 
a compreensão de um tema pode não ocorrer de maneira globalizada, pois na 
tentativa de integrar os conhecimentos escolares há uma visão disciplinar que 
não permite a globalização legítima.
A posição interdisciplinar se fundamenta na crença de que o aluno 
possa estabelecer conexões pelo simples fato de serem evidenciadas 
pelo professor, e em que o somatório de aproximações a um tema 
permita, por si próprio, resolver os problemas de conhecimento de 
uma forma integrada e relacional (HERNÁNDEZ; VENTURA, 1998, 
p. 54).
FIGURA 8 - CELSO ANTUNES
FONTE: <http://www.celsoantunes.com.br/biografia/ >. Acesso em: 1 nov. 2018.
Celso Antunes é brasileiro, mestre em Ciências Humanas e Consultor 
Educacional do Canal Futura e Sócio Fundador do “Todos pela Educação”, assim 
como, membro consultor da Associação Internacional pelos Direitos da Criança 
Brincar, reconhecido pela UNESCO (WIKPEDIA, 2018).
Antunes (2001), afirma que um projeto é uma pesquisa ou uma 
investigação, desenvolvida em profundidade sobre um tema.
Um projeto representa um esforço investigativo, deliberadamente 
voltado a encontrar respostas convincentes para questões sobre o tema, 
levantadas pelos alunos, professores, ou professores e alunos juntos e 
eventualmente funcionários da escola, pais e pessoas da comunidade 
escolhidas por amostragem (ANTUNES, 2001, p. 15).
Compreendemos, acadêmico, que para Antunes, os objetivos de um 
projeto não se esgotam em buscar respostas, mas em aprender de maneira 
significativa. Um projeto deve ser considerado como um componente que integra 
uma linha de estudo e que está definido no Planejamento Pedagógico da Escola.
TÓPICO 2 | CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM A PARTIR DA PEDAGOGIA DE PROJETOS
29
FIGURA 9 - DELIA LERNER
FONTE:<https://novaescola.org.br/conteudo/957/delia-lerner-e-preciso-dar-sentido-a-
leitura>. Acesso em: 1 nov. 2018.
Delia Lerner é argentina, especialista em Didática da Leitura e 
Escrita e professora da Faculdade de Educação da Universidade de Buenos 
Aires. Consultora do Ministério de Educação do Brasil para a elaboração dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, para a avaliação do Programa do Livro 
Didático e para a avaliação do PROFA. Consultora do Ministério de Educação de 
diversos países latino-americanos — em particular do Brasil, Colômbia, México, 
Uruguai e Venezuela - assim como na Espanha. Para a autora:
os projetos têm como característica principal o fato de se orientarem 
para a realização de um propósito, para elaboração de um produto final 
tangível (como um livro, uma peça de teatro ou uma exposição) que é 
desde o início compartilhado com os alunos (ROLLO, 2018, p. 20).
Os projetos são flexíveis quanto a duração, são coletivos e durante um 
ano letivo podem ocorrer vários projetos. Os projetos só podem ser considerados 
interdisciplinares se responderem aos propósitos das diferentes áreas envolvidas, 
ou seja, quando além de gerarem avanços e aprendizado efetivo de conteúdo de 
mais de uma disciplina (LENER, 2007 apud ROLLO, 2018).
FIGURA 10 - DANIELA PEREIRA DE MOURA
FONTE: <https://www.escavador.com/sobre/8594988/daniela-pereira-de-moura-
amarante>.Acesso em: 28 set. 2018.
UNIDADE 1 | A PEDAGOGIA DOS PROJETOS
30
Daniela Pereira de Moura é Mestre em Sistemas de Informação e Gestão do 
Conhecimento e Técnica em Assuntos Educacionais da Pró-reitoria de Pesquisa, 
Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal Minas Gerais pela Universidade 
FUMEC.
Para Moura (2010), trabalhar com projetos é resgatar o educando para o 
ensino-aprendizagem por meio de um processo significativo, fazendo com que 
o educando se reconheça como sujeito histórico, capaz de conduzir seu próprio 
processo de aprendizagem, desenvolvendo atitudes favoráveis a uma vida 
cooperativa.
A proposta do trabalho por Projetos deve estar fundamentada numa 
concepção do educando como sujeito de direitos, ser social e histórico, 
participante ativo no processo de construção de conhecimentos; com 
princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade 
e do respeito ao bem comum; princípios políticos dos direitos e deveres 
de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à democracia; 
princípios estéticos e culturais da sensibilidade, da criatividade, da 
ludicidade e da diversidade das manifestações artísticas e culturais; 
o respeito à identidade e particularidades pessoais; a integração entre 
os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais (MOURA, 
2010. p.2).
Por meio da metodologia de projetos, as práticas educativas tornam-se 
fundamentais para que os alunos adquiram condições de se tornar cidadãos 
ativos e a escola atinge sua finalidade, que é formar cidadãos educados no real 
sentido que esta palavra implica (MOURA, 2010).
De acordo com Barbosa (2008), trabalhar com projetos é ter uma escuta 
atenta e a capacidade de observação desenvolvida para perceber os interesses 
e as necessidades do grupo, registrando como a criança se envolve e participa 
na construção dos conhecimentos adquiridos no projeto. “A análise dos registros 
ajuda a interpretar as mensagens que estão dando sentido para as crianças e 
significado para a vida do grupo. A pedagogia de projetos também possibilita 
tratar o trabalho docente como atividade dinâmica e não repetitiva” (BARBOSA, 
2008, p.85).
FIGURA 11- MARIA CARMEN SILVEIRA BARBOSA
FONTE: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767952P9>. 
Acesso: 1 nov. 2018.
TÓPICO 2 | CONCEPÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM

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