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OPOSITOR-DESAFIADOR) 18 Dentro do contexto da educação infantil é normal que os professores se deparem com crianças desafiadoras, porém, deve se atentar se a agressividade, transgressão as regras, a indisposição com colegas, família e escola não se trata de um transtorno psicossocial chamado Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD). É muito importante que crianças muito opositivas, desafiadoras, autoritárias sejam avaliadas para que um diagnóstico precoce as auxilie a lidar com a problemática que envolve o TOD. (TEIXEIRA, 2014). De acordo, com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.a edição (DSM-V), o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) trata-se de um transtorno ou distúrbio psicossocial que se encontra na categoria de transtornos de conduta e controle de impulso. É mais comum seu aparecimento na faixa etária de 6 a 12 anos, esse transtorno causa episódios raivosos no comportamento, questionador e irritável, além de uma índole vingativa (BRASIL, 2014). Uma criança extremamente opositiva, desafiadora, que discute por qualquer coisa, que não assume seus erros ou responsabilidades por falhas e que costuma sempre se indispor com os demais de seu grupo ou de sua família de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil convence-lo, mesmo que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas. Provavelmente essa criança tem TOD. Em virtude, do mau comportamento da criança, existem três tipos de tratamentos; o medicamento, a psicoterapia e a psicoeducação. O diagnóstico do aluno é prejudicado pela semelhança das características com comportamentos naturais na infância e na adolescência que também são por vezes desafiadores. Mas, o padrão de comportamento de uma criança com TOD pode acarretar em alguns problemas se não tratado, principalmente, no âmbito escolar como, por exemplo, problemas de aprendizagem, baixo rendimento escolar e dificuldade de convivência com os demais, desse modo o aluno apresenta pouca atenção, dificuldades na escrita na linguagem, e na leitura, dificuldade em se concentra. Em razão disso, com o auxílio da psicomotricidade, no processo de desenvolvimento da criança diagnosticada com Transtorno Opositor Desafiador (TOD), compreende que a criança deve ser bem condicionada, com atividades 19 psicomotoras, no qual cabe ao professor, buscar atividades adequadas e busque inovar cada vez mais seus métodos, onde cada criança possa vivenciar momentos únicos através dos movimentos do seu corpo, com estímulos, motivação, entre outros. Para que melhore a afetividade, e assim, possibilite a socialização. 1.2.2 QUANDO A AGRESSIVIDADE PODE SER BOA A agressividade sempre foi vista como algo negativo, uma referência à violência. Porém ela possibilita ao indivíduo seu desenvolvimento. Tudo depende de como é utilizada. Pensando a questão da fantasia agressiva das crianças, considere a perspectiva importante e congruente. Colocada por Ajuriaguerra e Marcelli (1986, p. 81): “seja quais foram as condições de educação, não existe criança sem fantasia agressiva”. A agressão faz parte da expressão lúdica da criança, a criança que gosta de brincar de armas, super-heróis, de fingir que constrói ou destrói, está somente exercitando sua fantasia de forma lúdica, está forma de expressão pode evitar que uma criança se torne tímida diante do mundo e se transforme numa pessoa cheias de fobias e outros problemas. Essa expressão lúdica da agressividade pode ser observada na capacidade da criança de enfrentar situações de separação dos adultos que lhe protegem (ou não), na medida em que busca por si próprio, por meio da fantasia, mostra-se forte o suficiente para enfrentar seus desafios. Isto não significa estimular a agressividade, mas legitimar a capacidade de sentir-se potente. A agressividade faz parte do ser humano, do seu dia a dia. Ela é uma energia que nos impulsiona a fazer algo. Quando bem canalizada, é aquela dose de determinação que temos em algumas situações quando queremos atingir determinado objetivo ou nos posicionarmos diante de um fato. Uma pessoa, por exemplo, para defender seu ponto de vista, precisa demonstrar confiança e determinação na relação com outro e isso também tem a ver com agressividade. Assim sendo ela sinônimo de coragem, de determinação, torna-se um aspecto positivo. É o que diz Jô Alvim (2018). A educação e os mecanismos sociais da lei e da tradição buscam subordinação e controle da agressividade. A criança aprende a reprimir e a não expressar tais manifestações de modo descontrolado. Ao mesmo tempo a cultura cria condições 20 para que o indivíduo possa canalizar, e levar esses impulsos para produções consideradas positivas. A agressividade positiva é afirmação, é a capacidade de enfrentar situações de frente, sem temores. Ela é extremamente importante para a boa adaptação da criança à sociedade competitiva em que vivemos. (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 1997). Apesar de ser um mecanismo de defesa que o ser humano utiliza como conservação da espécie ou para proteger-se de algum perigo, a agressividade é rejeitada socialmente. Por isso que há pessoas que nunca expressam tal sentimento. O que poucos sabem é que colocar para fora o que sentimos faz bem para o corpo e para a mente. Jô Alvim (2018), afirma que, quando uma agressividade é reprimida, esta energia negativa pode transformar-se em doenças, desde as simples até a depressão, a automutilação ou o suicídio, para citar algumas. Ou seja, a hostilidade reprimida poderá ser demonstrada no corpo através de algum sintoma, numa demonstração clara da estreita relação corpo e mente. Pode-se pensar que atitudes das crianças, diante do jogo e do brinquedo constitui uma área intermediária onde a criança pode experimentar suas fantasias agressivas sem ser destrutiva para os outros e nem ser destruída por ele (Winicott, 1975). Sem dúvida, o problema da agressividade está nas suas formas de expressão, manifestá-la sem equilíbrio tem consequências negativas, é preciso expressa-la adequadamente. Quando a agressividade é expressa através do diálogo, numa postura onde a pessoa reflita sobre o ponto de vista do outro, ao mesmo tempo em que expressa suas ideias, está, demonstrando a sua não passividade, a sua força em enfrentar a situação e não em fugir dela. Conflito de ideias ou sentimentos é parte da vivência humana. Reagir ao conflito, expressando os sentimentos de forma saudável, demonstra maturidade emocional. Esta agressividade, como sinônimo de coragem, é positiva, pois mostra a capacidade do individuo de administrar os problemas sem afetar sua saúde mental. (JÔ ALVIM, 2018). 21 O diálogo como prática pedagógica cotidiana deve ser utilizada por professores no enfrentamento das situações de agressividade no cotidiano escolar. Envolver a criança com práticas de atividades que propiciem o debate envolvendo a criança com jogos e brincadeiras de seu interesse conquistando sua confiança, o afeto e a atenção dos alunos são estratégias que podem contribuir para minimizar o problema da violência e da agressividade. 1.3 O VALOR DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL É muito comum considerar que a situação da criança com objetos que representam armas, possa desencadear e estimular atitudes agressivas e violentas diante do mundo que as cerca. Devemos atentar para o fato de que a agressividade faz parte do psiquismo infantil e de nossa condição humana. As crianças gostam de brincar de guerra, de matar, atirar, ferir, morrer etc. (Ajuriaguerra e Marcelli, 1986). E não precisam de uma arma de brinquedo para brincar de atirar, usam o polegar para isto, e para o coleguinha “atingido” é suficiente para cair e fingir de morto, uma “vara” se transforma em uma espada, que numa luta ao tocar o “inimigo” o deixa mortalmente ferido.