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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL DANIELLE CORREA DE MORAES DOMINICO CIDADE 2019 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL DANIELLE CORREA DE MORAES DOMINICO Artigo científico apresentado à FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil. CIDADE 2019 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Danielle Correa de Moraes Dominico RESUMO Compreender a Educação Infantil (EI) como um estágio pedagógico necessário para a realização de atividades lúdicas é fundamental para um professor, considerando que é nesse período em que se inicia as primeiras relações sociais para criança fora do contexto familiar. Por meio do contato com o lúdico a criança passa a distinguir o mundo real ao seu redor e a interagir com os demais sujeitos, tendo autonomia para buscar meios de se expor e sem causar danos para si mesma nesse processo. Neste contexto, este trabalho de pesquisa teve como principal objetivo compreender a contribuição do lúdico no processo de desenvolvimento infantil. Visando atender o objetivo proposto procedeu-se com pesquisa bibliográfica com base no levantamento de materiais já publicados em forma de revistas, livros, imprensa escrita e publicações avulsas. O material estudado apontou que o lúdico não é um meio somente para distração da criança, seu papel é bem maior, em que se reporta a formação integral da criança e as etapas da vida que a mesma atravessa. Portanto, conclui-se que a EI, por meio do lúdico é um espaço capaz de fortalecer a criança, além de desenvolver a criança por meio de atividades prazerosas e valorização do brincar. Palavras-chave: Lúdico. Brincar. Ludicidade. Educação Infantil. 1 INTRODUÇÃO Abordar o lúdico na vida social e escolar das crianças é algo desafiador, visto que, é por meio das brincadeiras e brinquedos que a criança as situações diárias, aprendendo conceitos, representando o mundo, interagindo com outros sujeitos, estimulando sua comunicação e aprendendo a lidar com sentimentos e situações. É nesses momentos de prazer e diversão que as crianças aprendem a socializar, a esperar, ganhar e perder, além de proporcionar o desenvolvimento dos primeiros contextos de pensamentos, raciocínios, linguagens e demonstrar sua maneira de lidar com o mundo. Proporcionar a criança um ambiente com esta finalidade é fundamental para o seu desenvolvimento, e ainda aprimora noções de espaço pessoal, organização e cooperação. Ao brincar a criança consegue desenvolver suas potencialidades cerebrais formadora de sua personalidade, além de proporcionar prazer, descobertas, controlar a ansiedade, explorar a criatividade e, aprende a respeitar limites e tempo. Assim, brincando a criança é capaz de representar o discurso externo e o interiorizar desenvolvendo suas capacidades e construindo seu próprio pensamento. Neste contexto a instituição de Educação Infantil (EI) assume uma grande responsabilidade, pois é um ambiente que possibilita que a criança vivencie situações do seu dia a dia e a desenvolver e criar sua personalidade própria, atitude e ética diante das outras crianças. As crianças na EI aprendem melhor quando tem oportunidades suficientes para construir, explorar, lançar as suas próprias atividades e assim adquirir aprendizado, experiência e ritmo em um mundo maleável. Além disso, jogos, brinquedos e brincadeiras auxiliam no desenvolvimento das crianças em sua totalidade, possibilitando práticas que priorizam o desenvolvimento e a educação com um modo lúdico pedagógico. Justifica-se a escolha do tema, pois o lúdico enriquece a aprendizagem dos alunos na EI, resgata as diversas culturas no entorno do brinquedo, jogos e brincadeiras, contextualiza as atividades e proporciona o desenvolvimento da cognição e o intelecto de cada criança. Além disso, é um assunto relevante, visto que o lúdico é um recurso facilitador do processo de ensino e de aprendizagem capaz de pontificar e repassar valores fundamentais para a vida, dando uma nova concepção de mundo. A discussão sobre o assunto se torna importante pois, o lúdico é uma ferramenta capaz de assessorar o desenvolvimento das crianças, seja no plano cognitivo ou nas capacidades físicas promovendo um estilo de vida saudável e ativo. Este trabalho de pesquisa tem como objetivo geral deste trabalho é compreender a contribuição no desenvolvimento Infantil. Visando atender o objetivo principal tem-se os seguintes objetivos específicos: pesquisar ideias e conceitos sobre o lúdico; estudar o que é jogos, brinquedos e brincadeiras e; investigar a importância do ensino lúdico. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com base no levantamento de materiais já publicados em forma de revistas, livros, imprensa escrita e publicações avulsas. Desta forma, por meio dos resultados alcançados espera-se ser possível averiguar a contribuição do lúdico para a EI. Durante o procedimento para levantamento e coleta de dados bibliográficos foi possível verificar a diversidade de pesquisas que abordam este assunto trazendo luz sobre a importância desse recurso na formação e atuação do pedagogo. 2 REFLEXÕES SOBRE O LÚDICO O vocábulo lúdico é um adjetivo da língua portuguesa e sua origem advém do latim ludos que está relacionado a todas as atividades ligadas a jogos, brinquedos, brincadeiras e o divertimento como um meio de recreação. Comumente se emprega o termo atividade lúdica em metodologias de ensino e aprendizagem no espaço escolar, tendo em vista que o ato de brincar pode ser considerado o principal canal de comunicação entre o adulto professor e o aluno (TEIXEIRA, 2018). O termo lúdico no Dicionário da Língua Portuguesa remete aquilo tem caráter jogos ou divertimentos, indica alternativa, isto é, uma opção entre duas coisas. Assim, deduz-se que a ludicidade pode ser tanto uma brincadeira que proporciona divertimento através de uma atividade, quanto jogo que consiste na ação de jogar, disputar, processo que facilita a aquisição da aprendizagem (CORDOVIL; SOUZA; NASCIMENTO FILHO, 2016). Assim, não fica confirmado ou explicito que o lúdico é uma brincadeira e nem que se trata de um jogo, mas está claro que é uma intervenção ou ação que provoca na pessoa divertimento. Entretanto, é apresentado de maneira incisiva, pois serve de adjetivo para a palavra jogo e, quando abordado no contexto escolar o lúdico pode ser definido com o caráter de jogo, brinquedo, brincadeira e diversão (CORDOVIL; SOUZA; NASCIMENTO FILHO, 2016). O lúdico é um conceito em construção permanente e passou por várias mudanças em diferentes contextos culturais e históricos. As características lúdicas podem envolver atividades em diversos campos, os quais, por meio do brincar, levam também ao prazer a vivência plena e, assim, o lúdico promove um encontro entre o aprender e o brincar (MONTEIRO, 2012). Uma atividade lúdica consiste em uma atividade de entretenimento, que diverte e dá prazer as pessoas envolvidas. O conceito desta palavra está relacionado com o ludismo, isto é, atividades relacionadas com o ato de brincar e com jogos. No processo de aprendizagem os conteúdos lúdicos são de grande importância, isto por que é fundamental incutir nos pequenos a noção de que aprender pode ser legal e divertido (RAU, 2012). O conceito de lúdico e a importância do brincarvêm permeando o mundo infantil e têm contribuído de maneira significativa para aprimorar a socialização, a inteligência e as habilidades psicomotoras das crianças. Ao fazer uma análise semântica e etimológica do vocábulo ludicidade verifica-se que seu significado está relacionado ao jogo, exercício ou imitação. Entretanto, os conceitos de jogos, brinquedos e brincadeiras podem sofrer variações de acordo com a cultura e o período histórico em que estão inseridos (TEIXEIRA, 2018). O lúdico é uma possibilidade pedagógica que quando fortalecida por tipos de linguagens, torna significativos os conceitos a serem trabalhados. Esse recurso não se limita a jogos, brincadeiras e divertimentos, além disso, uma atividade lúdica não precisa necessariamente ser divertida. O que mais caracteriza-o é a experiência plena que o mesmo possibilita a quem o vivencia em suas atitudes (MONTEIRO, 2012). Mais importante que o prazer ou a diversão em si é a sensação de plenitude que se tem ao realizar uma tarefa lúdica por meio de múltiplas experiências que possibilitam acessar diferentes estados de consciência. As atividades lúdicas, “incluindo jogos e brincadeiras, não apresentam uma característica universal e atemporal, pois são cingidas pela cultura e pelo momento sócio histórico em que se desenvolvem” (TEIXEIRA, 2018, p. 34). O lúdico é um elemento considerado vital para as atividades da EI, abordar sobre este recurso não significa desmerecer uma importância, mas pelo contrário, é fundamental repensar como, na maioria das vezes, são usados como poderes reguladores das crianças. O que não se pode negar é que, sobretudo na EI, não apenas os aspectos culturais da criança entre em cena, mas também a construção cultural dos professores que trabalham com essas crianças (BEMVENUTI et al, 2012). O lúdico, portanto, é o jogo, a brincadeira, o brinquedo e a diversão. O lúdico utilizado na EI, por objetivo desenvolver o aprendizado de modo mais atrativo para o aluno, pois são atividades que servem ao espírito infantil. Ou seja, o lúdico é o comportamento próprio da criança peculiar a sua natureza, aos seus interesses e as suas necessidades (TEIXEIRA, 2018). O lúdico se trata do elemento da cultura presente em todos os modos de organização social, desde as mais primitivas até as mais sofisticadas. Sua essência não é material, visto que ultrapassa as limitações da realidade física, encerra um determinado sentido e transcende as necessidades imediatas da vida, trazendo em seu enredo representações da realidade recriada de maneira metafórica (RAU, 2012). “Trata-se da realização de uma aparência. Pressupõe uma mudança de perspectiva para a esfera teatral ou representativa, em que as coisas são aceitas pelo que são vivenciadas. É a lógica do faz de conta, do como se” (ALVES, 2009, p. 46). Essa fascinação pelo lúdico acompanha o homem desde as primeiras civilizações, sua importância para o processo de aprendizagem e o desenvolvimento da criança, ou melhor dizendo para sua educação, transcende os limites da modernidade. Na Grécia Antiga já era reconhecido o poder do lúdico para a educação na infância. Todavia, foi somente após a consideração do sentimento de infância, no século XVIII, que o lúdico passou a ser efetivamente associado a educação das crianças pequenas. Assim, tomados como comportamentos naturais do público infantil, as brincadeiras e os jogos aos poucos entraram nas escolas de EI (ALVES, 2009). 3 JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS O jogo, quanto a sua conceituação, é definido como um divertimento, um passatempo, uma atividade mental ou física que para sua realização envolve regras. Sendo assim, o jogo pode ser entendido como uma ocupação ou atividade voluntária, exercida dentro de determinados e certos limites de espaço e de tempo, de acordo com regras consentidas livremente, mas obrigatórias, atribuído de um fim em si mesmo, acompanhado de alegria, de um sentimento de tensão e de consciência de ser diferente da vida diária (BEMVENUTI et al., 2012). Já o brinquedo se trata de um objeto ou uma atividade lúdica, direcionada unicamente para o lazer e associada geralmente as crianças, embora também usado por jovens e adultos. Um brinquedo, na pedagogia, é qualquer objeto que a criança possa fazer uso na ação de brincar. Alguns brinquedos permitem que as crianças e divirtam ao mesmo tempo em que aprendem e além, disso, muitas vezes auxilia no desenvolvimento da vida social da criança, sobretudo aqueles usados em jogos pedagógicos (BOHM, 2017). Os brinquedos são fundamentais para a educação e o desenvolvimento infantil, por proporcionar o desenvolvimento simbólico, estimular a sua capacidade de raciocínio e imaginação e a autoestima. Podem ser usados no processo de aprendizagem, em tratamentos terapêuticos, etc. Entretanto, em si, o ato de brincar não exige um brinquedo que seja um objeto tangível, pois pode também acontecer por meio de jogos simbólicos com o faz de conta (RAU, 2012) Os brinquedos podem ser estruturados ou não, sendo são designados brinquedos estruturados aqueles que já adquire pronto. Enquanto que os brinquedos não estruturados não provêm de industrias, pois são objetos simples como pedras e paus, que na mão das crianças adquirem um significado novo podendo se transformar em brinquedo. Assim sendo, os brinquedos podem ser estruturados ou não, e isso depende da sua origem ou alteração da criança sobre o objeto (BOHM, 2017). Já a brincadeira, engloba o jogo e o brinquedo, além disso se difere do jogo em alguma estruturação e pelo de existir regra ou não. É uma atividade que pode tanto ser coletiva como individual. A existência de regra na brincadeira não se limita a ação lúdica, ao brincar a criança pode modificar a brincadeira, se ausentar quando quiser, incluir novas pessoas, fazer a adoção de suas próprias regras e, por fim, existe uma liberdade maior da ação de ação para quem brinca (RAU, 2012). Os jogos, brinquedos e brincadeiras têm por objetivo a aprendizagem por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras prazerosas que são realizadas de modo livre, sem regras ou competição entre os agentes envolvidos, mas somente a presença de motivação para que se alcance os objetivos. É por intermédio das atividades lúdicas que a memorização dos fatos e dados se estabelece de modo significativo, como também as interações entre crianças que acabam promovendo um convívio social melhor, além de desenvolvimento psíquico social (RIZZI, 2007). O trabalho realizado em sala de aula com o lúdico permite o desenvolvimento de características importantes, em cada aluno, para sua vida intelectual e pessoal, e auxilia no desenvolvimento da inteligência múltipla, da sociabilidade e da criatividade. Por meio dos aspectos lúdicos, os relacionamentos entre os alunos podem ser melhorados e fortalecidos, como também criar várias oportunidades para que eles aprendam a jogar de modo mais ativo (BEMVENUTI et al., 2012). O lúdico oportuniza para que os alunos aprendam a aceitar as regras e respeitá- las por meio de esforços de conteúdos que aprenderam, podendo ocasionar a aquisição de novas habilidades. Ao contrário do que se imagina, uma atividade lúdica não causa competições e tampouco possíveis traumas, pois as crianças aprendem a lidar com as frustrações de maneira sensata e adquirem autoconfiança e maior concentração (MARINHO et al., 2008). 4 O LÚDICO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Ao trabalhar com ludicidade na EI, o professor possibilita que as crianças se desenvolvam de modo prazeroso, desafiador, instigante e, proporcionando que o processo de aprendizagem seja inovador, criativo, interessante, motivacional de maneira que a criança sempre se mostre com interesse na aula. Entretanto, para utilização desse recurso nas aulas o docente deve possuir clareza em quais objetivospretende atingir ao término das atividades (RIZZI, 2007). O lúdico está presente na vida do aluno e é por meio da desse recurso que a criança se desenvolve de modo amplo, em seu psíquico, físico, motor e social. As aulas com atividades lúdicas apoiam e revelam o desenvolvimento do aluno, portanto, o educador precisa tomar conhecimento deste contexto e não exercer uma pressão que ignore a fase do brincar e do faz de conta. E, ajuda na evolução dos discentes, auxiliando no desenvolvimento da cognição, da motricidade, da afetividade, do físico e ainda facilita a aquisição dos valores humanos em sua formação, sendo um excelente meio didático para alcançar êxito no espaço escolar (FRIEDMANN, 2003). É um método de ensino que engloba três blocos curriculares, os quais são: conceitual, procedimental e atitudinal. As atividades lúdicas possuem um recurso metodológico pensado para conseguir informações por meio das quais adquire conceito, atitude e preceitos perante a sua vida (GARÁFANO; CAVEDA, 2005). O currículo pedagógico se constrói a partir de conteúdos, objetivos, critérios e métodos de avaliação, portanto, para que a aula tome um caminho prazeroso e as atividades desenvolvidas tomem sentido na vida do aluno é necessário conhece-lo em sua totalidade. Portanto, é fundamental conhecer os interesses dos alunos, suas necessidades, assim o educando conseguirá relacionar o seu dia a dia com as atividades propostas em aula (GARÁFANO; CAVEDA, 2005). Todo aluno é único e aprende de acordo com suas necessidades e limitações, cabendo ao professor o papel de proporcionar distintos modos de atividades para que o aluno consiga resolver as situações problemas vividas diariamente. Utilizando o diálogo como principal instrumento do seu processo de aprendizagem social e crítica, o professor deve sempre procurar trabalhar por meio do lúdico a cooperação, a criticidade e a autonomia (GARÁFANO; CAVEDA, 2005). O trabalho pedagógico com atividades lúdicas contribui para a socialização, a aprendizagem, a autonomia, cognição e comunicação. Assim, as orientações metodológicas abarcam os grupos de conceitos que serão transmitidos dentro do desempenho do aluno e do professor, além do planejamento didático e metodológico. O pedagogo possui como principal papel nas atividades lúdicas o de ser animador, motivador e flexível buscando sempre o interesse do grupo da melhor maneira possível, portanto, cabe a este profissional criar e recriar métodos que contribuam para que todos sejam inclusos nas diversas situações lúdicas (MASTROIANNI, 2004). O uso de ferramentas lúdicas possibilita ensinamentos nas tomadas de decisões e na formulação de conceitos por meio da compreensão que as atividades fornecem. Deste modo, é necessário conhecer as atividades e suas táticas com intuito de extrair o máximo possível de proveito durante as aulas, interligando domínio, inteligência e habilidades que o ambiente proporciona ao aluno durante as distintas situações de atividades lúdicas (RAU, 2012). Esse recurso deve permear os espaços escolares e a vida dos alunos, e cabe a toda comunidade escolar o entendimento do valor desta ferramenta educacional atribuindo-a como elemento essencial no currículo pedagógico. O lúdico não deve ser pensado apenas como currículo de uma única grade curricular, e sim deve ser visto e trabalhado nas diferentes áreas do conhecimento como: português, matemática, história, geografia entre outras (MASTROIANNI, 2004). O brincar é essencial para que a criança se desenvolva em sua totalidade e a falta deste recurso causará influência direta em sua vida adulta. Assim, além de possuir papel fundamental para o desenvolvimento social, o lúdico ainda contribui para a formação do intelecto, instiga a criação, a imaginação, e possibilita vivenciar a situação criada, portanto, brincar é uma fonte de aquisição de equilíbrio emocional e autonomia (VALENZUELA, 2005). Os aspectos lúdicos estão diretamente relacionados ao ser humano, sendo uma importante ferramenta de trabalho do educador, pois além de tornar a aula prazerosa auxilia no desenvolvimento das mais variadas habilidades e capacidade dos alunos não somente nos anos iniciais, mas sim em toda sua vida. Entretanto, esse recurso fica preso quando o sistema educacional se torna complexo e resistente diante da aceitação dessas atividades no espaço escolar (VALENZUELA, 2005). Esse recurso pode ser trabalhado em todas as idades, entretanto, deve possuir diferentes objetivos, os quais devem estar relacionados ao período da vida que a pessoa se encontra. Assim, as atividades devem ser de cunho social necessárias para o desenvolvimento completo do ser humano, sendo trabalhados como meio educativo para a satisfação e acúmulo em forma de aprendizagem (VALENZUELA, 2005). Antes do professor fazer uso de determinada atividade lúdica como instrumento didático, é necessário planejamento e seleção das atividades que atenda os objetivos que almeja, assim como também é necessário fazer a escolha correta dos conteúdos propostos para cada faixa etária. As aulas recreativas devem possuir como recursos indispensáveis aspectos como grau de dificuldades, limitações, interesse do aluno, espaço, material e número de participantes (MARINHO et al., 2008). A EI, por meio do lúdico oferece um ambiente específico para motivar e estimular a criança a aprender com os brinquedos, jogos e brincadeiras. É nesses momentos de prazer e diversão que os pequenos aprendem a socializar, a esperar, ganhar e perder, além de proporcionar o desenvolvimento dos primeiros contextos de pensamentos, raciocínios, linguagens e demonstrar sua maneira de lidar com o mundo (CÓRIA- SABINI; LUCENA, 2015). Proporcionar um ambiente com esta finalidade é fundamental para o seu desenvolvimento, e aprimora noções de espaço pessoal, organização e cooperação, pois, ao brincar a criança consegue desenvolver suas potencialidades cerebrais, as quais formam sua personalidade, além de proporcionar prazer, descobertas, controlar a ansiedade, explorar a criatividade, aprende a respeitar limites e tempo. E, assim, será capaz de representar o discurso externo e o interiorizar desenvolvendo suas capacidades e construindo seu próprio pensamento (DUPRAT, 2015). A EI assume uma grande responsabilidade, pois é um ambiente que possibilita que a criança vivencie situações do seu dia a dia e a desenvolver e criar sua personalidade própria, atitude e ética diante das outras crianças. Portanto, o lúdico deve ser visto como recurso imprescindível e favorável a necessidade dos sujeitos, portanto, é essencial que as crianças tenham oportunidades educativas direcionadas para satisfazer suas necessidades de aprendizagem na interação com o outro e na aquisição do conhecimento (RAU, 2012). Esse recurso faz com que o aluno da EI aprenda a conviver em grupo e consigo mesmo, além de reforçar as habilidades sociais, enfrentando as dificuldades, os ganhos e as perdas. Por meio das atividades lúdicas o aluno adquire boa saúde emocional, intelectual e física e ainda, faz com que se tornem adultos de boa conduta e responsáveis, pois mesmo com o passar dos anos a ludicidade estará presente na lembrança e na memória fazendo parte da história da criança (DUPRAT, 2015). 5 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO LÚDICO As atividades lúdicas contribuem para a socialização, a aprendizagem, a autonomia, cognição e comunicação, assim, as orientações metodológicas abarcam os grupos de conceitos que serão transmitidos dentro do desempenho do aluno e do professor, além do planejamento didático e metodológico. O professor tem como papel nas atividades lúdicas o de ser animador, motivador e flexível buscando sempre o interesse do grupo da melhor maneira possível (CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2015). É importante o uso de ferramentas lúdicas, pois possibilita ensinamentosnas tomadas de decisões e na formulação de conceitos por meio da compreensão que as atividades fornecem. Entretanto, é necessário conhecer as atividades e suas táticas com intuito de extrair o máximo possível de proveito durante as aulas, interligando domínio, inteligência e habilidades que o ambiente proporciona ao aluno durante as distintas situações de atividades lúdicas (RAU, 2012). O lúdico deve permear os espaços escolares e a vida dos alunos, e cabe a toda comunidade escolar o entendimento do valor desta ferramenta educacional atribuindo-a como elemento essencial no currículo pedagógico. Além disso, não deve ser pensado apenas como currículo de uma única grade curricular, e sim deve ser visto e trabalhado nas diferentes áreas do conhecimento como: português, matemática, história, geografia entre outras (CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2015). “Curiosidade, motivação e interdisciplinaridade: faz os condutores de uma aprendizagem significativa” (BARROS, 2009, p. 29). Neste contexto, tem-se o lúdico um elemento de apoio no contexto do processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis escolares. Entretanto, embora a comunidade pedagógica tenha a ideia de que é preciso ser interdisciplinar, é necessário sempre se questionar sobre qual deve ser o ponto inicial para se chegar à interdisciplinaridade (RAU, 2012). Pensar em EI implica pensar qual o tipo de trabalho que se pretende desenvolver e qual a proposta educacional voltada à formação desse público, pois as práticas pedagógicas devem sempre estar voltado a realidade da mesma. Portanto, cabe ao professor considerar a postura do planejamento de cada aluno e nele a consideração e o respeito pelo outro, para proporcionar um aprendizado significativo pelo bem da prática docente no dia a dia da escola de EI (PIMENTEL, 2008). A prática docente é um espaço de reflexão e ação da interdisciplinaridade do contexto cultural e social nas relações consigo mesmo e com o outro, sendo, portanto, a base do processo de ensino e aprendizagem. Diante disso, os aspectos lúdicos na prática interdisciplinar surgem por meio de um trabalho plural e exige uma autonomia do indivíduo, pois envolve habilidades e competências docentes para contextualização dos conteúdos, valorização do trabalho, desenvolvimento da atitude de pesquisar, valorização da dinâmica e resgate do sentido humanizado de atuar com a pedagogia de projetos (SALOMÃO; MARTINI, 2007). O lúdico é essencial para que a criança se desenvolva em sua totalidade e a falta deste recurso causará influência direta em sua vida adulta. E, além de possuir papel fundamental para o desenvolvimento social contribui para a formação do intelecto, instiga a criação, a imaginação, e possibilita vivenciar a situação criada, sendo fonte de equilíbrio emocional e autonomia (CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2015). Esse recurso está diretamente relacionado ao ser humano, sendo uma importante ferramenta de trabalho do educador, pois, além de tornar a aula prazerosa auxilia no desenvolvimento das mais variadas habilidades e capacidade dos alunos não somente nos anos iniciais, mas sim em toda sua vida. Portanto, lúdico fica preso quando o sistema educacional se torna complexo e resistente diante da aceitação das atividades no espaço escolar (PIMENTEL, 2008). O trabalho com o lúdico deve ser realizado de forma prazerosa possibilitando aprendizagem, sendo um instigante método de formação e entretenimento para os alunos. São recurso que podem ser trabalhados em todas as idades, devendo, portanto, possuir diferentes objetivos relacionados ao período da vida que a pessoa se encontra. As atividades devem ser de cunho social necessária para o desenvolvimento completo do ser humano, sendo trabalhados como meio educativo para a satisfação e acúmulo em forma de aprendizagem (SCARIN, 2016). Nas atividades desenvolvidas de forma lúdica as crianças desenvolvem a coordenação, a imitação, a atenção e se introduz as regras, a memória e a imaginação. Por isso, a importância dos professores trabalharem o lúdico na EI (SALOMÃO; MARTINI, 2007). Quem brinca sabe que a alegria se encontra preciosamente na dificuldade e no desafio que envolve as letras, palavras, bichos, plantas, músicas, comidas, objetos, formas, etc. todos esses elementos são lúdicos e desafiadores que fazem as crianças refletirem sob seriação, quantidade, contagem, velocidade, contagem, tamanho, etc. (SCARIN, 2016). Sendo assim, é importante que o professor de EI transforme a matéria em brinquedo e seduza o aluno a brincar, e depois de seduzi-lo não há quem o segura. Portanto, reconhecer o lúdico como importante recurso pedagógico, é reconhecer a linguagem através dos tempos, é abrir portas e janelas para os novos meios de descobertas de conhecimento e aprendizagens (CÓRIA-SABINI; LUCENA, 2015). 6 CONCLUSÃO O lúdico é uma importante peça no desenvolvimento da criança, e se faz presente na vida pedagógica, sendo, portanto, um recurso que só traz benefícios para todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Com o lúdico a criança expressa a maneira de como constrói e reconstrói o mundo ao seu modo, além disso, essa ferramenta pedagógica oportuniza a criança expressar de maneira simbólica seus desejos, suas fantasias, seus sentimentos, seus medos e os conhecimentos adquiridos por meio das experiências vividas. Portanto, é esperado que a EI com suas atividades lúdicas estimule o desenvolvimento total da criança, ou seja, seus sentidos, o raciocínio lógico e a capacidade de comunicar e se socializar com os adultos. No contexto social, a oportunidade de brincar assumi aspectos próprios das instituições de ensino, em que as características estão direcionadas para atender melhor a necessidade das crianças, principalmente na EI. Como consequência, o papel do lúdico cresceu dentro das escolas e, é possível considerar que este elemento é um agende de transformação sob a ótica educacional, sendo um recurso importante e necessário para o pleno desenvolvimento das crianças, seu intelecto e personalidade. É por meio das atividades, atitudes e comportamentos lúdicos que surgem as práticas criativas, o desenvolvimento, o processo de aprendizagem, as cumplicidades além de possibilitar lembranças de uma infância prazerosas. Portanto, a situação imaginária e mágica dos brinquedos, jogos e das brincadeiras têm uma lógica, mesmo não sendo aquela formal, que ajuda a investigar e a construir os conhecimentos sobre a identidade, sobre os objetos e sobre o mundo com muito prazer. Utilizando atividades lúdicas dentro do contexto da EI obtém um resultado melhor em termos de desenvolvimento, com isso propicia-se também à criança a possibilidade de manifestação dos aspectos de linguagem, psicomotores, cognitivos e sociais. Deste modo, conclui-se que o brincar necessita de constantes reflexões e pesquisas, sendo um meio valioso para promover e sustentar a aprendizagem no espaço escolar ou além das salas de aula. Este trabalho de pesquisa não teve a intenção de esgotar o tema, mesmo por que a realidade desse assunto é muito mais rica e complexa do que as inúmeras tentativas de definição e delimitação formal e a compreensão desse aspecto parece ser fundamental para o desenvolvimento da criança da EI. Deste modo, considera ter atingido o objetivo proposto, pois, frente aos referenciais teóricos é possível considerar que o lúdico enquanto ferramenta pedagógica instiga o aluno a demonstrar e expressar seus sentimentos, desejos e vontades. Portanto, o lúdico traz vários benefícios tanto em sala de aula, como além dos espaços escolares, pois é um recurso importante para o desenvolvimento infantil REFERÊNCIAS ALVES, Fernando D. O lúdico e a educação escolarizada da criança. In. OLIVEIRA M L (Org.). (Im)pertinências da educação: o trabalho educativoem pesquisa. 1. ed. São Paulo: UNESP/Cultura Acadêmica, 2009, p. 44-72. BARROS, Flávia C O M. Cadê o brincar? da educação infantil para o ensino fundamental. 1. ed. São Paulo: UNESP/ Cultura Acadêmica, 2009. BEMVENUTI, Alice et al. O lúdico na prática pedagógica. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2012. BOHM, Ottopaulo. Jogo, brinquedo e brincadeiras na educação. 2017. 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