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Execução - Processo Civil

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07/08/2019 
- De acordo com o § 7º do art. 916, o parcelamento NÃO se aplica ao 
cumprimento de sentença. 
 
OBS.: eventual parcelamento no cumprimento de sentença somente com 
concordância do credor; será uma autocomposição. 
 
 
Penhora e avaliação 
- Se não houver o pagamento nem o parcelamento, como eventuais embargos 
não suspendem a execução, em regra, será feita a penhora e a avaliação 
automaticamente (com base no mesmo mandado de citação). 
- A penhora e a avaliação são atos preparatórios para expropriação. A penhora 
pode ser online e basta um comando do juiz, via internet, sem necessidade do 
oficial de justiça. 
 
A) Penhora - arts. 831 a 869, CPC 
- A penhora é um ato complexo, formado por 3 atos: a busca, a apreensão e o 
depósito de bens para garantir a execução. 
 → a busca é a localização de bens; 
 → apreensão é a constrição ou retirada do bem do poder do devedor; 
 → o depósito consiste na entrega do bem aos cuidados de alguém que 
deve zelar por ele. 
 
OBS.: o depositário judicial pode ser um servidor do tribunal ou um 
particular que auxilia o juízo esporadicamente. Nesse caso, a lei prefere que 
seja um credor. Só ficará com o próprio devedor se impossível, ou muito 
difícil, a remoção do bem ou se o credor concordar. Mesmo nesse caso, o 
devedor perde o poder sobre o bem e passa a ter o dever de zelar por ele. 
 
- A penhora será formalizada ou documentada por um auto ou termo de penhora, 
que é lavrado pelo oficial de justiça e assinado pelo executado ou depositário. 
 
 
14/08/2019 
- A penhora deve atingir bens suficientes para garantir a satisfação do credor. Se a 
obrigação é garantida por um bem específico, primeiro ele deve ser penhorado. Se 
não houver garantia real, em regra, qualquer bem do devedor pode ser 
penhorado. 
 
Exceções 
1) Bens inalienáveis →Bem inalienável é aquele que não pode ser vendido, 
doado ou penhorado. Bens inalienáveis podem ser trocados por outros mediante 
sub-rogação, que é uma substituição judicial de uma pessoa ou coisa por outra, na 
mesma relação jurídica. 
2) Bens impenhoráveis → em razão da previsão legal ou ato voluntário. 
- O art. 833 lista os principais bens impenhoráveis. O rol do referido artigo é 
exemplificativo. Existem outras impenhorabilidades. Exemplo: o bem de família da 
Lei n. 8009/90. 
- A impenhorabilidade prevista é relativa, pois comporta exceções previstas na 
própria lei. 
- O art. 835 estabelece a ordem preferencial da penhora. Para inverter a ordem, o 
juiz deve ponderar o princípio da efetividade e o princípio da menor onerosidade. 
- Na falta de outros bens penhoráveis, é possível penhorar frutos de rendimentos 
dos bens inalienáveis. 
 
 
Documentação da Penhora 
- A penhora será documentada por ato ou termo com os requisitos do art. 838. 
Documentada a penhora, será intimado o executado por oficial de justiça, pelo 
advogado ou pelo correio. Se for bem imóvel, ou direito real sobre bem imóvel, e o 
executado for casado, é necessário intimar o cônjuge (salvo se o regime for o da 
separação total de bens). 
- Tratando-se de bem sujeito a registro, deve ser realizada a averbação da 
penhora para conhecimento de terceiros. 
 
 
Penhoras Específicas 
1) Penhora online 
- É feita por meio eletrônico com base num convênio feito com o Banco Central 
(Bacenjud), com o Denatran (Renajud) e com o colégio de registradores (Arisp), 
que permite a penhora de dinheiro em banco, veículos e imóveis. O art. 854 
detalha a penhora de dinheiro em banco: 
 → o juiz determina a indisponibilidade do valor necessário → feito o 
bloqueio, ele será comunicado ao juízo que, em 24 horas, cancelará os excessos 
→ depois, o executado será intimado e tem 5 dias para alegar impenhorabilidade 
ou excessos → resolvido eventual equívoco, o valor é transferido para uma conta 
vinculada ao processo, ficando penhorado independente de termo. 
- Quando é penhora de imóvel ou de veículo, ela é averbada no registro. Mesmo 
assim, será necessário apreender o veículo e fazer a constatação do imóvel, bem 
como a avaliação de ambos. 
 
 
21/08/2019 
 
2) Penhora de Créditos 
- O crédito é um direito imaterial. A penhora de crédito pode variar: 
 → se o crédito for representado num título de crédito, basta apreender o 
título; 
 → se o crédito não constar de um título, ou se o título não for apreendido, 
basta verificar com o devedor do título (ou da dívida) se ele reconhece o débito e 
intimá-lo para que não pague ao credor; e intimar o credor executado para que 
não disponha do seu crédito. 
 
 
- Se o crédito ou outro direito for objeto de um processo do executado contra o seu 
devedor, é possível a penhora no rosto dos autos, conforme o art. 860 do CPC: 
 → averba-se ou anota-se com destaque na capa ou na página inicial do 
processo eletrônico que o objeto do processo está penhorado. 
- Depois da penhora e eventuais questionamentos, o exequente pode: 
 → adjudicar o crédito, tornando-se o credor dele ou pedir a alienação dos 
direitos de forma particular. 
 
3) Penhora de Cotas ou Ações de Sociedade 
- Art. 861 
- Há dois tipos de sociedade: a sociedade de pessoas que se caracteriza pela 
affectio societatis, e a sociedade de capital, cujos sócios são escolhidos pelo 
aporte financeiro e não por seus atributos pessoais. 
- Em todas as hipóteses, as ações ou cotas podem ser penhoradas, mas nas 
sociedades de pessoas o máximo que o exequente pode obter é o valor 
patrimonial das cotas, isto é, liquidam-se as cotas e entrega o dinheiro → porém, 
ele não pode adjudicar as cotas e se tornar sócio. 
- Feita a penhora de cotas ou de ações, o juiz fixa um prazo de até 3 meses para 
que a sociedade apresente um balanço, ofereça as cotas ou ações aos demais 
sócios e, se houver interesse, faça a liquidação das cotas, depositando o valor. 
 
4) Penhora de Empresa e Outros Estabelecimentos ou Semoventes 
- Essa penhora deve ser evitada, porque, a rigor, gera uma intromissão na 
administração da empresa ou estabelecimento: o juiz nomeará um perito para 
elaborar um plano de gestão para que o negócio seja avaliado para ser 
expropriado ou organizar um cronograma de pagamento da dívida → arts. 862 a 
865 
- Muito melhor, e menos onerosa, é a penhora de percentual do faturamento → 
art. 866 → ela não influi na gestão, ela recai sobre o resultado financeiro → 
conforme a complexidade da empresa, o juiz nomeará um depositário 
administrador para calcular o percentual do faturamento e o tempo necessário 
para satisfazer todo crédito. 
- Cabe ao juiz fixar o percentual do faturamento e o STJ tem decisões no sentido 
de que não pode ser superior a 20%. 
5) Frutos e Rendimentos 
- Ela não atinge a coisa principal, mas os acessórios que ela é capaz de produzir. 
Exemplo: a penhora dos aluguéis de um imóvel; da safra do agricultor. 
- Conforme o caso, o juiz pode nomear um administrador para fazer um plano de 
penhora, estimando o tempo necessário e o alcance da penhora. 
 → esta penhora, a partir de determinado momento, passa a ser uma forma 
de expropriação: a penhora em si vai retendo os frutos que ficam à disposição do 
processo, mas, superados eventuais questionamentos, os frutos periódicos são 
entregues ao exequente como forma de pagamento paulatino. O que também 
ocorre com a penhora do faturamento da empresa. 
- Depois de realizada a penhora, haverá a avaliação do bem penhorado que, em 
regra, para a economia e a celeridade, a lei prevê que será feita por oficial de 
justiça. Só será nomeado perito para avaliação quando for necessário 
conhecimentos técnicos específicos. Após esses 2 atos (penhora e avaliação) o 
processo está pronto para iniciar a fase de expropriação. 
 
OBS.: quando feita por oficial de justiça, ela pode constar do próprio auto de 
penhora e avaliação. Do contrário, haverá um auto de avaliação. 
 
 
EXPROPRIAÇÃO 
 
- O CPC prevê quatro formas de expropriação: 
1) adjudicação; 
2) alienaçãopor iniciativa particular; 
3) leilão; 
4) apropriação de frutos e rendimentos (ou de faturamento). 
- A lei sugere uma ordem de preferência, na qual a última opção é o leilão por ser 
exageradamente formalista, dando margem a nulidade, e por ser oneroso. 
 
 
 
28/08/2019 
 
EXPROPRIAÇÃO 
Conceito 
- Art. 876 a 903 
- É a retirada forçada de bens do patrimônio do devedor para satisfazer o credor. 
- Tecnicamente, há duas espécies de expropriação: 
 → expropriação liquidativa = transforma bens do devedor em dinheiro 
 → expropriação satisfativa = é a retirada de bens do devedor para dar em 
pagamento ao credor 
 
Formas de Expropriação 
1) Adjudicação 
- Prevista nos arts. 876 a 878 
- É a entrega forçada do bem penhorado ao credor em pagamento 
- 2 requisitos básicos: 
a) requerimento do credor 
b) o valor deve ser maior ou igual ao da avaliação 
- Logo após a penhora, o credor pode requerer adjudicação; o juiz ouvirá o 
devedor e depois decide. Deferida a adjudicação, ela será documentada por termo 
nos autos → o cartório vai lavrar um termo de adjudicação → o termo nos autos 
substitui a escritura 
- Se for bem sujeito a registro (exemplo: veículo e imóvel), será expedida carta de 
adjudicação para registro. 
- Se o bem vale mais que o crédito, o credor deposita a diferença; do contrário, a 
execução prosseguirá pela parte do crédito ainda não quitada. 
- Expropriação satisfativa 
 
OBS.: além do exequente, todos os sujeitos indicados no art. 889, II a VIII 
(que têm algum direito sobre o bem), também têm legitimidade para 
adjudicar. Se houver requerimento do exequente, todo devem ser intimados 
para se manifestar. Se mais alguém tiver interesse, adjudica quem oferecer 
maior proposta. Havendo mais alguém com direito sobre a coisa, o 
pagamento seguirá a ordem de preferência. 
 
2) Alienação por Iniciativa Particular 
- Prevista no art. 880 
- É a venda forçada do bem do devedor por intermédio do próprio credor ou de um 
corretor credenciado no juízo ou um leiloeiro. 
- Requisitos: 
a) requerimento do credor; 
b) o preço será, no mínimo, o valor da avaliação 
- Se não requerida a adjudicação, o credor pode requerer alienação particular; o 
devedor será ouvido e o juiz decide. Se deferida, cabe ao juiz estabelecer na 
decisão: 
a) o responsável pela venda; 
b) qual o prazo para a venda; 
c) as formas de divulgação; 
d) o preço e as formas de pagamento → se permitir o pagamento parcelado, 
decidirá sobre as garantias do negócio; 
e) a comissão do corretor ou do leiloeiro. 
- Se houver proposta de compra, será submetida ao juiz e, caso aprovada, após o 
pagamento lavra-se termo de alienação particular e, para registro, carta de 
alienação. 
- Expropriação liquidativa. 
 
3) Leilão 
- Arts. 881 a 903 
- É a venda forçada do bem penhorado por meio de um leiloeiro oficial. 
- Essa é a última opção da lei em ordem de preferência: só haverá leilão se não 
for requerida a adjudicação nem a alienação particular → isso por causa do 
exagerado formalismo que torna o leilão oneroso e nascedouro de nulidades. 
- Formalidades prévias: 
a) ele nomeia leiloeiro oficial 
b) cabe ao leiloeiro as incumbências previstas no art. 884 
c) edital → art. 886 → tem que ser publicado com antecedência mínima de 5 
dias do leilão → a publicação, em regra, é no site indicado pelo juiz 
 
OBS.: se o leilão não for pela internet, ou se o juiz entender insuficiente a 
publicação pela internet, ele poderá determinar outros meios de publicidade 
afixando o edital no mural do fórum e a publicação em jornal de ampla 
circulação local pelo menos uma vez. 
 
- A intimação do executado, do coproprietário e de todos que têm direito sobre o 
bem (art. 889) com antecedência mínima de 5 dias. Se for bem imóvel, e o 
executado for casado, deve-se intimar o cônjuge. 
- Em regra, qualquer interessado pode oferecer lance no leilão → salvo aqueles 
que têm vínculo com o processo. 
- No primeiro leilão, o lance mínimo é o valor da avaliação. No segundo leilão 
(caso o primeiro não “vingue”), o lance mínimo só deve respeitar a proibição de 
preço vil, que deve ser definido pelo juiz. 
- A arrematação será deferida a quem oferecer maior lance. Feito o pagamento, 
lavra-se auto de arrematação. Para eventual registro, será expedida carta de 
arrematação. 
- Expropriação liquidativa. 
 
4) Apropriação/Entrega de Frutos, Rendimentos ou Percentual do Faturamento 
OBS.: a lei prefere esta expropriação ao invés do leilão, pois ela é menos 
onerosa e menos formalista → ela não expropria a coisa principal, mas 
apenas os frutos que ela produz. 
 
- Essa forma de expropriação é um desdobramento natural das penhoras 
específicas. 
- Trata-se de uma expropriação satisfativa. 
 
 
04/09/2019 
Devolução das provas do 1º semestre 
 
 
11/09/2019 
 
5) Satisfação/pagamento do credor 
- Formas: 
a) entrega do dinheiro 
b) entrega do bem adjudicado 
c) recebimento dos frutos, rendimentos e percentual do faturamento 
 
 
Suspensão da Execução 
- Art. 921 a 923 
- A suspensão da execução é excepcional e só pode ocorrer nas hipóteses 
previstas em lei, exemplificadas no art. 921 do CPC. Hipóteses: 
 I - nos casos dos arts. 313 e 315, no que couber; 
 II - quando os embargos à execução forem recebidos com efeito 
suspensivo (também quando a impugnação ao cumprimento de sentença tiver 
efeito suspensivo); 
 III - quando o executado não tiver bens penhoráveis* 
 IV - se não houver interessados na aquisição do bem penhorado e o 
exequente não pedir a adjudicação nem indicar outros bens; 
 V - concessão do parcelamento do art. 916 
 
Prescrição 
- Prescrição é a perda da pretensão, isto é, é a perda do direito de ação e toda a 
capacidade defensiva de um direito. 
- Requisitos: 
1) violação de um direito; 
2) inércia do titular do direito violado; 
3) decurso do prazo previsto em lei. 
- A prescrição intercorrente exige os mesmos requisitos, porém eles ocorrem na 
pendência de um processo: se o processo for suspenso por até um ano, pela não 
localização de bens, e, após esse prazo, o exequente permanecer inerte, inicia-se 
o prazo de prescrição intercorrente. 
 
OBS.: o prazo de prescrição é previsto na lei material, seja o código civil ou 
outra, e varia conforme o direito. 
 
OBS. 2: além do início do prazo prescricional, a inércia do exequente depois 
do prazo de suspensão permite o arquivamento do processo, que não é a 
extinção. É apenas uma providência burocrática que retira o processo físico 
do cartório, remetendo-o para o arquivo morto. Para dar andamento basta 
pedir o desarquivamento. 
 
Extinção da execução e meios de defesa → próxima aula 
 
 
 
 
17/09/2019 
 
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO 
- Arts. 924-925 
- Quanto à forma: será sempre por sentença, como em todo processo. 
OBS.: em regra, é uma sentença curta que só declara a extinção do feito em 
razão da extinção da obrigação. Excepcionalmente, poderá haver extinção 
sem mérito. 
 
Fundamentos ou causas de extinção 
- O art. 924 exemplifica os principais fundamentos: 
1) indeferimento da inicial → também é possível a extinção sem mérito com base 
com outros fundamentos do art. 485 
2) quando a obrigação é satisfeita; 
3) quando o executado obtiver, de qualquer modo, a extinção da obrigação → 
autocomposição; 
4) quando o exequente renunciar ao crédito; 
5) se houver a prescrição, intercorrente ou não 
OBS.: o processo de execução não objetiva uma decisão de mérito, mas a 
satisfação do credor. Sempre que ele for extinto porque a obrigação foi 
extinta, haverá resolução do mérito (art. 924, II a V, CPC). Nada impede a 
extinção sem mérito (arts. 485 e 924, I). 
 
MEIOS DE DEFESA DO EXECUTADO 
A) Meios de defesa típicos 
- Dois meios de defesa típicos: 
1) impugnação ao cumprimento de sentença (art. 525, CPC, natureza de defesa); 
2) embargos à execução (art. 914 e seguintes) → natureza de ação → só na 
execução detítulo extrajudicial 
B) Defesas atípicas (elas não são previstas em lei, mas foram criadas 
pela doutrina e aceitas na jurisprudência) 
- Dois tipos: 
1) ações autônomas de impugnação → são ações em processo autônomo que 
direta ou indiretamente podem prejudicar a execução → Exemplo: ação rescisória 
 → execução extrajudicial: ação anulatória ou ação declaratória de nulidade 
2) exceção ou objeção de pré-executividade → é uma petição simples 
apresentada no processo de execução alegando defesas que não exigem dilação 
probatória 
 → ela não tem prazo, não tem formalidades, pode ser apresentada mais de 
uma vez 
 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
- Art. 914 
1) Conceito 
- É uma ação autônoma incidental de conhecimento, prejudicial à execução 
- É uma ação de conhecimento que visa uma sentença 
- É prejudicial à execução porque, se acolhida, extingue ou diminui ou corrige a 
execução 
- Vai criar um processo de conhecimento autônomo , em paralelo à execução 
- É incidental, porque pressupõe execução em curso 
2) Prazo 
- O prazo é de 15 dias, contados da juntada da citação 
- Esse prazo NUNCA dobra, mesmo que exista litisconsórcio: ele será 
independente para cada executado e contado da juntada da respectiva 
citação. 
- Exceção: se os executados forem cônjuges ou companheiro, o prazo é simples; 
mas será comum, contado da juntada da citação do último deles 
3) Efeito suspensivo 
- Os embargos não exigem prévia penhora. Por isso, não têm efeito suspensivo 
automático 
- O juiz poderá dar efeito suspensivo aos embargos, se reunidos 4 requisitos: 
a) penhora ou garantia do juízo; 
b) requerimento do executado embargante; 
c) fundamentos relevantes; 
d) o risco de dano (perigo da demora). 
- Essa suspensão poderá ser total, parcial ou só de um ato executivo 
- Havendo litisconsórcio passivo na execução, cada executado oferecerá seus 
embargos; mas nada impede que se repita o litisconsórcio no polo ativo dos 
embargos. O efeito suspensivo em favor de um embargante, em regra, não 
beneficiará os demais, salvo se os motivos ou as teses forem comuns. 
4) Procedimento dos embargos 
A) A petição inicial dos embargos tem que ser instruída com as cópias das 
principais peças da execução. 
OBS.: o art. 917 exemplifica algumas matérias que podem ser alegadas nos 
embargos. A rigor, qualquer matéria de defesa pode ser alegada → se for 
alegado excesso de execução, tem que indicar o valor correto e juntar uma 
planilha demonstrando o valor do débito. A arguição de impedimento e 
suspeição tem que ser alegada em petição autônoma, porque esse incidente 
será julgado pelo tribunal. 
B) A inicial será distribuída por dependência ao juízo da execução e autuado em 
apartado. 
C) O juiz analisa a inicial e pode rejeitá-la de plano → hipóteses: 
 • quando intempestivos; 
 • se for caso de indeferimento da inicial (art. 330) ou improcedência liminar 
(art. 332); 
 • quando eles forem manifestamente protelatórios; 
 • quando, alegando excesso de execução, não indicar o valor correto ou não 
juntar o demonstrativo de cálculo e esse for o único fundamento (art. 917, § 4º, I, 
CPC). 
OBS.: se houver mais de um fundamento não haverá rejeição, mas a 
alegação de excesso não será apreciada. 
OBS. 2: apresentar embargos manifestamente protelatórios é ato atentatório 
à dignidade da justiça punido com multa. 
OBS. 3: a rejeição liminar dos embargos é por sentença e cabe apelação, 
sem efeito suspensivo. 
D) Recebidos os embargos, o embargado será ouvido em 15 dias. 
OBS.: como se trata de um processo incidente, basta intimar o exequente 
embargado por meio do advogado para responder os embargos (contestar) 
em 15 dias. Se não houver contestação, haverá revelia. A doutrina diverge, 
mas, a rigor, não se aplica a presunção de veracidade, pois a certeza que 
decorre do título não pode ser desfeita por presunção. 
E) Se necessário, haverá instrução com todos os meios de prova. 
F) Após a manifestação das partes sobre a prova, haverá sentença. 
 
 
18/09/2019 
 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
- Ela foi criada na época em que os embargos exigiam prévia penhora. O objetivo 
era evitar uma execução injusta antes de uma constrição sobre o patrimônio do 
devedor. É criação da doutrina aceita pela jurisprudência, inclusive pela Súmula 
393 do STJ. 
- No início, ela só podia versar sobre matérias de ordem pública sobre as quais o 
juiz deve se manifestar de ofício. Exemplos: condições da ação e pressupostos 
processuais. Por isso, alguns sugeriram que o nome mais correto seria objeção de 
pré-executividade. 
- Com o tempo, o seu conteúdo, ou objeto, foi ampliado, permitindo qualquer 
matéria - inclusive de mérito -, desde que não exija dilação probatória → cabe 
qualquer matéria de direito (exemplo: prescrição), e, também, matéria de fato, 
desde que comprovado documentalmente. Exemplo: pagamento com recibo. 
- Com a ampliação do objeto, já estava consagrado o nome Exceção de 
Pré-executividade. 
- A Súmula 393 merece interpretação extensiva: aplica-se a qualquer execução; 
permite alegar matéria de ordem pública e qualquer outra, inclusive de mérito, que 
não exija dilação probatória → a Súmula disse menos do que deveria dizer. 
Forma 
1) Petição simples 
2) Prazo → não tem: pode ser a qualquer tempo → antes, depois, durante os 
embargos etc. → quantas vezes o devedor quiser 
Procedimento 
1) É apresentada por petição simples. 
2) O juiz colherá a manifestação do exequente em 5 dias, ou no prazo que ele 
fixar. 
3) O juiz decide 
OBS.: se o juiz entender que é necessário produzir provas, rejeitará a 
exceção. Se o juiz acolher a exceção e extinguir a execução, ele fixará 
honorários de sucumbência para o devedor a ser pago pelo credor. 
OBS.: se a exceção for rejeitada, ou acolhida, mas sem extinguir a execução, 
não haverá honorários. Isso será levado em conta nos honorários finais da 
execução. 
OBS.: pelo novo CPC não é possível compensar sucumbência. Cada parte 
arcará com os honorários de sucumbência na proporção da sua derrota. 
Nesse sentido, sempre que acolhida a exceção, reduzindo o objeto da 
execução, o advogado do executado tem direito a honorários sobre a 
redução. 
OBS.: a exceção de pré-executividade rejeitada não gera honorários 
próprios, mas, se ela for manifestamente protelatória, cabe multa por 
litigância de má fé de até 20% do total cobrado (e reverte em proveito do 
exequente). Essa defesa não é regrada pela lei, mas tem fundamento legal no 
art. 518 e no art. 803 do CPC. 
AÇÕES AUTÔNOMAS 
1) Forma 
- São ajuizadas por meio de uma petição inicial com todas as formalidades do art. 
319. 
2) Prazo 
- Em regra, não tem um prazo curto. Terá apenas eventual prazo prescricional ou 
decadencial 
3) Cria um processo autônomo de conhecimento que tem conexão com a 
execução. Por isso, deve ser distribuída por dependência → art. 55, § 2º, I, CPC. 
4) Em regra, a ação autônoma não suspende a execução → art. 784, § 1º, e art. 
969, CPC. Salvo, se houver uma liminar nesse sentido. 
5) Desvantagens 
- As desvantagens principais são: 
 → formalidade de uma inicial; 
 → as custas de uma ação; 
 → a demora de um processo. 
6) Vantagens 
- A principal vantagem é que permite todos os meios de prova. 
- A ação autônoma pode ser anterior à execução e, também, depois de extinta a 
execução, inclusive, cumulando pedido de repetição de indébito. 
 
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
- Arts. 911 a 913 
- Haverá petição inicial, citação e 3 técnicas à disposição do exequente: 
a) prisão → art. 911 → ele será citado para pagar em 3 dias, ou provar que já 
pagou, ou justificar a impossibilidade de pagar → nesse caso, não cabe 
embargos em 15 dias, mas justificativa em 3 dias 
b) execução com penhora e procedimento comum → art. 913 → a única 
diferença é que mesmo que os embargos tenham efeito suspensivo, se a 
penhora recai sobre dinheiro o exequente podelevantar a pensão vencida 
mensalmente no curso do processo 
c) execução com desconto na fonte → art. 912 
 
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA 
- Art. 910 
- A Fazenda Pública será citada para, se quiser, opor embargos em 30 dias. 
- Superados eventuais embargos, expede-se RPV ou precatória. 
25/09/2019 
Debate 
 
02/10/2019 
Não teve aula 
 
09/10/2019 
Não teve aula 
 
16/10/2019 
 
Continuação Execução contra a Fazenda 
- De fato, pois a lei não prevê → a lei diz que expedirá precatória ou RPV depois 
de superado eventuais embargos 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
- Arts. 539 a 770, CPC 
- Os Procedimentos Especiais existem para que o processo de conhecimento seja 
um instrumento adequado, atendendo as peculiaridades de alguns direitos 
materiais. 
- A regra do CPC é o processo de conhecimento seguindo o procedimento comum 
→ só haverá procedimento especial quando previsto expressamente na lei. 
- Na falta de regras quanto um procedimento especial, aplicam-se as regras do 
procedimento comum naquilo que for compatível → art. 318, parágrafo único, CPC 
OBS.: para saber se é compatível, verifica-se no caso concreto qual o 
objetivo da especialização do procedimento. 
- O CPC divide os procedimentos especiais em duas espécies ou grupos: 
a) Procedimentos Especiais de jurisdição contenciosa → tem por objeto uma lide 
ou conflito de interesses → arts. 539 a 718, CPC 
b) Procedimentos Especiais de jurisdição voluntária → não há conflito, mas uma 
situação jurídica relevante → em regra, de interesse comum → arts. 719 a 770, 
CPC 
- A diferença entre essas duas espécies está no objeto, isto é, no caso concreto. 
- A lei utiliza várias técnicas para especializar o procedimento, das quais se 
destacam: 
a) Regra especial de iniciativa → alguns permitem que a iniciativa seja iniciada 
pelo juiz, de ofício 
 → exemplo: arts. 738, 744 e 746, do CPC → o processo pode ser iniciado 
pelo juiz → prevê legitimidade concorrente e subsidiária 
b) Possibilidade de liminar com requisitos específicos 
 → exemplo: nas possessórias, nos embargos de terceiro, nas ações de 
alimentos da Lei n. 5.478/68 
c) Caráter dúplice → é a possibilidade do réu obter a tutela jurisdicional para si, 
sem ter que fazer a reconvenção 
 → exemplo: ação de consignação em pagamento e ação possessória 
d) Limitação dos meios de prova 
 → exemplo: mandado de segurança → pois só permite prova documental 
e) A limitação das matérias que podem ser alegadas → limitação da cognição no 
plano horizontal 
 → exemplo: nas ações possessórias é proibido discutir domínio 
(propriedade) 
f) Incluindo ou retirando atos processuais 
g) Aumento ou redução de prazos 
 → exemplos: 
 • ação popular → 20 dias para contestar 
 • juizado especial → não permite reconvenção 
 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
- Arts. 539 a 549, CPC 
- Cabe quando houver recusa do credor ou obstáculo ao pagamento (art. 334 e 
seguintes) 
Espécies de Consignação 
- 4 espécies: 
A) Consignação extrajudicial 
B) Consignação por obstáculo ou recusa → judicial 
C) Consignação por dívida quando ao credor → judicial 
D) Consignação de aluguel e outros encargos da locação → judicial 
A) Consignação Extrajudicial 
- Parágrafo do art. 539 do CPC 
- É uma faculdade: a parte não é obrigada a tentar a via extrajudicial 
- Só pode ser usada para QUANTIA CERTA (dinheiro) 
- Há 3 requisitos: 
1) quantia certa; 
2) endereço do credor; 
3) estabelecimento bancário → de preferência, OFICIAL ou AUTORIZADO 
- Procedimentos: 
a) O devedor deposita o valor em um banco no local do pagamento; 
b) O credor será notificado pelo correio, com aviso de recebimento, para vir 
receber o valor ou manifestar recusa por escrito em 10 dias: 
 • se não houver recusa, o comprovante de depósito vale como quitação; 
 • manifestada a recusa no prazo legal, o devedor terá 1 mês para ajuizar a 
consignação judicial, sob pena de perda da eficácia liberatória do depósito 
extrajudicial (ajuizar a ação no prazo, aproveita-se o depósito). 
OBS. 1: existe uma resolução do Branco Central regrando o banco. 
OBS. 2: quem manda a notificação ao credor é o banco. 
OBS. 3: a recusa deve ser apresentada ao banco (por escrito) e a conta do 
depósito é uma conta especial remunerada com juros e correção monetária. 
OBS. 4: a falta de recusa tempestiva NÃO impede o credor de cobrar a 
diferença em juízo. 
 
 
18/10/2019 
 
Consignação judicial (por recusa ou obstáculo) 
- O objeto é dinheiro ou coisa 
- Competência → no foro do local do pagamento 
Peculiaridades: 
1) exige o depósito do objeto 
2) a ação é dúplice, quando o réu alegar insuficiência do depósito 
Procedimento: 
1) Petição inicial 
→ alegar recusa ou obstáculo (arts. 334 a 345, CC) 
→ requerer o depósito ou o aproveitamento do depósito extrajudicial 
2) O juiz defere ou determina o depósito 
3) O autor terá 5 dias para depositar → sob pena de indeferimento da inicial → 
extinção sem mérito 
OBS.: esse depósito é um pressuposto específico desse processo que 
alguns chamam de condição de procedibilidade (para que o procedimento 
caminhe) 
4) Feito o depósito, o réu (credor) será citado para levantar o depósito ou 
contestar 
OBS.: a lei não prevê um prazo específico para a contestação, por isso será 
de 15 dias. 
OBS. 2: o artigo 544 lista as matérias que o réu pode alegar na contestação. 
Antigamente, entendia-se que esse rol era taxativo, mas hoje a maioria 
entende que é exemplificativo. 
OBS. 3: uma das alegações possíveis é a insuficiência do depósito, que não 
impede o levantamento, exige a indicação do valor correto e gera a 
oportunidade de o autor complementar em 10 dias (salvo se o contrato 
prever que o inadimplemento gera rescisão). 
OBS. 4: alegada a insuficiência do depósito, se não houver o complemento 
voluntário a ação torna-se dúplice. E, se após as provas, a sentença 
reconhecer que o depósito é insuficiente, o autor já fica condenado pela 
diferença (ou seja, o réu vai poder executar o autor). 
OBS. 5: se o réu levantar o objeto sem nada contestar, o processo será 
extinto com resolução do mérito pelo reconhecimento do pedido. 
5) Após a contestação, e eventual réplica, haverá instrução, com todos os meios 
de prova → não delimita os meios de prova. 
6) Após a instrução, haverá sentença 
OBS.: a sentença que reconhece a insuficiência do depósito é de 
improcedência e, além de condenar o autor na diferença faltante, condenará 
o autor em honorários. 
- No caso de prestações periódicas, deferido o depósito de uma das parcelas, é 
possível consignar as vincendas no mesmo processo (até o trânsito em julgado, 
no prazo de 5 dias contados do vencimento de cada parcela). 
 
Consignação por dúvida quanto ao credor 
- Art. 547 e seguintes 
- Esse processo poderá ter duas fases, conforme o comportamento dos réus 
- Nesse caso, haverá litisconsórcio passivo necessário entre todos os prováveis 
credores 
- No começo, haverá petição inicial, depósito do objeto e citação de todos os réus. 
 
 
23/10/2019 
 
Consignação por dúvida quanto ao credor - Continuação 
- O procedimento dessa ação varia conforme o comportamento dos réus: 
I - o autor, na inicial, expõe a dúvida, pede autorização para depositar, deposita o 
objeto em cinco dias e o juiz determina a citação dos réus 
II - Citados: 
a) pode não comparecer nenhum → nesse caso, o devedor é liberado e o 
procedimento é convertido em arrecadação de coisas vagas (sem dono) e que, ao 
final, vão para o Estado 
b) pode comparecer só um réu, provando o seu crédito → nesse caso, haverá 
simplificação → o procedimento será igual ao da consignação por obstáculo: o juiz 
profere sentença, dando a quitação para o autor e autorizando o levantamento do 
depósito pelo réu 
c) pode comparecer dois ou mais réus reivindicando o crédito → nesse caso, o 
procedimento terá duas fases: 
1- na primeira fase será igual a consignação por recusa,sendo o devedor autor e 
os supostos credores são réus, e termina com uma decisão que declara extinta a 
obrigação do autor e condena os réus em honorários. Após essa decisão, inicia-se 
a segunda fase 
2- Só entre os credores: cada um é autor e, ao mesmo tempo, réu dos demais. 
Haverá instrução com todos os meios de prova e sentença, declarando quem é o 
verdadeiro credor e condenando os demais a completar o depósito e pagar 
honorários 
 
Consignação de aluguel 
- Art. 67 da Lei n. 8.245/91 
- O importante é identificar as diferenças da consignação do CPC: 
1) a competência é do foro do imóvel 
2) autorizado o depósito pelo juiz 
3) alegada a insuficiência do depósito, o autor terá cinco dias para complementá-lo 
com multa de 10% 
4) esta ação não é dúplice → se o réu quiser receber a diferença, ou obter o 
despejo, é necessário reconvir 
5) as prestações vincendas podem ser depositadas no mesmo processo na data 
do vencimento e só até a sentença de primeiro grau 
6) os honorários de sucumbência são pré-fixados na lei em 20% 
 
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 
- Art. 550 a 553 
- O dever/direito de prestar contas surge sempre que alguém administra ou gere 
coisa alheia 
- Ela pode ser proposta pelo titular dos bens que estão em poder de outrem 
- O objetivo é ter acesso às receitas e despesas e verificar se as contas estão em 
ordem → aprovadas as contas, se houver saldo, o credor poderá executar seja ele 
o autor ou o réu → a prestação de contas tem caráter dúplice 
Procedimento 
1) Haverá uma petição inicial, onde o autor afirma o direito de exigir contas 
2) O réu é citado para prestar contas ou contestar em 15 dias → conforme o 
comportamento do réu, é o desdobramento do procedimento: 
a) se prestar contas, o procedimento é simplificado e aí passa-se a análise das 
contas 
b) se contestar, o procedimento terá duas fases: 
 → primeira fase: decide-se se há o dever de prestar contas 
- A decisão que julgar procedente o pedido de contas, condenará o réu a 
prestá-las em 15 dias. Após o trânsito em julgado dessa decisão, inicia-se a fase 
de prestação e julgamento das contas 
 → segunda fase: análise das contas (caso a fase anterior determine a 
prestação de contas) 
1) O autor requer a intimação do réu para que preste contas em 15 dias 
2) O réu pode: 
 a) prestar contas → o autor será intimado para se manifestar sobre as 
contas em 15 dias → se necessário, haverá instrução inclusive com perícia 
contábil → por fim, a sentença julgará as contas 
 b) se o réu não prestar contas, o autor será intimado para prestar as contas 
em 15 dias, estimando os dados, e o réu não poderá impugná-los → se 
necessário, haverá perícia e o juiz decide, julgando as contas 
OBS.: as contas devem ser prestadas de forma contábil, indicando receitas e 
despesas em ordem cronológica e com documentos que comprovam os 
lançamentos. 
OBS.: se houver crédito em favor do autor ou do réu, o credor fará o 
cumprimento de sentença nos próprios autos. 
 
- O art. 553 prevê a prestação de contas incidental que cabe quando alguém 
passa a gerir bem alheio por ordem do juiz em um processo → exemplo: o 
inventariante, o tutor, o curador, o administrador judicial da massa falida etc. 
- Ela tramita em apenso ao processo em que houve a nomeação 
- Só haverá a segunda fase, isto é, as análises das contas 
- Prestadas as contas, se o requerido for condenado a pagar o saldo devedor e 
não fizer no prazo legal, será destituído, os bens sob a sua guarda serão 
sequestrados, ele perde a remuneração que teria e haverá execução forçada 
- A prestação de contas incidental pode ser determinada de ofício ou a 
requerimento do MP → nesse caso, é mero incidente processual; também pode 
ser requerida por qualquer interessado e, nesse caso, terá natureza de ação 
autônoma 
 
POSSESSÓRIAS 
- Art. 554 a 568 
- 3 tipos de ações possessórias: 
a) interdito proibitório → ele cabe quando há ameaça à posse → busca uma 
decisão que impeça a violação 
b) manutenção de posse → quando ocorre a turbação da posse → turbação = 
violação que atrapalha o exercício da posse, mas não o impede → pede uma 
decisão que faça cessar a conduta que atrapalha 
c) reintegração de posse → cabe no caso de esbulho possessório → esbulho é a 
violação que priva o possuidor da posse, isto é, gera perda da posse → pede uma 
decisão que devolva a posse 
OBS.: as ações possessórias típicas, também chamadas interditos 
possessórios, variam conforme o tipo de desrespeito ao direito de posse, 
mas elas têm características comuns: 
 
 
30/10/2019 
 
Manutenção de Posse e Reintegração de Posse 
- Procedimento igual: 
• se for ação de força nova → violação da posse data de menos de ano e dia 
• se for de força velha → violação faz mais de 1 ano e 1 dia 
- Se for de força nova → procedimento especial: 
1. Petição inicial 
* possibilidade de liminar 
* possibilidade de audiência de justificação para provar os requisitos da liminar 
2. Citação 
3. Respostas → contestação/reconvenção → ação dúplice → o réu não precisa 
reconvir para obter os direitos previstos no art. 556 → ele pode pedir na própria 
contestação 
4. Réplica 
5. Saneador 
6. Intimação 
7. Sentença 
OBS.: na ação de força nova cabe liminar de plano se o autor, na inicial, já 
provar os requisitos; se for necessário provar os requisitos em audiência, 
antes de decidir sobre a liminar, o juiz designará audiência de justificação 
para oitiva de testemunhas e sem a ciência do réu, se isto puder 
comprometer a liminar. Depois da audiência, o juiz decide sobre a liminar. Se 
a participação do réu na audiência de justificação não puser em risco a 
liminar, o réu deve ser citado para a audiência, mas o prazo de resposta só 
começa com a intimação da decisão sobre a liminar. 
 
- No caso de invasão coletiva, também chamada de dissídio coletivo pela posse 
de terra, há algumas peculiaridades: 
1) serão réus todos os invasores → mesmo os não identificados 
2) o oficial de justiça fará a citação e a identificação de todos que for possível e os 
demais serão citados por edital 
3) o MP intervirá como fiscal da ordem jurídica por causa do interesse público 
4) se houver algum beneficiário da justiça gratuita a defensoria pública intervirá 
como custus vulnerabilis → fiscal da vulnerabilidade 
5) se for o caso, os órgãos públicos responsáveis pela política agrária ou política 
urbanística serão intimados para participar da audiência de conciliação 
6) se for ação de força velha, só cabe liminar se preenchidos os requisitos da 
tutela provisória genérica (art. 294 a 311) e a liminar só será deferida depois da 
realização de audiência de conciliação ou mediação em até 30 dias, com a 
participação do MP, DP e órgãos políticos 
7) concedida a liminar, se ela não for cumprida dentro de 1 ano, o juiz designará 
audiência de mediação 
 
- A sentença de procedência impõe obrigação de fazer ou de não fazer e também 
pode, e deve, proibir a repetição de fatos semelhantes, fixando multa cominatória 
(uma sanção em valor fixo e elevado que incide se a ordem for desrespeitada) 
 
INTERDITO PROIBITÓRIO 
- Art. 567 
- É a ação para fazer cessar uma ameaça concreta de ofensa à posse que visa 
impor ao réu uma obrigação de não fazer, isto é, proibi-lo de qualquer 
comportamento ofensivo à posse 
- Trata-se de uma ação preventiva baseada no risco de lesão à direito e que visa 
evitá-lo 
- Trata-se de um exemplo clássico de tutela inibitória → busca-se uma decisão 
capaz de inibir o comportamento do réu 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO 
- Artigos 674 a 681 
- É a ação para o proprietário ou possuidor evitar ou fazer cessar uma constrição 
judicial indevida, em processo do qual não é parte 
- Pressupõe um processo anterior de conhecimento ou de execução em que 
possa ocorrer uma constrição 
- Ele será distribuído por dependência ao mesmo juízo e autuado em apartado 
Polo ativo 
- O terceiro: 
a) proprietário 
b)possuidor 
Polo passivo 
- Em regra só o autor ou o exequente do processo anterior 
- Exceção → haverá litisconsórcio com o executado ou réu do processo anterior, 
se ele indicou o bem → nesse caso, se os embargos forem procedentes, só o 
executado será condenado em honorários (é o causador) 
Prazo 
- Se o processo anterior for de conhecimento, é possível os embargos até antes 
do trânsito em julgado; se for de execução, é até 5 dias depois da expropriação, 
mas antes da assinatura da carta 
 
- Os embargos podem ser preventivos ou repressivos 
- O art. 674, § 2º, lista os terceiros por equiparação 
OBS.: se o ato de constrição foi realizado por carta precatória, os embargos 
de terceiro serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se a indicação do 
bem foi feita pelo juízo deprecante. 
Procedimento 
1) Petição inicial com os requisitos do art. 677 
2) É possível liminar de plano ou após audiência de justificação prévia 
OBS.: essa liminar é para impedir ou suspender a constrição, mantendo o 
bem em poder do embargante. 
OBS. 2: o juiz poderá exigir caução como condição da liminar. 
3) O embargado será citado para contestar em 15 dias 
OBS.: em regra, a citação por meio do advogado do embargado. 
OBS. 2: a citação só será pessoal se o embargado não tiver advogado 
constituído nos autos. 
4) Após eventual contestação, segue o procedimento comum 
 
OBS.: se os embargos de terceiro forem acolhidos, a constrição judicial 
indevida fica prejudicada. 
OBS.: o art. 680 limita as matérias que o embargado pode alegar nos 
embargos do terceiro credor com garantia real. 
 
 
OPOSIÇÃO 
- Art. 682 a 686 
- É a ação de um terceiro reivindicando para si, no todo ou em parte, o direito 
discutido em uma ação 
- Pressupõe um processo de conhecimento em andamento e será distribuída por 
dependência ao mesmo juízo e autuada em apenso 
Polo ativo 
- O opoente é um terceiro 
Polo passivo 
- Opostos → o autor e o réu da ação originária em litisconsórcio necessário 
Prazo 
- Até antes da sentença de 1º grau 
Procedimento 
1) Petição inicial distribuída por dependência 
2) Admitido o processamento, ela será apensada à ação principal 
3) Os opostos serão citados por meio dos advogados para contestar, no prazo 
comum de 15 dias 
OBS.: a citação só será pessoal se um dos opostos não tiver advogado 
constituído nos autos. 
OBS. 2: o prazo de 15 dias NÃO dobra mesmo se eles tiverem advogados de 
escritórios diferentes e sendo o processo físico, pois a lei prevê regra 
especial. 
4) Se necessário, haverá instrução 
5) Sentença → procedimento comum 
→ a sentença será dada em conjunto com a ação principal, podendo ser única 
decidindo primeiro a oposição e depois a ação principal; 
→ se a sentença da oposição for procedente, a ação principal fica prejudicada, ou 
seja, será improcedente 
Peculiaridades 
- Se a oposição for ajuizada antes do início da audiência de instrução, oposição e 
ação serão instruídas em conjunto 
- Se for ajuizada após o início da audiência de instrução, em regra, o juiz só 
suspenderá a ação depois de concluída a instrução para fazer o julgamento em 
conjunto, salvo se entender que a instrução em conjunto atende melhor a duração 
razoável do processo 
 
- A oposição pode ser total ou parcial 
 
 
06/11/2019 
 
AÇÃO MONITÓRIA 
- Art. 700 a 702 
- É uma ação de conhecimento de procedimento especial documental que visa a 
rápida formação do título judicial 
OBS.: a doutrina mais recente diz que é um procedimento especial baseado 
em tutela de evidência, pois só é cabível se houver prova escrita que torne 
evidente o direito do autor. 
- É um procedimento especial facultativo: o autor pode escolher entre a ação 
monitória (com procedimento especial) e ação comum (procedimento comum) 
Requisitos 
1) Prova literal sem eficácia de título executivo → título monitório ou título 
“paraexecutivo” 
- A prova literal pode ser uma prova oral documentada (produzida 
antecipadamente) 
- Exemplo: um contrato escrito sem testemunha; cheque ou nota promissória 
prescritos 
2) Que o direito do autor pareça evidente 
3) Réu capaz → não se admite monitória contra incapaz, mas é possível contra a 
Fazenda Pública 
- O procedimento da monitória depende do comportamento do réu 
 
Procedimento 
1) Petição inicial 
- Tem que ter a prova documental de uma obrigação 
2) O juiz, além das providências comuns, pode fazer: 
a) se houver dúvida quanto à idoneidade da prova, ele deve intimar o autor para 
emendar a inicial transformando-a em procedimento comum 
b) sendo evidente o direito do autor, o juiz determina a expedição de mandado de 
citação e cumprimento da obrigação (mandado de pagamento) 
3) O réu será citado para cumprir a obrigação em 15 dias e pode: 
a) cumprir no prazo 
 → extingue o processo 
 → ficará isento de custas → sanção premial 
 → honorários em 5% 
b) silenciar → automaticamente (independentemente de qualquer manifestação do 
juiz), por força da lei, forma-se o título judicial (a partir daí, cabe execução forçada) 
OBS.: é possível eventual rescisória que terá por objeto a decisão inicial que 
ordenou o pagamento. 
OBS.: se for contra a Fazenda Pública cabe remessa necessária que também 
recairá sobre a decisão inicial. 
c) ele pode oferecer embargos à monitória no mesmo prazo de 15 dias → o 
procedimento passa a ser comum, com todas as fases: 
→ réplica ou resposta aos embargos 
→ saneador 
→ instrução 
→ sentença 
OBS.: os embargos independem de penhora, são apresentados nos próprios 
autos e podem versar sobre qualquer matéria de defesa (como no 
procedimento comum). 
OBS.: a doutrina diverge sobre a natureza jurídica desses embargos. Para 
alguns, é ação e o próprio CPC diz que o autor será intimado para responder 
aos embargos, e cabe apelação contra sentença que acolhe ou rejeita os 
embargos; outros, entendem que é defesa (tem a natureza de contestação), 
porque o próprio STJ e o art. 702, § 6º diz que cabe reconvenção na ação 
monitória se houver embargos (Eduardo concorda com isso). 
OBS.: se os embargos forem parciais, a critério do juiz, eles poderão ser 
autuados em apartado, mas, em relação a parcela incontroversa, forma-se 
automaticamente o título. 
OBS.: o uso abusivo da monitória ou dos embargos é litigância de má fé, 
punida com multa de até 10% do valor da causa em favor do adversário. 
OBS.: na monitória admite-se todos os meios de citação e, se houver citação 
ficta (hora certa ou edital) e o réu for revel, haverá nomeação de curador 
especial. 
 
 
AÇÕES DE FAMÍLIA 
- Arts. 693 a 699 
- As regras especiais se aplicam ao divórcio, separação, reconhecimento e 
dissolução de união estável, guarda, visitas e filiação (investigação e negatória de 
paternidade), quando litigiosas 
OBS.: se forem consensuais, seguem as regras dos procedimentos 
especiais de jurisdição voluntária. Inclusive a separação e o divórcio 
consensuais sem filho incapaz pode ser por escritura pública. 
As ações de alimentos seguem as leis especiais: a lei 5.478/68 quando 
houver prova do vínculo familiar, terá procedimento especial; os alimentos 
gravídicos prestados ao nascituro por intermédio da mãe lei 11.804/08; os 
alimentos entre familiares sem prova documental do vínculo seguem o 
procedimento comum. Já os processos que tratam de direitos ou interesses 
de criança ou adolescente, sujeitam-se às regras do ECA quando são 
direitos previstos no ECA 
 
 
Peculiaridades 
1) Intensifica-se a busca pela solução consensual (autocomposição), inclusive 
com auxílio de profissionais de outras áreas 
2) A citação será feita na pessoa do réu com antecedência mínima de 15 dias 
para audiência e sem cópia da inicial 
3) A audiência de mediação ou conciliação pode se subdividir em quantas forem 
necessárias, sem prejuízo de medidas que garantam o direito e da possibilidade 
de suspensão do processo para mediação extraprocessual e/ou atendimento 
multidisciplinar4) Se o processo envolver abuso ou alienação parental, o depoimento do incapaz 
será especial (precedido e acompanhado de profissionais da psicologia e 
assistência social) 
5) O MP só intervirá se houver interesse de incapazes

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