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1 FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE RESENDE CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA DISCIPLINA: GOVERNANÇA CORPORATIVA E ÉTICA EMPRESARIAL PROFESSOR: JOSÉ CLAUDIO DE LIMA FERREIRA ALUNO (A): BRUNA BARONTO ALVES GOVERNANÇA CORPORATIVA AS EMPRESAS- ESTUDO DE CASO MAGAZINE LUIZA Os conceitos de Governança Corporativa são bastante atuais, criados através da necessidade de controle e confiança do mercado. São conceitos que dão maior acesso para que as companhias quanto a seus investidores, menores custos de capital e menor risco. A GC é baseada em cinco pilares, que são transparência, equidade, prestação de contas, cumprimento de leis e responsabilidade empresarial. Quanto mais rígidas as normas de GC, maior confiabilidade a companhia tem para abertura de investimentos. Existem no momento dois modelos opostos. Um de origem anglo-saxonica, denominado Shareholder, que se baseia no grande poder dos investidores, maximização do retorno para os acionistas, orientações do mercado sobre os processos e conselhos administrativos rigorosos. O outro modelo, de origem nipo-germânica, denominado Stakeholder, que se baseia no menor poder dos investidores institucionais, interesses múltiplos, agentes internos orientam sobre os processos e demonstrações econômico-financeiras, balanço social e ambiental. A escolha do modelo de GC depende unicamente dos objetivos da companhia. A evolução dos mercados de capitais deu origem aos conflitos de agencia, que resultam na separação da propriedade e da gestão. A boa Governança Corporativa “significa a adoção de mecanismos que forcem administradores a proteger os interesses dos acionistas”. No Brasil, o primeiro grande marco de GC foi a criação da Lei das S.A pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a princípio com objetivo de regulamentar a estrutura básica que as empresas deveriam seguir, e posteriormente favorecer a transparência e proteção dos acionistas minoritários no mercado. O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) foi criado com o objetivo de contribuir para as melhores práticas. Mesmo com tantas vantagens de manter a boa governança, a falta de transparência das empresas faz com que seus gestores as mantenham fechadas com ações subavaliadas apenas para não dividir a administração ou informações a respeito de estratégias de mercado. Os conflitos de interesse do mercado financeiro nacional é histórico, com os conceitos de empresa familiar na qual o sócio majoritário tem voz ativa em detrimento dos direitos dos demais. A criação do Novo Mercado assegura os direitos dos acionistas minoritários, fortalecendo a confiança no mercado financeiro e atraindo novos investidores. A companhia Magazine Luiza, empresa familiar com o nome da dona, iniciou com uma pequena loja de presentes. Atua sem nenhum prejuízo e ganhou robusta experiência sendo pioneira na abertura de lojas virtuais. Possui canais diversificados de vendas como lojas de rua para classe C e D, lojas de shopping para classe A e B, lojas virtuais e televendas para clientes focados em agilidade e conforto. Com sua forma de administrar, a rede ganhou espaço e reconhecimento nacional, estando presente em 16 estados brasileiros. Entrou como mercado aberto em 2011, com as negociações de suas ações com a BOVESPA, processo atrasado pela crise de 2008. A companhia utiliza seus recursos para abertura de novas lojas e segue criteriosamente as regras de Governança Corporativa, deixando de lado o olhar de empresa familiar e adotando a ampla visão de empresa profissional com mercado aberto. A empresa rigorosamente emite ações ordinárias, assegura direito de voto, apresenta relatórios transparentes e evita que os interesses profissionais e familiares entrem em conflito. A abertura de capital iniciou como desafio, porém trouxe benefícios muito maiores para a companhia, como liquidez patrimonial e capitalização da empresa a custos menores. As companhias que adotam rigorosamente os conceitos de Governança Corporativa criam credibilidade no mercado financeiro, sofrem menos com a instabilidade do mercado e se destacam positivamente. As turbulências se tornam menores quando se utiliza, independente do modelo escolhido, as práticas de Governança à risca. O estudo de caso do varejista Magazine Luiza torna-se portanto um excelente exemplo de prática dos conceitos comentados anteriormente e pode ser utilizado como diretriz para que o índice de empresas que adotam essa modalidade de gestão transparente aumente, refletindo dessa forma em maior credibilidade no mercado financeiro.