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na Figura 3.7. i1=0 v1 + - + - i2 µv1 + - v2 µ = 2 1 2 1 0 00 i v v i FIGURA 3.7 – Diagrama esquemático e relação que definem a fonte de tensão controlada por tensão. Circuitos equivalentes para elementos resistivos lineares de duas portas Circuitos equivalentes são instrumentos úteis para o esboço e entendimento de diagramas de circuitos compostos da interconexão de diversos elementos de circuito complexos. Considere a representação controlada por corrente de um elemento resistivo linear de duas portas: = 2 1 2221 1211 2 1 i i rr rr v v . Em termos de diagrama de circuito, este elemento pode ser representado (equivalentemente) pelo circuito da Figura 3.8. r12i2 i1 v1 + - + - r11 r21i1 i2 v2 + - + - r22 FIGURA 3.8 – Circuito equivalente de um elemento resistivo linear de duas portas controlado por corrente. Raciocínio semelhante pode ser utilizado para encontrar circuitos equivalentes para circuitos descritos por uma das outras representações da Tabela 3.1. Por exemplo, um circuito usando condutâncias e fontes controladas de corrente pode ser obtido diretamente a partir da representação controlada por tensão. Análise de circuitos: um enfoque de sistemas - 32 - Transformador ideal O diagrama esquemático e a relação matemática que definem um transformador ideal são dados na Figura 3.9. i1 v1 + - + - i2 v2 n=n1:n2 12 21 nii nvv −= = FIGURA 3.9 – Representação esquemática e relação que definem o transformador ideal. Para o transformador ideal, valem as seguintes propriedades: 1 Usando-se as expressões da definição da Figura 3.9, pode-se verificar o seguinte balanço de potência para o transformador 02211 =+= )t(i)t(v)t(i)t(v)t(p . 2 Colocando-se uma resistência de valor R no secundário do transformador (lado de índice 2), um observador no primário (lado de índice 1) observará uma resistência de valor n2R. De fato: Rn)t(i )t(v n n )t(i )t(nv )t(i )t(v )t(Ri)t(v 2 2 22 2 2 1 1 22 =−= − = −= Observações: • Transformadores práticos normalmente são implementados usando bobinas com núcleo comum, e operam com sinais de corrente alternada (AC). A relação de transformação n=n1:n2 neste caso é definida pela relação entre os números de espiras das bobinas no primário e no secundário do transformador. • A definição do modelo do transformador ideal não está restrita a transformadores AC. Análogo mecânico Existem analogias entre sistemas elétricos e mecânicos. Isso pode ser ilustrado comparando-se um transformador ideal com uma par de engrenagens implementando uma redução (Figura 3.10). A ω2 r1 ω1 r2 FIGURA 3.10 – Par de engrenagens. Duas equações descrevem este par de engrenagens. Uma é obtida considerando-se que a velocidade das duas engrenagens no ponto de contato A é igual. A segunda equação é obtida considerando-se que a força sobre cada uma das duas engrenagens no ponto A é igual em módulo e de sinal oposto àquela sobre a outra engrenagem. Usando iτ para representar o torque sobre a engrenagem i, as equações são: 2 2 1 1 1122 r )t( r )t( r)t(r)t( ττ ωω −= = Análise de circuitos: um enfoque de sistemas - 33 - Assim a analogia pode ser explicitada como na Tabela 3.2. Tabela 3.2 – Analogias entre variáveis em sistemas mecânicos e circuitos Sistema mecânico Circuitos velocidade angular (ω) tensão torque (τ) corrente razão dos raios (r2/r1) razão de transformação (n = n1/n2) Girador ideal O diagrama esquemático e a relação matemática que definem um girador ideal são dados na figura 3.11. i1 v1 + - + - i2 v2 G )t(v G G)t(i Gvi Gvi − =→ −= = 0 0 12 21 FIGURA 3.11 – Representação esquemática e relação que define o girador ideal. Para o girador com G = 1, tudo o que é colocado na saída (porta 2) é visto de forma dual na entrada (porta 1), pois − = − = − = )t(v )t(i )t(v )t(i G)t(Gv G )t(i )t(i )t(v 2 2 2 2 22 2 1 1 1 Dessa forma, uma resistência de R [Ω] na porta 2 será vista como uma condutância de R [S] na porta 1. Giradores podem ser realizados com o auxílio de circuitos integrados para aplicações que envolvam sinais de baixa frequência. Elementos não-lineares de duas portas Para elementos não-lineares pelo menos uma das características f1 e f2 que definem o resistor é não-linear. { }0 e 0 21212212112121 ===ℜ )i,i,v,v(f)i,i,v,v(f:)i,i,v,v(R Às vezes é possível escrever as características em formas passíveis de representação gráfica, como: )v,i(iˆi )v,i(vˆv )i,i(vˆv )i,i(vˆv 2122 2111 2122 2111 ou = = = = Vários dispositivos possuem modelos desse tipo. Exemplos são os transistores. Como o tratamento de todos os transistores é semelhante do ponto de vista de circuitos, aqui será citado apenas o transistor MOSde efeito de campo, um componente muito comum em circuitos integrados. Transistor MOS Existem vários tipos de transistores MOSde efeito de campo (ou simplesmente MOSFETs, do inglês Metal- Oxide-Semiconductor Field Effect Transistor). Como o objetivo é ilustrar o tratamento de elementos não- Análise de circuitos: um enfoque de sistemas - 34 - lineares de duas portas, trabalhar-se-á somente com o transistor MOS, tipo reforço, canal N. Os símbolos e a nomenclatura adotados para este transistor encontram-se na Figura 3.12. D G S id ig + + - - vds vgs D G S id ig + + - - vds vgs D G S id ig + + - - vds vgs D: dreno (“drain”) G: porta (“gate”) S: fonte (“source”) FIGURA 3.12 – Símbolos usados para o transistor MOS, tipo reforço, canal N Uma característica típica para estes transistores encontra-se na Figura 3.13. Por construção, a corrente ig de um transistor MOS pode ser considerada sempre nula. 0 8 16 id [mA] vds [V] vgs = 10 [V] 9 8 7 5 6 _ | FIGURA 3.13 – Característica típica de um MOSFET, tipo reforço, canal N. À direita da reta tracejada da Figura 3.13 um modelo analítico aproximado para o MOSFET considerado ( gsv positivo) é: thgsdsthgsd Vvv)Vv(i −≥−β= para 2 1 2 (3.1) A constante β depende das dimensões do dispositivo e de constantes físicas. A constante Vth depende da tecnologia do dispositivo. A região na qual vale este modelo é chamada de “região de saturação”. Na região à esquerda da reta tracejada da Figura 3.13, chamada de “região linear”, o modelo analítico aproximado é: thgsds ds dsthgsd Vvv v vVvi −<−= para ] 2 -)([ 2 β (3.2) Dessa forma, o transistor MOSé (em baixas frequências) um resistor de três terminais não-linear controlado por tensão caracterizado pela equação 3.1 ou 3.2, conforme o caso, e por ig = 0. Um circuito equivalente não-linear, em termos de elementos de circuito já vistos, pode ser estabelecido por exemplo para a região de saturação conforme mostrado na Figura 3.14. Análise de circuitos: um enfoque de sistemas - 35 - + - id 0,5β(vgs-Vth)2 ig=0 vgs vds + - FIGURA 3.14 – Circuito equivalente de um MOSFET, tipo reforço, canal N, na região de saturação. Além de ser usado em uma das regiões descritas pelas equações (3.1) e (3.2), o MOSFET é frequentemente usado como chave de potência. Na