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. 1 SEDUC/RO Colonização da Amazônia Ocidental.................................................................................................... 1 Aldeias indígenas do estado de Rondônia ........................................................................................... 5 Ocupação econômica com os seringais ............................................................................................... 7 Tratados e Acordos. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ..................................................................... 7 Cândido Rondon e a integração nacional. Território Federal de Guaporé e a criação do estado de Rondônia .................................................................................................................................................. 9 Evolução político-administrativa dos municípios de Rondônia ........................................................... 11 Localização e limites entre os municípios .......................................................................................... 13 Governadores do estado de Rondônia ............................................................................................... 15 Divisas e fronteiras do estado de Rondônia ....................................................................................... 16 Setores produtivos da agropecuária: área de exploração e importância econômica .......................... 18 Expansão da fronteira agrícola: economia x sociedade ..................................................................... 19 Hidrografia. Clima do estado. Principais unidades de relevo do estado e do entorno amazônico. Biomas e a degradação ambiental. Principais Unidades de Conservação Ambiental .......................................... 21 População do estado: migrações e condições socioeconômicas ....................................................... 28 Setores econômicos: indústria e serviços .......................................................................................... 28 Rondônia como lugar de políticas públicas nacionais ........................................................................ 30 Questões ........................................................................................................................................... 32 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 2 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br A colonização da Amazônia - que hoje corresponde aos estados do Amazonas e do Pará - foi estimulada pelas preocupações de garantir a posse e o acesso ao rio Amazonas e impedir a presença de rivais de outros países. A base de ocupação se deu através do extrativismo vegetal e do apresamento indígena. O extrativismo vegetal consistiu na exploração das chamadas "drogas do sertão”: cacau, guaraná, borracha, urucu, salsaparrilha, castanha-do-pará, gergelim, noz de pixurim, baunilha, coco, etc. Por isso, a escravidão tinha ali um terreno desfavorável, pois a exploração da Amazônia dependia do bom conhecimento da região. Daí a importância dos índios locais que serviam de guias. A forma predominante que caracterizou a integração da Amazônia ao conjunto da economia colonial foi o estabelecimento das missões jesuíticas, que chegaram a aldear perto de 50 mil índios. História da colonização da Amazônia A Expansão Lusa No ano de 1415 – Portugal conquistou Ceuta. Esse ato significou a sua expansão para o litoral da África e as Ilhas do Atlântico, pois vencia os limites da navegação, era o início de novas conquistas. No séc. XV - Com a descoberta do novo caminho para as Índias e a possibilidade de adquirir os produtos orientais por preços mais baixos, transformaram-se no principal objetivo do Estado português. Nesse processo de conquistas e expansão, Lisboa se transformou num centro comercial importantíssimo, pela oferta de produtos concebidos como exóticos no mercado europeu. Anos depois, em 1500 - Cabral oficializou a posse sobre o Brasil. Deu-se início a um grande empreendimento português, uma grande colônia prometia prosperidade e muito lucro. A expansão espanhola Em 1492 - a Espanha tendo superado a presença árabe e a divisão interna, reuniu forças para participar das disputas comerciais e exploração do mundo colonial, pois também tinha necessidades mercantis. Cristóvão Colombo, navegador genovês, partiu em agosto de 1492 - rumou alçando a ilha de Guanabara (San Salvador), nas Bahamas, na América Central para descobrir novas terras, novos horizontes que ampliasse a riqueza da Espanha. Os Traçados Ultramarinos No séc. XV - A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou controvérsias. Para definir direitos e territórios formularam-se diversos tratados, dos quais o mais antigo é o Tratado de Toledo - assinado em 1480. Esse tratado garantia as terras ao sul das Ilhas Canárias a Portugal, pois assegurava a rota das Índias pelo sul da África. No ano de 1493 pela Bula Intercoetera, o papa Alexandre VI determinou a partilha ultramarina entre espanhóis e portugueses. Os portugueses acharam que estavam sendo prejudicados, propuseram o Tratado de Tordesilhas. Em 07 de junho de1494 foi decidido que a Espanha ficaria com as terras descobertas ao ocidente de uma linha imaginária, tirada de polo a polo, e a 70 léguas das ilhas do Cabo Verde, cabendo a Portugal a que se descobrisse ao oriente. Com esta divisão, a Espanha ganhava quase toda a América, os estados do: Amazonas, Pará, Mato Grosso, quase todo Goiás, 2/3 de S. Paulo, parte de Minas Gerais, todo Paraná, Sta. Catarina e Rio Grande do Sul. Para Portugal cabia um pedaço de terra à foz do Rio-Madeira, na Amazônia. No ano de 1.500 – o espanhol Vicente Yanez Pinzon atingiu o Brasil, na altura de Pernambuco, visitando Povo Dias o estuário do Amazonas. Pelo Tratado de Tordesilhas, os Portugueses não deviam passar além do estuário do Amazonas. Em 1532 Francisco Pizarro chegou ao Peru, encontrando o povo Inca. Os espanhóis estabeleceram-se em seguida, organizando a administração pública nos moldes da Espanha. Pizarro se Colonização da Amazônia Ocidental 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 2 tornou autoridade suprema do território. A Espanha tinha-se espalhado pelas terras da América Central e Andina. E a Amazônia compreendia-se uma região sob seu governo. Até 1538 devido a falta de recursos financeiros, muitas pessoas doentes e que também faleceram, a exploraçãofora abandonada e fechada. As conquistas na Amazônia Espanholas - Em 1538, Pedro de Anzurey reiniciou a abertura para Amazônia, com uma expedição com muitos índios, espanhóis, através dos Andes, mas não obteve sucesso. As várias intempéries de fator climático, temporal, geográfico e a falta de conhecimento da mata impossibilitaram o avanço da expansão territorial. No mês de fevereiro de 1541 - Pizarro partiu de Quito (Peru) para encontrar o “El Dorado”. Orellana que estava em Guaiaquil, chegou depois da expedição com fome e sem dinheiro, mas mesmo assim partiu em busca de seu líder. Pois as maiores dificuldades a serem enfrentadas eram os desafios da região tropical, desconhecida para o mundo europeu. Artur Reis, 1989:43, ao descrever sobre a conquista do Amazonas, relata a entrada nas matas e rios afirma: “.... Se impressionaram com a expansão do rio. A Amazônia aparecia-lhes em seus aspectos selvagens, em toda sua grandeza assombrosa”. Pizarro em sua expedição adoeceu de tal forma que foi acolhido por um cacique que lhe deu assistência necessária, com medicação e alimentos. Ali, com o índio, Pizarro permaneceu dois meses. Várias tentativas foram realizadas para continuar com a expansão espanhola, mas no séc. XVI os espanhóis deixaram a Amazônia. Morreram muitos espanhóis de sua expedição, bem como muitos índios que fizeram parte da mesma para auxiliarem no enfrentamento da mata com suas belezas naturais, mas difícil de ser enfrentada, principalmente para quem não conhecia. Contam os relatos de viagem, que a expedição, em certo momento não tinha mais nada a comer, pois os índios morreram de fome e de doenças e os que sobraram se recusaram a continuar a trabalhar com os espanhóis. Neide Gondim em sua obra Invenção da Amazônia, analisa a postura do europeu ao ter encontrado o “Paraíso Perdido”, o “Eldorado”, a “Fonte de Juventude”. E afirma que: A viagem pelo Amazonas é dividida em três etapas: a reação, regressiva e a pretérita. O conjunto ora apresenta-se conforme suas características naturais específicas. No período de 1580 - 1640 devido a todo um contexto histórico, social e político e a morte de D. Henrique, rei de Portugal, deu-se a anexação de Portugal a Espanha. Nessa época, isto é, em 1595, holandeses, ingleses, franceses, tentam a colonização da Amazônia. Foram realizadas inúmeras tentativas de colonização. Entre 1530 e 1668 dezenas de expedições desceram dos Andes para a selva tropical enfrentando também todos os desafios da mata e dos rios. Novas tentativas de Colonização - No ano de 1538 - o imperador Carlos V, da Espanha, outorgou aos comerciantes da cidade de Augsburg o direito de posse de uma parte da Venezuela, procurando assim uma tentativa estratégica para entrar na Amazônia. Várias expedições tentaram ocupá-la. Pedro de Candia e Pedro Anzurey tentaram explora-lá, em 1533 entrando pelo rio Madre de Dios e o Beni (Bolívia). George de Spires, sucessor de Alfinger, em 1536, tentou uma outra expedição, porém não obteve lucros. Em abril de 1539, Alonso de Alvarado fundou a cidade que hoje é Chahapoyos, no vale do Marañon. Em 1541 - o alemão, Philip von Huten, viajou pelo rio Caquetá por quase 1 ano, sem sucesso. Ao voltar para o litoral da Venezuela, encontrou a povoação alemã ocupada por piratas espanhóis, e foi decapitado. Pizarro confiara o cargo a Francisco Orellana para continuar a obra de conquista. Sua expedição detectou como se formava o rio Amazonas: ¨pela direita e pela esquerda¨: Rio Negro e Rio Madeira, tentando desembarque nas aldeias indígenas em vários trechos do rio. Nessa mesma época de 1541, Orellana encontrou as índias Amazonas, diferentes das outras índias. Um ano depois atingiu o Antlântico. Orellana recebeu em 13 de fevereiro de 1544 o título de Adelantado, Governador e Capitão General das terras que colonizou, a Nova Andaluzia – depois chamada de Amazônia. Há controvérsias quanto a viagem de Orellana. Historiadores afirmam que ele teria entrado pelo rio Pará, e outros pelo Amazonas. Veio a falecer em 1546. Outros navegadores pretenderam chegar até a Amazônia, entrando pelo Atlântico: Luiz de Melo da Silva e o piloto francês João Afonso, sem, porém, alcançar o objetivo. Houve várias outras tentativas espanholas para ocupação da Amazônia em 1560: Pedro de Ursua, Gusman e Lope de Aguirre. Muitas lendas e histórias eram tecidas a respeito do Dorado recolhido. Entre muitas que eram contadas, se dizia que: havia tanta riqueza que era impossível medir; os templos, os palácios, a pavimentação das ruas da cidade de Manao eram construídos com ouro puro; o rei ao banhar-se, pelas manhãs, banhava-se num lago de águas perfumadas, sobre as quais lançavam ouro em pó. 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 3 Reação Portuguesa - A obra dos portugueses, nesse período foi muito vagarosa, pois havia pouca gente no reino de Portugal para vir ao Brasil, principalmente para trabalhar. Por volta de 1600, pelo lado do Atlântico começou a ser ocupada a terra do Amazonas. Holandeses, ingleses e franceses disputaram as terras invadindo a explorando o delta do rio comercializando com os nativos, como se fossem donos da região. Os portugueses partiram de Pernambuco à caça dos franceses que estavam se fixando nas costas brasileiras, no Maranhão, onde S. Luiz era o sítio mais importante da colônia francesa. Eles atingiram a colônia em 1616. Nesse mesmo ano Francisco Caldeira Castelo Branco comandou uma expedição, expulsou os franceses do Maranhão e avançou para o norte, fundando o Forte do Presépio que se tornou o núcleo de origem da povoação de Belém e base de operações dos portugueses contra os estrangeiros. Em 1612 - os primeiros jesuítas entraram no Maranhão, onde se encarregaram da catequese dos nativos, submetendo-os aos trabalhos aos colonizadores. Segundo o pensamento europeu: “... mostravam necessidades de trazer as tribos ao convívio da civilização europeia”. No ano de 1621 - sob o comando de Pedro Teixeira, os portugueses esmagaram os últimos postos ingleses, irlandeses e holandeses. Além de Teixeira, sertanistas entraram no território amazonense. Estes avançaram muito mais que Teixeira. Partiram de Belém, Gurupá e Cametá, passando por Tapajós, pelo Ocidente, rumo aos limites com as colônias espanholas e adiantaram-se até o rio Solimões, com o objetivo de buscar ouro e drogas do sertão. E ao adentrarem na mata caçavam os índios. Porém, não foram bem sucedidos nas pesquisas para as descobertas das minas de ouro, colhiam com dificuldades as drogas do sertão. A caça ao índio era mais lucrativa, porém mais trabalhosa. Em 10 anos os portugueses se tornaram ocupantes da Amazônia. Entre 1600 e 1630 - os portugueses consolidaram o seu total domínio da boca do rio Amazonas. Em 28 de outubro de 1637 - sob o comando de Pedro Teixeira, a expedição partiu do Porto de Belém com toda segurança, obtendo sucessos. O Tratado de Tordesilhas foi violado em quase 1.500 milhas. Em 1669 - para impedir a passagem de navios holandeses que desciam do Orenoco para comercializar com os índios Omágua, o comandante Pedro da Costa Favela construiu a fortaleza da Barra de S. José do Rio Negro. Frei Teodoro (franciscano) foi responsável pelo aldeamento dos índios Tarumá, na boca do rio Negro, dando a origem ao povoado que no futuro seria a cidade de Manaus. A integração da Amazônia ao colonialismo mercantil A Amazônia constituiu-se um mundo diverso do restante do Brasil, pelos seus aspectos geográficos, naturais e culturais, distinto de várias outras naturezas. E como suas condições econômicas eram diferentes do restante do país, a administração e legislação também eram especiais. Conforme Érico Veríssimo: “Uma história, senão diversa, pelo independente da do Brasil”. Artur Reis, denominava Portugal até o séc. XV de monarquia agrária. Afirma que deste século em diantealterou sua fisionomia socioeconômica, por força dos empreendimentos marítimos que lhes faltaram em detrimento dos poucos rendimentos das especiarias do Oriente e da África, e depois a lavoura do Brasil, com suas riquezas naturais, a matéria prima e os produtos do solo atenderam as necessidades mercantis da Coroa Portuguesa. A Amazônia, na verdade, se apresentava de forma peculiar. Portugal via como a grande empresa onde dominaria, pois já trazia experiência de séculos. Não foi difícil colonizar mais uma parte do “Novo Mundo”. A Amazônia era vista como o “Eldorado”, onde se encontrariam espécies variadas de vegetais aproveitáveis, principalmente na alimentação e na farmacopeia. Na sua esplêndida mata, os colonizadores encontraram uma variedade de plantas, que denominaram a chamada de drogas do sertão, pela utilidade que as mesmas apresentaram para o mercado europeu. Produtos que no Oriente e na Europa eram denominadas de especiarias. Essas drogas (especiarias) da Amazônia eram: o cacau, a salsa, o urucum, as sementes oleaginosas, o paturi, o cravo, a canela, a baunilha, as raízes aromáticas, e tantas outras. A Europa procurava as “drogas” com mais intenso interesse, pois as dificuldades da colheita das especiarias no Oriente, onde outros povos, bem mais armados e preparados tecnicamente, concorriam com os portugueses. O extremo-norte do Brasil se apresentava para Portugal, como um ponto estratégico, geograficamente e também comercialmente, de início, sem concorrências, constituindo uma verdadeira revelação ao Reino Português. Sérgio Buarque de Holanda, historiador brasileiro, em suas pesquisas constata num documento, que: “Um português – comentava certo viajante em fins do século XVIII – pode fretar um navio para o Brasil com menos dificuldade do que lhe é preciso para ir a cavalo de Lisboa ao Porto”. Buarque de Holanda, ainda questiona: “E essa ânsia de prosperidade sem custo, de títulos honoríficos, de posições e riquezas fáceis, tão notoriamente característica das gentes de nossa terra, não é bem uma das manifestações mais cruas do espírito de aventura? ” 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 4 Portugal esperava encontrar um sucedâneo da Índia, que satisfizesse as necessidades mercantis para a riqueza de sua Coroa. Nos relatos e documentos encontrados consta que: “As ordens e instruções, para se incorporasse à riqueza da colônia, a grossa produção do sertão, durante os sécs. XVII e XVIII foram realizadas”. Ainda em 1797 - a Metrópole mandava que se buscasse encontrar algumas drogas raras, mas necessárias, o quina, o paxuri, a árvore da casca preciosa e o salitre. Reis, 1982:92 afirma que: “Do Natal até S. João, fazia-se a colheita do cacau silvestre com cravo. Se penetravam todos os cursos fluviais com os olhares voltados para a floresta amiga…. As drogas do sertão são para o Estado do Pará o mesmo que as minas têm sido para Portugal”. Na verdade, a Amazônia constituía a última fronteira de riquezas naturais para a Metrópole. Sua economia deveria suprir as necessidades e os problemas de Portugal. A Amazônia era vista como o Eldorado não só pela imensidão de suas terras, matas e rios, mas a promessa do empreendimento era vultuosa. Ainda segundo Reis: “A economia não deveria se apoiar só na colheita da produção natural, deveria se apoiar também no “trato da Terra”, devido ao novo clima e temperamento do céu, nela se podendo cultivar espécies de toda a redondeza do mundo”. Os Holandeses e ingleses, ao ocuparem uma parte da Amazônia já cultivavam em suas feitorias a cana de açúcar, obtendo resultados positivos, principalmente em Belém onde foi realizada primeira tentativa do plantio da cana de açúcar. Os portugueses, em seguida, cultivaram as próprias drogas: cacau, cravo, canela e baunilha. Para os colonos eram dados prêmios em dinheiro, em garantias, concessões, facilidades que serviam de incentivos para continuarem a trabalhar na terra. Em 1731 o lavrador solicitava as mercês (recompensas) prometidas pelas cartas régias, à Caravana de Belém e ao governador do estado para implementar na sua obra. Constatou-se que nessa época esse mesmo lavrador plantou 18.900 pés de cacau. (REIS, 1993:93). Foram ainda plantadas outras espécies como: o anil, o café, o algodão e o tabaco. Havia uma legislação que amparava e protegia a atividade do colono. Ele era isento de impostos e tinha instruções de procedimentos da colheita. Essa experiência de cultivo durou até meados do séc. XVIII. De Pombal em diante, ao realizar a reforma na Metrópole através da Amazônia, continuou-se tal cultivo e foram introduzidos outros tipos exóticos. Já nesta época, segundo as afirmações de Mendonça Furtado, o objetivo era transformar o Estado num grande campo onde o colono exercitasse a larga agricultura. As atividades agrícolas eram assim distribuídas: o anil aconselhava pelo Reino, foi desenvolvido principalmente na capitania de S. José do Rio Negro. O arroz, o café, o cacau, o tabaco, continuaram a ser trabalhados. A maior lavoura era das manibas, de que se fazia farinha, base da alimentação indígena, a que o colono foi se adaptando. Novos gêneros eram o cânhamo, o linho, pimenta, nós moscada, frutos europeus. De Cayena chegavam várias, espécies cobiçadas e imediatamente cultivadas. Para assistir os colonos com mudas e sementes, o capitão-general Souza Coutinho estabeleceu em Belém, um grande horto, que recebeu o título de Jardim Botânico, sendo louvada por Lisboa a iniciativa. Por parte da coroa eram emitidos elogios e aplausos pelo sucesso da agricultura e pelos seus novos empreendimentos. O progresso da agricultura encontrava entrave forte na concorrência das “drogas”, sempre lembradas de Portugal, na pobreza dos colonos, forçados a empresas de vulto, na resistência do índio que não se substitua pelo africano pela falta de conhecimentos técnicos dos povoadores, improdutividade dos diretores de povoados, mais interessados em operações imediatas de comércio. A política protecionista, em consequência, não podia surtir efeitos sensíveis. Os empreendedores na Amazônia, como por exemplo, D. Francisco de Souza Coutinho, comunicava à Metrópole a série de esforços que vinha desempenhando para tirar o Estado da condição de produtor, unicamente em especiarias, pois o medo de Portugal era perder essa terra. Outra tentação do colono na Amazônia (como em todas as partes do mundo), era explorar a riqueza do sub-solo, principalmente na Amazônia, pelo fato de ter-se criado o mito do ouro. Tendo em vista tal objetivo, várias expedições, com o povo oficial, foram realizadas, procurando os Potosis. Em 1640 - Bartolomeu Barreiro de Athayde, saiu de Belém em busca de um Rio do Ouro, que nunca foi identificado. Anos após, em 1647 – partiu outra expedição com a mesma finalidade e sem resultados. Para a exploração do subsolo com a pretensão de encontrar ouro, tantas outras expedições foram realizadas: • Paulistas descendo o Mato Grosso, de Goiás, pelo Rio Madeira, pelo Rio Tapajós e pelo Rio Tocantins. • Em 1673 - na Corte correu a notícia de que no Rio Tocantins os bandeirantes da Paulicéia tinham afinal encontrada usinas. O Pe. Antônio Raposo verificou, onde D. Pedro sulcou o rio, e nada encontrou. • Várias tentativas foram realizadas, mas todos foram falsos descobrimentos, de forma que o governo português proibiu qualquer aventura para descobrir minas de ouro. Outra fonte de riqueza foi encontrada pelos portugueses – a pesca. Foram encontrados os rios com peixes de vários tamanhos e cores, para todas as utilidades, inclusive para o comércio. Os campos de 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 5 Marajó (localizados no norte de Belém) - ofereciam boa pastagem, clima ameno, propício para fundação de fazendas para criação de gado. • Em 1680 - Francisco Rodrigues Pereira - fundoua primeira fazenda. • 1696 - Os religiosos das Mercês também instalaram fazendas. • Em 1759 - só os Jesuítas possuíam 136.000 cabeças de gado. • Em 1793 - na ilha, haviam 153 fazendas de gado • O aproveitamento fabril da flora e da fauna regionais consistiu objeto de ocupação do colono. O gentio trabalhava, em moldes ainda rudes, no preparo da manteiga de tartaruga, farinhas e artefatos de borracha. • Em 1751 - contavam-se 42 engenhocas no Pará. • No fabrico do anil - eram sistemas muito primitivas, montados sob o aplauso do Estado que ajudou com a isenção de taxas e outros favores. • No Solimões - manufatura-se a manteiga de tartaruga. • Em Salinas, na beira do mar, aproveitava-se o sal. • No final do século, a atividade industrial cresceu. • 1784 - Belém - 07 engenhos de descascadores de arroz, fiadores de algodão. • O leite da seringueira começou a ser aproveitado em pequenos artefatos. • O cacau para o fabrico de chocolate. Na capitania de S. José do Rio Negro o governador montou estabelecimentos de fiação de algodão e outras fibras. A Amazônia foi ocupada em todos os aspectos, principalmente foi constituída em função da água e da floresta e esta ocupada apenas nas margens dos rios, igarapés, lagos, onde o colono e o nativo fizeram a clareia necessária à pousada que levantaram. Mendonça Furtado dizia: “A Amazonas era a estrada real”. O governo lusitano não permitiu o estrangeiro ao acesso à região. A navegação do Madeira por onde podia passar o contrabando do ouro do Mato Grosso, o espanhol descer de Santa Cruz, foi fechada pelo Alvará de 27/10/1733. . A do Tocantins, foi decretado em 10/01/1730. O alvará de 14/11/1752 - abrira o Rio Madeira, abrindo relações comerciais com as outras capitanias. Em 1761 foi inaugurado o estaleiro em Belém, que substituiu a velha Casa das Canoas, onde a Cia. Do Comércio do Grão-Pará construiu três grandes navios para viagens à Europa. Durante um século e meio se praticava o escambo. No interior do Estado os produtos eram trocados porque não circulava dinheiro. Tudo se pagava em gêneros: rolos de pano, novelos de fino, cacau e cravo, inclusive o vencimento (salário) do funcionalismo. Em 1726 circulava algum dinheiro, vindo do interior do Maranhão, que receberam nas comunicações com Pernambuco. Em 1743 - foi oficializado o salário dos oficiais em moeda. A circulação oficial iniciou em 1749 - remetidos de Lisboa para o estado do Maranhão e Grão-Pará. O comércio não tinha nenhum incentivo judiciário, continuando nas mãos de regatões, “traficantes”, mantendo na canoa tripulada de índios para irem aos sítios dos lavradores, estabelecidos em diversos rios, lagos, fazendo permuta de gêneros. Era todo um processo primitivo. As relações com o exterior se faziam apenas com Lisboa, em charruas que tocavam o porto de Belém em épocas determinadas. Em 1759 - a Câmara de Belém requereu a vinda de navios para buscar a produção da Capitania. No fim do séc. XVIII em diante, no início da Revolução Industrial, de Belém foram embarcados arrobas de cacau, algodão, café, arroz, o que se juntava em grande escala, a madeira, para a construção de edifícios reais e de embarcações no Arsenal de Lisboa. Entre 1773 e 1802 foram exportados milhares de toneladas de produtos: cacau, milho, arroz, café. No ano de 1809 - iniciou-se a exportação da seringa, para a Inglaterra. A abertura dos portos brasileiros ao comércio das nações amigas, abriu novos horizontes. Belém começou a comercializar com a Inglaterra, América do Norte, Antilhas e Holanda. Fontes: http://www.culturabrasil.org/contestacoes.htm http://www.amazonia2002.de/Porto_Velho/Moser/Moser_Portugues/body_moser_portugues.html. Caripunas Ocupam o Parque Indígena Karipuna no vale do rio Jaci-Paraná, ainda não demarcado. Os caripunas numerosíssimos no final do século XIX e início do Século XX, foram os mais prejudicados com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no Alto Madeira, sendo hostilizado e dizimados pelos construtores dessa obra. Chegaram a ser considerados extintos. Porém, em 1970, os Caripunas reapareceram em cena ao atacarem um seringal no vale do rio Jaci- Paraná, com perdas de vidas de ambas as partes. Em 1973, um topógrafo localizou uma de suas aldeias Aldeias indígenas do estado de Rondônia 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 6 e comunicou o achado a FUNAI, a qual conseguiu manter contato com seus habitantes em 1976. Os sertanistas tomara conhecimento da existência de outras aldeias, porém ainda não conseguiram manter contato com essas. Os Caripunas estão reduzidos a pequenos grupos arredios. Pakaás Novos Atualmente a maior área indígena em Rondônia, habitam no Município de Guajará-Mirim as reservas de Ribeirão (48.000 há) na margem do rio Ribeirão; Lage (110 há) na margem do rio Lages; Pacaás Novos (21.800 há) na margem esquerda do rio Pacaás Novos e rio Negro-Ocaia (104.000 há) na margem do rio do mesmo nome, afluente do rio Pacaás Novos. Estes vivem sob o controle da FUNAI. Há um grupo sob o controle da diocese de Guajará Mirim, localizado em Sagarana, na margem do rio Guaporé. Os Pakaás Novos entram em conflito armado, revidando as violências de que foram vítimas por parte dos construtores da ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX. Atualmente, estão sob a violência muito mais agressiva, a dominação ideológica descaracterizando-os e despojando- os dos seus valores culturais atávicos de nação. Violência praticada pelas missões religiosas nacionais e estrangeiras de várias matizes e credos. Karitianas Ocupam uma reserva de 57.000 há próxima a cidade de Porto Velho. Seu contato com os brancos ocorreu a partir da Segunda metade do século XIX quando a região foi penetrada pelos seringueiros. Tapari, Makurap e Jatobi Vivem nos Postos Indígenas do Rio Branco e do Rio Guaporé, são poucos indivíduos remanescentes destas nações que tiveram próxima a extinção vítimas das ações hostis dos seringalistas. Kaxacaris Habitam a região limítrofe entre os municípios de Porto Velho e Lábrea/AM. Uru-Eu-Wau-Wau Grupo arredio em fase de contato com a FUNAI, habitam os municípios de Ariquemes e Guajará-Mirim. São provavelmente do grupo tupi. Tubarão Latundé Habitam a reserva do mesmo nome no município de Vilhena. Cinta Larga Ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte integrante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Rondônia e Mato Grosso. Suruis Habitam os postos indígenas 7 de Setembro e Quatorze, no Município de Cacoal, a reserva indígena 7 de Setembro ocupa terras de Rondônia e Mato Grosso. Os Suruis foram atingidos pela construção da BR 364, ocorrendo a invasão de seus territórios pelos migrantes sulistas lhes ocasionando graves prejuízos. Gaviões Ocupam uma reserva com área de 160.000 há já demarcada, suas aldeias situam-se às margens dos Igarapés Lourdes e Homônios, afluentes da margem direita do rio Ji-Paraná, próximo a cidade de Ji- Paraná. Em contato com o branco a mais de 40 anos, em transações comerciais e de trabalho com os seringalistas e admissão de missionários religiosos estrangeiros em suas aldeias. Atualmente mantêm contato com a população da cidade de Ji-Paraná, onde se abastecem no comércio local. Araras Ocupam a mesma reserva dos Gaviões, hoje em contato pacífico com o branco, após mais de cem anos de tenaz resistência. Os Araras se constituem no terror das missões religiosas que tentaram se estabelecer no vale do Ji-Paraná. Só em 1950, dizimados por doenças fizeram os primeiros contatos amigáveis com os seringalistas. Fonte: http://www.geocities.ws/rondonianaweb/indigenas_ro.htm. 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 7 A regiãoNorte foi ocupada pelos colonizadores europeus de forma precária e fundamentada no extrativismo. A região Norte do Brasil tem como principal característica a presença da Amazônia, com sua combinação de floresta, rios caudalosos e grande biodiversidade, o que a torna uma área única em todo o planeta. A ocupação da floresta foi realizada logo no início da ocupação espanhola e portuguesa, mas muito limitada devido aos problemas de ordem técnica para atravessar seus rios e transpor a mata densa. A 1ª expedição registrada em direção à Amazônia ocorreu no final do século XV, pelo espanhol Vincent Pizarro, que chamou a região de Santa Maria de la Mar Dulce, referindo-se ao rio Amazonas, que em razão do grande volume de água de sua foz foi confundido com um mar, sendo chamado de Marañón, que significa “mar ou não”. No século XVI, os irmãos Francisco e Gonçalo Pizarro, que comandaram a destruição do Império Inca, organizaram diversas expedições para desbravar a região a partir das nascentes do rio Amazonas nos Andes em busca do El Dorado, lendária cidade do ouro. Neste período, a exploração da região se consolidou pelo extrativismo de madeira, sementes oleaginosas e corantes, com destaque para a exploração do pau-brasil. Além disso, promoveu a escravização, aculturação e o genocídio de milhares de indígenas. Após a efetivação do Tratado de Madrid, em 1750, acordo que substituiu o Tratado de Tordesilhas no sentido de dividir os territórios que pertenciam a espanhóis e portugueses, Portugal intensificou a ocupação das terras amazônicas com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, no intuito de organizar a produção de drogas do sertão realizada na região e comercializada com a Europa. Durante o século XIX teve início na região Norte o Ciclo da Borracha (1870-1910). O látex extraído da seringueira sempre foi de conhecimento dos índios, que o utilizavam para a impermeabilização de materiais e para a confecção de combustíveis e tochas. Com o avanço da industrialização nos países centrais e as descobertas do processo de vulcanização e do pneumático, aumentou a demanda pela borracha, cuja extração, ainda em 1840, começou a prosperar a região. O processo atraiu um grande contingente de população proveniente da região Nordeste, em geral os imigrantes que fugiam da seca, ao mesmo tempo em que ocorreu uma grande pressão internacional pelo aumento da produção. Em 1876, foram contrabandeadas algumas mudas de seringueira para a Inglaterra, que foram plantadas em colônias inglesas asiáticas, em destaque Índia, Malásia e Ceilão – atual Sri- Lanka, exercendo uma enorme concorrência com a borracha produzida no Brasil. Em 1912 começou o declínio da produção de borracha na Amazônia, causando desemprego e fuga de capitais. No período entre guerras (1929-1946) houve um refluxo, em razão dos interesses norte- americanos, viabilizados na construção da Fordlândia, que tinha como intuito fornecer pneus para as fábricas da Ford. Em geral, o ciclo da borracha obteve como resultados: Compra do Acre junto à Bolívia (1903); Construção das ferrovias Madeira-Mamoré (1903) e Belém-Bragança (1908); Aumento dos movimentos migratórios para a região (espanhóis, franceses, açorianos e principalmente cearenses que fugiam das secas); Consolidação da lógica predatória e desmatamento. Crescimento urbano das cidades de Manaus e Belém. Fonte: SILVA, Júlio César Lázaro Da. "História Econômica da Região Norte"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/historia-economica-regiao-norte.htm>. Acesso em 28 de setembro de 2016. A história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) pode ser comparada às de livros de aventura tantos são os personagens envolvidos e as reviravoltas no enredo. Tudo começou em 1846, quando o governo da Bolívia cogitou a possibilidade de chegar ao oceano Atlântico pelos rios Madeira e Mamoré. Quinze anos depois, o general Quentin Quevedo divulgou o projeto de construção de uma ferrovia, já que o governo boliviano havia considerado inviável a ideia de atravessar os rios com embarcações. Em 1865, no bojo da Guerra do Paraguai, o sul do Mato Grosso foi isolado, o que levou o imperador Dom Pedro II a analisar a perspectiva de recuperar a área através da navegação do Madeira. Dois engenheiros enviados pelo imperador sugeriram que fosse feito um acordo com a Bolívia com relação ao Ocupação econômica com os seringais Tratados e Acordos. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 8 uso dos rios da fronteira. Os bolivianos, por sua vez, contrataram o coronel norte-americano Earl Church, um especialista em ferrovias, para avaliar a possibilidade de transpor os rios. O primeiro passo de Church foi criar a National Bolivian Navegation Company. Com dois milhões de libras obtidas com financiamento em Londres, ele contratou a empresa Public Works e importou equipamentos e material para assentar 36 km de trilhos. Como o Brasil, com o término da Guerra do Paraguai, desinteressou-se pelo empreendimento, Church e um grupo de vinte e cinco ingleses ficou à frente da empreitada. Menos de um ano depois, desistiram do empreendimento devido aos surtos de malária e ao perigo dos rios, sem que sequer um metro de ferrovia tivesse sido construído. Church, no entanto, com o intuito de dar continuidade ao projeto, viajou aos Estados Unidos em busca de outro financiamento. A empresa P&T Collins foi contratada com os recursos advindos desse novo financiamento. Dessa vez, foram construídos 7 km de trilhos, mas os operários norte-americanos decidiram ir embora por causa das doenças tropicais e do clima. A primeira locomotiva andou nos trilhos em 4 de julho de 1878, o dia da Independência Norte-americana. Na primeira curva, contudo, o veículo capotou. Menos de dois meses depois, a P&T Collins abandonou oficialmente a obra. Derrotado, Church voltou para os Estados Unidos. Somente em 1883 o governo brasileiro retomou o interesse pelo local. Querendo indexar o território do Acre ao Brasil, firmou o Tratado de Petrópolis com os vizinhos bolivianos. A Bolívia entregou o Acre e o Brasil se comprometeu a construir a ferrovia. Havia ganhos para ambos os lados: para o Brasil, porque o Acre já era ocupado por seringueiros brasileiros e a economia de extração de borracha estava em ascensão; para a Bolívia porque esse país precisava de um meio para escoar sua produção. Embora o brasileiro Joaquim Cahamy tenha vencido a concorrência para a construção da estrada de ferro, ele a repassou ao norte-americano Percival Farquar, que por sua vez abriu a empresa Madeira- Mamoré Railway. A May, Jeckill & Rodolph foi contratada para concretizar o projeto. Na tentativa de evitar a repetição dos insucessos anteriores, Farquar montou uma estrutura médico-hospitalar no local. E, anunciando um novo "Eldorado", conseguiu atrair milhares de trabalhadores de diversos países. Começava, assim, e de fato, a construção de uma ferrovia de quase 400 km, que cortaria os rios Madeira e Mamoré, a oeste do atual estado de Rondônia, rumo ao Atlântico no litoral paraense. Os problemas, entretanto, continuaram a dificultar a execução do projeto de construção da ferrovia. O principal deles foi de natureza sanitária. O grande número de pessoas trabalhando em condições insalubres fez surgir tantos casos de doenças, que a ferrovia ganhou o apelido de "ferrovia do diabo". Para tentar controlar o avanço das epidemias de malária que chegaram a matar um mil e seiscentas pessoas foi contratado, em 1910, o sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917). Ele escreveu um relatório que atestava as péssimas condições dos trabalhadores e diagnosticava um horizonte sombrio para os moradores de Santo Antônio e de Porto Velho, afirmando, inclusive, que as crianças em ambos os municípios estavamfadadas a morrer por causa da doença. Outra dificuldade advinha da necessidade de se fazer a derrubada de árvores seculares, o primeiro passo para o trabalho dos operários, que consistia em aplainar o terreno, escavar, aterrar e assentar os trilhos. No auge da obra, havia mais de vinte mil homens de diversas nacionalidades no canteiro de obras: gregos, espanhóis, italianos, alemães, hindus além dos indígenas brasileiros. Apesar de tudo isso, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada em 30 de abril de 1912. Se por um lado trouxe desenvolvimento econômico para Rondônia, ligando, por exemplo, as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, por outro não tardou a ficar obsoleta. 1912 foi o ano em que a economia da borracha entrou em crise. A ferrovia funcionou de modo desorganizado, gerida por empresas privadas ligadas à produção da borracha boliviana, até a década de 1930, quando finalmente passou a ser controlada pelo Estado brasileiro. Com o declínio da produção da borracha, o governo de Getúlio Vargas passou a atribuir outras funções para a Madeira-Mamoré, entre elas a de ocupar as áreas de fronteira aproveitando a ociosidade da estrada de ferro, ao longo da qual foram criadas colônias agrícolas, sendo a principal delas a Colônia Agrícola do Iata, no Guajará-Mirim. Entre 1930 e os primeiros anos da década de 1940, a ferrovia ficou responsável basicamente pelo transporte de pessoas e alimentos para os centros urbanos de Porto Velho e Guajará-Mirim. A batalha da borracha, ao fim da segunda guerra mundial, elevou por três ou cinco anos, a produção gomífera, aumentando ao mesmo tempo a utilização da ferrovia. Mais de 20 mil soldados, nordestinos na maioria, vieram para Rondônia trabalhar nos seringais. Com o fim do conflito esses seringueiros engrossaram a população rural do estado, constituindo um grupo de produtores extrativos e posseiros. Nos primeiros meses de 1960 foi iniciada a construção da rodovia ligando Cuiabá a Rio Branco, no Acre, fazendo com que a EFMM perdesse definitivamente sua importância, sendo por fim desativada, no dia 1º de julho de 1971. (SOUZA, 2010, p. 239). 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 9 Parcialmente tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em 2005, a Ferrovia Madeira-Mamoré (EFMM) vem sendo recuperada, em partes, pelos governos federal e municipal. A estrada de ferro, as locomotivas e os galpões onde funcionavam o museu e a antiga oficina da ferrovia se incluem no contingente que passa por processos de revitalização. Fonte: MORIM, Júlia. Ferrovia Madeira-Mamoré. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Por caminhos bem diversos se deu a formação territorial do Estado de Rondônia, quando comparada com a do Estado do Acre. Quando surgiu a "questão acreana", a região correspondente ao Estado de Rondônia não apresentava traços notáveis de ocupação. Os primeiros movimentos são atribuídos ao Frei João de Sampaio, na região onde hoje se encontra a cidade de Porto velho. Isso, por conta da instalação de missões ao longo do Rio Jamari. Registra o sertanista Francisco de Mello Palheta que, quando subiu o Rio Madeira, em 1723, por ordem do Governador do Grão Pará, Maia Gama, se encontrou com o Frei João de Sampaio nas vizinhanças da cachoeira de Santo Antônio. Francisco de Mello palheta, comandando um "troço de gene de guerra", percorreu todo o curso do Rio Madeira, transpondo os trechos encachoeirados e chegando a "Santa Cruz de Los Cajubabas", no Rio Madre de Dios. Foi o primeiro a explorar o curso desse rio, que, a partir de então, se transforma em via de ligação dos altiplanos bolivianos com a planície amazônica. Em 1742, partindo de Mato Grosso, o português Manoel Félix de Lima, atravessa o Sararé, o Guaporé e o Madeira, chegando ao Pará. Em 1749, mesmo derrotado, José Leme do Prado chega a Belém e retorna às minas de Cuiabá. Os espanhóis, em 1743, estabeleceram o Forte de Santa Rosa – a aldeia de Santa Rosa, referenciada no Tratado de Madri, de 1750 -, a leste da margem direita do Rio Guaporé; ao sul de sua foz, no Rio Mamoré. A iniciativa pretendia obstar a busca e a consolidação de uma ligação entre as bacias platina e amazônica, então objeto da movimentação portuguesa na área. Os espanhóis, no início dos anos cinquenta, foram desalojados, como parte da estratégia lusa de evitar a infiltração hispânica nas comunicações do Mato Grosso com Cuiabá. A praça de guerra foi reforçada e rebatizada como Forte de Nossa Senhora da Conceição, guarnecido com o objetivo de marcar o domínio português na navegação ao longo do Guaporé, Mármore e Madeira. Em 30 de junho de 1776, foi iniciada a construção do Real Forte do Príncipe da Beira, às margens do Guaporé, em substituição ao Forte de Nossa Senhora da Conceição, então desativado. As operações nesta guarnição tiveram continuidade após a Independência, até o ano de 1895, quando foi desativado e abandonado. Em 1904, as ruínas da fortificação foram descobertas pela Comissão de Rondon. Com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Governo brasileiro se comprometeu a garantir as comunicações entre os rios Mamoré e Madeira, vencendo o trecho encachoeirado deste último curso através de uma linha férrea, capaz de garantir o escoamento da produção de borracha na região de "Madre de Dios" para os centros de comercialização no rio Amazonas-Manaus à Belém. O traçado da ferrovia previa os extremos na divisa dos estados do Amazonas e do mato Grosso: na altura, a cachoeira de Santo Antônio, no Madeira e, em um ponto da margem direita do Mamoré, na altura da povoação boliviana, localizada à margem esquerda, conhecida como "Guayara-Mirim". Com a construção da ferrovia, se deu a partida ao processo de ocupação da área. Constituída a empresa "Madeira-Mamoré Rallways Co.", foi escolhida como ponto inicial da ferrovia o antigo Porto de uma barraca, às margens do Rio Madeira, seis quilômetros ao norte da divisa dos Estados, em terras do estado do Amazonas. Em 1907, foi instalado, no local, o núcleo residencial dos empregados da ferrovia e as oficinas. A localidade de Santo Antônio já existia desde o final do século XVII. Portanto, não surgiu em decorrência da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré ou das Estações Telegráficas da Comissão Rondon. Ao contrário, serviu como ponto de referência para ambos os projetos. Entretanto, sua transformação em município teve como fator principal à ferrovia e a estação telegráfica, em razão de sua importância como um dos dois pontos extremos da linha telegráfica, implantada pela Comissão Rondon. Povoação antiga, pertencente ao Mato Grosso, foi transformada em município pelo Governador mato-grossense, Generoso Paes Leme de Souza Ponce, através da Lei nº 494, de 03 de junho de 1908. Cândido Rondon e a integração nacional. Território Federal de Guaporé e a criação do estado de Rondônia 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 10 O povoado, sede do município, foi elevado à categoria de Vila, em 27 de setembro de 1911, pelo Decreto- Lei nº 576, baixado pelo Governador Joaquim da Costa Marques, de Mato Grosso. O município de Santo Antônio do rio Madeira foi instalado no dia 02 de junho de 1912, na gestão do Governador Costa Marques. Naquele dia, tomou posse o primeiro Prefeito, o médico Joaquim Augusto Tanajura, e os Vereadores, também nomeados, Antônio Marcelino Cavalcante, José Fortunati da Conceição, José Alves Damasceno e Antônio Brito Carneiro da Cunha, que presidiu a Comissão Municipal, designação das Câmaras Municipais de Mato Grosso à época. Em 1º de dezembro de 1914, ocorreram as primeiras eleições no município. Consequentemente, foram as primeiras realizadas nesta região. Os Vereadores tomaramposse m 1º de janeiro de 1915. Foram eles: Alfredo Pereira Neves, Manoel Correa de melo, José Fortunati da Conceição e Antônio Salles Ferreira, todos do Partido Republicano Conservador (PRC). Em rápido progresso, o Termo facilitou a criação do município de Porto Velho, através da lei nº 757, de 2 de outubro de 1914, instalado em 24 de janeiro de 1915. Os limites municipais, inicialmente coincidentes com os do termo, foram descritos pela lei 833, de 11 de outubro de 1915, que fixava o limite com o município de Lábrea do divisor de águas do Itxi-Abunã. Em 1917, o Termo foi elevado a Comarca e, em 7 de setembro de 1919, a vila de porto velho foi elevada à categoria de cidade. Dessa sorte, progrediu Porto Velho. Com a escolha do sítio de porto velho, a povoação de Santo Antônio do Madeira, administrada pelo Governo de Mato Grosso e localizada próximo à cachoeira que lhe emprestava a denominação, acabou sendo absorvida por esta nova povoação. No outro extremo, ocorria fenômeno semelhante, com a formação do povoado de Guajará-Mirim, elevado a município, em 12 de julho de 1912, através da lei 991, do Estado de Mato Grosso. Em 10 de abril de 1929, Guajará-Mirim foi elevada à categoria de cidade. A formação territorial de Rondônia se inicia com a criação do território Federal do Guaporé, através do Decreto nº 5.812, de 13 de setembro de 1943. Este decreto criou os territórios Federais do Amapá, do Rio Branco, do Guaporé, de Ponta Porã e do Iguaçu, atendendo antiga reivindicação de correntes políticas, que propunha a ampliação da autoridade Federal em defesa de interesses nacionais legítimos. A região que corresponde ao Território federal do Guaporé havia sido objeto, em 17 de junho de 1932, de uma proposta do departamento administrativo do serviço Público (DASP), na forma de exposição de motivos ao Presidente da República, para a criação de um território, denominado Mamoré, cujos limites seriam fixados posteriormente. A despeito da proposta, nenhuma providência foi tomada. Somente em 14 de dezembro de 1938, por proposição do Conselho de Segurança Nacional, a presidência da República resolveu tomar providências para uma efetiva ocupação da área. A Constituição de 1937 – a chamada constituição do Estado Novo -, ao invocar, no artigo 6º, o princípio da segurança nacional, estipulava que "a União poderá criar, no interessa de defesa nacional, partes desmembradas dos Estados, Territórios Federais, cuja administração será regulada em lei especial", o que veio a favorecer a criação desse tipo de Unidade da Federação. O Decreto nº 5.812 dava curso à vontade política, atendido o preceito constitucional de 1937, definindo o contorno territorial do Guaporé. Situado a Noroeste do Estado de Mato grosso e ao Sul do Estado do Amazonas, foi constituído por terras desmembradas dessas mesmas unidades da federação. De Mato Grosso, foi retirado o município de Guajará Mirim e partes dos de Alto Madeira e Mato Grosso; e do Estado do Amazonas, os municípios de Porto Velho e parte de Humaitá. Por este Decreto, o município de Porto Velho fica contido no Território, a menos da porção de terras entre o rio Ituxi e o divisor de águas Ituxi-Abunã, antiga divisa municipal com Lábrea; o de Humaitá, lhe cede parte dos distritos de Humaitá, sem a sede, e de Calama, com a sede. O antigo município de Guajará-Mirim fica totalmente incluído no Território; o de Mato Grosso, lhe cede uma parte do distrito de Alto Madeira e de Ariquemes, além de uma parte do distrito de Tabajara, com a sede municipal. O seu limite Oeste e Sudoeste é dado como referência ao estabelecido pelo Brasil com a República da Bolívia, através do Tratado de Petrópolis. Na divisa com o Acre, recorreu-se ao segmento da linha geodésica Madeira-Javari, no trecho que vai do rio Abunã ao Ituxo; a mesma linha geodésica da extrema brasileira, decorrente do Tratado de 1867. Aqui, mais uma vez, surge a questão do conflito de limites, só que interestadual. De longa data, os Estados do Amazonas e de Mato Grosso disputavam a região em que se fez assente a cidade de Porto Velho e a povoação mato-grossense de Santo Antônio do Madeira. A demanda foi dirimida, em 11 de novembro de 1899, por acórdão do Supremo Tribunal Federal, que fixou como limite entre as duas unidades, o trecho que tem início "na barra do rio São Manuel com Teles Pires, no rio Tapajós, sobe por este até encontrar o paralelo de 8248′ de latitude sul; toma por este, na direção oeste, até alcançar a 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 11 cachoeira de Santo Antônio, no rio Madeira; sobe pelo eixo desde até a barra do rio Abunã, seu afluente da margem esquerda". No ano de 1944, procedeu-se a uma revisão dos limites dos Territórios Federais, criados em 1943, através do Decreto-Lei nº 6.550, de 31 de maio de 1944. A divisa política do território Federal, na ocasião, compreendia três municípios: o de porto velho, abrangendo a área de seu antigo homônimo, mais às áreas desmembradas do município de Humaitá; o de Alto Madeira, formado pelas partes do antigo município homônimo; e o de Guarajá-Mirim, compreendendo, além das áreas de seu antigo homônimo, a área desmembrada do município de Mato Grosso. Como sede da capital, é destinado o município de Porto Velho. Em 1956, o Território Federal do Guaporé teve sua denominação alterada para Território Federal de Rondônia, como uma justa homenagem àquele que tanto contribuiu para a integração da região amazônica à vida nacional, o marechal Cândido Mariano Rondon, através da lei 2.731, de 17 de fevereiro de 1956. O Território foi elevado à categoria de Estado, através da Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que manteve, para os limites territoriais, os descritos em 1944, ao estabelecer: "... Art. 1º - Fica criado o Estado de Rondônia, mediante à elevação do Território Federal de mesmo nome a essa condição, mantidos os seus atuais limites e confrontações..." A elevação do Território Federal à categoria de Estado atendia a reivindicação antiga que havia se acentuado na década anterior, diante da intensificação do movimento migratório, tendo como condicionador o eixo da Rodovia BR-364, no trecho Cuiabá-Porto Velho. Fonte: Livro “Ponta do Abunã – O Braço Ocidental de Rondônia”, de Tadeu Fernandes e publicação do IBGE – A questão de limites entre os Estados do Acre, do Amazonas e de Rondônia, Diretoria de Geociência. Município são unidades territoriais administrativas, com autonomia política, administrativa e financeira. A lei orgânica é a constituição do município. A Lei Orgânica é elaborada por uma constituinte municipal, composta por vereadores eleitos pelo voto popular e secreto dos eleitores residentes em seu território municipal. Na fase de elaboração os vereadores debatem e apresentam propostas para que seja escrita a lei orgânica. Em municípios do estado de Rondônia, os projetos de emenda à lei orgânica são votados em dois turnos com interstício de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. Obedecendo aos princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição estadual. É normal fazer emendas à Lei Orgânica municipal e, para ser aprovada é preciso que dois terços da composição da Câmara municipal votem a favor. O município possui símbolos próprios e as leis têm a sanção do prefeito e validade no território municipal. São poderes municipais, independentes e harmônicos entre si, o Executivo, representado pelo prefeito e o Legislativo, representado pela Câmara Municipal. O prefeito e os vereadores, atualmente, são eleitos para um mandato de quatro anos. Os atuais prefeitos e vereadores foram eleitos em 5 de outubro de 2008, empossados nos cargos em 1º de janeiro de 2009, seus mandatos terminarão no dia 31 de dezembro de 2012. O estado de Rondônia está dividido emcinquenta e dois municípios, os cinco maiores em população são: Porto Velho, Ariquemes, Cacoal e Vilhena, e em área os cinco maiores são: Porto Velho, Guajará-Mirim, Costa Marques, Vilhena e Nova Mamoré. A evolução político-administrativa dos municípios de Rondônia tem início em 2 de outubro de 1914, com a criação do município de Porto Velho, que é o mais antigo município do Estado. Lembramos que existiu o município de Santo Antônio do Rio Madeira, criado em 1911, instalado em 1912, porém, foi extinto em 1945. Os municípios de Rondônia foram criados: Porto Velho, por lei estadual do estado do Amazonas; Guajará-Mirim, por lei estadual do estado de Mato Grosso; Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena por lei federal, sancionada pelo presidente general Ernesto Geisel; Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Colorado do Oeste, Costa Marques e Espigão d’Oeste por lei federal, sancionada pelo presidente general João Batista Figueiredo; Rolim de Moura e Cerejeiras por decreto-lei estadual do estado de Rondônia, sancionado pelo governador Jorge Teixeira de Oliveira Trinta e sete municípios rondonienses foram criados por leis estaduais do estado de Rondônia: Alta Floresta d’Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Alto Paraíso, Alvorada d’Oeste, Buritis, Cabixi, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Castanheiras, Chupinguaia, Corumbiara, Cujubim, Governador Jorge Teixeira, Itapuã do Oeste, Machadinho do Oeste, Ministro Andreazza, Mirante da Serra, Monte Negro, Nova Brasilândia d’Oeste, Nova Mamoré, Nova União, Novo Horizonte do Oeste, Parecis, Pimenteiras do Oeste, Primavera de Rondônia, Rio Crespo, Santa Luzia d’Oeste, São Felipe Evolução político-administrativa dos municípios de Rondônia 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 12 d’Oeste, São Francisco do Guaporé, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, Teixeirópolis, Theobroma, Urupá, Vale do Anari e Vale do Paraíso. Os três municípios mais distantes da capital de Rondônia, Cabixi, Pimenteiras do Oeste e Cerejeiras, estão situados na região Sudeste do Estado e o município Candeias do Jamari está situado mais próximo da capital, Porto Velho. A região de ponta do Abunã, na divisa do estado de Rondônia com o estado do Acre, poderá ser em breve desmembrara do município de Porto Velho e ser elevada à condição de município com a denominação Nova Califórnia ou Extrema. O Estado de Rondônia possui atualmente 52 municípios, quase todos recentemente colonizados, com predominância em atividades primárias. Conta com uma população de 1,3 milhões de habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 5,02 habitantes por Km2. A formação do Estado teve início no século XVIII, com a entrada dos bandeirante, em 1776, em busca da mão-de-obra indígena, ouro, pedras preciosas e especiarias. Nesse mesmo período foi construído o Forte Príncipe da Beira, situado às margens do Guaporé, rio internacional e fronteiriço com a República da Bolívia. MUNICÍPIO POPULAÇÃO Alta Floresta D'Oeste 23.857 Alto Alegre dos Parecis 11.615 Alto Paraíso 16.758 Alvorada D'Oeste 16.485 Ariquemes 82.388 Buritis 33.072 Cabixi 6.575 Cacaulândia 5.553 Cacoal 74.155 Campo Novo de Rondônia 12.455 Candeias do Jamari 16.736 Castanheiras 3.624 Cerejeiras 16.290 Chupinguaia 7.456 Colorado do Oeste 17.644 Corumbiara 9.476 Costa Marques 13.664 Cujubim 13.857 Espigão D'Oeste 27.867 Governador Jorge Teixeira 11.432 Guajará-Mirim 39.451 Itapuã do Oeste 7.905 Jaru 52.453 Ji-Paraná 107.679 Machadinho D'Oeste 31.475 Ministro Andreazza 10.343 Mirante da Serra 12.086 Monte Negro 12.357 Nova Brasilândia D'Oeste 17.170 Nova Mamoré 21.162 Nova União 7.750 Novo Horizonte do Oeste 9.648 Ouro Preto do Oeste 36.040 Parecis 4.583 Pimenta Bueno 32.893 Pimenteiras do Oeste 2.358 Porto Velho 369.345 Presidente Médici 22.197 Primavera de Rondônia 3.704 Rio Crespo 3.174 Rolim de Moura 48.894 Santa Luzia D'Oeste 9.264 São Felipe D'Oeste 6.286 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 13 São Francisco do Guaporé 15.710 São Miguel do Guaporé 22.622 Seringueiras 11.757 Teixeirópolis 4.919 Theobroma 9.952 Urupá 13.381 Vale do Anari 8.751 Vale do Paraíso 8.742 Vilhena 66.746 Fonte: IBGE/2007 Primeiro grande movimento migratório ocorreu por volta de 1877, com os nordestinos, em virtude da grande seca de 77; com o advento da revolução industrial, quando houve uma demanda intensa de borracha natural na Amazônia, beneficiando o então Território do Guaporé. A partir da década de 50, o governo cria oficialmente vários territórios, e dentre eles o Território Federal do Guaporé, que em 1956 passa a se chamar Território Federal de Rondônia, transformado em 1981 em Estado, com o mesmo nome. Nas últimas décadas o Estado de Rondônia sofreu um intenso e massificado processo de ocupação populacional, atingindo níveis percentuais nunca registrados, na ordem 342%, cuja população é oriunda de diversas regiões do País. Para registro, só na década de 70, chegaram ao Estado 285 mil migrantes com o objetivo de fixarem-se em atividades rurais. O estado de Rondônia está localizado na região Norte do Brasil. Seus limites são os seguintes: Amazonas (Norte), Bolívia (Sul e Oeste), Mato Grosso (Leste) e Acre (Oeste). A extensão territorial do estado de Rondônia é de 237.576,2 km², divididos em 52 municípios. A capital do estado é Porto Velho. Rondônia tem um relevo pouco acidentado, sem elevações ou depressões acentuadas. As altitudes variam entre 70 e 500 metros, tendo como referência o nível do mar. No sul do estado são encontradas as áreas mais acidentadas, com depressões e elevações. Nessa região fica o ponto mais elevado do estado, a Serra dos Pacaás, com 1123 metros de altitude. O norte e noroeste do estado, no vale do rio Madeira, fazem parte da Planície Amazônica, cujas características são as terras baixas e sedimentadas. A vegetação predominante no estado de Rondônia é a floresta fluvial amazônica. Existe uma área de cerrado, a oeste do estado, que devido à exploração de minérios, vem sendo desmatada. O clima em Rondônia é equatorial, com médias anuais de temperatura acima de 26°C. Nas regiões de maior altitude as temperaturas são um pouco mais amenas. O índice de precipitações é elevado, sobretudo entre os meses de dezembro a maio. A hidrografia de Rondônia é formada pelo rio Madeira e seus afluentes, que formam oito bacias: Bacia do Guaporé, Bacia do Mamoré, Bacia do Ji-Paraná, Bacia do Jacy-Paraná, Bacia do Abunã, Bacia do Mutum-Paraná, Bacia do Jamari, e Bacia do Aripuanã. O rio Madeira é o principal afluente do rio Amazonas, com 1700 km de extensão em território brasileiro. O rio Madeira e o rio Amazonas formam uma hidrovia navegável durante o ano todo, ligando Porto Velho a Belém, e servindo como meio de transporte para os produtos produzidos na Zona Franca de Manaus. Os principais rios, além do Madeira são: Ji-Paraná, Guaporé, Mamoré. As cidades mais importantes do estado, além da capital Porto Velho são: Ji-Paraná, Vilhena, Ariquemes, Guajará-Mirim, Cacoal e Ouro Preto do Oeste. Dados Gerais Capital: Porto Velho População estimada (2014): 1.748.531 População (2010): 1.562.409 Área (km²): 237.590,543 Densidade demográfica (hab/km²): 6,58 Número de Municípios: 52 Municípios Rondonienses Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho, Candeias do Jamary, Itapuã do Oeste, Alto Paraíso, Monte Negro, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Rio Crespo, Cujubim, Ariquemes, Cacaulândia, Machadinho Localização e limites entre os municípios 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 14 do Oeste, Vale doAnari, Theobroma, Governador Jorge Teixeira, Jaru, Vale do Paraíso, Nova União, Mirante da Serra, Teixeirópolis, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médice, Urupá, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé, Costa Marques, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Castanheiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia do Oeste, Rolim de Moura, Ministro Andreazza, Cacoal, Espigão do Oeste, Primavera de Rondônia, São Felipe d'Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Pimenteiras do Oeste, Cabixi e Vilhena. Dois municípios rondonienses estão entre os 15 municípios brasileiros que obtiveram as maiores taxas nacionais de médias de crescimento populacional. Buritis, com 29,09% e Campo Novo de Rondônia com 23,20%. Principais relevos Planície Amazônica (vale do Madeira), serra dos Parecis e serra dos Pacaás Novos (vale do Guaporé). Nesta serra localiza-se o ponto mais elevado de Rondônia, o Pico do Tracuá. Principais rios Rios Machado ou Ji-Paraná; Guaporé, Mamoré, Madeira, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Aripuanã ou Roosevelt, e Jamary. Os principais rios que formam estas Bacias hidrográficas: Rio Guaporé - Nasce na serra dos Parecis, região de Mato Grosso, seu percurso é de 1.716 km com direção inicial para o sul, seguindo depois para o oeste. Ao alcançar a cidade de Vila Bela, toma a direção norte-oeste entrando em terras rondonienses na cidade de Pimenteiras do Oeste, passando por Cabixi, Cerejeiras, São Miguel do Guaporé até Costa Marques. A 12o de latitude sul recebe AS águas do rio Mamoré. Seu trecho navegável é de 1.500 quilômetros e se constitui em fronteira NATURAL entre o Brasil e a Bolívia. Seus afluentes brasileiros são os rios Cabixi, Corumbiara, Mequéns, Colorado, São Miguel, Cautário e Cautarinho, todos com nascentes na Chapada dos Parecis; Rio Mamoré - Nasce na Cordilheira dos Andes, em território boliviano com o nome Grande de La Plata, passando a ser designado Mamoré quando alcança a Serra dos Pacaás Novos, região de Guajará- Mirim. Constituindo-se em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, recebe AS águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio boliviano, recebe a designação Mamoré e passa a formar a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma extensão de 1.100 quilômetros e é totalmente navegável. Tem como principais afluentes brasileiros os rios Sotério, pacaás Novos, Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus acidentes hidrográficos são AS corredeiras Lages, Bananeiras, Guajará-Acu e Guajará-Mirim; Rio Ji-Paraná ou Machado - Nasce da junção dos rios Barão de Melgaço, também chamado de Comemoração de Floriano, e Apediá, chamado de Pimenta Bueno, na chapada dos Parecis. Seu curso tem uma extensão de 800 quilômetros, atravessando a região central do Estado até desembocar no rio Madeira, região de Calama, no município de Porto Velho. Tem como afluentes pela margem direita os rios Riozinho, Lourdes, São João e Tarumã. Pela margem esquerda os afluentes são os rios Luiz de Albuquerque, Rolim de Moura, Ricardo Franco, Preto, Jaru, Boa Vista, Urupá e Machadinho. Seu principal acidente hidrográfico, dentre os vários existentes e que dificultam a navegação, é a cachoeira 02 de Novembro, localizada no município de Machadinho do Oeste. Rio Madeira ou Caiary - Nasce na junção dos rios Beni e Mamoré, sendo o maior afluente do rio Amazonas pela margem direita. Sua extensão é de 3.240 quilômetros, sendo 1.700 em território brasileiro. Mas, devido aos diversos acidentes hidrográficos, seu curso navegável é de 1.116 quilômetros, a partir da cachoeira de Santo Antonio, em Porto Velho até Itacoatiara,AM. Seus afluentes pela margem direita são os rios Ribeirão, Mutum-Paraná, Jacy-Paraná, Jamari e Machado. Pela margem esquerda os afluentes são os rios Abunã, Ferreiros, José Alves, São Simão e o igarapé Cuniã. Os acidentes hidrográficos existentes no rio Madeira são os seguintes: (trecho Porto Velho/Guajará- Mirim) Corredeiras: Periquitos, Três Irmãos, Macaco, Morrinhos, Pederneiras, Chocolatal, Araras e Lages. Guajará-Açu e Guajará-Mirim; Cachoeiras: Santo Antonio, Caldeirão do Inferno, Paredão, Misericórdia, Madeira, Pau Grande e Bananeiras; Saltos: Teotônio, Girau e Ribeirão. As principais Ilhas do Estado: No Rio Madeira, Santana, Jacy-Paraná, Três Irmãos, 7 de Setembro, Misericórdia, 15 de Novembro, Marina e Anús ou da Confluência. No Rrio Mamoré, Soares e Saldanha. No Rio Guaporé, Comprida. Principais grupos indígenas existentes: Suruí, Gavião, Cinta Larga, Karipuna, Pakaas Nova, Arara, Kaxarari, Eu-Uru-Uau-Uau, Nhanbiquara e Karitiana. Clima Predominante: Equatorial quente-úmido ou tropical úmido, variando de acordo com a altitude, com a temperatura variando entre 18 e 33 graus centígrados. A variação mínima ocorre no município de 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 15 Vilhena e região, e a máxima no de Porto Velho e região. A estação chuvosa vai de outubro a março e o período de seca, de maio a setembro. Localização Geográfica: Região Norte, ao sul da Amazônia Ocidental. A região amazônica abrange os seguintes países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Peru, Venezuela e Brasil. NO Brasil, onde fica localizada a Amazônia Ocidental, a Amazônia corresponde a 50% do território nacional e abrange os estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, parte do Maranhão e do Mato Grosso. Área Geográfica: 238.512,8 km2, representando 6,19% da região Norte e 2,80% do País. Rondônia é 3º Estado em extensão territorial da região Norte. No contexto nacional, constitui-se o 15º em extensão territorial e o 23º em termos populacionais. Limites: ao Norte e Nordeste, estado do Amazonas; ao Sul e Oeste, República da Bolívia; a Leste e Sudeste, estado de Mato Grosso; a Noroeste, os estados do Acre e do Amazonas. A extensão da fronteira do Estado de Rondônia com a república da Bolívia é de 1.342 quilômetros. Os municípios rondonienses localizados na faixa da fronteira boliviana são: Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Costa Marques, Alta Floresta do Oeste, São Francisco do Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, , Pimenteiras do Oeste e Cabixi. Divisão geopolítica: o estado de Rondônia é formado por 52 municípios e 57 distritos. Jorge Teixeira de Oliveira1 Jorge Teixeira de Oliveira (General Câmara, 1 de junho de 1922 — Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1987) foi um militar e político brasileiro. Ocupou os cargos de prefeito de Manaus e governador de Rondônia. Oficial do Exército Brasileiro, foi declarado aspirante da Arma de Artilharia na Academia Militar das Agulhas Negras em 1947. Formou-se também em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Casou-se em 1950 com Aida Fibiger de Oliveira, com quem teve um filho, Rui Guilherme Fibiger Teixeira de Oliveira. No exército, era paraquedista oficial de Estado-Maior e especialista em guerra na selva; foi o criador e primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e primeiro comandante do Colégio Militar de Manaus (CMM). Após passar para a reserva, no posto de coronel, em 1973 recebeu convite para assumir a prefeitura de Manaus, onde ficou até março de 1979. Foi também o último governador do antigo Território Federal de Rondônia e o primeiro governador do novo estado. Ele foi nomeado pelo presidente da República João Figueiredo, assumindo em 10 de abril de 1979, com a principal tarefa de transformar o território federal de Rondônia em estado. Em 16 de dezembro de 1981, o projeto de lei complementar nº 221-A/81 foi aprovado na Câmara Federal, dando origem à Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que criava a nova Unidade da Federação, o estado de Rondônia. “Teixeirão”, como era conhecido,foi reempossado no cargo de governador — agora do estado — em 29 de dezembro de 1981, em Brasília. CONFÚCIO MOURA2 Confúcio Aires Moura é tocantinense de Dianópolis, nascido a 16 de maio de 1948. Trabalhou como policial militar e professor, enquanto cursava Medicina, em Goiânia. Médico formado pela UFG (Goiânia, 1975), iniciou sua profissão em Rondônia, em 1976, atuando junto à população que sofria com a epidemia de malária em garimpos, como o do Bom Futuro, além de prestar atendimento médico à população mais humilde, na região do Vale do Jamari. 1 Governo do Estado de Rondônia. Disponível em: http://www.seplan.ro.gov.br/Home/Governadores. 2 Portal do Governo do Estado de Rondônia. Disponível em: http://www.rondonia.ro.gov.br/portal/o-governador/. Governadores do estado de Rondônia 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 16 Após muitos anos trabalhando na área médica, ocupou o cargo de secretário de Saúde de Rondônia (1987-88), sendo responsável direto pela implantação do SUS (Sistema Único de Saúde) no estado de Rondônia, fato que é lembrado até os dias de hoje. Foi eleito para três mandatos consecutivos como deputado federal (nas eleições de 1995, 1999 e 2003). Na Câmara Federal, teve atuação destacada, ocupando posições importantes nas comissões da Casa, além de conquistar postos de liderança, como vice-líder do bloco PMDB/Prona e vice-líder do PMDB. Também ocupou o posto de presidente do Diretório Regional do PMDB. Eleito para dois mandatos como prefeito de Ariquemes (nas eleições de 2004 e 2008), colocou Ariquemes em posição de destaque nacional. Em sua gestão, recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, incluindo dois troféus nacionais como Prefeito Empreendedor do Sebrae (2005 e 2010). Em 2010, foi eleito governador do Estado de Rondônia, iniciando seu mandato em janeiro de 2011. Em 2014 foi reeleito. É casado com a médica Maria Alice Silveira Moura, com quem tem duas filhas e três netas. Vida pública 1967-1976: Confúcio Moura foi policial militar em Goiânia; 1970-1975: Diretor e professor no Instituto Dom Abel, em Goiânia; 1972-1973: Professor no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar, em Goiânia; 1975: Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Goiás; 1976-1995: Atuou como médico no Governo do Território Federal de Rondônia e médico do Hospital e Maternidade São Francisco, em Ariquemes; 1983: Fundou o Diretório Municipal do PMDB em Ariquemes; 1983-1985 / 1990-1994: Presidiu o Diretório Municipal do PMDB em Ariquemes; 1995-2004: Deputado federal pelo estado de Rondônia; 1995-2001: Vice-líder do PMDB/PTN; 1996-1999: Vice-líder do bloco PMDB/Prona; 1999-2003: Vice-líder do PMDB; 2004-2008 / 2008-2010: Prefeito de Ariquemes; 2011-2014: Governador do Estado de Rondônia. 2015-2018: Governador em segundo mandato. O Brasil possui vinte e seis estados mais Brasília, e é na região Norte em que se encontra sete deles, dos quais são os estados de Amapá, Roraima, Acre, Amazonas, Pará, Tocantins e Rondônia. O estado de Rondônia possui a terceira maior população da região norte, perdendo apenas para os estados do Pará e Amazonas, possuindo uma população estimada em 1.768.204 no ano de 2015, conforme o IBGE, tendo a baixa densidade demográfica de 6,58 hab/km2, uma vez que a média brasileira é de 23 hab/km2. O estado de Rondônia está dividido em 52 municípios, tendo como capital o município de Porto Velho. Fonte: http://www.newsrondonia.com.br/ Divisas e fronteiras do estado de Rondônia 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 17 O estado de Rondônia é dividido geograficamente em duas mesorregiões: Fonte: http://www.a-rondonia.net/ Mesorregião do Leste Rondoniense é uma das duas mesorregiões do estado de Rondônia. É a maior mesorregião territorialmente e também em número de habitantes, apesar de não contar com o município mais populoso. Por este motivo, grande parte dos políticos que comandam o estado vem desta região, e não da capital, Porto Velho. Esta mesorregião é dividida em seis microrregiões. - Alvorada d'Oeste - Ariquemes - Cacoal - Colorado do Oeste - Ji-Paraná - Vilhena Mesorregião de Madeira-Guaporé é uma das duas mesorregiões do estado de Rondônia. Foi a primeira região a ser habitada no estado de Rondônia por conta da construção do Forte Príncipe da Beira em 1776 no vale do Rio Guaporé. Foi nessa região também onde foi construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que impulsionou a fundação de Guajará-Mirim e Porto Velho e, por conta disso, são estas as únicas microrregiões em que está dividida a mesorregião. - Porto Velho - Guajará-Mirim O estado de Rondônia é dividido geograficamente em oito microrregiões: Fonte: http://www.citybrazil.com.br/ro/microregiao 1252196 E-book gerado especialmente para SERGIO ZULZKE NEIMOG . 18 1 – Alvorada D’Oeste 2 – Arquimedes 3 – Cacoal 4 – Colorado do Oeste 5 - Guajará-Mirim 6 – Ji-Paraná 7 – Porto Velho 8 - Vilhena Limites Pelo Tratado de Tordesilhas toda a região pertencia à Espanha. Com a penetração das Bandeiras e o mapeamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no período de 1722 a 1747, houve uma redefinição dos limites entre Portugal e Espanha, realizada através dos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso. Portugal passou então a ter a posse definitiva da região e a defesa dos limites territoriais. Até o século XVII apenas algumas missões religiosas haviam chegado até esta região. No início do século XVIII os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus, antigo nome da localidade de Cuiabá, onde descobriram ouro. Começaram então a aparecer explorações de bandeirantes pelo vale do rio Guaporé em busca das riquezas minerais da nova área descoberta. As demarcações da área ocorreram a partir de 1781 e o verdadeiro povoamento da região teve início no somente durante o século XIX, na fase do ciclo da borracha, com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a exploração dos seringais existentes. Formado por terras anteriormente pertencentes aos Estados do Amazonas e Mato Grosso, o Estado de Rondônia foi originalmente criado como Território do Guaporé em 1943. A denominação atual foi dada em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato Grosso e da Amazônia em 17 de fevereiro de 1956. Em 1981, o Território de Rondônia passou a Estado da Federação. O estado de Rondônia está situado ao sul da Linha do Equador, sendo atravessado pelo paralelo de 10º Sul e estando “encaixado” entre os meridianos de 60º e 65ºO. Rondônia limita-se: - Ao norte (nordeste e noroeste), com o estado do Amazonas. - A leste (e sudeste) com o estado do Mato Grosso. - A oeste, com a República da Bolívia, a ponta extrema ocidental rondoniana, com o Acre. - Ao sul, igualmente com a Bolívia. Setor Primário do Estado - Agricultura, pecuária, piscicultura, apicultura, extrativismo vegetal e mineral. - O extrativismo mineral destaca-se pela ocorrência de ouro, cassiterita, diamante, nióbio, quartzo, granito e água mineral. - O extrativismo vegetal destaca-se pela produção de cacau, madeira em toras, castanha-do-pará e borracha silvestre. - O setor agrícola destaca-se nacionalmente por produzir cereais, café, soja, milho, banana, mandioca e algodão, além de hortifrutigranjeiros. - O efetivo pecuário é composto, principalmente, de rebanhos bovinos de corte e de leite, com mais de cinco milhões de cabeças e uma Bacia leiteira em franca expansão, notadamente nas regiões de Porto Velho, Jaru e Ouro Preto do Oeste. Setor secundário Prevalece a agroindústria, notadamente
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