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Ocorrencias de agua subterraneas em Mocambique

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Introdução
o interior da Terra, composto de diferentes rochas, funciona como um vasto reservatório subterrâneo para a acumulação e circulação das águas que nele se infiltram. As rochas que formam o subsolo da Terra, raras vezes, são totalmente sólidas e maciças. Elas contêm numerosos vazios (poros e fraturas) denominados também de interstícios, que variam dentro de uma larga faixa de dimensões e formas, dando origem aos aqüíferos. Apesar desses interstícios poderem atingir dimensões de uma caverna em algumas rochas, deve-se notar que a maioria tem dimensões muito pequenas. São geralmente, interligados, permitindo o deslocamento das águas infiltradas. 
A água subterrânea é originada predominantemente da infiltração das águas das chuvas, sendo este processo de infiltração de grande importância na recarga da água no subsolo. A recarga depende do tipo de rocha, cobertura vegetal, topografia, precipitação e da ocupação do solo. A utilização desta água é feita através de poços caseiros e profundos, conforme a profundidade alcançada.
Objetivos 
Geral
· Abordar de ocorrências de águas subterrâneas em Moçambique.
Específico 
· Descrever as principais bacias hidrogeológicas de Moçambique;
· Identificar os principais aspectos que caracterizam a hidrogeologia de cada bacia;
· Conhecer as principais características hidrogeológicas.
Ocorrência de água subterrânea 
Segundo CHIOSSI (1989), o interior da Terra, composto de diferentes rochas, funciona como um vasto reservatório subterrâneo para a acumulação e circulação das águas que nele se infiltram. As rochas que formam o subsolo da Terra, raras vezes, são totalmente sólidas e maciças. Elas contêm numerosos vazios (poros e fraturas) denominados também de interstícios, que variam dentro de uma larga faixa de dimensões e formas, dando origem aos aqüíferos. Apesar desses interstícios poderem atingir dimensões de uma caverna em algumas rochas, deve-se notar que a maioria tem dimensões muito pequenas. São geralmente, interligados, permitindo o deslocamento das águas infiltradas. 
A água subterrânea é originada predominantemente da infiltração das águas das chuvas, sendo este processo de infiltração de grande importância na recarga da água no subsolo. A recarga depende do tipo de rocha, cobertura vegetal, topografia, precipitação e da ocupação do solo. A utilização desta água é feita através de poços caseiros e profundos, conforme a profundidade alcançada. 
Características de águas subterrâneas 
A importância das águas subterrâneas como fonte de abastecimento doméstico, industrial ou agrícola, em comparação com as águas de superfície provenientes de rios, lagos, lagoas e represas, tende a crescer e se explica por diversos fatores relevantes :
· Fluxo e disponibilidade – flutuações climáticas no fluxo de águas superficiais, inclusive com intermitência, podem ocorrer em períodos de estiagem e de mais alta demanda. Já nas águas subterrâneas, as flutuações de nível d´água produzidas por influências climáticas são geralmente muito pequenas em relação às espessuras dos aquíferos;
· Variabilidade sazonal e anual – as flutuações sazonais e anuais são muito mais pronunciadas no fluxo superficial do que no fluxo subterrâneo; 
· Energia – a elevação da água subterrânea até a superfície do terreno implica em consumo de energia. Apesar dos custos de construção de poços são pequenos, os custos operacionais são relativamente altos;
· Qualidade de água - em geral, a água subterrânea não apresenta maiores problemas de contaminação física ou biológica;
· Impactos em problemas de drenagem – o rebaixamento do nível freático por bombeamentos pode solucionar problemas de drenagem em áreas alagadas por afloramento do nível de água. Isto inclusive pode reduzir a evapotranspiração e, portanto, produzir um aumento na qualidade de água disponível para utilização;
· Subsidências de terras – quando a água é bombeada de um aqüífero confinado, a tensão intergranular na matriz sólida aumenta, mesmo que não haja aumento de carga na superfície do solo, o que pode levar a subsidência de terras;
· Dados e informações – as principais fontes de informação sobre o movimento, a acumulação e a qualidade da água em um aquífero, são as medições de níveis de água e de concentrações de solutos em poços de observação;
· Desenvolvimento gradual – como a água subterrânea é utilizada através de poços e cada poço representa um incremento anual nas retiradas de água, geralmente na mesma área de consumo, o atendimento das demandas pode ser planejado.
Ocorrências de águas subterrâneas em Moçambique 
Províncias Hidrogeológicas de Moçambique 
Segundo DNA (1987) Províncias Hidrogeológicas-são grandes áreas que possuem características geológicas, climáticas e hidrogeológicas comuns e localização geográfica separada. 
As principais províncias hidrogeológicas de Moçambique são: 
· Complexo de Base (Pré-Câmbrico); 
· Terrenos Vulcânicos (Karroo e pós Karroo); 
· Bacia Sedimentar de Medio Zambeze (Karroo); 
· Bacia Sedimentar de Maniamba (Karroo); Bacia Sedimentar de Rovuma (Meso-Cenozóico); 
· Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save (Meso-Cenozóico); e 
· Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save (Meso-Cenozóico). 
Apesar dessas províncias hidrogeológicas serem semelhantes elas distinguem-se entre si pelos seus aspectos geológicos, fisiográficos e climatológicos, bem como pela sua idade geológica e posição geográfica o que lhes confere características hidrogeológicas diferentes. 
Complexo de Base Fisiografia 
Localiza-se na parte ocidental na região central do País e em quase toda região do Norte do Rio Zambeze, ocupando 57% da área total do território nacional. O complexo de Base compreende áreas montanhosas, altiplanaltos e planaltos médios e uma faixa de terras baixas, na parte oriental do País a Norte do Zambeze. Esta ultima corresponde a formas de relevo de acumulação, enquanto que as outras são caracterizadas por formas de relevo de erosão (desnudação). A maior parte dos planaltos apresentam característicos relevos residuais. 
A precipitação é alta nas áreas montanhosas (1200 – 2000 mm/ano) e média nos planaltos (800 – 1200 mm/ano). A recarga dos aquíferos é razoável apesar das condições do solo e do terreno não serem favoráveis. O regime dos rios é permanente, em especial nas zonas chuvosas, e sazonal ou temporário, nas zonas mais secas. 
Geologia 
O Complexo de Base compreende formações do Pré-Câmbrico inferior ou Cratão do Zimbabwe e formações do Pré-Câmbrico superior ou do Mozambique Belt (Faixa de Moçambique). 
As formações mais antigas são constituídas principalmente por Xistos verdes com interstratificações de quartzitos, calcários, grauvaques e conglomerados. 
O Cratão de Zimbabwe tem uma extensão muita limitada no País, encontrando-se na fronteira de Manica nas zonas de Munhinga-Bonde e Mavita e a Oeste de Nhamatanda. 
Faixa de Moçambique inclui a maior parte do Complexo de Base que em vários períodos foi atingida por intensos fenómenos metamórficos. A faixa de Moçambique é formada predominantemente, por rochas granito-gnaisse-migmatíticos, alterando-se com metassedimentos e charnoquitos. Na parte montanhosa ocidental da Província de Manica e de Norte da Província de Tete, encontram-se restos de metassedimentos menos metamorfizados, recobrindo complexos mais antigos, são reunidos sobre a designação de Grupo de Umkondo. Este Grupo divide-se em Formações de Umkondo de baixo grau de metamorfismo e Formações de Fíngoè, respectivamente nas províncias de Manica e Tete, compreendendo xistos, quartzitos e algumas rochas carbonatadas e na Formação da Fronteira, na província de Manica, possuindo médio grau de metamorfismo e constituída por quartzitos e micaxistos. 
Na parte central da província de Tete, regista-se o Complexo Gabro Anortisítico de Tete formado por numerosas intrusões, de dimensões variadas, de rochas básicas, intermédias e ultrabásicas, do Pré-Câmbrico superior. Os pegmatitos da província de Nampula e da Zambézia parecem fazer parte da mesma fase orogénicaque deu origem ao Complexo Gabro Anortisítico de Tete. 
Águas Subterrâneas 
Geralmente as formações aquíferas do Complexo de Base são pouco produtivas, descontínuas e extensão limitada. As suas produtividades dependem, principalmente, da espessura e da textura do material que constitui o Manto de alteração meteórica. A ocorrência de água subterrânea está associada com zonas de fraqueza crustal. Os aquíferos deste Complexo são caracterizados pelo seu compartimento e desintegração em blocos limitados por juntas, fracturas e diáclases. Estas zonas de fraqueza estão relacionadas com estruturas geológicas particulares como dobras, falhas e fracturas, cuja permeabilidade é relativamente alta. Além disso, a ocorrência das rochas heterogéneas de grau grosseiro e de rochas calcárias bem como a existência de contactos entre rochas de natureza e composição diferente, facilita os fenómenos de meteorização. Os aquíferos resultantes são predominantemente lineares e mais ou menos limitados. 
As águas subterrâneas das Formações do Complexo de Base é, em geral de boa qualidade possuindo mineralização total inferior a 600 mg/l. Em áreas de evaporações elevadas, as águas têm mineralizações mais altas, como acontece nas faixas costeiras das províncias do norte (500-1000 mg/l) e no vale do Zambeze. Águas com mineralizações excessivas, da ordem dos 2500-4000 mg/l, estão por vezes relacionados com tipos particulares de rochas, como anfibolitos, piroxenitos e gnaisses anfiboliticos, ricos em minerais ferromagnesianos (por exemplo na área de Montepuez). Nas rochas básicas, como os gabros e os anortositos, as plagióclases cálcicas são dominantes pelo que contêm geralmente aguas duras, de mineralizações compreendidas entre 400 e 1600 mg/l. 
A dureza total é muito variável mas normalmente de média a alta. As aguas predominantemente nas Formações do Complexo de Base são do tipo bicarbonatados mas na zona costeira de Cabo Delgado metade delas são do tipo cloretado. 
 O pH das águas subterrâneas provenientes das formações aquíferas do Complexo de Base varia, em geral, entre 7 e 8,3. No Norte da província de Tete, o pH varia entre 5,4 e 6,3 e de baixa dureza (80 a 1300 ppm CaCO3) o que indica que trata-se de aguas bastante agressivas. 
Terrenos Vulcânicos Fisiografia e Geologia 
Os terrenos vulcânicos ocorrem na zona de transição entre o Complexo de Base e Formações sedimentares, ao longo do limite oriental do Cratão do Zimbabwe e do Cratão do Kaapval (cadeia dos libombos). Compreende especialmente basaltos, riólitos e lavas alcalinas. A maior parte dos afloramentos formam cristas e cadeias montanhosas, como os Libombos e os montes de Lupata. Os basaltos são rochas mais comuns e mais fáceis de se alterar por intemperismo dando origem zonas aplanadas com solos argilosos escuros.
Águas Subterrâneas 
Hidrogeologicamente, os terrenos vulcânicos são bastante semelhantes ao Complexo de Base. Os aquíferos estão quase sempre relacionados com a existência de fracturas primárias e secundárias já que o Manto de alteração meteórica é geralmente menos desenvolvido do que o das Formações do Complexo de Base e raramente excede 10 m de espessura. Nos terrenos basálticos este pode ser mais desenvolvido, mas como se trata de material argiloso é pouco permeável, e funciona como aquícludo. O perfil estratigráfico pode incluir horizontes diversos (argilas, cinzas vulcânicas e rochas fraturadas) correspondentes a diferentes períodos de meteorização e erosão que se fizeram sentir entre fases de erupção e de repouso. Pelo metamorfismo de contacto, as rochas sedimentares contíguas tornaram-se impermeáveis, como os grés de Lupata. 
Os basaltos são considerados, entre as rochas vulcânicas, como as mais produtivas hidrogeologicamente, mas apesar disso, os caudais dos furos que interceptam tais rochas são bastante fracos. Os basaltos de Angoche constituem uma excepção a esta regra, pois os furos efectuados naquela região, ao longo de uma zona de falha de grandes dimensões, detectada por métodos geofísicos, são moderadamente produtivos. 
Os riólitos são pouco promissores quanto à existência de aguas subterrâneas, mas em zonas excepcionalmente fraturadas por falhas de grande intensidade e amplitude, podem tornar-se mais produtivos do que os basaltos, visto que os produtos de alteração e de enchimento das zonas de falhas são menos argilosos. 
Não existem dados acerca de furos efectuados em rochas vulcânicas alcalinas, pelo que as suas características hidrogeológicas não são conhecidas. 
A qualidade da água subterrânea proveniente dos riólitos é bastante boa, possuindo mineração inferior a 500 mg/l e baixa dureza (<10 ppm de CaCO3). A sua composição é cloretada sódica a bicarbonatada sódica. A água subterrânea dos basaltos é mais mineralizadas e dura, especialmente ao longo do limite das bacias sedimentares, podendo atingir mineralizações superiores a 8500 mg/l, como acontece na margem oriental dos Libombos. 
Bacia Sedimentar de Medio Zambeze Fisiografia 
Este tipo de bacia pertence a Bacia Sedimentar de Karroo e pode dividir-se em duas (2) sub-bacia, uma ocidental e outra oriental, separadas pelo Complexo Gabro Anortosítico de Tete. 
Geologia 
A Bacia do Medio Zambeze é do tipo sinforme assimétrico, nas margens de falhas. É composta por vários blocos inclinados, em que a sequência sedimentar pode atingir mais de 3 mil metros de espessura. O Karroo Inferior começa com conglomerados de base e tilitos a que seguem pelitos, argilitos e siltitos. As camadas de carvão, em Moçambique, encontram-se por cima dos tilitos. A sequência sedimentar de Karroo Superior é formada por grés de textura fina, grosseiros, fossilíferos e margas. A sequência sedimentar total é interceptada, frequentemente, por filões de doleritos. A parte Sul da sub-bacia ocidental esta coberta por grés arcósicos continentais do Cretácico Inferior, conhecido Grés de Tete. 
Águas Subterrâneas 
As características hidrogeológicas das rochas sedimentares do Karroo são conhecidas em algumas áreas à volta do Zumbo, Chitima, Boroma e Changara. Da Bacia de Maniamba apenas se tem conhecimento de um furo ali efectuado. 
A sequência sedimentar é denominada por rochas de textura fina, de baixa produtividade. As zonas de contacto com as rochas vulcânicas e as zonas com muitos afloramentos têm também fracos caudais perspectivos. 
Melhores perspectivas podem verificar-se em zonas de fratura, em grés de textura grosseira, em brechas de falha e ao longo de intrusões de filões de doleritos. Próximo do Zumbo e de Boroma, são comuns aquíferos relacionados com os tipos de estruturas anteriormente referidas. 
A qualidade de água presente nas formações do Karroo é bastante variável. A maior parte dos furos possuem agua com mineração compreendida entre 400 e 800 mg/l, mas nas regiões de Changara e Moatize é frequente atingir concentrações mais altas, da ordem de 1400 a 2500 mg/l. a água que ocorre nos sedimentos do Karroo Inferior chega por vezes, a ter mineralização superior a 7000 mg/l, como na área de Chitima (DNA, 1987 b).
Os grés arcosicos de Tete cobrem a maior parte da área a sul da albufeira de Cahora Bassa e são impermeáveis. Coberturas finas de areias de Quaternário são comuns na Bacia do Medio Zambeze. 
Os melhores aquíferos localizam-se nos vales aluviais, especialmente, ao longo dos rios Aruânga, Panhame e Mucumbura, a oeste da Província de Tete, e ao longo do Rio Zambeze, para jusante de Boroma. Os furos muito produtivos, com caudais superiores a 200 m3/h e praticamente sem rebaixamento, podem referir-se no campo de furos do vale de Nhartanda, a sul da cidade de Tete. A qualidade da água nestes campos de furos é boa mas tem tendência para tornar-se pior nos furos localizados para jusante dos vales referidos. 
Bacia Sedimentar de Maniamba 
Fisiografia 
Este tipo de bacia pertence a Bacia Sedimentar de Karroo, localiza-se no noroeste do Niassa. Os afloramentos individualizados de sedimentos do Karroo, de pequena importância, localizam-se a Sul de Espungabera, à volta de Canxixe e naBacia do rio Lugenda, no Niassa. 
Geologia 
A Bacia de Maniamba corresponde a uma estrutura sinclinal simétrica cujo eixo mergulho para sudoeste e cuja profundidade máxima é calculada em mais de 2000 metros. A sequencia sedimentar faz parte das series Ecca e Beaufort, sendo conhecida, regionalmente, sob a designação de “Séries de Lunho”. Da base para o topo, compreende grés conglomeráticos, pelitos, xistos carbonosos e siltitos, xistos com troncos silicificados, xistos com concreções calcárias e grés argilosos friáveis. 
Águas Subterrâneas 
As características hidrogeológicas das rochas sedimentares do Karroo são conhecidas em algumas áreas à volta do Zumbo, Chitima, Boroma e Changara. Da Bacia de Maniamba apenas se tem conhecimento de um furo ali efectuado. 
A sequência sedimentar é denominada por rochas de textura fina, de baixa produtividade. As zonas de contacto com as rochas vulcânicas e as zonas com muitos afloramentos têm também fracos caudais perspectivos (Grupo C2 ou mesmo C3).
Melhores perspectivas podem verificar-se em zonas de fratura, em grés de textura grosseira, em brechas de falha e ao longo de intrusões de filões de doleritos. Próximo do Zumbo e de Boroma, são comuns aquíferos relacionados com os tipos de estruturas anteriormente referidas. 
A qualidade de água presente nas formações do Karroo é bastante variável. A maior parte dos furos possuem agua com mineração compreendida entre 400 e 800 mg/l, mas nas regiões de Changara e Moatize é frequente atingir concentrações mais altas, da ordem de 1400 a 2500 mg/l. a água que ocorre nos sedimentos do Karroo Inferior chega por vezes, a ter mineralização superior a 7000 mg/l, como na área de Chitima (DNA, 1987 b). 
Coberturas finas de areias de Quaternário são comuns ao longo dos limites orientais e sul da Bacia de Maniamba. Compreendem coluviões, terraços aluviais, eluviões e possivelmente areias eólicas que, localmente, podem conter aquíferos susceptíveis à exploração através de poços escavados. 
Bacia Sedimentar de Rovuma Fisiografia e Geologia 
A Bacia Sedimentar do Rovuma localiza-se na parte nordeste do País, e tem uma área de 25.000 km2. A Bacia compreende essencialmente planícies ligeiramente onduladas e planaltos de altitudes moderadas. As planícies costeiras, no extremo Norte do País são dissecadas por alguns rios e sobem da costa para o interior. O limite ocidental da Bacia é marcado pelo planalto de Mueda, que se eleva da planície circundante ate cerca de mil metros de altitude. 
A precipitação varia entre 800 mm/ano, na região costeira de Pemba e mais de 1200 mm/ano, no planalto de Mueda. A capacidade de recarga é medida a alta, no Norte, e baixa na parte Sul, onde os solos são mais argilosos. Os rios são sazonais a intermitentes. 
Os planaltos são formados pelos Grés dos Macondes, de fácies continental e de idade cretácica que por sua vez são recobertos por areias com 20 a 40 m de espessura. Aos Grés dos Macondes, sucedem-se, para a costa, grés marinhos de textura fina, do Terciário e grés fluviais das camadas de Mikindani, do Terciário superior. Ao longo de quase toda costa, encontram-se calcarenitos de idade Pliocénica e calcários recifais cobertos por vezes, por areias eólicas ou marinhas. 
Os aluviões são pouco desenvolvidos, excepto ao longo de alguns trocos dos Rios Rovuma, Messalo, Muaguide (Montepuez), Muaguide (Metuge), Lúrio e Monapo. 
Hidrogeologia Regional 
As informações relativas aos recursos hídricos subterrâneos na região costeira do norte de Moçambique não estão devidamente documentadas. No entanto, MacDonald e Davies (2000) relatam que os aquíferos nos depósitos litorais mais recentes de calcarenitos e de pedra calcária dos recifes são os mais produtivos, e que os arenitos fracturados ou fracamente cimentados, tais como os do norte da região costeira de Moçambique, podem proporcionar rendimentos mais elevados do aquífero, sendo adequados para o desenvolvimento em grande escala. Por exemplo, os aquíferos de arenitos do terceário, tais como a Formação de Mikindani, podem ter rendimentos específicos que variam de 0.13 a 1.1m3/hr/m. 
Os aquíferos nos carbonatos mais recentes do litoral são, potencialmente, mais productivos, com rendimentos específicos de 0.53 a 3.3m3/hr/m.Contudo, estes aquíferos pouco profundos são tipicamente mais mineralizados e (com concentrações de Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) superiores a 1,000 mg / l), e são considerados vulneráveis a intrusão de água salina, sendo relatado como tendo ocorrido em algumas áreas, como resultado do excesso de abstração (Ferro & Bouman, 1987; Steyl & e Dennis, 2009). A qualidade das águas subterrâneas de aquíferos mais profundos é declaradamente boa, com concentrações de SDT inferiores a 300mg/l. 
O aquífero de aluvião do Quaternário, em determinados locais, tem sido explorado para o abastecimento nas áreas costeiras (Smedley, 2002), especialmente ao longo dos rios principais, onde os depósitos aluviais estão mais bem desenvolvidos. Além disso, os aquíferos de areia e cascalho ao longo das planícies aluviais, designadamente nos locais onde as cheias anuais permitem a recarga, podem conter quantidades significativas de águas subterrâneas (MacDonald & Davies, 2000), podendo ocorrer capacidades específicas mais elevadas. 
Hidrogeologia de Palma
Ocorrências em Águas Subterrâneas 
O principal aquífero na área de estudo é um primário intergranular com rendimentos entre 0,5 e 10 L/s. Testes de aquífero aos furos de prospecção de água subterrânea indicam transmissividades relativamente elevadas (T) variando de 2·100 a 2·102m2/d. 
Ocorrem condições de água subterrânea relativamente pouco profundas sob o local do Projecto em Afungi com diferenças evidentes nos níveis de água, o que é atribuído à presença de lentes de silte e argila desenvolvidas localmente. Com base nas informações geológicas disponíveis, as indicações são de que não há nenhuma camada confinante omnipresente, a separar um aquífero pouco profundo de um aquífero mais profundo. 
Elevações e Direcção do Fluxo das Águas Subterrâneas 
O nível das águas subterrâneas varia de 0,5 a 69,4 metros abaixo do nível do solo (mbgl). Níveis de água menos profundos foram medidos perto da Baía de Palma, a leste e em áreas baixas. Os dados disponíveis indicam níveis menos profundos de água subterrânea no final da estação chuvosa (Abril) do que na estação seca, com flutuações na ordem de alguns metros. 
A direção do fluxo de água que atravessa o Local do Projecto em Afungi é geralmente para leste e sudeste, na direção geral da costa. No entanto, isto varia localmente devido à descarga de águas subterrâneas em componentes de drenagem, tais como rios e terras húmidas. 
Recarga das Águas Subterrâneas 
Dados de isótopos estáveis fornecem evidências de que as águas subterrâneas na zona são alimentadas por recarga de água da chuva, e que não existem diferenças na fonte de recarga em toda a área. Considerando a geologia, hidrologia e hidrogeologia locais, presume-se que ocorre a recarga directa rápida de águas da chuva, como evidenciado a partir de dados da precipitação e níveis de águas subterrâneas da área. Além disso, as indicações são de que o alto topográfico a oeste do Local do Projecto Afungi é uma área de recarga. 
Ferro e Bouman (1987) descreveram as taxas de recarga do aquífero como sendo médias a elevadas em relação a outras áreas de Moçambique. Smedley (2002) atribuiu, para esta região, taxas de recarga dos aquíferos entre 100 a 300mm/ano. Isto corresponde a uma taxa de recarga das águas subterrâneas de 9-26% da precipitação média anual em Palma, de 1.165 mm / ano. 
Águas Subterrâneas 
Em termos hidrogeológicos, a Bacia do Rovuma não esta bem conhecida, excepto na zona litoral. As perspectivas relativas às águas subterrâneas são limitadas devido a predominância de margas, quase impermeáveis, contendo águas salobras. Os aquíferos mais produtivos da zona litoral correm riscos de salinização. As áreas mais favoráveis estão limitadas à parte Norte da Bacia e aos vales aluvionares importantes, especialmentena zona de contacto entre as formações de Bacia Sedimentar e as do Complexo de Base. 
A profundidade do lençol freático constitui a principal limitante do aquífero que ocorre nos planaltos de Mueda e de Macomia. Nestes planaltos, os Grés de Macondes têm uma cobertura arenosa de 20 a 40 m de espessura, desprovida de água, pois o nível freático regional é muito profundo. Existem alguns aquíferos locais suspensos, devido aos níveis impermeáveis daquela formação. 
Numerosas nascentes com descargas que chegam até 30 l/s emergem nos bordos dos planaltos de Mueda e de Macomia. A água das nascentes é pouco mineralizada com teores de cloretos compreendidos entre 15 e 40 ppm. A água é ácida (pH=5,2 a 5,7), podendo tornar-se corrosiva para construções que se utilize betão armado. 
A sul do Messalo as margens do Cretácico constituem as formações predominantes. Os poucos furos existentes proporcionam águas salobras e produtividades muito baixas. As formações consolidadas mais produtivas encontram-se na zona litoral. Compreendem calcarenitos miocénicos a pliocénicos e calcários coralígenos. Os caudais específicos são geralmente moderados a altos. O problema principal diz respeito a salinidade dos aquíferos ou ao alto risco de intrusão de água do mar que pode ocorrer em resultado de sobre-extrações da água nos furos, o que já aconteceu nos campos de furo das penínsulas de Pemba e Nacala. Nesses aquíferos a água pode ser muito dura (ate 1500 ppm de CaCO3). 
Para norte de Messalo, a maior parte das planícies estão recobertas por uma coberta eluvionar com 10 a 30 m de espessura, na qual foram efectuados muitos poços. Outras coberturas arenosas encontram-se em alguns planaltos do litoral, localizados entre Pemba e Moma, os quais, possuem, geralmente, formações de textura grosseira, na base. A produtividade não é muito alta, os caudais específicos, em geral, inferiores a 0,4 m3/h, mas a água é quase sempre de boa qualidade, com mineralização inferior a 600 mg/l. Na península de Nacala, mais de 60 nascentes emergem na base de cobertura arenosa, mas os seus caudais são pequenos. 
Os aluviões que se encontram ao longo dos vales dos rios principais que atravessam os terrenos sedimentares, incluem os aquíferos mais produtivos da Bacia. O campo de furo de Metuge, que suporta abastecimento de água a Pemba, localizado ao longo da margem direita do Rio Muaguide, está construído nos aluviões daquele rio, cuja espessura chega a ser superior a 40 m. Os caudais específicos dos aluviões estão compreendidos entre 1,2 e 12 m3/h. Outras zonas aluviais promissoras podem ser encontradas ao longo do contacto com o Complexo de Base, como as detectadas no vale do Rio Monapo cujos furos têm caudais compreendem entre 40 a 60 m3/h. Os aluviões do Rio Messalo parecem ser bastante desenvolvidos, a qualidade da agua subterrânea dos aquíferos relacionados com aluviões é, em geral, boa, mas pode ser má se agua tiver origem nas planícies adjacentes que contêm agua subterrânea mineralizada, como é o caso do Vale do Rio Muaguide, próximo de Bilibiza. Os aluviões da zona litoral tem pequena importância hidrogeológica, por serem impermeáveis e conterem água salobra. Pequenas dunas recentes podem construir excepções, mas a água pode ser bastante salobra. 
Bacia Sedimentar de Moçambique, a Norte do Save Fisiografia e Geologia 
A Bacia Sedimentar de Moçambique, a norte do rio Save. Compreende geomorfologicamente, as planícies interiores de Sena, o planalto de Cheringoma, entre os valores dos rios Zambeze e Púngoè, o planalto do Búzi e Save, o vale e o Delta de Zambeze e a zona litoral. A parte Norte da Bacia está cortada pelo afundimento de Chire-Urema, orientado segundo Norte-Sul, que a continuação para Sul, do sistema dos rifts da África Oriental. 
A precipitação varia entre 1400 mm/ano, ao longo da costa, 900 mm/ano, mais para o interior e menos de 700 mm/ano nas planícies de Sena. As condições de recarga são boas, excepto na última das áreas mencionadas. Os rios são perenes no litoral e sazonais e intermitentes mais para o interior. 
Os planaltos de Cheringoma e de Buzi são formados essencialmente por grés arcosicos continentais, os grés de Mazamba, de idade miocénica. Compreende um membro inferior siltoso e micáceo, de textura fina, de cor violeta a púrpura, característica, e um membro superior de textura grosseira. A formação de Mazamba sobrepõe-se: aos grés marinhos da formação de Buzi, não aflorantes, que chegam ate 600 m de espessura; a calcários e calcarenitos da formação de Cheringoma, cuja possança pode atingir 450 m; e ao grés clauconiticos e margas cretácicas da formação de Grudja cuja espessura é superior a 1500 m, em alguns locais. As duas últimas formações afloram ao longo da escarpa ocidental dos planaltos de Cheringoma e do Buzi, apresentando possança de 60 a 90 m, respectivamente. As partes ocidental e central destes planaltos são recobertos por uma camada eluvionar pouco espessa. Os aluviões são bem desenvolvidos nos vales dos rios Zambeze e Buzi, no afundimento Chire-Urema, no delta do Zambeze e na depressão do Dombi, a nordeste de Chibabava. Para sul do delta do Zambeze a espessura dos aluviões litorais diminui e podem encontrar-se alguns afloramentos de grés numa estreita faixa a norte do rio Save. Antigos cordoes litorais formam um sistema de pequenas cristas de areia paralelas, na zona litoral de inundação. 
Agua subterrânea 
Existem concentrações de furos nas planícies de Sena, à volta de Inhaminga e a nordeste do planalto do Búzi. A hidrogeologia de outras áreas tem, no entanto, de ser interpretada a partir de dados indirectos ou por analogia com outras áreas conhecidas, em virtude da falta de informações respeitantes a furos. 
A Bacia Sedimentar de Moçambique, a norte do Save, não é muito favorável para a valorização e desenvolvimento da água subterrânea, excepto nos vales aluviais principais e no delta do Zambeze. As perspectivas relativas quer a caudais quer a qualidade da água aumentam para a costa. 
Os grés de Sena têm baixa permeabilidade e podem conter aguas bastante salobras, cuja mineração ultrapassa as vezes os 8500 mg/l. A percentagem de sondagens não produtivas nesta formação é superior a 60% e dos furos produtivos, apenas têm 40% aceitável. É nos vales que os furos fornecem caudais mais altos e que a qualidade de água é melhor. O vale do rio Sangadeze constitui, uma excepção, pois os seus aluviões contêm água altamente mineralizada.
O tipo de drenagem dendrítica muito serrada tao característica da Formação de Sena não se verifica em algumas áreas a norte do Zimbabwe e a oeste de afundimento do Urema. As rochas podem ser mais permeáveis e foram classificadas como pertencentes ao Grupo B3, correspondem a antigos terraços do Zambeze, como acontece a monte de Chemba. 
As formações marinhas de Grudja e de Cheringoma, sobrepostas pela formação de Mazamba nos planaltos de Cheringoma e de Búzi, têm produtividades baixas a moderadas. Os calcários da formação de Cheringoma são mais produtivos e contêm agua menos mineralizada do que os grés e margas da formação de Grudja. 
Os grés continentais de Mazamba são comparáveis aos grés de Sena e apenas ligeiramente mais produtivos. A permeabilidade aumenta, para a costa. No planalto de Cheringoma os furos mais produtivos interceptam um leito permeável pouco possante, na zona de transição entre os grés superiores argilosos e grés calcários e argilosos inferiores. 
O planalto de Cheringoma, a qualidade da agua da formação de Mazamba é aceitável, enquanto que planalto de Búzi, a formação de Mazamba contem agua de boa qualidade, em que o teor de cloretos é inferior a 50 ppm e cuja dureza é menor do que 100 ppm de CaCO3. 
O afundimento dos vales do Chire-Urema têm um enchimento aluvionar de mais de 40 m de espessura, próximo de Inhaminga, e de mais de 80 m próximo da embucadora do rio Pungoè. 
Furos e poços escavados nos vales do Chire e de Urema revelam que a mineralização de água tem tendência para aumentar rapidamente em direcção do centro dos vales.Alguns poços pouco profundos indicam que a qualidade da água ao longo da margem do vale do Zambeze pode piorar por influência da água subterrânea debitada pelos grés de Sena adjacente. 
Os furos localizados próximos do Marromeu e de Luabo, no centro do delta do Zambeze são modificadamente produtivos. Os antigos canais do rio, recobertos por sedimentos, como caso dos meandros abandonados, podem constituir áreas ideais para ocorrência de águas subterrâneas. 
Na zona costeira, os cordoes litorais de natureza arenosa, de pequeno porte, constituem uma das raras origens a que se pode recorrer para abastecimento domestico. 
Os aluviões duma parte do vale do Buzi e da depressão do Dombi parecem ser produtivos.
Bacia Sedimentar de Moçambique, a Sul do Save Fisiografia 
A Bacia Sedimentar de Moçambique a sul do rio Save. É caracterizada morfologicamente, na sua região interior, por extensas planícies de erosão inclinado na suavemente para a costa as quais são interceptadas pelo vales dos rios Save e Limpopo e pelos outros vales de pequenos rios, que têm origem nos Libombos. A nordeste encontra-se o planalto estrutural dos Urrongas, constituído por calcários. A faixa costeira é caracterizada por uma zona dunar com uma largura media de 30 km. Os rios Incomáti e Limpopo formaram uma extensa planície aluvionar interior, relativamente à faixa dunar. 
A precipitação vária de 700 a 1000mm/ano, ano longo da costa, até 350 mm/ano na zona mais interior das planícies do Alto Limpopo. A recarga é moderada a alta, na faixa dunar costeira, mas baixa nas regiões interiores. Os rios principais desta bacia são o Maputo, o Umbelúzi, Incomáti, Limpopo e o Save. Todos eles têm regime permanente. 
Geologia 
Os estratos inclinam suavemente para leste/este, mas são interrompidos por blocos de falha, ao longo dos sistemas de “grebens”, orientados N-S. As rochas são progressivamente mais antiga da costa para interior. Na fronteira com Zimbabwe encontram-se afloramentos da Formação de Sena, de idade cretácica, a que se sucede a Formação dos Elefantes, do Terciário inferior e a formação de Mazamba, do Mioceno. 
As formações do cretácico têm textura fina e são constituídas predominantemente por argilitos, margas e grés glauconítios. A formação do Maputo é das mais antigas e compreende grés glauconíticos argilosos que afloram no extremo do sul do País ao longo da cadeia de Libombos. 
A sequência sedimentar do Terciário é denominada por formações calcárias e gresosas de grão médio. Esta inicia-se com a formação de Cheringoma, de natureza calcaria e de idade eocénica, também designada por formações de Mangulane e Formação de Salamanga,a norte e sul da Província de Maputo.
A formação de Inharrime, de Oligoceno, encontram-se por toda a Província de Inhambane. Esta é recoberta directamente por dunas, ao longo da costa sul, entre Zandamela e Jangamo. Na maior parte da faixa costeira, a formação de Inharrime é recoberta pela Formação de Jofane, do Mioceno, constituída por calcários e dolomites contendo, frequentemente oólitos e fragmentos de corais. A Formação de Jofane marca o fim das transgressões marinhas regionais. 
Na província de Maputo, as rochas do Mioceno são cobertas por um grés conglomerático, continental, descontínuo, de cor avermelhada, denominado Formação de Magude. Os depósitos aluvionares estão bem desenvolvidos ao longo dos cursos inferiores dos rios mais importantes e por baixo da planície interfluvial do Limpopo-Incomáti. Porém em depressões aluvionares locais, mal drenadas, encontram-se rochas duras do Quaternário. 
Agua Subterrânea 
A Bacia Sedimentar de Moçambique, a sul do rio Save, é a província hidrogeológica de Moçambique melhor conhecida. As características hidrogeológicas da área não são muito favoráveis para aproveitamento de águas subterrâneas, excepto em alguns vales aluvionares, na faixa dunar e na região dos aquíferos profundos. 
Esta bacia esta subdividida em sub-provincias que se baseia na qualidade da água e nas características geológicas e geomorfológicas. 
As Planícies do Alto Limpopo, desenvolvem-se desde o rio dos elefantes até ao rio Save; são dominadas por grés arcosicos pouco produtivos da Formação de Sena, de idade cretácica, e da Formação dos Elefantes, do Terciário inferior. Os caudais são geralmente menores que 3 m3/h. Em geral a qualidade da água é aceitável. A mineralização aumenta para leste, de 700 até 1300 mg/l, e torna-se bastante pior junto de depressões locais (depressão de Banhine). 
As Planícies do Alto Changane localizam-se entre as planícies do Alto Limpopo, a oeste, o planalto dos Urrongas, a este, o rio Limpopo, a sul e o rio Save, a norte. São constituídas por grés arcosicos e argilosos, a produtividade dos furos é moderada a baixa, sendo menos produtiva a região limitada pelos rios Changane e Limpopo, onde os grés são muito argilosos. A Formação de Mangulane constitui um aquífero profundo mais produtivo da região das planícies do Alto Changane.
A cobertura do Quaternário que se encontra por cima de grés de Mazamba é pouco espessa, porém pode ser mais desenvolvida em depressões locais, no ‘’Graben’’. 
A alta mineralização da água subterrânea dos aquíferos das planícies do Alto Changane constitui a maior limitação ao seu desenvolvimento. A mineralização é superior a 3000 mg/l, mas pode chegar ate 30.000 mg/l. Localmente a qualidade de água do aquífero principal é melhor. 
O Planalto dos Urrongas situa-se na parte do norte da província de Inhambane e é formado por calcários da Formação de Jofane. Estes são extremamente produtivos ao longo do limite este da área de afloramentos, enquanto que para oeste as produtividades são comparáveis com a Formação de Mazamba. 
A água subterrânea dos calcários da Formação de Jofane é salobra, em especial no centro do planalto, a sua parte ocidental possui água menos mineralizada. As maiores restrições ao desenvolvimento de agua subterrânea dessa região são: fraca qualidade de água, grande variabilidade das produtividades do aquífero, a profundidade a que este se encontra e a grande flutuação do nível freático. 
As Planícies desnudadas ao longo das margens dos Libombos situa-se entre Catuane e o rio dos Elefantes e compreendem aquíferos muito mineralizados. Ao longo dos Libombos, as formações marinhas, de textura fina, do cretácico e do Terciário inferior são pouco produtivas e altamente mineralizadas. Para Este, os calcarenitos e calcários da Formação de Mangulane, no Terciário inferior e a Formação de Santaca, do mioceno, são muito mais produtivas. Portanto a qualidade de água é muito variável, mas má na maioria dos casos, além disso, a profundidade do nível freático e as fracas condições de recarga constituem factores limitantes ao desenvolvimento da água subterrânea. 
A Planície Interfluvial do Limpopo-Incomáti desenvolve-se no ‘’Graben’’ do LimpopoIncomáti. É constituída por uma sequência sedimentar deltaica a flúvio-lacustre com mais de 100 m de espessura. O desenvolvimento dos aquíferos intermedio e profundo (aquífero de Limpopo) é limitado devido a sua profundidade, a incerteza acerca de qualidade da água e aos recursos renováveis disponíveis.
A Faixa de Dunas desenvolve-se ao longo de toda costa a sul do rio Save. As áreas eólicas porosas dão origem a um aquífero livre regional contendo água doce. A permeabilidade diminui da costa para o interior, como consequência, verifica-se o aumento de teor de argila nas areias. 
Os factores que podem impedir o desenvolvimento da água subterrânea na Faixa Dunar incluem a profundidade do lençol freático em dunas de grandes altitudes e a fraca qualidade de água associada a lentes locais de argila ou antigas inundações marinhas. 
Os Vales Aluviais desenvolvem-se ao longo dos rios Limpopo e Incomáti e podem conter aquíferos estratificados produtivos, com água de boa qualidade. 
Os recursos disponíveis de agua subterrânea dos aquíferos aluviais não devem ser sobreavaliados como é o caso de recursos renováveis de troco central do vale do Incomáti são calculados em 150.106 m3/ano, mas apenas 40%devem ser utilizados para se evitarem problemas de salinização (DNA, 1985b; citado por DNA, 1987). 
Os aquíferos profundos da Bacia sedimentar de Moçambique, a sul do Save, podem representar alternativas válidas para resolver problemas locais de falta de água, mas a qualidade desta e as fracas condições de recarga dos aquíferos podem constituir um impedimento inultrapassáveis.

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