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Pressupostos Processuais Pressupostos processuais dão idoneidade ao processo, se referindo a eficiência e validade. Caso o processo não tenha atendido algumas condições necessárias, quanto as formalidades, não se dará o andamento ao processo. Eles afetam o processo de forma direta porque se trata de um requisito, de um pressuposto para que esse processo se constitua validamente, eles dizem respeito, sobretudo, a validade do processo. Esses pressupostos atingem diretamente o processo, quanto a sua forma. Moacyr Amaral Santos divide os pressupostos processuais em duas vertentes básicas: pressupostos subjetivos e objetivos: ● Subjetivos: dizem respeito aos sujeitos da relação processual - autor, juiz e réu. ► Quanto ao juiz: é necessário que tenha investidura, ou seja, que a autoridade seja revestida da qualidade de juiz segundo normas pré-estabelecidas; competência, que seja competente para o caso determinado, que tenha a relação de adequação legítima; imparcialidade, que não tenha nenhuma pré-disposição para favorecer qualquer das partes. OBS: esses, inclusive, são os três elementos que caracterizam o juiz natural (todo cidadão tem direito a um juiz/tribunal imparcial, competente para a causa e investido na função jurisdicional segundo normas pré-estabelecidas no ordenamento). ► Quanto às partes: as partes têm que ser capazes, possui três dimensões: - Capacidade de se parte: capacidade de deter direito e deveres processuais, no direito material, é a capacidade de gozo, é capacidade jurídica de direitos e deveres., quem tem capacidade de direito no direito material tem também no direito processual por assimilação. Podem ser partes a pessoa física, jurídica e a formal, sendo esta última uma universalidade de bens ou massa financeira que o Direito confere unidade e trata como se fosse pessoa. - Capacidade processual: também chamada de legitimidade ad processum (legitimatio), significa a capacidade de estar pessoalmente em juízo. Quem segundo o direito material, tiver capacidade de exercício (de fato, de agir). - Capacidade postulatória: é tipicamente processual, consistindo na prerrogativa de se dirigir diretamente ao juiz na propositura da demanda e na prática dos atos processuais e requerimentos. De regra, as pessoas não têm capacidade postulatória, por isto dependendo da representação por advogado - que é o profissional especificamente admitido ao suprimento dessa incapacidade - mas em vários casos a lei processual outorga a capacidade postulatória à própria parte e/ou terceiros (por exemplo: à própria parte, juizados especiais estaduais em causas de até 20 salários mínimos; a qualquer pessoa, no habeas corpus). ● Objetivos: ► Extrínsecos (externos, exógenos): referem-se a fatores que, embora exteriores ao processo considerado, influem na sua validade (ou seja, sua ausência impede a constituição válida do processo). Eles podem ser negativos, tendo como exemplo a não litispendência, não coisa julgada, não-convenção arbitral, não-férias forenses; ou podem ser positivos, tais como a conciliação prévia trabalhista e pagamento das despesas de processo anterior extinto sem julgamento do mérito (quando o processo foi renovado). - Doutrina de GALENO LACERDA. ► Intrínsecos (internos, endógenos): referem-se aos procedimentos do próprio processo considerado, ou seja, à subordinação do procedimento às normas legais. Exemplos: os exigidos à petição inicial; a citação do réu; a juntada do instrumento de mandato judicial; o depósito preliminar na ação consignatória. - Doutrina de LOPES DA COSTA. Caracteres da relação processual ● Unidade: a relação processual é unitária, são atos sequenciados, mas conexos e consequentes com vistas a um desfecho determinado, em relação a uma causa determinada entre partes determinadas. ● Caráter tríplice: são três polos, o processo é uma relação configurada em três sujeitos: autor, juiz e réu. O autor e o réu são as partes parciais e variáveis, enquanto o juiz é a parte imparcial e constante da relação processual. O Estado é um dos sujeitos da relação, toda relação processual tem o Estado. ● Progressividade: é o dinamismo da relação processual. O processo é uma relação unitária composta de atos conexos e consequentes com um fim determinado, ou seja, cada ato anterior autoriza ou exige a prática do outro e assim sucessivamente até o seu desfecho. ● Complexidade: existem relações jurídicas que implicam uma multiplicidade de posições ativas e passivas entre os sujeitos dessa relação. A relação processual é uma relação jurídica complexa. ● Natureza pública: relação jurídica de direito público, não é simplesmente porque o Estado é um dos sujeitos, o Estado está presente exercendo, nessa relação jurídica, uma função de poder.
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