Buscar

Espécies de Jurisdição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Espécies de Jurisdição
A jurisdição, como expressão do poder estatal soberano, a rigor, não comporta divisões, visto que ela é, em si mesma, tão una e indivisível quanto o próprio poder soberano. No entanto, a doutrina, com o intuito de favorecer o estudo da jurisdição e obter uma melhor visualização do tema em questão, a classifica nas seguintes espécies:
● Quanto ao objeto – Jurisdição Penal ou Civil: quanto ao tipo de sanção que o órgão jurisdicional visa atuar. A jurisdição penal atua em matéria penal, sendo a Justiça militar exercendo somente essa jurisdição, já a jurisdição civil atua em matéria não penal, sendo a Justiça do Trabalho exercendo somente essa jurisdição. Um mesmo órgão jurisdicional pode exercer cumulativamente jurisdição penal e civil, é no caso do juiz eleitoral, onde atua na jurisdição penal em relação aos crimes eleitorais e na jurisdição civil em relação aos pleitos eleitorais propriamente ditos, as eleições, e no caso de juiz de vara única em determinada comarca ou quando há poucas varas, em comarcas de menor porte. 
●Quanto aos organismos – Jurisdição Comum ou Especial: a especialização da jurisdição se dá em razão da natureza jurídica da relação discutida, como o caso da justiça do trabalho, que atua em matéria trabalhista, nos conflitos individuais e coletivos do trabalho, da justiça eleitoral, que atua em matéria eleitoral, nos crimes eleitorais e pleitos eleitorais, da justiça militar, que atua em matéria penal, nos crimes militares. No âmbito da jurisdição comum estão a justiça federal e a justiça estadual.
●Quanto à hierarquia – Jurisdição Superior ou Inferior: o sistema de órgãos é composto mediante uma hierarquia, da qual o STF é o órgão máximo desse posicionamento. Assim, chama-se de jurisdição inferior aquela exercida pelos juízes que ordinariamente conhecem o processo desde o seu início. E chama-se de jurisdição superior a exercida pelos órgãos a que cabem os recursos contra as decisões proferidas pelos juízes inferiores. Os órgãos de primeiro grau de jurisdição pertencem à chamada primeira instância, e os de segundo grau à segunda instância
OBS: não confundir instância (grau de jurisdição) com entrância (grau administrativo das comarcas e da carreira dos juízos estaduais e membros do Ministério Público). 
●Quanto à fonte de direito – Jurisdição de Direito ou de Equidade: a jurisdição de direito equivale à adstrição às normas legais, que é a regra na jurisdição estatal e a jurisdição de equidade, corresponde à discricionariedade, é uma adaptação aos elementos do fato concreto na conformidade de um sentimento comum de justiça, somente exercida quando a lei autoriza, decidir por equidade significa decidir sem as limitações impostas pela precisa regulamentação legal. 
→ Interrelação entre Jurisdição Penal e Civil
- Incidência múltipla de normas sobre um mesmo fato: não seria conveniente atribuir competência civil a determinados juízes e penal a outros. Há na lei, alguns dispositivos que caracterizam uma interação entre jurisdição civil e a penal;
- “Suspensão prejudicial do processo – crime”: se alguém está sendo processado criminalmente e para o julgamento dessa acusação é relevante o deslinde de uma questão civil, suspende-se o processo criminal à espera da solução do caso no cível, presente nos arts. 92 à 94 do Código de Processo Penal.
- “Efeito da sentença penal condenatória e outros efeitos da sentença criminal no plano cível”: atente-se à eficácia que às vezes tem no cível a sentença penal condenatória passada em julgado. No art. 91, inciso I, do Código Penal, a condenação criminal corresponderá a uma sentença civil que declare a existência de dano a ser ressarcido, passada em julgado essa condenação, a autoridade de coisa julgada estende-se também à possível pretensão civil. Se o réu for absolvido no crime, em alguns casos ter-se-á por definitivamente julgada a pretensão civil, presente nos arts. 65 e 66 do Código de Processo Penal.
- “Prova emprestada”: a prova produzida em um processo pode ser utilizada em outro desde que com sua utilização não se venha a surpreender uma pessoa que não fora parte no primeiro (por respeito aos princípios do contraditório e do devido processo legal).
- “Crimes falimentares”: de acordo com o art. 180 da lei 11101, sendo a sentença declaratória de falência uma condição objetiva de punibilidade penal, é natural que a ação penal só possa ser proposta após essa sentença.
→ Extensão do Poder Jurisdicional
O poder jurisdicional propriamente dito e, paralelamente, poder de polícia – limitado à garantia de funcionamento e desempenho do poder jurisdicional (ordem dos trabalhos, segurança nos órgãos, Polícia Judiciária).
Limites da Jurisdição
Existem limitações internas de cada Estado, há, também, limitações internacionais, ditadas pela necessidade de coexistência dos Estados e pelos critérios de conveniência e viabilidade. Assim sendo, nem sempre há coincidência de extensão entre legislação e jurisdição: a vontade do direito nem sempre é atuada por autoridade do mesmo Estado que a editou e mesmo nem sempre é atuada através de um Estado qualquer.
● Internacionais: 
- Quem dita os limites internacionais da jurisdição de cada Estado são as normas internas desse mesmo Estado. O legislador não leva muito longe a jurisdição de seu país, tendo em conta duas ponderações impostas pela experiência e pela necessidade de coexistência com outros Estados soberanos: a conveniência (excluem-se os conflitos irrelevantes para o Estado) e a efetividade: excluem-se os casos em que não será possível a imposição autoritativa do cumprimento da sentença.
- Por respeito à soberania de outros Estados, são imunes à jurisdição de um país: os Estados estrangeiros, soberanos (par in parem non habet judicio), Chefes de Estado Estrangeiro (absoluta, penal e civil, para qualquer ato), agentes diplomáticos, embaixadores (absoluta, penal e civil, para qualquer ato e extensiva a seus familiares), agentes consulares (civil e penal somente para os atos da função consular e não extensiva, obviamente, a familiares).
●Internos: 
- A jurisdição não pode atuar a respeito de mérito administrativo, não podendo controlar juízo de conveniência e oportunidade, visto que esse juízo foge do controle jurisdicional. O ato administrativo é passível de controle quanto à legalidade, mas não quanto à conveniência e oportunidade.
- No Direito brasileiro, a lei expressamente exclui da apreciação judiciária as pretensões fundadas em dívidas de jogo. Não se permite a cobrança de dívida de jogo e apostas; o ordenamento corta esse tipo de ação.
- O pretor não julga questões mínimas (princípio minimis non curat praetor). No Brasil, esse princípio não é aceito, pois marcha contra a ideia do acesso irrestrito à justiça, enquanto este princípio está vigente é uma limitação à jurisdição vigente.

Outros materiais