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GEOGRAFIA P - I

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*Obs.: Tópicos em vermelho são da parte II que será 
disponibilizada na próxima atualização. 
 
 
Formação territorial de Pernambuco 
Processos de formação 
 
 Pernambuco, inicialmente, foi parte da Colônia de 
Santa Cruz, (Brasil) que o governo português procurou 
explorar e em seguida colonizar. Em 1534, ao fazer a 
doação do espaço brasileiro a fidalgos e militares 
portugueses, o Rei D. João III dividiu o Brasil em quinze 
lotes que se estendiam de pontos específicos do litoral até o 
encontro dos paralelos que cortavam pontos, até o 
hipotético Meridiano de Tordesiihas, conforme se observa 
no (Mapa 01). Este meridiano havia sido destinado, em 
1494, como delimitação das terras portuguesas e 
espanholas a descobrir no Oeste. 
 
 
 
 O lote doado a Duarte Coelho Pereira 
compreendia as terras que, no litoral, se estendiam desde a 
foz do rio Santa Cruz, ao sul da Ilha de Itamaracá, até a foz 
do rio São Francisco, ao sul. Este rio separaria as capitanias 
de Pernambuco e da Bahia, da foz até as nascentes, sendo 
as suas águas pernambucanas. Assim, Pernambuco era 
limitado ao Norte pela Capitania de Itamaracá, doada a Pero 
Lopes de Souza e onde já se iniciara o povoamento e, ao 
Sul pela Bahia de Todos os Santos, doada a Francisco 
Pereira Coutinho. 
 
 O povoamento foi realizado a partir da vila de 
Olinda, para o Norte e para o Sul, sempre seguindo a linha 
da costa e os vales dos pequenos rios que desembocavam 
no Atlântico. Sempre este povoamento foi feito em luta 
constante com os indígenas, sobretudo Caetés que tinham 
suas aldeias e suas roças na área. 
 
 Os primeiros anos de ocupação foram de 
convivência difícil, de vez que os portugueses tiveram não 
só de submeter os indígenas e obrigá-los ao trabalho 
sedentário, como se defender do ataque das moléstias do 
meio tropical e se adaptar à alimentação indígena. Entre 
outras coisas, tiveram que substituir alimentos como a 
farinha de trigo pela de mandioca, a farinha de pau dos 
indígenas. A penetração para o interior foi dificultada tanto 
pela resistência indígena como pelo relevo, representado 
pelo maciço da Borborema, o que levou estudiosos, como 
Capistrano de Abreu, a chamar a atenção para o fato do 
Oeste de Pernambuco ter sido ocupado pelo povoamento 
oriundo de Salvador que havia subido rios, como o Vaza-
Barris, o Itapicuru e o Paraguassu, alcançando o São 
Francisco e depois os rios afluentes da margem esquerda 
deste rio para ocupar territórios hoje pernambucanos, 
paraibanos, rio-grandenses do norte, cearenses, piauienses 
e até maranhenses (Mapa 02). 
 
 
 
O povoamento pernambucano chegaria após a guerra 
holandesa, com o avanço feito pelo rio São Francisco, ao 
sul, e pela subida da Borborema, utilizando vales do 
Capibaribe, do Ipojuca e do Una, com forças que preavam 
indígenas e implantavam fazendas de gado. Pernambuco 
visava, assim, assegurar a formação do seu território ao 
oeste, estabelecendo povoações no Sertão, como Flores 
(Alto Pajeú), e no submédio São Francisco (Cabrobó, Barra, 
etc.). 
Apesar da forte concorrência baiana, no século XVIII, ao ser 
o Brasil dividido em Capitanias Gerais e Capitanias 
Subalternas, Pernambuco, que era uma Capitania Geral, 
conseguiu manter sua supremacia sobre as Capitanias 
Subalternas (Mapa 03) do Piauí 
até 1715, do Ceará até 1799, do Rio Grande do Norte até 
1808, da Paraíba até 1799 e de Itamaracá até 1763. Esta 
seria, nesse ano, incorporada a Pernambuco, como 
Comarca de Goiana. Alagoas, que era parte do território 
pernambucano, sena desmembrada e transformada em 
província em 1818. 
 
 
 
 Ainda em 1824, Pernambuco, face à proclamação 
da Confederação ir do Equador, teria desmembrada a 
Comarca do São Francisco, que foi inicialmente incorporada 
a Minas Gerais e, posteriormente, em 1827, à Bahia. 
Assim, Pernambuco, hoje um pequeno Estado, foi mutilado 
várias vezes, sendo nas duas últimas, como punição pelas 
ideias republicanas que defendeu nas revoltas de 1817 e de 
1824. 
 
O Contexto Atual 
 
 Atualmente, Pernambuco é um Estado de 
pequena extensão territorial, 98.311,616km2, o décimo 
nono do Brasil em superfície, onde vivia, segundo o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, uma 
população de, aproximadamente, 8.485.386 habitantes. A 
projeção de população é, segundo o IBGE, 9.392.870 em 
29/mar2016. A densidade demográfica é alta, 86,3 
lhab./km2 e o PIB per capita era de R$ 15.282,28, em 2013. 
A população estadual é irregularmente distribuída, 
concentrando-se no Leste, porção onde se encontra a 
capital Recife e a chamada Região Metropolitana de Recife. 
 
1.2 Mesorregiões. 
1.3 Microrregiões. 
1.4 Regiões de Desenvolvimento – RD. 
 
Aspectos físicos 
 
Clima 
 
Os Sistemas Atmosféricos que Agem sobre 
Pernambuco 
 
As condições climáticas de Pernambuco recebem as 
influências de sistemas atmosféricos tropicais e 
extratropicais, conforme foi dito anteriormente. Os 
avanços e recuos desses sistemas, ao longo do ano, 
determinam o andamento do tempo no Estado. 
 
Os Sistemas Tropicais 
 
Os sistemas tropicais estão representados pelas 
massas de ar Equatorial Continental (mEC), Tépida 
Kalaariana (mTK) e pelas Ondas de Leste e a Zona de 
Convergência Intertropical (ZCIT). 
A massa Equatorial Continental se origina sobre a 
Floresta Amazônica, mais especificamente nas 
imediações do Alto Solimões. Trata-se de uma massa 
de ar quente e muito úmida, de baixas pressões e 
possuidora de movimentos convergentes e 
ascendentes. Mesmo sendo uma massa de ar de 
origem continental, a mEC recebe uma quantidade 
expressiva de umidade que lhe é fornecida pela densa 
Floresta Amazônica, mediante o fenômeno conhecido 
como evapotranspiração. Essa massa, de acordo com 
a marcha aparente anual do Sol ao redor da Terra, 
dilata-se e se contrai. A sua dilatação máxima se dá 
nos meses de verão, época em que pode atingir o 
oeste de Pernambuco. No inverno, ela se contrai, 
ficando, muitas vezes, restrita à sua região de origem. 
A passagem da mEC sempre se faz acompanhada de 
pesados aguaceiros do tipo convectivo. 
 
Os geógrafos pernambucanos Rachel Caldas Lins e 
Gilberto Osório de Andrade, estudando as condições 
climáticas do Nordeste brasileiro, identificaram uma 
massa de ar tropical, seca, originada na parte oriental 
do Anticiclone do Atlântico Sul. Por passar grande 
parte do ano sobre o deserto do Kalaari, no sudoeste 
da África, os autores a denominaram “massa Tépida 
Kalaariana”. É uma massa de ar estável, advectivo, 
seco e de altas pressões. Ela é a responsável direta 
pela instalação, no Nordeste brasileiro, da enorme 
área semiárida. Assim, todo o semiárido 
pernambucano recebe a influência dessa massa de ar. 
As Ondas de Leste são conglomerados de nuvens que 
se formam sobre o oceano Atlântico, entre o Brasil e a 
África, e avançam de leste para oeste, atingindo a 
Zona da Mata nordestina e até trechos do Agreste. 
Esse sistema atmosférico é mais frequente no outono-
inverno, e sempre causam sérios problemas 
ambientais e socioeconômicos 
na Região Metropolitana de Recife. A grande enchente 
do rio Capibaribe, ocorrida em julho de 1970, no 
Recife, foi acarretada por uma onda de leste. 
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um 
sistema atmosférico de baixa pressão, de caráter 
planetário, que é alimentado pelos fluxos dos alísios 
de sudeste-nordeste. A confluência dos alísios 
provoca movimentos ascendentes do ar com elevado 
teor de umidade. De acordo com a marcha aparente 
anual do Sol em torno da Terra, a ZCIT migra para o 
norte e para o sul do Equador, sempre provocando 
pesados aguaceiros convectivos. E no verão-outono 
que esse sistema migra mais para o sul, atingindo o 
Estado de Pernambuco e até o norte de Alagoas. Há 
anos, contudo, em que a migração da ZCIT, para o 
sul, é bloqueada. Esses anos serão secos para 
Pernambuco. Isso ocorre quando, por exemplo, se 
instala, no oceano Pacífico, o fenômeno El Niño, ou 
então quando o oceano Atlântico Sul está mais frio do 
que o habitual. Assim, os ventosalísios de sudeste 
ficam mais enérgicos e “jogam” a ZCIT mais para o 
norte. 
 
 
 
 
 
 
 
O Sistema Extratropical 
 
O único sistema atmosférico extratropical que atinge o 
Estado de Pernambuco é Frente Polar Atiântica (FPA). 
A FPA se origina numa área muito afastada do 
Nordeste brasi 
leiro, ou seja, numa região subantártica. Ela resulta do 
choque entre uma massa de ar tropical (Tropical 
Atlântica) e uma massa de ar polar (Polar Atlântica). 
 
Essa frente avança em direção às áreas de baixas 
latitudes, atingindo, já bastante modificada, o Estado 
de Pernambuco. Quando se instala sobre esse 
Estado, influencia a precipitação dos meses de maio a 
agosto e acarreta considerável redução de 
temperatura nas áreas mais elevadas do Agreste e do 
Sertão, particularmente em Garanhuns, Taquaritinga 
do Norte, Triunfo e Poção. Em Pernambuco, as 
incursões da FPA são facilitadas pela disposição de 
certos vales fluviais, notadamente na Zona da Mata ao 
sul do Estado. 
 
A Classificação dos Climas de Pernambuco 
 
Existem diversas classificações climáticas que são 
empregadas nos estudos geográficos. Escolhemos, 
para Pernambuco, a classificação de Wilhelm Köppen, 
com as devidas adaptações. Essa classificação 
emprega letras e símbolos para definir tipos e subtipos 
climáticos. 
Para Köppen, há cinco grandes zonas climáticas no 
planeta. Estas zonas foram assim designadas pelo 
autor: 
 
 
 
 
Observe o mapa climático de Pernambuco: 
 
 
 
Em Pernambuco são encontrados climas dos grupos 
A, B e C. Em cada grupo são identificados tipos e 
subtipos climáticos, de acordo com o regime de 
chuvas. Nesse sentido são incluídos letras e símbolos 
complementares. De uma maneira simplificada, 
apresentamos no quadro da página seguinte, os tipos 
climáticos de Pernambuco. 
Ao examinar o mapa com esses tipos climáticos, a que 
conclusões você chegou? 
 
 
 
Os climas locais de algumas áreas do Agreste e 
Sertão pernambucanos estão sendo, ultimamente, um 
fator de especial importância para o desenvolvimento 
das atividades turísticas, nas cidades situadas nas 
superfícies mais elevadas do planalto da Borborema. 
É o caso do “Circuito do Frio”, que compreende 
cidades como Garanhuns, Triunfo, Gravatá, 
Taquaritinga do Norte e Pesqueira. Nessas cidades, 
nos meses de inverno, a temperatura decresce, 
quando da passagem da FPA, constituindo assim um 
atrativo para os turistas que admiram as condições 
climáticas mais amenas das cidades serranas. 
 
Vegetação 
 
Quem se desloca hoje do Recife, no sentido oeste, em 
direção ao Sertão pernambucano, não mais 
encontrará, em toda a sua plenitude, as formações 
vegetais que recobriam o Estado, quando os 
portugueses aqui chegaram para iniciar o processo de 
colonização. Ao longo dos séculos, um processo de 
uso intensivo e desordenado do solo gerou uma 
destruição maciça da cobertura vegetal do Estado. A 
outrora exuberante Mata Atlântica, reduz-se hoje a 
algumas áreas pontuais, situadas no topo de colinas 
da Zona da Mata ou nos brejos de altitude do Agreste 
e Sertão. 
As formações vegetais que serão abordadas a seguir 
são aquelas que primitivamente existiam em 
Pernambuco e que constam no (Mapa 11). 
A cobertura vegetal primitiva de Pernambuco estava 
representada pelas seguintes formações: Formações 
Litorâneas, Floresta Subperenifólia, Floresta 
Subcaducifólia, Floresta Caducifólia, Cerrado e 
Caatingas. 
 
 
 
As Formações Litorâneas 
 
São fortemente influenciadas pelas características do 
solo. Elas compreendem os manguezais, as matas de 
restingas e formações de praias. 
Os manguezais são um tipo de floresta de regiões 
alagadas litorâneas, na desembocadura dos rios, 
sujeitas aos afluxos e refluxos das marés. A maior 
concentração dos manguezais, em Pernambuco, 
ocorria no litoral norte, onde uma rede de canais e rios 
penetra pelo continente, em áreas de planície costeira. 
Assim, essas formações vegetais se dispõem numa 
faixa de contato da água salgada oceânica com a 
água doce dos rios. As espécies vegetais dos 
manguezais têm características necessárias à 
adaptação ao ambiente referido, como por exemplo, 
raízes suportes, que agem como escoras no terreno 
frouxo e lamacento dos estuários. 
As matas de restingas se instalavam em solos 
arenosos desenvolvidos numa feição de relevo 
denominada restinga, ou seja, um depósito arenoso 
litorâneo, em geral disposto paralelamente à costa. 
Essa formação se compõe de arbustos e vegetação 
rasteira. Originalmente, as matas de restingas 
estavam dispostas, numa faixa de largura variável, 
entre a praia e os morros e tabuleiros sedimentares do 
Grupo Barreiras. 
As formações vegetais das praias correspondem a 
uma vegetação rasteira, encontrada disposta sobre os 
solos arenosos das áreas de praias. Nas áreas 
litorâneas mais urbanizadas, essa vegetação foi 
praticamente destruída. Contudo, tal vegetação exerce 
um papel importante em áreas de praias arenosas, 
pois evita que haja uma migração rápida dos 
sedimentos arenosos durante os meses do ano mais 
secos e com ventos mais fortes. No bairro do Pina, na 
capital pernambucana, há anos em que a migração de 
areia, nos meses de julho e agosto, é forte, trazendo 
transtornos diversos para a população. Esse processo 
de deposição de sedimento acelerado se deve, 
sobretudo, à destruição das formações vegetais da 
praia. 
 
 
A Floresta Subperenifólia 
 
Trata-se de uma formação vegetal florestal densa, 
composta de árvores de grande porte, heteróclita 
(espécies arbóreas muito variadas), com folhas largas 
(latifoliadas), além de um grande número de epífitas. 
Essa floresta aparece, em Pernambuco, nas áreas de 
climas quentes e úmidos, do tipo As’, segundo a 
classificação de Köppen. 
Essa floresta, que atualmente se encontra sob intenso 
processo de destruição, é uma das 25 prioridades 
mundiais para a conservação da biodiversidade. 
 
A Floresta Subcaducifólia 
 
A Floresta Subcaducifólia ou “Mata Seca”, expressão 
utilizada, em 1941, pelo ecólogo Vasconcelos 
Sobrinho, apresenta, também, árvores de grande 
porte, latifoliadas, mas grande parte das espécies 
arbóreas perde as folhas durante a estação seca. 
Essa formação dominava nos municípios de Itambé, 
Timbaúba, Goiana, Vicéncia, Bom Jardim, São Vicente 
Férrer, Orobó, Surubim e Nazaré da Mata. Ela reflete 
índices pluviométricos anu ais em torno de 1200mm. 
 
A Floresta Caducifólia 
 
É uma formação florestal em que as espécies 
arbóreas, em sua quase totalidade, perdem as folhas 
durante os meses secos. Ela sofreu uma intensa 
exploração, daí só ser encontrada, atualmente, em 
áreas muito restritas de Timbailba, Itaíba e Buíque. 
 
Os Cerrados 
 
Caracterizam-se pela presença de árvores de aspecto 
tortuoso, esparsas, intercaladas por um manto inferior 
composto de gramíneas. Pernambuco não é um 
estado rico em Cerrado, mas no passado, existiam, 
sobre áreas arenosas dos Tabuleiros Costeiros, nas 
proximidades de Goiana, manchas de cerrados, 
conhecidos localmente pela designação “tabuleiros”, 
constituindo esse fato uma certa confusão semântica. 
Outra mancha de cerrado, mas ainda preservada, é 
vista na Chapada do Araripe. 
 
As Caatingas 
 
Etimologicamente, caatinga, palavra de origem 
indígena, significa mata clara, mata aberta . Mas não 
se trata de uma formação vegetal homogênea, como 
poderíamos pensar a princípio. A composição das 
caatingas varia de acordo com as condições de solo, 
do sistema fluvial, do clima e do relevo. As caatingas 
existentes em Pernambuco estão agrupadas em duas 
categorias: caatingas hipoxerófilas e caatingas 
hiperxerófilas. Essa subdivisão foi influenciada 
fortemente por dois fatores: clima e solo. 
 
A caatinga hipoxerófila é forma da predominantemente 
por árvores e arbustos que perdem as folhas durante a 
época seca. É no Agreste que predomina a caatinga 
hipoxerófila. A caatinga hiperxerófila é característica 
das áreas mais secas do Sertão, sendo assim 
frequente na Depressão Sertaneja. Nessa formacão 
são frequentemente encontradas as cactácease as 
bromeliáceas. As espécies mais comuns nessa 
caatinga 
são a macambira, o xique-xique, o caroá e o angico. 
 
A Vegetação dos Brejos de Altitude e de 
Exposição 
 
Os brejos de altitude, como vimos anteriormente, são 
áreas úmidas, de exceção, encontradas no domínio 
das caatingas. Nesses brejos, em face das condições 
climáticas locais e dos solos, são encontradas 
formações disjuntas da Mata Atlântica. A vegetação 
florestal dos brejos apresenta grande semelhança com 
a floresta subperenifólia da Zona da Mata, ocorrendo 
nela espécies vegetais e animais comuns às duas 
formações mencionadas. 
 
Relevo 
 
O Estado de Pernambuco está situado integralmente 
na placa Sulamericana, segundo pode ser observado 
na (Figura 01). Essa placa fez parte de uma placa bem 
mais extensa, que reunia, num só continente, a África, 
a América do Sul, a Antártida, Madagascar, Austrália e 
Índia. Essa placa foi de nominada Continente de 
Gondwana. 
 
 
 
Os terrenos encontrados em Pernambuco tem idade 
que vão do Quaternário até o Pré-Cambriano. Isso 
significa que existem no Estado rochas e sedimentos 
mais jovens (Quaternário) e rochas ígneas e 
metamórficas muito antigas (Pré-Cambriano). 
Observe o (Mapa 04) a seguir. Qual a conclusão que 
se pode chegar de imediato, após o exame das faixas 
de cores desse mapa? 
 
 
 
A maior parte do Estado possui terrenos ígneos e 
metamórficos do e Pré-Cambriano. Fazem parte 
desses terrenos rochas do tipo granito, migmatito, 
gnaisse, sienito, calcário cristalino e filito. No passado 
geológico remoto, grande parte dessas rochas sofreu 
dobramentos e falhamentos. Esse fato nos mostra que 
os fenômenos tectônicos foram muito intensos, 
sobretudo no Pré-Cambriano. Na parte oriental do 
Estado, nos Municípios de Rio Formoso, Barreiros, 
Jaboatão dos Guararapes e Vitória de Santo Antão 
são encontradas grandes áreas graníticas alteradas 
quimicamente. Em outras regiões do Estado, essas 
rochas também podem ser vistas aflorando na 
paisagem. e 
Na mesorregião do Agreste Pernambucano, 
particularmente entre Gravatá e Pesqueira, podem ser 
observados grandes maciços residuais, examinados 
mais adiante, que se desenvolveram em granitos. Em 
Caruaru, por exemplo, o morro do Bom Jesus é um 
desses aforamentos graníticos. 
 
Os terrenos sedimentares Paleozoicos, de idade 
Silurodevoniano, são observados na unidade 
geológica denominada Bacia do Jatobá. São arenitos 
que afloram, por exemplo, no Sítio arqueológico de 
Buíque. Outras manchas desses terrenos 
sedimentares surgem ainda nas microrregiões do 
Pajeú e do Salgueiro. Esses terrenos, no Sertão 
pernambucano, desempenham um papel muito 
importante porque acumulam água subterrânea numa 
área semiárida, onde há uma grande carência desse 
elemento químico. 
Os terrenos sedimentares do Cretáceo surgem na 
Zona da Mata, na Bacia do Jatobá e na Bacia do 
Araripe. Nesta última unidade geológica existem ricas 
jazidas de gipsita (gesso). 
Os terrenos sedimentares do Quaternário e Terciário 
são encontra dos na parte oriental, sobretudo na 
Mesorregião Metropolitana de Recife, na Microrregião 
terrenos sedimentares do Mesozoico da Mata 
Setentrional e em estreitas áreas da Microrregião da 
Mata Pernambucana. 
Podemos também destacar uma mancha de terrenos 
vulcânicos mesozoicos existentes em Pernambuco. 
Tais terrenos fazem parte de uma unidade geológica 
conhecida como Província Vulcano-Sedimentar. Nos 
municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho são 
encontrados amplos trechos com rochas ígneas 
extrusivas (vulcânicas), como traquito e riolito. 
 
Os Domínios Morfoclimáticos de Pernambuco 
 
Os domínios morfoclimáticos refletem as influências 
diretas ou indiretas exercidas pelas condições 
climáticas atuais e antigas (paleoclimas) sobre a 
gênese do relevo terrestre.No Brasil, esses domínios 
foram estabelecidos pelo geógrafo Aziz Nacib 
Ab’Sáber, a partir da ação dos seguintes fatores: 
clima, relevo, cobertura vegetal e solo. 
 
Ab’Sáber identificou os seguintes domínios 
morfoclimáticos no país: 
 
a) domínio Amazônico das Terras Baixas Florestadas 
Equatoriais; 
b) domínio do Cerrado (chapadões tropicais interiores 
com cerrados e florestas-galerias; 
c) domínio dos Mar de Morros; 
d) domínio das Caatingas (depressões intermontanas 
e interplanálticas semiridas); 
e) domínio da Araucária (planaltos subtropicais com 
araucárias); 
f) domínio das Pradarias (coxiihas subtropicais com 
pradarias mistas). 
 
Entre um domínio morfoclimático e outro há uma faixa 
de transição. Nesta, características de ambos surgem 
na paisagem geomorfológica. Esses são espaços 
geográficos complexos, às vezes de difícil 
caracterização. 
 
No Estado de Pernambuco, de acordo com a 
classificação de Ab’Sáber, são encontrados o Domínio 
do Mar de Morro e o Domínio das Caatingas, conforme 
podemos ver no (Mapa 05). Um pequeno trecho é 
ocupado pelo domínio do Cerrado, na Chapada do 
Araripe. 
 
 
 
Vamos examinar agora as principais características 
desses domínios: 
 
 
Domínio do Mar de Morros 
 
Esse domínio surge na parte oriental de Pernambuco, 
coincidindo com a Zona da Mata. E uma área em que 
se verifica uma profunda decomposição das rochas. 
Esse fato deriva das condições climáticas dominantes, 
que são muito úmidas. A elevada umidade do ar 
acarreta uma profunda alteração química dos corpos 
rochosos, constatada nos cortes de estradas 
observados ao longo das principais rodovias da área. 
Os cortes mostram rochas muito alteradas, com uma 
coloração em geral avermelhada. É nessë domínio em 
que há a máxima ocorrência de colinas de perfil 
convexo. 
 
Além dessas colinas, podem ser observadas, ainda, 
no domínio estudado, amplas planícies fluviais, como 
por exemplo a planície do rio Goiana, na Microrregião 
da Mata 
Setentrional Pernambucana. 
No Domínio do Mar de Morros, em Pernambuco, são 
encontradas feições de relevo herdadas de fases 
climáticas anteriores mais secas. São as paleoformas 
de relevo que denunciam mudanças climáticas 
ocorridas durante o Quaternário, período em que esse 
relevo foi esculpido. 
A drenagem desse domínio se apresenta perene e 
muito densa, revelando assim que há, localmente, 
climas úmidos. 
 
O Domínio das Caatingas ou da Depressão 
Sertaneja 
 
Esse domínio impera na área semiárida do Estado. 
Essa área possui precipitações médias anuais 
inferiores a 800mm e uma vegetação xerófila, ou seja, 
adaptada às condições de deficiência hídrica. 
As paisagens geomorfológicas desse domínio se 
caracterizam pela presença de amplas depressões, 
pedimentos, pediplanos, inselbergues e maciços 
residuais. Essas depressões foram provocadas pelos 
processos erosivos desencadeados em épocas 
em que os climas eram mais secos do que os atuais e, 
em alguns casos, pela 
conjugação das influências tectônicas e litológicas. 
O Domínio das Caatingas, em Pernambuco, possui 
diversos problemas ambientais, tais como: 
 
1) as chuvas são concentradas num curto período do 
ano; 
2) há uma grande irregularidade das chuvas ao longo 
dos anos; 
3) o balanço hídrico (relação entre a água que chega 
das precipitações atmosféricas e a que volta à 
atmosfera pela evaporação) é deficitário e 
desfavorável às atividades agrícolas; 
4) ocorrem periodicamente secas, que trazem graves 
consequências à frágil economia sertaneja; 
5) os solos são rasos e pedregosos, sobretudo na 
depressão sertaneja; 
6) nas “baixadas sertanejas”, os soios apresentam 
problemas de salinização, que se constituem num 
elemento complicador para as atividades agrícolas; 
7) nas áreas de rochas ígneas e metamórficas, 
verifica-se um baixo potencial de 
águas subterrâneas. 
 
Entre os domínios do Mar de Morros e das Caatingas, 
observa-se uma faixa de transição, na qual se 
verificam feições suavemente colinosas, da Zona da 
Mata, e depressões com inselbergues típicos do 
Sertão semiárido. Esse fato pode ser facilmente 
constatado entre a parte oeste do município de Vitória 
de Santo Antão e o município de Gravatá. 
 
Planície - área plana, podendo serbaixa ou não, 
delimitada por aclives, onde os processos de 
deposição excedem os de erosão. 
 
Planalto - área plana ou relativamente plana delimitada 
por declives onde os processos de erosao superam os 
de deposiçao Osplanaltospodem ser sedimentares e 
cristalinos. 
 
Pediplano - superfície aplanada, resultante da ação de 
prolongados processos erosivos atuantes em 
ambientes secos. Pode ser também denominado 
superfície de erosão. 
 
Maciços residuais - feições de relevo salientes que 
surgem nas áreas planas (Depressão Sertaneja). 
Resultam, geralmente, da erosão diferencial. 
 
Inselbergues - relevos residuais isolados sobre 
pediplanos, de dimensões inferiores aos 
maciços residuais. Desenvolvem-se, em geral, em 
rochas ígneas mais resistentes. 
 
Tabuleiros - áreas planas desenvolvidas em terrenos 
sedimentares. 
 
Escarpa de falha - vertente íngreme provocada por 
desnivelamento tectônico. A “serra” das Russas é um 
exemplo dessa feição de relevo. 
 
Terraços fluviais - áreas planas, encontradas nos vales 
fluviais, que correspondem à antiga topografia 
ocupada pelo rio. 
 
Terraços marinhos - áreas planas, suavemente 
inclinadas em direçáo ao mar, forma das por 
sedimentos de origem marinha, situadas acima do 
nível médio do mar atual. 
 
Os Compartimentos Regionais de Relevo de 
Pernambuco 
 
A compartimentação do relevo de Pernambuco, que 
hoje observamos, aconteceu durante a era Cenozoica, 
a partir das mudanças climáticas e da ação dos 
fenômenos tectônicos e litológicos, anteriormente 
abordados. Dessa interação resultaram os seguintes 
compartimentos regionais de relevo: Planície Costeira; 
Tabuleiros Costeiros; Colinas da Zona da Mata; 
Planalto da Borborema; Depressão Sertaneja; Planalto 
da Bacia do Jatobá e Chapada do Araripe (Mapa 06). 
 
 
 
A Planície Costeira 
 
É uma área plana e baixa que acompanha a orla 
marítima, penetrando para o interior do Estado, na 
Zona da Mata, através de alguns vales fluviais, como 
os dos rios Capibaribe, Beberibe, Goiana e Una. Esse 
compartimento de relevo se originou durante o período 
Quaternário, por processos de sedimentação marinha, 
em alguns trechos e por deposição fluvial, em outros. 
Na Planície Costeira são encontradas planícies 
marinhas, fluviais e flúvio-marinhas, além de outras 
feições de relevo como as restingas, terraços 
marinhos e terraços fluviais. No Recife há um bom 
exemplo dessa planície, a denominada Planície Flúvio-
Marinha do Recife. 
 
Atualmente, os tabuleiros costeiros vêm sendo 
intensamente utilizados para o cultivo da cana-de-
açúcar, não apenas em Pernambuco, mas em outros 
estados, como por exemplo Alagoas, Paraíba e Rio 
Grande do Norte. Esse uso implicou numa 
impressionante devastação da cobertura vegetal, com 
sérios prejuízos à biodiversidade regional. 
 
Os Tabuleiros Costeiros 
 
São feições de relevo de topo plano, desenvolvidas 
em terrenos sedimentares. Aparecem em Pernambuco 
nas áreas ocupadas pelos sedimentos arenosos e 
argilo-arenosos terciários e quaternários do Grupo 
Barreiras. Esses depósitos sedimentares corres 
pondem a sucessivas fases de sedimentação 
decorrentes de prolongados períodos de erosão 
ocorridas nos terrenos ígneos e metamórficos do 
Estado de Pernambuco. 
 
Os tabuleiros costeiros se encontram entalhados pelos 
rios que formam as bacias do Goiana, Botafogo, 
Igarassu, Paratibe e Capibaribe. Nos municípios de 
Goiana, Igarassu e Itamaracá podem ser vistos 
retalhos mais amplos desses tabuleiros. 
 
 
As Colinas da Zona da Mata 
 
Esse compartimento de relevo se caracteriza por 
possuir uma topografia de pequenas elevações, às 
vezes isoladas entre si, que surgem preferencialmente 
em terrenos cristalinos da parte oriental úmida Colinas 
da Zona da Mata do Estado (Zona da Mata). Foram 
elaboradas por processos de erosão dos rios, 
desencadeados em épocas úmidas. As feições de 
relevo desse compartimento se mostram, geralmente, 
com topos planos ou suavemente ondulados e o perfil 
das vertentes é marcadamente convexo. 
 
Há uma certa diferença entre as colinas existentes no 
sul da Zona da Mata e na parte norte dessa região 
fisiográfica. As do sul são bem mais desenvolvidas do 
que as da Zona da Mata Norte. Essa diferenciação 
pode ser explicada pela atuação de dois fatores, pelo 
menos: as diferenças rochosas e os índices 
pluviométricos anuais. As colinas são mais destacadas 
sob condições climáticas mais úmidas e em rochas 
cristalinas (ígneas e metamórficas). 
A exemplo dos tabuleiros, esse compartimento de 
relevo vem sendo bastante utilizado para o cultivo da 
cana-de-açúcar, que antes se restringia ao fundo dos 
vales fluviais, mas que, ultimamente, se expandiu 
pelas vertentes e para os topos das colinas. 
 
O Planalto da Borborema 
 
Este é um dos grandes compartimentos de relevo de 
Pernambuco. É um planalto de estrutura complexa, 
pois compreende um conjunto de blocos falha dos, 
maciços residuais e áreas dobradas que foram 
arrasadas por prolongadas fases erosivas. Apresenta, 
em Pernambuco, altitudes compreendidas entre 500 e 
800m, mas, em alguns trechos, nas áreas de cimeira, 
pode apresentar altitudes superiores a 900m, 
chegando até mais de 1000m, como em Garanhuns ou 
em Triunfo. As áreas de relevo cenozoico mais antigas 
estão situadas, portanto, nesse compartimento de 
relevo. Muitos dos rios pernambucanos, como por 
exemplo o Capibaribe, têm suas nascentes na 
Borborema. 
Nas vertentes ocidentais da Borborema, em 
Pernambuco, são encontra das as paisagens 
tipicamente semiáridas. Tais paisagens resultaram de 
prolongados processos erosivos desencadeadas em 
épocas mais secas do Cenozoico, em especial durante 
o Quaternário. 
 
A Depressão Sertaneja 
 
Esse compartimento regional de relevo é um dos mais 
extensos de Pernambuco. Caracteriza-se por possuir 
uma topografia aplanada, do tipo pediplano, elaborada 
durante fases bem secas do Cenozoico. Altitudes 
desse compartimento variam entre 400 e 600m, em 
média. 
A Depressão Sertaneja apresenta diversos problemas, 
alguns de causas exclusivamente naturais, outros 
resultantes da ação humana. Dentre esses problemas 
podem ser mencionados os seguintes: chuvas 
concentradas num curto período do ano, estação seca 
prolongada, altas taxas de evaporação, ocorrência de 
áreas com problemas de desertificação e salinização 
das águas e do solo. Os espaços geográficos mais 
secos de Pernambuco estão exatamente situados 
nessa unidade de relevo. 
 
O Planalto da Bacia do Jatobá 
 
Trata-se de um planalto sedimentar típico, 
desenvolvido em terrenos da Bacia do Jatobá. Possui 
topo plano e encostas recortadas e íngremes. Esse 
compartimento de relevo se estende no sentido 
sudoeste-nordeste, indo desde o rio São Francisco até 
as imediações de Arcoverde. Restos dessa bacia 
sedimentar aparecem sobre a Depressão 
Sertaneja, originando retalhos de relevo tabular, 
também conhecidos como “morros testemunhos”. 
 
A Chapada do Araripe 
 
E outro expressivo planalto sedimentar existente no 
território pernambucano. Apresenta uma extensão 
leste-oeste de aproximadamente 180km. É um amplo 
compartimento de relevo tabular situado sobre a bacia 
sedimentar do Araripe. As altitudes do topo dessa 
chapada ficam compreendidas entre 600 e 900m, 
aproximadamente. Uma das maiores reservas de 
gipsita do planeta está exatamente nessa unidade de 
relevo. 
Trata-se do Polo Gesseiro do Araripe, situado no 
Sertão de Pernambuco. 
 
 
Hidrografia 
 
A oferta de água na superfície terrestre acontece de 
maneira bastante heterogênea. Há lugares em que 
existe uma abundância desse recurso, como por 
exemplo na Amazônia, onde os rios são caudalosos e 
perenes. Há outros lugares, contudo, em que os 
recursos hídricos são escassos e os rios temporários, 
como por exemplo no Sertão pernambucano. 
 
O crescimento populacional e econômico acabou 
levando o homem a explorar de forma predatória os 
recursos hídricos de superfície e também os 
subterrâneos. Os rios passaram a ser explorados 
como fonte de energia e para abastecimentodoméstico e industrial, irrigação e transporte. O 
crescimento urbano propiciou impactos ambientais nos 
rios em face de despejos domésticos e industriais. A 
maioria dos rios queatravessam as cidades 
pernambucanas da Zona da Mata, por exemplo, 
encontra-se deteriorada, constituindo assim um 
preocupante problema geoambiental. 
Mas não foram apenas as águas de superfície, os 
atingidos pelas ações humanas. Os recursos hídricos 
subterrâneos já começaram a sofrer, também, os 
efeitos dessas ações. A contaminação dos aquíferos, 
em decorrência de aterros sanitários desordenados, 
fossas e construção aleatória de poços, já é um fato 
notável. 
 
Em Recife, as águas subterrâneas passam por um 
grave problema. Com o crescimento horizontal e 
sobretudo vertical da cidade, na planície do Recife, os 
grandes edifícios, particularmente nos chamados 
“bairros nobres” da Zona Sul da cidade, tiveram que 
cavar poços artesianos, de forma muito intensa e até 
descontrolada. Com a retirada constante de um 
grande volume d’água dos aquíferos, por 
bombeamento dos poços, uma cunha de água salina 
passou a se infiltrar nas áreas perfuradas, salinizando 
rapidamente os poços. Estudos têm mostrado que a 
vazão total da água que está sendo bombeada pelos 
poços é superior à recarga de água doce. Assim, 
muito em breve a capital pernambucana sofrerá um 
grave problema de abastecimento d’água. 
 
 
As Principais Bacias Hidrográficas de 
Pernambuco 
 
O conjunto de rios e riachos existentes numa 
determinada área corresponde ao que conhecemos 
por bacia hidrográfica. A bacia hidrográfica reflete as 
condições naturais da região (relevo, tipo de rocha, 
solos e vegetação) e recebe influências, às vezes 
altamente prejudiciais, das ações humanas nela 
desenvolvidas (atividades agrícolas, desmatamento, 
lançamento de esgotos, etc.). 
As bacias hidrográficas que atravessam o Estado de 
Pernambuco se organizaram durante o Cenozoico, 
recebendo, portanto, influências tectônicas 
(levantamentos do terreno) e paleoclimáticas (climas 
antigos). 
Observe no Mapa 10 as principais bacias hidrográficas 
de Pernambuco. 
Como se pode notar, em função do relevo, 
Pernambuco apresenta os principais rios se 
deslocando para o sul e para leste. Esse fato vem 
endossar a influência do tectonismo sobre a 
estruturação da rede de drenagem. Grande parte dos 
rios que se deslocam para o sul acaba direta ou 
indiretamente desembocando no São Francisco. 
Na Zona da Mata pernambucana, em decorrência do 
predomínio dos climas quentes e úmidos, os rios e 
riachos têm regime fluvial tropical úmido, assumindo, 
portanto, um caráter perene. Alguns rios que, no 
semiárido, são temporários, ao atingirem a faixa úmida 
oriental do Estado, transformam-se em perenes, como 
por exemplo o Capibaribe e o Ipojuca. 
 
 
 
 
 
Aspectos Humanos e indicadores sociais 
 
População 
 
O estudo da população de Pernambuco não pode ser 
feito de forma isolada, mas dentro de um contexto 
mais amplo, ou seja, o país onde o Estado se encontra 
inserido. Por sua vez, a dinâmica populacional desses 
diferentes territórios, Estado e País deve ser 
observada dentro de uma dinâmica maior que é a do 
Mundo. Nos dias atuais, observam-se situações 
distintas no que diz respeito à dinâmica demográfica 
vivida pelos diferentes países do mundo, onde alguns 
apresentam elevadas taxas de crescimento 
populacional, ao lado de outros que convivem com 
uma desaceleração desse crescimento, sem contar 
aqueles que já se preocupam com as taxas negativas 
que vêm sendo registradas nos últimos anos. Estes 
diferentes comportamentos não são produtos de um 
acaso, mas resultados de um processo histórico. 
 
 
 
Assim, o comportamento da população de um lugar é 
profundamente dinâmico e sua evolução guarda uma 
perfeita correlação com o processo histórico de 
formação do mesmo e com as mudanças econômico-
sociais que se efetivaram ao longo do tempo. 
 
A População Pernambucana no Contexto 
Brasileiro 
 
Antes de dar início a uma análise do Perfil 
Demográfico de Pernambuco, necessário se faz tecer 
algumas considerações sobre a sua 
representatividade populacional no contexto nacional. 
Vocês sabiam que dentre os estados brasileiros ele é 
um dos menores? No país, apenas Rio Grande do 
Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio 
de Janeiro e Santa Catarina têm menor extensão 
territorial. 
Apesar de possuir uma pequena extensão territorial e 
de ter uma participação populacional, segundo o 
IBGE, em 2007, de, aproximadamente, 20% da 
população nordestina e de 5% do total brasileiro, 
poucos são os estados que possuem um tamanho 
populacional superior ao de Pernambuco, como São 
Paulo (39.827.570hab.), Minas Gerais 
(19.273.506hab.), Rio de Janeiro (15.420.375hab.), 
Paraná (10.284.503hab.), Rio Grande do Sul 
(110.582.840hab.) e Bahia (14.080.654hab.). 
 
 
 
Pernambuco tem destaque no cenário nacional pela 
importância de sua Capital, a cidade do Recife que, 
em 2007, era a oitava em população do país, com uma 
população de 1.533.580hab. e por sua área de 
influência se estender não apenas dentro dos limites 
do Estado, mas por toda a região Nordeste. Os 
estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia 
recebem influências do Recife. Daí ser o Recife, a 
exemplo de Salvador e Fortaleza, considerada como 
“Metrópole do Nordeste”. 
 
Tomando-se como base, não apenas a cidade, que 
hoje corresponde à própria superfície total do 
município, mas o aglomerado maior, constituído por 14 
unidades político-administrativas: Abreu e Lima, 
Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, 
Igarassu, Ipojuca, Ilha de Itamaracá, Itapissuma, 
Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Paulista, Olinda, 
Recife e São Lourenço da Mata, tem-se uma 
aglomeração, a chamada Região Metropolitana de 
Recife que, segundo o IBGE, em 2007, contava com 
cerca de 3.661.11 9hab. Esta aglomeração é a sexta 
do país em população, de vez que é suplantada 
apenas por São Paulo (20.655.102hab.), Rio de 
Janeiro (12.264.946hab.), Belo Horizonte (6.25 
9.573hab.), Porto Alegre (4.709.718hab.) e Salvador 
(4.322.393hab.). 
Somando-se à Região Metropolitana de Recife, o 
arquipélago de Fernando de Noronha, considerado, a 
partir da Constituição Brasileira de 1988 como um 
distrito de Pernambuco, tem-se uma das seis 
mesorregiões geográficas identificadas no Estado, 
pelo IBGE, a Mesorregião Metropolitana de Recife 
(Mapa 13). 
 
 
A população não se encontra distribuída de maneira 
homogênea pela superfície terrestre. Tal fato é 
constatado, não só quando se estuda esta repartição, 
a nível do planeta, mas também a nível de países ou 
mesmo de outras unidades territoriais. Fatores 
relacionados às condições naturais, ao processo 
histórico de formação dos territórios, ou mesmo às 
oportunidades de trabalho ditadas pelo crescimento 
econômico são os grandes responsáveis pela maior ou 
menor concentração de habitantes em um 
determinado lugar. 
 
 
 
Agora, iremos analisar a maneira como se distribui a 
população residente, pelo território pernambucano. 
Quanto a essa distribuição, cuja visualização pode ser 
feita por vocês, a partir da análise do (Mapa 14), 
percebe-se que, à medida que se penetra de Leste 
para Oeste, a população vai se tornando rarefeita, isto 
é, vai se reduzindo. As tonalidades mais escuras do 
mapa indicam justamente onde existe um maior 
quantitativo de pessoas, refletindo os municípios que 
podem ser vistos como mais populosos. 
 
 
Prova disso é a concentração de habitantes que se 
constata, também, quando da observação da (Tabela 
05), nas mesorregiões Metropolitana de Recife e Mata 
Pernambucana que, juntas, representavam, em 2007, 
segundo o IBGE, cerca de 57,5% da população do 
Estado. Seguidas a elas estavam as mesorregiões do 
Agreste Pernambucano, com 24,7%, a segunda mais 
populosa, o Sertão Pernambucano, com 11,4% e o 
Sertão do São Francisco Pernambucano 
representando 6,4% da população estadual. 
 
 
 
 
Esta desigual repartiçãopode ser explicada em função 
da presença de condições naturais mais favoráveis, 
nas áreas de maior adensamento, de fatores históricos 
que proporcionaram a ocupação do território a partir 
do Litoral-Mata, pelo maior ou menor dinamismo das 
atividades econômicas, como também pela presença 
da Capital na porção oriental do Estado. 
 
 
 
Quanto à população relativa, sabemos que, em função 
da maneira como ela é calculada, apesar de 
Pernambuco possuir uma densidade demográfica, em 
2007, da ordem de 86,31 hab.Jkm2, na verdade este 
valor não retrata, de fato, a real distribuição da 
população por quilômetros quadrados. Você já 
estudou que, por se tratar de uma média que, para ser 
calculada levamos em conta o número total de 
pessoas existente em um lugar e a sua extensão 
territorial, logo, este índice de 86,31 hab./km2 não está 
repartido de forma uniforme pela superfície estadual. 
A leitura do (Mapa 15) revela que as maiores 
densidades estão nos municípios que integram a 
mesorregião Metropolitana de Recife, seguidos 
daqueles situados na Mata e no Agreste 
Pernambucano, onde, em média, nessas duas últimas 
mesorregiões os valores alcançados estão no intervalo 
de 51 a 200 hab./km2. 
 
Assim, à medida que se penetra do litoral para o 
interior, essas densidades vão, aos poucos, se 
reduzindo. Observamos municípios com densidades 
inferiores a 50hab./km2, concentrados quase que em 
sua totalidade nas mesorregiões sertanejas, ao 
contrário daqueles onde as densidades chegam a 
alcançar mais de 200ou mesmo mais de 
2.200hab./km2. 
 
 
 
Passando-se, agora, a uma abordagem a respeito da 
distribuição da população residente por situação do 
domicílio, o IBGE identificou que, a partir dos anos 
1970, esta começou a sofrer uma alteração, ocasião 
em que se registra uma supremacia da população 
urbana sobre a rural (Tabela 06). A partir de então, o 
crescimento da população urbana foi sempre 
crescente, motivado pela migração campo/cidade, o 
chamado êxodo rural. No período 1970/2000, ou seja, 
em 30 anos, o número de habitantes das cidades e 
das vilas passou de pouco mais de 50%, em 1970, 
para, aproximadamente, 77% em 2000. A Contagem 
Populacional 2007 até o momento não divulgou os 
dados da população rural e urbana daqueles 
municípios que tiveram a sua população estimada. 
Assim, a abordagem sobre a população residente 
segundo a situação do domicílio foi realizada com os 
dados obtidos nos recenseamentos. 
 
 
 
O êxodo rural, responsável pelo crescimento, ou 
melhor, “inchação” das cidades, é consequência de 
uma estrutura agrária concentradora de terras, 
dominante no espaço 
pernambucano, ao lado de formas de exploração e 
uso do solo que não só requerem a presença de 
grandes propriedades, como também, absorvem 
pouca mão de obra, ou mesmo, que a empregam 
apenas durante um período do ano, na época da safra. 
Essas formas de exploração e uso da terra são 
representadas pela atividade pecuária, ao lado de uma 
atividade agrícola, realizada de forma tradicional, 
dependente quase sempre das condições naturais, na 
mesorregião do Sertão Pernambucano, pelo avanço 
da criação de animais, substituindo, em grandes 
proporções, a atividade policultora no Agreste 
Pernambucano, pelos grandes projetos de irrigação no 
Sertão do São Francisco Pernambucano, ou mesmo, 
pela agroindústria canavieira que só emprega um 
maior número de pessoas na época da colheita e da 
moagem da cana-de-açúcar, na Mata Pernambucana. 
 
 
 
Durante muito tempo, este êxodo se dirigiu para a 
Capital do Estado, a cidade do Recife. Contudo, a 
intensa procura por este centro urbano fez com que o 
mesmo não mais tivesse condições de absorver 
aquele contingente populacional que chegava, à 
procura de emprego e de melhores condições de vida. 
Em consequência, com o passar do tempo, passou a 
haver um novo redirecionamento do fluxo migratório 
para as cidades de médio e pequeno portes, ou 
mesmo, para as áreas rurais possuidoras de alguma 
atividade econômica que, no momento, seja atrativa 
de população. Esse novo redirecionamento foi 
identificado pelo IBGE já no Recenseamento de 1991. 
 
 
 
No momento em que a população rural é expulsa do 
campo, pela falta de oportunidades de emprego, e 
migra pra as cidades, um contingente maior de 
pessoas passa a exercer pressão no mercado de 
trabalho e a demandar bens e serviços. As cidades 
que, na maioria das vezes, não dispõem de uma base 
econômica de sustentação, veem-se sem condições 
de satisfazer às novas necessidades, dando margem 
ao surgimento de atividades informais e ao 
aparecimento de aglomerados subnormais. 
Em um outro momento, na parte sobre urbanização, 
você vai ter oportunidade de conhecer melhor a 
dinâmica dos centros urbanos de Pernambuco. 
 
 
 
3.2 Economia. 
3.3 O espaço rural de Pernambuco. 
3.4 Urbanização em Pernambuco. 
3.5 Movimentos culturais em Pernambuco. 
4. A questão Ambiental em Pernambuco.

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