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Figuras de Linguagem 1. Aliteração – Repetição de consoantes na oração. O rato roeu a roupa do rei de Roma. O peito do pé de Paulo é preto. Um tigre, dois tigres, três tigres. Quem com ferro fere com ferro será ferido. Três pratos de trigo para três tigres tristes. 2. Anacoluto – Bastante comum na linguagem coloquial, caracteriza-se por deixar um termo solto na oração, sem ligação sintática com os demais. Eu, atrasado e ofegante, eis-me aqui. “Eu, toda vez que chego, você me enche de beijos.” “Meu pai, as leituras deixavam-no acordado a noite toda.” “Adolescentes, como são difíceis de controlar”. 3. Anáfora – Repetição de palavras no início de cada segmento frasal. Eu sou a luz das estrelas / Eu sou a cor do luar/Eu sou as coisas da vida / Eu sou o medo de amar. 4. Antítese – Consiste na ocorrência de termos opostos na oração. A sina dos médicos é conviver com a doença e a saúde. Alegrias e tristezas são constantes da vida. Ele estava entre a vida e a morte. 5. Apóstrofe – Caracteriza-se pelo uso do vocativo; faz-se a invocação de um determinado ser, real ou imaginário. - Deus, Deus, onde estás que não respondes. - Ó Deus! Ó Céus! Porque não me ligou? - Minha Filha! Que linda você está! 6. Assíndeto – Caracteriza-se pela ausência intencional da conjunção. É o oposto do polissíndeto. Vim, vi, venci. (Júlio César) Não posso sair; está nevando lá fora. Chegou atrasado; não tem problema. 7. Assonância – Repetição de vogais na oração. Agora era a hora da saída. "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." Na varanda, quem descansa 8. Catacrese – Espécie de metáfora já consagrada pelo uso popular, por falta de uma expressão melhor. O pé da mesa; o céu da boca; a cabeça do alfinete; dente de alho; a maçã do rosto; a batata da perna; o braço da cadeira, etc. 9. Clichê – Espécie de metáfora já desgastada pelo uso. Está na flor da idade. “A união faz a força" "Tem que sair de cabeça erguida" "A maldade está nos olhos de quem vê ". 10. Comparação – Efetua uma comparação através de um conectivo, normalmente uma conjunção comparativa. A vida é como um palco de ilusões. Nosso amor é como um fogo que nunca apaga. Ela é linda como uma princesa. Aquela casa parece um hospício! 11. Elipse – Omissão de um termo facilmente reconhecível pelo contexto da oração. No jogo, tanto jogador ruim. (Subentende-se o verbo “havia”). Peguei de volta meu casaco. (foi omitido o pronome “eu”). A vida talvez fosse boa, não houvesse tanta tristeza. (ausência da conjunção “se” depois da vírgula) 12. Eufemismo – Consiste no emprego de termos mais amenos a fim de suavizar uma expressão. A moça era desprovida de beleza. (feia) O réu faltou com a verdade. (mentiu) O homem só queria água que passarinho não bebe. (Cachaça). Sua amiga foi para o céu. (morreu) 13. Epístrofe – Repetição de palavras no fim da frase. Apenas uma boca. A tua boca/Apenas outra, a outra tua boca/É primavera e ri a tua boca "Não sou nada / Nunca serei nada / Não posso querer ser nada" (Álvaro de Campos) 14. Gradação – relacionada com a enumeração, uma sequência crescente ou decrescente na oração. Dei um passo, apressei-me, corri. Eu era pobre, era subalterno, era nada. 15. Hipérbato – Consiste na inversão da ordem natural da frase. De tudo ao meu amor serei atento. (ordem direta – Serei atento de tudo ao meu amor.) “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heroico o brado retumbante … (ordem direta - “Ouviram o brado retumbante de um povo heroico, às margens plácidas do Ipiranga) 16. Hipérbole – Caracteriza-se pela ocorrência de um exagero na expressão. Pesquei uma traíra do tamanho do mundo. Estou morrendo de sede. Chorou rios de lágrimas. Já lhe disse isso um milhão de vezes. 17. Ironia – Recurso utilizado quando se diz o contrário daquilo que se pretende dizer, ou seja, o sentido real é o oposto do literal. Parabéns! Você tirou mais um zero. Ele correu tão rápido quanto uma tartaruga. A sopa estava uma delícia: fria e sem tempero. Eu fico feliz quando ela não atende as minhas ligações. 18. Metáfora – Espécie de comparação, mas sem conectivo comparativo. Minha prima é uma flor. Dar murro em ponta de faca. Carregar o mundo nas costas. Meu pensamento é um rio subterrâneo. 19. Metonímia – substituição de uma palavra por outra, quando entre ambas existe uma relação de proximidade de sentidos que permite essa troca. O estádio aplaudiu o jogador. (as pessoas aplaudiram) Adoro ler Machado de Assis. (as obras) Compre uma gilete no mercado. (produto) Comi dois pratos hoje no almoço. (comida) Há muita gente à procura de um teto. (casa) Ganharás a vida com o suor do teu rosto. (esforço) 20. Onomatopeia – indica a reprodução de sons ou ruídos naturais. "Cansei do seu blá blá blá " Bang! Atirou o policial na barriga do bandido. Nhac Nhac, Ouvia-se o barulho do menino comendo. 21. Paradoxo – É uma declaração que aparentemente é verdadeira, mas que leva a uma contradição lógica, ou que contradiz a intuição comum e a lógica. "Eu estou cheio de me sentir vazio", "O nada é tudo", "O silêncio é o melhor discurso" ANTÍTESE X PARADOXO Antítese --> palavras opostas --> possível A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz. Os jardins têm vida e morte. O amor e o ódio caminham lado a lado. A verdade e a mentira fazem parte do dia a dia. Paradoxo --> ideia opostas --> impossível Estou vivendo na paz desta guerra. Os jardins morrem vivendo. Ele é um baixo alto. Tem muita verdade nessa mentira. Estou dormindo acordado. 22. Paralelismo – Caracteriza-se pela repetição da mesma estrutura frasal. Recurso muito utilizado na música e na poesia. O primeiro me chegou como quem vem do florista... / O segundo me chegou como quem chega do bar... / O terceiro me chegou como quem chega do nada... (Chico Buarque) 23. Paronomásia – Caracteriza-se pela utilização de palavras parônimas e/ou homônimas na oração, produzindo uma espécie de trocadilho. Cada falso tem o cadafalso que merece. Durante seu descanso o peão jogava pião com seus colegas. José é um cavaleiro da fazenda muito cavalheiro. 24. Perífrase / Antonomásia – Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. O Rei do Futebol é o brasileiro mais eminente no exterior. (Pelé) A Cidade Maravilhosa continua atraindo visitantes do mundo todo. (= Rio de Janeiro) Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. 25. Pleonasmo – usada para intensificar o significado de um termo através da repetição da própria palavra ou da ideia contida nela. (redundância) - Pleonasmo vicioso – Expressões redundantes e desnecessárias que nada acrescentam ao enunciado. A brisa matinal da manhã. É preciso repetir de novo. Proibido barulho sonoro após 22h. - Pleonasmo sintático – Repetição de termos sintáticos na oração. A lição, já a estudei várias vezes. - Pleonasmo semântico – Repetição de ideias na oração. Dói-me uma dor no coração. 26. Polissíndeto – Repetição da mesma conjunção na oração. Ocorre principalmente com a aditiva “e”. Trabalha, e teima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac) Tudo é seco e mudo e de mistura. 27. Prosopopeia ou Personificação – Consiste na atribuição de características humanas a animais ou seres inanimados. A onda beijava-lhe os pés. Árvores pedem socorro. A raposa disse algo que convenceu o corvo. 28. Silepse – Recurso pelo qual a concordância das palavras na frase se faz logicamente, pelo significado, e não de acordo com as regras da gramática. Dividem-se em: - Silepse de gênero – Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se faz com a ideia que o termo comporta.Vossa majestade anda irritado com os rumos do reino. (Concordância feita com o sexo da pessoa, não com o termo feminino “vossa majestade”). - Silepse de número – Os números são singular e plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas com a ideia que nele está contida. Olhem para mim, Turma! Prestem atenção! (concordância com a ideia de conjunto, não com o termo singular “turma”). - Silepse de pessoa – Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa inserida no sujeito. Os brasileiros somos fanáticos por futebol. (A concordância não foi feita com o sujeito da oração, mas com a ideia nele contida). 29. Sinestesia – consiste na mistura dos 5 sentidos (fusão de sensações). Uma melodia azul invadiu a sala. Aquele olhar doce realçava sua voz morna. Um doce abraço de reconciliação. 30. Zeugma – Um tipo de elipse no qual o termo subentendido já foi mencionado anteriormente. Eu estudo à noite; ela, de manhã. (estuda) Ele come carne; eu, verduras. (como)