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Serviço Social na Justiça de Família - Capítulo 2
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seu cor- respondente parecer, que abordara, portanto, a situa<;ao social de todos os envolvidos naquele processo. Alem das normativas legais citadas, a atuac;:ao do profissional, no caso de assistentes sociais do TJSP, tarnbem tern por base as atribuic;:oes definidas por essa institui<;ao, conforme ja mencionado no capitulo inicial deste livro. 0 assistente tecnico, por sua vez, e o assistente social contratado pela pessoa que desencadeou o processo ou pela pessoa a quern se dirige o processo ou, ainda, no caso de assistencia juridica gratuita, por assistentes sociais que fazem parte do quadro da Defensoria Publica, devendo ele realizar estudo social somente daquele que lhe contratou e apresentar o correspondente relat6rio sociaF. Considerando os ritos processuais que preveem o amplo direito de defesa e do co t d't , · • . - d . n ra 1 ono, a part1cipa<;ao o ass1stente tecnico no proce · d · · l · . sso JU icia Vlsa a responder a esses direitos "[ ... ] que se propoem sin- tomzados com O · , · d d prmc1p1O a emocracia, em que as partes podem usufruir 2. Conforme ja informomo . . sinonim s. eSt omos ut1hzondo os termos "estudo" e "perfcio" sociois como os, emboro em Favero (2014 54 . . -social re r · p. ) conste, como d1stinc;ao entre um e outro. que o perfcia , a izada por meio de t d . , . parecer cu· t · . es u O social, e oss1m denominado "( ... ] por se trota r de estudo e Ja inohdade e sub .d. . - "laudo social" si ior uma dec1sao. gerolmente, judicial ". Quando usamos o termo , estamos nos referi d d . . do assistente t , . n ° 00 ocumento produz1do pelo pento social: ao registro escrito ecn1co da area . I socio , estamos nomeando de relot6rio socia l. 60 Dolvo Azevedo de Gois • Rita c. s or . IVeira 0 direito de opinarem e questionarem afirmac;oes feitas no processo caso, afirmai;oes que tenham carater tecnico" (CFESS, 2014, p. 49)_ e, no A atuai;ao do assistente tecnico em um processo de Vara de Fa , . c 1 - d · rn11ta omera geralmente, com a 1ormu ac;ao e ques1tos e sua posterio . c .,. , r Indus· nos autos pelo advogado da parte contratante. Resguardar a espe .fi . ao . . . . c1 ic1dade do Servii;o Social e pnvileg1ar aspectos preponderantes do objeto d . . , a s1tua. i;ao social da disputa na formulai;ao dos ques1tos e uma forma de contrib . P ara O aprimoramento das pericias sociais. Nessa direc;ao a form 1 _ uir . . , . ' u ai;ao e exame a apresentai;ao de pertmentes ques1tos requer prev10 e cuidadoso dos autos alem de investigac;ao te6rica dos principais temas da si·t _ ' uai;ao social em causa, com vistas a favorecer analises sociais primordiais a lide e a oferecer efetiva contribui<;:ao para que as autoridades judiciarias tomem decisoes que assegurem os direitos e o bem-estar de crianc;as e adolescentes, sujeitos daquele processo. A postura do perito social frente a quesitos formulados pelo assistente tecnico tern sido, costumeiramente, a de aborda-los no corpo do laudo, 0 que nos parece coerente. 0 assistente social, de acordo com o C6digo de Etica, tern O clever de "desempenhar suas atividades profissionais, com eficiencia e responsabilidade, observando a legislac;ao em vigor" (Art. 3°, item a), o que e precedido por seu direito a "liberdade na realizac;ao de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participac;ao de individuos ou grupos envolvidos em seu trabalho" (Art. 2°, item i). Reinterpretar os quesitos resguardando a dimensao tecnica e etica do Servi<;o Social e papel do perito social ( CFESS, 2014). A considera<;ao e 0 respeito ao trabalho do colega assistente tecnico devem se concentrar na observa<;ao <las questoes subjacentes aos quesitos levantados e na abordagem de tais questoes no laudo social e nao necessariamente em respostas pontuais. A possibilidade de agendamento de reuniao entre perito social e . , . . d 1 . d" sao do caso, ass1stentes tecmcos para exposu;ao da meto o og1a e 1scus • · d rece de de- confo rm e estabelecido no Provimento em referenc1a, am a ca ar oes bate para que possa se constituir em contribuic;ao efetiva para as av ia<; ·al no Justic;o de Fomflio 'rO SoCI serv'~ 61 . . do perito e dos assistentes tecnicos. Considerando a c 1 ·d d cia1s omp ex1 a e so ocessos atuais, a pr6pria pluralidade de formas de ser familia ea at I dos pr . . ua realidade social bras_1leira, ent~e ~utros aspectos, isso talvez exija multiplos b rados proced1mentos tecmcos para a realiza<;:ao de uma pericia social e ela O , . . ntemple as vanas nuances da s1tua<;:ao. Afinal a reflexao coni·unta que co . . . ' sses profiss1ona1s, desde que todos esteJam compromissados com a entre e . . . c e a protei;ao de dire1tos de cnan<;:as e adolescentes poderia promover de1esa . , tendimento ma1s aprofundado <las questoes preponderantes do obi· eto umen . 't arao social que enseJOU o processo judicial. da s1 u .,. E possivel que os diferentes entendimentos sobre o teor do documento a ser apresentado em juizo pelo assistente tecnico, por vezes pautado tambem na ideia de fiscaliza<;ao ou de avalia<;ao do trabalho do perito, dificultem um dialogo fecundo com o perito social. Temos observado que parcela dos assis- tentes tecnicos apresenta um relat6rio social cujo teor privilegia a discussao do constante no laudo social e, em alguns casos, de modo adversario, o que pode resvalar em desqualificac;ao do trabalho realizado pelo perito social, deixando de registrar analise fundamentada do estudo por ele realizado. Outros assistentes tecnicos retratam, em seu relat6rio social, tanto uma analise social especifica e pormenorizada da situac;ao da parte contratante, fruto do estudo social por ele realizado, quanto uma discussao sobre o teor do constante no laudo apresentado, salientando pontos levantados pelo perito social, afirmando-os ou divergindo deles. Desse modo, evidenciam os direitos da crianc;a/adolescente, em conformidade com as especificidades da configurac;ao daquela familia a quern corresponde seu trabalho. E certo que tanto o perito social quanto o assistente tecnico devem "empenhar-se na viabilizac;ao dos direitos sociais dos/as usuarios/as atra- , d ' ves os programas l't· · · " c , . _ e po 1 1cas socia1s , con1orme preceitua o artigo 8° do Codigo de Etica do(a) Assistente Social, neste caso na defesa de direitos de crianc;a(s) d 1 ( ) ' , . ea o escente s . Tambem nao pode restar duvida de que as possive1s critica d · , . d s O ass1stente tecmco sobre o teor constante do laudo social evem ser t . apresentadas em seu relat6rio social, de forma "objetiva, cons- rut1va e compro , I" d vave , e acordo com o estabelecido no item f, do artigo D2 Dalva Azevedo de Go· 15 • Rita c · S 01· . l\lo · -1r0 10 do C6digo de Etica do(a) Assistente Social, que trata <las Rel _ · S · · I P fi · · ac;:oes Ass1stentes oc1a1s e outros as ro 1ss10na1s. corn. Por essas razoes e por entender que os relat6rios dos . assistente . nicos tambem podem ser fonte para as autoridades J. udicia' . s tee. nas ampI· e aprofundarem seu entendimento, no ambito social sob Iarero. d . . d .. I .d 'd d ' re o objeto da 1sputa JU 1cia , cons1 eramos que o conteu o esse documento dev permeado por analise social da situa(;'.ao da parte contratante E e e st ar . fu d d d" . , . l' . . essa analise prec1sa ser n amenta a em iretnzes et1co-po 1t1cas te6rico m t d ' - e o olog· , . . , . . Icas e tecmco-operat1vas compat1ve1s com o proJeto etico-politico d . , . a profissao Ass1m, concebemos o relatono a ser apresentado pelo assiste t , . · . , . . . n e tecn1co como o reg1stro de uma anahse social da s1tua(;'.ao objeto do est d . u o soc1aI realizado, havendo um item especifi.co no qual se dialoga funda , mentada- mente, sobre o constante no laudo apresentado pelo perito, constando, ao termino, a analise final e o parecer social do assistente tecnico. Nessa mesma linha de defesa do rigor tecnico e etico