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Legislação Ambiental

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Legislação Ambiental
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V
1.
1
2/347
Legislação Ambiental
Autor: Rafael Tocantins Maltez
Como citar este documento: MALTEZ, Rafael Tocantins. Legislação Ambiental. Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Teoria geral do direito ambiental 06
Assista a suas aulas 35
Unidade 2: A ordem constitucional do meio ambiente 43
Assista a suas aulas 74
Unidade 3: Competências Constitucionais em Matéria Ambiental 82
Assista a suas aulas 105
Unidade 4: Política e Sistema Nacional de Meio Ambiente 115
Assista a suas aulas 157
2/347
3/347
Unidade 5: Poder de Polícia Ambiental 172
Assista a suas aulas 209
Unidade 6: Infrações Administrativas 219
Assista a suas aulas 255
Unidade 7: Zoneamento 267
Assista a suas aulas 296
Unidade 8: Responsabilidades Ambientais 306
Assista a suas aulas 339
Sumário
3/347
4/347
Apresentação da Disciplina
Poucas são as disciplinas de um MBA tão relevantes e empolgantes quanto a matéria 
Ambiental. O termo “ambiente” tem origem latina (ambiens, entis) que significa aquilo que 
rodeia, que cerca ou envolve, por todos os lados, entorno, espaço. Relaciona-se a tudo aquilo 
que nos circunda, podendo também significar “meio em que vivemos”. Depreende-se da 
própria origem do termo a importância da disciplina, pois vivemos no meio ambiente, o qual é 
pressuposto de tudo: lazer, moradia, trabalho, saúde, segurança, vida etc. A matéria ambiental 
está na ordem do dia e presente em todas as situações e contexto da existência humana. 
Podemos constatar que todo dia são veiculadas notícias relacionadas com o meio ambiente, 
principalmente sobre a crise ambiental (mudanças climáticas, organismos geneticamente 
modificados, desmatamento, extinção de espécies, crise hídrica, poluição, vazamentos 
etc.). Portanto, tudo o que você estudará aqui, embora contextualizado para a disciplina de 
legislação ambiental, poderá ser aplicado nas mais diversas circunstâncias da sua vida.
Esta disciplina foi estruturada de forma a atender as necessidades de qualquer profissional, 
capacitando-o e formando-o para compreensão e entendimento das principais leis ambientais. 
Sabemos que no atual contexto de grave crise ambiental só vão se sobressair aqueles que 
tiverem conhecimento e domínio da legislação ambiental e é esta a proposta que esta 
disciplina traz a vocês. Não importa se você está à frente de uma pequena empresa ou de uma 
grande organização, o domínio da legislação ambiental sempre será necessário, notadamente 
5/347
porque é condicionante de qualquer 
atividade, obra ou empreendimento que 
impacte no meio ambiente.
Nesta disciplina, você terá acesso aos 
principais conceitos e aprendizados já 
desenvolvidos sobre o tema, pelos maiores 
especialistas da academia, de forma 
resumida e pronta para ser assimilada por 
você. 
Prepare-se para embarcar nesta aventura 
e desenvolver as competências básicas 
para se tornar um conhecedor da 
legislação ambiental.
6/347
Unidade 1
Teoria geral do direito ambiental
Objetivos
 » Conhecer os conceitos fundamentais de Antropocentrismo, 
de Biocentrismo, de Meio Ambiente, de Direito Ambiental e 
de Bem Ambiental;
 » Entender a Classificação do Direito Ambiental;
 » Compreender os Princípios do Direito Ambiental.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental7/347
Introdução
Para a compreensão adequada da legislação ambiental, antes se faz necessário conhecimento 
das características do meio ambiente e da Teoria Geral do Direito Ambiental, as quais 
proporcionarão uma base sólida para o entendimento da legislação ambiental, constitucional e 
infraconstitucional.
Nesse sentido, é importante que você conheça as seguintes características do ambiente: 
a) Interdependência de todas as formas de vida
Todos os seres estão interconectados e são interdependentes, formando a teia da vida. 
Ao se afetar uma parte, outra parte e o todo são afetados. O que dá suporte à vida é a 
natureza, a biodiversidade. Todos os seres exercem uma função ecológica. É impossível a 
separação das cadeias construtivas de todas as estruturas orgânicas e inorgânicas, isto 
é, o ser humano é capaz de conhecer as estruturas de funcionamento do meio ambiente, 
mas é incapaz de prever quais poderão ser os efeitos do funcionamento conjunto destas 
estruturas ou dos efeitos se houver impactos na parte ou no todo. 
b) Autonomia 
O meio ambiente subsiste independentemente da presença do ser humano e é regido por 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental8/347
leis próprias. A natureza já existia 
antes do surgimento do ser humano 
surgir e muito provavelmente 
continuará a existir se houver a 
extinção da humanidade. 
c) Complexidade
Trata-se do funcionamento conjunto 
de várias estruturas que fixam as 
relações internas inseparáveis. É 
representada por meio da diversidade 
dos ecossistemas que, naturalmente 
estabelecidos, mantém o equilíbrio 
ecológico, o qual, por sua vez, 
propicia a vida em todas as suas 
formas. O meio ambiente pode ser 
desestabilizado pela ação humana, 
seja por poluição ambiental, seja por 
eliminação ou introdução de espécies 
animais e vegetais, sendo impossível 
antecipar as consequências, pois a 
natureza se comporta de forma não 
linear e auto-organizável, não se 
podendo predizer ou controlar de que 
maneira os processos que iniciamos 
irão se desenvolver.
d) Necessário
Sem meio ambiente, não pode 
subsistir a vida, nem humana, nem 
não humana. O meio ambiente é 
indispensável à vida. 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental9/347
1. Antropocentrismo, biocen-
trismo, meio ambiente, direito 
ambiental e bem ambiental. 
O termo antropocentrismo tem origem 
no grego anthropos (o homem) e do latim 
centrum (centro). Segundo esse conceito, 
o homem está no centro de todas as 
relações. A preocupação única e exclusiva 
é com o bem-estar dos seres humanos, 
podendo ele se apropriar dos recursos 
ambientais para o seu interesse exclusivo, 
sem preocupação com os demais seres 
vivos, que são apenas instrumentos. Assim, 
a natureza é um bem coletivo essencial 
que deve ser preservado somente como 
garantia de sobrevivência e bem-estar do 
homem. O homem é a referência máxima 
 
Para saber mais
Teoria de Gaia: é uma visão da Terra apresentada 
nos anos 1980 que a considera um sistema 
autorregulador constituído pela totalidade de 
organismos, rochas de superfície, o oceano 
e atmosfera, firmemente acoplados como 
um sistema em evolução. Tal sistema tem um 
objetivo: a regulação das condições de superfície 
de maneira a ser sempre o máximo possível 
favorável à vida contemporânea (LOVELOCK, 
James. Gaia: alerta final. São Paulo: Intrínseca, 
2010. p. 244). 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental10/347
e absoluta de valores. O mundo natural tem valor apenas quando atende aos interesses da 
espécie humana, vale dizer, a natureza tem valor instrumental.
O antropocentrismo tem como desdobramento o antropocentrismo alargado. Nele, o homem 
continua sendo o centro das atenções e preocupações, contudo, apresenta uma visão que 
conjuga a interação da espécie humana com os demais seres vivos, sem uma relação de 
superioridade, como no antropocentrismo clássico, e estabelece uma relação ética com os 
demais seres vivos, uma vez que somente com a proteção dos animais e das plantas é possível 
legar às futuras gerações um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Mesmo mantendo 
as discussões a respeito de ambiente na figura do ser humano, defende novas visões do bem 
ambiental. Desse modo, centra a preservação ambiental na garantia da dignidade do próprio 
ser humano, contudo, sem uma visão estritamente econômica do ambiente. O “alargamento” 
dessa visão antropocêntrica está fundado em consideraçõesque imprimem ideia de valor dado 
ao ambiente como requisito para a garantia de sobrevivência da própria espécie humana. O 
intuito é alcançar maior equilíbrio na utilização dos recursos naturais, protegendo-se o meio 
ambiente em função dos interesses do ser humano. 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental11/347
No biocentrismo, o homem não é superior aos outros seres vivos, mas parte integrante da 
natureza, sendo mais um integrante do ecossistema, mantendo todos eles uma relação de 
interdependência. O centro das relações não é a humanidade, mas todos os seres vivos. 
A natureza pertence a todos e não apenas ao homem. Fauna, flora e biodiversidade são 
merecedores de especial proteção e devem ter direitos semelhantes aos dos seres humanos, 
possuem valor intrínseco e não meramente instrumental. A vida é considerada um fenômeno 
único, o que acarreta uma consideração e respeito também aos seres vivos não humanos.
 
Para saber mais
Especismo é o entendimento de que uma espécie, no caso a humana, tem o direito de explorar, 
escravizar e matar as demais espécies por serem elas inferiores. É a atribuição de valores ou direitos 
diferentes a seres dependendo da sua afiliação a determinada espécie. O termo é usado para 
se referir à discriminação que envolve atribuir a animais sencientes diferentes valores e direitos 
baseados na sua espécie (https://pt.wikipedia.org/wiki/Especismo, acesso em 20/07/2015).
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental12/347
- Conceito de Meio Ambiente
O meio ambiente é considerado como “um patrimônio público a ser necessariamente 
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo” (art. 2º, I, da Lei 6.938/81).
A Lei 6.938/81 conceituou o meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas” (art. 3º, I). 
É o conjunto de relações (físicas, químicas e biológicas) entre os elementos vivos (bióticos) e 
não vivos (abióticos) as quais são responsáveis pela manutenção, pelo abrigo e pela regência de 
todas as formas de vida nele existentes. 
O conceito da Lei 6.938/81 tem por finalidade a proteção, o abrigo e a preservação de todas as 
formas de vida, por meio do resguardo do equilíbrio do ecossistema, abrangendo, contudo, tão 
somente o conceito de meio ambiente natural, vale dizer, aspectos de ordem física, química e 
biológica, não cuidando de outros elementos. 
Entretanto, o conceito de meio ambiente deve ser amplo, aglutinador e totalizante, 
compreendendo aspectos bióticos (fauna e flora – seres vivos), abióticos (físicos e químicos – 
não vivos), bem como os econômicos, sociais e culturais, que permitem a vida em todas as suas 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental13/347
formas.
A Resolução CONAMA 306/2002 apresenta 
a seguinte definição totalizante: meio 
ambiente é o “conjunto de condições, 
leis, influências e interações de ordem 
física, química, biológica, social, cultural e 
urbanística, que permite, abriga e rege a 
vida em todas suas formas” (Anexo I, XII).
Para José Afonso da Silva, meio ambiente 
é “a interação do conjunto de elementos 
naturais, artificiais e culturais que 
propiciem o desenvolvimento equilibrado 
da vida em todas as suas formas A 
integração busca assumir uma concepção 
unitária do ambiente, compreensiva dos 
recursos naturais e culturais” (Direito 
ambiental constitucional, p. 20). 
Dessa forma, o meio ambiente é formado 
pela terra, a água, o ar, a flora e a fauna, 
as edificações, as obras de arte e os 
elementos subjetivos e evocativos (por 
exemplo, a beleza da paisagem, a beleza 
natural ou a recordação do passado), assim 
como as inscrições, marcas ou sinais de 
acontecimentos naturais ou da presença 
de antepassados, as belezas artificiais, 
o patrimônio histórico, paisagístico, 
monumental, arqueológico, bem como dos 
elementos urbanísticas. 
O meio ambiente, bem de uso comum 
do povo, é um bem jurídico autônomo, 
indisponível, indivisível, insuscetível de 
apropriação, de natureza difusa, que 
transcende a tradicional classificação dos 
bens em público (das pessoas jurídicas de 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental14/347
direito público) e privados, pois toda a coletividade é titular desse direito.
Em suma, o meio ambiente é:
Quanto ao objeto: indivisível.
Quanto à titularidade: indeterminada.
Quanto à forma: autônomo, necessário, complexo, interdependente.
Quanto ao interesse: difuso.
Quanto à finalidade: sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações; dignidade 
humana.
- Conceito de Direito Ambiental
O Direito Ambiental constitui um ramo do direito que estuda, protege e ordena o uso dos 
recursos naturais, artificiais, culturais e do trabalho com a finalidade de manutenção da sadia 
qualidade de vida das presentes e futuras gerações por meio da manutenção, preservação 
e recuperação do equilíbrio ecológico, vale dizer, é o ramo do direito positivo que regula as 
relações entre os indivíduos, os governos e as empresas com o meio ambiente, visando a 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental15/347
compatibilizar os aspectos econômicos, 
culturais, científicos, sociais e ecológicos, 
com a melhoria das condições ambientais e 
de bem-estar da população. 
É composto por princípios e regras que 
regulam as condutas humanas que afetam 
o meio ambiente. 
Possui um aspecto objetivo (conjunto 
de normas disciplinadoras do meio 
ambiente) e outro científico (conhecimento 
sistematizado das normas e princípios 
ordenadores e reguladores da qualidade do 
meio ambiente). 
Conforme ensinamento de Paulo Affonso 
Leme Machado, o “Direito Ambiental 
é um direito sistematizador, que faz a 
articulação da legislação, da doutrina e da 
jurisprudência concernentes aos elementos 
que integram o meio ambiente. Procura 
evitar o isolamento dos temas ambientais 
e sua abordagem antagônica. Não se trata 
mais de construir um direito das águas, 
um direto da atmosfera, um direito do 
solo, um direito florestal, um direito da 
fauna ou um direito da biodiversidade. O 
Direito Ambiental não ignora o que cada 
matéria tem de específico, mas busca 
interligar estes temas com a argamassa da 
identidade dos instrumentos jurídicos de 
prevenção e de reparação, de informações, 
de monitoramento e de participação” 
(Direito Ambiental Brasileiro, p. 54). 
O Direito ambiental tem como objeto maior 
a proteção de todas as formas de vida e a 
qualidade dessa mesma vida.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental16/347
O Direito Ambiental é um dos ramos mais 
importantes do Direito, pois sem ele não 
existem os outros direitos. De fato, o 
direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é um direito que constitui o 
ponto de partida, pressuposto e suporte 
para o exercício dos outros direitos, 
situando-se num degrau anterior e 
superior à maioria dos direitos subjetivos, 
os quais lhe devem obediência, pois 
sem o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado não há vida, saúde, lazer, 
segurança, trabalho, moradia, mobilidade 
etc. 
É uma das disciplinas mais recentes do 
curso de direito e seu conhecimento 
envolve toda uma série de outras 
disciplinas jurídicas (direito penal, direito 
administrativo, direito processual, 
direito tributário, direito econômico, 
direito constitucional), bem como não 
jurídicas (biologia, economia, sociologia, 
engenharia, oceanografia, ecologia, 
geologia, genética). Também é um Direito 
de interações, pois as normas ambientais 
se imiscuem nas demais normas jurídicas, 
obrigando que se leve em consideração 
a proteção ambiental em cada um dos 
demais ramos do Direito e por isso tende 
a penetrar em todos os sistemas jurídicos 
existentes para os orientar num sentido 
ambientalista. 
No Brasil, o DireitoAmbiental nasce com a 
edição da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente em 1981 (Lei 6.938/81), com a 
incorporação de valores ecológicos e com a 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental17/347
sistematização da matéria ambiental no ordenamento jurídico brasileiro.
Não havia Direito Ambiental na acepção moderna antes da década 1970, uma vez que foi a 
partir de tal momento que se deu a consagração dos valores e direitos ecológicos de forma 
autônoma e sistematizada. O paradigma é a Conferência da ONU, realizada em Estocolmo, 
sobre o Meio Ambiente em 1972.
- Conceito de Bem Ambiental
Bem ambiental é caracterizado por ser um bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, consistindo no equilíbrio ecológico (macrobem ambiental) e é o objeto 
do direito ambiental. O equilíbrio ecológico (macrobem ambiental) é constituído por partes 
(microbem ambiental), como a água, o ar, os animais, os vegetais etc., que em relação e 
interação permitem a abrigam todas as formas de vida.
Dessa forma, o direito ambiental visa a proteger o equilíbrio da interação de diversos fatores 
bióticos e abióticos. 
Protegem-se os elementos bióticos e abióticos (microbens ambientais) e sua respectiva 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental18/347
interação, para se alcançar a proteção do meio ambienta ecologicamente equilibrado 
(macrobem ambiental), porque este bem é responsável por todas as formas de vida. 
Qualquer dano ao meio ambiente agride o equilíbrio ecológico.
O equilíbrio ecológico não é estático, vale dizer, trata-se de um equilíbrio dinâmico e só existe 
porque ele é um produto da combinação (química, física e biológica) de diversos fatores, 
bióticos (fauna, flora e diversidade biológica) e abióticos (ar, água, terra, clima) que, interagindo 
entre si, nele resultam.
Embora seu objeto de proteção seja o equilíbrio ecológico (macrobem ambiental), o direito 
ambiental cuida também da função ecológica exercida pelos fatores ambientais bióticos e 
abióticos. 
O bem ambiental pertence ao povo, estando atado em um liame que une cada pessoa. Não 
é possível identificar cada um dos componentes do povo que é titular desse bem, sendo seus 
titulares indetermináveis. 
2. Classificação do direito ambiental
O meio ambiente pode ser classificado em:
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental19/347
a) Meio ambiente físico ou natural
b) meio ambiente cultural
c) meio ambiente artificial
d) meio ambiente do trabalho
a) Meio ambiente natural ou físico: 
é aquele constituído por todos os 
elementos bióticos e abióticos que 
se encontram originalmente na 
natureza: fauna, flora, a atmosfera, 
os estuários, o mar territorial, o solo, 
o subsolo, a água, o ar, os recursos 
minerais, as florestas, o patrimônio 
genético, a biosfera.
Representa as conformações físicas, 
químicas e biológicas interligadas 
às formas de vida (definição do 
art. 3º, I, da Lei 6.938/81). Nele se 
dá a correlação recíproca entre as 
espécies e as relações destas com o 
ambiente físico que ocupam. 
Não é fruto da racionalidade 
humana, mas efeito do 
surgimento espontâneo. Existe 
impendentemente de qualquer 
intervenção humana no meio natural. 
Encontra proteção mediata no art. 
225, caput, da CF e imediata nos 
arts. 23, e VII 225, §1º, I, III e VII, da 
Constituição Federal.
b) Meio ambiente artificial: é o 
espaço urbano construído pelo 
homem, as cidades, as edificações, 
os equipamentos públicos, com seus 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental20/347
espaços abertos, tais como ruas, 
pontes, praças e parques e espaços 
fechados, como as escolas, museus 
e teatros. Eram espaços naturais 
que foram modificados e adaptados 
para o atendimento dos interesses 
humanos. 
Possui proteção nos arts. 5º, XXIII; 
21, XX; 170, III; 182; 183 e 225 da 
Constituição Federal e Lei 10.257/01 
(Estatuto da Cidade).
c) Meio ambiente cultural: são bens 
de natureza material ou imaterial, 
tomados individualmente ou sem 
conjunto, que refletem a identidade, 
a ação, a formação, a memória, 
bens e valores dos diferentes grupos 
formadores da sociedade brasileira, 
constituindo-se pelo patrimônio 
histórico, artístico, arqueológico, 
paisagístico, turístico, etnográfico, 
folclóricas e populares brasileiras, 
que embora artificial como obra do 
ser humano, difere dele, pelo sentido 
de valor especial que adquiriu ou de 
que se impregnou. Traduz a história 
de um povo, sua formação e os 
próprios elementos identificadores 
de sua cidadania. 
Possui regulação nos arts. 215, 216 
e 225 da Constituição Federal e no 
Decreto 25/37.
d) Meio ambiente do trabalho: 
constitui o local onde as pessoas 
desempenham suas atividades 
laborais. Integra a proteção do 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental21/347
homem em seu local de trabalho, de sua saúde, segurança, prevenção de acidentes, 
salubridade, condições atmosféricas, ergonomia, higiene, incolumidade físico-psíquica. 
Tem previsão de tutela imediata no art. 200, VIII, e 7º, XXII, XXIII e XXXIII, da Constituição 
Federal e tutela mediata no art. 225 da Constituição Federal e art. 6º, III e V, da Lei 
8.080/90.
Link
O IBAMA é o órgão executivo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 
Disponível em <http://www.ibama.gov.br/>
O CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA). Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/
conama/>
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental22/347
3. Princípios do direito ambiental
- Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado 
O equilíbrio ambiental é o macrobem ambiental.
Consubstancia-se na conservação das propriedades e das funções naturais do meio 
ambiente, de forma a permitir a existência, a evolução e o desenvolvimento dos seres 
vivos. Visa à capacidade de renovação da Natureza e a sadia qualidade de vida. 
- Função Socioambiental da Propriedade
Consiste na obrigatoriedade imposta ao proprietário de utilizar os recursos naturais 
existentes em sua propriedade particular de forma racional e proporcional, para a 
manutenção da sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações. 
- Princípio da prevenção
É o dever imposto a todos (Poder Público, coletividade e cidadão) em defender a sadia 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental23/347
qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, enfatizando a prioridade que 
deve ser dada à medida que previnam (e não reparem) a degradação ambiental, evitando-
se que o dano possa chegar a produzir-se. 
Aplica-se quando se tem base científica para prever os danos ambientais decorrentes 
de determinada atividade lesiva ao meio ambiente, quando o dano é conhecido, certo, 
quando existe perigo concreto.
- Princípio da precaução
Na ausência de certeza técnica ou científica quanto à potencialidade danosa de uma 
conduta ao meio ambiente, mesmo assim devem-se tomar as cautelas necessárias para 
impedir a degradação ambiental. 
Assim, no princípio da precaução o que se configura é a ausência de informações ou 
pesquisas científicas conclusivas sobre a potencialidade e os efeitos de uma intervenção 
no meio ambiente. Existe a incerteza científica, a incerteza sobre os efeitos do dano 
potencial e não obstante, faz-se necessária a adoção de medidas para afastar o perigo 
abstrato.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental24/347
- Princípio do poluidor-
pagador
Deve o poluidor responder pelos 
custos sociais da degradação 
causada por sua atividade 
impactante, da poluição por ele 
causada, devendo-se agregar esse 
valor no custo produtivo da atividade, 
para evitar que se privatizem os 
lucros e se socializem os prejuízos. 
Caberá ao poluidor prevenir, 
ressarcir, compensar ou reparar o 
dano causado, não apenas a bens 
e pessoas, mas tambémà própria 
natureza. 
Tem como fundamento a 
internalização dos custos sociais 
da atividade produtiva, vale dizer a 
internalização das externalidades 
negativas.
- Princípio do usuário-pagador
O usuário de recursos naturais deve 
pagar por sua utilização, mesmo que 
não haja dano ambiental. 
Link
“O princípio da precaução no Direito Ambiental”. 
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/
texto/5879/o-principio-da-precaucao-no-
direito-ambiental>. Acesso em 21 jul. 2015.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental25/347
- Princípio da informação e no-
tificação
O Princípio da Informação consiste 
na obtenção de dados sobre o meio 
ambiente, conferindo acesso às 
informações oficiais, bem como as 
notícias apresentadas nos meios de 
comunicação de massa.
Pelo Princípio da notificação, impõe-
se ao poluidor de cientificar o Poder 
Público e a coletividade no caso da 
ocorrência de danos ambientais.
- Princípio da participação co-
munitária (Princípio Democrá-
tico) 
Consiste no direito das pessoas 
participarem ativamente do debate, da 
formulação, das decisões, da execução e da 
fiscalização das políticas ambientais, em 
observância à democracia participativa, 
uma vez que os danos ambientais são 
transindividuais. 
A participação comunitária se desdobra 
em três aspectos: 
a) esfera administrativa; b) esfera 
legislativa; c) esfera judicial.
a) esfera administrativa: audiências 
e consultas públicas, participação 
em órgãos colegiados (conselhos de 
meio ambiente), direito de petição 
aos órgãos públicos ambientais, 
direito de informação, estudo prévio 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental26/347
de impacto ambiental.
b) âmbito legislativo: plebiscito, 
referendo e iniciativa popular de 
projeto de lei, audiência pública.
c) esfera judicial: mandado de 
segurança, ação popular e ação civil 
pública.
d) outras esferas: associações, blogs, 
internet, ONGs, amicus curiae.
- Princípio da cooperação
A resolução dos problemas do 
ambiente depende da cooperação 
entre o Estado e a sociedade, por 
meio da participação dos diferentes 
grupos sociais na formulação e 
execução da política do ambiente, 
bem como a cooperação entre os 
países.
- Princípio da ubiquidade 
Ubiquidade significa fato de estar ou 
existir em todos os lugares, pessoas, 
coisas; é a qualidade do que está em 
toda a parte, é o que está presente 
em todas as partes, onipresente.
No direito ambiental, ubiquidade 
significa colocar as questões 
ambientais no epicentro dos direitos 
humanos. O bem ambiental é 
onipresente, de forma que uma 
agressão ao meio ambiente em 
determinada localidade é capaz de 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental27/347
trazer reflexos negativos em todo o planeta. Não existem fronteiras quando há impacto 
ambiental.
 
Para saber mais
O nosso planeta é indivisível. Na América do Norte, respiramos oxigênio gerado na 
floresta tropical brasileira. A chuva ácida das indústrias poluentes no meio-oeste-norte 
americano destrói florestas canadenses. A radioatividade de um acidente nuclear na 
Ucrânia compromete a economia e a cultura na Lapônia. A queima de carvão na China 
aquece a Argentina. Os clorofluorcarbonetos liberados por um ar condicionado na 
Terra- Nova ajudam a causar câncer de pele na Nova Zelândia. Doenças se espelham 
rapidamente até os pontos mais remotos do planeta e requerem um trabalho médico 
global para serem erradicadas. E, sem dúvida, a guerra nuclear e um impacto de asteroide 
representam um perigo para todo mundo. Gostando ou não, nós humanos, estamos 
ligados com nossos colegas humanos e com as outras plantas e animais em todo o 
mundo. As nossas vidas estão entrelaçadas (SAGAN, Carl. Bilhões e bilhões: reflexões sobre 
a vida e morte na virada do milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 82)
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental28/347
- Princípio do acesso adequa-
do/equitativo aos recursos na-
turais
Deve existir controle racional, 
razoável e proporcional na 
exploração dos recursos naturais, a 
fim de que estejam presentes para a 
manutenção da biodiversidade para 
as presentes e futuras gerações. 
Se a utilização não for razoável ou 
necessária, deve-se negar o uso, 
mesmo que os bens não sejam 
altamente escassos. 
Os bens que integram o meio 
ambiente planetário, como água, 
ar e solo, devem satisfazer as 
necessidades comuns de todos os 
habitantes da Terra. 
- Princípio do desenvolvimento 
sustentável
O desenvolvimento sustentável é 
aquele que atende as necessidades 
do presente sem comprometer 
a possibilidade de as gerações 
futuras atenderem a suas próprias 
necessidades (Relatório Brundtland).
As gerações presentes devem 
buscar o seu bem-estar por meio 
do crescimento econômico e social, 
mas sem comprometer os recursos 
naturais fundamentais para a 
qualidade de vida das gerações 
subsequentes. 
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental29/347
Tem como pilar a harmonização das 
seguintes vertentes: crescimento 
econômico, proteção do meio 
ambiente e equidade social 
(progresso social). Ausente qualquer 
um desses elementos, não se terá 
desenvolvimento sustentável. 
- Princípio da solidariedade in-
tergeracional
Trata-se da ética intergeracional. 
Compete à presente geração 
se utilizar dos recursos naturais 
disponíveis sem comprometer 
a capacidade de suporte e 
sobrevivência das gerações futuras. 
Devemos legar às futuras gerações 
um Planeta com recursos suficientes 
para permitir a manutenção e 
desenvolvimento da vida e uma igual 
capacidade de autodeterminação 
quanto à utilização dos recursos 
ambientais 
- Princípio da educação am-
biental
É o processo por meio do qual o 
indivíduo e a coletividade constroem 
valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de 
vida e sua sustentabilidade.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental30/347
Visa a esclarecer e envolver a 
comunidade no processo de 
responsabilidade com o meio 
ambiente, com a finalidade de 
desenvolver a percepção e a 
consciência da necessidade de 
defender e proteger o meio ambiente. 
- Princípio da Reparação
Determina a obrigação do poluidor 
de reparar ou recuperar o dano 
ambiental, em decorrência de 
atividade prejudicial por ele realizada. 
- Princípio da vedação de re-
trocesso ecológico
Como o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é 
direito fundamental, as garantias 
de proteção ambiental, uma vez 
conquistadas, não podem recuar. Não 
é possível o recuo da salvaguarda 
ambiental para níveis de proteção 
inferiores ao já consagrados.
Link
Vídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=3c88_Z0FF4k
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental31/347
Glossário
Poluidor: é toda pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta 
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental (art. 3º, IV, da Lei 
6.938/81). 
Poluição: é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem 
condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente 
a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem 
matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (art. 3º III da 
Lei 6.938/81).
Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora 
(art. 3º, V, da Lei 6.938/81).
Questão
reflexão
?
para
32/305Como você aprendeu, o Direito Ambiental é regido 
por diversos princípios. A legislação ambiental 
encaminhava-se para uma crescente proteção. 
Contudo, e uns anos para cá, houve certa flexibilização 
e retrocesso na legislação ambiental. Com base nos 
Princípios do Direito Ambiental, e principalmente 
no Princípio da Vedação de retrocesso, reflita sobre 
o conteúdo e alcance desse importante princípio, 
colhendo exemplos práticos na legislação ambiental 
brasileira. 
33/347
Considerações Finais 
 » A interpretação e aplicação do Direito Ambiental podem ser realizadas 
por meio de uma visão Antropocêntrica ou de uma visão Biocêntrica; 
 » O objeto de seu estudo é o bem ambiental, bem de uso comum e 
essencial à sadia qualidade de vida, que corresponde ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado (macrobem ambiental);
 » O Meio Ambiente pode ser classificado em meio ambiente natural, 
meio ambiente artificial, meio ambiente cultural e meio ambiente do 
trabalho;
 » Os Princípios do Direito Ambiental são vetores fundamentais de sua 
interpretação e aplicação.
Unidade 1 • Teoria geral do direito ambiental34/347
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: 
Cultrix, 2006.
LOVELOCK, James. Gaia: alerta final. São Paulo: Intrínseca, 2010.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SAGAN, Carl. Bilhões e bilhões: reflexões sobre a vida e morte na virada do milênio. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2008.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago 
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014. 
35/347
Aula 1 - Tema: Teoria Geral do Direito
Ambiental – Bloco I 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
ac4ff94b3d7959767fd2166c88995792>.
Aula 1 - Tema: Teoria Geral do Direito
Ambiental– Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/77e-
d5757659e8540c9a4c496886fae87>. 
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36/347
1. Podemos classificar o meio ambiente em:
a) Natural, artificial, mineral e cultural.
b) Natural, eletrônico, cultural, e do trabalho.
c) Natural, artificial, cultural e do trabalho.
d) Mineral, vegetal, animal e micro-organismos.
e) Artificial, urbano, mineral, animal e vegetal.
Questão 1
37/347
2. São princípios do Direito Ambiental:
a) Prevenção, anterioridade, usuário-pagador e do contraditório.
b) Cooperação, participação, informação e presunção de inocência.
c) Vedação de retrocesso, desenvolvimento sustentável, boa-fé e igualdade.
d) Poluidor-pagador, desenvolvimento sustentável, precaução e solidariedade 
intergeracional.
e) Legalidade, poluidor-pagador, impessoalidade e moralidade.
Questão 2
38/347
3. Caracteriza o bem ambiental:
a) A fauna e a flora.
b) O solo, o ar e a água.
c) A biodiversidade.
d) Os recursos ambientais econômicos.
e) Bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.
Questão 3
39/347
4. O Princípio do Poluidor-Pagador se caracteriza da seguinte forma:
a) É o direto de pagar para poluir.
b) Consiste na internalização das externalidades negativas.
c) Representa o dever de indenizar pelo dano ambiental.
d) É a obrigação de pagar pelo impacto ambienta.
e) É o dever de pagar pelo recurso natural utilizado economicamente.
Questão 4
40/347
5. O princípio da ubiquidade significa:
a) A obrigatoriedade de cooperação em duas esferas, seja no âmbito interno entre os 
estados-membros, municípios, Distrito Federal e União, seja no âmbito internacional, entre os 
Países.
b) A solidariedade intergeracional, sendo que as gerações presentes deverão suprir suas 
necessidades sem comprometer o suprimento das necessidades das futuras gerações.
c) O dever de indenizar por parte do poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, pelos danos diretos ou diretos causados ao meio ambiente.
d) Colocar as questões ambientais no epicentro dos direitos humanos, o meio ambiente é 
onipresente, de forma que uma agressão ao meio ambiente em determinada localidade é capaz 
de trazer reflexos em outras localidades.
e) Aplicar a prevenção e a precaução, ou seja, não deixar de tomar medidas mitigadoras dos 
impactos ambientais, sejam eles já conhecidos pela ciência, sejam eles desconhecidos.
Questão 5
41/347
Gabarito
1. Resposta: C.
Conforme classificação doutrinária 
majoritária, o meio ambiente pode ser 
classificado em natural (ou físico), artificial, 
cultural e do trabalho.
2. Resposta: D.
Os Princípios do Poluidor-pagador, do 
desenvolvimento sustentável, da precaução 
e da solidariedade intergeracional são 
essencialmente do Direito Ambiental. O 
Princípio da anterioridade é do Direito 
Processual, o Princípio do contraditório 
do processo civil, o Princípio da presunção 
de inocência do direito processual penal, 
o Princípio da boa-fé do direito civil e do 
consumidor, o Princípio da igualdade é 
do direito constitucional, os Princípios da 
impessoalidade e moralidade do direito 
administrativo.
3. Resposta: E.
O bem ambiental é caracterizado por ser 
bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, sendo o objeto do 
Direito Ambiental. Trata-se do macrobem 
ambiental que consiste no equilíbrio 
ecológico. As outras respostas se referem 
ao microbem ambiental (fauna, flora, ar, 
água etc.).
4. Resposta: B.
42/347
Gabarito
O Princípio do poluidor-pagador 
caracteriza-se pelos custos desde a 
extração até a venda dos produtos, os 
quais não entram nos custos internos da 
atividade, como por exemplo, a poluição, 
as doenças causadas pela atividade etc. 
Pelo princípio, o poluidor deverá arcar 
com esses custos, ou seja, internalizar as 
externalidades negativas.
5. Resposta: D.
O princípio da ubiquidade é a característica 
do meio ambiente de estar em todos os 
lugares ao mesmo tempo, significando 
que para ele não há fronteiras, como 
por exemplo, no caso da poluição, que é 
transfronteiriça, por vazamento de usina 
nuclear, que pode ocorrer em um país, mas 
seus efeitos serem sentidos em outros. 
43/347
Unidade 2
A Ordem Constitucional do Meio Ambiente
Objetivos
 » Conhecer o Estado Socioambiental e Democrático de 
Direito;
 » Entender o Direito Ambiental como Direito Difuso e 
Fundamental;
 » Compreender o art. 225 da Constituição Federal.
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente44/347
Introdução
O ordenamento jurídico se estrutura de forma piramidal. A Constituição Federal situa-se 
na cúspide da pirâmide, vale dizer, está acima de toda a legislação. Todas as leis, decretos, 
portarias, provimentos, resoluções devem guardar compatibilidade com a constituição e dela 
tiram seu fundamento de validade. 
Nesse sentido, para a adequada intepretação e aplicação de qualquer legislação, inclusive a 
ambiental, imprescindível você conhecer as respectivas regras constitucionais. 
No que tange ao direito ambiental, após a realização da Primeira Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo, no ano de 1972, houve uma crescente tendência 
mundial na positivação constitucional das normas protetivas do meio ambiente. Começarama 
nascer as constituições “verdes” ou o esverdeamento das constituições. 
Em decorrência, passaram a surgir os Estados Ambientais ou os Estados Socioambientais de 
Direito. 
No Brasil, a CF/88 foi a primeira Constituição Brasileira a utilizar expressão “meio ambiente”. 
É a primeira a dispor, em capítulo próprio, sobre a proteção do meio ambiente e dos recursos 
naturais, como objeto de proteção. De fato, ela inovou em relação às Constituições anteriores, 
as quais apenas abordavam os recursos naturais sob o enfoque utilitarista e não protecionista. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente45/347
As disposições sobre meio ambiente na 
CF/88 estão inseridas no Título VIII (Da 
ordem social), Capítulo VI.
A Constituição Federal de 1988 inaugurou 
a fase da constitucionalização da proteção 
ambiental. A inovação trazida por esse 
período diz respeito à centralidade que os 
valores e direitos ecológicos passaram a 
ocupar no ordenamento jurídico brasileiro, 
o que representa uma “virada ecológica” 
de índole jurídico-constitucional. A 
proteção do ambiente – e, portanto, a 
qualidade, o equilíbrio e a segurança 
ambiental – passam a integrar a nossa 
estrutura normativa constitucional e, com 
isso, a assegurar um novo fundamento 
para toda a ordem jurídica interna. A 
consagração do objetivo e dos deveres 
de proteção ambiental e cargo do Estado 
brasileiro (em relação a todos os entes 
federados) e, sobretudo, a atribuição 
de status jurídico-constitucional de 
direito-dever fundamental ao ambiente 
ecologicamente equilibrado colocam os 
valores ecológicos no “coração” do Direito 
Brasileiro, influenciando todos os ramos 
jurídicos, inclusive a ponto de implicar 
limites a outros direitos (fundamentais ou 
não). Alinha-se a isso tudo também uma 
nova dimensão ecológica na conformação 
do conteúdo normativo do princípio da 
dignidade da pessoa humana (SARLET. Ingo 
Wolfgang. Direito ambiental: introdução, 
fundamentos e teoria geral. Tiago 
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014).
Dessa forma, ficou consagrada a proteção 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente46/347
ambiental como um dos objetivos ou tarefas fundamentais do Estado Socioambiental de 
Direito. 
É na Constituição Federal que se encontram enraizados os princípios fundamentais do Direito 
Ambiental, os quais se projetam para todo o ordenamento jurídico, que lhe deve obediência 
direta. 
Toda e qualquer norma que vise à tutela do entorno deve ser interpretada e aplicada de acordo 
com os valores constitucionais ambientais, possibilitando-se a existência de um sistema 
uniforme de proteção ao meio ambiente.
Com a CF/88 é que o direito ambiental se consolidou definitivamente como ciência autônoma. 
 
Para saber mais
A proteção direta do meio ambiente encontra-se em um único artigo, com seus 
parágrafos e incisos, na Constituição Federal (art. 225). A proteção indireta ou mediata 
do meio ambiente na Constituição Federal pode ser encontrada nos arts. 20, X; 23, VI; 24, 
VI e VIII; 129, III; 170, VI; 174, §3º; 182; 184; 186, II; 200, VIII; 216; 220, §3º.
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente47/347
1. Direito ambiental como direi-
to difuso e fundamental 
O direito ambiental faz parte da 3ª 
Dimensão dos Direitos Fundamentais, 
integrando os Direitos Difusos 
(transindividual, indivisível, titulares 
indeterminados ou indetermináveis ligados 
por circunstância de fato) e de aplicação 
imediata. 
Trata-se de um dos mais importantes 
direitos fundamentais, intrinsecamente 
vinculado ao direito à vida.
Lembre-se que os direitos fundamentais 
não são apenas aqueles previstos no art. 
5º da Constituição Federal. Todos aqueles 
que repercutirem na estrutura básica do 
Estado e da Sociedade, caracterizando a 
chamada fundamentabilidade material, 
são direitos fundamentais. O art. 5º, 
§2º, da Constituição Federal, institui um 
sistema constitucional aberto de direitos 
fundamentais em sentido material. 
O meio ambiente foi reconhecido como 
direito fundamental na Conferência 
das Nações Unidas pelo Meio Ambiente 
de 1972 (Princípio 1) e reafirmado na 
Declaração do Rio de 1992 (Princípio 1), 
bem como em 1997, pela Carta da Terra 
(Princípio 4).
Como o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é direito fundamental, todos os 
princípios, atributos, prerrogativas são dos 
direitos fundamentais são a ele aplicados, 
como por exemplo, o instituto da cláusula 
pétrea (art. 60, IV, da CF), o princípio da 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente48/347
vedação de retrocesso e a eficácia horizontal, gozando dos atributos da indisponibilidade, 
inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e imprescritibilidade. 
 
Para saber mais
“O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade 
hermenêutica, também está protegido pelo manto a imprescritibilidade, por se 
tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, 
independentemente de estar expresso ou não em texto legal. No conflito entre 
estabelecer um prazo prescricional em favor do causador do dano ambiental, a fim de lhe 
atribuir segurança jurídica e estabilidade com natureza eminentemente privada, e tutelar 
de forma mais benéfica bem jurídico coletivo, indisponível, fundamental, que antecede 
todos os demais direitos – pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer 
– o último prevalece, por óbvio, concluindo pela imprescritibilidade do direito à reparação 
do dano ambiental” (REsp 1.120.117-AC, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 10.11.09).
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente49/347
2. O art. 225
O art. 225 da Constituição Federal divide-se em três conjuntos de normas: 
a) norma-princípio ou norma-matriz (caput);
b) instrumentos de garantia da efetividade do caput (§1º); 
c) determinações particulares (demais parágrafos). 
2.1 NORMA-PRINCÍPIO OU NORMA-MATRIZ
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Existem na Constituição Federal dois objetos de tutela ambiental: um imediato, que é a 
qualidade do meio ambiente, e outro mediato, que é a saúde, o bem-estar e a segurança da 
população, que vem sintetizado na expressão da sadia qualidade de vida. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente50/347
TODOS TÊM
O Direito ao Meio Ambiente é de cada um, independentemente de qualquer condição ou 
qualificação, não se excluindo quem quer que seja. Trata-se de direito público subjetivo, 
oponível contra todos (erga omnes) e não somente contra o Estado, aplicando-se a eficácia 
horizontal e vertical dos direitos fundamentais.
O alcance constitucional do termo “todos” é controverso; se a qualquer pessoa, brasileiro ou 
estrangeiro residente no País ou a qualquer ser vivo, humano ou não.
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO
É o macrobem ambiental, o qual passou a receber tutela jurídica imediata e autônoma, pelo 
valor que representa em si mesmo e para todas as formas de vida. É o bem ambiental. 
Equilíbrio ecológico é o estado de equilíbrio entre os diversos fatores que formam um 
ecossistema ou habitat, suas cadeias tróficas, vegetação, clima, microrganismos, solo, ar, água, 
que pode ser desestabilizado pela ação humana, seja por poluição ambiental, por eliminação ou 
introdução de espécies animais e vegetais. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente51/347
A Constituição Federal revela a essencialidade do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
BEM DE USO COMUM DO POVO
É um bem autônomo que não pertence ao domínio público ou privado, sendo insuscetível de 
apropriação, cabendoao Poder Público não a sua propriedade, mas sim o dever fundamental de 
gerenciá-los, sendo responsável por sua administração e por zelar pela sua adequada utilização 
e preservação, em benefício de toda a sociedade, presente e futura.
O conceito de bem de uso comum do povo não se limita àquele do direito administrativo, mas 
sim o amplia. 
Ao atribuir a característica de “bem de uso comum do povo” ao meio ambiente, teve o 
legislador o intuito de reforçar a ideia de interesse transindividual no meio ambiente saudável, 
tendo em vista a titularidade coletiva dos bens naturais.
ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE VIDA
O constituinte associou o meio ambiente à sadia qualidade de vida. Diz respeito à estrutura 
finalística do direito ambiental. Ter uma sadia qualidade de vida é ter um meio ambiente não 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente52/347
poluído. O constituinte foi além do direito à vida.
É na somatória desses dois aspectos – bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida – que se estrutura constitucionalmente o bem ambiental. 
PODER PÚBLICO E A COLETIVIDADE
Poder público se refere às três funções do art. 2º da Constituição Federal: legislativo, 
executivo e judiciário, em todas esferas e níveis, vale dizer, federal, estadual, municipal e 
distrital. Compete ao Poder Público garantir a incolumidade do meio ambiente e, no caso de 
degradação, recuperá-lo.
O termo “coletividade” abrange as ONGs e as organizações da sociedade civil de interesse 
público e também cada pessoa. Não é papel isolado de o Estado cuidar sozinho do meio 
ambiente, pois não pode ser eficientemente executada a tarefa sem cooperação do corpo 
social. 
Trata-se do gerenciamento compartilhado, democrático, com a participação da coletividade 
em todos os órgãos públicos que administrem ou sejam responsáveis por recursos ambientais.
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente53/347
PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES
Consagra o Princípio da solidariedade intergeracional e a ética entre as gerações. 
Veicula a responsabilidade entre as gerações. A Constituição Federal criou um sujeito de 
direitos que ainda não nasceu: as gerações vindouras. Protege-se não apenas a vida atual, mas 
também condições de vida e dignidade das próximas gerações. 
Assim, deve-se atender as necessidades das presentes gerações sem privar as futuras das suas 
parcelas dos recursos ambientais, a fim de manter a sua liberdade de escolha e deliberação 
quanto à utilização dos recursos ambientais. 
2.2 Instrumentos de garantia de efetividade
Para efetivação do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o §1º do art. 225 
previu uma série de instrumentos e deveres fundamentais, que são impostos ao Poder Público. 
São deveres gerais de proteção ambiental impostos ao Estado. Trata-se de rol exemplificativo. 
Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas (art. 225, §1º, I).
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente54/347
Regulamentado pela Lei 9.985/2000 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza). 
Tais processos tutelados no âmbito constitucional são aqueles essenciais à sobrevivência 
da biodiversidade, a qual sustenta e viabiliza a vida, concepção que ultrapassa a fórmula 
tradicional da sobrevivência apenas do homem. 
Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético (art. 225, §1º, II). 
Regulamentado pela Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) e pela Lei 9.985/2000 (Lei do 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza),
Entende-se por patrimônio genético o conjunto de material genético, aí compreendido todo 
o material de origem vegetal, animal, microbiana ou outra que contenha unidades funcionais 
de hereditariedade, com valor real ou potencial, que possa ser importante para as gerações 
presentes e futuras (Paulo Affonso Leme Machado).
A Medida Provisória n. 2.186-16/2001 define patrimônio genético: é qualquer informação 
de origem genética contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, fúngica, 
microbiana ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente55/347
desses seres vivos e de extratos obtidos a partir deles, vivos ou mortos, encontrados em 
condições in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em condições ex situ, desde que 
coletados in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica 
exclusiva”. 
Link
Alimentos transgênicos: <http://www.greenpeace.org/brasil/
transgenicos/>. Acesso em 22 JUL. 2015.
Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais especialmente protegidos 
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção (art. 225, §1º, III). 
Foi regulamentado pela Lei 9.985/2000 que criou o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza. 
São espaços (ou bolsões) que podem ser pequenas ou enormes áreas, reconhecidos e 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente56/347
delimitados pelo Poder Público como merecedores de especial proteção, em razão da 
importância ecológica que possuem e em função de seus atributos ambientais relevantes, 
devendo assegurar sua relativa imodificabilidade ou sua utilização sustentável. Não se protege 
um ou outro atributo, mas todos ao mesmo tempo e em conjunto.
Integram o conceito, as unidades de conservação, as áreas de preservação permanente, 
a reserva legal, bem como o tombamento ambiental, a servidão ambiental e outras áreas 
ambientalmente protegidas. 
Poderão essas áreas ser criadas por lei, decreto, portaria ou resolução, mas somente poderão 
ser desafetadas, reduzidas os seus limites (alteração) ou a sua supressão total por meio de lei 
específica. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente57/347
Os órgãos ambientais devem exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade (art. 225, §1º, IV). 
Regulamentado pelas Resoluções CONAMA ns. 1/86 e 237/97.
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA ou EIA) é uma modalidade de Avaliação de 
 
Para saber mais
O inciso foi objeto de apreciação pelo STF na ADIn 3.540 (j. 1.0.2005), decidindo-se que 
somente a alteração e supressão do regime jurídico vinculam-se à reserva de lei em 
sentido formal, ao passo que a execução de obras ou serviços depende exclusivamente 
de procedimento administrativo próprio. Assim, é possível a supressão de árvores ou 
mesmo o licenciamento de atividades e obras em um espaço ambientalmente protegido 
sem a necessidade de lei em sentido formal, bastando um procedimento administrativo 
próprio. Com esse julgamento, houve diminuição do alcance da proteção dos espaços 
territoriais a serem protegidos, pois o Poder Executivo passou a ter o controle 
praticamente exclusivo da vida e da morte dos parques, reservas biológicas e áreas de 
preservação permanente. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente58/347
Impacto Ambiental (AIA).
Busca efetivar os Princípios da prevenção e 
da precaução.
O EPIA é sempre prévio à localização, 
instalação e operação do empreendimento, 
atividade e é realizado para subsidiar o 
procedimento de licenciamento ambiental 
de atividades consideradas efetiva ou 
potencialmente causadoras de significativa 
degradação do meio ambiente. A partir 
de seus resultados, pode o Poder Público 
autorizar (com limites e exigências)ou 
rejeitar o empreendimento. 
Não é possível a dispensa do EPIA pelo 
órgão ambiental quando se tratar de 
significativo impacto ambiental, devendo 
ser exigido sem qualquer exceção, não 
se tratando de discricionariedade da 
Administração. O EPIA é inexigível quando 
se tratar de empreendimento que não 
cause significativa degradação ambiental, 
submetendo-se o empreendedor a outros 
estudos ambientais mais simplificados. 
Trata-se de procedimento público, vale 
dizer, todo o conteúdo do EPIA é acessível 
ao público. Não basta deixar o estudo 
à disposição do público, devendo-se 
publicar o EPIA em órgão de comunicação, 
com o objetivo de se possibilitar aos 
interessados que tomem as providências 
administrativas/judiciais nos casos de 
irregularidade no licenciamento de 
atividades com significativo potencial 
degradador. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente59/347
Controle da produção, da comercialização, de técnicas, de métodos e de substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (art. 225, §1º, V).
Trata-se da gestão dos riscos em matéria ambiental.
É exercido por meio do Poder de Polícia, pelo Poder Público, o qual deverá fiscalizar e orientar 
quanto aos limites da exploração e utilização dos recursos ambientais. 
O Poder Público deve controlar a produção, comercialização, o emprego de técnicas e 
destinação de resíduos sólidos, gases e efluentes, vale dizer, substâncias que comportem risco 
para a vida, a qualidade de vida, saúde, a segurança e o meio ambiente, oriundos das atividades 
e empreendimentos, públicos ou privados.
 
Para saber mais
Para saber mais: o STF já declarou a inconstitucionalidade de artigo da Constituição 
Estadual do Estado de Santa Catarina que dispensava a realização do EIA no caso de 
florestamento ou reflorestamento para fins empresariais (STF, Pleno, ADI 1086/SC, j. 
10.8.01, Rel. Min. Ilmar Galvão). 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente60/347
É obrigação do Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino 
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (art. 225, §1º, VI).
Dispositivo regulamentado pela Lei 9.795/1999.
Trata-se de um dos grandes instrumentos para esclarecer e envolver a comunidade no processo 
de responsabilidade com o meio ambiente, com a finalidade de desenvolver a percepção e a 
consciência da necessidade de defender e proteger o meio ambiente.
A educação ambiental é concebida como um conjunto de processos por meio dos quais o 
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente. 
A educação deve ser desenvolvida nos aspectos formal e informal.
Impõe-se ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais à crueldade (art. 225, §1º, VII). 
Dispositivo regulamentado pela Lei 9.605/98 (Lei de crimes ambientais) e pela Lei 11.794/08 
(Lei que regula a Utilização de Animais para fins Científicos e Educacionais).
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente61/347
A Constituição Federal ressaltou o papel desempenhado pelos animais e plantas na 
manutenção do equilíbrio ecológico, bem como o bem-estar dos animais. 
Os principais fatores que contribuem para a perda da biodiversidade e alteração dos serviços 
ambientais são: alteração e fragmentação nos hábitats, mudanças climáticas, espécies 
exóticas invasoras, superexploração, desmatamento e poluição.
 
Para saber mais
em relação à crueldade contra os animais, trata-se de abordagem recorrente no STF, 
que de forma reiterada tem declarado a inconstitucionalidade de leis estaduais que 
franqueiam a realização das brigas e rinhas de galo (ADI 1856 MC/RJ, j. 26.5.11) ou a 
farra do boi (RE 153.531 do STF). Encontra punição penal no art. 32 da Lei 9605/98. Por 
outro lado, o STF já decidiu mais de uma vez que a vedação à crueldade contra os animais 
tem aplicabilidade imediata, independentemente de lei regulamentadora (ADI 1.856 e RE 
15.3531).
O texto constitucional fala em “prática”, o que quer dizer que há atos cruéis que acabam 
tornando-se hábitos, muitas vezes chamados erroneamente de manifestações culturais. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente62/347
Interpretação da expressão “na forma da lei”: a norma constitucional não fica inerte, sem 
aplicação, se a legislação infraconstitucional não lhe der forma. Toda norma constitucional 
possui alguma forma de eficácia. Omitindo-se o legislador ou o administrador público, aplica-
se o comando constitucional, que é autoaplicável. 
Ao vedar a extinção de espécies ou submissão dos animais à crueldade, sinaliza-se o 
reconhecimento, por parte do constituinte, o valor intrínseco de outras formas de vida, vale 
dizer, não humanas, protegendo-as, inclusive, contra a ação humana, o que revela que não se 
está buscando proteger apenas o ser humano. O constituinte revelou uma preocupação com o 
bem-estar dos animais não humanos e a refutação de uma visão meramente instrumental da 
vida animal. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente63/347
2.3 Determinações particulares
Aquele que explorar recursos minerais 
fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão 
público competente, na forma da lei (art. 
225, §2º). 
Trata da exploração de recursos minerais e 
recuperação do ambiente degradado
As atividades de exploração mineral 
constituem uma das mais significativas 
Link
Análise do projeto de Lei Estadual no 992, de 2011, o qual proíbe o uso e o 
sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos no Estado de São Paulo 
<http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/FMUD/article/
view/248>
“Terráqueos”. 
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=wZHOW-HwLmQ>
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente64/347
intervenções no meio ambiente, com alto 
grau de degradação. 
A recuperação do meio ambiente passou, 
constitucionalmente, a fazer parte do 
processo de exploração de recursos 
minerais. Nenhum órgão público poderá 
autorizar qualquer pesquisa ou lavra 
mineral em que não esteja prevista a 
recuperação ambiental. 
As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, 
a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados (art. 225, §3º).
Dispositivo regulamentado pela Lei 
6.938/81 e pela Lei 9.605/98.
Trata da tripla responsabilidade em matéria 
ambiental: civil, penal e administrativa, as 
quais são independentes e autônomas as 
respectivas sanções. 
A preocupação ambiental é 
essencialmente preventiva, já que os danos 
ambientais são, em regra, praticamente 
irreversíveis. 
No que se refere à responsabilidade penal, 
inovou a constituição com a possibilidade 
de responsabilização penal de pessoa 
jurídica. 
A Floresta Amazônica brasileira, a Mata 
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal 
Mato-Grossense e a Zona Costeira são 
patrimônio nacional, e sua utilização 
far-se-á, na forma da lei, dentro de 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente65/347
condições que assegurem a preservação 
do meio ambiente, inclusive quanto ao 
uso dos recursos naturais (art. 225, §4º).
Regulamentado pela Lei 11.428/06 que 
dispõe sobre a utilização e proteção da 
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica 
e pela Lei 7.661/88 que institui o Plano 
Nacional de Gerenciamento Costeiro.
Trata dos grandes biomas brasileiros
São áreas frágeis e possuidoras de 
expressiva diversidade biológica. Trata-
se de proteção genérica, inclusivepara a 
defesa de interesses do Brasil diante de 
ingerências estrangeiras, visando a impedir 
a internacionalização da Amazônia ou 
qualquer outra área protegida. 
A crítica apresentada é que o legislador 
constituinte não inseriu outros biomas 
igualmente importantes, como os campos 
sulinos (pampas), a caatinga e o cerrado 
e por isso o art. 225, §4º não torna 
permissiva a legislação ambiental nas 
áreas não contempladas no texto. 
O enquadramento como patrimônio 
nacional não significou que esses 
biomas foram convertidos em bens da 
União. Representa uma qualificadora 
da importância dessas áreas, com a 
imposição de regime especial de proteção, 
permanecendo sob domínio privado as 
áreas particulares. 
São indisponíveis as terras devolutas 
ou arrecadadas pelo Estado, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção 
dos ecossistemas naturais (art. 225, §5º, 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente66/347
da CF)
Trata da indisponibilidade de terras 
devolutas ou arrecadadas pelos Estados
Terras devolutas são as terras que não se 
incorporaram legitimamente ao domínio 
particular, bem como as já incorporadas 
ao patrimônio público, mas não afetadas a 
qualquer uso público. 
As terras devolutas destinadas à 
conservação da natureza, indispensáveis à 
preservação ambiental, são bens da União 
(art. 20, II, Constituição Federal), e podem 
ser classificadas como bens públicos de uso 
especial, por possuírem destinação pública 
específica, qual seja, a proteção dos 
ecossistemas naturais. São bens públicos 
indisponíveis, por se tratar de bem público 
afetado a uma destinação pública. 
O dispositivo constitucional tornou 
indisponíveis as terras devolutas 
necessárias à proteção dos ecossistemas 
naturais. Da mesma forma, são 
indisponíveis as terras arrecadadas 
com a mesma importância na proteção 
ambiental. 
As usinas que operem com reator nuclear 
deverão ter sua localização definida em 
lei federal, sem o que não poderão ser 
instaladas (art. 225, §6º).
Trata das usinas nucleares
A instalação de usina nuclear representa 
sempre enorme risco a todas as formas 
de vida. Dessa forma, o local onde será 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente67/347
instalada uma usina nuclear é problema que interessa a toda a sociedade brasileira. 
Contudo, não representa o único requisito. É necessário, para instalação e operação de usina 
com reator nuclear, licenciamento ambiental, com realização de Estudo Prévio de Impacto 
Ambiental, entre outras medidas.
Não é possível qualquer atividade nuclear militar.
Link
A sociedade de risco e o desenvolvimento sustentável: desafios à gestão 
ambiental no Brasil: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/
revistaceaju/article/view/3063>. Acesso em 22 jul. 2015.
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente68/347
Glossário
Preservar: consiste no conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visam à 
proteção, a longo prazo, das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos 
processos ecológicos, prevenindo a degradação dos sistemas naturais (art. 2º, V, da Lei n. 
9.985/2000).
Restaurar: consiste na restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre 
degradada o mais próximo possível de sua condição original (art. 2º, XIV, da Lei n. 
9985/2000). Trata-se de uma dinâmica de restabelecimento; traduz a ideia de reencontrar 
a dinâmica que existia anteriormente.
Processos ecológicos: consiste no conjunto de atos que tipificam os fenômenos 
ecológicos que sejam essenciais para a manutenção da vida e do ambiente. 
Processos ecológicos essenciais: visa à proteção dos processos vitais que tornam 
possíveis as inter-relações entre os seres vivos e o meio ambiente. Ex.: proteção das 
cadeias alimentares, dos ciclos das águas, do carbono, do oxigênio, do hidrogênio, do 
nitrogênio, dos minerais, a produção de alimentos, de energia e de materiais orgânicos, 
inorgânicos e sintéticos. A CF é clara no sentido de que todos os processos ecológicos de 
qualquer ambiente e qualquer ecossistema devem ser preservados e restaurados. 
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente69/347
Glossário
Manejo ecológico: consiste em todo e qualquer procedimento que vise a assegurar a 
conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas (art. 2º, VIII, da Lei 9.985/2000). 
Utilização, administração, gerenciamento dos recursos naturais pelo homem, preservando 
a integridade dos ecossistemas, com redução da interferência do homem nos mecanismos 
de autorregulamentação dos seres vivos e do meio físico. Manejo das espécies e dos 
ecossistemas consiste na gestão, pelo Poder Público, da biodiversidade, ou seja, da 
variabilidade de organismos vivos de todas as origens. Deve ser empregado tanto sob 
uma perspectiva individual (envolvendo uma espécie) como sob uma perspectiva global 
(envolvendo todo um ecossistema). 
Ecossistema: é o conjunto de comunidades que vivem e interagem entre si com os fatores 
abióticos em uma determinada região.
Questão
reflexão
?
para
70/305
Como você aprendeu, o Direito Constitucional 
Ambiental é o fundamento de validade de toda 
a legislação infraconstitucional. Com base nesse 
arcabouço constitucional ambiental e no conceito 
de especismo, reflita sobre a utilização de animais 
para fins científicos e educativos e fundamente seu 
entendimento sobre o assunto. 
71/347
Considerações Finais
 » A partir a Constituição Federal de 1988, o Estado Brasileiro passou a ser 
caracterizado como Estado Socioambiental e Democrático de Direito, pois 
incorporou os valores ecológicos, os quais incidem sobre toda a legislação 
brasileira seja ela ambiental ou não;
 » Considerando que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é 
direito fundamental (de 3ª dimensão – direitos difusos), ele incorpora todas 
as características dos direitos fundamentais com ele compatíveis, como, por 
exemplo, a vedação de retrocesso e a eficácia vertical e horizontal;
 » O art. 225 da Constituição Federal consiste na proteção direta do meio ambiente. 
É dividido doutrinariamente em três partes: a regra-matriz (caput do 225); os 
instrumentos de garantia de efetividade do caput (incisos do parágrafo 1º); as 
determinações particulares (demais parágrafos);
 » A regra-matriz e mais importante do direito ambiental é a seguinte: todos têm 
72/347
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações.
Unidade 2 • A Ordem Constitucional do Meio Ambiente73/347
Referências 
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 14ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 17ª ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Malheiros, 2009.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito ambiental: introdução, fundamentos e teoria geral. Tiago 
Fensterseifer. São Paulo: Saraiva, 2014.
SARLET. Ingo Wolfgang. Direito constitucional ambiental. Constituição, direitos fundamentais e 
proteção do ambiente. Tiago Fensterseifer. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SINGER, Peter. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 4ª ed. Salvador: Juspodium, 2014.
74/347
Aula 2 - Tema: A Ordem Constitucional
do Meio Ambiente – Bloco I 
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
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1d/048a575818a8204f946436e193d2937c>.
Aula 2 - Tema: A Ordem Constitucional
do Meio Ambiente – Bloco II
Disponívelem: <http://fast.player.liquidplatform.com/
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e101f5fad44bf4c00cefdcb1e7de6667>. 
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75/347
1. Assinale a alternativa correta acerca dos fundamentos do Direito 
Ambiental.
a) O meio ambiente pode ter um significado de macrobem como um direito fundamental do 
homem, transformando-se em bem de interesse difuso, cuja proteção jurídica pertence a toda 
coletividade.
b) O meio ambiente pode ter uma concepção de macrobem, relativamente à propriedade e a 
outros interesses a esta subjacentes, podendo pertencer ao setor público ou privado, inclusive à 
pessoa física ou jurídica.
c) O macrobem, sendo direito fundamental e intercomunitário, é disponível, embora deva 
ser preservado para as gerações presentes e futuras, bem como para todos, na forma da 
Constituição.
d) O macrobem ambiental é incorpóreo e imaterial e, em consequência, suscetível de 
apropriação exclusiva, pois divisível.
e) O uso dos recursos naturais sempre deve ser gratuito. Como se trata de bem indisponível, 
nunca podem levar à cobrança do uso dos recursos naturais.
Questão 1
76/347
2. A Constituição Federal/88 assevera que “todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida”. A esse respeito, é correto inferir que a 
concepção constitucional sobre meio ambiente é:
a) holística
b) panteísta
c) pragmática
d) antropocêntrica alargado
e) antropocêntrico clássico
Questão 2
77/347
3. Em decorrência de se considerar o direito ambiental como direito 
fundamental, goza dos atributos da:
a) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e 
prescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
b) disponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e 
prescritibilidade, não incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
c) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e 
imprescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
d) indisponibilidade, inalienabilidade, impenhorabilidade, renunciabilidade e 
imprescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso. ´
e) indisponibilidade, alienabilidade, impenhorabilidade, irrenunciabilidade e 
prescritibilidade, incidindo o princípio da vedação de retrocesso.
Questão 3
78/347
4. De acordo com as normas constitucionais e legais vigentes sobre a 
matéria, o EPIA apenas é obrigatório
a) se houver possibilidade de significativa degradação ao meio ambiente, caso em que 
deverá ser dada publicidade ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
b) se houver possibilidade de significativa degradação ao meio ambiente, sendo opcional a 
publicidade do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
c) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras, ainda que a degradação não seja significativa, devendo haver publicidade do 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
d) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras, devendo ser público o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA).
e) nos casos em que as obras e atividades sejam consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras, cabendo ao órgão licenciador definir, discricionariamente, se o Estudo de Impacto 
Ambiental (EPIA) é público ou não.
Questão 4
79/347
5.Assinale a alternativa correta quanto ao direito constitucional ambiental.
a) não é possível a responsabilização criminal da pessoa jurídica 
b) o dever fundamental de proteção e defesa do meio ambiente cabe somente ao Poder 
Público
c) a defesa e proteção do meio ambiente se fazem não somente para a presente geração, 
mas também para as futuras gerações
d) é proibido o funcionamento de usinas nucleares
e) nas atividades minerárias, dependendo do grau de impacto, poderá ser dispensada a 
recuperação da área degradada.
Questão 5
80/347
Gabarito
1. Resposta: A.
O marcobem ambiental, que corresponde 
ao equilíbrio ambiental, o todo, 
consistindo no bem ambiental é indivisível 
e indisponível. O equilíbrio ecológico 
(marcobem ambiental) é composto por 
elementos bióticos e abióticos (microbens 
ambientais) em interação. Essas partes 
(os microbens ambientais) são divisíveis e 
disponíveis, podendo haver cobrança em 
sua utilização. 
2. Resposta: D.
O art. 225 da CF tem fundamento 
antropocêntrico alargado, pois, embora 
colocando o ser humano como o centro 
dos interesses trata da proteção jurídica 
dos não humanos como valor intrínseco, 
como, por exemplo, no parágrafo 1º, VII, 
o qual veda a crueldade contra animais 
independentemente de existir interesse 
humano.
3. Resposta: C.
Como o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado é direito 
fundamental, todos os atributos 
deste valem para aquele, vale dizer a 
indisponibilidade, inalienabilidade, 
impenhorabilidade, irrenunciabilidade e 
imprescritibilidade, incidindo o princípio da 
vedação de retrocesso.
81/347
4. Resposta: A.
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental 
(EPIA) é obrigatório sempre que houver 
possiblidade de significativo impacto 
ambiental da obra, atividade ou 
empreendimento, devendo-se, em regra, 
dar a ele a devida publicidade.
5. Resposta: C.
A ética intergeracional impõe que 
a preservação e defesa do meio 
ambiente também se façam para 
as próximas gerações, conforme 
constou expressamente no Relatório 
Brundtland de 1987 (Nosso Futuro 
Gabarito
Comum). É expressamente prevista a 
responsabilização criminal da pessoa 
jurídica. O dever fundamental de proteção 
e defesa do meio ambiente cabe ao Poder 
Público e à coletividade. É permitido 
o funcionamento de usinas nucleares, 
contudo sua localização deve ser definida 
em lei federal, sem o que não poderão 
ser instaladas. Nas atividades minerárias, 
independentemente do grau de impacto, 
sempre será obrigatória a recuperação do 
meio ambiente degradado.
82/347
Unidade 3
Competências Constitucionais em Matéria Ambiental
Objetivos
 » Entender os critérios de definição da competência constitucional 
ambiental;
 » Compreender o sistema de repartição de competências 
constitucionais ambientais;
 » Conhecer os critérios para resolução dos conflitos entre normas 
constitucionais ambientais;
 » O reconhecimento da competência legislativa concorrente do 
Município com base na interpretação sistemática dos arts. 18, 24, 
VI, VII e VIII, e 30, I e II, da CF.
Unidade 3 • Competências Constitucionais em Matéria Ambiental83/347
Introdução
Existem regras de competência ambiental 
na Constituição Federal e na legislação 
infraconstitucional. 
Contudo, a legislação que trata da 
competência é extremamente complexa e 
confusa, apta a gerar conflitos e dúvida na 
aplicação das respectivas normas.
Esse emaranhado de normas prejudica a 
adequada defesa do meio ambiente, pois 
ante o excesso de normas a tendência não 
é a obtenção de mais efetividade (como 
por exemplo, no caso de competência 
atribuída a vários entes), a tendência não 
é todos abraçarem a competência para 
aplicar a legislação constitucional, mas 
sim é que cada ente competente espere 
que o outro ente cumpra sua atribuição, 
omitindo-se cada qual na aplicação de 
sua atribuição. Visando resolver essa 
situação, ou ao menos amenizá-la, foi 
editada a Lei Complementar 140/11, a 
qual fixa normas, nos termos dos incisos 
III, VI e VII do caput e do parágrafo único 
do art. 23 da Constituição Federal, para a 
cooperação entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios nas ações 
administrativas decorrentes do exercício 
da competência comum relativas à 
proteção das paisagens naturais notáveis,

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