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(Petição Inicial) Ação de Danos Morais e Materiais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS. 
 
 
 
 
 Chapeuzinho Vermelho, brasileira, solteira, autônoma, portadora da carteira de 
identidade RG n° 212223-4 e inscrito no CPF/MF sob n° 000.123.345-67, residente e 
domiciliada na Rua Sem Saída, 100, Jardim, 55667-00, Manaus, Amazonas, por seu advogado 
que esta subscreve, constituído na forma do incluso instrumento de mandato, vem, a presença de 
Vossa Excelência, propor a presente. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS 
Em face de Lobo Mau, brasileiro, casado, autônomo, portador da carteira de identidade RG nº 
657788-1 e inscrito no CPF/MF sob nº 350.982.991-42, residente e domiciliado na Rua 
Floresta, 500, Beira Mar, consubstanciado nos motivos fáticos e de direito a seguir aduzido: 
DOS FATOS 
A autora foi até a casa de sua avó, entregar biscoitos como sua mãe lhe havia ordenado no dia 
em questão. 
Durante o percurso chapeuzinho Vermelho se encontrou com Lobo Mau, este passando se como 
uma pessoa confiável, conseguiu extrair informações da localização do destino da autora. 
Depois disto Lobo Mau se despediu de Chapeuzinho Vermelho e a mesma continuou se 
caminho. 
Chegando ao seu destino a autora encontra sua avó, entretanto nota traços atípicos na forma 
física fazendo a se questionar a saúde de sua avó. 
Ao indagar junto sua suposta vovó o motivo de seu corpo apresentar anomalias. Lobo Mau 
então disfarçado de parente da autora surpreendeu Chapeuzinho, pois o mesmo se encaminhava 
em sua direção de forma assustadora. 
Ocorreu que por coincidência passava um caçador pelas redondezas e após ouvir os gritos da 
autora, este prestou auxilio capturando o impostor. 
Traumatizada, a autora não conseguiu entregar os biscoitos pois foram perdidos durante o 
tumulto da ocasião. 
Toda esta narrativa de fatos objetiva dar a perfeita interação sobre o ocorrido, que pode ser 
sintetizado nos seguintes termos: ficou claro que o réu, agiu de má índole causando de forma 
ilícita danos para a autora do caso, que devido aos fatos precisa ir semanalmente ao psicólogo 
devido a este ocorrido. 
Assim, nada mais justo, venha a autora requerer judicialmente uma reparação por tal fato. 
DO DIREITO 
Em nosso direito é certa e pacífica a tese de que quando alguém causa dano a outrem, fica 
obrigado a reparar o dano daí decorrente. Basta adentrar na esfera jurídica alheia, para que 
venha certa a responsabilidade civil. 
Há consenso na doutrina e na jurisprudência que o dano moral seria a violação a um dos direitos 
da personalidade previstos no artigo 11º do Código Civil, como por exemplo, a violação do 
direito ao nome, à imagem, a privacidade, à honra, à boa fama, à dignidade. Sendo dever do juiz 
que aprecia o caso concreto verificar cuidadosamente se determinada conduta ilícito doloso ou 
culposo, causou prejuízo moral a alguém, provocando sofrimento psicológico que supere meros 
aborrecimentos da vida cotidiana a que todos nós estamos sujeitos. 
No mesmo entendimento de dano material, temos a definição clara e objetiva que constituem 
prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de alguém. Nos termos do artigo 402º 
do Código Civil, os danos materiais podem ser subclassificados em danos emergentes ou lucros 
cessantes. 
Sendo assim, não há como confundir a reparabilidade do dano material e do dano moral. Na 
primeira busca-se a reparação junto aos danos emergentes, ou seja, o que efetivamente se gastou 
com os tratamentos psicológicos , ao passo que na segunda, a reparação se faz por meio de uma 
compensação ou reparação que satisfaça a autora pelo mal sofrido. 
Pois bem, adentrando na análise legal do tema, inicialmente é oportuno fazer referência à 
Constituição Federal de 1988, que foi muito clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X: 
“X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação". 
No que dispõe o Código Civil Brasileiro, especificamente no seu artigo 186º: 
“186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Sem, também deixarmos claro que o legislador não deixou de pronunciar a garantia de 
reparação por parte daquele que cometeu o ato ilícito vulgo causador do dano. 
Artigo 927º Código Civil: 
“927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo”. 
Responsabilidade Civil – Sílvio De Salvo Venosa 
E, por estarem tais argumentos, cabe lembrar que estão presentes os pressupostos da 
responsabilidade civil deste resultado danoso. 
Pois bem, superada toda essa discussão, nesse momento é imprescindível a discussão a respeito 
de outro assunto de extrema relevância nesta demanda: o "quantum" a ser fixado. 
Logo de início, é importante considerar que a reparação, na qual se convertem em pecúnia os 
danos morais, devem ter caráter dúplice, ou seja, o que penaliza o ofensor, sancionando-o para 
que não volte a praticar o ato ilícito, bem como o compensatório, para que o ofendido, 
recebendo determinada soma pecuniária, possa amenizar os efeitos decorrentes do ato que foi 
vítima. 
Em sua obra sobre Responsabilidade Civil, Venosa aprofunda sua análise a respeito do tema, 
afirmando que o dano moral estará presente quando uma conduta ilícita causar a determinado 
indivíduo extremo sofrimento psicológico e físico que ultrapasse o razoável ou o mero dissabor, 
sentimentos estes, que muitas vezes podem até mesmo levar à vítima a desenvolver patologias, 
como depressão, síndromes, inibições ou bloqueios. 
Venosa ressalta ainda, que não há critérios objetivos nem mesmo fórmula matemática para a 
fixação de indenização por dano moral, sendo que nem mesmo a própria vítima possui 
condições de avaliar monetariamente o dano moral sofrido. 
Por essa razão, todos os fatos e circunstâncias presentes no caso devem ser levados em 
consideração na apreciação da lide pelo juiz, de modo que possa fixar na sentença um valor que 
se revele suficiente a compensar toda dor e sofrimento enfrentado pela vítima e ao mesmo 
tempo preservar o caráter punitivo pedagógico dessa modalidade de indenização, nunca 
perdendo de vista as condições econômicas e sociais das partes envolvidas (Direito Civil, 
Responsabilidade Civil, 15ª Ed, Atlas, p.54). 
DO PEDIDO 
Posto isso, requer a Vossa Excelência: 
Se digne Vossa Excelência considerar procedente o seu pedido, para o fim de condenar o réu ao 
pagamento de indenização no valor de R$ 30.000,00 (trinta Mil Reais), pelos danos materiais, 
mais o valor a ser arbitrado por Vossa Excelência em salários mínimos referentes ao dano 
moral, bem como das custas processuais e honorários advocatícios, na base de 15% sobre o 
valor da condenação, tudo com a devida atualização. 
Os benefícios da justiça gratuita, previsto na Lei 1.060/50, por ser o autor pessoa pobre na 
acepção jurídica do termo, não podendo arcar com as despesas processuais sem que cause 
prejuízos para sua sobrevivência. 
A parte autora opta pela não realização de audiência de conciliação ou mediação. 
 
DAS PROVAS 
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de testemunhas, bem 
como novas provas, documentais e outras, que eventualmente venham a surgir. 
DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (Cinquenta Mil Reais). 
 
 
 
 
Termos em que 
Pede Deferimento. 
Local, Data. 
Advogado. 
OAB nº

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