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Choque: Síndrome de Insuficiência Circulatória

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CHOQUES 
PROFA. MSC. RAÍSSA PIRES
ENFERMEIRA-DOCENTE
POS-GRADUADA EM GESTÃO EM SAÚDE
DOCENTE DA FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS E CESMAC
O que é choque?
Síndrome caracterizada por 
insuficiência circulatória aguda 
com má distribuição 
generalizada do fluxo 
sanguíneo, que implica 
falência de oferta e/ou 
utilização do oxigênio nos 
tecidos.
Choque
Condição em que a pressão arterial sistêmica é
inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para
sustentar os órgãos vitais e a função celular
Fluxo adequado para os 
tecidos
Bomba cardíaca adequada
Sistema circulatório ou 
vasculatura efetiva
Volume sanguíneo suficiente
Volume sanguíneo circulante
Causa predominante do choque
Estimulação simpática e sistema 
cardiovascular
Débito cardíaco
PA e perfusão tissular
Barorreceptores estimulados
FC e contratilidade
Débito cardíaco PA Retorno venoso
Constrição arteriolar Constrição venosa
FISIOPATOLOGIA 
DO CHOQUE
Estágios do choque
COMPENSATÓRIO
PROGRESSIVO
IRREVERSÍVEL
•PA normal
•Aumento de FC e contratilidade
•DC adequado
•Desvio de sangue para órgãos vitais
•Pele fria e pegajosa
•Diminuição de peristalse e débito urinário
•Alcalose respiratória compensatória
•PAM abaixo dos limites normais (PAS <90 mmHg)
•Aumento da permeabilidade vascular
•SARA ou “pulmão de choque”
•Arritmias e isquemia cardíacas
•IRA
•Distúrbios neurológicos, do TGI, hepáticos, 
hematológicos e etc.
Disfunção orgânica progressiva e 
falência de múltiplos órgão
Inquietude, às vezes ansiedade e temor;
Náuseas, lipotimias;
Astenia e sede intensa.
Sintomas que antecedem o 
choque
hipotensão
taquicardia
pulso fino e taquicárdico
pele fria e pegajosa
sudorese abundante
Mucosas descoradas e 
secas
palidez
cianose
• resfriamento das 
extremidades
• hipotermia
• respiração superficial, 
rápida e irregular
• sede
• náuseas e vômitos
• alterações 
neurossensoriais.
Sinais e sintomas gerais
CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, plasma ou 
líquidos extracelulares;
CHOQUE CARDIOGÊNICO: insuficiência miocárdica ;
CHOQUE DISTRIBUTIVO: diminuição do tônus vascular. 
Dividido em:
◦ CHOQUE NEUROGÊNICO;
◦ CHOQUE ANAFILÁTICO;
◦ CHOQUE SÉPTICO.
CHOQUE OBSTRUTIVO: obstrução mecânica do fluxo 
sanguíneo.
Classificação
Choque 
Hipovolêmico
Choque Hipovolêmico
Caracteriza-se por um volume intravascular
diminuído, em torno de 15 a 25%
FR Internos FR Externos
Hemorragias Trauma
Queimaduras Cirurgia
Ascite Vômitos
Peritonite Diarréia
Desidratação Diabetes insípido
_______ Diurese
Fatores de 
risco para 
Choque 
hipovolêmico
Choque Hipovolêmico
Volume sanguíneo diminuído
Retorno venoso diminuído
Volume sistólico diminuído
Débito cardíaco diminuído
Perfusão tissular diminuída
Fisiopatologia: 
CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
Abordagem Inicial
A e B: Vias aéreas e respiração
C: Circulação e controle da hemorragia
D: Exame Neurológico
E: Exposição
 Colocação de sonda urinária: monitorização 
da perfusão renal, BH
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Circulação e Controle da Hemorragia
Controle da hemorragia externa
Acesso venoso calibroso – dois cateteres
Intravenosos periféricos (mínimo: 16) 
Amostras de sangue para tipagem e prova cruzada, 
exames laboratoriais, estudos toxicológicos, BHCG
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Busca por focos de hemorragia
Raio-X de tórax e pelve
TC
LPD
FAST- Focused Assessment 
with Sonography for Trauma
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Lavado Peritoneal Diagnóstico
Paciente politraumatizado com instabilidade 
hemodinâmica e com exame físico duvidoso
Critérios de positividade:
Saída de mais de 10 ml de sangue na aspiração inicial após a 
abertura do peritônio
Saída de sangue à drenagem do líquido infundido
Mais de 100.000 hemácias por ml ou 500 leucócitos por ml no 
exame de líquido de retorno
Saída de restos alimentares, bile ou material fecal
No intuito de avaliar e monitorar o paciente, foi desenvolvida uma
extensão do protocolo FAST, denominada FAST-Estendido ou EFAST, a
qual amplia a avaliação do paciente antes reservada à parede
abdominal e cardíaca para a cavidade torácica
‘
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
FAST
Choque hipovolêmico
Tratamento:
Restaurar o volume intravascular 
Redistribuir o volume de líquidos
Corrigir a causa subjacente da perda de 
líquidos
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição Líquida Inicial
Tipo de fluido
Quantidade
Tempo de infusão
Objetivos terapêuticos
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição Líquida Inicial
Soluções eletrolíticas isotônicas: Ringer Lactato e 
Solução Salina Fisiológica
REGRA 3:1
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição Líquida Inicial
O volume deve ser administrado tão rapidamente 
quanto possível
1 a 2 litros  adulto
20ml/kg  criança
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição de Sangue
Transfusão sanguínea: perda sanguínea > 30% (III)
Hemocomponentes / hemoderivados – indicados
no caso de choque hemorrágico, finalidade é
aumentar a capacidade de transporte de O2 e corrigir
COAGULOPATIAS
Aquecimento de líquidos (plasma e cristalóides): 39ºC
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição de Sangue
O tempo mínimo para realizar todas as provas necessárias para
liberar um hemocomponente é de 40 minutos
Na transfusão de urgência não é feita a prova de
compatibilidade completa.
Há risco de transfusão não compatível (parcial ou total).
Só se justifica a liberação de sangue sem prova de
compatibilidade em casos de extrema urgência
O médico assistente se responsabiliza assinando o "Termo de
Responsabilidade", assim como o médico do Serviço de
Hemoterapia
Liberado sangue "O", quando não se conhece o grupo
sanguíneo do paciente
Rh negativo para meninas e mulheres em idade fértil.
O Serviço de Hemoterapia prossegue com os testes de
compatibilidade
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reposição de Sangue
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Reavaliação da Resposta do Doente
1- Hemorragia contínua
2- Hiperidratação
3- Monitorização da PVC: 
Cateter venoso central
Capacidade das câmaras direitas do
coração de aceitar carga líquida
Decisões sobre administração de
fluidos ou diuréticos
4- Reavaliação Constante
‘
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Cuidados de Enfermagem
Monitoração hemodinâmica e cardíaca do paciente
Administração segura e exata de líquidos e medicamentos 
intravenosos
Proteção da pele
Avaliação da função respiratória
Choque hipovolêmico
Cuidados de Enfermagem:
Monitorar rigorosamente os pacientes em risco de déficits hídricos
(prevenção primária)
Administração segura de líquidos e medicamentos prescritos e registro
Identificar possíveis complicações da reposição hídrica
Posicionamento adequado (Trendelemburg)
Observar os seguintes parâmetros: FC, ritmo cardíaco, pulso, PA, sons
pulmonares e balanço hídrico
Choque Cardiogênico
É a insuficiência aguda 
da perfusão tissular, 
causada pelo 
funcionamento cardíaco 
inadequado ou por 
qualquer causa que leve 
à diminuição do débito 
cardíaco
Choque Cardiogênico
Critérios hemodinâmicos:
Hipotensão contínua (PAS < 90 mmHg/30 min)
Índice cardíaco reduzido (< 2,2 l/min/m²)
Pressão Capilar Pulmonar elevada (> 15 mm Hg)
Choque Cardiogênico
Etiologia:
Infarto ou isquemia extensa do ventrículo direito e/ou 
esquerdo
Ruptura aguda do septo interventricular
Ruptura de papilares ou cordoalhas tendíneas com 
insuficiência mitral grave
Tamponamento cardíaco
Choque Cardiogênico
Fisiopatologia:
Fator etiológico
(ex: IAM)
Necrose/Isquemia do 
miocárdio
Hipotensão
Diminuição do 
débito cardíaco
Diminuição da 
perfusão tissular
Comprome-
timento de 
diversos 
órgãos
Choque Cardiogênico
Diagnóstico
1) Sindrômico
Volume urinário inferior a 20 ml/h
Pele fria e enchimento capilar diminuído
PAS < 90 mmHg
Acidose metabólica
Alterações do estado de consciência (agitação, sonolência, confusão 
e coma)
Pressão capilar pulmonar > 15 mmHg
Índice cardíaco < 2,2L/min/m²
2) Etiológico
Choque Cardiogênico
Tratamento
Manter PA suficiente para assegurar um volume urinário
maior do que 50 ml/h e impedir acidose metabólica
Mantervolemia suficiente para permitir a contratilidade
máxima do miocárdio
Choque Cardiogênico
Prognóstico
Os índices de mortalidade correspondem a 50-60%
Alguns fatores de mau prognóstico incluem baixo
débito cardíaco, pressão em cunha da artéria
pulmonar elevada, idade avançada, oligúria, PA
elevada, taquicardia e história de IAM prévio
Choque Distributivo
Síndrome de 
hipoperfusão
tissular devido aos 
distúrbios do tônus 
e/ou da 
permeabilidade 
vascular, com 
redistribuição do 
fluxo sanguíneo 
visceral
Choque distributivo
Anafilático Séptico Neurogênico
Choque Séptico
Síndrome clínica ocasionada pela presença,
na corrente sanguínea, de microorganismos
ou seus produtos, e que envolve insuficiência
circulatória e perfusão tissular inadequada.
Choque Séptico
Sepse
Sepse Grave
Choque 
Séptico
Resposta 
sistêmica à 
infecção
Disfunção de 
órgãos e 
sistemas
Sepse grave 
associada a 
hipoperfusão tissular
Choque Séptico
Fisiopatologia:
Aumento da 
permeabilidade 
capilar
Resposta imune
Microorganismo nos 
tecidos corporais
Diminuição da 
volemia
Queda do débito cardíaco e da 
perfusão tissular
Liberação de 
mediadores 
bioquímicos
Reação Inflamatória 
Grave
Choque Séptico
Manifestações clínicas
Estágios precoces = Paciente consciente e alerta;
pele quente e ruborizada; pulsos amplos;
hipotensão moderada; débito urinário diminuído;
febre
Podem ser referidos: cefaléia, prostração, mialgia, 
apreensão, agitação e anorexia
Choque Séptico
FASE INICIAL (Choque quente)
Extremidades aquecidas
Diminuição da resistência periférica
DC normal ou elevado
Hiperventilação (alcalose respiratória)
Débito urinário normal
Febre
Choque Séptico
FASE AVANÇADA (Choque frio)
Extremidades frias
DC reduzido
Resistência periférica aumentada
Hipotensão
Acidose metabólica (metabolismo anaeróbio e 
acúmulo de ácido lático)
Choque Séptico
Tratamento
Reconhecimento do agente etiológico  ANTIBIOTICOTERAPIA
Monitoração hemodinâmica
Observar os seguintes parâmetros: nível de consciência, respiração, pulso, cor da 
pele, enchimento capilar, hidratação, PA, PVC, temperatura, diurese
Reposição volêmica com soluções cristalóides
Uso de vasoconstrictores, inotrópicos e vasodilatadores
Choque Séptico
Cuidados de Enfermagem
Monitorar sítios de punção arterial e venosa, incisões cirúrgicas, sondas 
urinárias e feridas traumáticas ou Úlceras de pressão para os sinais de 
infecção
Realizar todos os procedimentos invasivos com técnica asséptica, após 
cuidadosa higienização das mãos
Comunicar alterações da temperatura corporal
Administrar medicamentos com segurança
Choque Anafilático
Reação de hipersensibilidade imediata, em
indivíduos previamente sensibilizados, após
reexposição a antígenos.
Choque Anafilático
Manifestações clínicas
CUTÂNEAS
RESPIRATÓRIAS
VASCULARES
ERITEMA, PRURIDO, 
URTICÁRIA, 
ANGIOEDEMA
ASFIXIA APÓS 
OBSTRUÇÃO DAS VAS 
POR EDEMA E 
BRONCOESPASMO
VASODILATAÇÃO 
GENERALIZADA
Choque Anafilático
Tratamento
Manter VAS permeáveis
Suplementar Oxigênio
Acesso venoso
Monitorização hemodinâmica
Administrar soluções cristalóides
Uso de drogas vasoativas  ADRENALINA
0,3-0,5 ML A CADA 15 OU 20 MIN, SC
0,1 ML+10 ML DE SF 0,9% INFUNDIDA DURANTE 10-15 MIN, EV
Choque Anafilático
Cuidados de Enfermagem
Avaliar e comunicar a existência de alergias ou reações 
prévias aos antígenos
Orientar os pacientes quanto a “carteirinha de identificação de 
alergias”
Avaliar risco para reação alérgica a contrastes administrados 
durante a realização de exames diagnósticos
Choque Neurogênico
Corresponde a 
um desequilíbrio 
do tônus 
vasomotor com 
predomínio de 
vasodilatação e 
hipotensão
Choque Neurogênico
Etiologia
Lesões da medula espinhal
Anestesias peridurais ou raquidianas
Drogas bloqueadoras autônomas
Manifestações clínicas
Diminuição da PA
Extremidades quentes acima da lesão, e frias, abaixo
Tratamento
Infusão de cristalóides para restauração do volume
Tratar a causa primária
Choque Neurogênico
Cuidados de Enfermagem
Imobilização
Aplicar meias de compressão elástica
Administrar heparina de baixo peso molecular, conforme
prescrição, para evitar a formação de trombos
Elevar e manter a cabeceira do leito em 30° para evitar o
choque neurogênico quando o paciente está recebendo
anestesia epidural
Referência Bibliográficas
1. SMELTZER, SC. Brunner/Suddarth: tratado de enfermagem médico 
cirúrgica. 10th ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
2. PORTO, CC. Exame Clínico - Bases para a Prática Médica. 6ª ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2008. 
3. PEDROSA, L. Doenças do coração: diagnóstico e tratamento. 1ª ed. 
Rio de Janeiro: Revinter; 2011.
4. ERAZO, L. Emergências clínicas. Rio de Janeiro; Atheneu, 2009.
Obrigada pela atenção...
Raissa_lp7@Hotmail.com

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