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Apostila de forragicultura

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6 TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
GONÇALVES, L. C. e BORGES, I. 7
TÓPICOS DE FORRAGICULTURA TROPICAL
Prof. Lúcio Carlos Gonçalves
Prof. Iran Borges
Escola de Veterinária
Departamento de Zootecnia
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte
1997
SUMÁRIO
5
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS
CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS
10
ESTUDO DAS GRAMÍNEAS
11
BRACHIARIA DECUMBENS
11
BRACHIARIA HUMIDICOLA
12
BRACHIARIA PLANTAGINEA
13
BRACHIARIA RUZIZIENSIS
13
BRACHIARIA BRIZANTHA
14
BRACHIARIA RADICANS
15
CAPIM TANGOLA
16
CAPIM ANDROPOGON
17
CAPIM GORDURA
18
CAPIM BUFFEL
20
CAPIM JARAGUÁ
21
SETÁRIAS
22
CAPIM ELEFANTE
24
CAPIM ANGOLA
26
CAPIM COLONIÃO
27
CAPIM KIKUIO
29
PASPALUM NOTATUM
31
PASPALUM PLICATULUM
32
CAPIM DE RHODES
33
CANARANA ERETA LISA
34
CANARANA VERDADEIRA
34
CAPIM PANGOLA
35
ESTRELA AFRICANA
36
ESTRELA AFRICANA ROXA
37
COAST-CROSS
37
CAPIM GUATEMALA
39
CAPIM VENEZUELA
40
AVEIA FORRAGEIRA
41
ESTUDO DAS LEGUMINOSAS
43
GUANDU
43
SOJA PERENE
44
SIRATRO
45
CENTROSEMA
46
LEUCENA
47
DESMODUIM UNCINATUM
48
DESDMODIUM INTORTUM
49
DEMODIUM CANUN
50
ESTILOSANTES
51
ALFAFINHA DO NORDESTE
52
KUDZU TROPICAL
53
CALOPOGÔNIO
54
AMENDOIM DE VEADO
54
LAB-LAB
55
MUCUNA PRETA
56
CUNHÃ
57
SOJA ANUAL
58
ALFAFA
59
FORMAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS
61
MANEJO DE PASTAGENS
84
FENO E FENAÇÃO
94
SILAGEM E ENSILAGEM
103
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
118
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS VEGETAIS 
Neste tópico apresentaremos as principais estruturas dos vegetais que serão importantes para a compreensão e o entendimento das particularidades do manejo das principais plantas forrageiras.
A - RAIZ
Função: Fixação, sustentação , absorção e distribuição dos nutrientes.
Características Sem nós e entre nós
Sem folhas e gemas
Funciona também como órgão de reserva
Algumas têm importância econômica - Alimentar e medicinal
 FIG. 1
Categorias: a) Subterrânea: abaixo da superfície do solo
b) Aquática: cresce dentro d’água
c) Aérea: desenvolve sem contato com o solo
d) Adventícia: cresce a partir dos primeiros nós do colmo e se dirigem para o solo. Ex: Milho
Formas: 1) Axial ou Pivotante: raiz principal bem desenvolvida. Característica das dicotiledôneas.
2) Fasciculada ou em Cabeleira: não ocorre distinção entre as raízes. Característica das monocotiledôneas.
3) Tuberosa: acumulam material de reserva. Ex: batata doce, mandioca e cenoura.
B- CAULE
Funções: Produção e suporte de ramos, flores e frutos;
Condução da seiva;
Crescimento e propagação vegetativa;
Os caules fotossíntese e podem são reserva de alimentos.
Tipos:
 Aéreos
Subterranêos
Aquáticos
FIG. 2
Aéreos se dividem em:
 Tronco: lenhoso, resistente, cônico e cilíndrico. Ex: Árvores.
Haste: herbáceo ou fracamente lenhificado, pouco resistente. Ocorre em ervas e sub-arbustos.
Estipe: lenhoso, longo, cilíndrico, em geral não ramificado terminando em folhas. Raramente ocorre em dicotiledôneas. Ex: Mamão, embaúba e palmeira.
Colmo: caule cilíndrico, com nós e entre-nós bem mais curtos, podem ser cheios ou ôcos (fistulados). Ex: caule de gramíneas.
Estolão: enraizamento de pontos em pontos. É um tipo de caule importante em forragicultura. Confere resistência ao pastejo.
Subterrâneos se dividem em:
Rizoma: cresce geralmente horizontalmente no solo, difere das raízes por apresentar nós e entre-nós bem definidos, emitindo brotações de espaço a espaço. Confere grande resistência à planta, além de ser matrial vegetativo.
Ex: Algumas plantas do genero Cynodon (Coast-cross)
Tubérculo: possui gemas. Ex: batata inlgesa e cará-do-ar.
Bulbo: formado por um eixo cônico que constitui o fruto, dotado de gemas envoltas por catáfilos (folhas modificadas). Ex: Jacinto, trevo, lírio,cebola e alho.
Quanto, as formas de crescimento os caules podem ser:
Rasteiro ou prostrado: cresce apoiado à superfície do solo.
Decumbente: parte tem crescimento prostrado, mas as pontas se elevam.
Ascendente: semelhante ao decumbente, com a maior parte do crescimento prostrado.
Ereto ou Cespitoso: cresce mais ou menos perpendicular à superfície do solo. Forma touceiras.
C - FOLHA
Função de realizar fotossíntese (nutrição), respiração e transpiração além da condução e distribuição da seiva.
É um órgão laminar, com simetria bilateral, geralmente de coloração verde e com gemas axilares.
Folha completa contém: Pecíolo: haste sustentadora do limbo;
Limbo: parte laminar e bilateral;
Bainha: parte basilar, abraça o caule; - Nas monocotiledoneas a presença da bainha é a regra nas dicotedoneas é a excessão;
Estípulas: apêndices geralmente laminares e em número de 2 que se formam de cada lado da base foliar.
Folha incompleta pode ser: Séssil ou apeciolada;
Peciolada mas sem bainha;
Folha invaginante: bainha envolve o caule em grande extensão. 
Típica das gramíneas.
Quanto à divisão do limbo a folha pode ser: Simples: um só limbo (gramíneas)
Composta: dois ou mais limbos, a maioria das leguminosas forrageiras, mais importantes, são geralmente trifolioladas, outras podem ter folhas contendo muitos foliolos.
Quanto à inserção no caule as folhas podem ser: Alternada: uma por nó.
 Oposta: duas por nó.
 Verticilada: três ou mais por nó.
Quanto à Nervação (nervuras) as folhas podem ser:
a) Uninervias: uma só nervura.
b) Paralelinervias: com nervuras secundárias paralelas à principal
c) Nervuras não paralelas: características das dicotiledôneas, em forma de rede (reticulada)
D - FLOR
É o órgão reprodutor: são folhas modificadas
Uma flor completa tem cálice, corola, androceu e gineceu. 
Cálice e corola são verticílios de proteção, enquanto os outros dois são de reprodução.
androceu é a parte masculina e gineceu é a feminina
Tipos de flores: Masculinas: androceu apenas
Feminina: gineceu apenas
Hermafrodita: androceu e gineceu
FIG. 3
Nota : - O conjunto de estames forma o androceu: A bráctea é uma folha modificada, geralmente com função de atrair os agentes polimizadores
FLOR COMPLETA
Nota: As flores das gramíneas são geralmente incompletas
De acordo com o tipo de flor as plantas são ditas:
a) Monóicas: Flores masculinas e femininas na mesma planta e em locais diferentes.
Ex: milho, (pendão é a parte masculina e a espiga parte feminina)
b) Dióicas: Com flores de apenas um sexo 
c) Hermafroditas: Com flores hermafroditas.
d) Polígama: Flores unisexuais e hermafrodita no mesmo indivíduo.
Inflorescências:
1) Cacho ou rácemo: Possui flores pedunculadas inseridas no eixo principal (crescimento indeterminado) de maneira que as flores mais velhas estão mais afastadas do ápice.
2) Espiga: Flores sem pedúnculo inseridas no eixo principal. Ex:milho
3) Panícula: Cacho de cachos. Ex:Capim Colonião
4) Espadice: O nome recebido pela inflorescência que possui eixo espessado onde estão inseridas flores apedunculadas. Ex: Copo de leite
5) Capítulo: Flores são dispostas numa estrutura plana.
CARACTERIZAÇÃO DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS
GRAMÍNEAS
LEGUMINOSAS
-Habitat diverso
-Idem
-Capins, cereais, cana-de-açúcar, etc.
-Soja perene, leucena, siratro, guandu, 
 etc.
-610 gêneros
-700 gêneros
-10.000 espécies
-14.000 espécies
 50 espécies abrangem 99% das forrageiras utilizadas
- - - - - - - -
-Monocotiledôneas
-Dicotiledôneas
-Ciclo anual ou perene
-Idem
-Raízes fasciculadas e adventícias
-Raízes axiais ou pivotantes e também
 adventícias
-Caule aéreo ou subterrâneo
-Idem
-Colmo e estolão
-Prostrado, trepadeiras, herbáceos
-Algumas possuem rizoma
-Idem
-Folhas simples geralmente sem
-Folhas compostas pecioladas
 pecíolo (bainha invaginante)
-Inserção alternada
 - - - - - - - - -
-Presença de lígula (estrutura delgada entre 
-Presença de pulvínulo (espessamento na 
 a bainha e o caule)
 inserção do pecíolo)
-Folhas lanceoladas com 
-Formas variadas, folhas com nervação
 nervação paralelinervias
 reticulada
-Pêlos podem estar presentes 
-Idem
 em ambas as faces
-Flor incompleta (glumas,lema e pálea)
-Flor completa
 Lodículas, endroceu e gineceu
- Androceu: basicamente três estames
-Androceu com dez estames
-Gineceu: um ovário uniovular
-Gineceu: um ovário com vários óvulos
-Fruto: cariópse - concresce com a semente
-Fruto: legume ou lomento (legume com
 septos transversais)
-Inflorescência: espiga ou cacho
-Inflorescência: rácemos ou flores
 isoladas
-Reprodução: polinização cruzada
-Autofecundação, podendo ocorrer 
 cruzamento por ação de insetos.
ESTUDO DAS GRAMÍNEAS
BRACHIARIA DECUMBENS
Nome científico: Brachiaria decumbens
Nomes comuns: capim braquiária ou braquiária, braquiária de morro, braquiarinha, decumbens.
Aspectos vegetativos: Gramínea perene
Folhas pubescentes (folhas com pêlos nos dois lados)
Enraiza fortemente nos estolões
Dá boa cobertura do solo
Boa resistência ao pisoteio
Nós glabros
Bainha coberta de pêlos
Clima e solos: Indicada para regiões com mais de 1200 mm de precipitação pluviométrica por ano.
Adapta-se em solos de boa, média e baixa fertilidade.
Alta tolerância ao alumínio.
Não é apropriada para terrenos encharcados
Adapta-se bem em clima tropical
Propagação e plantio: - Sementes:
- Semeio: a lanço e por plantadeiras
- Dormência: 10 meses, portanto não deve ser plantada logo após a
 colheita das sementes.
- Pode ser propagada por mudas
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa resistência ao frio - queima a parte vegetativa com 
as geadas, mas não morre.
Tem boa tolerância a seca, porém se a estiagem for prolongada e por vários anos, grande número de plantas pode morrer.
Rebrota muito bem após passagem de fogo
Rendimento no corte: aproximadamente 18 t de MS/ha/ano (4 a 5 cortes)
Utilização: Pastejo - resiste a lotações pesadas - mesmo assim deve-se ajustar a carga animal à disponibilidade de forragem e à fertilidade do solo.
O pasto pode ser mantido baixo (15 cm)
A ingestão das toxinas do fungo Phitomyces chartarum que se desenvolve na Brachiaria decumbens, principalmente quando ela forma densos colchões, pode levar os animais a desenvolver a fotossensibilização. Esta se manifesta por que a esporodesmina (toxina fungo) provoca a perda de pigmentos, principalmente em bovinos jovens entre 4 e 12 meses. A fotossensibilização pode ocorrer também em outras espécies animais.
Embora com poucos resultados de pesquisa, a Brachiaria decumbens, baseando-se na sua boa resposta a adubação, vem sendo submetida com sucesso ao pastejo rotacionado
Resistência a pragas e doenças: Cochonilhas - causam pequenos danos
Cigarrinhas - Maior entrave à disseminação
Manejo do pasto para evitar a praga:
a) Manejo integrado: Manter a planta aproximadamente a 30cm de altura para torná-la resistente ao ataque da praga, e para não permitir que a radiação solar desidrate a “espuma” que protege a ninfa. Dessa forma os inimigos naturais da cigarrinha também ficam protegidos. Portanto é importante não permitir que o pastejo seja muito baixo, mesmo sabendo-se que por se tratar de planta de crescimento estolonífero ela pode rebrotar bem quando submetida a pastejos de até 15 cm de altura.
b) Controle químico: caro e é importante observar o período de carência do produto utilizado.
c) Controle biológico: pode ser feito através do fungo Metarrhizium anisopliae e da mosca Salpingogaster nigra
Consorciação : Difícil porque fecha o terreno, porém é possível com siratro, soja perene e centrosema.
Fotossenssibilização: Maior problema para animais claros e jovens.
 Retirar os animais do pasto e colocá-los em piquetes dotados de 
 sombra é a solução imediata para o problema.
BRACHIARIA HUMIDICOLA
Nome científico: Brachiaria humidicola 
Nomes comuns: humidícola, quicuio do Amazonas
Origem: Africana
Aspectos vegetativos: Folhas estreitas (espetadinhas)
Sem pêlos - folhas mais rijas
Com ápice em agulha
Altamente estolonífera
Clima e solos: Não é exigente em solos - Vegeta em solos pobres embora responda bem à abubação.
Vai bem em solos secos, mas comporta-se melhor em locais úmidos e quentes
Resiste bem a geada
Propagação e plantio: 3 - 5 Kg sementes limpas/ha
Não raramente apresenta sementes com baixo poder germinativo, portanto especial atenção deve ser dada ao valor cultural das sementes
Rendimento no corte: Produz aproximadamente 18 t de MS/ha/ano
Utilização: Pastejo
Pode ser rebaixada até ± 10 cm
Mais tolerante às cigarinhas, mas sente os ataques
 Dependendo do tipo de solo pode apresentar altas concentrações de oxalato, 
 levando os animais a um desequilíbrio no metabolismo do cálcio.
BRACHIARIA PLANTAGINEA
Nome científico: Brachiaria plantaginea
Nomes comuns: capim marmelada, milhã branca, grama Major Inácio, capim papuã.
Origem: Nativa
Aspectos vegetativos: Gramínea anual, herbácea, sub-ereta, tenra (dá bom feno);
Muito suculenta.
Clima e solos: Desenvolve-se em climas tropical e temperado;
Prefere solos férteis com boa umidade, mas cresce em solos de baixa fertilidade.
Propagação e Plantio: Propaga-se por mudas e sementes;
Praga de café e pastagens (ciclo anual).
Utilização: Pode ser utilizada para pastejo direto e para produção de feno, que é de excelente qualidade. No Sul do país vem sendo utilizada com sucesso para produção de silagem pré-secada, que pode ser fornecida até para vacas em lactação com bons resultados.
BRACHIARIA RUZIZIENSIS
Origem: África
Nome científico: Brachiaria ruziziensis
Nomes comuns: Ruziziensis, capim congo
Aspectos vegetativos: Semelhante à decumbens
Folhas com pêlos
Verde mais claro
Em geral mais ereta
Perene e estolonífera
Tem produtividade menor que a B. decumbens
Menos vigorosa para gramar
Floresce mais tarde (maio-agosto)
Muito palatável e tem cheiro de milho (época de florescimento)
Rácemos de base larga, sementes menores que as da B. decumbens, grande presença de pêlos nas sementes
Clima e solos: Mais exigente em solos que a decumbens quanto a precipitação pluviometrica, é muito semelhante à decumbens.
Propagação e Plantio: Também propaga-se por mudas, embora maior propagação seja por sementes. Produz grande quantidade de sementes com boa viabilidade.
Utilização: - Boa para vacas leiteiras e animais jovens
 - Pode ser usada para eqüinos
 - Manejo semelhante à B. decumbens sem problemas de intoxicação
 - Seca rapidamente após o florescimento
 - Pode também ser usada no pastejo rotacionado
Resistência a pragas e doenças: Grande sensibilidade às cigarrinhas (susceptível)
Consorciação: Difícil, mas consorcia-se com soja perene estilosantes, siratro e 
 calopogônio
BRACHIARIA BRIZANTHA
Nome científico: Brachiaria brizantha
Nomes comuns: Brizanta, Brizantinha
Origem: África
Aspectos vegetativos: Gramínea herbácea
 Perene
Sem perfilhamento intenso
Dificilmente cobre bem o solo
Atinge 0,70 a 0,80 m de altura
Produz sementes o ano inteiro
Folhas ligeiramente serrilhadas
Pêlos podem ser vistos somente com lupa
Inflorescência com uma fileira de sementes
Rácemo - apresenta-se com a base arroxeada
Propagação e plantio: Mudas e sementes
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Tolera muito bem à seca, e ao fogo; as geadas queimam a parte vegetativa, mas a planta rebrota bem.
Rendimento: aproximadamente 10 toneladas/ha/ano
Utilização: Pastagens e feno
Pragas: Sem problemas com as cigarrinhas
CV. BRIZANTÃO (BRAQUIARÃO)
Folhas largas, verde escuro
Pêlos na face superior (curtos)
Boa resistência às cigarrinhas
Boa palatabilidade
Inflorescências com rácemos bem desenvolvidos
Sementes (frutos) grandes
Clima: Semelhante às outras braqiárias
Solo: Exigente
Rendimento: 18 a 20 toneladas de MS/ha/ano (podendo produzir mais dependendo do solo)
Manejo:Esta planta não pode formar grandes touceiras, por que reduzirá muito a produtividade do pasto. Dentre as braquiarias é a que menos tolera erros de manejo. Quando passada, deve ser roçada e em último casopode-se colocar fogo. Deve ser mantida no pastejo contínuo entre 30 e 60cm de altura.
Mais recentemente vem sendo utilizada no pastejo rotacionado com bons resultados; com intervalo de pastejo entre 30 e 35 dias.
Formação: Fácil e rápida. Tendo boas sementes no mercado (10 Kg sementes limpas/ha)
BRACHIARIA RADICANS 
(B. arrecta)
Nome científico: Brachiaria radicans ( sinonímia: B. arrecta)
Nomes comuns: “Tanner grass”, Braquiária tóxica, Braquiária de brejo
Aspectos vegetativos: Folhas verde escuras e reluzentes
Folhas glabras, lisas e brilhantes
Folhas curtas e largas
Rizomas e estolões
Clima e solos: Clima tropical e sub-tropical úmido - ppt ( a 1200 mm anuais
Prefere solos férteis e úmidos, embora cresça bem em solos de boa drenagem e de baixa fertilidade
Propagação e Plantio: Mudas ou colmos (hastes)
Aproximadamente 2 toneladas/ha (esparramar e gradear)
Não produz sementes viáveis
Utilização: Pastagens
 Consorciação difícil devido à forma de crescimento
 Pode-se tentar com siratro, centrosema, soja perene e Stylossanthes guyanensis
Toxidez: Nitrato 0,30 a 0,90%
 Outras: 0,05% de nitrato
 Animal apresenta: urina escura com sangue, desequilíbrio e prostração
 Alcalóides - Não está descartada a possibilidade de presença de alcaloides nesta 
 planta
Plantio: Proíbido pelo Ministério da Agricultura
 Hospedeiro do hemíptero Blissus leucopterus (Chinch bug)
O “Chinch bug” é praga perigosa para milho, arroz, trigo e cana-de-açúcar
Manejo: Planta flutua sobre a água
Grande percentagem de caule em relação às folhas
Pastejada por eqüinos, enquanto a B decumbens não é
Eqüinos só comem as sementes da B. decumbens
Intoxica: Bovinos, caprinos, ovinos, búfalos e eqüinos
Quando apresentar intoxicação: remover os animais
Pastos mistos geralmente não têm problema de intoxicação
Maior freqüência de intoxicação: época das águas com a planta nova
CAPIM TANGOLA
Híbrido de Brachiaria radicans x Brachiaria mutica
- Planta ainda muito pouco estudada 
- Potencial - Planta com bom potencial de produção
- Adaptação - ideal para áreas úmidas, mas avança mais sob as áreas secas de meia encosta 
 que o capim angola
- Ganho de Peso - Tem apresentado bons ganho em peso e boas produções de leite
- Características - Tem características intermediárias entre o Tanner grass e capim angola, 
 apresentando-se mais clara e com pouco florescimento
- Resistência às cigarrinhas (Boa)
- Mais recentemente tem ocorrido ataques de Chinch-bug trazendo grandes prejuizos para a 
 produtividade dos pastos.
CAPIM ANDROPOGON
Nome científico: Andropogon gayanus
Nomes comuns: Andropogon, capim gambá
Aspectos vegetativos: Crescimento cespitoso
Presença de pêlos na bainha e na lâmina foliar
Atinge sem corte ou pastejo até 3,0 m de altura
Sementes com longas aristas
Andropogon gayanus Kunth, var. bisquamulatus cv planaltina
1ª introdução - década de 40
2ª introdução - grande interesse, início década 80.
Clima e solos: Bem adaptado às condições climáticas reinantes nos cerrados (400 a 3000 mm ppt anual)
Altitudes < 2000 m
Cresce bem em solos com alta saturação de Alúminio
Tem sistema radicular profundo, algumas raízes podem atingir até 1,20m.
Grande capacidade de extração de fósforo do solo
Responde bem à adubação -Fósforo, cálcio mais magnésio, enxofre e potássio.
Resposta ao Nitrogênio - Responde bem a adubação nitrogenada, mas só muda a composição com adubação muito pesadas.
Kg de N/ ha ano % de PB (média)
0
6,2
28
6,2
56
6,2
112
6,9
224
7,9 
 Níveis geralmente anti-econômicos
448
9,6
 desde que não sejam em pastejo 
rotacionado
896
10,4 
 
Manejo:O capim andropogon não deve ser rebaixado a mais de 30cm.
Em função das características de crescimento rápido e do ciclo do capim andropogon uma propriedade de gado de corte não deve exceder a 25% da área plantada com essa forrageira.
Normalmente quando uma fazenda tem capim andropogon, quase sempre aparecem áreas sub-pastejadas, o que prejudica a capacidade de suporte da área. O recomendável é variar a carga animal durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro,para que o seu potencial de produção seja mais bem explorado.
Quando submetido a super pastejo por longos períodos o pasto enfraquece o sistema radicular e muitas touceiras podem ser arrancadas.
Se o capim andropogon estiver com crescimento pleno, situação muito comum nos casos de áreas recém implantadas, deve ser roçado. Cuidados especiais devem ser tomados, porque a semente é muito leve e costuma acumular e comprometer o bom funcionamento do trator que estiver sendo usado na operação. O fogo também pode ser usado, uma vez. que o capim andropogon é muito tolerante, porém para seu uso cuidados especiais precisam se tomados, e é sempre bom levar em consideração os efeitos negativos da destruição da matéria orgânica.
CAPIM GORDURA
Nome científico: Melinis minutiflora
Nomes comuns: Capim grodura, meloso, capim melado, capim catingueiro, capim Francano
Origem: - Cresce espontaneamente nos Estados do Brasil Central (MG, RJ, ES, SP), sendo também utilizado no norte e nordeste. Alguns acreditam que foi introduzido junto com navios negreiros.
Variedades; São muitas. Existem mais de 40.
1. Catingueiro roxo: mais disseminado em Minas Gerais
Inflorescência de coloração roxa
Folhas de coloração verde escura
Abundante secreção pegajosa
2. Cabelo de Negro
Porte menor
Folhas menores e entre nós curtos
Muito resistente ao pisoteio
Mais viscoso de todos
inflorescência de cor marron escuro (quase negro)
3. Capim gordura branco
Folhas de coloração verde claro
Inflorescências mais claras
Pêlos mais curtos nas regiões dos nós
Menos viscoso que outras variedades
4. Capim gordura Francano
Mais vigoroso e mais desenvolvido
Inflorescências maiores
Mais recomendado para corte
Menor resistência ao pisoteio
Clima e solos: Prefere regiões de chuvas acima de 1200 mm/ano
Vegeta bem em solos pobres, secos e sílico-argilosos, com alumínio alto
Excesso de umidade prejudica
Vegeta e desenvolve bem nos altos e encostas de morro
Apesar de desenvolver bem em solos pobres, responde pouco à adubação quando comparado com colonião, jaraquá e pangola
Tem boa capacidade de extrair fósforo do solo.
Propagação e Plantio: - a lanço (20 a 25 Kg/ha), para facilitar misturar com terra
- em sulcos espaçados de 20 cm
Resistência a Fogo, Geada e Seca: 
- Fogo: sensível, muitas plantas morrem
- Geada: rebrota mas mata a parte vegetativa
- Sombreamento: cresce bem em sombras de árvores, quando o sombreamento é moderado
Utilização: Pastagens (1,0 a 1,5 cab/ha/ano), dependendo da fertilidade do solo a capacidade de suporte pode ser mais baixa com 0,5 a 0,6 cab/ha/ano.
Na época da floração é bastante sensível ao pastoreio
Produz até 40 toneladas MV/ha/ano
Feno: 12000 Kg/ha/ano (12 t), com 2,4 a 4,4%PB (podem ser melhorados se a 
 planta for colhida no momento certo.
Sementes: 200 Kg/ha/ano
Manejo: Crescimento entoucerado e cespitoso
Pêlos secretam óleo volátil (não deixa cheiro no leite)
Evitar superpastoreio apesar da resistência ao pisoteio, porque eleva rapidamente o ponto de crescimento
Não rebaixar a menos de 15 centímetros
Entrada (30 - 40 cm) Saída (15 - 20 cm)
Muitas touceiras morrem após o corte mecânico
Deve-se evitar cortar rente ao solo
Se for superpastejado fica bastante prejudicado e é invadido por ervas
O capim gordura apresenta o grande defeito de rebrote lento.
Resistência a pragas e doenças: Sofre ataque de lagartas que não chegam a comprometer, a não ser no Norte de Minas Gerais
Colchonilhas - Ataque (sem maior comprometimento)
Trips na inflorescência 
Consorciação: Centrosema, siratro, soja perene, estilosantes.
Em terras mais fracas: centrosema, estilosantes e siratro. 
Espontaneamente com carrapicho beiço-de-boi e estilosantes
CAPIM BUFFEL
Nome científico: Cenchrus ciliaris
Nomes comuns: Capim bufalo, “buffel-grass”, bufalo grei
Origem: África, ïndiae Indonésia
Variedades: Biloela - origem da Tanzânia
Malopo e Lawes origem da África do Sul
Boorara, Nunbank origem em Uganda
Terewinnabar e Gayndah origem noQuênia
Biloela: Tipo mais alto e vigoroso (1,5 m de altura)
Panícula com espiguetas imaturas avermelhadas, quando madura tem cor de palha
Gayndah: De menor porte
Folhas mais verdes e menores
Caules mais finos
Maior densidade de perfilhamento
Muito precoce - vantajoso para regiões mais secas
Descrição geral: Plantas perenes
Crescimento duplo, cespitoso e rastejante
Produz grande quantidade de colmos
Folhas abundantes, verdes e verdes azuladas
Sistema radicular capaz de penetrar muito no solo (± 1,20 m)
Produz sementes leves e cobertas de pêlos, que podem ser transportadas pelo vento
Clima e solos: É indicado para regiões com baixa precipitação (350 a 400 mm anuais)
Regiões úmidas devem ser evitadas
Oferece boa opção para áreas mais secas
Adapta-se melhor em solos leves
Adapta-se e desenvolve-se melhor em solos de pouca acidez
Propagação e Plantio: Propaga-se facilmente por sementes
Sementes com dormência de 4 a 6 meses
15 a 20 Kg sementes/ha (limpa 3-4 Kg/ha)
Não enterrar muito as sementes (menos de 2,0 cm)
Pode ser plantado por mudas enraizadas
Resistência : Seca: Boa
Fogo: Persiste após passagem (Boa)
Geada: rebrota (Queima parte vegetativa)
Manejo: Manter pasto baixo - sob pastejo contínuo não rebaixar mais que 20 cm
Capacidade de suporte: 1,0 a1,5 cab/ha
Rotacionado: entrada (0,60 - 0,80 m) saída (0,20 - 0,30)
Pragas e doenças: - Cigarrinhas: Provocam grandes danos no “stand”, maior entrave a
disseminação desta forrageira. Atualmente a pesquisa busca desenvolver cultivares com maior tolerância às cigarrinhas
- Claviceps sp: Ataca as espiguetas, compromete muito a produção de
 sementes
- Puccina cenchri e Helmentothospurium sp - Têm efeitos insignificantes 
 sobre a produção de forragem e sementes.
Consorciação: Consorcia bem com siratro, Stylosanthes gracilis, Stylosanthes humilis, soja perene, centrosema.
CAPIM JARAGUÁ
Nome científico: Hiparrhenia rufa
Nomes comuns: Capim jaraguá, capim provisório, sapé gigante, capim vermelho
Origem: África, porém é considerado nativo do Brasil devido a grande adaptação
Aspectos vegetativos: Planta perene
Forma densas e vigorosas touceiras
Atinge até 2,50 m com as inflorescências
Quando utilizado corretamente forma uma densa camada
Na parte final do ciclo tem muitos talos e poucas folhas
Fruto cariopse com aristas características
Clima e solos: Adapta-se melhor em região com precipitação acima de 800 mm/ano
Vegeta bem em solos sílico-argilosos de mediana fertilidade
Tem crescimento limitado em solos excessivamente úmidos (cor roxa) e acidos
Propagação e Plantio: Sementes e mudas
A lanço 15-20 Kg/ha
Compactar o solo (com rolo ou pneus)
Rendimento no corte: 90-120 toneladas de matéria verde por hectare por ano
Produz aproximadamente 200 Kg de sementes/ha/ano
Utilização: Pasto 
Feno - Desidrata rapidamente se cortado na idade correta e tem bom valor nutritivo
Lotação: 1,0 - 1,5 cab/ha/ano
Manejo: Resiste bem ao corte e ao pisoteio
Não ultrapassar 0,60 - 0,70 m para ser cortado
Entrada (0,40 - 0,50 m) Saída (0,15-0,20 m)
Proporciona 5 a 6 cortes por ano
Quando mal manejado o fogo é o único recurso que se adota no fim da época seca
Características: Boa palatabilidade
Boa resistência ao pisoteio
Resiste bem à tosa pelo gado
Resiste às geadas curtas e à temperaturas não muito baixas
Boa resitência ao fogo
Boa resposta à adubação
Maiores defeitos: Curta duração do período de alto valor nutritivo
Muito susceptível ao ataque de saúvas
Em clima muito úmido pode ter suas (inflorescências) atacadas pelo carvão
Consorciação: Pode consorciar-se com siratro, soja perene, centrosema e kudzu tropical
SETÁRIAS
Nome científico: Setaria sphacelata (sinonímia Setaria anceps)
Nomes comuns: Setária
Cultivares: Nandi, Kazungula e Narok
cv Nandi: Forma touceiras até 1,5 m de altura
Inflorescência levemente amarronzada (20-25cm)
Possui intenso florescimento
Adaptada a grandes variedades de solo
Apresenta algum desenvolvimento invernal
Floresce 1 a 2 meses após início das chuvas
Geadas não causam grandes danos
Desenvolvimento lento permite boa consorciação inicial com leguminosas
Sob condições de alta umidade e temperatura tem sido atacada na Austrália por Piricularia trisa.
A Tiletia echinosperma: prejudica a produção de sementes na região de origem.
Maior concentração de oxalatos levando ao aparecimento de cara inchada nos animais
cv Kazungula: Mais grosseira e vigorosa
Atinge até 2,0 m de altura
Panículas aproximadamente com 38 cm
Folhas mais longas com um verde mais azulado
Floresce mais tardiamente que o cv Nandi
Tolera áreas muito úmidas
Consorciação mais difícil, estabelece mais rapidamente
Piricularia trisa: ataca mais raramente
cv Narok: Boa tolerância ao frio
Bom vigor
Verde mais intenso que Nandi e Kazungula
Crescimento invernal é pequeno
Atacada pela Piricularia trisa
Origem: África
Aspectos vegetativos: Espécie perene
Crescimento ereto
Panícula como inflorescências
Formam touceiras e algumas podem apresentar crescimento estolonífero
Clima e solos: Solos de mediana fertilidade 
Arenosos até argilosos
Suporta solos mal drenados e sujeitos a encharcamento
Exige de 800 a 1200mm de precipitação por ano
Propagação e Plantio: Sementes (3 - 4 Kg/ha com VC de 28,5%)
Resistência: Seca: (resiste razoavelmente bem)
Fogo: Rebrota
Geada: Tolerante ao frio, mas seca após geada
Rendimento: superior a 60 t MV/ha/ano
cv Kazungula pode produzir até 40 t MV/ha em um só corte
Utilização: Pastejo Entrada (0,40 - 0,60 m) Saída (0,20 - 0,30 m)
Consorciação: Siratro, estilosantes e desmódio
OXALATOS: Pode causar problemas em equinos e em vacas de alta produção. O uso de leguminosas em consorciação pode reduzir ou eliminar o problema porque as leguminosas são ricas em cálcio. Um outra maneira de evitar o aparecimento da cara inchada seria forçar a ingestão diária de mistura mineral.
CAPIM ELEFANTE
Nome científico: Pennisetum purpureum
Nomes comuns: capim elefante, napiê, napier, etc... em geral o nome comum corresponde à variedade
Origem: África - introduzido no Brasil por volta de 1920
Variedades: oriundas da China: TAIWAN A-25, A-26, A-144, A-146, A-143 e A-148
Colômbia: Gigante, Merkeron, Elefante de Pinda
Índia: Napier-1, Napier-2
Costa Rica: Turrialba
Outras variedades: Mineirão, Porto Rico, Mole de Volta Grande, Vrukwona, Untali, Niagara Falls, camerum, roxo, entre muitas outras.
Aspectos vegetativos: Gramínea perene
Colmo e hastes semelhantes à cana
Rústica
Atinge até 6 m de altura
Colmos, cilíndricos, nós glabros
Folhas com 1,25 a 4 cm de largura
Inflorescência espiciforme
Clima e solos: Adapta-se melhor em regiões de clima tropical com ppt ( 1000 mm/ano
Deve-se evitar terrenos com excesso de umidade
Solos de consistência mediana, ricas em Matéria Orgânica
Produz pouco em solos pobres
Não tolera solos ácidos
Multiplicação: Feita por plantio de mudas e sementes
O plantio deve ser feito preferencialmente com mudas novas (90 a 120 dias de idade). Devem ser plantadas em espaçamento variável de 0,50 a 1,0m de largura e fazendo-se o transpasse de mudas (pé com pontas). Deve-se evitar a utilização de mudas oriundas de plantas que já floresceram porque apresentam baixa porcentagem de pegamento.
Sementes - Não é boa uma maneira de multiplicação porque poucos cultivares produzem sementes viáveis no Brasil.
Rendimento no corte: Produz de 150 a 180 toneladas de matéria verde/ha/ano em 5 cortes. A literatura cita produções de 250 toneladas em Pernambuco e 240 toneladas de matéria verde/ha/ano em Sete Lagoas, MG. Com adubação adequada pode chegar facilmente a 30 toneladas de matéria seca/ha/ano.
Utilização: Verde: cortar com aproximadamente 1,80 m de altura, antes da saia começar a amarelar
Pasto: Sob manejo rotacionado
Silagem: Utilizar a plantaainda nova
Uso sob pastejo: Adubar bem (N-P-K)
Formar com 50 cm de espaço entre linhas
Descanso mínimo de 30 dias (entre 30 e 45 dias)
Só funciona em menejo rotacionado
Entrar quando estiver cobrindo as vacas
Retirar com 20% de lâminas foliares residuais, ou 40cm de altura
Suporta 5-7 vacas/ha/ano - nas águas com 500 Kg N/ha/ano
Manejo de Piracicaba: Entrada (0,60 - 0,80 m) Saída (0,30 - 0,40m)
Boa opção para produção de leite
Quando utilizado sob pastejo rotacionado é importante que o meristema apical seja removido no 1º pastejo
Fazer monitoração da fertilidade do solo anualmente e não esquecer de aplicar o potássio juntamente com o nitrogênio.
É importante aplicar pelo menos 30kg de enxôfre por hectare por ano.
A aplicação de matéria orgânica potencializa a adubação química.
O uso de adubos contendo micronutrientes pode melhorar a produtividade de algumas áreas utilizadas como pasto.
Não existem pesquisas comparando os diferentes cultivares, mas é provável que particularidades de manejo sejam desenvolvidas a partir de um maior conhecimento científico á respeito dos cultivares.
Variação da altura da planta e produção de massa verde do capim elefante em várias idades
Idade (dias) Altura (m) Rendimento (t/ha) 
28
0,80
9
56
1,20
34
84
1,80
38
140
2,85
51
196
3,20
41 
 Fonte: ANDRADE e GOMIDE (1971)
Uso como Feno: É importante cortar a planta ainda nova com 1,0 a 1,2m de altura para permitir a produção de um feno de melhor qualidade. A planta deve ser passada em picadeira e seca em terreiros. É importante que as camadas sejam finas. (de 5cm de altura) para permitir uma secagem rápida. O feno de capim elefante pode também ser produzido com auxílio de calor artificial regulável (uso de fornalhas).
Uso da capineira: O capim elefante pode ter a qualidade da forragem melhorada se a capineira for submetida a corte no final do período chuvoso. Uma outra maneira de utilizar as áreas com capim elefante seria a utilização como pasto até o mês de fevereiro e a forragem produzida posteriormente seria cortada. É bom lembrar que as capineiras devem receber adubações após cada corte. Quando as folhas de baixo começam a amarelar significa que a capineira já esta passando.
Uso como Silagem: Para a produção de silagem, o capim elefante deve ser cortado entre 1,50 e 2,00m de altura, sempre rente ao solo. Devido ao grande conteúdo de água no capim elefante novo é importante submeter a forragem depois de cortado a um pré-murchamento de 8 horas de exposição ao sol. Esta prática melhora sensivelmente a qualidade da silagem obtida. Na impossibilidade de execução desta técnica pode-se adotar a prática de se adicionar material com alto conteúdo de matéria seca ao capim elefante visando elevar a matéria seca total da massa a ser ensilada para valores próximos a 30%. Pode ser adicionado feno de capim elefante, polpa de citrus e milho desintegrado com palha e sabugo.
Resistência:Fogo: rebrota mal
Geada: queima suas folhas, mas não morre.
Pragas e doenças
O capim elefante pode ser atacado por cigarrinhas e lagartas que causam grande dano às capineiras e às áreas de pastejo rotacionado. Alguns fungos também podem atacar as capineiras e áreas de pastejo rotacionados
CAPIM ANGOLA
Nome científico: Brachiaria mutica
Anteriormente era classificado como: Panicum purpurascens ou Panicum barbinoide
Nomes comuns: Capim angola, bengo, capim de planta, capim fino, capim de corte, paragrass
Origem: África Central
Alguns autores consideram-no indígena
Aspectos vegetativos: Gramínea perene
Decumbente
Produz estolões
Clima e solos: Adapta-se bem desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas
Vai melhor em regiões com mais de 1200 mm anuais de precipitação pluviométrica
Prefere solos de baixada, férteis, com bom teor de umidade
Suporta bem as inundações, tem grande resistência a lâmina d’água permanente, mas não pode ser totalmente coberta por longos períodos.
Não resiste bem a seca prolongada
Propagação e Plantio: Por estacas (pedaços de colmos)
Produz sementes viáveis no Norte de Minas Gerais
Resistência a fogo, geada e seca: Apresenta tolerância moderada às geadas
Rebrota após passagem de fogo
Resiste a inundações prolongadas
Não tolera seca prolongada, muitas plantas podem morrer
Resistência a pragas e doenças: Atacado por colchonilhas que causam dano à produção
Utilização: Pasto
Corte - Para ser utiizado verde ou como feno
Rendimento: aproximadamente 70 t MV/ha/ano (Em solos menos férteis há menor produção)
Taxa de lotação: 1,0 - 2,0 animais por hectare na época das águas
 (grande variação em função do manejo)
Manejo: Não rebaixar à alturas menores que 15 centímentros
Pisoteio: muito resistente
Deve-se evitar macegas, colmos ficam muito duros, lignificam rapidamente
Entrada (0,60 - 0,80m) Saída (0,30 - 0,40 m)
Pode ser utilizado no pastejo rotacionado. Atenção especial deve ser dada à lâmina d’água que pode dificultar as adubações. Em algumas regiões de Minas Gerais o capim angola pode levar categorias animais de grande exigência nutricional ao desenvolvimento de cara inchada (vacas de leite, bezerros em crescimento e potros) devido aos altos conteúdos de oxalato. Quando manejado inadequadamente, o capim angola pode formar “macegas”e os caules muito lignificados podem provocar cortes nos lábios dos equinos. Quando manejado para produção de feno, é importante que o capim angola seja cortado ainda novo, momento em que está com o valor nutritivo alto.
Consorciação: Recomenda-se soja perene, siratro e centrosema
CAPIM COLONIÃO
Nome científico: Panicum maximum
Nomes comuns: capim colonião, colonhão, capim touceira, geralmente recebe o nome do cultivar
Origem: África - Adaptou-se muito bem no Brasil
Variedades: Murumbu ou colonião de grande porte
Sempre verde: adaptado à áreas de clima mais fresco, menos persistente, mantém-se mais verde na seca.
Guiné e Guinezinho: porte menor, tenro, forma sementes durante período de crescimento
Green panic (var. trichoglume): Adaptado a solos de menor fertilidade.
Mais resistente à seca e ao frio, exige entre 600-1200 mm anuais, oferece boas perspectivas para consorciação, verde mais claro, floresce de novembro a abril, touceira aberta e pouco densa, nós com pêlos
Gatton panic: originário da Rodésia do Sul, verde bem escuro, Altura de aproximadamente 1,50 m, Boa resistência à seca, mais exigente que o green panic.
Makueni: exigente, boa distribuição de produção de matéria seca
Tobiatã: verde claro, boa produção de massa, folhas largas
Centenário: Boa produtividade, adapta-se em solos de mediana fertilidade
 Precisa de mais estudos juntamente com o Tobiatã
Tanzânia: Quando mais novo tem excelente relação folha/hate, bom valor nutritivo. Tem baixa resistência a geada. Planta muito exigente em fertilidade do solo
Aspectos vegetativos: Brotações têm os colmos chatos
Forma touceira, mais ou menos abertas, dependendo da variedade
Tem várias tonalidades de coloração
A maioria tem desenvolvimento vigoroso, podendo atingir até 3,0 m de altura
Clima e solos: Adapta-se à uma grande faixa de clima
Precipitação de 800 - 1000 mm anuais (Green-panic 600 mm)
Prefere solos férteis (média a alta), argilo-arenosos e bem drenados
Pode crescer em solos pobres e secos, embora não resista ao pisoteio. 
A exigência em solos é variável de acordo com os cultivares.
Esta planta apresenta uma enorme diversidade entre os cultivares que são em número muito grande.
Propagação e Plantio: Sementes e mudas enraizadas
VC mínimo de 10%
Utilizar sementes com espaçamento de 0,60 m entre linhas
Sementes em filete contínuo, às vezes usa-se espaçamento menor para variedades de menor porte
Mudas: - 0,50 m entre linhas
- 0,50 m entre covas
- 3 - 5 mudas/cova
O plantio por mudas está fora de uso devido ao alto custo.
Resistência a Fogo, Geada e Seca:Baixa resistência às geadas
Rebrota facilmente após passagem de fogo, que pode ser o único recurso para eliminaçãode macegas.
Razoável resistência à seca apresentando diferenças entre cultivares
Utilização: Feno: Boa qualidade, embora tenha velocidade de secagem entre hastes e folhas diferentes o que difuculta o processo
Silagem: pobre em carboidratos solúveis, não deve ser usado
Pasto: excelente pode superar 100 t MV/ha/ano
Entrada (0,60-0,80 m) Saída (0,30-0,40m) Alguns de porte menor com o o gatton panic podem eventualmente ser rebaixados até 0,20 m.
Taxa de lotação: 1-3 cab/ha/ano na época das águas, 
 1-1,5 cab/ha/ano na época da seca
Estas taxas de lotação são dependentes da fertilidade do solo 
Deve ser manejado de preferência em rotação
Possui excelente valor nutritivo se manejado adequadamente
Resistência a pragas e doenças: Atacado por Cigarrinhas, lagartas e gafanhotos
Alguns fungos prejudicam a qualidade das sementes, reduzindo a viabilidade destas .
CAPIM KIKUIO
Nome científico: Pennisetum clandestinum
Nomes comuns: Kikuiu e quicuio.
Origem: África (Quênia)
Cultivares: Comum - Multiplica-se por mudas
Whittet: menor crescimento, folhas mais largas, talos mais grossos, entre nós mais alongados, mais produtivo, mas de formação mais lenta, floresce bastante e produz sementes viáveis no Rio Grande do Sul e Austrália (400.000 sementes/ Kg), sistema radicular profundo.
Breakwell: cobre bem o solo, formando “colchão” bem denso
Mais resistente a invasoras
Aspectos vegetativos: Perene
Estolonífera e rizomatosa
Folhas estreitas, porte geralmente rasteiro
Forma densos gramados
Suporta bem ao sombreamento. Característica importante
Clima e solos: Exige solos férteis, não vai bem em solos arenosos e pobres, não suporta seca 
prolongada e nem excesso de água
Prefere altitudes superiores a 800 m, vai melhor em precipitações acima de 1.200 mm indo bem até 2.000 mm/ano.
Exige precipitação acima de 750 mm anuais
Propagação e Plantio: CV. comum: não produz sementes viáveis
Multiplicação por estacas.
Mudas como pedaços de colmo (30-40 cm)
Sulcos podem ser espaçados de 1 metro
Colmos devem ser enterrados (3/4 dos colmos)
Whittet- multiplica-se por sementes que geralmente são importadas
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo 
Boa resistência à geadas
Resiste bem às secas, desde que não sejam muito prolongadas.
Utilização: Pode ser utilizado como pasto e para produção de feno, devido à suas características morfofisilógicas, suporta muito bem ao corte baixo.
Para um melhor aproveitamento no pastejo contínuo deve ser mantido entre 15 e 25 cm. 
No pastejo rotacionado as alturas de entrada deven estar 30 e 40cm e as de saída entre 15 e 20cm.
Pode perfeitamente ser utilizado como piquetes de bezerros e para criação de bezerros em gaiolas individuais.
Na realidade o capim kikuio não favorece a infestação de bezerros por endoparasitas conforme é crença comum entre os produtores. Apenas ele se desenvolve muito bem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica (fezes de bovinos adultos). Quando os bezerros são mantidos em pastos com estas características podem apresentar altas cargas parasitárias.
Rendimento: 60 t MV (6 cortes), vai de 30 a 90 t MV/ha depende da variedade do tipo de solo e da altitude
lotação: 1 - 2 cab/ha (dependendo do local)
Produz melhor em solos férteis, ricos em matéria orgânica
Pragas e doenças: Cigarrinhas podem causar grandes danos
Fungos causam danos menores
Bactéria: Myrothycium cincum: pode ter efeito tóxico em pastagens irrigadas
Lagartas: Pseudaletia separata
 Pseudaletia convicta
Consorciação: Desmódio, Lotononis, Soja Perene, Siratro e Trevo Branco
PASPALUM NOTATUM 
(grama batatais)
Nome científico: Paspalum notatum
Nomes comuns: Grama batatais, Grama Rio Grande, Grama Forquilha, Gramão
Origem: América do Sul
Cultivares: Comum
Pensacola ou Bahia grass: muito usada no RS, bom pasto para eqüinos
Alguns autores classificam este cultivar como Paspalum saurae
Aspectos vegetativos: Perene
Crescimento rústico
Possui estolões e rizomas
Grande capacidade invasora
Clima e solos: Apresenta grande número de ecotipos em função dos diferentes clima e solos
Adapta-se bem em solos pobres
Considerada invasora, cresce muito bem em solos com boa umidade
Necessita acima de 700 mm de precipitação anual
Propagação e Plantio: Estolões ou rizomas: plantados em placas
Sementes - Alguns cultivares não produzem sementes viáveis
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo
É relativamente resistente à geadas
Resiste bem à seca
Utilização: Resiste bem ao pisoteio, deve ser mantido baixo para melhor aproveitamento.
Boa palatabilidade - Tem baixa produção de matéria seca. Excelente pasto para equinos
Resistência a pragas e doenças: No Brasil sem problemas
Na Argentina fungos nas sementes podem causar pertubação aos animais
Consorciação: Estilosantes e todas as leguminosas nativas, carrapicho beiço-de-boi
Outros usos: Parques e jardins
Usada para contenção de encostas
Pode ser usada em canteiros entre os tanques de piscicultura
PASPALUM PLICATULUM
Nome científico: Paspalum plicatulum
Nomes comuns: Pasto negro, plicatulum, capim colchão
Origem: Brasil (Américas)
Cultivares: Hartlhey - Brasil
Rodd’s bay - Guatemala
Aspectos vegetativos: Perene
Cespitosa e rizomatosa
Touceiras com até 1,2 metros de altura
Folhas com até 40 cm de comprimento
Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres
Necessita acima de 760 mm de precipitação por ano
Vai bem em solos argilosos e arenosos
Suporta bem (razoavelmente bem) condições de encharcamento
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Boa à seca
Excelente resistência ao pisoteio
Queima com geadas mas rebrota após primeiras chuvas
Resiste bem ao fogo
Utilização: Pasto: pode ser mantido baixo, os animais devem sair com 0,20 m de altura
Tem a vantagem de florescer no final do verão
Produz de 30 a 40 t MV/ha/ano
Palatabilidade apenas razoável
Valor nutritivo é de razoável à baixo
Se for mal manejado permitindo-se muita sobra de capim, esta forrageira lignifica-se e torna-se de valor nutritivo muito baixo, comprometendo o desempenho dos animais
Consorciação: estilosantes e desmódios
Outras forrageiras do gênero Paspalum: Capim rimarez (Paspalum guenoarum)
Capim comprido (Paspalum dilatatum)
Capim gengibre (Paspalum maritimum)
Grama tio Pedro (Paspalum spp)
Capim gana (Paspalum scrobiculatum)
CAPIM DE RHODES
Nome científico: Chloris gayana
Nomes comuns: Capim de Rhodes
Origem: África
Variedades: CV Gigante ou collidiço Alego, CV Zaia, CV Sanford, CV Katambara
Aspectos vegetativos: Perene
Cespitosa e estolonífera
Atinge até 1,5 m
Clima e solos: Ocorre em todos os tipos de solos, exceto nos muito argilosos e ácidos
Adapta-se melhor em solos de fertilidade mediana com boa percentagem de matéria orgânica.
Responde bem à adubação
Exige precipitação entre 650 - 1150 mm anuais
Tolera elevadas temperaturas
Propagação e Plantio: Sementes (8-10 Kg/ha) em linhas espaçadas de 0,50 m
No passado, muitas implantações de áreas de capim Rhodes ficaram prejudicadas devido a má qualidade das sementes existentes no mercado. Hoje já existem sementes de melhor qualidade. De qualquer forma é bom estar atento à qualidade das sementes no momento da aquisição das mesmas.
Atenção especial deve ser dada ao tipo de solo, uma vez que esta forrageira não tolera solos ácidos.
Resistência a Fogo, Geada e Seca: À seca é Boa
Geada: Boa
Fogo: Rebrota, mas existem poucas informações no Brasil
Manejo: Resiste bem ao pisoteio
Entrada (0,30m) Saída (0,15m)
Feno de boa qualidade: talos finos, pouco fibrosos e bem macios
Rendimento: 60 t MV/ha/ano
Bem rendimento de feno
Corte aproximadamente à 10 cm do solo
É uma boa opção para equinos, tanto no pastejo, como para produção de feno. 
CANARANA ERETA LISA
Nome científico: Echinochloa pyramidales 
Nomes comuns: Canarana ereta, “Antelope grass”
Origem: Nativa
Aspectos vegetativos: Perene
Vegeta bem em locais baixos sujeitos a inundações
Ereta
Folhas finas
Atinge até 3,0 m dealtura
Produz grande percentagem de sementes cheias, porém de baixa germinação
Grande exigência de fertilidade
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Rebrota bem após o fogo
Resiste bem ao pisoteio
Esta planta é cultivada em locais úmidos e que normalmente não estão sujeitos às geadas
Utilização: Pastejo até 2,0 cab/ha/ano
Corte - pode ser utilizado verde
Resistência a pragas e doenças: sem informações
Rendimento: 30 - 40 t MV/ha ano
Consorciação: Sem informações
CANARANA VERDADEIRA
Nome científico: Echinochloa polystachya
Nomes comuns: Canarana verdadeira
Origem: Nativa
Aspectos vegetativos: Perene
Estolonífera
Folhas glabras com 2,0 cm de largura
Bainhas com pêlos
Atinge até 2,0 metros de altura
Clima e solos: Larga faixa de adaptação 
Sensível à seca e frio
Muito exigente em umidade, mais que em fertilidade
Propagação e Plantio: Mudas
Fora da Amazônia esta planta tem-se mostrado com baixa resistência ao pisoteio.
CAPIM PANGOLA
Nome científico: Digitaria decumbens
Nomes comuns: Pangola ou pangolinha
Origem: África do Sul
Aspectos vegetativos: Perene 
Prostrada e estolonífera
Cobre bem o solo
Boa resistência ao pisoteio
Geralmente atinge 0,60m podendo chegar até 1,20 m
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões com precipitação superior a 1200 mm/ano
Cresce desde o nível do mar até 1800 m 
Prefere solos férteis e úmidos, adapta-se aos argilosos e arenosos
Responde bem à adubação
Adaptado à grande variedade de climas, embora prefira altas precipitações e clima quente
Propagação e Plantio: Mudas: não produz sementes viáveis
1 t/ha com espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,40 m entre covas
Em sulcos deixar um terço da muda para fora
Espalhar e gradear com solo úmido; neste caso gasta-se 3 a 4 toneladas de mudas por hectare
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após sua passagem
Geada: Boa
Seca: Baixa, não tolera seca prolongada
Rendimento: 45 t MV/ha/ano (15 t MS/ha/ano)
Taxa de Lotação: 1,5 - 2,0 cab/ha/ano
Manejo: Suporta cortes baixos até 5cm do solo
Permanece verde por mais tempo que algumas gramíneas
Pasto: Entrada (25 - 30 cm) Saída (5 - 10 cm)
Feno: Tem talos macios (boa qualidade)
Resistência a pragas e doenças: Sensível ao ataque de cigarrinhas (Tomospis flavopicta e Tomospis humeralis) e colchonilhas.
Vírus: Pangola stunt vírus causa a “stunt virus desease” que provoca uma multiplicação exagerada da planta apresentando-se com folhas novas retorcidas, deformadas e morte das extremidades das folhas mais velhas. Conhecido como vírus do enfezamento, reduz muito a produção da planta.
Consorciação: Estilosantes, soja perene, siratro, centrosema
TRANSVALA
Digitaria decumbens Stent, cv transvala.
Conhecido como transvala ou capim transvala.
Prefere solos de boa fertilidade.
Mais tolerante à seca que o pangola comum.
Resistente ao “nematóide picador” Belonolaimus caudatus e ao “pangola stunt virus”.
Pode ser identificado pela presença de pêlos basais na superfície da lâmina foliar adjacente ao colar.
Se desenvolve bem no Triângulo Mineiro.
Tem uma desidratação muito rápida na confecção de feno.
Parece desenvolver-se bem em solos de fertilidade mediana.
A sua resistência ao vírus do enfezamento é muito importante.
ESTRELA AFRICANA
Nome científico: Cynodon plectostachyus
Nomes comuns: Capim estrela gigante, estrela, estrela africana, estrela branca
Origem: África
Aspectos vegetativos: Perene
Crescimento rústico
Estolões fortes
Possui sistema radicular forte
Folhas largas para o genêro
Forma denso colchão
Clima e solos: Precipitação deve ser acima de 600 mm anuais, prefere 1.000 a 1.200 mm/ano
Prefere solos arenosos de boa fertilidade
Em terra roxa consegue produzir bem
Propagação e Plantio: Mudas: estolões e ramos
Plantar em solo úmido
Pode ser plantada com grade, esparramar as mudas no terreno e passar a grade por cima. 
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota 
Seca: Boa desde que não muito prolongada
Geada: rebrota apesar da morte da parte vegetativa
Rendimento: Produz 13 -15 t feno/ha em solos de boa fertilidade
Utilização: Sem problemas de intoxicação no Brasil
África do Sul há ocorrência de ácido prússico (HCN -envenamento)
Responde bem à adubação
Pode ser rebaixado até 5 ou 10 cm
Entrada (0,30 - 0,40 m) Saída (0,15m)
Produz feno de boa qualidade quando manejada adequadamente.
Como toda planta do genero Cynodon, deve se manejada com cuidado e atenção porque a relação haste/folha se desequilibra facilmente em relação a hate se não for cortada ou pastejada no momento certo; ocasionando perda no valor nutritivo e consequentemente reduções nos índices de produção animal.
ESTRELA AFRICANA ROXA
Nome científico: Cynodon nlenfuensis
Nomes comuns: Estrela africana roxa, estrela roxa, capim estrela roxa
Muito semelhante à estrela africana
Não produz sementes viáveis no Brasil
Plantas com talos arroxeados
Inflorescência roxa
Possui folhas mais largas que a estrela comum
Lignifica rapidamente
Baixa palatabilidade para eqüinos em algumas épocas do ano
Muito produtiva em terras boas: Podendo atingir até 20 t de feno/ha/ano
Parece menos exigente em solos: adaptou-se bem em solos de mediana fertilidade no Triângulo Mineiro
COAST-CROSS
Nome científico: Cynodon dactylon x Cynodon nlenfuensis
Origem: Plantas obtidas por cruzamentos entre plantas do gênero cynodon, nos Estados Unidos da America do Norte
Existem várias plantas que recebem números, por exemplo coast-cross nº 1, nº2, nº3 etc...
Estas plantas basicamente se diferem por aspectos morfológicos e de adaptação à clima e solos.
Aspectos vegetativos: Perenes
Rústicas
Crescem por estolões
Alguns tem rizoma, outros não possuem
Aproximadamente 0,60 m de altura
Clima e solos: Adaptam-se à grande variedade de solos, desde os leves até pesados
Toleram inundações por longos períodos mas crescem, pouco em solos encharcados
Respondem muito bem à adubação
Precipitação entre 600 - 1600 mm/ano
Propagação e Plantio: Estolões e rizomas
Espaçamento de 1,0 m x 1,0 m
Não produzem sementes viáveis no Brasil
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: resiste bem (rizomas)
Geada: boa resistência
Seca: Resiste bem, porém não tolera seca muito prolongadada
Rendimento: Coast-cross supera 15 t feno/ha/ano podendo chegar a produções mais altas se 
 bem adubado
Utilização: Em pastejo com Entrada (0,30 - 0,40 m) e Saída (0,10 m)
Em áreas de pastejo rotacionado pode ser rebaixado até cinco centímetros desde que as adubações sejam bem balanceadas e o tempo de descanso seja observado corretamente.
Em função de sua boa resposta à adubação pode perfeitamente ser utilizado para produção de feno e em pastejo rotacionado. Geralmente são boas opções para formação de piquetes para bezerros e equinos de várias idades.
Quanto ao manejo é importante estar atento para as alturas ideais de utilização uma vez que as hastes lignificam rapidamente e perdem o valor nutritivo. Estas plantas necessitam de solos com bons teores de matéria orgânica e o uso de esterco, preferencialmente curtido, potencializa em muito as adubações químicas em campos de feno ou em áreas de pastejo rotacionado.
Consorciação: Difícil, devido ao tipo de crescimento, cobre muito bem o solo
Campos de Feno: Forma com 60 - 80 dias (30 - 35 cm)
As adubações de reposição devem ser feitas com nitrogênio e potássio. É importante fazer um acompanhamento anual da fertiidade do campo de feno.
Primeiro corte preferencialmente mecânico
Adubar o mais rápido possível, ato contínuo ao corte
Permite cortes a cada 30 dias
Observar as inter-relações entre os minerais principalmente quando se usa esterco de suínos
CAPIM GUATEMALA
Nome científico: Tripsacum fasciculatum (Sinonímia Tripsacum laxum)
Nomes comuns: Capim Guatemala
Origem: América Central
Aspectos vegetativos: Gramínea perene
Grande porte
Folhas abundantes, semelhantes às do milho
Colmo semelhante ao milho
Bainha glabra, abraçando fortemente o colmo
Florescimento raro fora do País de origemFlores unissexuadas
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em áreas de altas precipitações
Exige solos de boa fertilidade
Não tolera excesso de umidade
As capineiras tem que receber adubação de manutenção (esterco mais adubo químico)
Propagação e Plantio: Pedaços de colmos com 20 - 30 cm de comprimento
Estacas com 3 - 5 gemas
Sulcos com 10 cm de profundidade
0,80 - 1,0 m entre sulcos
0,80 - 1,0 m entre estacas
Mudas inclinadas na cova com um terço descobertas
Germinação em 15 ou 20 dias
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: Parece ser muito baixa
Seca: Boa
Geada: muito susceptível, queima parte vegetativa
Rendimento: 100 - 120 t MV/ha/ano
Utilização: Capineira (quase exclusivamente)
Silagem: Não é muito recomendável porque esta planta tem baixos conteúdos de carboidratos solúveís, portanto não fermenta bem, não dá silagem de muito boa qualidade
Esta planta não aceita pastejo direto
Pragas e doenças: Broca do colmo (Diatreia sacharalis): danos sérios
Lagarta das folhas (Laphigma frugiperda)
Manejo: Cortar quando as plantas atingirem 1,50 m (dá até 3 cortes por ano)
Cortar a 15 cm do solo
Corte rente causa seca da touceira e também apodrecimento
Não resiste ao pisoteio
Permanece mais verde e suculento durante todo o ano que o capim elefante
Dá cortes a cada 70 - 80 dias na época das águas
CAPIM VENEZUELA
Nome científico: Axonopus scoparius
Nomes comuns: Capim Venezuela, capim-de- teso, capim colombiano, capim imperial
Origem: Desde o México até a Argentina
Aspectos vegetativos: Perene
Cespitosa com colmos sem ramificações
Folhas 15 a 25 cm de comprimento (bainha) e 40 a 60 cm, de limbo com largura de três a quatro centímetros
Macia e tenra, conservando-se macia na frutificação
Não produz sementes viáveis no Brasil
Clima e solos: Vegeta na zona equatorial e temperada com precipitação superior 1000 mm
Prefere solos argilo-sílico-humíferos
Propagação e Plantio: Deve ser usado o espaçamento de 60cm entre sulcos. Pode-se utilizar pedaços de colmos ou mudas enraizadas
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Baixa resistência
Seca: Boa
Fogo: Não resiste
Rendimento: 60 -70 t MV/ha/ano em 3 ou 4 cortes
Manejo: Não resiste ao pisoteio
Cortar quando atingir 0,80 a 1,00 m, sempre a 15 cm do solo
Tem palatabilidade muito boa
Resistência a pragas e doenças: É atacado por Helmintosporium na inflorescência
Pode ser atacado por gomose (virose), sendo que os cultivares Etoclon 60 e Etoclon 72 são resistentes
AVEIA FORRAGEIRA
Nome científico: Avena Sativa, Avena bizantina e Avena strigosa
Nome comum: Aveia forrageira
Origem: Europa
Forrageiras: Avena bizantina - sementes amarelas
Avena strigosa - sementes pretas
Avena sativa - produção de grãos
Variedades: Bagé, Marion, IAS-49, IAS-50, LB-Argentina (Avena bizantina)
Aveia preta (Avena strigosa)
Aspectos vegetativos: Gramínea anual
Porte ereto
Folhas largas, compridas e verde escuras
Colmos macios, bastante suculentos
Muito palatável
Clima e solos: Planta de clima temperado (forrageira de inverno)
Adapta-se em clima tropical e sub-tropical quando plantada no inverno
Não é muito exigente em fertilidade, mas não tolera pH abaixo de 5,0
Pode-se usar várzeas onde foram feitas culturas de arroz
Necessita de adubação balanceada
Fazer cobertura com nitrogênio e potássio após cada corte
Propagação e Plantio: Época de plantio é de abril-maio (algumas regiões março)
Sementes (60 a 80 Kg/ha)
Profundidade de 1 cm
Sulcos espaçados de 50 cm - usar filete contínuo
Não suporta lâmina d’água permanente (diferente do arroz)
Agregar bastante matéria orgânica ao solo antes do plantio
Rendimento: Muito variável depende do manejo da cultura, se irrigada poderá produzir muito, acima de 50 toneladas de matéria verde por hectare
Em Uberaba-MG PRINGOLAT0 et al (1981) conseguiram produção de até 7810 Kg MS/ha, quando adubaram com esterco de galinha mais superfosfato simples (SPS), PB = 20,7% na MS, Ca = 0,78% na MS, P = 0,18% na MS
Utilização: Verde- deixar murchar por algumas horas
Feno- Produz feno de boa qualidade 
Silagem: Atualmente tem sido muito utilizada para produção de silagem pré-secada (haylage)
Manejo: Após 40-50 dias (pós-plantio) cortar ou pisotear, nesta idade a planta deve ter 0,30-0,50 m
Cortar rente ao solo
Vaca consome aproximadamente 40 Kg de de matéria verde por dia
Doenças: Fungos (Ferrugem) - prjudicam a produção
 Nematóides - reduzem a produção da cultura
ESTUDO DAS LEGUMINOSAS
GUANDU
Nome científico: Cajanus cajan
Nomes comuns: Guando, guandu, feijão andu
Origem: África equatorial
Variedades: Grande número
 Sementes de várias cores - cruzamento fácil por ação de insetos
Aspectos vegetativos: Arbusto de 2 a 3 m de altura dependendo do cultivar
Perene (5 anos) e semi-perene (bi-anual)
Folhas geralmente pequenas
Trifoliolada
Produz grande quantidade de sementes
Vagens com 5 a 6 cm contendo 4 a 6 sementes
Vagens de cores variadas
Clima e solos: Vegeta bem em solos pobres, sem excesso de umidade
Precipitação acima de 760 mm/ano
Propagação e Plantio: Por sementes
Profundidade: enterrar a 5 cm
Utiliza-se 20 a 30 Kg/ha (3 a 4 sementes/cova)
Semeio a lanço maior gasto de sementes
Espaçamento: 0,20m entre covas e 0,50m entre linhas
Promiscua - Nodula com vários tipos de Rhizobium
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: bem resistente 
Geada: mata somente a parte vegetativa
Fogo: mata grande parte do stand, pode ser considerado intolerante
Rendimento: Variável com a densidade de plantio, época, cultivar e fertilidade do solo.
Chega a altas produções de matéria seca por hectare
Utilização: Verde: cortar a 10 cm do solo. Cortar mais alto na época da seca para 
 reduzir a mortalidade das plantas (30 cm)
Feno: Deve ser picado para completar a secagem em galpão para evitar que as 
 folhas sejam perdidas 
Misturado com gramíneas para silagem
Pasto-pastejo direto
Resistência a pragas e doenças: Folhas atacadas por Coletotrichum cajani e uromyces
Sementes sofrem ataque de Curculionidae (besouros)
e a Icervya purchasi ataca as folhas
SOJA PERENE
Nome científico: Neonotonia wightii (sinonímia Glycine wightii)
Nomes comuns: Soja perene
Origem: África
Cultivares: CV Tiranoo - Tardia
CV Cooper - Média
CV Clarence - Precoce
CV Cianova (adaptada para áreas de cerrado), IRI Nº 2, etc...
CV tiranoo: Apresenta florescimento tardio (junho/julho) com maturação das sementes em agosto/setembro
Indicada para solos férteis
Caules mais estoloníferos e finos, com mais ramificação
CV cooper: Floresce mais cedo que o cv Tinaroo, maturação das sementes 4 a 6 semanas após o florescimento 
É o cultivar mais resistente à seca, supera Tinaroo e Clarence
Coloração cinza prateada
Forma assimétrica do folíolo, um lado mais longo
Constrição na vagem
Ramificação pronunciada
CV clarence: É a variedade que apresenta florescimento mais precoce
Recomenda-se para regiões mais frias, sujeitas a geadas mais cedo
É menos estolonífera que outras variedades
Aspectos vegetativos: Hastes longas e flexíveis
Alastra-se bastante pelo terreno
Raiz pivotante, sistema radicular muito profundo
Sobe nas plantas de porte ereto
Flores brancas
Clima e solos: Precipitação deve situar-se entre 800 a 1500 mm anuais
Sensível ao alumínio trocável (Al+++) deve-se corrigir a acidez
Exigente em cálcio e magnésio (Ca++ e Mg++) 
Prefere solos férteis, embora o CV Cianova seja adaptado a solos mais pobres pH maior ou igual a 5,5 (pH ( 5,5)
Propagação e Plantio: Sementes 3-6 Kg/ha
Promíscua, mas deve ser inoculada
Escarificar as sementes
Plantar em covas com 3 a 5 sementes espaçadas 25 a 30 cm
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem após a passagem
Seca: tolera bem
Geada: tolera bem à geada, morre a parte vegetativa
Rendimento no corte: 30 a 40 t MV/ha/ano aproximadamente 10t de matéria seca/ha/ano. Produção pode ser maior dependendo da adubação
Utilização: Pasto: consorciado ou não
Feno: corte freqüentes - mensais, os cortes podem ser rentesao solo
Silagem: em mistura com gramíneas, nunca sozinha
Resistência: Às pragas e doenças:
Tem boa resistência ao ataque de lagarta e besouros. Não apresenta problema sérios.
Manejo: Cuidadoso no primeiro ano; não deixar a gramínea abafar a leguminosa ( no caso de consórcio
O campo de leguminosa solteira pode ser rebaixado ao nível do solo
Não deixar que a leguminosa domine a gramínea
Lembrando que a secagem do feno deve começar no campo e terminar no galpão para evitar que as folhas sejam perdidas
SIRATRO
Nome científico: Macroptilium atropurpureum
Nomes comuns: Siratro
Origem: América do Sul e Central (Planta obtida do cruzamento de dois ecotipos de Phaseolus levadas do México para a Austrália)
Aspectos vegetativos: Leguminosa perene;
Trifoliolada e com dois foíolos laterais assimétricos bastante característicos;
Folhagem volumosa; 
Boa qualidade de fixação de nitrogênio;
Enraiza nos nós em solos úmidos;
Flor roxa.
Clima e solos: Não tolera solos ácidos (deve-se fazer correção da acidez);
Necessita de precipitação entre 750 a 1500 mm/ano;
Exige solos de mediana fertilidade;
Exige FÓSFORO para a fixação do NITROGÊNIO;
Responde bem à adubação.
Propagação e Plantio: Utilizar 4 a 8 Kg de sementes/ha (2 vezes mais);
Inocular com Rhizobium do grupo “Cow-pea”;
Fixa em torno de 100 Kg de N/ha/ano;
Produz em torno de 150 a 200 Kg de sementes/ano;
Floresce mais em agosto/setembro;
Tem aproximadamente 8000 sementes/Kg.
Rendimento: No corte pode atingir até 5 toneladas de MS (em 2 cortes).
Pragas e doenças: Fungos (Oidium) são comuns em condições de alta umidade e temperatura;
Nematóides;
Insetos.
Manejo: Não resiste ao pisoteio contínuo (pouco resistente);
Não fazer cortes rentes ao solo (10 cm).
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Geada:baixa. Perde as folhas a temperatura inferiores a 0º C;
Seca: Pouco resistente;
Fogo: Sem informações
Consorciação: Vai melhor com plantas de grande porte e dotadas de crescimento cespitoso, como o Capim Colonião, Guiné, Green-panic, Gordura e Napier.
CENTROSEMA
Nome científico: Centrosema pubescens
Nomes comuns: Jetirana, centrosema, jitirana
Origem: Nativa (ocorre espontaneamente no Centro e Norte do Brasil)
Aspectos vegetativos: Perene
Rasteira
Volúvel e trepadeira
Herbácea - hastes finas, verdes e flexíveis
Trifoliolada
Crescimento inicial lento
Forma colchão de 0,30 - 0,40m (até 0,60 m)
Flor vistosa, roxa
Clima e solos: Desenvolve-se melhor em regiões quentes e úmidas, embora produza bem em áreas com precipitação menor que 1200 mm anuais.
Vegeta bem em solos Férteis, permeáveis, não tolera solos ácidos (necessário fazer calagem)
Propagação e Plantio: Sementes 6-7 Kg/ha
1,50 m entre linhas, covas espaçadas de 0,50 m
Em consórcio usar aproximadamente 5,0 Kg/ha
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: rebrota bem
Frio: boa resistência 
Seca: boa resistência
Rendimento: Aproximadamente 40 t MV/ha/ano
Aproximadamente 100 Kg de sementes/ha/ano
Manejo: Pastejo: Baixa resistência ao pisoteio, boa aceitabilidade e boa digestibilidade
Feno: cortar a 10 cm do solo quando atingir 0,40 - 0,50 m
Resistência a pragas e doenças: Sem problemas relevantes; apresenta apenas ataques de vaquinhas (coleopteros) sem grandes danos
Consorciação: Colonião (green panic), jaraguá, braquiária e capim gordura
LEUCENA
Nome científico: Leucaena leucocephala 
Nomes comuns: Leucena, Caola
Origem: América (nativa do México)
Cultivares: CV Peru
CV El Salvador
Vários outros
Aspectos vegetativos: Perene
Porte ereto
Arbustiva com tronco e galhos lenhosos
Raízes profundas (2 - 10 m de profundidade)
Folhas bipinadas
Flores de cor branco-amareladas
Clima e solos: Prefere áreas tropicais úmidas
Necessita de precipitação acima de 800 mm anuais
Sensível à pH baixo, prefere solos de melhor fertilidade, mas pode ser cultivada em terrenos mais pobres
Propagação e Plantio: Necessário escarificar ou submeter a 80º C por quatro minutos
16 a 36 Kg sementes/ha
Fazer muda no saquinho melhora a eficiência mas pode se plantada direto no campo
Combater as formigas
Para corte: 10 a 20 plantas/m linear; sulcos espaçados em 0,80 a 1,0 m
Para consorciação usar sulcos com 2 a 3 m entre fileiras (1 planta/m)
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Boa
Fogo: Boa
Geada: Boa
Rendimento: 10 a 20 t MS/ha/ano
Utilização: Banco de proteína, pastejo direto com altura menor ou igual 2,0 m
Folhas com 20 % proteína bruta
Na formação iniciar pastejo leve a 0,60 m de altura
MIMOSINA: A leucena contém um princípio tóxico que é a Mimosina que causa queda de pêlos em eqüinos e pode causar problemas hepáticos (câncer). A mimosina pode provocar queda de lã em ovinos, que não possuam no rúmen, as bactérias capazes de destruí-la até a 3,4 diidroxipirina. Os australianos já desenvolveram alguns cultivares de leucena com baixa mimosina
Resistência à pragas e doenças: Sem muitos problemas sérios. Apenas as formigas (saúvas) causam grande prejuízo à cultura
Consorciação: Possível com qualquer planta, problema da manutenção é a sua alta 
palatabilidade
DESMODUIM UNCINATUM
Nome científico: Desmodium uncinatum
Nomes comuns: Desmódio, desmódio prateado
Origem: Brasil e Índias Ocidentais
Aspectos vegetativos: Perene
Rasteira, trepadeira
Enraíza-se nos nós em solos férteis
Caules estendem-se por até cinco metros
Estabelecimento lento
Clima e solos: Larga variação de solos
Tolera acidez e baixa fertilidade
Responde a (P) fósforo e ao potássio (K), sendo eficiente na extração de cobre (Cu) do solo
Melhor adaptado para regiões com ppt acima 890 mm anuais
Parece muito promissor para áreas úmidas
Propagação e Plantio: Dois a cinco quilogramas de sementes por hectare
0,5 a 1,0 m entre linhas
Necessita Rhizobium específico para nodular
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Baixa (menor que o Desmodium intortum)
Geada: Tolera
Fogo: sem informação
Rendimento: Variável com as condições, poucas informações no Brasil
Utilização: Bom para pastejo, no entanto tem palatabilidade baixa porque tem alta concentração de fenois
Não suporta altas taxas de lotação
Resistência a pragas e doenças: Atacado por gorgulho (Ammenus quadrituberculatus)
Susceptível a nematóides: Meloidogyne
Muito susceptível ao vírus do enfezamento (little leaf)
Consorciação: Setária (Kazungula ou Nandi), Panicum maximum, espécies de Paspalum
DESDMODIUM INTORTUM
Nome científico: Desmodium intortum (Mill.) Urb.
Nomes comuns: Desmódio, green leaf
Origem: Brasil Central
Aspectos vegetativos: Perene e rasteira
Enraíza-se nos nós
Desenvolvimento lento no primeiro ano
Clima e solos: Adaptado à grande variedade de solos desde os ácidos e mal drenados
Vai melhor em solos de média a elevada fertilidade
Tolerante à acidez
Pequena resposta ao calcário
Responde bem a fósforo, potássio e molibidênio
Necessita precipitações acima de 900 mm anuais
Propagação e Plantio: Dois a quatro quilogramas de sementes/ha
0,5 - 1,0 entre sulcos
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: boa tolerância
Geada: tolera bem ao frio
Fogo: sem informações
Rendimento: Dependente do local, sem muitas informações no Brasil
Produz de 90-120 Kg de sementes/ha
Resistência a pragas e doenças: Rhizoctonia oidio (fungo) causa danos
Vírus do Little leaf embora ocorra em menor escala que no Desmodium uncinatum
Consorciação: Kikuio, colonião, rhodes e buffel
Utilização: Embora tenha boa resistência ao pastejo apresenta baixa palatabilidade. Pode ser utilizada para produção de feno
Palatabilidade: baixa (parece ser)
DEMODIUM CANUN
Nome científico: Desmodium canun
Nomes comuns: Carrapicho beiço-de-boi, pega-pega, amores do campo, etc...
Origem: Nativo
Aspectos vegetativos: Perene
Semi-rasteira
Crescimento rápido
Folhas pequenas
Vagens com pêlos abundantes
Clima e solos: Precipitação acima de 900 mm anuais
Cresce em solos pobres
Cresce em solos úmidos
Propagação e Plantio: Um a três quilogramas de sementes/ha
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: Boa
Seca: Boa
Frio: Boa - geadas queimam a partevegetativa, mas a planta não morre
Rendimento: 2 a 4 t MS/ha/ano
Utilização: Consórcio de pastos
Boa resistência ao pisoteio
Manejo: Consorcia bem com gramíneas estoloníferas - permite o corte baixo
Grande resistência ao pisoteio
Pragas e doenças: Embora sem descrição acurada na literatura, sofre ataque de fungos
OUTROS DESMÓDIOS:
Desmodium aperidium: Até 3 m de altura
Amor de vaqueiro - flores roxas e pequenas
Engorda magro
Cortar antes da floração (0,70 m de altura)
Desmodium barbatum: Barbadinho
Cortar a 0,10 m do solo quando tiver 0,65 m
Desmodium pabulare: Feijão de boi
Cresce até 2,0 m
ESTILOSANTES
Nome científico: Stylosanthes guyanensis (Gracilis) 
Nomes comuns: estilosantes, alfafa brasileira, Stylo, meladinho, vassourinha, manjericão, manjericão do campo, etc...
Origem: Brasil
Cultivares: cv Schofield, Oxley, IRI 102, Bandeirante e muitos outros
Aspectos vegetativos: Perene
Ramos finos e flexíveis (prostrados)
Cai sobre si, formando tapete de caules que originam novos caules
Touceiras de até 1,50 m
Após 1,50 m de altura tem elevado teor de fibra bruta (FB)
Clima e solos: Necessita acima de 900 mm de precipitação anuais
Adapta-se a grande faixa de solos pobres e de baixa fertilidade
Propagação e Plantio: Estabelecimento por sementes
Não cobrí-las muito; profundidade de máxima de 0,5 cm
Sulcos com 40 - 60 cm de espaçamento
3 - 4 Kg de sementes/ha
Necessita Rhizobium específico
Também se estabelece por mudas (não é prático)
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Boa
Fogo: geralmente morre, mas nascem outras plantas à partir das sementes que estavam no solo
Geada: Queima parte vegetativa, mas rebrota 
Rendimento: No corte pode dar até 30t/MV/ha.ano.
Utilização: Não deve sofrer pastejo excessivo
Resiste bem ao pastejo moderado
Pragas e doenças: Cigarrinhas - sem maiores problemas
Antracnose (fungo): pode ser problema causando grande dano à cultura
Consorciação: Consorcia-se bem com gramíneas de porte baixo e de touceira mais aberta como o jaraguá, pangola, Paspalum e buffel
ALFAFINHA DO NORDESTE
Nome científico: Stylosanthes humilis 
Nomes comuns: alfafinha do nordeste, erva de ovelha
Origem: Brasil
Cultivares: Austrália: Patterson (600 - 1000 mm anuais)
Lawson (800 - 1100 mm anuais)
Gordon (acima de 1100 mm anuais)
Aspectos vegetativos: Anual
Herbácea, rasteira
Hastes finas, verdes e tenras
No inverno forma feno natural
Flores amarelas
Clima e solos:Exige de 600 a 1800 mm anuais de precipitação dependendo do cultivar
Boa reserva de forragem para a seca, por ser pouco exigente em fertilidade (para áreas de solos pobres)
Propagação e Plantio: Sementes - Aproximadamente 5 kg sementes/ha
Necessita semeio superficial
Não tolera sombreamento (crescimento limitado)
Nodula bem, mesmo sem inoculação
Produz 800 a 1000 Kg de sementes/ha
Resistência a Fogo, Geada e Seca: resiste a todos após completar o seu ciclo
Rendimento: Aproximadamente 5 t feno/ha
Utilização: Feno com 13% PB
Manter o pasto baixo
Sensível ao sombreamento
Crescimento inicialmente lento
Pouco palatável quando nova
Consorciação: Colonião, Buffel, pastagens nativas (gramíneas)
KUDZU TROPICAL
Nome científico: Pueraria phaseoloides cv. Javanica
Nomes comuns: Puerária, kudzu, kudzu tropical
Origem: Ásia
Aspectos vegetativos: Perene
Caule volúvel, longo e flexível
Hábito trepador
Flores azuladas ou violáceas
Sementes reniformes ou elípticas
Clima e solos: Prefere solos de textura média
Não vai bem em solos com muita areia e excesso de umidade
Precipitação acima de 1250 mm anuais
Vegeta bem em larga faixa de solos, de mediana fertilidade até solos férteis
Propagação e Plantio: Sementes escarificadas (3 a 4 Kg/ha)
Estabelecimento lento (pouco desenvolvimento inicial)
De erradicação difícil devido à grande produção de sementes
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Fogo: Boa
Seca: Boa
Geada: Boa. Rebrotando após sua passagem
Rendimento: 15 a 18 t MV/ha/ano (depende do local). Proporciona no mínimo 2 cortes/ano
Utilização: Pasto
Feno
Pasto consorciado (gordura, colonião)
Contenção de encostas, proteção contra erosão
Manejo: Muito baixa resistência ao pisoteio no primeiro ano;
Baixa palatabilidade durante as águas em algumas regiões, durante a época seca sua palatabilidade melhora
Amadurecimento de sementes desuniformes - colheita dificultada.
Consorciação: Na Amazônia com P. maximum;
Com capim gordura pode funcionar bem;
Jaraguá com menor intensidade;
CALOPOGÔNIO
Nome científico: Calopogonium mucunoides
Nomes comuns: Calopogônio, feijão soja, sojinha
Aspectos vegetativos Trifoliolada
Flores azuladas
Vagens com pelos curtos e ferruginosos
Hastes, folhas, ramos florais também cobertos por pêlos curtos e ferruginosos
Atinge 0,50 m quando cresce isolada
Clima e solos: Desenvolve melhor em áreas com precipitação acima de 1200 mm anuais
Vegeta bem em solos relativamente pobres e secos
Não suporta excesso de umidade no solo
Propagação e Plantio: por sementes (5 a 9 Kg/ha)
Covas com 0,90 por 1,50 m entre linhas
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Suas folhas caem conforme avança a estação seca
Fogo: Boa resistência
Geada : Não resiste
Rendimento no corte: aproximadamente 30 t MV/ha/ano
Utilização: Apresenta boa resistência quando pastejada
Possui baixa palatabilidade, mas o gado aceita bem o seu feno
Pragas e doenças: Sem registro de danos sérios
Consorciação: Capim de rhodes, capim gordura, colonião 
É uma boa fixadora de nitrogênio
AMENDOIM DE VEADO
Nome científico: Teramnus uncinatum
Nomes comuns: Amendoim de veado, favinha de capoeira, alfafa paulista
Origem: Brasil (Norte e Centro)
Aspectos vegetativos: Trepadeira
Hastes finas
Trifoliadas
Folíolos glabros na face superior e pilosos na inferior
Flores pequenas e azuladas
Prefere locais sombreados
Seu fruto é uma vagem estreita, comprida, pubescente e de ápice ligeiramente curvo
Sementes amarelas, cilíndricas e lustrosas
Clima e solos: Precipitação deve superar 1000 mm anuais, ideal: 1500 mm anuais
Temperatura média de 25ºC
Solos de mediana fertilidade
Propagação e Plantio: Sementes; 6 Kg/ha
Apresenta grande percentagem de sementes duras (± 65%)
Resistência a Fogo, Geada e Seca: Seca: Razoável
Frio: Razoável
Fogo: Sem informações
Pragas e doenças: Insetos que se desenvolvem no interior das sementes ainda verdes
Consorciação: Razoavelmente bem com gramíneas de porte ereto
Tolera bem o sombreamento
LAB-LAB
Nome científico: Dolichos lab-lab (sinonímia Lab-lab purpureum)
Nomes comuns: Cumandiatá, cabo curso, mangalô, feijão de frade, Feijão de orelha
Origem: África
Variedades: Aproximadamente 70 -Sementes grandes e rajadas
Sementes amarelas e marrons
Rongai - Australiana
IAC - L 697
Aspectos vegetativos: Herbácea
Rasteira
Anual nos trópicos e nas altitudes maiores é bianual
Trifoliolada
Flores brancas
Clima e solos: Vegeta em ampla faixa de solos em clima tropical e sub-tropical com precipitação acima de 500 mm anuais
Deve-se evitar locais sujeitos a encharcamento
Propagação e Plantio: Sementes - 20-30 Kg/ha
Espaçamento entre linhas de 1,0 m e 0,50 entre covas
Rendimento: 20 - 30 t MV/ha/ano em 2 cortes
Utilização: Pastejo (plantar junto com milho)
Silagem
Feno
Adubo verde
Manejo: Cortar a 20 cm do solo (1º corte)
Segundo corte rente ao solo
Consorciação: Milho
 Sorgo
Resistência a pragas e doenças: Xantomona phaseoli (bactéria) provoca grande desfoliação
Cigarrinhas e vaquinhas: alguns prejuízos
MUCUNA PRETA
Nome científico: Stizolobium atterrinum
Nomes comuns: Mucuna preta, feijão veludo
Origem: Índia
Aspectos vegetativos: Anual: ciclo de 5 meses
Caules finos e flexíveis, volúvel e trepadeira
Vagens cilíndricas
Flores púrpuras
Sementes grandes, achatadas e pretas, com hilo branco e linear
Apresenta-se mais tardia que a mucuna rajada (Stizolobium deeringianum )
Clima e solos: Vegeta bem em climas tropicais e subtropicais
Não vegeta bem em solos com excesso de umidade
Propagação e Plantio:

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