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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL GETULIO VARGAS CEDUP-GV SÃO MIGUEL DO OESTE – SC ALUNO:.....................................................................SÉRIE:............... SÃO MIGUEL DO OESTE, março 2019 INDICE 3Introdução 4Conceito de apicultura 4Histórico da apicultura 4A apicultura no brasil 5Por que criar abelhas 6Um bom negócio 8Por que a apicultura é importante no brasil 8Produtos das abelhas 15Biologia de abelhas apis mellifera 17Classificação zoológica 17A familia das abelhas 19Anatomia e fisiologia 21Sistema de comunicação e orientação das abelhas 22colméias 24Acessórios da colméia 25Núcleos 26Pintura das colméias 26Indumentária e implementos apícolas 30Preparo da colméia 33Pastagem apícola 35Localização e instalação de apiários 40Povoamento da colméia 42Enxameação 43Enxames fugitivos 45Multiplicação artificial de famílias 46União de famílias de abelhas 48Revisão de colméias 51O que observar em uma revisão 51Intervalo entre revisões 52Manejo de manutenção das colônias 53Manejo para a produção 54Pilhagem 55Manejo de rainhas 58Manejo de rainhas 59Procedimentos para a substituição 60Introdução da nova rainha 62Alimentação artificial 67O transporte das colméias 69Colheita do mel 73Pragas e doenças das abelhas 73Inimigos naturais 75Doenças das abelhas 79Referências (22 de maio é o dia do Apicultor) INTRODUÇÃO O mel, que é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, por vários séculos foi retirado dos enxames de forma extrativista e predatória, muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Entretanto, com o tempo, o homem foi aprendendo a proteger seus enxames, instalá-los em colmeias racionais e manejá-los de forma que houvesse maior produção de mel sem causar prejuízo para as abelhas. Nascia, assim, a apicultura. Essa atividade atravessou o tempo, ganhou o mundo e se tornou uma importante fonte de renda para várias famílias. Hoje, além do mel, é possível explorar, com a criação racional das abelhas, produtos como: pólen apícola, geléia real, rainhas, polinização, apitoxina e cera. Existem casos de produtores que comercializam enxames e crias. O Brasil é, atualmente, o 6° maior produtor de mel (ficando atrás somente da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda existe um grande potencial apícola (flora e clima) não explorado e grande possibilidade de se maximizar a produção, incrementando o agronegócio apícola. Para tanto, é necessário que o produtor possua conhecimentos sobre biologia das abelhas, técnicas de manejo e colheita do mel, pragas e doenças dos enxames, importância econômica, mercado e comercialização. CONCEITO DE APICULTURA Apicultura é a criação de abelhas para produção de mel e cera e também é a parte da zootecnia especial dedicada ao estudo e à criação de abelhas para os seguintes fins: produção de mel, própolis, geléia real, pólen e veneno. Além disso, as abelhas são ótimas polinizadoras. HISTÓRICO DA APICULTURA Pesquisas arqueológicas mostram que as abelhas sociais já produziam e estocavam mel há 20 milhões de anos, antes mesmo do surgimento do homem na Terra, que só ocorreu poucos milhões de anos atrás. No início, o homem promovia uma verdadeira "caçada ao mel", tendo que procurar e localizar os enxames, que muitas vezes nidificavam em locais de difícil acesso e de grande risco para os coletores. Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen, crias e cera, pois o homem ainda não sabia como separar os produtos do favo. Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o homem a procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o mel para consumo. Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios começaram a colocar as abelhas em potes de barro. A retirada do mel ainda era muito similar à "caçada" primitiva, entretanto, os enxames podiam ser transportados e colocados próximo à residência do produtor. Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colmeia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo. Naquela época, as abelhas já assumiam tanta importância para o homem que eram consideradas sagradas para muitas civilizações. Com isso várias lendas e cultos surgiram a respeito desses insetos. Com o tempo, elas também passaram a assumir grande importância econômica e a ser consideradas um símbolo de poder para reis, rainhas, papas, cardeais, duques, condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros, coroas, moedas, mantos reais, entre outros. A APICULTURA NO BRASIL No Brasil a história da apicultura tem início com a introdução das abelhas Apis mellifera no estado do Rio de Janeiro, realizada em 1839 pelo padre Antônio Carneiro, quando trouxe algumas colônias da região do Porto, em Portugal. Outras raças de Apis mellifera foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus. A apicultura brasileira tomou um novo rumo com a introdução da abelha africana (Apis mellifera scutellata) em 1956 quando, por um acidente, essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar com as de raça européia, anteriormente introduzida. A partir desse momento, começou a se formar um híbrido natural entre as abelhas africanas e européias, que passou a ser chamada de Abelha africanizada. A alta agressividade e tendência enxameatória destas abelhas africanizadas causou, inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores abandonaram a atividade. Somente com o desenvolvimento de técnicas adequadas às abelhas africanizadas, ocorrido nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com a entrada do mel brasileiro no mercado internacional, a apicultura viveu um grande momento de mobilização e crescimento. Esse desenvolvimento da atividade fica evidente quando se observa a evolução da produção de mel no Brasil ocorrida no periodo de 2000 a 2005, que teve um crescimento de 54,4% para o período. Um incremento bem superior ao ocorrido entre 1990 e 2000, que foi de apenas 35,1%. POR QUE CRIAR ABELHAS Existem muitas razões que levam o homem a criar abelhas. A flora apícola de Santa Catarina é rica e muito variada, o que motiva muitos apicultores a explorar esse campo de atividade. Razões socioeconômicas para o desenvolvimento da atividade apícola - Obter renda explorando os produtos essenciais da colmeia: *- Mel - Cera - Pólen - Própolis - Geléia real - Apitoxina * Pode, ainda, ganhar dinheiro produzindo: - Abelhas rainhas - Enxames - Aluguel de abelhas para polinização Uma colméia, bem cuidada, pode produzir até 50kg de mel por ano. Além disso, cuidar de abelhas é mais fácil do que criar gado ou cultivar lavouras, por que: · O investimento é na instalação, depois é só cuidar do material (15 a 20 anos); · Se comparado com a criação de gado, não precisamos de: - Grandes áreas - Fazer cercas - Cuidar da pastagem * Bem mais fácil, se comparado com a lavoura que precisa de: - Derrubada da mata e destocamento; - Cultivo do solo; - Análise e correção do solo; - Curva de nível; - Adubação; - Semente certificada; - Tratos culturais; - Equipamentos de alto custo (trator e implementos); - Mão-de-obra quase contínua, do plantio à colheita; - Corre o risco de seca, de enchente em certos locais, de granizo, de tempestade e das pragas, onde pode perder tudo; - Cercas de proteção; - Preço mínimo, nem sempre justo. · E com abelhas, se não conseguir boa safra, não perde-se o investimento. Polinização Todo agricultor ou fruticultor que planta, mesmo que não crie abelhas vai precisar delas. Isso porque quando a planta floresce, a flor precisa ser fecundada para que possa gerar as sementes e o desenvolvimento do fruto. Isso é chamado de polinização. A polinização é a transferência dos pequenos grãos de pólen das anteras (órgão masculino)