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Apostila de Apicultura

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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL GETULIO VARGAS
CEDUP-GV SÃO MIGUEL DO OESTE – SC
ALUNO:.....................................................................SÉRIE:...............
SÃO MIGUEL DO OESTE, março 2019
INDICE
3Introdução
4Conceito de apicultura
4Histórico da apicultura
4A apicultura no brasil
5Por que criar abelhas
6Um bom negócio
8Por que a apicultura é importante no brasil
8Produtos das abelhas
15Biologia de abelhas apis mellifera
17Classificação zoológica
17A familia das abelhas
19Anatomia e fisiologia
21Sistema de comunicação e orientação das abelhas
22colméias
24Acessórios da colméia
25Núcleos
26Pintura das colméias
26Indumentária e implementos apícolas
30Preparo da colméia
33Pastagem apícola
35Localização e instalação de apiários
40Povoamento da colméia
42Enxameação
43Enxames fugitivos
45Multiplicação artificial de famílias
46União de famílias de abelhas
48Revisão de colméias
51O que observar em uma revisão
51Intervalo entre revisões
52Manejo de manutenção das colônias
53Manejo para a produção
54Pilhagem
55Manejo de rainhas
58Manejo de rainhas
59Procedimentos para a substituição
60Introdução da nova rainha
62Alimentação artificial
67O transporte das colméias
69Colheita do mel
73Pragas e doenças das abelhas
73Inimigos naturais
75Doenças das abelhas
79Referências
(22 de maio é o dia do Apicultor)
INTRODUÇÃO
O mel, que é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, por vários séculos foi retirado dos enxames de forma extrativista e predatória, muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Entretanto, com o tempo, o homem foi aprendendo a proteger seus enxames, instalá-los em colmeias racionais e manejá-los de forma que houvesse maior produção de mel sem causar prejuízo para as abelhas. Nascia, assim, a apicultura.
Essa atividade atravessou o tempo, ganhou o mundo e se tornou uma importante fonte de renda para várias famílias. Hoje, além do mel, é possível explorar, com a criação racional das abelhas, produtos como: pólen apícola, geléia real, rainhas, polinização, apitoxina e cera. Existem casos de produtores que comercializam enxames e crias.
O Brasil é, atualmente, o 6° maior produtor de mel (ficando atrás somente da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda existe um grande potencial apícola (flora e clima) não explorado e grande possibilidade de se maximizar a produção, incrementando o agronegócio apícola. Para tanto, é necessário que o produtor possua conhecimentos sobre biologia das abelhas, técnicas de manejo e colheita do mel, pragas e doenças dos enxames, importância econômica, mercado e comercialização.
CONCEITO DE APICULTURA
Apicultura é a criação de abelhas para produção de mel e cera e também é a parte da zootecnia especial dedicada ao estudo e à criação de abelhas para os seguintes fins: produção de mel, própolis, geléia real, pólen e veneno. Além disso, as abelhas são ótimas polinizadoras. 
HISTÓRICO DA APICULTURA
Pesquisas arqueológicas mostram que as abelhas sociais já produziam e estocavam mel há 20 milhões de anos, antes mesmo do surgimento do homem na Terra, que só ocorreu poucos milhões de anos atrás.
No início, o homem promovia uma verdadeira "caçada ao mel", tendo que procurar e localizar os enxames, que muitas vezes nidificavam em locais de difícil acesso e de grande risco para os coletores. Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen, crias e cera, pois o homem ainda não sabia como separar os produtos do favo. Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o homem a procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o mel para consumo.
Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios começaram a colocar as abelhas em potes de barro. A retirada do mel ainda era muito similar à "caçada" primitiva, entretanto, os enxames podiam ser transportados e colocados próximo à residência do produtor.
Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colmeia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo.
Naquela época, as abelhas já assumiam tanta importância para o homem que eram consideradas sagradas para muitas civilizações. Com isso várias lendas e cultos surgiram a respeito desses insetos. Com o tempo, elas também passaram a assumir grande importância econômica e a ser consideradas um símbolo de poder para reis, rainhas, papas, cardeais, duques, condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros, coroas, moedas, mantos reais, entre outros.
A APICULTURA NO BRASIL
No Brasil a história da apicultura tem início com a introdução das abelhas Apis mellifera no estado do Rio de Janeiro, realizada em 1839 pelo padre Antônio Carneiro, quando trouxe algumas colônias da região do Porto, em Portugal. Outras raças de Apis mellifera foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus.
A apicultura brasileira tomou um novo rumo com a introdução da abelha africana (Apis mellifera scutellata) em 1956 quando, por um acidente, essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar com as de raça européia, anteriormente introduzida. A partir desse momento, começou a se formar um híbrido natural entre as abelhas africanas e européias, que passou a ser chamada de Abelha africanizada.
A alta agressividade e tendência enxameatória destas abelhas africanizadas causou, inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores abandonaram a atividade. Somente com o desenvolvimento de técnicas adequadas às abelhas africanizadas, ocorrido nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Com a entrada do mel brasileiro no mercado internacional, a apicultura viveu um grande momento de mobilização e crescimento. Esse desenvolvimento da atividade fica evidente quando se observa a evolução da produção de mel no Brasil ocorrida no periodo de 2000 a 2005, que teve um crescimento de 54,4% para o período. Um incremento bem superior ao ocorrido entre 1990 e 2000, que foi de apenas 35,1%.
POR QUE CRIAR ABELHAS
Existem muitas razões que levam o homem a criar abelhas. A flora apícola de Santa Catarina é rica e muito variada, o que motiva muitos apicultores a explorar esse campo de atividade.
 Razões socioeconômicas para o desenvolvimento da atividade apícola
- Obter renda explorando os produtos essenciais da colmeia:
*- Mel - Cera - Pólen - Própolis - Geléia real - Apitoxina
* Pode, ainda, ganhar dinheiro produzindo:
- Abelhas rainhas - Enxames - Aluguel de abelhas para polinização
Uma colméia, bem cuidada, pode produzir até 50kg de mel por ano. Além disso, cuidar de abelhas é mais fácil do que criar gado ou cultivar lavouras, por que:
· O investimento é na instalação, depois é só cuidar do material (15 a 20 anos);
· Se comparado com a criação de gado, não precisamos de:
- Grandes áreas - Fazer cercas - Cuidar da pastagem
* Bem mais fácil, se comparado com a lavoura que precisa de:
- Derrubada da mata e destocamento;
- Cultivo do solo;
- Análise e correção do solo;
- Curva de nível;
- Adubação;
- Semente certificada;
- Tratos culturais;
- Equipamentos de alto custo (trator e implementos);
- Mão-de-obra quase contínua, do plantio à colheita;
- Corre o risco de seca, de enchente em certos locais, de granizo, de tempestade e das pragas, onde pode perder tudo;
- Cercas de proteção;
- Preço mínimo, nem sempre justo.
· E com abelhas, se não conseguir boa safra, não perde-se o investimento.
Polinização
Todo agricultor ou fruticultor que planta, mesmo que não crie abelhas vai precisar delas. Isso porque quando a planta floresce, a flor precisa ser fecundada para que possa gerar as sementes e o desenvolvimento do fruto. Isso é chamado de polinização.
A polinização é a transferência dos pequenos grãos de pólen das anteras (órgão masculino)para os estigmas (órgão feminino) das flores. O pólen é o agente masculino que fecunda afiar. Como as flores não caminham, o pólen precisa ser transportado. O transporte do pólen se dá:
· Pelo vento;
· Pela gravidade;
· Pela chuva;
· Por certos pássaros como o beija-flor;
· Pelo homem;
· Pelas borboletas e outros.
Outros exemplos:
- A,bacate - Abóbora - Algodão - Alfafa - Ameixa - Amêndoa - Cacau - Castanha - Cebola - Cereja - Chuchu - Girassol - Linho - Manga - Melancia - Morango - Nectarina - Pepino - Pêra - Pêssego - Trevo - Trigo sarraceno - Uva
POR QUE A APICULTURA É IMPORTANTE NO BRASIL
Aspecto social- gera trabalho e possibilita uma vida com dignidade ao homem do campo e sua família;
Aspecto econômico- por exigir pouco investimento e ter boa lucratividade, viabiliza a inclusão dos pequenos produtores no processo produtivo, assegurando renda e viabilidade econômica ao negócio.
Aspecto ambiental- é uma atividade limpa, não polui, não destrói e contribui no processo de polinização das espécies, ajudando na preservação da natureza.
Aspecto da saúde- os produtos da colméia podem ser utilizados na alimentação da família, assegurando boa nutrição e disposição para o trabalho, podendo ainda ser utilizados no auxílio do tratamento de determinadas enfermidades.
PRODUTOS DAS ABELHAS
Introdução
Na apicultura é possível a exploração de diversos produtos elaborados pelas abelhas, alguns resultantes do processamento de materiais coletados na natureza, como o mel, a própolis e o pólen. Outros, porém são resultados da produção glandular das abelhas como geléia real, cera e o veneno. A seguir serão apresentados alguns desses produtos.
O Mel
O mel é um produto alimentício produzido pelas abelhas, tendo como matéria-prima o néctar das flores, secreções das partes vivas das plantas ou excreções de insetos sugadores (Ordem Hemiptera: Sub-Ordem homoptera) que as abelhas coletam, transformam, combinam com suas substâncias próprias (secreções de várias glândulas), armazenam e deixam maturar nos favos da colméia.
O mel é elaborado acima e ao redor dos favos de cria onde a temperatura varia em tomo de 34ºC- 35° C.
O mel pode ser classificado de acordo com a sua origem em mel floral quando é obtido dos néctares das flores e mel de melato quando é obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das plantas ou de secreções de insetos sugadores (pulgões, cochonilhas e cigarrinhas) de plantas.
Quando o mel é originado principalmente de flores de plantas pertencentes à mesma família, gênero ou espécie é denominado de unifloral ou monofloral e o mel produzido a partir de diferentes origens florais denomina-se de mel multifloral ou polifloral.
O Sul do Brasil apresenta uma abundante presença de mel de melato, produzido nas áreas de grande ocorrência de bracatinga (Mimosa scabella Benthan).
O mel de melato não tem nada em comum com o mel de cana – de - açúcar, que as abelhas coletam eventualmente nas soqueiras da cana ou nos engenhos onde o caldo da cana é processado. No entanto, em algumas regiões açucareiras do Nordeste brasileiro, o mel produzido a partir do exsudado da cana-de-açúcar tem sido comercializado pelos apicultores que instalam seus apiários próximos aos canaviais.
1 Transformação do néctar em mel
 Na produção do mel as abelhas processam o néctar em duas etapas. Na primeira ocorrem transformações físicas e na outra as transformações são de natureza química.
• Transformação física:
É a perda de água do néctar por evaporação devido ao calor existente na colméia (em tomo de 35 ° C) e a constante ventilação produzida pelo movimento das asas das abelhas.
• Transformação química:
Ocorre pela a ação de uma enzima denominada invertas e, produzida pelas abelhas que atuam sobre a sacarose, principal açúcar do néctar, transformando-o em dois açúcares mais simples: glicose e frutose.
2 Composição do mel 
Os principais componentes do mel são os açúcares, contendo também ácidos, pólen, cera, proteínas, enzimas, minerais e outros nutrientes (Tabela ). 
Composição do mel Média %
Água....................................17
Glicose................................34
 Frutose...............................40
 Sacarose.............................2 
Minerais..............................1
Outros elementos.................6
Total....................................100
Tabela: Análise de amostras de mel maduro
3 Cristalização do mel
 Muitas vezes as pessoas imaginam que mel cristalizado é mel adulterado. Ao contrário do que se pensa, a cristalização é um processo natural que não interfere na composição e na qualidade do mel.
A cristalização do mel consiste na separação da glicose da frutose pelo fato da glicose ser menos solúvel do que a frutose e depende dos seguintes pontos:
• Relação entre o conteúdo de glicose e o de água: quando esta relação for maior que dois, o processo de cristalização será completado.
• Relação entre o conteúdo de frutose e glicose: quando esta relação for superior a dois o mel não cristaliza.
• Teor de umidade: méis com menor teor de umidade (17 %) cristalizam mais fácil do que aqueles com maior teor (18%) de umidade.
4 Fermentação do mel
 A fermentação é um processo que interfere na composição e na qualidade do mel, tomando-o impróprio para o consumo humano.
A fermentação é um processo causado pela ação de leveduras (microorganismos) sobre a glicose e a frutose, tendo como produto o álcool etílico e dióxido de carbono. O álcool na presença de oxigênio pode ser quebrado em ácido acético (vinagre), daí o gosto azedo presente no mel fermentado. O alto teor de umidade favorece a fermentação.
A colheita de mel deve ser feita quando mais de 80 % dos lados dos favos estiverem operculados, ou seja, coberto com uma pelica que dependendo da idade do favo, pode ser clara ou escura. Em favos novos os opérculos são claros.
Regulamentação do mel
O Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do mel no Brasil é atualmente regulamentado pela INSTRUÇÃO NORMATIV A nº11, que substitui a portaria n° 367 de 04/09/97 do MAPA.
Cera
A cera é produzida por seis pares de glândulas cerígenas, que se localizam somente no abdômen das abelhas operárias. Essas glândulas têm maior função na faixa entre dez e dezoito dias de idade das operárias. Secretam a cera em forma líquida, que, em contato com o ar, se solidifica imediatamente em pequenas escamas transparentes. As abelhas trabalham esta cera com as mandíbulas, sob a forma de alvéolos hexagonais na construção dos favos.
A matéria-prima da cera é o próprio Mel que as abelhas transformam em gordura. A ciência já demonstrou que as abelhas necessitam ingerir de 6 a 7 quilos de mel para produzir 1 quilo de cera.
As abelhas, para construírem seus ninhos, necessitam de cera. Este material que é praticamente insubstituível na construção dos favos, daí a importância da secreção de cera pelo organismo das abelhas.
A cera é um produto secretado por quatro pares de glândulas ceríferas, localizadas na face ventral do 4°, 5°, 6° e 7° segmentos abdominais. Normalmente a cera é secretada pelas abelhas operárias com idade que varia entre 12 e 18 dias.
1. Composição
A cera é resultante de uma mistura de ácidos gordurosos, álcoois e hidrocarbonetos de alto peso molecular.
2. Uso da cera
 A cera é usada na colméia para a construção dos favos, sendo também matéria-prima para as indústrias de cosméticos, velas, vernizes etc. O principal uso da cera é na prática da apicultura, sendo utilizada na colméia em forma de lâminas contendo as bases dos alvéolos desenhadas, facilitando a construção dos favos pelas abelhas operárias.
3. Fatores importantes na produção de cera
Estado da florada: geralmente a produção de cera é mais intensa durante os períodos de grandes floradas, devido ao rápido desenvolvimento das colônias, pois necessitam construir novos favos para a postura da rainha e armazenamento de alimentos.
Número de abelhas jovens da colônia: geralmente as abelhas com idade entre 12 a 18 dias possuem as glândulas ceríferas mais desenvolvidas,possibilitando a produção de cera.
Distribuição de espaços livres na colméia: a adição de peças (melgueira ou ninhos) à colméia, com a finalidade de aumentar o espaço para a produção de mel.
4. Produção de cera no apiário
 Opérculos: para 1000 kg de mel extraído obtém-se 10 a 12 kg de cera. Favos indesejáveis: a produção de cera é variável e em pequena quantidade.
Raspagens das colméias e quadros: é obtida uma pequena quantidade.
 Pólen
O pólen é o gameta masculino das plantas superiores, coletado e transportado pelas abelhas para a colméia, numa estrutura localizada no terceiro par de pernas e denominada corbícula. Chamamos de pólen apícola o pólen coletado e transportado na corbícula pelas abelhas, que recebe a insalivação, sendo enriquecido com enzimas e vitaminas, e desta forma, estocado nos alvéolos dos favos, passando a ser denominado de "pão das abelhas". 
1.Composição
 A composição do pólen varia de acordo com a sua origem floral. Veja na tabela a composição do pólen fresco (Tabela ).
Composição .........................%
Água.............................30 - 40
Proteína .......................11 - 35
Glicídios (açúcares)...20 - 40
Gorduras .....................1 - 20
Minerais.......................1 – 7
Tabela: Composição do pólen fresco
O pólen possui ainda vitaminas A, B, C, D, E, enzimas, antibióticos e outros nutrientes.
2. Uso do pólen
Pelas abelhas: O pólen possui importante papel na alimentação das larvas, estimulando o funcionamento das glândulas hipofaringeanas das abelhas operárias jovens, para produzir geléia real que serve de alimento para as larvas das três castas até o 3° dia de vida, e para alimentar a rainha durante toda a sua vida. É utilizado também na preparação do alimento das larvas de operárias e zangões com mais de três dias de idade.
Pelo homem: o pólen é uma fonte de alimento natural de grande valor nutritivo, sendo indicado para o consumo humano na quantidade de 25g/dia para adultos, e 5g a 10g para crianças. Na medicina é usado como um importante regulador das funções orgânicas, pois estimula o metabolismo celular, reforça a imunidade, neutraliza os resíduos metabólicos (toxinas prejudicais ao organismo), diminui os riscos de câncer e doenças cardiovasculares, além de outros usos.
3. Produção de pólen 
O pólen é coletado com a utilização de equipamentos denominados coletores de pólen, constituído de uma tela com orifícios (4,45 a 5,00 mm) adequados ao tamanho das abelhas. Colocado na entrada da colméia, sobre o ninho ou embaixo da câmara de cria. A abelha, ao entrar para o interior da colméia, através dos orifícios da tela do coletor, perde a carga de pólen acumulado na corbícula, devido ao orifício estreito do coletor que permite apenas a passagem da abelha. O pólen fica acumulado nas gavetas, que se encontram na parte inferior do equipamento.
Uma colônia de abelhas pode coletar até 40 kg de pólen por ano, podendo o apicultor utilizar apenas de 3 kg a 5 kg desta quantidade.
O restante é usado para a alimentação das crias. Após a coleta, o pólen é processado, ou seja, congelado, desidratado, limpo e colocado em embalagens próprias para a comercialização, conforme as recomendações do Ministério da Agricultura.
Própolis 
A própolis é uma substância de amplo uso na medicina humana e veterinária, utilizada ainda na elaboração de cosméticos e na conservação de alimentos.
A própolis é uma mistura em proporções variáveis de resinas, coletadas pelas abelhas em brotos de flores e exsudadas de plantas, acrescidos de secreções glandulares das abelhas, cera, pólen, processada pelas abelhas no interior da colméia.
Sua cor, sabor, odor, consistência, composição química e sua atividade biológica depende das espécies vegetais que lhes deram origem e da época do ano.
Própolis é um produto antialérgico e antiinfeccioso, um medicamento extraordinário no combate às doenças das vias respiratórias. É um antibiótico natural colhido pelas abelhas, não produz efeitos colaterais, não destrói a flora intestinal, não afeta os rins ou o fígado, porque é eliminado naturalmente pelo organismo. A própolis consegue-se os mesmos feitos da penicilina, estreptomicina, terramicina, cloranfenicol e outros poderosos antibióticos, sem causar nenhum mal ao homem.
1. Composição
A composição química da própolis varia de região para região, sendo muito complexa e formada por material gomoso e bálsamo e outros materiais (Tabela ).
Composição ................................... %
Resina + bálsamo............................55
Cera ...............................................30
Óleos voláteis.................................10
Pólen............................................5
Total..........................................100
Tabela: Composição química da própolis
2. Uso da própolis
Pelas abelhas: as abelhas utilizam a própolis para protegê-las contra os insetos e microorganismos, empregando-a no reparo de frestas ou danos à colméia. É também usado no preparo de locais as sépticos (alvéolos) para a postura da abelha rainha e na mumificação de insetos invasores.
Pelo homem: possui ação antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoárias, antivirais, além de possuir propriedades antinflamatórias.
Usada também na cura das doenças da pele, doenças do aparelho digestivo, no tratamento de doenças respiratórias, além de possuir vários usos na odontologia e na veterinária.
3. Produção de própolis
 A produção de própolis é mais uma fonte de renda para o apicultor, cujo valor econômico depende da origem vegetal.
Métodos utilizados na produção de própolis.
1) Raspagem direta da própolis acumulada na entrada da colméia ( alvado), dos favos e nas laterais internas da colméia.
2) Colocação de quatro pedaços de madeira de 5 mm de espessura embaixo da tampa, de modo que se forme um espaço entre a tampa e o ninho. As abelhas tentam fechar esta fresta com própolis o que possibilita a raspagem após 20 a 30 dias da sua colocação.
3) Outro método de coleta de própolis consiste na colocação de uma tela de náilon com malha de 2 a 3 mm entre a tampa e a colméia. As abelhas tentarão fechar as malhas com própolis, permitindo ao apicultor fazer sua coleta após dois meses. A tela deve permanecer por 12 horas no freezer, para facilitar a retirada da própolis, ficando a mesma quebradiça. Em seguida é feita a limpeza. Após isso a própolis é colocada em sacos plásticos e deve ser armazenada no freezer até a comercialização.
4) Utilização do coletor de própolis inteligente modificado - CP1M, esse coletor de própolis consiste de uma melgueira com as laterais formadas por sarrafos de madeira móveis, de 2,0 em de expressura, os quais são retirados deixando frestas nas laterais da melgueira para estimular o processo de propolização pelas abelhas.
Geléia real da rainha para você
Não é só pelo poder afrodisíaco que a Geléia Real é uma concorrente nos balcões de farmácia. Como produto terapêutico, a geléia real faz o papel de estimulante das defesas naturais contra doenças, especialmente aquelas causadas pelo envelhecimento das células. Ajuda a combater o stress e a fadiga profunda, anemia, e até a baixar o nível de colesterol.
Pode auxiliar também no tratamento da hepatite, como regeneradora de células. É bom frisar que a geléia real não é remédio que dá o golpe final em doenças. É meio alimento, meio medicamento, que trabalha mais para deixar as energias em dia, enquanto a pessoa toma os remédios receitados pelo médico.
Pesquisas feitas com a geléia real indicam que seu uso resulta na mesma ação de uma enzima (substância que acelera os processos e funções do corpo). Portanto, é capaz de ativar rapidamente diversas glândulas que estão com o funcionamento debilitado, ou mesmo atrofiadas.
Veneno de abelhas  
 Propriedades terapêuticas  
A medicina empírica, sempre viva e maravilhosa, é um, tesouro inesgotável de remédios muito preciosos. Entre estes,o veneno de abelhas ou apitoxina (do latim apis = abelha e do grego toxikon = veneno) tem sempre desempenhado um papel importante. São numerosos os remédiosque atualmente consideram o veneno de abelha sobretudo como veneno medicinal, visto que tem resistido com sucesso à prova do tempo e da prática experimental, e adquire agora pleno direito de cidade na farmacopéia moderna. Este direito foi aliás confirmado em 1957 por uma portaria do Ministério da Saúde Pública da U.R.S.S. que emitiu uma instrução provisória relativa à aplicação do veneno sob a forma de picadas de abelhas num certo número de doenças.
De acordo com numerosas observações e os dados da nossa investigação pessoal sobre o estado de saúde dos apicultores, verifica-se que o veneno de abelhas é não somente um remédio eficaz contra um certo número de doenças, como constitui também um meio profilático excelente. O seu emprego inconsiderado pode, porém, ocasionar perturbações graves e irremediáveis. A apiterapia não deve ser praticada senão sob a direção dum médico competente, bastante conhecedor das conseqüências diversas que o veneno de abelha pode provocar por vezes. Na maior parte dos casos o tratamento por apisação deve ser acompanhado de medidas médico-profiláticas sob a forma fisioterápica, dietética, terapêutica geral, etc.
BIOLOGIA DE ABELHAS APIS MELLIFERA
Aspectos relacionados à biologia e, mais especificamente, à taxonomia, origem, distribuição geográfica, ontogenia, anatomia e fisiologia da abelha Apis melIitera serão abordados.
A posição sistemática da abelha Apis me//ifera é a seguinte:
Reino
Animalia
Filo
Arthropoda
Classe
lnsecta
Ordem
Hymenoptera
Subordem
Apocrita
Superfamília
Apoidea
Família
Apidae
Subfamília
Apinae
Tribo
Apini
Gênero
Apis
Espécie
Apis mellifera L.
Existem várias subespécies ou raças de A. mellifera distribuídas pelo mundo:
•
Raças européias: A. mellifera me/lifera. A. mellifera ligustica, A. mellifera carnica e A. mellifera caucasica.
•
Raças orientais: A. mellifera indica e A. mellitera meda.
•
Raças africanas: A. mellifera intermissa, A. mellifera capencis, A. mellifera lama rckii, A. mcllifera unicolor e A. mellifera scutellata (adansonii).
Além da espécie A. mellifera, que é a única espécie de Apis presente no Brasil, existem outras oito espécies desse gênero no mundo: as abelhas melíferas gigantes A. dorsata e A. laboriosa; a abelha melifera indiana A. ceranas as abelhas melíferas anãs e A. adreniformis; as abelhas melíferas malasianas A. koschevnikovie A. nuluensis e a abelha melífera de Sulawesi A. nigrocincta.
As abelhas tiveram a sua origem há 125 milhões de anos, pouco depois do surgimento das plantas com flores (135 a 140 milhões de anos atrás).
As abelhas do gênero Apis tiveram sua origem provável na África Tropical e se espalharam do sul da África para o norte da Europa e para o leste em direção à Índia e China. Foram trazidas para as Américas com os primeiros colonizadores e atualmente estão distribuídas por todo o mundo.
Algumas caracteristicas das abelhas africanas 
- São menores no tamnho; 
- Média de diâmetro das células do favo é de 4,75 mm;
- Média de vida das abelhas em época de safra é de 30 a 38 dias; 
- Ciclo evolutivo de 19 a 20 dias; 
- Capacidade de carga : media de 40mg;
- São muito agressivas;
- São migratorias;
- São propolizadoras;
- São madrugadoras e trabalham até mais tarde;
- Rainha tem maior capacidade de postura; 
- Possuem habito de enxamear;
- São pilhadoras;
CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA
 A classificação zoológica é separa, define e explica as diferenças existentes nas diversas classes de animais que vivem em nosso meio 
Assim temos animais que possuem caracteristicas diferentes: 
- Um par de pernas .
- Dois pares de pernas.
- Três pares de pernas.
- Um par de asas.
- Dois pares de asas.
- Carnivoras, vegetarianas, meliferas.
A FAMILIA DAS ABELHAS 
A colmeia é a casa das abelhas. Os ocupantes da colmeia constituem – se em uma familia ou colônia de abelhas,formada pelos seguintes elementos:
60.000 à 80.000 abelhas operária;
Uma abelha rainha;
Mais ou menos 400 zangões. 
Duração média das fases de desenvolvimento
	Elemento
	Ciclo evolutivo( dias)
	Período
 
	
	Ovo
	Larva
	Pupa
	Emergência
	
	Operária
	3
	6
	12
	21
	38 a 42 dias
	Rainha
	3
	5,5
	7,5
	16
	2 a 5 anos
	Zangão
	3
	6,5
	14,5
	24
	80 dias
As rainhas têm como função a postura (oviposição) e a manutenção da ordem social da colmeia. Sua vida reprodutiva tem início com a fecundação, que ocorre em vôo nupcial com diversos zangões, por volta do quinto ao sétimo dia após a emergência. Quatro a cinco dias depois de fecundada, inicia a postura. Após iniciar a postura, a rainha não sai mais para acasalamentos, pois guarda em sua espermateca esperma suficiente para o resto da vida. A rainha pode viver até cinco anos, mas a sua capacidade reprodutiva vai diminuindo com o passar do tempo. Pode pôr até 3 mil ovos por dia na sua plenitude reprodutiva, o que ocorre no primeiro e no máximo até o segundo ano de vida. Quando a postura chega a patamares que comprometem a sustentabilidade da colônia, as operárias procuram substituir a rainha, construindo realeiras para a criação de uma nova rainha. 
As operárias executam todo o trabalho necessário para a manutenção da colmeia. São abelhas do sexo feminino, porém sem capacidade de postura de ovos fecundados, pois não acasalam e possuem órgãos de reprodução atrofiados. Por outro lado, possuem os apêndices de trabalho para executar todas as atividades, dentro e fora da colmeia. As atividades estão relacionadas com o desenvolvimento glandular e a idade das operárias, observando-se a seguinte seqüência:
•
De recém-nascidas até o 4ª dia: cuidam predominantemente da sua própria limpeza, da limpeza dos alvéolos de cria e ajudam na limpeza de abelhas recém-nascidas.
•
Do 5º ao 10 dia: apresentam grande desenvolvimento das glândulas hipofaringeanas e mandibulares, produtoras de geléia real. Nessa idade, elas cuidam e alimentam as crias e a rainha, sendo chamadas de abelhas nutrizes.
•
Do 11º ao 18 dia: as glândulas cerígenas, localizadas no abdome, apresentam o seu máximo desenvolvimento, estimulando as abelhas a produzir cera. Nessa idade, elas constroem os alvéolos, formando os favos, e quando necessário constroem as realeiras; recebem, desidratam e armazenam o néctar trazido pelas abelhas campeiras, participando na elaboração do mel; ajudam no armazenamento do pólen.
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Do 19~ ao 21 dia: realizam a defesa da colmeia, estimuladas pelo acúmulo de veneno no saco de veneno; são responsáveis pela manutenção da temperatura interna da colmeia entre 34 e 35ºC, (a temperatura é regulada produzindo uma corrente de ar com o bater das asas, direcionada para dentro da colmeia a partir do alvado, no caso de excesso de calor em baixas temperaturas as abelhas se agrupam nos favos reduzindo a perda de calor, além de produzirem calor através da vibração dos músculos torácicos ligados às asas); realizam os primeiros vôos de reconhecimento.
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Do 22º dia até a morte: realizam as atividades fora da colmeia, coletando néctar, pólen, resinas e água, sendo denominadas de campeiras ou coletoras.
As operárias têm uma longevidade (período de vida adulta) próxima aos 40 dias. considerando-se as condições de primavera/verão, época de safra ou de maior atividade das abelhas; no inverno elas podem viver até 120 dias. 
Os zangões têm como função fecundar a rainha. Atingem a sua maturidade sexual de 12 a 13 dias após a emergência e copulam apenas uma vez e morrem. A longevidade dos zangões pode variar de acordo com a época do ano e está intimamente ligada ao fato de encontrar uma rainha para copular. Na primavera, a atividade reprodutiva é intensa e os zangões podem ter uma longevidade curta (14 ou 15 dias), ao passo que na época de final de verão/outono podem viver até 80 a 90 dias. Próximo do inverno, época de escassez de alimento na colmeia. as operárias evitam criá-los e expulsam os já existentes. os quais normalmente morrem em seguida por inanição (falta de alimentação). Das diferentes castas. somente o zangão tem livre acesso a qualquer colmeia.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
O corpo da abelha é dividido em três partes:1 - Cabeça 2 - Tórax 3 - Abdômen
Cabeça
A abelha possui cinco olhos:
A - Três olhos simples, localizados na parte frontal, para enxergar perto e no escuro.
B - Dois olhos compostos de omatídios para enxergar à distância e à luz do dia.
A abelha não pisca, por isso tem olhar fixo e, devido à posição dos olhos e ao número de omatídios, enxerga simultaneamente para todos os lados.
O número de omatídios varia:
· Operária - 6.300 · Rainha - 3.000 · Zangão - 13.000
A abelha possui duas antenas divididas em segmentos com cavidades olfativas.
Esses segmentos compõem as antenas. As cavidades olfativas são responsáveis pela percepção de odores.
O número de segmentos e de cavidades olfativas também varia.
· Rainha - 10 segmentos - 3.000 cavidades
· Operária - 10 segmentos - 6.000 cavidades 
· Zangão - 11 segment9s - 30.000 cavidades
Na cabeça ainda encontram-se outros órgãos importantes que, nas abelhas operárias, desempenham funções específicas.
 - Mandíbulas: utilizadas na raspagem de pólen e de própolis, na moldagem da cera e na limpeza da colmeia.
 - Glândulas salivares: responsáveis pela produção de saliva, que auxilia na transformação do néctar em mel;
- Língua ou glossa: responsável pela sucção do néctar das flores;
 - Glândulas hipofaringeanas: responsáveis pela produção de geléia real.
Tórax
No tórax encontram-se os órgãos de locomoção e transporte:
- Dois pares de asas;
- Três pares de pernas.
As pernas além de servirem para caminhar, no caso das abelhas operárias, servem como ferramenta de trabalho, na manipulação e transporte de pólen e própolis e como guindaste para carregar sujeiras e cadáveres de outras abelhas para longe da colmeia. No par de pernas traseiras encontra-se a corbícula, espécie de cesta, onde são transportadas as bolas de pólen ou a própolis.
Abdômen
1 - Glândulas de cera
2 – Ferrão
3 - Glândula do cheiro
No abdômen estão os órgãos fisiológicos de maior importância. No caso da abelha operária, na parte inferior do abdômen localizam-se as glândulas produtoras de cera que são em número de oito, enquanto que na parte terminal encontram-se a glândula de cheiro e o ferrão.
Observe no esquema a seguir as partes externas e internas do corpo.
Sistema de comunicação e orientação das abelhas
O sistema de comunicação das abelhas pode ocorrer de diversas maneiras e com finalidades diversas. Elas se conhecem pelo feromônio próprio de cada colméia, que é o cheiro próprio de cada rainha. As antenas servem também para se comunicar e localizar a fonte de alimento.
Os odores específicos, conhecidos como feromônio, por exemplo, podem ser emitidos pela rainha para atrair os zangões durante o vôo nupcial, para atrair as operárias ou ainda para controlar a enxameação. Já o feromônio das operárias tem a finalidade de defesa e orientação da colônia.
Normalmente as abelhas se comunicam quando estão nos favos. Uma das formas mais comuns de comunicação entre as abelhas se dá quando as operárias campeiras retornam às colméias com algum alimento. Para informar às demais onde se encontra o alimento, ela executa diversos tipos de dança que podem ser descritos da seguinte forma:
-Quando a fonte de alimento se localiza a menos de 100 metros do local da colméia, ela executa uma dança em círculos.
-Quando a fonte se localiza a mais de 100 metros ela executa uma dança em oito ou requebrado, tendo sempre o sol como referencial. Quanto mais intensa for a dança da operária campeira, maior será a fonte de alimento a ser explorada.
COLMÉIAS (Habitação das abelhas)
 Alojamentos Naturais
 Em seu "habitat" natural as abelhas constroem seus ninhos em ocos de árvores, fendas de pedras, barrancos, formigueiros, cupinzeiros, casas de tatu abandonadas e outras cavidades. Esses alojamentos naturais nem sempre atendem à biologia da abelha, em termos de desenvolvimento da familia. Quando se consegue retirar o mel este terá que ser espremido nos favos, que além de diminuir a quantidade, afeta a qualidade do produto.
Colméias Rústicas
 São caixotes sem dimensões padronizadas utilizados para criar as abelhas. As caixas rústicas por serem construídas de forma artesanal, são de baixo custo e por este motivo, ainda hoje são utilizadas em algumas regiões no mundo. No entanto, economicamente não compensam porque além de resultar em baixa produtividade, o produto obtido é de qualidade inferior, uma vez que seus favos são espremidos junto com o pólen, restos je abelhas e outras impurezas, afetando assim a qualidade do mel.
Algumas desvantagens das caixas rústicas:
- Não permite examinar seu interior;
- Não permite a realização das revisões;
- Não possibilita o controle da enxameação;
- Não há condições para o uso de cera alveolada;
- Os favos não podem ser centrifugados; 
 Colméias Racionais ou Mobilistas
Com a evolução tecnológica, novos modelos de caixas foram desenvolvidos. As que mais se destacaram, e que ainda são usadas, são as seguintes:
- Colméia Langstroth, Americana, Standard, Padrão ou Universal 
- Colméia Dadant 
- Colméia Jumbo
Essas colméias acima relacionadas possuem pontos fundamentais em comum, diferindo apenas no formato e nas dimensões.
A colméia Langstroth é a mais utilizada. Idealizada em 1852 por Lorenzo Loraine Langstroth que descobriu o "espaço-abelha", medida que estabeleceu espaço exato para o trânsito e trabalho das abelhas dentro da colméia.
Vantagens da colméia Langstroth:
-Facilita o manejo;
- Favorece a alta produção de mel;
- Possibilita a centrifugação dos favos e seu reaproveitamento;
- Possibilita a produção de mel de boa qualidade.
Partes da colméia Langstroth 
1 - FUNDO - conhecido também como assoalho, é a base sobre a qual se assenta o ninho da colméia.
2 - NINHO - é o compartimento de incubação da colméia, sendo a parte reservada à postura da rainha e ao desenvolvimento das crias.
3 - MELGUEIRAS - Conhecidas também como alças, são destinadas ao armazenamento do mel e pólen, sendo colocadas sobre o ninho podendo ser uma, duas ou mais.
4 - TAMPA - é a peça que fecha a parte superior da colméia protegendo-a contra o frio e entrada de elementos prejudiciais. 
5 - QUADROS - também conhecidos como caixilhos, são molduras de madeira que servem de suporte para os favos e onde será colocada a placa de cera alveolada.
Como característica importante, a colméia Langstroth apresenta os quadros com espaçadores automáticos tipo Hoffmann tanto no ninho como na melgueira. Ambas as partes são compostas por 10 quadros cada, sendo que nas melgueiras os quadros possuem 2/3 da altura dos quadros de ninho.
 Acessórios da Colméia 
· Tela excluidora: 
 É uma tela que pode ser confeccionada em chapa metálica, arame ou plástico, com aberturas de 4,13 a 4,24 mm e que permite a passagem apenas das operárias, sendo utilizada entre o ninho e a melgueira para impedir o acesso da rainha e zangões à parte superior do conjunto. Pode ainda ser utilizada na entrada da colméia (alvado), para evitar a saída da rainha em um eventual abandono, sendo neste caso chamada de tela excluidora de alvado.
· Tela de transporte: 
 É uma tela montada em uma moldura de madeira, podendo ela ser plástico ou metálica, e que é fixada no local da tampa durante o transporte das colméias. Esta tela tem a finalidade de permitir a ventilação do interior da colméia, evitando a morte de abelhas durante o transporte.
· Redutor de alvado: 
É uma peça de madeira utilizada para reduzir a abertura de entrada da colméia (alvado), facilitando a defesa da colônia e/ou reduzindo a entrada de ventos frios.
Construção de Colméias Langstroth 
A colméia deve ser construída rigorosamente dentro das medidas a fim de se evitar falta ou sobra de espaço, respeitando-se o espaço-abelha.
A padronização das colméias é indispensável para assegurar a troca de materiais entre colméias de um mesmo apiário e entre apicultores, facilitando o manejo e a aplicação dos procedimentos apícolas.
Materiais de Construção das Colméias 
As colméias são normalmente construídas com madeira, sendo possível sua fabricação com outros materiaiscomo fibra de vidro, ferro-cimento, isopor, e outros.
Na escolha dos materiais para a construção das colméias se deve levar em consideração a biologia das abelhas, de forma que estes não venham a prejudicar o desenvolvimento da colônia e, conseqüentemente, sua produção.
Assim, as colméias de ferro-cimento apresentam alguns inconvenientes como: esfriam e esquentam rapidamente dificultando o controle da temperatura, favorecem o escurecimento prematuro dos favos, além de serem pesadas e quebradiças. As de fibra de vidro também racham e se quebram com facilidade além de dificultar o controle da temperatura. As de isopor são leves demais, frágeis e pouco duráveis. Apesar dessas alternativas a madeira continua sendo a melhor opção, por facilitar a termoregulação das colméias, ter grande durabilidade e apresentar boa relação custo / benefício.
NÚCLEOS 
As medidas dos núcleos são idênticas às da colméia, excetuando-se as da largura, pois abriga menos quadros.
Os núcleos são usados para os seguintes fins:
· Núcleo para formação de famílias com cinco quadros:
- É apropriado para recolher enxames, dividir famílias e manter pequenas famílias durante o inverno por facilitar o aquecimento interno;
- Quando as abelhas ocuparem os cinco quadros do núcleo, a família deve ser transferida para a colméia padrão.
· O núcleo de fecundação normalmente abriga quatro quadros e é usado na criação de rainhas:
- É constituído de pequenas famílias;
- Deve possuir dispositivo para alimentação artificial;
- Sua finalidade não é produção de mel mas sim obter uma rainha fecundada em intervalos de 20 em 20 dias.
· O núcleo de transporte, muito usado pelo produtor de enxames, normalmente abriga entre três e quatro quadros:
- Deve possuir dispositivo para alimentação;
- Boa ventilação quando em viagem;
- Dispositivo para prender os quadros em viagem;
- Segurança total no transporte.
· O núcleo de transporte normalmente contém:
- Quadros com cera alveolada;
- Uma rainha fecundada, em gaiola com alimento;
- Dez mil abelhas com alimento.
PINTURA DAS COLMÉIAS
 Devem ser pintadas somente na parte externa com tinta de boa qualidade, esmalte sintético e em cores claras: branco, bege, azul ou creme. A pintura feita desta maneira conserva a colméia por mais tempo, chegando a durar até 20 anos. As cores claras são visíveis às abelhas e refletem o calor, facilitando o controle da temperatura interna.
As colméias não devem ser pintadas por dentro, o cheiro da tinta é , prejudicial às abelhas e elimina a função higroscópica da madeira, função importante para manter o equilíbrio da umidade interna durante o inverno e em épocas de entrada de néctar.
INDUMENTÁRIA E IMPLEMENTOS APÍCOLAS
 Indumentária 
Com a introdução da abelha africana (Apis mellifera scutellata L.) e a conseqüente africanização da apicultura brasileira, o manejo sofreu algumas alterações resultando, entre outras, na adequação da indumentária que passou a proteger melhor o apicultor. 
Para se trabalhar com abelhas africanizadas é importante que o apicultor esteja bem protegido, para tomar o trabalho mais confortável e seguro, evitando possíveis ferroadas e a morte de muitas abelhas.
A indumentária do apicultor é constituída pelas seguintes peças: 
- Máscara: É utilizada para proteger o rosto, pois as abelhas se irritam com a respiração humana e o movimento dos olhos. Há no mercado vários tipos de máscaras sendo a melhor feita com a parte frontal de tela metálica pintada de preto para não refletir os raios solares e possibilitando melhor visão.
- Chapéu: O chapéu é utilizado para dar sustentação à máscara e proteger o topo da cabeça. Os mais utilizados são os de palha, denominados de aba dupla.
- Macacão: Deve ser confeccionado de um tecido grosso como brim, mescla ou lonita, de cor clara, sendo mais utilizada a cor branca. Deve ser de mangas compridas com elástico nos punhos e na bainha das pernas, e gola alta para melhor proteção do pescoço. O fechamento do macacão deve ser preferencialmente com zíper devendo ir até a gola. O macacão deve ser folgado para facilitar os movimentos e ter bolsos grandes que servirão para guardar utensílios apícolas por ocasião do manejo.
- Luvas: As luvas devem ser de cano longo, que dão melhor proteção, e confeccionadas de material que não irrite as abelhas. Não devem ser apertadas dificultando o movimento dos dedos. As luvas de couro, fortes e resistentes, se prestam melhor para serviços pesados de limpeza e transporte. As melhores são as de pelica, embora sejam mais caras. As luvas de borracha, forradas, de uso doméstico, servem muito bem para serviços de manipulação da colméia, como revisão e colheita de mel. As luvas de camurça não são aconselhadas porque irritam as abelhas.
 - Botas: As botas podem ser de couro ou de borracha devendo ser de cano longo e de cor clara, preferencialmente branca. As botas de cor preta irritam as abelhas tomando-as agressivas, por isso devem ser evitadas. O apicultor deve ajustar o macacão sobre as botas para a sua maior segurança.
 Implementos apícolas e equipamentos
 Para o apicultor manejar corretamente a criação racional de abelhas, deverá ter em mão vários apetrechos apícolas como: 
- Fumigador: É um implemento apícola indispensável para qualquer tipo de trabalho com as abelhas. É utilizado com a finalidade de diminuir temporariamente a agressividade das mesmas pelo uso da fumaça. 
- Formão: (A) É uma ferramenta em formato de espátula, utilizada para fazer a limpeza e descolar as peças da colméia que, normalmente, estão coladas com própolis. É um instrumento indispensável no manejo das colméias. 
- Vassourinha: (B) É um instrumento feito de madeira e de fios naturais ou sintéticos. Utilizado para varrer as abelhas aderentes à tampa da caixa ou nos favos que se deseja examinar, com a finalidade de não feri-Ias ou esmagá-las.
- Carretilha de Apicultor: Equipamento utilizado para fixação da cera no arame. Constitui-se de uma peça com empunhadura de madeira e parte de metal, com uma roda dentada na extremidade.
- Fixadores de cera: São instrumentos utilizados para soldar a cera alveolada no arame dos quadros. Normalmente são utilizados dois tipos de fixadores: a carretilha e o fixador elétrico. A carretilha é aqueci da e passada sobre o arame do quadro que, aquecido, se une à placa de cera. Já o fixador elétrico solda a cera que, ao esquentar o arame, une este à cera alveolada.
- Alimentadores: Os alimentadores são peças utilizadas para o fornecimento de alimentos para as abelhas em períodos de escassez e em outras situações, podendo ser coletivos ou individuais.
- Alimentadores coletivos - São peças em forma de cocho onde é servido o alimento para o atendimento coletivo das colméias do apiário. Podem ser confeccionados em madeira, plástico ou outros materiais alternativos como tambores e pneus cortados. Devem possuir peças flutuantes (tiras de madeira, pedaço de isopor, etc.) para evitar o afogamento das abelhas. Os alirnentadores devem ser colocados a uma distância mínima de 50 metros do apiário. Apresentam como desvantagem o fato de alimentar todos os enxames nas proximidactes do apiário além de desfavorecer a alimentação dos enxames mais fracos devido à concorrência com os enxames mais fortes.
- Alimentadores individuais - São destinados ao fornecimento de alimento a cada família, de forma individualizada. Têm a vantagem de prevenir o saque e também de permitir ao apicultor regular a quantidade de alimento fornecido de acordo com a necessidade de cada colméia. Os principais alimentadores individuais utilizados são:
. Boardmann: Consiste de um cepo de madeira escavada no centro onde se encaixa um vidro emborcado, com a tampa perfurada sendo o conjunto acoplado no alvado da colméia. O acesso das abelhas ao alimento é feito através da parte escavada que se abre para o interior da colméia. O alimento deve ser líquido e colocado no vidro.
 Doolittle Boardmann Cobertura
. Doolittle: É umcacho com as dimensões de um quadro, que é colocado no interior da colméia no lugar de um dos quadros. Este alimentador pode ser usado com alimentos líquidos, pastosos ou secos.
. Cobertura: É uma bandeja que possui uma abertura na parte central ou lateral, por onde as abelhas têm acesso ao alimento, que é colocado acima do corpo da colméia e abaixo da tampa. Pode receber alimentos líquidos, pastosos ou secos. 
- Garfo desoperculador: É utilizado para retirar os opérculos dos favas com mel maduro, antes destes serem levados à centrífuga. 
O garfo é composto de dentes de aço retos com pontas afiadas, fixados em suporte curvo, que facilita o manejo.
- Faca desoperculadora: Assim como o garfo, a faca é utilizada para desopercular os favas de mel maduro. É uma lâmina flexível e longa o suficiente para alcançar toda altura do quadro, possuindo corte nos dois lados.
- Centrífuga: Equipamento muito importante para a exploração racional das abelhas e que é utilizado para extrair o mel sem a destruição dos favos. Quando a colheita de mel é feita na centrífuga os favos continuam intactos e são devolvidos às colméias para serem reutilizados pelas abelhas. Outra vantagem da centrífuga é a garantia da obtenção de um mel de melhor qualidade, pela redução dos riscos de contaminação no processo de extração. Há dois tipos de centrífuga:
Centrífuga facial - Os quadros são posicionados com a face voltada para as paredes do tambor da centrifuga. Este equipamento apresenta como desvantagem a extração do mel apenas de um dos lados do favo de cada vez, sendo necessária a inversão da posição do quadro e a repetição do processo, para obtenção do mel. Não é um equipamento prático nem cômodo, por exigir muito trabalho.
Centrífuga radial -. Os quadros são colocados na posição do raio do tambor da centrífuga. Extrai simultaneamente o mel das duas faces do favo, não havendo a necessidade de se virar os quadros como na centrífuga facial. É um equipamento eficiente e rápido para extração do mel, sendo o modelo mais utilizado pelos apicultores profissionais. Sua capacidade varia de acordo com o seu diâmetro, podendo receber 8, 16, 32, 64 ou mais quadros por vez.
- Mesa desoperculadora: É uma mesa geralmente de aço inoxidável, lembrando uma cuba, que facilita o trabalho de desoperculação, pois permite a colocação dos quadros suspensos como na colméia. No fundo, possui uma tela que retém os opérculos retirados dos favos, permitindo que o mel flua para a parte inferior e escorra para um recipiente de coleta. Seu uso propicia um trabalho limpo, ordenado e higiênico.
- Decantador: O decantador é um tanque onde o mel é colocado em repouso após a centrifugação, por um período que varia de 3 a 5 dias. Normalmente é feito em aço inox e apresenta dimensões bastante diversas, com capacidade que variam de 75 Kg a 20 toneladas.
PREPARO DA COLMÉIA
O preparo da colméia começa com a colocação de arame nos quadros, e das lâminas de cera alveolada nestes.
A presença da lâmina de cera é importante para orientar as abelhas onde e como o apicultor quer o favo.
Por economia ou desconhecimento alguns apicultores usam nos quadros apenas tiras de cera, mas o importante é usar lâminas inteiras porque evitam o excesso de zangões e aceleram o trabalho das abelhas.
È o momento de deixar a colméia apta a receber a as abelhas 
Reforço para os favos Bender
Os quadros da colméia devem possuir reforço para os favos para evitar que se rompam durante as revisões da colméia, no transporte e na colheita e extração do mel.
Para reforçar os favos, o apicultor pode utilizar arame transpassado entre as laterais (sentido horizontal) ou filetes de bambu ou outro material resistente, transpassado entre as varetas superior e inferior do quadro (sentido vertical).
 
Figura - Quadro reforçado com arame
Os reforços com arame requerem em média três furos em cada lateral do quadro, se for do ninho da colméia Langstroth, e, se possível, uma guarnição com ilhós em cada furo para que o arame não penetre na madeira. 
- O arame mais utilizado é o nº 22, podendo ser galvanizado ou inox.
- O arame será transpassado em ziguezague pelos furos das laterais e fixado nas extremidades com tachinhas de sapateiro, preguinhos ou grampos.
- O arame deve ser bem esticado para que possa oferecer a devida resistência ao favo. Para isto, recomenda-se usar ferramenta apropriada, chamada de esticador de arame.
* O esticador de arame faz as laterais do quadro curvarem-se para dentro. Com uma das extremidades já fixada, estica-se o arame com as mãos e fixa-se a outra extremidade na quadro. Ao retirar o quadro do esticador, as laterais do mesmo voltam à posição normal e o arame fica bem esticado.
Figura - Esticador de arame
Colocação de cera alveolada
Cera alveolada é a própria cera de abelhas, processada em forma de lâmina e lodelada numa prensa que imprime o formato da base do alvéolo. A utilização da lâmina e cera alveolada no quadro é importante para orientar as abelhas na construção do fava entro dele.
♦ Cortar as lâminas de cera no mesmo tamanho do lado interno do quadro. Antes de cortar, deve-se observar bem a posição dos alvéolos, pois estes têm posição certa conforme desenho.
Figura - Posição correta da cera alveolada para sua colocação no quadro
> Fixar a lâmina de cera no lado interno da vareta superior do quadro, encaixando-a no friso e colando com cera derretida (Figura ).
Figura - Fixando a lâmina com cera derretida
> Incrustar o arame na lâmina de cera. Para tal, podem ser utilizados os seguintes instrumentos:
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♦ Tábua de apoio Bender
 Acessório indispensável para a incrustação do arame na cera alveolada. Seu apoio . permite alinhamento e penetração uniforme dos arames na lâmina de cera.
- A tábua deve ter a largura e o comprimento das partes internas do quadro. Sua espessura é igual à metade da vareta superior do quadro (12 a 13mm).
- Duas réguas finas são pregadas, atravessadas na tábua, para apoiar as varetas superior e inferior do quadro.
- Molhar bem a tábua sempre que for usá-la. Isso não deixa a cera grudar nela.
♦ Carretilha incrustadora (Figura)
É uma carretilha dentada, com um vinco no centro para encaixar no arame e direcionar seu percurso. Deve ser aquecida em água quente para que uma pequena película de cera derreta e grude no arame.
Figura - Carretilha incrustadora
♦ Incrustador elétrico Bender
 Substitui a carretilha com muitas vantagens, pois não necessita de aquecimento e o rendimento é bem superior.
Bateria de automóvel 
Com o uso de cabos de energia elétrica apropriados, encostar o pólo positivo numa ponta do arame e o negativo na outra. Isso forma um curto circuito e o arame rapidamente esquenta, penetrando na cera (Figura ).
Transformador elétrico
 Um transformador elétrico que reduza a corrente de 110/220 volts para 12 volts em corrente contínua e 10 amperes também faz o mesmo trabalho da bateria.
Figura - Bateria de automóvel Figura - Transformador elétrico
PASTAGEM APÍCOLA
A pastagem apícola é o conjunto das flores que as abelhas precisam visitar para coletar néctar e pólen.
Estima-se que, no Brasil, existam mais de 20.000 espécies de plantas que fornecem néctar e pólen para as abelhas.
Para avaliação da pastagem apícola de um local ou região, várias considerações devem ser observadas:
· Abundância de plantas com flores ao alcance das abelhas;
· Concentração de açúcar no néctar;
· Volume diário de secreção de néctar;
· Existência de fatores repelentes que possam afugentar as abelhas;
· Condições climáticas como ventos, neblina e outros.
Considere-se ainda que:
· Uma boa pastagem apícola é muito importante na instalação do apiário, sem ela não há produção;
· Uma abelha precisa visitar de 500 a 1.500 flores para encher o papo de néctar;
· Para produzir 1 kg de mel, as abelhas chegam a voar 40.000km;
· A concentração de açúcar no néctar varia de uma planta para outra, e também de região para região;
. As melhores e mais abundantes floradas ocorrem na primaverae no verão;
· Nem sempre as matas fornecem as melhores f1oradas;
· Plantas baixas dos campos e faxinais como vassouras, carqueja, mata-pasto, maria-mole, trevo, etc., são ótimas fornecedoras de néctar e pólen.
Da pastagem apícola depende a qualidade do mel. Logo, devido à grande variedade de plantas que fornecem néctar, o mel também varia de:
- Cor - Sabor - Aroma - Densidade - Umidade – Cristalização.
 Podemos colher mel:
- Claro - Escuro - Mais doce - Menos doce: Suave - Amargo - Ácido - Menos ácido - Mais rico como alimento - Menos rico.
 Quando as flores nectaríteras são escassas, as abelhas procuram outras fontes de alimento para o seu sustento podendo; inclusive, armazená-lo nos favos. Nesse caso, este mel será chamado de pseudomel. Podemos citar as seguintes fontes alternativas:
- Exudado de cochonilha - Mel da seiva de cana-de-açúcar - Melado – Açúcar.
Outras fontes, como frutas e substâncias doces, produzem pouco mel e as abelhas consomem logo, por isso quase não aparecem nos favos. O pseudomel dificilmente cristaliza, é considerado mel industrial e seu valor comercial é menor.
 Classificação quanto aos diferentes tipos de matéria-prima fornecida às abelhas 
 Bender
As plantas apícolas, conforme a matéria-prima fornecida às abelhas, podem ser classificadas em nectaríferas, poliníferas, nectar-poliníferas ou resiníferas: 
- Nectaríferas: são plantas que se destacam como fornecedoras de néctar. Ex.: girassol, capixingui, cambará, salseiro e colza.
- Poliníferas: são plantas que se destacam como fornecedoras de pólen. Ex.: dracena, leucena, embaúba, plantas das famílias das palmáceas e das gramíneas.
- Nectar-poliníferas: são plantas importantes como fornecedoras tanto de néctar quanto de pólen. Ex.: amor-agarradinho, angico-vermelho, astrapéia, abacateiro e eucaliptos em geral.
- Resiníferas: são plantas fornecedoras de resinas e exudatos utilizados pelas abelhas na produção de própolis. Ex.: pinos.
A maioria das plantas nectaríferas também é polinífera. No entanto, nem sempre as plantas poliníferas são nectaríferas. Raramente uma planta produzirá eficientemente néctar e pólen.
Principais fatores que afetam a produção de néctar
- Temperatura – Umidade relativa – Luz solar – Condições do solo – Chuvas – Idade da flor – Hora do dia – Sexo da flor - Altitude
LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO DE APIÁRIOS
Apiário é a denominação de um conjunto de colméias devidamente instaladas em uma área geográfica. Os apiários podem ser destinados à apicultura fixa, quando são construídos para receberem colméias que permanecerão definitivamente na área, ou destinados para a apicultura migratória, quando recebem colméias apenas durante um determinado período do ano, para exploração de floradas específicas.
A escolha do local e a instalação do apiário são dois pontos de grande importância para o sucesso na apicultura, uma vez que as abelhas necessitam estar bem instaladas e de boas floradas para que se obtenha grandes produções. Contudo, nem sempre o apicultor está consciente da importância da escolha do local e instalação do apiário, terminando por escolher locais inadequados e instalando as colméias de forma incorreta, comprometendo seriamente a produção.
Para assegurar a melhor localização e a instalação acertada dos apiários é necessário que o apicultor observe alguns itens como: as floradas da região; disponibilidade de água; facilidade de acesso; segurança das pessoas e animais nas proximidades; distância entre apiários;\sombreamento e ventos; número de colméias por apiário e distribuição das colméias no apiário. Estarão sendo discutidos a seguir os principais itens que devem ser observados na implementação de um apiário.
Cuidados a serem observados na localização e instalação de apiários
- Florada da região.
 A presença de boas floradas nas imediações do apiário é imprescindível para assegurar viabilidade econômica à criação de abelhas. A avaliação deste item é sempre um momento de grande dificuldade para o apicultor, pois é quando vem a dúvida se a área escolhida é ou não adequada à apicultura.
Para diminuir a possibilidade de erros na escolha do local, o apicultor deve procurar identificar se a área possui muitas abelhas na natureza, se existem apicultores na região e se as floradas existentes na área são de espécies reconhecidas como melíferas. A presença de muitos enxames na natureza, a informação da retirada de muito mel em oco de pau, a existência de apicultores na região e a visualização de plantas de valor apícola são normalmente fortes indícios de que o local é bom.
O apicultor não deve perder de vista, quando da avaliação do local para implantação de um apiário, a qualidade e quantidade das floradas disponíveis, uma vez que as características e volume do mel a ser produzido estarão diretamente relacionados com essas duas variáveis.
Ressalta-se que é possível o apicultor melhorar a qualidade do pasto apícola da sua região, plantando espécies melíferas em sua propriedade.
As espécies a serem plantadas devem estar adaptadas às condições climáticas da região, sendo interessante que sejam plantas de espécies que floresçam nos períodos de ausência de floradas locais, de forma a garantir alguma alternativa de alimento às abelhas nos períodos críticos. 
 - Disponibilidade de água.
 A água é um elemento vital para todos os seres vivos. Para as abelhas sua importância está relacionada às suas necessidades fisiológicas e ao controle da temperatura interna da colméia. As abelhas não armazenam água no ninho, quando esta se faz necessária às operárias saem para coletá-la.
Em regiões quentes como o Norte e Nordeste a água representa um fator importantíssimo na manutenção dos enxames nas colméias durante o período quente do ano. A ausência de água pode levar ao abandono da colméia e, conseqüentemente, contribuir para a redução do número de enxames do apiário. Assim, recomenda-se que nessas regiões quentes, quando as fontes naturais de água estiverem a mais de 300 metros· do apiário, que o apicultor coloque bebedouros artificiais próximo às abelhas.
Os bebedouros devem ser instalados fora da linha de vôo das abelhas e a uma distância de aproximadamente 50 metros, o que permitirá seu abastecimento e limpeza com tranqüilidade.
A água a ser oferecida às abelhas deve ser em quantidade adequada e de boa qualidade, a fim de preservar a saúde destes insetos e a qualidade do mel produzido. Existem diversos modelos de bebedouros para abelhas, devendo o apicultor procurar selecionar aquele que for melhor, seja pelo custo, praticidade no abastecimento e limpeza, ou facilidade de construção. O importante é que ele disponibilize a água em quantidade e com qualidade adequada.
- Facilidade de acesso.
Como em um apiário comercial naturalmente vai existir produção, é importante que na escolha do local o apicultor esteja atento à facilidade de acesso à área, de forma que o transporte de material ao campo e dos favos de mel não sejam prejudicados por estradas ruins ou inacessíveis.
Não se pode esquecer que estamos trabalhando com um inseto que pode representar risco à vida das pessoas e animais, sendo prudente que o acesso ao trabalho seja fácil e sem obstáculos que venham a dificultar o fluxo das atividades e causar acidentes.
Na escolha da área, observar se existe espaço suficiente para se chegar com um carro, carregar, descarregar e fazer a manobra do veículo, visando facilitar a retirada das melgueiras durante a colheita do mel.
É importante que o local escolhido seja o mais plano possível, pelo menos no apiário. Isso facilita o trabalho e evita que o apicultor trabalhe em uma posição desconfortável, como acontece quando as colméias são instaladas em uma área íngreme, obrigando a pessoa a trabalhar com um pé em uma altura diferente do outro.
 - Segurança das pessoas e animais nas proximidades.
O apicultor é o responsável, perante a lei, por qualquer incidente provocado pelas abelhas do seu apiário. Por isso, na escolha do local para instalação do apiário, deve-se respeitar a distância mínima de300 metros de casas, escolas ou estradas e áreas de criação de animais, o que dará maior segurança. Em se tratando de área de vegetação rasteira, sem barreiras naturais, o que possibilitaria acesso direto das abelhas a instalações (escolas, moradias, etc), o apicultor deve aumentar esta distância para pelo menos 400 metros.
É recomendado, ainda, que o apicultor procure construir em volta do apiário, ou entre ele e as edificações, barreiras como por exemplo uma cerca viva, a fim de quebrar a visão direta. As cercas vivas podem ser de eucalipto, acácia, astrapéia, algaroba ou outra espécie qualquer da região.
Estas barreiras trarão maior segurança às pessoas que trabalham e/ou moram nas proximidades do apiário.
- Distância entre apiários
 Normalmente as abelhas trabalham em um raio de vôo de até 1.500 metros. Em períodos de escassez de alimentos a coleta de néctar e pólen pode ser realizada em distâncias maiores, ou em distâncias menores quando existem floradas abundantes próximas ao apiário.Em função disso recomenda-se que os apiários fixos estejam distanciados 3.000 metros um do outro, evitando-se assim a sobreposição das áreas utilizadas pelas abelhas.
Contudo, é possível alguma flexibilidade no distanciamento entre apiários, em função da capacidade de suporte da área e do número de colméias por apiário. A análise destas variantes deve ser realizada por pessoa experiente e com sensibilidade para ajustar estes números para cada situação em particular.
- Sombreamento e ventos
Sabe-se que as abelhas procuram manter a temperatura no interior da colméia próximo dos 34-35°C, que é o valor ótimo ao desenvolvimento das crias. Qualquer mudança nesse valor desencadeia uma série de comportamentos específicos nas operárias com o objetivo de reestabelecer a temperatura ideal. Devido a isso, ao se implantar um apiário em regiões quentes deve-se observar a necessidade de sombreamento das colméias, evitando-se sua exposição completa ao sol, já que isso resultará em um aumento muito grande da temperatura interna, e comprometerá o desenvolvimento da colônia, podendo levar o enxame a abandonar a colméia.
No Nordeste é comum observar a colocação de colméias na sombra de árvores nativas como o juazeiro ou de outras espécies que não perdem suas folhas no período seco. Alguns apicultores têm buscado alternativas como a utilização de coberturas de palha, telha de barro ou mesmo o uso do sombrite (com 80% de retenção solar), para minimizar o problema da incidência direta do sol sobre as colméias.
Em regiões mais frias a exposição das colméias ao sol é necessária, para que suas temperaturas internas subam rápido no início da manhã e as abelhas possam sair mais cedo para o trabalho de coleta. Deve-se evitar expor as colméias aos ventos fortes, pois prejudicam o movimento de entrada e saída das abelhas, além de contribuir para esfriar as crias quando entram pelo alvado.
Recomenda-se posicionar a entrada das colméias voltadas para o sol nascente, para que estas recebam os primeiros raios solares e sejam aquecidas logo no início da manhã, proporcionando as campeiras um melhor aproveitamento do dia no campo.
 - Número de colméias por apiário
 A definição do número de colméias por apiário é um outro ponto que normalmente causa dúvidas ao apicultor, que sempre espera por uma resposta padrão à sua pergunta. Contudo, vários fatores estão relacionados com a definição do número de colméias por apiário, como a qualidade e quantidade da flora apícola, o relevo e o tipo de apiário, se fixo ou migratório.
Se a região possui uma flora apícola exuberante, e que se distribui de forma uniforme ao longo do ano, é possível colocar um número maior de colméias no apiário. Se a florada for exuberante apenas durante alguns meses do ano, será necessário reduzir o número de colméias por apiário. Na prática, é por tentativas que o apicultor vai encontrar o número ideal de colméias por apiário para sua região, avaliando a quantidade de colméias que otimiza a produtividade do apiário. É importante lembrar que isso será conseguido com maior segurança, se o apicultor tiver em mãos as anotações de sua atividade, como recomendado no capítulo 21 deste manual.
No geral recomenda-se que o número de colméias por apiário não ultrapasse a 30. Acima disso o manejo das abelhas começa a ficar complicado em determinadas épocas do ano, como no período de redução de fluxo de alimento quando começam a ocorrer problemas de pilhagem.
No caso da apicultura migratória o número de colméias por apiário pode ser aumentado para 40 ou 50 e a distância entre eles pode ser reduzida, em função da densidade da florada e pelo fato das abelhas só permanecerem na área durante o período de forte fluxo de néctar.
- Distribuição das colméias no apiário 
As colméias podem estar distribuídas de diversas formas dentro do apiário, vai depender do espaço disponível no terreno e das condições específicas da região onde se está trabalhando. Porém, é importante que estejam em suportes individuais distanciados, no mínimo, de 2 metros entre si e de 4 a 5 metros entre fileiras, quando for o caso.
Alguns cuidados na preparação e manutenção dos apiários
- A área do apiário deve ser mantida limpa e livre de arbustos e galhos secos, para evitar o abrigo de formigas e de outros inimigos das abelhas.
Existem outras espécies de formigas de tamanho menor que procuram fazer seus ninhos junto à colmeia, buscando um lugar mais aquecido, mas que, felizmente, não trazem danos significativos às abelhas nem ao apicultor.
Para proteger as abelhas das formigas, ainda podem ser usados:
- Protetores especiais nos pés de cavaletes, de estrados ou de estacas;
- Protetores com água ou óleo queimado, para impedir sua passagem;
- Bombril ou lã de carneiro envolvendo os pés de cavaletes, de estrados ou de estacas;
- Graxa patente em volta dos pés dos suportes;
- Plantar grama em volta das colmeias, pois a mesma dificulta o trânsito das formigas.
Traças
 As traças são os inimigos mais constantes das abelhas. São oriundas da postura de ovos de mariposas que, à noite, quando as abelhas estão acomodadas, entram pelo alvado e frestas da colmeia, infestando os favos desprotegidos.
Existem duas espécies que mais incomodam: Traça dos favos formam casulos e galerias,onde se protegem e vão comendo ninfas e cera e ou Traça da cera quando guarda as melgueiras destrói todos os favos.
· Como evitar traças na colméia:
- Fechar as frestas das colméias e reduzir o alvado;
- Manter colméias populosas através de rainha jovem;
- Retirar excesso dos favos que as abelhas não possam proteger;
- Não jogar pedaços de favos pelo apiário, pois estes são atrativos de traças;
- Construir as colmeias dentro da medida padrão, respeitando o espaço abelha.
- É desejável, em regiões quentes, manter a vegetação alta do apiário para o sombreamento das colméias. Na ausência de sombreamento natural, deve-se utilizar sombreamento artificial (telha de barro, sombrite, placas de gesso ou outros);
- Recomenda-se que o apiário seja cercado, para evitar a entrada de pessoas e animais;
- Distribuir organizadamente as colméias de forma a facilitar o acesso das campeiras e a movimentação do apicultor;
- As colméias devem ser instaladas sobre suportes individuais, de forma que fique a uma altura de, aproximadamente, 50 cm do solo;
- Em áreas sombreadas é importante, no período de chuvas, que seja mantida limpa a área de vôo das abelhas assim como o interior do apiário.
Com isso se evita o excesso de umidade, desfavorecendo o aparecimento de doenças que prejudicam o desenvolvimento das colônias.
 Tipos de suportes para colméias
O uso de suportes tem por objetivo evitar o contato direto das caixas com o solo, assegurando a estas um maior tempo de vida, além de permitir que o apicultor trabalhe em uma posição de conforto. Por isso, o suporte deve estar a uma altura de 50 cm, possibilitando ao apicultor manusear as colméias em posição confortável.
Os suportes podem ser individuais ou coletivos. No Brasil, desde a africanização denossas abelhas, a recomendação técnica é para o uso dos suportes individuais, que podem ser de vários modelos e construídos em diversos materiais, como madeira, ferro, alvenaria, manilhas, canos de PVC com cimento, e outros. Independente do modelo e do material, o importante é que o suporte esteja a uma altura adequada do solo e seja resistente o suficiente para suportar o peso da colméia carregada 20m suas melgueiras cheias de mel.
Em algumas regiões do Brasil as formigas representam sérios problemas para o apicultor, uma vez que o ataque delas pode dizimar vários enxames em poucos dias. Uma das alternativas de controle para este problema pode ser a colocação de barreiras nos pés do suporte, para evitar a subida das formigas. Algumas das alternativas de barreiras que têm sido utilizadas são:
- Colocação de garrafas pet cortadas o fundo, com abertura voltada para baixo, podendo a parte interna ser lambuzada com graxa
- Colocação de estopa ou algodão umedecido com óleo queimado.
POVOAMENTO DA COLMÉIA
Para povoar a colméia existem diversas alternativas:
- Comprar, de apicultores, famílias de abelhas;
- Comprar núcleos de produtores de enxames;
- Armar caixas-iscas pelo campo, onde os enxames costumam passar;
- Recolher famílias de abelhas que se encontrem alojadas em cupinzeiros, ocos de árvores, beirais de casa, etc.
Transferência de famílias
O trabalho de transferir uma família de abelhas de um caixote comum, de um beiral de casa, de um cupinzeiro, etc., para uma colméia moderna, é quase sempre o mesmo:
* Preparar uma colméia com seis quadros de cera alveolada; quatro quadros devem ficar sem cera e sem arame para amarrar os favos que serão transferidos.
* Prepara o material auxilar para o trabalho:
- Faca para cortar os favos;
- Martelo para despregar telhado,se for o caso;
- Cordão para amarrar os favos; 
- Lata para recolher favos de mel;
- Saco para recolher favos de cera;
- Espanador para varrer e recolher abelhas;
- Tela para fechar e transportar a colméia;
- Indumentária, fumigador, combustível para fumigador e fósforo.
* O trabalho de transferência:
- Ao aproximar-se do ninho das abelhas, aplicar-lhe algumas baforadas de fumaça;
- Desobstruir a área para ter acesso aos favos;
- Cortar os favos e sacudir as abelhas dentro da colméia;
- Colocar na lata os favos de mel;
- Os favos com crias nova e madura, na seqüência em que forem cortados, devem ser amarrados nos quadros sem arame e colocados na colméia, para o aconchego das abelhas e para evitar resfriamento;
- Para recortar os favos e encaixá-los nos quadros, usar a tampa da colméia como mesa;
- Os favos devem ser amarrados aos quadros, na mesma posição em que se encontravam antes de serem cortados;
- Nos quadros, deve ser amarrado um cordão na posição horizontal e tantos quantos forem necessários na vertical;
- Para o favo ficar bem firme, os cordões da vertical devem cortar o favo até encostar no cordão da horizontal.
* Ao cortar os favos, pelo efeito da fumaça, grande parte das abelhas com a rainha procuram fugir do local e se aglomerar em um canto.
- Essas abelhas devem ser recolhidas com o auxílio do espanador e uma pazinha, ou favo de cera, e colocadas na colméia;
- Observar atentamente para recolher a rainha sem machucá-la;
- Se não encontrar a rainha, colocar a colméia com o alvado no lugar em que as abelhas estavam acostumadas a entrar e observar o seu comportamento por meia hora. Se a rainha já estiver na colméia, todas as abelhas irão entrar. Se a rainha estiver escondida fora da colméia, as abelhas vão procurar aglomerarem-se onde ela estiver;
- Recolhida a família, à noite fecha-se a colméia com a tela de alvado e transporta-se para o apiário. Alimentá-la durante duas semanas.
 Povoamento através de caixas-iscas 
As abelhas africanas têm o hábito de migrar, isso quer dizer que, logo que uma família enxameia, ou quando uma família abandona sua morada, procura voar até encontrar um novo local ideal para construir um novo ninho.
A enxameação ocorre com mais freqüência na primavera e no verão.
Para recolher esses enxames ou famílias faz-se o seguinte:
· Preparar caixotes de madeira ou de papelão, de maneira que abrigue até cinco quadros de colméia, com tiras ou lâminas de cera alveolada;
· Espalhar esses caixotes pelo campo ou clareiras, colocando-os em cima de tocos, de pedras ou pendurando-os em galhos de árvores a uma altura de 1 a 2m.
- Colméias também podem ser utilizadas mas correm o risco de serem roubadas e o prejuízo seria maior.
- Se os quadros foram preparados com tiras de cera, o caixote deve ficar nivelado para que os quadros não fiquem inclinados já que as abelhas constroem os favos sempre no prumo.
* O cheiro da cera ou da própolis nos caixotes e colméias funciona como isca para atrair os enxames.
- Para caixotes ou colméias novas é recomendado derreter a própolis e, com um pincel, esfregá-la nas paredes internas.
* De dez em dez dias recomenda-se visitar as caixas-iscas e recolher para o apiário, aquelas já povoadas, transferindo os quadros com abelhas para a colméia definitiva.
- Esses enxames nem sempre trazem boa rainha, e por isso recomenda-se trocar a rainha existente por uma nova.
- Se o enxame for muito pequeno, aconselha-se fazer uma união de famílias.
- Para que essas famílias não abandonem as colméias no apiário, nos primeiros dias é interessante alimentá-las e protegê-las das formigas.
 ENXAMEAÇÃO
Enxameação é a forma natural das famílias de abelhas se multiplicarem. As épocas mais freqüentes de enxameação são a primavera e o verão, quando existem boas floradas.
Nessa época as rainhas são estimuladas e há aumento da postura. Com isso, as famílias crescem em população, dando condições à enxameação. Num apiário bem conduzido a enxameação deve ser evitada porque, quando isso ocorre, diminui a população e, conseqüentemente, a produção.
Sinais que antecedem a enxame ação na colméia
- Colméia saturada de abelhas e de crias, sem espaço para trabalharem;
- Grande movimento de zangões;
- Presença de realeira nos favos;
- Bolas de abelhas penduradas embaixo do alvado ou na frente da colméia.
Bola de abelhas no alvado, sinal de enxameação
Como evitar a enxameação
- Manter rainha nova e selecionada na colmeia; - Abrir totalmente o alvado para permitir boa ventilação no verão;
- Usar uma cobertura nas colmeias para evitar calor, devido ao excesso de sol no verão;
- Evitar zangões em demasia, usando lâminas inteiras de cera nos quadros;
- Dar espaço para a livre postura da rainha; 
- Na primavera, remanejar os quadros passando favos de mel do ninho para o sobreninho e introduzindo, no mesmo, favos vazios ou de cera alveolada;
- Destruir as realeiras em formação;
- Evitar o uso de tela excluidora em cima do primeiro ninho.
Enxames fugitivos
São chamados de enxames fugitivos aqueles que aparecem em qualquer época do ano; na verdade estes não são enxames naturais, mas sim, famílias de abelhas que, por um ou outro motivo, abandonaram o ninho.
* Motivos pelos quais as abelhas abandonam o ninho
- Por falta de alimento e de flores na região; 
- Por ataque de inimigos;
- Devido à pilhagem;
- Devido à perturbação constante do apicultor e uso excessivo de fumaça.
* Comportamento dos enxames 
- Quando uma família abandona o ninho, costuma voar até encontrar outro local onde haja condições de sobrevivência;
- Durante o vôo, vez por outra, esta família pousa para descansar enquanto algumas abelhas, chamadas de "batedoras", fazem uma busca na região, verificando se existe alimento e um lugar para se alojarem;
- Se na região existe condições de sobrevivência e foi encontrado um lugar para se alojarem, as "batedoras" comunicam à família e a conduzem para lá;
- Se acontecer o contrário, a família levanta vôo e continua a viagem;
- O apicultor sabe que quando um enxame, ou família, entra na colméia de livre e espontânea vontade, dificilmente vai embora. Isso acontece porque as "batedoras" com antecedência aprovaram o local;
- No entanto, quando o apicultor encontra

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