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Conhecimentos Específicos CARGO: AGENTE SOCIAL _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 0 _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 1 Sumári� 1. Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) 3 2.Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas 12 3.Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) 16 4.Segurança Alimentar Nutricional (SAN) 19 5. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) 21 6.Política Nacional de Assistência Social (PNAS) 27 7. Sistema Único da Assistência Social (SUAS) 33 8. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOBSUAS) 34 8.1Centro de Referência da Assistência Social 36 8.2 Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). 37 9. Benefício de Prestação Continuada (BPC) 41 10. Conselho Nacional de Assistência Social – (CNAS) 44 11. Política Nacional do Idoso 45 12. Serviços Socioassistenciais 54 13.Trabalho em Equipe 55 14. Atividades Específicas ligadas a grupos populacionais tradicionais e específicos (GPTE) 61 15. Lei Maria da Penha (11.340/06) 64 16. Estatuto do Idoso (10.741) 80 17. Lei Orgânica da Assistência Social -LOAS (LEI Nº 8.742) 118 18. Lei de Racismo (7.716/89) 144 19. Lei do Programa DF Sem Miséria (4601/2011) 149 20. Lei da Política de Benefícios Assistenciais do DF (5.165/2013) 154 21. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei 8.069/90 161 Referências 299 _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 2 1. Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada no ano de 1999, integra os esforços do Estado brasileiro, que por meio de um conjunto de políticas públicas propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação. A completar-se dez anos de publicação da PNAN, deu-se início ao processo de atualização e aprimoramento das suas bases e diretrizes, de forma a consolidar-se como uma referência para os novos desafios a serem enfrentados no campo da alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde (SUS). Em sua nova edição, publicada em 2011, a PNAN apresenta como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Para tanto está organizada em diretrizes que abrangem o escopo da atenção nutricional no SUS com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos relacionados à alimentação e nutrição; atividades, essas, integradas às demais ações de saúde nas redes de atenção, tendo a atenção básica como ordenadora das ações. *Baseia-se na Segurança Alimentar e Nutricional: abastecimento, oferta, consumo e utilização biológica adequados. A atenção nutricional tem como sujeitos os indivíduos, a família e a comunidade. Os indivíduos apresentam características específicas e entre os elementos de sua diversidade está a fase do curso da vida em que se encontram, além da influência da família e da comunidade em _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 3 que vivem. Todas as fases do curso da vida devem ser foco da atenção nutricional, no entanto cabe a identificação e priorização de fases mais vulneráveis aos agravos relacionados à alimentação e nutrição. PROPÓSITO “Garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no país, a promoção de práticas alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais.” PRINCÍPIOS BÁSICOS A PNAN tem por pressupostos os direitos à Saúde e à Alimentação e é orientada pelos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde ( universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização e participação popular ) DIRETRIZES As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população . Segue abaixo o comentário de algumas diretrizes: 1) estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos; _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 4 Depende de informação “extra Setor Saúde”, como informações de produção agrícola, emprego e renda. 2) garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços neste contexto; Reforço na Vigilância Sanitário, tanto no âmbito dos processos tecnológicos pelos quais alimentos industrializados passam quanto os alimentos em serviços de alimentação. Modernização dos equipamentos para fiscalização. Atualização da legislação para que tenha também as atualizações sobre biotecnologia, além de ajustes para comércio entre países do MERCOSUL. Descentralização nas ações de vigilância principalmente nos alimentos com suplementação obrigatória (sal). 3) monitoramento da situação alimentar e nutricional; Ampliação e aperfeiçoamento do SISVAN, com o monitoramento especial de grupos de risco, para avaliação e predição de estado de saúde. Sistemas de Informação serão expandidos para acompanhamento de DCNT, prática de aleitamento materno, escolares, etc. “Nesse sentido, deverá produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil a dieta complementar pós-desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energético-protéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis.” 4) promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; O direito humano à alimentação deverá ser explicitado em todo material educativo, para a construção da cidadania. Valorização do costume regional e dos alimentos de baixo custo. Inicia-se no incentivo ao aleitamento materno, e engloba a prevenção de problemas nutricionais. Inclui-se também regularização da propaganda de alimentos infantis. Apoio a programas como o Hospital Amigo da Criança e Bancos de Leite Humano e facilitação do aleitamento materno para mães que trabalham. Fiscalização de produtos farmacêuticos e dietéticos que visam tratar problemas nutricionais. Capacitação dos profissionais de saúde para orientação alimentar. 5) prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição; Medidas institucionais específicasda nutrição: desnutrição/infecção – avaliação de “família vulnerável” _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 5 Intervenções convencionais: DCNT – promoção da saúde e controle dos desvios alimentares. “(...) serão assegurados apoio alimentar, cuidados nutricionais específicos e atenção básica de saúde a todas as crianças nessa faixa etária que estejam situadas abaixo do percentil 10 da relação peso/idade, com ênfase nos casos abaixo do percentil 3, mediante o desenvolvimento de ações de reabilitação nutricional. Deverá ser considerada, também, a evolução do peso da criança e não somente a localização pontual no Cartão da Criança.” Deficiência de ferro: fortificação de farinhas de trigo e de milho. Hipovitaminose A: megadoses em emergência, profilática em menores de 5 anos em regiões endêmicas. Fortificação em alguns alimentos como leite e massas alimentícias. Deficiência de iodo: sal de consumo humano e animal suplementado com iodato de potássio. Aleitamento materno: prevenção de desnutrição, hipovitaminose A e deficiência de ferro. Medidas para promoção: suplementação alimentar, Hospital Amigo de Criança, bancos de leite, lei de comercialização de produtos infantis. Municípios que as adotarem terão um repasse maior agregado ao PAB (Piso de Atenção Básica). 6) promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; Linhas de pesquisa que permitam conhecer a situação do país e estabelecer relações causais: carências nutricionais, valor da dieta, DCNT e perfil de dieta. Elaboração de tabelas de composição principalmente que avaliem os nutrientes com carência. Pesquisas na alimentação institucional, para promoção de hábitos saudáveis. Aleitamento materno; hábitos culturais; modelos de eficácia e intervenção. 7) desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. “Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo no tocante ao que define a Lei n.o 8.080/90, em seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a educação continuada contemplarão ação intersetorial articulada.” Tendo em vista sempre que a alimentação é direito humano. Saiba mais sobre estas as outras diretrizes do PNAN em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 6 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf Além da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde, que põe em prática o que está estabelecido na Lei Orgânica da Saúde (8080/90), temos vários Ministérios que têm atribuições para garantir que a segurança alimentar e nutricional seja atingida. (É numa política que necessita de articulação como essa, é que você percebe o quanto de Ministério e órgão esse país possui. Será que não seria mais fácil administrar uma máquina administrativa mais enxuta?) 1. Governo federal* Implementar e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Participar do financiamento das ações decorrentes desta Política, destinando recursos, sob a forma de incentivos, procedimentos específicos e outros mecanismos disponíveis para a prestação de serviços e a aquisição, por parte dos outros gestores do SUS, de alimentos e outros insumos definidos. Promover mecanismos de consolidação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Promover a revisão da legislação sobre alimentos, em especial daquela inerente à vigilância sanitária. Promover o estabelecimento de rede de laboratórios capacitados à certificação da qualidade de alimentos. Promover a inspeção e a fiscalização sanitária dos alimentos colocados ao consumo da população, segundo o grau de risco destes produtos, formulando, inclusive, programas específicos para tal fim. Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendências, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o controle dos fatores de risco detectados. 2. Governo estadual* Participar do financiamento das ações decorrentes da Política Estadual. • Participar da definição e da aquisição dos alimentos e insumos estratégicos, segundo o seu papel nos planos, programas, projetos e atividades que operacionalizarão a Política. Organizar e coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública, no tocante a procedimentos relativos ao diagnóstico de distúrbios nutricionais e ao controle da iodatação do sal. 3. Municípios* Receber e ou adquirir alimentos e suplementos nutricionais, garantindo o abastecimento de forma permanente e oportuna, bem como a sua dispensação adequada. Promover as medidas necessárias para integrar a programação municipal à adotada pelo Estado. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 7 Implantar, na rede de serviços, o atendimento da clientela portadora de agravos nutricionais clinicamente instalados, envolvendo: a assistência alimentar, o controle de doenças intercorrentes e a vigilância dos irmãos e contatos, garantindo a simultaneidade da execução de ações específicas de nutrição e de ações convencionais de saúde. Promover a difusão de conhecimentos e recomendações sobre práticas alimentares saudáveis, tais como o valor nutritivo, propriedades terapêuticas, indicações ou interdições de alimentos ou de suas combinações, mobilizando, para tanto, diferentes segmentos sociais, como, por exemplo, a escola. Associar-se a outros municípios, inclusive na forma de consórcios, de modo a prover o atendimento de sua população nas questões referentes à alimentação e nutrição. Investir na infra-estrutura de armazenamento dos alimentos e outros insumos estratégicos, visando assegurar a qualidade dos mesmos. *Pontos mais Importantes: • a redução, para menos de 10% , da incidência do baixo peso ao nascer; • a diminuição, em 50% , da freqüência de desnutrição moderada e grave em crianças; • a redução, em 1/3 , da ocorrência de anemia em gestantes; • o controle dos distúrbios provocados pela deficiência de iodo; • o controle da deficiência de vitamina A como problema de saúde pública; e • o provimento de condições para que todas as mães possam amamentar seus filhos de forma exclusiva até o sexto mês de vida, continuando a amamentação, num processo de transição alimentar, até os 2 anos. QUESTÕES COMENTADAS 1) (QUADRIX, CRN 2018) As políticas públicas podem ser definidas como o conjunto de programas e atividades desenvolvidas pelo governo para assegurar os direitos constitucionais inerentes aos cidadãos. No que se refere aos programas e às políticas públicas de alimentação e nutrição, julgue o item subsequente. Na Política Nacional de Alimentação e Nutrição, existem 25 diretrizes que indicam as linhas de ação para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. _____________________________________________________________APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 8 COMENTÁRIO: O item está errado. São apenas 9 diretrizes: 1. Organização da Atenção Nutricional; 2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável; 3. Vigilância Alimentar e Nutricional; 4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição; 5. Participação e Controle Social; 6. Qualificação da Força de Trabalho; 7. Controle e Regulação dos Alimentos; 8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; 9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional. 2) (CESPE/IFF 2018) A respeito de políticas de alimentação e nutrição, assinale a opção correta. a) A recente crise mundial de alimentos, agravada pela crise econômica, adiou a implementação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, devido à dificuldade de fomentar ações sobre a capacidade de acesso aos alimentos. b) O Plano Nacional para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) — 2011 a 2022 — define metas para os quatro principais fatores de risco das DCNT: dieta inadequada, consumo abusivo de álcool, tabagismo e inatividade física. c) A nova edição da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) de 2012 tem como propósito estabelecer os elementos necessários para a erradicação das deficiências nutricionais, em especial nos bolsões de pobreza do país. d) A implementação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA) é uma ação decorrente da Política de Segurança Alimentar e Nutricional (PSAN), em especial após deliberação da sociedade civil na 5.ª Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional. e) O PNAE, em conformidade com o Guia Alimentar da População Brasileira , define que 100% dos alimentos sejam provenientes da agricultura familiar, a fim de se _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 9 garantir que a alimentação seja baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. COMENTÁRIO: a) A recente crise mundial de alimentos, agravada pela crise econômica, adiou a implementação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, devido à dificuldade de fomentar ações sobre a capacidade de acesso aos alimentos. b) O Plano Nacional para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) — 2011 a 2022 — define metas para os quatro principais fatores de risco das DCNT: dieta inadequada, consumo abusivo de álcool, tabagismo e inatividade física. (correto) c) A nova edição da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) de 2012 ( É de 2011) tem como propósito estabelecer os elementos necessários para a erradicação das deficiências nutricionais, em especial nos bolsões de pobreza do país. d) A implementação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA) é uma ação decorrente da Política de Segurança Alimentar e Nutricional (PSAN), em especial após deliberação da sociedade civil na 5.ª Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional. Errado! Foi uma demanda do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) criado em 2013.O programa propõe alternativas para reduzir o uso de veneno nas lavouras e para uma produção com base agroecológica. d) O PNAE, em conformidade com o Guia Alimentar da População Brasileira , define que 100% dos alimentos sejam provenientes da agricultura familiar, a fim de se garantir que a alimentação seja baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. Errado! A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas. 3) (Prefeitura de Fortaleza / 2018) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 10 nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição. Considerando a PNAN avalie as seguintes afirmações: I. A PNAN é orientada pelos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde. II. Viabilizar o alcance do propósito da PNAN é responsabilidade do Governo Federal. III. São oito as diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. IV. A Soberania Alimentar se refere ao direito dos povos de decidir seu próprio sistema alimentar e de produzir alimentos saudáveis e culturalmente adequados, acessíveis, de forma sustentável e ecológica, colocando aqueles que produzem, distribuem e consomem alimentos no coração dos sistemas e políticas alimentares, acima das exigências de mercado. É correto o que se afirma em: a) I, II, III e IV. b) I, II e III. c) I e IV. d) II e III. COMENTÁRIO: Gabarito LETRA C - I e IV I. A PNAN é orientada pelos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde. Correto II. Viabilizar o alcance do propósito da PNAN é responsabilidade do Governo Federal . Os gestores de saúde nas três esferas, de forma articulada e dando cumprimento às suas atribuições comuns e específicas, atuarão no sentido de viabilizar o alcance do propósito desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição. III. São oito as diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. São 9 diretrizes. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 11 IV. A Soberania Alimentar se refere ao direito dos povos de decidir seu próprio sistema alimentar e de produzir alimentos saudáveis e culturalmente adequados, acessíveis, de forma sustentável e ecológica, colocando aqueles que produzem, distribuem e consomem alimentos no coração dos sistemas e políticas alimentares, acima das exigências de mercado. Correto. 4) (Prefeitura de Fortaleza/ 2018) A atenção nutricional estabelecida na PNAN tem como sujeito: a) as crianças, os adultos e os idosos. b) os indivíduos, a família e a comunidade. c) os brancos, os negros e os indígenas. d) as pessoas de todas as idades e raças. COMENTÁRIO: LETRA B "A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos, devendo estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS, para indivíduos,famílias e comunidades , contribuindo para a conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados" - PNAN, pág 28. 2. Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas A Promoção da Alimentação Saudável (PAS) é um dos eixos prioritários definidos pela Estratégia Global e pelos Pactos pela Vida, em defesa do SUS e da Gestão de 2006. Pode-se considerar que ela é fortalecida pela Política Nacional de Promoção da Saúde e pela Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Dentre as diversas ações, um dos principais elementos é a promoção da alimentação saudável nas escolas, com a publicação da Portaria nº 1.010/06 que tem como eixos prioritários, no seu _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 12 artigo 3º: ações de educação nutricional, estímulo à produção de hortas escolares, estímulo à implantação de boas práticas de manipulação de alimentos nas unidades de alimentação e nutrição escolares, restrição ao comércio e à promoção comercial de alimentos ricos em sódio, açúcar e gorduras, com incentivo ao consumo de frutas e verduras e monitoramento da situação nutricional dos escolares. As diretrizes para a promoção da alimentação saudável em escolas preconizam a restrição de venda e comercialização de alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras, ao mesmo tempo em que orientam a oferta de alimentos saudáveis . A promoção da alimentação saudável nas escolas prevê o engajamento de diversos atores, principalmente professores, diretores, coordenadores pedagógicos e responsáveis pelas cantinas. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.010, DE 08 DE MAIO DE 2006 Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, E O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, e Considerando a dupla carga de doenças a que estão submetidos os países onde a desigualdade social continua a gerar desnutrição entre crianças e adultos, agravando assim o quadro de prevalência de doenças infecciosas; Considerando a mudança no perfil epidemiológico da população brasileira com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, com ênfase no excesso de peso e obesidade, assumindo proporções alarmantes, especialmente entre crianças e adolescentes; Considerando que as doenças crônicas não transmissíveis são passíveis de serem prevenidas, a partir de mudanças nos padrões de alimentação, tabagismo e atividade física; Considerando que no padrão alimentar do brasileiro encontra-se a predominância de uma alimentação densamente calórica, rica em açúcar e gordura animal e reduzida em carboidratos complexos e fibras; Considerando as recomendações da Estratégia Global para Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto à necessidade de fomentar mudanças sócio-ambientais, em nível coletivo, para favorecer as escolhas saudáveis no nível individual; Considerando que as ações de Promoção da Saúde estruturadas no âmbito do Ministério da Saúde ratificam o compromisso brasileiro com as diretrizes da Estratégia Global; Considerando que a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) insere-se na perspectiva do Direito Humano à Alimentação Adequada e que entre suas diretrizes destacam-se a promoção da alimentação saudável, no contexto de modos de vida saudáveis e o monitoramento da situação alimentar e nutricional da população brasileira; _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 13 Considerando a recomendação da Estratégia Global para a Segurança dos Alimentos da OMS, para que a inocuidade de alimentos seja inserida como uma prioridade na agenda da saúde pública, destacando as crianças e jovens como os grupos de maior risco; Considerando os objetivos e dimensões do Programa Nacional de Alimentação Escolar ao priorizar o respeito aos hábitos alimentares regionais e à vocação agrícola do município, por meio do fomento ao desenvolvimento da economia local; Considerando que os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam sobre a necessidade de que as concepções sobre saúde ou sobre o que é saudável, valorização de hábitos e estilos de vida, atitudes perante as diferentes questões relativas à saúde perpassem todas as áreas de estudo, possam processar-se regularmente e de modo contextualizado no cotidiano da experiência escolar; Considerando o grande desafio de incorporar o tema da alimentação e nutrição no contexto escolar, com ênfase na alimentação saudável e na promoção da saúde, reconhecendo a escola como um espaço propício à formação de hábitos saudáveis e à construção da cidadania; Considerando o caráter intersetorial da promoção da saúde e a importância assumida pelo setor Educação com os esforços de mudanças das condições educacionais e sociais que podem afetar o risco à saúde de crianças e jovens; Considerando, ainda, que a responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo e setor público é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a prevenção das doenças; Considerando que a alimentação não se reduz à questão puramente nutricional, mas é um ato social, inserido em um contexto cultural; e Considerando que a alimentação no ambiente escolar pode e deve ter função pedagógica, devendo estar inserida no contexto curricular, resolvem: Art. 1º Instituir as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes pública e privada, em âmbito nacional, favorecendo o desenvolvimento de ações que promovam e garantam a adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar. Art. 2º Reconhecer que a alimentação saudável deve ser entendida como direito humano, compreendendo um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas, sociais e culturais dos indivíduos, de acordo com as fases do curso da vida e com base em práticas alimentares que assumam os significados sócio-culturais dos alimentos. Art. 3º Definir a promoção da alimentação saudável nas escolas com base nos seguintes eixos prioritários: I - ações de educação alimentar e nutricional, considerando os hábitos alimentares como expressão de manifestações culturais regionais e nacionais; II - estímulo à produção de hortas escolares para a realização de atividades com os alunos e a utilização dos alimentos produzidos na alimentação ofertada na escola; III - estímulo à implantação de boas práticas de manipulação de alimentos nos locais de produção e fornecimento de serviços de alimentação do ambiente escolar; _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 14 IV - restrição ao comércio e à promoção comercial no ambiente escolar de alimentose preparações com altos teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras; e V - monitoramento da situação nutricional dos escolares. Art. 4º Definir que os locais de produção e fornecimento de alimentos, de que trata esta Portaria, incluam refeitórios, restaurantes, cantinas e lanchonetes que devem estar adequados às boas práticas para os serviços de alimentação, conforme definido nos regulamentos vigentes sobre boas práticas para serviços de alimentação, como forma de garantir a segurança sanitária dos alimentos e das refeições. Parágrafo único. Esses locais devem redimensionar as ações desenvolvidas no cotidiano escolar, valorizando a alimentação como estratégia de promoção da saúde. Art. 5º Para alcançar uma alimentação saudável no ambiente escolar, devem-se implementar as seguintes ações: I - definir estratégias, em conjunto com a comunidade escolar, para favorecer escolhas saudáveis; II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentação na escola para produzir e oferecer alimentos mais saudáveis; III - desenvolver estratégias de informação às famílias, enfatizando sua co-responsabilidade e a importância de sua participação neste processo; IV - conhecer, fomentar e criar condições para a adequação dos locais de produção e fornecimento de refeições às boas práticas para serviços de alimentação, considerando a importância do uso da água potável para consumo; V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura, gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal e desenvolver opções de alimentos e refeições saudáveis na escola; VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e verduras; VII - estimular e auxiliar os serviços de alimentação da escola na divulgação de opções saudáveis e no desenvolvimento de estratégias que possibilitem essas escolhas; VIII - divulgar a experiência da alimentação saudável para outras escolas, trocando informações e vivências; IX - desenvolver um programa contínuo de promoção de hábitos alimentares saudáveis, considerando o monitoramento do estado nutricional das crianças, com ênfase no desenvolvimento de ações de prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e educação nutricional; e X - incorporar o tema alimentação saudável no projeto político pedagógico da escola, perpassando todas as áreas de estudo e propiciando experiências no cotidiano das atividades escolares. Art. 6º Determinar que as responsabilidades inerentes ao processo de implementação de alimentação saudável nas escolas sejam compartilhadas entre o Ministério da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Educação/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Art. 7º Estabelecer que as competências das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e de Educação, dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, Educação e Alimentação Escolar sejam pactuadas em fóruns locais de acordo com as especificidades identificadas. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 15 Art. 8º Definir que os Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição , Instituições e Entidades de Ensino e Pesquisa possam prestar apoio técnico e operacional aos estados e municípios na implementação da alimentação saudável nas escolas, incluindo a capacitação de profissionais de saúde e de educação, merendeiras, cantineiros, conselheiros de alimentação escolar e outros profissionais interessados. Parágrafo único. Para fins deste artigo, os órgãos envolvidos poderão celebrar convênio com as referidas instituições de ensino e pesquisa. Art. 9º Definir que a avaliação de impacto da alimentação saudável no ambiente escolar deva contemplar a análise de seus efeitos a curto, médio e longo prazos e deverá observar os indicadores pactuados no pacto de gestão da saúde. Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 3.Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) é um órgão de assessoramento imediato à Presidência da República, que integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) . O Consea é composto por dois terços de representantes da sociedade civil e um terço de representantes governamentais. A presidência é exercida por um(uma) representante da sociedade civil, indicado(a) entre os seus membros e designado(a) pela Presidência da República. O Consea é um espaço institucional para o controle social e participação da sociedade na formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional, com vistas a promover a realização progressiva do Direito Humano à Alimentação Adequada, em regime de colaboração com as demais instâncias do Sisan. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 16 Recriado em 2003, o Conselho tem caráter consultivo. Compete ao Consea, dentre outras atribuições, propor à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) as diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional com base nas deliberações das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional. Funcionamento do Consea O Consea tem a seguinte organização: a) Plenário, composto pelos 60 membros, sendo 40 da sociedade civil (dois terços) e 20 do governo (um terço); b) Secretaria Geral; c) Secretaria Executiva; d) Mesa Diretiva; e) Comissões Permanentes e Grupos de Trabalho; f) Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Segurança Alimentar e Nutricional. O Plenário Segundo o Regimento Interno, o Consea deve realizar seis reuniões plenárias ordinárias por ano. Os temas tratados em cada reunião plenária são debatidos previamente pelas instâncias (comissões permanentes ou grupos de trabalho), que elaboram propostas a serem submetidas à apreciação do plenário. O Consea busca adotar decisões consensuais, mas, caso seja necessário, as mesmas podem ser tomadas mediante votações de seus membros. Após aprovação em plenário, as propostas são encaminhadas à Presidência da República, à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário por meio dos seguintes instrumentos de comunicação: 1. Recomendações : são documentos sucintos com considerações e proposições específicas que se destinam a um determinado órgão público. 2. Exposições de Motivos: são documentos analíticos que discorrem sobre temas abrangentes e apresentam proposições que se destinam à Presidência da República. 3. Resoluções : tratam de assuntos internos ao Consea (ex.: criação de Grupos de Trabalho, criação de comissão de transição etc.). _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 17 Secretaria Geral ASecretaria Geral do Consea é exercida pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), que também preside à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). Compete à Secretaria Geral, dentre outras atribuições, acompanhar a análise e o encaminhamento das propostas e recomendações aprovadas pelo Consea para a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). Secretaria Executiva A Secretaria Executiva do Consea localiza-se na Presidência da República. Composta por servidores públicos e servidoras públicas, a Secretaria Executiva tem o papel de dar suporte técnico e administrativo para o devido funcionamento do Conselho. Cabe também à Secretaria Executiva a gestão orçamentária do Consea e a organização das Conferências Nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional. Para isso, organiza-se em três equipes: assessoria técnica, comunicação e administrativa. Mesa Diretiva A Mesa Diretiva é instância colegiada com o papel de contribuir com a gestão da Presidência do Consea na construção da agenda do Conselho, dentre outras atribuições. É composta pelo(a) presidente(a) do Conselho, coordenadores(as) das Comissões Permanentes, coordenador da Comissão de Presidentes dos Conseas Estaduais (CPCE), representante do(a) Secretário(a) Geral do Consea, além dos(as) Secretários(as)-Executivo(a) do Consea e da Caisan. Reúne-se previamente às reuniões plenárias. Comissões Permanentes e Grupos de Trabalho As Comissões Permanentes são instâncias internas ao Consea, organizadas por temas relacionados à segurança alimentar e nutricional e/ou grupos populacionais específicos tais como povos indígenas e povos e comunidades tradicionais. As comissões permanentes reúnem-se previamente às reuniões plenárias do Consea. Cabe às comissões encaminhar discussões e elaborar propostas a serem submetidas à aprovação do Plenário. Caso haja necessidade de aprofundamento de um tema específico, são criados pelas Comissões Permanentes ou pela Mesa Diretiva os Grupos de Trabalho com duração, objetivos e resultados predefinidos. Comissão de Presidentes de Conselhos Estaduais e do Distrito Federal de Segurança Alimentar e Nutricional (CPCE) _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 18 A CPCE é uma comissão instituída no âmbito do Consea como um mecanismo permanente de articulação entre o Consea Nacional e os Conseas Estaduais e do Distrito Federal. É composta por Presidentes(as) dos Conselhos Estaduais e do Distrito Federal. Reúnem-se, em geral, previamente às reuniões plenárias do Consea. Regimento Interno O Consea possui um regimento interno que define as regras para o seu funcionamento. Neste documento estão descritas as finalidades, a organização, o funcionamento de todas as instâncias do conselho. Para uma participação ativa e informada dos seus membros recomenda-se uma leitura atenta do documento. O modelo de produção e consumo de alimentos é fundamental para a garantia de segurança alimentar e nutricional, pois, para além da fome, há insegurança alimentar e nutricional sempre que se produz alimentos sem respeito ao meio ambiente, com uso de agrotóxicos que afetam a saúde de trabalhadores/as e consumidores/as, sem respeito ao princípio da precaução, ou, ainda, quando há ações, incluindo publicidade, que conduzem ao consumo de alimentos que fazem mal à saúde ou que induzem ao distanciamento de hábitos tradicionais de alimentação. Portanto, ações públicas são fundamentais para a garantia da segurança alimentar, de forma que se contemple abordagens de gênero e geracional. 4.Segurança Alimentar Nutricional (SAN) A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. (Art. 3º/Lei 11.346/2006). Art. 4 o A segurança alimentar e nutricional abrange : I – a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização, incluindo-se os acordos internacionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo-se a água, bem como da geração de emprego e da redistribuição da renda; II – a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos; _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 19 http://www4.planalto.gov.br/consea/acesso-a-informacao/institucional/copy_of_LegislaoConsea.pdf III – a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade social; IV – a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade étnica e racial e cultural da população; V – a produção de conhecimento e o acesso à informação; e VI – a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de produção, comercialização e consumo de alimentos, respeitando-se as múltiplas características culturais do País. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 20 5. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) O sistema público que possibilita a articulação entre os três níveis de governo para a implementação e execução das Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional. No nível nacional, é composto por uma Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) e pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 21 A Caisan conta com representação de 20 Ministérios, sendo presidida pelo MDS, sendo a secretaria-executiva liderada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), unidade interna do Ministério responsável federal pelos assuntos de Segurança Alimentar e Nutricional. O Consea é o órgão de assessoramento da Presidência da República, composto por 2/3 de representantes da sociedade civil e 1/3 de representantes do governo, e que garante a participação e o controle social. Portanto, é um sistema público de gestão intersetorial e participativa, que reúne diversos setores de governo e da sociedade civil com o propósito de promover programas e ações que garantam o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) em todo o Território Nacional. A seguir veremos o lei de criação doSISAN: LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o Esta Lei estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e composição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, por meio do qual o poder público, com a participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada. Art. 2 o A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. § 1 o A adoção dessas políticas e ações deverá levar em conta as dimensões ambientais, culturais, econômicas, regionais e sociais. § 2 o É dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para sua exigibilidade. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 22 http://mds.gov.br/caisan-mds http://www4.planalto.gov.br/consea/acesso-a-informacao/institucional/o-que-e-o-consea http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.346-2006?OpenDocument Art. 3 o A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. Art. 4 o A segurança alimentar e nutricional abrange: I – a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em especial da agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, da comercialização, incluindo-se os acordos internacionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo-se a água, bem como da geração de emprego e da redistribuição da renda; II – a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos; III – a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se grupos populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade social; IV – a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversidade étnica e racial e cultural da população; V – a produção de conhecimento e o acesso à informação; e VI – a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de produção, comercialização e consumo de alimentos, respeitando-se as múltiplas características culturais do País. Art. 5 o A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional requer o respeito à soberania, que confere aos países a primazia de suas decisões sobre a produção e o consumo de alimentos. Art. 6 o O Estado brasileiro deve empenhar-se na promoção de cooperação técnica com países estrangeiros, contribuindo assim para a realização do direito humano à alimentação adequada no plano internacional. CAPÍTULO II DO SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Art. 7 o A consecução do direito humano à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional da população far-se-á por meio do SISAN, integrado por um conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, afetas à segurança alimentar e nutricional e que manifestem interesse em integrar o Sistema, respeitada a legislação aplicável. § 1 o A participação no SISAN de que trata este artigo deverá obedecer aos princípios e diretrizes do Sistema e será definida a partir de critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA e pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, a ser criada em ato do Poder Executivo Federal. § 2 o Os órgãos responsáveis pela definição dos critérios de que trata o § 1 o deste artigo poderão estabelecer requisitos distintos e específicos para os setores público e privado. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 23 § 3 o Os órgãos e entidades públicos ou privados que integram o SISAN o farão em caráter interdependente, assegurada a autonomia dos seus processos decisórios. § 4 o O dever do poder público não exclui a responsabilidade das entidades da sociedade civil integrantes do SISAN. Art. 8 o O SISAN reger-se-á pelos seguintes princípios: I – universalidade e eqüidade no acesso à alimentação adequada, sem qualquer espécie de discriminação; II – preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas; III – participação social na formulação, execução, acompanhamento, monitoramento e controle das políticas e dos planos de segurança alimentar e nutricional em todas as esferas de governo; e IV – transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e privados e dos critérios para sua concessão. Art. 9 o O SISAN tem como base as seguintes diretrizes: I – promoção da intersetorialidade das políticas, programas e ações governamentais e não-governamentais; II – descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração, entre as esferas de governo; III – monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a subsidiar o ciclo de gestão das políticas para a área nas diferentes esferas de governo; IV – conjugação de medidas diretas e imediatas de garantia de acesso à alimentação adequada, com ações que ampliem a capacidade de subsistência autônoma da população; V – articulação entre orçamento e gestão; e VI – estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de recursos humanos. Art. 10. O SISAN tem por objetivos formular e implementar políticas e planos de segurança alimentar e nutricional, estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como promover o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da segurança alimentar e nutricional do País. Art. 11. Integram o SISAN: I – a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, instância responsável pela indicação ao CONSEA das diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar, bem como pela avaliação do SISAN; II – o CONSEA, órgão de assessoramento imediato ao Presidente da República, responsável pelasseguintes atribuições: (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) a) convocar a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, com periodicidade não superior a 4 (quatro) anos, bem como definir seus parâmetros de composição, organização e funcionamento, por meio de regulamento próprio; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) b) propor ao Poder Executivo Federal, considerando as deliberações da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, as diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 24 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 Alimentar e Nutricional, incluindo-se requisitos orçamentários para sua consecução; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) c) articular, acompanhar e monitorar, em regime de colaboração com os demais integrantes do Sistema, a implementação e a convergência de ações inerentes à Política e ao Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) d) definir, em regime de colaboração com a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, os critérios e procedimentos de adesão ao SISAN; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) e) instituir mecanismos permanentes de articulação com órgãos e entidades congêneres de segurança alimentar e nutricional nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, com a finalidade de promover o diálogo e a convergência das ações que integram o SISAN; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) f) mobilizar e apoiar entidades da sociedade civil na discussão e na implementação de ações públicas de segurança alimentar e nutricional; (Revogada pela Medida Provisória nº 870, de 2019) III – a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, integrada por Ministros de Estado e Secretários Especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da segurança alimentar e nutricional, com as seguintes atribuições, dentre outras: a) elaborar, a partir das diretrizes emanadas do CONSEA, a Política e o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, indicando diretrizes, metas, fontes de recursos e instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação de sua implementação; b) coordenar a execução da Política e do Plano; c) articular as políticas e planos de suas congêneres estaduais e do Distrito Federal; IV – os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e V – as instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifestem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e diretrizes do SISAN. § 1 o A Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional será precedida de conferências estaduais, distrital e municipais, que deverão ser convocadas e organizadas pelos órgãos e entidades congêneres nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, nas quais serão escolhidos os delegados à Conferência Nacional. § 2 o O CONSEA será composto a partir dos seguintes critérios: (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) I – 1/3 (um terço) de representantes governamentais constituído pelos Ministros de Estado e Secretários Especiais responsáveis pelas pastas afetas à consecução da segurança alimentar e nutricional; (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) II – 2/3 (dois terços) de representantes da sociedade civil escolhidos a partir de critérios de indicação aprovados na Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 25 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 III – observadores, incluindo-se representantes dos conselhos de âmbito federal afins, de organismos internacionais e do Ministério Público Federal. (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) § 3 o O CONSEA será presidido por um de seus integrantes, representante da sociedade civil, indicado pelo plenário do colegiado, na forma do regulamento, e designado pelo Presidente da República. (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) § 4 o A atuação dos conselheiros, efetivos e suplentes, no CONSEA, será considerada serviço de relevante interesse público e não remunerada. (Revogado pela Medida Provisória nº 870, de 2019) CAPÍTULO III DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 12. Ficam mantidas as atuais designações dos membros do CONSEA com seus respectivos mandatos. Parágrafo único. O CONSEA deverá, no prazo do mandato de seus atuais membros, definir a realização da próxima Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a composição dos delegados, bem como os procedimentos para sua indicação, conforme o disposto no § 2 o do art. 11 desta Lei. Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv870.htm#art85 6.Política Nacional de Assistência Social (PNAS) A Política Nacional de Assistência Social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, e visa seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender à universalização dos direitos sociais (PNAS, 2004, p. 31). Concebendo a assistência social como dever do Estado, fixa como diretrizes: I – Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das ações em cadaesfera de governo, respeitando-se as diferenças e as características socioterritoriais locais; II – Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III – Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos (PNAS, 2004, p.31). A família é um principal agente de socialização para o desenvolvimento da cidadania, da proteção e do cuidado de seus membros e para assumir esse papel que lhe é socialmente atribuído, faz-se necessário a primazia da atenção do Estado. A PNAS estabelece a centralidade da família e a convivência familiar, colocando como foco as necessidades e peculiaridades das famílias, entendendo-as como sujeito coletivo. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 27 Segundo Sposati (1997), a família vem enfrentando a questão social, nesse sentido a PNAS assegura o direito à convivência familiar e aos mínimos sociais que, constituem padrões básicos de inclusão e garantem: [...] sobrevivência biológica, isto é, o limite de subsistência no limiar da pobreza absoluta; condições de poder trabalhar, isto é algumas condições para poder ser empregado e poder manter-se; qualidade de vida, isto é, o conjunto de acesso a um padrão de vida por meio de serviços e garantias; desenvolvimento humano, isto é, a possibilidade de desenvolver as capacidades humanas, o que coloca em evidência o padrão educacional adotado em uma sociedade e a universalização do acesso a todos; [e] necessidades humanas, isto é, atender não só as necessidades gerais, mas incluir as necessidades especiais, garantindo tanto a igualdade como a equidade (SPOSATI, 1997, p. 15). Para assegurar os mínimos sociais da família, é importante compreendê-la como unidade relacional, cujo seus aspectos são resultantes da desigualdade social, de transformações ocorridas no mundo do trabalho e nas relações de gênero e do fortalecimento da lógica individualista. Podemos considerar que a família não é homogênea, ao contrário, é plural e contempla contradições advindas da singularidade de seus membros e de sua relação com a sociedade e, por conseguinte, são heterogêneas, emergindo daí importantes desafios para a gestão e execução dos serviços e benefícios sociais. O trabalho social com as famílias inseridas no CRAS e CREAS intervém o trabalho do Serviço Social junto às famílias a matricialidade sociofamiliar que, via de regra, as políticas e programas sociais são definidos a priori e em instâncias superiores. A família é pensada como núcleo de resistência e produto de uma realidade dura, expressa não só pelos crescimentos econômicos, políticos e sociais, mas pelos elementos subjetivos de sua forma de resistência a esses carecimentos. Deste modo, os processos de exclusão socioeconômicos que geram sobre as famílias, torna-se imprescindível ao assistente social aproximar-se do cotidiano delas para _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 28 conhecer de perto e de dentro as implicações dos riscos sociais nesses sujeitos de direitos. Diante deste quadro, levanta-se a indagação se os profissionais do Serviço Social têm condições físicas, materiais e humanas de operacionalizar dignamente os serviços nos CRAS e CREAS, os eixos fundantes da PNAS, embora conheçam e reconheçam as diretrizes que a norteiam. Podemos ressaltar a importância da atuação do profissional de Serviço Social, no trabalho com as famílias, aproximando-se de sua realidade cotidiana e desvendando possibilidades e limites no embate com as expressões da questão social. No Serviço Social, o sujeito da intervenção profissional guarda unidade indissociável com o objeto de atuação da profissão, a questão social. Lidar com as expressões da questão social materializadas na vida dos sujeitos – no caso, as famílias –, que são os demandadores dos serviços sociais, exige proximidade com a dinâmica que envolve suas vivências, para melhor apreensão da realidade que a cerca e para a efetividade de uma prática pensada. Emerge daí a importância de o assistente social atuar com consciência e conhecimento, uma vez que tem sua prática balizada na “defesa intransigente dos direitos humanos e na recusa do arbítrio e do autoritarismo”, no “posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais [...]”, além do “empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças”, entre outros princípios ético-políticos que norteiam o fazer profissional (CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL, 1993, p. 1). Enfim, reconhecer que as famílias são sujeitos de direitos, que merecem ter assegurada sua condição protetiva e ser respeitados em suas formas de composição e de organização. _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 29 O modo de produção capitalista define uma forma específica e peculiar de relação social entre os homens, devido a posse privada dos meios de produção e a concentração das riquezas nas mãos de uma pequena minoria da sociedade, bem como a exploração e alienação daqueles que não possuem os meios de produção gerando como consequência uma nova estrutura social. A prática assistencialista desenvolvida primeiramente pela igreja católica e a intervenção da burguesia através das moças de caridade, eram na verdade, uma maneira de manutenção do capitalismo e do poder, pautada na base do favor, do clientelismo, com ações pontuais e pouco efetivas. Com a promulgação da Constituição da República Federal de 1988, a assistência social passou a ser inscrita como política pública, na qualidade de um direito fundamental e social, porém, até hoje ainda é entendida por alguns, como sendo uma prática assistencialista de auxílio aos pobres e alijados do mercado de trabalho. A seguridade social [3]é definida na Constituição Federal , no artigo 194 , “como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 30 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655147/artigo-194-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 saúde, à previdência e à assistência social”. É, portanto, integrante do sistema de seguridade social no Brasil, juntamente com as políticas de previdência social e de saúde. A Carta Magna em seu artigo 203, estabelece que: Art. 203[4]. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Pretende-se com este artigo apresentar os aspectos históricos da assistência social no Brasil, desassociando esta política do seu caráter filantrópico e entendo-a enquanto política de direito, objetiva-se também, explicitar a formação da assistência, analisado os sistemas de proteções ofertados por esta política. Na primeira parte deste artigo, será apresentado o processo histórico da construção da assistência social, como um conjunto de ações gestadas no contexto da crise capitalista; logo após, será analisado o processo de construção da política de assistência social, na terceira parte, serão apresentados os sistemas de proteções ofertados pelo SUAS, bem como sua importância para construção e ampliação de direitos e por fim, será feita uma análise de um dos programas de transferência de renda, que gera várias contradições acerca de sua efetividade, o bolsa família. PROCESSO HISTÓRICO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 31 As contradições do capitalismo se expressam entre os que, de um lado, dispõe da propriedade privada e, de outro, os que sofrem com as explorações das forças de trabalho. O Serviço Social [5]no Brasil tem suas origens em meados do século XX, com suas raízes cristãs de assistencialismo, sendo a igreja Católica quem controla todo processo de ajuda ao próximo e benefícios aos menos favorecidos, sendo patrocinada pela ordem burguesa vigente. O processo de institucionalização do serviço social brasileiro como profissão, se explica no contexto contraditório de um conjunto de processos sociais, econômicos e políticos que caracterizaram a relação entre as classes na consolidação do capitalismo monopolista, com a progressiva intervenção do Estado no processo de regulação social. Na década de 30, o serviço social se institucionaliza e se legitima como um dos recursos mobilizados pelo Estado e pelo empresariado com o suporte da igreja católica na perspectiva de enfrentamento e regulação da questão social, que era entendida como problemas sociais. Com o advento do Capitalismo, da Revolução Francesa e das crises do capitalismo, emergem as políticas sociais como um processo social, evidenciando a necessidade de uma maior intervenção estatal, que é acompanhada da profissionalização do Serviço Social como especialização do trabalho coletivo, formando assim, um vínculo estrutural entre a constituição das políticas sociais e o surgimento do serviço social na divisão sociotécnica do trabalho. Em 1932, foi formada uma associação com a finalidade de contribuir para a divulgação dos princípios da ordem social cristã, com a preocupação de preparar "trabalhadores sociais". Essa associação, o Centro de Estudos e Ação Social (Ceas) fundado em setembro de 1932, dedicou-se à difusão da doutrina social da Igreja e à formação social católica, criando a Escola de Serviço Social (ESS), em 1º de fevereiro de 1936[6]. A intervenção do Estado visa enfrentar as expressões da questão social, que nada mais é que: A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão (CARVALHO e IAMAMOTO, 1983, p.77). _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - AGENTE SOCIAL - SEDESTMIDH deltavestibulares.coursify.me 32 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 A criação das instituições estatais, paraestatais e autárquicas vai contribuir para a ampliação do mercado de trabalho para os assistentes sociais, requisitando uma intervenção para além dos trabalhos de ação social, bem como exigindo uma maior tecnificação da profissão. Como fruto dos movimentos sociais, teremos com a Constituição Federal de 1988, um avanço considerável no âmbito das políticas sociais, onde apresenta a assistência social enquanto política pública compondo o tripé da seguridade social. Além dessas conquistas, a Constituição Federal abre espaço para a participação da sociedade civil, através dos conselhos, no controle social. CRIAÇÃO DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS A lei 8.742 /1993, também conhecida como Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) foi criada como forma de regulamentar o disposto nos artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre os princípios, diretrizes, organização e gestão, prestações e financiamento da Assistência Social. A LOAS[7], traz um novo significado para a Assistência Social enquanto Política pública de seguridade, direito do cidadão e dever do Estado e prevê um sistema de gestão descentralizado e participativo. Cria também o Conselho Nacional de Assistência Social, com composição paritária, deliberativo e controlador da política de assistência social, para que fossem aplicados os pressupostos da C. F e LOAS; Tendo como objetivos, a proteção social, vigilância socioassistencial e defesa de direitos. A organização da Assistência Social prevê intervenções que podem ser caracterizadas como serviços, programas, projetos e benefícios. Entre os benefícios ofertados pela LOAS, temos o BPC (Benefício de prestação Continuada), que é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com sessenta e cinco anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. 7. Sistema Único da Assistência Social (SUAS) O Sistema Único da Assistência Social- SUAS - é um sistema não contributivo, descentralizado e participativo que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no _____________________________________________________________ APOSTILA DE CONHECIMENTOS
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