Buscar

PLANEJAMENTO-ESTRATÉGICO-EM-EDUCAÇÃO-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR ...... 3 
3 A APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR ........... 7 
4 ESCOLAS PRECISAM DE ESTRATÉGIA PARA VIVER ........................... 8 
5 7 ERROS PARA EVITAR NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE 
EDUCAÇÃO .............................................................................................................. 13 
6 ORIGEM, CONCEITO E EVOLUÇÃO DE PLANEJAMENTO ................... 18 
7 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA ÁREA EDUCACIONAL ............... 22 
8 PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO ............................................................ 23 
8.1 Planejar em Coletivo .......................................................................... 24 
9 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO .................................................................. 26 
10 O PLANEJAMENTO DIALÓGICO COMO OPÇÃO PARA A MUDANÇA 
ESCOLAR 28 
10.1 A imprescindível participação de todos ........................................... 30 
11 O PLANEJAMENTO DE ENSINO COMO ESTRATÉGIA DE POLÍTICA 
CULTURAL 30 
12 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL: ORGANIZAÇÃO DE ESTRÁTEGIAS 
E SUPERAÇÃO DE ROTINAS OU PROTOCOLO INSTITUCIONAL? ..................... 32 
13 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS 
UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS .......................................................... 37 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 44 
15 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR 
Planejamento Educacional 
O Planejamento de um Sistema Educacional consiste na tomada de decisões 
sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse 
tipo de planejamento requer a proposição de objetivos em longo prazo que definam 
uma política da educação. 
O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é 
também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. 
 
Planejamento Curricular 
O problema central do planejamento curricular é formular objetivos 
educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares oficiais. Nesse 
sentido, a escola não deve simplesmente executar o que é prescrito pelos órgãos 
oficiais. Embora o currículo seja mais ou menos determinado em linhas gerais, cabe 
à escola interpretar e realizar estes currículos. 
A escola deve procurar adaptar os conteúdos às situações concretas, 
selecionando aquelas experiências que mais poderão contribuir para alcançar os 
objetivos dos alunos, das suas famílias e da comunidade. 
 
Planejamento de Ensino 
O planejamento de ensino configura-se como um roteiro organizado de 
unidades didáticas para um ano ou semestre composto dos seguintes elementos: 
justificativa da disciplina; conteúdos; objetivos gerais e específicos; metodologia e 
avaliação, todos ligados à concepção que a escola e os professores têm como 
princípio básico a função da educação, da escola, das especificidades das disciplinas 
e sobre seus objetivos sociais e pedagógicos. Tais elementos visam a assegurar a 
racionalização, a organização e a coordenação do trabalho docente, de modo que a 
previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de 
qualidade e evite a improvisação e a rotina. Sobre esses elementos materializam-se 
os referenciais político-pedagógicos da prática pedagógica dos professores. 
Podemos dizer que o planejamento de ensino é a especificação do 
planejamento de currículo. Onde traduz em termos mais concretos e operacionais o 
 
 
4 
 
que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos 
educacionais propostos. 
 É preciso assumir que é possível e desejável superar os obstáculos colocados 
pelo tradicional formulário, previamente traçado, fotocopiado ou impresso, onde são 
delimitados para os “objetivos, conteúdos, estratégias e avaliação”. 
 Um planejamento de ensino deverá prever: 
 Objetivos (para que ensinar e aprender?); 
 Conteúdos (o que ensinar e aprender?); Métodos (como e com o que ensinar 
e aprender?); 
 Tempo (quando e onde ensinar e aprender?) e 
 Avaliação (como e o que foi efetivamente ensinado e aprendido?). 
É extremamente necessário assumir qual ação pedagógica, que necessita de 
um mínimo de preparo, mesmo tendo livro didático como um dos instrumentos 
comunicacionais no trabalho escolar em sala de aula. 
Existem três tipos de planejamento didático ou de ensino: planejamento de 
curso, planejamento de unidade e planejamento de aula. 
1- Plano de Curso 
 
O planejamento de curso é necessariamente uma breve amostra do que será 
desenvolvido e das atividades que serão realizadas em uma classe, por certo período 
de tempo, normalmente durante o ano ou semestre letivo. 
 O plano de curso tem por objetivo levantar dados sobre as condições dos 
alunos, fazendo uma sondagem inicial; propor objetivos gerais e definir os objetivos 
específicos a serem atingidos durante o período letivo estipulado; indicar os conteúdos 
a serem desenvolvidos durante o período; estabelecer as atividades e procedimentos 
de ensino e aprendizagem adequados aos objetivos e conteúdos propostos; 
selecionar e indicar os recursos a serem utilizados; escolher e determinar as formas 
de avaliação mais coerentes com os objetivos definidos e os conteúdos a serem 
desenvolvidos. 
2- Plano de Unidade 
 
O plano de unidade refere-se aos assuntos da disciplina que forma um todo 
completo e que são desenvolvidos no espaço correspondente a uma ou algumas 
 
 
5 
 
aulas. Importante notar que a elaboração de planos de unidade não impede que o 
professor proceda também ao planejamento de cada aula. 
 Ao planejar a unidade de ensino, deve estabelecer três etapas: Apresentação 
– onde o professor vai tentar identificar e estimular os interesses dos alunos, a fim de 
aproveitar seus conhecimentos anteriores e relacioná-los ao tema da unidade; 
Desenvolvimento – nesta etapa o professor deverá apresentar e organizar uma 
situação de ensino-aprendizagem para então estimular a participação dos alunos em 
sala de aula, tornando a aula mais ativa, dinâmica e ao mesmo tempo poder testar os 
conhecimentos, habilidades e atitudes de cada aluno e a Integração – nesta fase será 
necessário que o aluno mostre tudo que aprendeu durante o desenvolvimento da 
unidade em forma de síntese. 
 Em todas as profissões o aprimoramento profissional depende da acumulação 
de experiências, conjugando a prática e a reflexão criteriosa sobre a ação e na ação, 
tendo em vista uma prática constantemente transformadora para melhor. 
3- Plano de Aula 
 
 Na elaboração do plano de aula,deve-se levar em consideração, em primeiro 
lugar, que a aula é um período de tempo variável, as características dos alunos, suas 
possibilidades, necessidade e interesses. Por isso é importante que o professor faça 
uma sondagem do que os alunos já sabem sobre os conhecimentos a serem 
abordados. 
 Dificilmente completamos numa só aula o desenvolvimento de uma unidade 
didática ou tópico de unidade, pois o processo de ensino e aprendizagem se compõe 
de uma seqüência articulada de fases: Preparação e apresentação dos objetivos, 
conteúdos e tarefas; Desenvolvimento da matéria nova; Consolidação (fixação, 
exercícios, recapitulação, sistematização); Síntese integradora e aplicação e 
Avaliação. 
Isto significa que não devemos preparar uma aula, mas um conjunto de aulas 
e em geral, o plano de aula do professor assume a forma de um diário ou de um 
seminário. 
A aula é a forma predominante de organização didática do processo de ensino. 
É na aula que organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as condições e 
 
 
6 
 
meios necessários para que os alunos assimilem ativamente conhecimentos, 
habilidades e desenvolvam suas capacidades cognoscitivas. 
 
Fonte: www.somospar.com.br 
Um plano para ser considerado adequado deve seguir alguns princípios, como: 
Coerência e unidade; Continuidade e sequência; Flexibilidade; Objetividade e 
funcionalidade e a Precisão. Como o planejamento requer que se pense no futuro. Ele 
é formado também pelos componentes básicos do planejamento de ensino, onde o 
objetivo é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da nossa 
atividade, eles nascem da própria situação da comunidade, da família, da escola, da 
disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os objetivos, portanto, são sempre 
do aluno e para o aluno. 
Os objetivos educacionais são as metas e os valores mais amplos que a escola 
procura atingir, e os objetivos-instrucionais são proposições mais específicas 
referentes às mudanças comportamentais esperadas para um determinado 
grupoclasse. 
 O conteúdo refere-se à organização do conhecimento em si, porém, com base 
nas suas próprias regras, ele é um instrumento básico para poder atingir os objetivos. 
Torna-se necessário um bom critério de seleção na escolha dos conteúdos 
mais centrados, mais importantes e mais atuais. O conteúdo selecionado precisa estar 
 
 
7 
 
relacionado com os objetivos definidos. O mais importante é o fato do professor estar 
apto a levantar a ideia central do conhecimento deve trabalhar em sala de aula. 
 O plano didático, sendo a culminância desse total processo, não deve ser 
estático e rígido, em contato direto com os planos, novas idéias nos podem ocorrer, e 
com certeza novos enfoques nos parecerão mais oportunos. 
Dessa forma enfatizamos que os procedimentos existem e cabe utilizá-los da 
melhor forma possível, para que ao final os bons resultados sejam obtidos, para isso 
basta comparar a grande diferença que existe entre um professor bem preparado, que 
faz seu planejamento de acordo com todos os aspectos que compõem a sala de aula, 
e um profissional que não dá atenção as mudanças que ocorrem no processo 
educativo. 
3 A APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR 
As observações e experiências em nossa formação docente nos levaram a 
questionar a eficiência da aprendizagem por abordagens essencialmente práticas. 
Este estudo analisa como é trabalhada a relação teoria-prática na dinâmica do 
contexto escolar. 
O planejamento escolar para os professores é como uma bússola, serve para 
orientar em plena sala de aula, é nele que colocam tudo que acham 
necessário para ter uma aula com bons êxitos, desde atividades a materiais 
que norteiam e ajudam o professor para aulas, plano de escolas e planos de 
ensino nos quais são fundamentais a objetividade, a coerência, e a 
flexibilidade. (Apud SANTOS J. F. 2018) 
A objetividade tem muito a ver com a realidade dos alunos e materiais da 
escola, já a coerência é a atual relação entre as ideias e as práticas faladas e feitas 
em sala de aula, ou seja, usadas ou dados exemplos que tenham coerência que se 
relacionem umas com as outras (ideias-práticas) e por último a flexibilidade que não 
é nada mais que ter consciência de que o planejamento escolar pode ser mudado de 
acordo com algum tipo de situação que possa ocorrer, não é necessário ser sempre 
inflexível, tudo poderá mudar para melhor atendimento, tanto da parte do professor 
como dos alunos, porque ao fim de tudo temos que ter a grande responsabilidade de 
que nossos alunos saiam prontos para viver o mundo lá fora extraescolar, para que 
 
 
8 
 
possa lidar não só com os conteúdos escolares mas também com as pessoas e 
situações diferentes em todos os aspectos. 
Mas, o planejamento não garante um bom desempenho por si só, é preciso que 
ele venha acompanhado de conhecimentos didáticos e de sua experiência prática, à 
medida que ele for feito e praticado nós só temos a adicionar vivências em sala de 
aula e com o tempo ficaremos aptos para exercer algum tipo de atividade ou não, em 
geral o planejamento realmente resume-se em bússola que nos dá um alicerce para 
praticarmos a nossa profissão, se com bom desempenho ou não caberá a cada um 
individualmente, mas ele continuará sendo uma grande arma para nós. 
No cotidiano dos educadores, todos têm por obrigação elaborar o plano de aula 
para a regência de uma aula, sentimos muita dificuldade em montar uma aula clara e 
objetiva para alunos de ensino fundamental e médio. O não saber como transformar 
o conteúdo científico estudado durante o nosso curso de Pedagogia numa linguagem 
acessível a esses alunos. Percebemos que durante o nosso curso trabalhamos muitas 
atividades práticas voltadas para a educação básica, mas as abordagens teóricas 
ficaram bastante restritas ao âmbito científico, dividindo dessa forma a prática da 
teórica, que muitas vezes não são utilizadas por diversos fatores como: tempo, 
material não acessível, acompanhamento indevido. 
O planejamento deve ser o alicerce na realização de qualquer atividade a ser 
desenvolvida, seja ela a curto, médio ou longo prazo e, no contexto educacional, este 
tem grande importância no andamento das práticas pedagógicas, visando melhorias 
na educação do país. Entretanto, não adianta só discutirmos sobre a importância do 
planejamento e seus aspectos, é necessário que estejamos abertos a novos 
conhecimentos que nos possibilitem inovar as práticas pedagógicas e o planejamento 
deve ser, acima de tudo, um veículo para alcançarmos tais objetivos. 
4 ESCOLAS PRECISAM DE ESTRATÉGIA PARA VIVER 
Num contexto de significativas transformações econômicas, políticas, sociais e 
culturais, perpassadas sobretudo por avanços tecnológicos, é cada vez mais 
complexo pensar os contornos e o sentido da escola contemporânea. 
Não bastasse a velocidade das mudanças, que desafia educadores a 
superarem o gap existente entre sua formação acadêmica e as novas demandas que 
 
 
9 
 
se lhe apresentam, é comum identificar nos ambientes educacionais um preocupante 
conjunto de características (Bowman, 1990, p.9): 
a) falta de conscientização da equipe de gestão sobre a real situação da escola; 
b) modelos mentais muito enraizados na liderança, que compartilha uma visão 
fechada e estereotipada, reinterpretando ou ignorando informações desagradáveis 
que não se enquadram em sua maneira de ver o mundo; 
c) status quo, que desencoraja o pessoal a fazer perguntas desafiadoras e a mudar a 
estratégia da instituição; 
d) instituições que se posicionam com respostas reativas e incrementais, em vez de 
apresentarem-se com um enfoque estratégico; 
e) excessivo foco dos gestores nas questões do dia-a-dia, sobrando-lhes pouco tempo 
para considerar questões de maior prazo; 
f) apego às glórias do passado e o decorrente receio de investir em mudança de rota. 
Realidades como essas têm contribuído decisivamentepara a perda de 
relevância da instituição escolar, preocupação que foi circunscrita pela OCDE (2001) 
ao pesquisar e identificar seis cenários possíveis como o futuro da educação no 
mundo. 
Notadamente, as instituições de ensino em geral são pouco afetas à mudança, 
preferindo trilhar caminhos já bastante conhecidos, mesmo que estes levem a 
resultados insuficientes. 
As escolas muitas vezes contentam-se em apenas estabelecer definições 
sobre currículo, métodos, estratégias de avaliação discente e logística de organização 
das práticas pedagógicas, atendo-se basicamente às suas crenças fundadoras, aos 
procedimentos legais que normatizam o segmento e aos fundamentos 
epistemológicos que orientam e respaldam o fazer institucional. 
A essa prática de planejamento – essencial para o funcionamento da escola – 
costumam somar-se tão somente definições orçamentárias, sem que essas, contudo, 
dialoguem efetivamente com as definições da área fim e menos ainda se constituam 
como elementos para o desenvolvimento de uma estratégia organizacional. Ficam 
ainda de fora do escopo do planejamento a análise de tendências, os estudos 
de benchmarking e a prospecção e gerenciamento da inovação, por exemplo. 
Após o surgimento de abordagens mais sistêmicas de planejamento 
institucional, desenvolvidas prioritariamente na área da Administração, as instituições 
 
 
10 
 
de ensino se viram impelidas a extrapolar suas tradicionais formas de planejamento e 
incorporar às suas práticas de gestão ferramentas mais elaboradas, tais como o 
Planejamento Estratégico e a gestão por indicadores de desempenho. Tratam-se de 
procedimentos que se conectam ao Projeto Político-Pedagógico da instituição e ao 
contexto socioeconômico e cultural em que a organização está inserida. 
 
Fonte: https: www.teachermagazine.com.au 
O fato é que a escola do século XXI já não pode mais olhar apenas para si 
própria ou apartar em dois mundos a administração e a pedagogia. A relevância da 
instituição escolar só é constituída hoje em dia através do emprego de uma gestão 
integrada, estratégica, em que a administração de recursos financeiros e materiais 
está primeiramente a serviço da aprendizagem. 
A superação das práticas intuitivas de gestão é hoje um dos maiores desafios 
para as escolas. Se continuarem a não perceber as interdependências de seus 
processos internos e destes para com o ambiente externo, muitas possivelmente 
tornem-se insustentáveis em pouco tempo. Por medo de perderem sua identidade e 
suas práticas fundadoras, exitosas no passado, mas insuficientes no presente, 
escolas deixaram de ressignificar a si próprias, tornando-se obsoletas e incapazes de 
responder às demandas do seu tempo. 
 
 
11 
 
Além disso, a contemporaneidade exige-lhes que não apenas acompanhem o 
acelerado ritmo da realidade, mas que também se coloquem como propositoras de 
novos significados. Cresce a demanda por levarem à frente sua identidade e sua 
missão por meio de uma sólida e diferenciada estratégia e por boas práticas de 
gestão. 
“A formação de estratégia é um desígnio arbitrário, uma visão intuitiva e um 
aprendizado intuitivo; ela envolve transformação e também perpetuação; deve 
envolver cognição individual e interação social, cooperação e conflito; ela tem que 
incluir análise antes e programação depois, bem como negociação durante; e tudo 
isso precisa ser em resposta àquele que pode ser um ambiente exigente” 
(MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 274). 
Assim, para que se ressignifique permanentemente, é importante a escola: 
 Entender-se como um complexo sistema, no qual convergem processos em 
interdependência com o ambiente interno e externo (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012); 
 Assumir a ideia de que as pessoas, estejam elas nos níveis estratégico, tático 
ou operacional, mobilizam ou não seus próprios interesses na consecução de 
objetivos comuns (MINTZBERG, 2000); 
 Conceber-se como uma comunidade de aprendizagem, onde não apenas os 
alunos aprendem, mas toda a organização (SENGE, 2004); 
 Identificar as principais chaves de leitura da realidade em que está inserida a 
escola, visando ao estabelecimento de práticas de acompanhamento e 
avaliação que instrumentalizem e qualifiquem a tomada de decisão (OLIVEIRA, 
2007) e a implementação da estratégia. 
Ainda que o conceito de estratégia não esteja tão internalizado na dinâmica das 
escolas de educação básica, o fato é que essas organizações, a seu modo, 
estabelecem os meios pelos quais deve se concretizar o bom funcionamento da 
instituição escolar. 
Esses meios referem-se “ao conjunto de normas, diretrizes, estrutura 
organizacional, ações e procedimentos que asseguram a racionalização do uso dos 
recursos humanos, materiais, financeiros e intelectuais assim como a coordenação e 
o acompanhamento do trabalho das pessoas” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, 
p. 411). 
 
 
12 
 
É por isso que a gestão assume caráter diferenciador para a realização da 
atividade fim: uma escola precisa funcionar bem para que os alunos aprendam. 
Impacta decisivamente a qualidade da educação o ato de congregar pessoas 
na consecução de objetivos coletivos, seja através da criação conjunta de condições 
propícias para o ensino e a aprendizagem, da promoção de cultura organizacional 
aprendente ou da constituição de momentos para reflexão e formação dos 
profissionais. 
Professores precisam estar preparados para o exercício da docência, tendo 
clareza de seus objetivos e dos conteúdos a serem desenvolvidos. Precisam de 
espaços de autoria para evidenciar a capacidade de estruturar planos de aula e 
materiais didáticos de apoio, liderança para envolver os alunos no processo de 
construção do conhecimento e rigor científico para acompanhar e avaliar 
permanentemente as condições de aprendizagem dos alunos. 
O tema da avaliação – importante que se diga – não pode ficar circunscrito ao 
universo dos alunos; no entanto, quando as avaliações de desempenho docente ou 
institucional começam a se integrar ao universo da escola, a resistência logo se 
apresenta. Parece até um contrassenso que o tema avaliação, típico de ambientes 
educacionais, seja demonizado por tantos educadores quando este é associado à 
identificação do impacto da docência na aprendizagem dos estudantes. 
Argumentos de toda a ordem – muitas vezes não sem razão – são trazidos para 
anular, por exemplo, práticas de avaliação de performance. Alguns grupos aludem ao 
reducionismo dos modelos; outros, à competição e ao medo que avaliações provocam 
no ambiente corporativo. A superação dessas resistências passa pela sabedoria para 
lidar com indícios, para buscar o fundamental no particular, para distinguir a sutileza 
decisiva do pormenor irrelevante e pela valorização da avaliação como uma forma de 
acompanhar a implementação da estratégia de uma instituição de ensino. 
Muitos dos insucessos da educação têm como fator associado a falta de 
consciência sobre a qualidade do projeto realizado pelas escolas. Não aferir o valor e 
as repercussões do trabalho escolar impede o desenvolvimento da aprendizagem 
organizacional e minimiza as possibilidades de qualificação permanente das práticas 
administrativo-pedagógicas. 
“A competência com a qual a escola é organizada e mantida (isto é, a 
administração e o gerenciamento da escola) afeta vitalmente as vidas de 
 
 
13 
 
todos que lá trabalham e aprendem. A organização e o gerenciamento 
deficientes são debilitantes, constantemente drenando energia e motivação. 
Em contraste, uma escola que realmente pensou detalhadamente na sua 
organização, provendo e mantendo aspectos do gerenciamento, estabeleceu 
as bases para o sucesso” (BRIGHOUSE; WOODS, 2010, p. 56, Apud 
CARVALHO M. T. 2019). 
Assim, definir formas de detectar evidências sobre os atos de gestão é uma 
necessidade, posto que não se gerencia aquilo que não se mede. Por consequência, 
quanto mais bem articulados estiveremos indicadores de desempenho de natureza 
administrativa ou pedagógica, melhor poderá ser descrita e acompanhada a realidade 
e a estratégia da escola. Práticas dessa natureza geram foco, atenuando do campo 
de visão a “poeira de informações” que assola diariamente a organização. 
Educação é meio, e não fim. Sua finalidade é a aprendizagem, a formação 
integral dos sujeitos, sua participação produtiva para o exercício pleno da cidadania. 
Relevantes são as escolas que identificam e se comprometem com uma estratégia 
que é só sua e com práticas de gestão que sustentem seu posicionamento. Escolas 
assim tornam-se referência, inspiração, impactando decisivamente a vida dos que que 
têm o privilégio de delas partilhar e nelas se desenvolver. 
5 7 ERROS PARA EVITAR NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE 
EDUCAÇÃO 
Com o término do período de captação do primeiro semestre, é chegado o 
momento de observar os resultados e traçar o planejamento estratégico de educação 
para os próximos meses. Por meio dele, serão definidas novas metas, bem como as 
estratégias que vão ser utilizadas para atingi-las. 
Contudo, muitos gestores acabam não dando a devida importância a esse 
processo, que é essencial para instituições de ensino que desejam manter-se 
competitivas no mercado. Isso porque a quantidade de instituições de ensino privadas 
continua crescendo e, dessa forma, tomar as decisões certas torna-se questão de 
sobrevivência. 
 
Por que é importante elaborar um planejamento de educação eficiente? 
 
 
 
14 
 
Estamos vivenciando um momento em que o mundo está cada dia mais digital 
e conectado, o que propicia o surgimento constante de inovações. Nos mais, diversos 
setores e empresas têm se adaptado a essa realidade para manterem-se 
competitivas, passando por um processo de transformação digital. Com isso, novas 
soluções surgem a todo instante – inclusive na área da educação. Entre elas estão 
tecnologias que facilitam o atendimento, softwares de gestão educacional e métodos 
de ensino diferenciados. 
 
Fonte: www.emarket.ppg.br 
Assim, oportunidades são geradas, mas somente para aqueles que estão 
preparados para aproveitá-las. E a única forma de estar pronto para essas mudanças 
é desenvolvendo um planejamento estratégico eficiente, que deve ser revisado 
periodicamente. 
Esse processo consiste, basicamente, em entender a situação atual de sua 
instituição, estabelecer onde sua equipe deseja chegar e descrever as estratégias que 
serão utilizadas para isso. Dessa maneira, evita-se ameaças e aproveita-se 
oportunidades. 
Com ele, você consegue posicionar a sua IE no mercado, assegurando 
crescimento contínuo por meio do alcance de objetivos. 
 
 
15 
 
Alguns dos benefícios que o planejamento de educação proporciona para as 
instituições de ensino são: 
 Possibilidade de entender pontos de melhoria para otimizar processos, por 
meio da análise das fraquezas e forças da instituição; 
 Conhecimento acerca do mercado e dos fatores externos que influenciam em 
seus resultados, o que permite se preparar e reagir a mudanças; 
 Engajamento dos colaboradores de diversas áreas, que passam a conhecer os 
objetivos da IE e o caminho que devem seguir para alcançá-los; 
 Melhoria no processo de tomada de decisão, que se torna mais efetivo ao se 
basear em dados concretos e nas metas estabelecidas. 
 
O que não fazer 
 
Com todos esses benefícios, fica claro que a definição do planejamento de 
educação é essencial para o sucesso de uma instituição de ensino, permitindo fazer 
projeções corretas acerca da captação e de sua receita. 
Entretanto, existem alguns erros comuns cometidos durante esse processo que 
podem prejudicar seus resultados. 
1 – Não analisar o mercado 
Um erro muito comum – e que pode ser extremamente prejudicial – no 
planejamento de educação é olhar somente para dentro da instituição e esquecer-se 
dos fatores externos. 
Certamente, analisar indicadores e históricos internos é indispensável para 
definir estratégias e orçamentos. Contudo, os dados de seu setor de atuação são 
igualmente importantes. 
Somente por meio de uma análise do mercado é possível estar preparado para 
aproveitar oportunidades e saber lidar com possíveis ameaças. Além disso, estar 
atento ao que ocorre no ambiente externo permite identificar tendências e aderir a elas 
para sair à frente da concorrência. 
Sabendo disso, busque obter informações acerca do mercado da educação 
constantemente, consultando fontes confiáveis de dados, como panoramas e estudos 
estatísticos realizados por instituições renomadas. Estude, também, a atuação da 
 
 
16 
 
concorrência e o comportamento dos estudantes. Assim, você estará preparado para 
lidar com as mudanças que podem impactar em sua IE. 
2 – Não estabelecer prioridades 
Durante a análise das informações e a elaboração do plano, é comum que 
sejam identificados diferentes pontos de melhoria e, assim, surjam diversas ideias de 
ações que podem ser realizadas para o sucesso da instituição. Contudo, é preciso ter 
cautela e selecionar prioridades, caso contrário, pode haver um desperdício de 
recursos. 
O ideal é conhecer as principais necessidades da IE. Se seu problema mais 
sério consiste na ociosidade de vagas em determinados cursos, por exemplo, cabe 
priorizar ações voltadas à captação e uma reavaliação do portfólio de cursos. Se sua 
maior dificuldade é a inadimplência, é possível priorizar ações que facilitem o 
pagamento e incentivem os pagamentos no prazo. 
Sabendo identificar as prioridades, é possível manter o foco nas ações 
indispensáveis para a melhoria na situação da instituição. 
Lembre-se de que é melhor executar com excelência poucas estratégias do 
que tentar estabelecer diversas iniciativas e deixá-las incompletas. 
3 – Traçar metas de captação incoerentes 
Um dos maiores erros no planejamento de educação é a definição de metas 
impossíveis de serem alcançadas. Ao estipular um número de matrículas muito maior 
do que aquilo que realmente se espera, ao invés de incentivar suas equipes de 
marketing e captação, você estará fazendo com que elas desanimem e até mesmo 
desistam de atingir essas metas. 
Sabendo disso, é importante definir um número estimado de novos alunos com 
base em dados reais, estipulando datas. Para isso, você deve pensar nos gastos fixos 
e variáveis de sua IE e em qual seria o montante ideal de estudantes x total de 
mensalidades necessárias para sanar essas despesas, obtendo, ainda, uma margem 
de lucro. 
Essa estratégia deve estar bem alinhada com a sua precificação, conforme 
veremos a seguir. 
4 – Não otimizar os preços 
Planejar os preços para o próximo semestre ou ano letivo não é uma tarefa 
fácil. Isso porque a precificação envolve a análise de diversos fatores, como os custos 
 
 
17 
 
diversos da instituição, a demanda de alunos esperada, a margem de lucro que se 
espera obter, as práticas dos concorrentes, entre outros. 
Uma definição de preços inadequada pode ser muito prejudicial. Afinal, grande 
parte dos alunos que decidem se matricular em uma universidade levam em conta 
esse fator em sua escolha. Além disso, os valores só poderão ser alterados 
novamente no próximo semestre. 
Por isso, é importante ter uma boa estratégia de precificação, que busque 
otimizar os valores de acordo com o que seus estudantes em potencial estejam 
dispostos a pagar, de modo a maximizar a captação. 
5 – Deixar de engajar as diversas áreas da IE 
É comum que a elaboração do planejamento fique restrita aos gestores e 
diretores da instituição – e, em muitos casos, as decisões contidas no documento nem 
sequer chegam ao conhecimento de todos os profissionais. 
Um planejamento eficiente deve envolver os representantes de diferentes 
equipes, permitindo que todos os setores façam parte desse processo. Dessa forma, 
ficará muito mais fácil implementar as novas ações e iniciativas ao longo da execução 
de seu plano. Afinal,todos saberão o caminho que devem percorrer para alcançar os 
objetivos. 
6 – Esquecer-se da tecnologia 
Muitos gestores em instituições de ensino ainda têm receio de implementar 
novas tecnologias, considerando-as apenas como gastos adicionais no orçamento da 
organização. Contudo, a adoção de soluções tecnológicas tem se tornado 
indispensável para a sobrevivência de qualquer IE no cenário em que vivemos. 
Sabendo disso, busque conhecer novas opções e tendências tecnológicas que 
podem ser aplicadas nas diferentes áreas de sua instituição, como atendimento, 
ensino, financeiro e marketing. Isso possibilitará a melhoria desses processos, o que 
vai se traduzir em vantagem competitiva. 
O próprio planejamento estratégico pode ser otimizado por meio de softwares 
de gestão que permitam obter informações acerca da IES de uma forma dinâmica, 
melhorando a tomada de decisões durante esse processo. 
7 – Deixar de mensurar os resultados 
Por fim, um erro muito comum – e, certamente, um dos mais prejudiciais – 
consiste em negligenciar o monitoramento e a análise de indicadores. Isso vale tanto 
https://gestores.queroeducacao.com.br/termometro-de-precificacao/
 
 
18 
 
para os números referentes ao semestre anterior, cuja análise deve servir como base 
para as novas decisões estratégicas, quanto para os resultados referentes à fase de 
execução do planejamento. 
É essencial analisar as métricas e fazer um acompanhamento das estratégias 
para compreender quais táticas estão trazendo os resultados esperados, verificar se 
os cronogramas estão sendo cumpridos, identificar possíveis falhas e fazer melhorias. 
Assim, será possível trabalhar, efetivamente, para alcançar as metas. 
6 ORIGEM, CONCEITO E EVOLUÇÃO DE PLANEJAMENTO 
Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e 
organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta liberação busca alcançar, 
da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos. 
 Chiavenato (2001) cita que um dos fundadores da administração científica, 
Frederick W. Taylor, considerava que o planejamento se fundava na busca dos 
melhores métodos de trabalho, principalmente no princípio do estudo do tempo e 
padronização dos métodos e instrumentos, uma vez que o trabalho requisitava os 
estudos preliminares para determinar a metodologia a ser empregada. Chiavenato 
(2001) também cita Henri Fayol, outro fundador da administração científica, que 
buscou a eficácia da produtividade, partindo do nível gerencial, analisando as funções 
situadas no cume da pirâmide estrutural de uma indústria. Fayol considerou que o ato 
de administrar era constituído pelas funções de prever, organizar, comanda e 
controlar. 
Para Drucker (1984) apud Chiavenato (2001), autor contemporâneo, 
planejamento estratégico é o processo contínuo e sistemático de tomar 
decisões que envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades 
necessárias à execução destas decisões e, através de uma retroalimentação 
organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões, em confronto 
com as expectativas alimentadas. (Apud BRITO R. O. 2011) 
 Na área educacional, o planejamento é considerado como fator imprescindível 
à mudança, renovação e progresso. Para tais circunstâncias, o planejamento se 
impõe como recurso de organização, constituindo o fundamento de toda ação 
educacional. De acordo com Parra (1972, p. 15), as ideias de planejamento são 
discutidas amplamente em nossos dias, entretanto, por si só, não constituem a 
 
 
19 
 
fórmula mágica que soluciona ou muda a problemática a ser resolvida, o que “exige 
uma busca cada vez maior de estudos científicos que favorecem o estabelecimento 
de diretrizes realistas”. 
 
Fonte: www.correio24horas.com.br 
Planejamento estratégico e planejamento convencional 
 
O planejamento é uma ação social intencional e reflexiva que pode ser uma 
ação interativa entre as pessoas. Deverá, portanto, ser articulado de modo a escolher 
o caminho de ação mais eficaz e, consequentemente, deverá seguir as seguintes 
etapas: definição de estratégias conflitivas, cooperativas e comunicativas. 
De acordo com Arguin (1978, p. 19), a abordagem convencional de 
planejamento pressupõe que o sistema universitário seja um sistema fechado, onde é 
possível a elaboração de um plano articulado e definitivo. Enquanto, para o autor, o 
planejamento estratégico se apoia em um sistema aberto, onde a organização é 
chamada a mudar na medida em que integra diversas informações provenientes, tanto 
do ambiente interno quanto do externo. 
Para Arguin (1978, p. 19), o planejamento universitário sempre existiu pois, 
desde a sua origem, os responsáveis por esta instituição tentaram definir sua missão 
e suas metas, projetando a imagem que eles queriam que esta instituição tivesse. 
 
 
20 
 
Com o passar do tempo, as universidades se afastaram progressivamente do aspecto 
convencional do planejamento para aderir ao novo enfoque, o planejamento 
estratégico, que produz um documento com uma lista considerável de contingências, 
periodicamente modificado, na medida em que as informações evoluem. Enquanto 
isso, segundo o autor, o planejamento convencional chega a resultados estáticos, 
apresentando complicadas construções intelectuais que, na prática, são pouco 
utilizadas. 
De acordo com Pessoa (1978, p. 100), a palavra estratégia originou-se da 
palavra grega strategos, que se referia ao papel do general no comando de um 
exército. A palavra strategos, por sua vez, deriva de stratos que significa exército; e 
agein, que significa conduzir. Na origem, por conseguinte, associa-se à guerra, tal 
como o vocabulário estratagema. 
 Arguin (1978, p. 19) explica que o planejamento é necessário quando a 
adaptação das ações é coagida, por exemplo, por um ambiente crítico, envolvendo 
alto risco e custo; por uma atividade em parceria; ou por uma atividade que necessite 
estar sincronizada com um sistema dinâmico. Uma vez que o planejamento é um 
processo complexo que, usualmente, consome muito tempo e dinheiro, recorre-se ao 
planejamento apenas quando é realmente necessário ou quando a relação entre custo 
e benefício obriga a planejar. 
 De acordo com Arguin, 1978, p. 19), o planejamento convencional funda-se 
sobre fórmulas ou modelos, pretende captar a realidade, porém, fazendo pouco caso 
dos valores e das situações em mudança. Já o planejamento estratégico, por outro 
lado, incorpora no seu processo a realidade e transformação, à qual considera uma 
situação lógica. Pode- -se dizer que o planejamento convencional se preocupa, 
sobretudo, com o estudo e a análise interna da empresa e tende a utilizar, para isso, 
modelos quantitativos. Enquanto isso, o planejamento estratégico volta-se para a 
análise exterior, sem, contudo, negligenciar o aspecto interno. Favorecendo o 
pensamento intuitivo e a informação qualitativa, apela para o conjunto da comunidade 
no processo de planejar o circuito fechado. 
 
Planejamento e estratégia 
 
 
 
21 
 
Para Estevão (1997), a gestão está ligada ao planejamento, sendo este uma 
das principais funções do gestor, segundo o autor: A natureza do planejamento, 
entretanto, evoluiu, passando de uma visão inicial que a restringia às preocupações 
orçamentais, com motivações claras de controle financeiro a curto prazo, para a 
acentuação de perspectivas mais sofisticadas que ampliaram os horizontes e 
realçaram a capacidade de previsão (Estevão, 1997, p.). 
Na década de 50, o planejamento adquiriu a dimensão de longo prazo, 
desdobrando-se depois, nos anos 60, em planejamento estratégico e planejamento 
operacional, referindo-se, este último, à integração da análise dos fatores ambientais 
na definição da estratégia organizacional. O planejamento passa, a partir de então, a 
ser entendido, sobretudo, como assentando: (...) num processo de recolha e 
tratamento da informação sobre o ambiente e a empresa, tendo em vista atomada de 
decisão através das quais a empresa se adapte, modifique e atue sobre o contexto 
em que está inserida. (Cardoso, 1992, p. 23-24) 
É na sequência desta função que a gestão começa, nos anos 70, a se assumir 
como estratégica também, como um processo de formulação e implantação de planos 
que orientam a organização, englobando que o planejamento estratégico quer as 
decisões operacionais e o funcionamento da organização. 
 Ainda nos anos 70, verificar-se-á, por razões várias, a crise da noção de 
planejamento, acusado de veicular uma visão de estabilidade, de ter-se transformado 
num processo administrativo, que não privilegia o desenvolvimento de novas 
operações ou atividades, que limita o diagnóstico do contexto aos fatores econômicos, 
reduzindo, por conseguinte, a criatividade e a utilização de métodos modernos de 
análise estratégica (Estevão, 1997, p. 2). 
 É neste sentido que Mintzberg (1994) apud Estevão (1997) afirma que a 
“queda” do planejamento e a “ascensão” da estratégia se propõe, congruentemente, 
à separação do planejamento da estratégia. Isso porque o planejamento se apresenta 
como um processo baseado na análise que deve acompanhar a estratégia, estando 
ligada, sobretudo, à de controle e de coordenação de atividades para a consecução 
dos objetivos, ao passo que a estratégia se baseia na síntese e deve refletir sobre o 
que está na base da vantagem competitiva de uma organização. 
Assim, a partir dos anos 70, a reflexão estratégica orienta-se para a análise, 
sobretudo do contexto concorrencial e da tipologia dos sistemas concorrenciais; fala-
 
 
22 
 
se de mercado e mais de organização, compreendida como um fator capaz de 
desenvolver uma estratégia. Não obstante a importância que essas meta-análises 
alcançaram, elas acabaram também por ser alvo de dúvidas e de críticas por poderem 
se revelar demasiado estáticas, face a um mundo dinâmico e imprevisível. Neste, por 
vezes, o êxito pode emergir de decisões de gestores intermédios, ou não, e obedecer 
a qualquer estratégia escrita ou intencionalmente planejada. 
 Outro grupo de investigadores prefere, neste mesmo espaço, abordar a 
estratégia de um modo menos formalizado, destacando-se aí o trabalho de Peters & 
Waterman (1987) que, numa abordagem psicossociológica, sublinha a função da 
cultura no êxito das organizações. Não obstante esta nova proposta, estes autores 
também não ficaram imunes a críticas, uma vez que as suas receitas para a obtenção 
da excelência das organizações pareciam obedecer a um processo de nivelamento, 
cujos efeitos reverteriam a favor da consolidação da posição no mercado das 
organizações líderes, ao mesmo tempo em que reduziriam as iniciativas estratégicas. 
7 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA ÁREA EDUCACIONAL 
Segundo Santana (1986, p. 14), “a educação é hoje concebida como fator de 
mudança e progresso. Por ser considerada um investimento indispensável à 
globalidade desenvolvimentista, passou, nos últimos decênios, a merecer maior 
atenção das autoridades, legisladores e educadores”. Amparados em legislação 
pertinente, foram desencadeados, desde a década de 80 do século passado, 
processos de aceleração, principalmente no que diz respeito à expansão e melhoria 
da rede escolar e preparação de recursos humanos (Santana et al., 1986, p. 14). 
O planejamento educacional põe em relevo esta área, integrando-a, ao mesmo 
tempo, no progresso global do país. Nessa perspectiva constata-se que o 
planejamento educacional é processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” 
e quais as maneiras adequadas para chegar lá, “tendo em vista a situação presente e 
possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda às 
necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo institucional. 
Coaracy (1972, p. 78) também considera que é condição primordial do 
processo de planejamento integral da educação que, em nenhum caso, interesses 
 
 
23 
 
pessoais possam desviá-los de seus fins essenciais que vão contribuir para a 
dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país. 
Drucker (1984, p. 62), referindo-se à escola em particular, enfatiza que o 
planejamento estratégico é necessário em instituições de ensino para mapear a 
concorrência e, com isso, mapear a concorrência, montando diversos cenários frente 
à atual conjuntura econômica a fim de minimizar os prejuízos em caso de crise 
mercadológica. Além, é claro, de dar um relato real aos proprietários e acionistas da 
situação do mercado e suas previsões futuras. 
Ao que se refere ao projeto pedagógico, que consubstancia o planejamento da 
escola, Barroso (1992, p. 47) afirma: Um dos documentos essenciais que na escola 
deve consubstanciar os aspectos estratégicos aqui referenciados é o projeto 
educativo ou o projeto de escola precisamente porque nele se definem as ambições, 
os fins e os objetivos, se pressupõe um diagnóstico e uma avaliação das estratégias, 
se exprime a decisão estratégica e as prioridades de desenvolvimento (...). A partir da 
escola é que, por esse fato, pode transformar esta organização numa verdadeira 
plataforma de intervenção cívica, ou, então, segundo a lógica reguladora de mercado, 
numa empresa prestadora de serviços, num espaço de concorrência. 
8 PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO 
O ato de planejar é tão recorrente no agir humano que chega a ser confundido 
com atos instintivos tais como respirar – já que, via de regra, ações cotidianas como 
vestir e comer exigem um mínimo de capacidade de decisão fundamentada nas mais 
simples ações humanas do dia-a-dia, quando o homem pensa de forma a atender 
seus objetivos, ele está planejando, sem necessariamente registrar de forma técnica 
as ações que irá realizar durante o dia (KLOSOUSKI; REALI, 2008, p. 2). 
Compreendendo o conceito amplo do planejar como ato inerente à própria vida, 
como justificar a recorrente dificuldade e resistência aos mecanismos de planejamento 
que é frequentemente observada na prática docente? 
Algumas pistas para justificar tais posturas certamente podem ser encontradas 
em processos centralizadores e autoritários, que não são incomuns na gestão pública 
e/ou privada. Padilha (2001) vai além ao lembrar que: 
 
 
24 
 
 Os termos “Planejamento”, “Plano” e “Projeto” têm sido compreendidos de 
muitas maneiras. Durante o regime autoritário (1964-1985), eles foram 
utilizados com o sentido autocrático. Toda decisão política era centralizada e 
justificada tecnicamente por tecnoburocratas à sombra do poder (PADI-LHA, 
2001, p. 29, Apud ROCHA M. R. C.). 
Fonte: https: gestaoescolar.org.br 
Outra situação que pode estar envolvida na dificuldade de efetivar 
planejamentos ascendentes e baseados na realidade local é o fato de que o 
planejamento em educação pressupõe a articulação entre diferentes níveis: os níveis 
macro, como as decisões políticas nas esferas Federal, Estaduais e Municipais de 
governo; o nível global da escola, que envolve desde seu Regimento Escolar, 
passando pela construção do Projeto Político Pedagógico (PPP); indo até os níveis 
mais próximos da vida docente, tais como os planejamentos curriculares, de ensino e 
de aula. 
8.1 Planejar em Coletivo 
Em um Estado Democrático de Direito, a participação social deve estar prevista 
e ser garantida em todos os níveis de planejamento de qualquer política pública, em 
especial as da área da educação, como preconiza a Constituição Federal, em seu 
Artigo 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
 
 
25 
 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). 
Contudo, a cultura nacional ainda carece de uma compreensão mais ampla, 
mesmo entre os próprios docentes, do que seja participar e colaborar com os 
processos políticos que elencam e definem asgrandes políticas públicas, que 
impactam a realidade de todos. Por outro lado, ainda se convive com o permanente 
receio entre os docentes de que o ato de bem planejar o seu cotidiano pedagógico 
possa ser usado como um instrumento de controle e cerceamento da própria atividade 
docente. 
O reconhecimento das dificuldades dos docentes – e, como consequência, de 
toda a comunidade escolar – em participar como protagonista no planejamento das 
ações e atividades educacionais deve ser entendido como um estímulo à mudança de 
atitude e um caminho aberto para a real planificação participativa. 
Transversalmente a todo o processo pedagógico é imprescindível garantir a 
máxima e real participação de todos os atores envolvidos no processo, sempre 
atendendo ao preceito da construção coletiva. 
Com vistas a isso, a participação social, já citada como dispositivo 
constitucional, está claramente orientada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB – Lei nº 9.394/1996) em seu Artigo 14: Os sistemas de ensino definirão as 
normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com 
as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
 I participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
II participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 
equivalentes. (BRASIL, 1996). 
No âmbito da educação pública do Distrito Federal, a participação social foi 
devidamente regulamentada, por meio da Lei nº 4.751/2012, conhecida como Lei da 
Gestão Democrática, que define como primeiro princípio, em seu Artigo 2º, item I: 
Participação da comunidade escolar na definição e na implementação de decisões 
pedagógicas, administrativas e financeiras, por meio de órgãos colegiados, e na 
eleição de diretor e vice-diretor da Unidade Escolar. 
Subsequentemente a esta definição, segue, no Artigo 3º, a definição da 
amplitude do termo Comunidade Escolar, que deve incluir os estudantes, seus 
 
 
26 
 
responsáveis legais, os integrantes da Carreira Magistério e da Carreira Assistência à 
Educação que atuam na Unidade Escolar, incluindo os docentes temporários em 
atividade na escola por dois bimestres ou mais. Tal especificação deve ser 
plenamente atendida em todas as fases do processo que envolve o planejamento, 
compreendendo todos os produtos daí oriundos. 
9 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO 
O planejamento da educação brasileira atualmente é feito com uma 
organização por níveis que se inter-relacionam e são indissociáveis. Esses níveis 
podem ser agrupados em três: O planejamento educacional, o planejamento curricular 
e o planejamento de ensino. 
 No que se refere ao planejamento educacional, é considerado o mais amplo, 
geral e abrangente. Prevê a estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema 
educacional. Determina as diretrizes da política nacional de educação. 
 O planejamento curricular posiciona-se, ante ao planejamento Educacional, 
com “uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de 
relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de 
tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem. ” (MOREIRA, 
1998, p. 29). 
No planejamento de ensino, é explicitado o planejamento curricular. Portanto, 
é no planejamento curricular que surge, em nível mais específico, o planejamento de 
ensino. Este é a tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou 
configurada em nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e 
sistematizada que será empreendida pelo professor junto a seus alunos, em busca de 
propósitos definidos. 
 
Diferentes concepções (Tendências Pedagógico-Filosóficas) do Planejamento 
de Ensino 
 
As concepções de planejamento de ensino adentraram as escolas, no decorrer 
dos tempos, apresentando-se com maneiras de pensar e prescrever modos de 
planejar um “bom” ensino de qualidade. Entretanto, no meio escolar, quando se fala 
 
 
27 
 
em planejamento, são comuns as opiniões e reclamações dos atores da educação em 
dizer que são práticas burocráticas, sinônimo de mais trabalho ou que não condizem 
com a prática vivida. Diante de tais discursos, mapearemos a seguir as diferentes 
perspectivas de planejamento de ensino que adentraram a escola nos últimos tempos, 
citando as perspectivas: tradicional, tecnicista, crítico-dialético (planejamento 
participativo), e o planejamento de ensino como estratégia de política cultural. 
A Concepção tecnicista do Planejamento de ensino emerge no início dos anos 
70. O planejamento de ensino, dentro dessa concepção, é visto como processo 
“sistematizado, mediante o qual se pode conferir maior eficiência as atividades 
educacionais para em determinado prazo alcançar o conjunto de metas estabelecidas. 
” (GIL, 1994, p.34). 
 A concepção crítico-dialético (Planejamento Participativo) surge nos anos 80 e 
90, em oposição aos modelos anteriores. Acolhido pelos educadores progressistas, o 
saber passa a valorizar a participação, o diálogo, o poder coletivo local, a formação 
da consciência crítica a partir da reflexão sobre a prática transformadora. 
A Concepção tecnicista do Planejamento de ensino emerge no início dos anos 
70. O planejamento de ensino, dentro dessa concepção, é visto como processo 
“sistematizado, mediante o qual se pode conferir maior eficiência as atividades 
educacionais para em determinado prazo alcançar o conjunto de metas estabelecidas. 
” (GIL, 1994, p.34). 
 A concepção crítico-dialético (Planejamento Participativo) surge nos anos 80 e 
90, em oposição aos modelos anteriores. Acolhido pelos educadores progressistas, o 
saber passa a valorizar a participação, o diálogo, o poder coletivo local, a formação 
da consciência crítica a partir da reflexão sobre a prática transformadora. 
O planejamento participativo constitui-se numa estratégia de trabalho que se 
caracteriza pela integração de todos os setores da atividade humano-social, num 
processo global para a solução de problemas comuns. Essa perspectiva adota o 
planejamento dialógico como estratégia de mudança da educação escolar, 
assumindo, como um de seus objetivos, promover maior participação e interação entre 
os membros de uma comunidade escolar no ambiente educacional que lhe é 
específico, a fim de criar soluções, ou tentativas resolutivas, para os problemas 
oriundos ou presentes no contexto do processo educativo que ocorre no interior da 
escola. 
 
 
28 
 
Nesse sentido, é importante a participação de todos e todas para a construção 
do planejamento escolar – e por que não dizer da vida escolar, pois nada melhor do 
que ter os envolvidos no processo educacional (alunos, alunas; professores e 
professoras; técnicos pedagógicos; pais e mães; pessoal de apoio da escola) como 
conhecedores e atuantes na/da realidade que os cerca, só assim passa a ter sentido 
a denominação a este tipo de planejamento educacional de Planejamento Dialógico. 
 
Fonte: ava2.ifma.edu.br 
10 O PLANEJAMENTO DIALÓGICO COMO OPÇÃO PARA A MUDANÇA 
ESCOLAR 
Essa perspectiva propõe que consideremos de modo bastante geral, a seguinte 
definição de planejamento: O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de 
tomada de decisão sobre a ação, processo de previsão de necessidades e 
racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, 
visando a concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a 
partir do resultado das avaliações. (PADILHA, 2001, p. 30). 
Muito embora possamos concordar com essa definição e até afirmarmos que 
ela se aplica a toda modalidade de planejamento – no sentido da importância da 
definição de necessidades de se planejar ações de modo reflexivo, proceder ao 
 
 
29 
 
acompanhamento das ações a serem desenvolvidas com vistas ao atendimento de 
objetivos em prazos previamente definidos, e realizar avaliação dos resultados 
alcançados e aserem alcançados, e ainda considerarmos as vantagens de tomarmos 
atitudes a partir de um planejamento prévio –, não podemos negligenciar que, quando 
a confrontamos com determinados tipos de planejamento, a diferença salta aos olhos. 
Tal é o caso do planejamento educacional de tipo dialógico. 
A definição apresentada é bastante geral, mas não suficiente quando 
consideramos o ambiente no qual ela se aplica. E, se considerarmos o ambiente 
escolar, ela pouco tem a nos oferecer, na medida em que se direciona a um tipo de 
planejamento de certo modo engessado e que não define papéis e atribuições sociais 
aos atores que fazem parte da realidade escolar, e muito menos o faz de modo 
colegiado pautado na dialogicidade entre estes mesmos atores educativos. 
Resumidamente, a diferença pode ser encontrada: no modo como se planeja; 
quem participa ou não do processo de planejamento; de que modo se executa o 
planejamento; o envolvimento ou não da coletividade; a democratização ou não da 
definição; participação e execução dos ideais, ideias, desejos, objetivos e ações 
planejadas. 
No âmbito escolar, o reconhecimento dessas diferenças é primordial, pois, 
assim, se pode optar pela adoção entre um tipo de planejamento e outro, e ter a 
clareza de que, a partir de tal escolha, irá depender em grande medida o sucesso ou 
o fracasso dos ideais de uma educação democrática, participativa, que toma como 
ponto de partida o caráter dialógico nas tomadas de decisões que têm impacto direto 
na qualidade do processo de ensino-aprendizagem e no processo de gestão escolar. 
Além disso, a escola, ao assumir o planejamento dialógico como o tipo de 
planejamento educativo a ser adotado em todas as dimensões do processo educativo 
(desde o planejamento de aula até a definição da Proposta Pedagógica Escolar), 
deverá também – e isso o distingue dos demais tipos de planejamento educacional – 
desenvolver e incentivar o diálogo como estratégia para a resolução de problemas, o 
respeito à diversidade e à liberdade, seja cultural, religiosa, ética, econômica, social 
ou política. 
 
 
30 
 
10.1 A imprescindível participação de todos 
Sabemos que essas necessidades apresentadas pelo planejamento 
educacional dialógico não estão ainda presentes na maioria de nossas escolas. O 
atendimento a elas requer, entre outras coisas, uma mudança de perspectiva a 
respeito do ato de educar e se educado, ou seja, requer uma conversão do olhar para 
a função social do ato de educar tanto da escola quanto do professor, requer também 
participação ativa daqueles que necessitam da escola como espaço possível de 
construção da transformação social. 
Não podemos mais buscar justificativas paliativas para a não adoção de 
estratégias mais dialógicas, participativas e democráticas no contexto da 
escolarização e das instituições onde ocorre o fenômeno educativo. Não podemos (ou 
não devemos) aceitar atitudes antidemocráticas, egoístas, interesseiras, 
centralizadoras, etc., venham de onde vierem. O que devemos (e podemos) fazer de 
modo cotidiano é desenvolver atitudes e ações participativas e incentivar a 
imprescindível participação de todos nas decisões que nos atingem direta e 
indiretamente. Sem essa atitude, pouco ou nada se garante a respeito da instauração 
de uma gestão democrática da escola, se entendermos gestão em seu sentido 
educativo mais amplo. De outro modo, nada garante que haverá interesse, 
envolvimento, participação nas elaborações de projetos educativos e tomadas de 
decisões na vida da escola por parte daqueles que dão existência a ela. 
11 O PLANEJAMENTO DE ENSINO COMO ESTRATÉGIA DE POLÍTICA 
CULTURAL 
Esta perspectiva de Planejamento de ensino é discutida por Sandra Mara 
Corazza a partir de teorias pós-críticas, pensando em uma Pedagogia Cultural, a partir 
de práticas culturais de pesquisa e ensino que centram seus esforços em ver o que 
está definido e como os eventos foram definidos na sociedade. 
Com tal olhar aposta em mudanças na prática de ensino e na formação dos 
professores, lançando o desafio de uma “docência artística”, o professor deixa de ser 
um mero executor de planejamento de “terceiros” (currículo, livros didáticos e 
 
 
31 
 
discursos pedagógicos), e passa a experimentar, criar, inventar a própria prática em 
seus movimentos múltiplos. 
 O movimento da Pedagogia Cultural é aqui considerado uma importante 
prática cultural exercida por meio de análises sobre poder, linguagem, 
diferença e multiplicidade. É um trabalho por um planejamento de ensino que 
analisa o “mundo cultural”. (Apud RIBEIRO V. N. C. 2017) 
Dessa forma, preocupa-se menos com questões metodológicas de transmissão 
e processos de avaliação, do que com os modos como os saberes e os produtos 
culturais são fabricados, divulgados e consumidos, caracteriza-se como sendo uma 
prática que questiona (de forma hipercrítica) os discursos culturais que moldam as 
experiências, as relações, os gestos e os gostos cotidianos. 
 Assim, propor um planejamento de ensino como estratégia de política cultural 
é produzir uma visão política e um espaço de lutas culturais. Com isso, essa visão não 
pretende desprezar os conteúdos universais, nacionais e regionais, mas realizar 
ajustes e rearticulações de forma que ajude a compreender de que modo o 
funcionamento do poder, o estabelecimento de privilégios e a constituição de 
determinadas subjetividades movimenta a vida de uma sociedade em uma dada 
direção e não de outras. 
A compreensão da realidade escolar pelos sujeitos da educação é fundamental 
para que todos tomem conhecimento acerca dos problemas que acontecem na vida 
escolar. Assim, é fundamental que todos reconheçam a importância de sua atuação 
no trabalho educativo e assumam com responsabilidade o papel que lhes destina a 
realidade escolar através da construção coletiva do planejamento escolar como 
conhecedores das diferentes perspectivas do planejamento de ensino. 
Conhecendo as perspectivas de planejamento de ensino, o sujeito da 
sociedade contemporânea tem possibilidades de movimentar sua realidade, 
perscrutando sobre o que deseja concretizar no ambiente do ensino, para além do 
que se defronta cotidianamente no contexto escolar. Tanto uma visão crítica – que 
promove uma dialogicidade – como um planejamento de ensino como política cultural 
permitem, como condição intrínseca de sua realização, a participação não só na 
elaboração, mas também nas decisões a serem tomadas. Dessa forma, é preciso 
avançar no entendimento do que é um planejamento de ensino e desconfiar dos 
lugares e construções fixas de subjetividades, para centrar esforços em perceber as 
 
 
32 
 
maneiras como definimos e como nos emocionamos com as produções do nosso 
tempo, e ainda como se integram tais definições e emoções ao currículo escolar e 
especificamente ao planejamento de ensino. 
12 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL: ORGANIZAÇÃO DE ESTRÁTEGIAS E 
SUPERAÇÃO DE ROTINAS OU PROTOCOLO INSTITUCIONAL? 
O planejamento é um instrumento que possibilita a superação de rotinas. Visa 
organizar e disciplinar a ação. É de fundamental importância em toda a Educação 
Básica e não seria diferente no ensino Superior, uma vez que será o norte do 
professor, e a qualidade da disciplina ministrada depende tanto do conhecimento dele 
quanto de um bom planejamento, de forma que o tempo seja adequado ao 
aprendizado e atividades do discente. 
O planejamento é um processo de busca de equilíbrio para a melhoria do 
funcionamento do sistema educacional. Como processo o planejamento não deve 
ocorrer em um momento único e sim a cada dia. A realidade educacional é dinâmica, 
os problemas, a reivindicação não tem hora nem lugar para se manifestar. Assim 
decidimos a cada dia, a cada hora. 
Por vezes, o planejamento é apresentado e desenvolvido como se tivesse um 
fim em si mesmo; outras vezes, é assumido como se fosse um modo de definir a 
aplicação de técnicas efetivas paraobter resultados. LUCKESI (s/a p. 115) afirma: O 
ato de planejar, como todos os outros atos humanos, implica escolha e, por isso, está 
assentado numa opção axiológica. É uma "atividade-meio", que subsidia o ser 
humano no encaminhamento de suas ações e na obtenção de resultados desejados, 
e, portanto, orientada por um fim. O ato de planejar se assenta em opções filosófico-
políticas; são elas que estabelecem os fins de uma determinada ação. E esses fins 
podem ocupar um lugar tanto no nível macro como no nível mico da sociedade. Situe-
se onde se situar, ele é um ato axiologicamente comprometido. 
Os profissionais que planejam fixam na elaboração do "melhor modelo de 
projeto": tópicos, divisões, numerações, recursos, fluxos, cronogramas. Os roteiros 
técnicos de elaboração de planejamentos estão se tornando cada vez mais 
direcionados aos detalhes de técnicas eficientes. Porém, pouco ou nada se discute a 
respeito do significado real e aplicável da ação que se está planejando, ou vão além, 
 
 
33 
 
decidem que não mais precisam planejar, talvez já tenha estagnado suas ações e 
pensa que não mais podem ou necessitam construir algo. 
 
Fonte: horario.com.br 
 Não se deve pensar num planejamento pronto, imutável e definitivo. Deve-se 
antes acreditar que ele representa uma primeira aproximação de estruturas 
adequadas a uma realidade, tornando-se, através de sucessivos replanejamentos, 
cada vez mais apropriado para enfrentar a problemática desta realidade. Estas 
medidas favorecem a passagem gradativa de uma situação existente para uma 
situação desejada. 
Os profissionais da área da educação, em partes, têm um sentimento de 
“descrença em relação ao planejamento”. Sua origem situa-se “em uma fase marcada 
pelo excesso do „possível‟, ou seja, onde tudo parecia muito fácil de realizar. ” 
(VASCONCELLOS, 2000, p.34). Em uma análise sobre a questão em causa, descreve 
a circunstância afirmando que: inicialmente o professor foi “seduzido” pelas 
promessas do planejamento, como se através dele tudo pudesse ser resolvido. Só 
que depois, à medida que as coisas não aconteciam, foi desacreditando, se 
decepcionou, mas continuou cobrado para que fizesse: caiu-se no vazio do fazer 
alienado. Deixou de ser uma autêntica elaboração, tornando-se uma prática do fazer 
por registro. 
 
 
34 
 
Como consequência, a prática de realizar o planejamento escolar nas unidades 
passou a representar uma situação não desejada, não valorizada e produzida, 
apenas, para fazer frente a exigências e requisitos legais. 
O planejamento sistêmico de uma disciplina por unidades de ensino utiliza a 
conceituação de serviços profissionais, operações, objetivos comportamentais ou 
operacionais, objetivos expressivos, experiências, atividades de ensino, 
realimentação e avaliação. Temos que utilizar todos os itens desta estrutura de 
planejamento de forma equilibrada e flexível. 
BORDENAVE E PEREIRA, 2005, sugere pontos principais a serem observados 
para a escolha de suas atividades que deverão ser contempladas dentro de seu 
planejamento: 
 “A necessidade de que o aluno tenha alguma participação ativa no processo. 
Para Ralph Tyler “A aprendizagem se realiza através da conduta ativa do aluno 
que aprende mediante o que ele fez e não o que faz o professor”. 
 A formulação de critérios de escolha: a escolha de atividades está ligada a 
diversos pontos de vista, todos pedagogicamente importantes. 
 Cada atividade tem um potencial didático diferente, bem como limitações 
específicas. Junto a isto, está também a possibilidade de combinar atividades 
de forma que se complementem umas com as outras, o potencial de uma 
compensando as limitações de outras. 
 Não é possível oferecer “receitas didáticas” como quem entrega uma receita 
de cozinha. A razão: os ingredientes são muitos e variam a cada situação de 
ensino aprendizagem, além de variar a personalidade do professor e as 
características dos alunos. 
Se não é possível oferecer receitas aos professores sobre didáticas pode-se 
divulgar subsídios teórico-prático que permitem analisar algumas bases para escolha 
de atividades. 
 Os objetivos educacionais e a estrutura do assunto a ser ensinado, determinam 
o tipo de atividade. 
 As características próprias das atividades de ensino determinam sua escolha. 
 A etapa no processo de ensino determina o tipo de atividade mais indicado. 
 O tempo e as facilidades físicas disponíveis influem sobre a escolha das 
atividades de ensino. 
 
 
35 
 
Cabe aos educadores a decisão e articulação referente ao desenvolvimento 
das atividades a serem propostas com o conteúdo programático e os aspectos 
relacionados anteriormente, sem esquecer-se do objetivo primeiro que é a 
consolidação dos saberes pelos discentes. 
Vale ressaltar a estrutura de tópicos e elementos necessário e diretivo para o 
planejamento executável demonstrado por LUCKESSI, 2010. 
 Ementa - Neste momento é apresentado o resumo das finalidades da disciplina, 
evidenciando a relação desta com as propostas pedagógicas estabelecidas 
pelo projeto pedagógico de curso. 
 Objetivos - Os objetivos devem ser elaborados conforme a proposta da 
disciplina, tendo como base a utilização dos critérios finais dos quais resultam 
progressivamente as respostas de aprendizagem esperada. Os objetivos são 
redigidos iniciando-se com o verbo no infinitivo, que explicita a operação de 
pensamento que se pretende desenvolver (exemplo: analisar criticamente, 
aplicar, compreender, criar. etc. ...) e o conteúdo específico da disciplina. 
 Objetivos gerais - São aqueles mais amplos e complexos, que poderão ser 
alcançados, por exemplo ao final do curso, ou disciplina, ou semestre, incluindo 
o crescimento esperado nas diversas áreas de aprendizagem. 
 Objetivos específicos - Referem-se a aspectos mais simples, mais concretos, 
alcançáveis em menor tempo, como, por exemplo, aqueles que surgem ao final 
de uma aula ou de um período de trabalho e, em geral, explicam desempenhos 
observáveis. Características: realismo, viabilidade especificidade, perspectiva 
com relação ao futuro. 
 Conteúdos programáticos - Trata-se de um conjunto de temas ou assuntos que 
são estudados durante o curso em cada disciplina. Tais assuntos são 
selecionados e organizados a partir da definição dos objetivos. 
 Metodologia - A metodologia deve ser apresentada com muita clareza 
evidenciando a forma como o conhecimento vai ser trabalhado. Deve indicar 
os movimentos didático-pedagógicos que estarão presentes no 
desenvolvimento das atividades. Esse componente do plano exige a 
especificação de como o professor irá valorizar o conhecimento prévio dos 
alunos, articulando o novo conhecimento com a realidade e analisando-o em 
 
 
36 
 
relação ao conhecimento anterior do aluno. É importante selecionar as 
estratégias adequadas para os objetivos propostos. 
 Avaliação - Além das formas e instrumento de avaliação, é necessário 
especificar os critérios que serão utilizados, os quais devem estar totalmente 
relacionados com a finalidade da atividade, com os objetivos e com os critérios 
estabelecidos previamente sobre a construção do conhecimento. Níveis de 
complexidade: (re) conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese, 
julgamento (avaliação). 
O desafio está posto, de superarmos modelos de planejamentos extremamente 
técnicos e sem direcionamento e objetivos educacionais. GARAUDY, 1978, nos 
lembra que, para construir o futuro, não basta estarmos atentos aos meios educativos; 
temos de estar atentos aos fins. Diz ele: 
A função primordial da educação já não pode ser adaptar a criança a uma 
ordem existente, fazendo com que assimile os conhecimentos e o saber 
destinados a inseri-la em tal ordem, como procederam gerações anteriores, 
mas, ao contrário, ajudá-la a viver num mundo que se transforma em ritmo 
sem precedente histórico, tornando-a, assim, capaz de criar o futuro e de 
inventarpossibilidades inéditas. Que nossos sistemas escolares e 
universitários atuais não correspondem em absoluto a essa nova 
necessidade, é uma evidência que as experiências de maio de 1968, nas 
universidades do mundo inteiro, e nas manifestações de contestação dos 
estudantes no curso dos anos que se seguiram, foram sintomas brutalmente 
reveladores. O problema em questão não pode mais ser resolvido 
simplesmente por uma 'reforma do ensino, isto é, por uma modificação dos 
meios que permita atingir melhor os fins até aqui visados, mas por uma 
verdadeira 'revolução cultural; que ponha novamente em questão esses fins, 
e se oriente para a pesquisa e a descoberta de um novo projeto de civilização. 
(Apud RIBEIRO V. N. C. 2017) 
Percebe-se então a reflexão que estamos passando há tempos dos paradigmas 
educacionais sobre o objetivo do ato de se planejar os trabalhos pedagógicos a serem 
desenvolvidos na instituição. Levando em consideração toda a dinâmica da 
necessidade da estruturação de um planejamento, afirmamos que este documento 
deverá ser mais que um documento institucional a ser preenchido e arquivado e sim 
uma ferramenta educacional a ser estruturada, avaliada e reavaliada durante todo o 
percurso da excussão. 
Não podia deixar de ressaltar a importância do ato avaliativo neste processo, 
pois a avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso contribui em todo 
o percurso da ação. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva 
político-social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do 
 
 
37 
 
projeto, tendo em vista a sua construção. Ou seja, a avaliação, como crítica de 
percurso, é uma ferramenta necessária ao ser humano no processo de construção 
dos resultados que planificou produzir, assim como o é no redimensionamento da 
direção da ação. A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela 
faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor 
forma possível. 
 Diante dos diversificados aspectos organizacionais e estruturais reafirma-se 
que se deve trabalhar na educação com planejamentos direcionados e aplicáveis, 
contextualizados na amplitude educacional e objetivados na aquisição e consolidação 
do saber. 
13 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS 
UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS 
O Planejamento Estratégico nas organizações pode encontrar uma série de 
interpretações em relação a esta ferramenta da administração. Este tipo de 
planejamento é voltado para o desenvolvimento de medidas positivas que uma 
organização poderá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades 
encontradas na constituição em seu ambiente. 
Planejar significa estabelecer uma formulação sistematizada por regras e ações 
que permitam normatização estabelecimentos e ou organizações por objetivos 
almejados. O planejamento deve ser considerado como condição básica para o 
desenvolvimento de quaisquer atividades na perspectiva da ampliação da qualidade 
dos serviços oferecidos. Neste interim, é necessário quando se planejar ter uma 
estratégia, uma linha de ação a segui. Assim, para as Instituições de Ensino Superior 
(IES) é essencial que se tenha no corpo das suas atuações e serviços oferecidos a 
comunidade acadêmica um modelo de Planejamento Estratégico que promova o 
desenvolvimento das suas ações. No que se refere ao Planejamento Estratégico, 
Kotler (1992) define que “o planejamento estratégico é definido como o processo 
gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e 
recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”. Nesta direção as 
IES têm um papel fundamental na formação da sociedade através das ofertas dos 
seus serviços, e nesta conjuntura, ter no seu escopo procedimentos padrões que 
 
 
38 
 
auxilie a comunidade acadêmica a alcançar seus objetivos, provoca uma mudança 
significativa. 
Deste modo, as instituições ao utilizar o planejamento estratégico como 
paradigma para tomada de decisões, implica em adequar a proposta de organização, 
desenvolvendo ações que possam levar a alcançar seus objetivos almejados. 
 
Fonte: www.auctus.com.br 
Dentre as causas mais importantes do crescimento recente do Planejamento 
Estratégico, pode-se citar que os ambientes de praticamente todas as organizações 
mudam com surpreendente rapidez. Essas mudanças ocorrem nos ambientes 
econômico, social, tecnológico e político. A organização somente poderá crescer e 
progredir se conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é uma 
técnica comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência e eficiência. 
O Planejamento é conceituado em curto, médio e longo prazo, este último é um 
instrumento mais flexível, um elemento-chave da estratégia que é a seleção de 
apenas algumas características e medidas a serem adotadas. É um instrumento que 
força, ou pelo menos estimula, os administradores a pensar em termos do que é 
importante ou relativamente importante, e também a se concentrar sobre assuntos de 
relevância. 
 
 
39 
 
 No Brasil, apesar de muitas organizações já usarem a metodologia do 
Planejamento Estratégico, ainda pairam dúvidas sobre o que realmente este vem a 
ser e como deve ser formulado. A maior dúvida diz respeito a uma acentuada 
tendência para a utilização dos termos “Planejamento Estratégico” e “Planejamento a 
Longo Prazo” como se fossem sinônimos. 
 De acordo com as noções de Ansoff (1990), somente um número reduzido de 
empresas utiliza o verdadeiro Planejamento Estratégico. A grande maioria das 
organizações continua aplicando as antiquadas técnicas do Planejamento a Longo 
Prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas. Já Fishmann, 
propõe o seguinte conceito: Planejamento estratégico é uma técnica administrativa 
que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas 
oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua 
missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a 
organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e reduzir riscos. 
(FISHMANN & ALMEIDA, 1991. p. 25). 
Uma organização que utiliza a ferramenta planejamento estratégico seguirá a 
melhor direção, para alcançar a maior interação possível com o ambiente. A direção 
engloba os seguintes itens: âmbito de atuação, macro políticas, políticas funcionais, 
filosofia de atuação, macro estratégia, estratégias funcionais, macro objetivos, 
objetivos funcionais. O grau de interação entre uma organização e o ambiente, que 
pode ser positivo, neutro ou negativo, é variável dependendo do comportamento 
estratégico assumido pela organização perante o contexto ambiental. 
 A universidade é uma instituição complexa em várias dimensões: na variedade 
e quantidade de públicos com os quais se relaciona, nos múltiplos objetivos, 
diversidade de serviço que oferece, na diversidade de formação de seus recursos 
humanos, nos diversos tipos de tecnologias que deve dominar e na extensão da 
infraestrutura que dispõe. Ademais, quando a universidade é uma instituição pública, 
somam-se a estas características outros elementos peculiares do setor público, entre 
eles, a profusão de normas emanadas dos poderes centrais, as pressões políticas, a 
escassez de recursos e a lentidão do processo decisório burocrático. O planejamento 
estratégico é de forma geral entendido como um processo no qual a instituição busca 
através da implementação do planejar, formas efetivas de administração que segundo 
Silva (2001) o planejamento, é a parte fundamental da administração, e tem suas 
 
 
40 
 
origens nas mais remotas civilizações, desde o momento em que o homem precisou 
realizar tarefas e organizar recursos disponíveis. 
São poucas as universidades públicas brasileiras que têm utilizado o 
planejamento estratégico como instrumento de gestão universitária.

Outros materiais