Buscar

Prática de Direito Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA DE 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
2 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
SUMÁRIO 
 
1. Reclamação Constitucional.................................................................................….… 2 
2. Mandado de Segurança................................................................................................ 14 
3. Habeas Data..........................................................................................……………... 24 
4. Ação Cível Pública..................................................................................................…. 26 
5. Mandado de Injunção....................................................................................................33 
6. Ação Direita de Inconstitucionalidade....................................................................….. 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
1. Reclamação Constitucional 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CGC/MF nº 
xxxxxxxxxxxxxxxxxx, com sede na (endereço completo), por seus procuradores judiciais 
infra-assinados, instrumento de mandato incluso, vem, mui respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, com fundamento no artigo 105, inciso I, alínea “f” da Constituição 
Federal de 1988 e Resolução do STJ nº 12/2009, e ainda com base no que fora decidido no 
MS 33.155 MA (incidente de repercussão geral), propor: 
 
 
RECLAMAÇÃO COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
 
 em face do V. acórdão proferido pela xª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado 
do Paraná, nos autos do processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxx, o que faz consubstanciada nos 
fundamentos fáticos e jurídicos a seguir delineados. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
I – DA TEMPESTIVIDADE 
 
A Reclamante foi intimada da decisão em 26/06/12, e conforme disposto no artigo 1º da 
resolução 12/2009, a Reclamante tem o prazo de 15 dias para oferecer Reclamação contados 
da ciência da decisão que impugna. 
 
Desta forma mostra-se tempestivo o protocolo da presente Reclamação, visto que o prazo 
final findar-se-á em 11/07/12. 
 
 
II - DO CABIMENTO DA MEDIDA 
 
A presente Reclamação Constitucional tem como fundamento o artigo 105, inciso I, alínea 
“f” da Constituição Federal, na Interpretação que lhe atribuiu o Superior Tribunal de Justiça 
no julgamento do Mandado de Segurança nº 33.155 MA, tendo em vista que o ato atacado 
ignorou as decisões em casos análogos, que visam a redução de “astreintes” para patamares 
compatíveis com o caso em questão. 
 
Todavia, a grande maioria das ações judiciais com fundamento nesta questão de direito 
tramitam perante os juizados Especiais, cujas decisões, por falta de previsão constitucional, 
não permitem o controle de legalidade por este C. Superior Tribunal de Justiça via Recurso 
Especial (Súmula 203 do STJ). 
 
Neste sentido, assentou o Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Mandado de 
Segurança nº 33.155 MA, devendo os Juizados Especiais respeitarem o entendimento 
firmado pelo órgão competente, sob pena de incorrerem em ofensa aos artigos 5º caput 
(segurança jurídica e isonomia), e 105, inciso III da Constituição Federal (competência do 
STJ para promover a uniformização de interpretação da legislação federal) de tal forma que 
o remédio jurídico cabível, caso persistisse a insurgência, se daria pela propositura de 
Reclamação. 
 
Assim, de modo a garantir a autoridade das decisões proferidas por este C. Tribunal na 
qualidade de Guardião da Legislação Federal, interpõe-se a presente RECLAMAÇÃO, nos 
termos do art. 105, I, “f” da CF/88, tendo como reclamada a xª Turma Recursal dos Juizados 
Especiais do Estado do Paraná, nos autos do processo nº 
5 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, que decidiu de forma contrária ao entendimento 
proclamado pelo E. Superior Tribunal de Justiça na resolução da mesma controvérsia. 
 
 
III – DOS FATOS 
 
Ingressou o interessado Marcelo Marcos Cardoso com ação reclamatória, cujo trâmite 
ocorrera perante o 1º Juizado Especial Cível da comarca de Iporã – PR, alegando em síntese 
ter solicitado a portabilidade numérica dos acessos 44 xxxxxxxxxx e 44 xxxxxxxxxxxxx da 
empresa TIM para a empresa Reclamante em dezembro de 2010. 
 
Alegou que passados alguns dias recebeu o chip relativo ao acesso 44 xxxxxxxxxxx bem 
como teve a portabilidade do mesmo concluída, porém, relatou que o outro acesso não fora 
portado, o que inviabilizou o cancelamento contratual com a empresa Vivo. Afirma ainda 
que em contato com a Reclamante foi orientado a efetuar o cancelamento do acesso portado 
e requerer a ativação de novo contrato. 
 
Segundo seu relato, após o pleito de cancelamento nada fora solucionado, e sendo assim 
ingressou judicialmente pleiteando antecipação da tutela para reativação imediata do 
terminal 44 xxxxxxxxxxx sob pena de multa diária, bem como indenização por supostos 
danos morais sofridos. 
 
Ante o pedido formulado, foi deferida tutela determinando à ora Reclamante, que reativasse 
a linha telefônica no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 300,00. 
 
Inconformada com tal decisão a Reclamante impetrou Mandado de Segurança, sendo o 
mesmo indeferido de plano, ante o entendimento da Turma Recursal, que entendeu não ser 
cabível Mandado de Segurança contra decisão interlocutória em sede de Juizado Especial. 
 
Ato contínuo após apresentação da defesa, sobreveio sentença julgando procedente o pedido 
inicial, confirmando a tutela anteriormente deferida. 
 
Irresignada, a Reclamante apresentou Recurso Inominado, alegando em síntese o 
cumprimento da determinação judicial, sendo portanto necessário a reforma da sentença, 
sendo o mesmo ao final negado provimento. 
6 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
Desta forma a parte interessada iniciou a execução alegando o descumprimento da liminar 
deferida nos autos, executando o valor de R$ 68.262,22 (sessenta e oito mil, duzentos e 
sessenta e dois reais e vinte e dois centavos), o que foi objeto de impugnação pela 
Reclamante, cuja sentença manteve tal valor, sendo tal sentença objeto de Recurso 
Inominado. 
 
Ao final sobreveio acórdão, acolhendo parcialmente os argumentos da parte Reclamante, 
para o fim de reduzir a multa inicialmente fixada em R$ 300,00 (trezentos reais), para R$ 
150,00 (cento e cinqüenta reais), totalizando o importe de R$ 36.484,55 (trinta e seis mil, 
quatrocentos e oitenta e quatro reais e cinqüenta e cinco centavos). 
 
Não obstante todo o embate processual ocorrido, verifica-se que a questão de fundo não foi 
analisada, uma vez que o valor fixado em sede de “astreintes”, configura hoje o valor de R$ 
36.484,55 (trinta e seis mil quatrocentos e oitenta e quatro reais e cinqüenta e cinco 
centavos), o que afronta o principio da razoabilidade e promove o enriquecimento sem causa 
do interessado. 
 
 
IV– DA NECESSIDADE DE GARANTIR-SE A AUTORIDADE DA DECISÃO 
PROFERIDA PELO STJ NO TOCANTE A FIXAÇÃO DE MULTA COMO 
ESTABELECIDA 
 
Inicialmente cumpre esclarecer que a presente reclamação não tem o escopo de discutir o 
mérito da ação ou se a aplicação da “astreinte” foi ou não devida. 
 
Observar-se-á,apenas, o seu montante final que tornou-se extremamente excessivo. 
 
Conforme as considerações acima já feitas, tem-se que a manutenção do valor em questão 
está em total desconformidade com o que preconiza o nosso ordenamento jurídico. 
Sobre a matéria em questão, é pacifico na doutrina e jurisprudência que a multa deve atender 
aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, além de guardar certa proporção com a 
obrigação inadimplida e que esta desempenhe o papel de coercibilidade em consonância 
com os critérios da suficiência e compatibilidade, a fim de, principalmente, evitar-se o 
enriquecimento ilícito (patente no presente caso) 
7 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
Ressalta-se ainda, que a aplicação do artigo 461 do Código de Processo Civil, parágrafo 6º, 
assegura ao juiz, de ofício, a modificação do valor ou a sua periodicidade quando verificar 
que se tornou insuficiente ou excessiva. 
 
Nesse sentido LUIZ GUILHERME MARINONI: 
 
“Ora, se a multa já assumiu valor despropositado, e assim não se constituiu mais em meio de 
pressão sobre a vontade do réu, não há razão para não admitir a redução do seu valor, 
tornando-o compatível com a situação concreta posta em juízo. Reduzindo-se o valor da 
multa que se tornou despropositado, e dando-se ao inadimplente nova oportunidade de 
adimplir a sua obrigação, reafirma-se a função da multa, que é a de compelir o demandado a 
adimplir, e não de retirar patrimônio do demandado para – o que é pior – permitir o 
enriquecimento sem qualquer justificativa ao autor” . 
 
Ainda, corroboram a tese defendida pela executada, as astreintes não podem servir de 
propósito para enriquecimento ilícito, devendo tal valor ser reduzido, considerando ainda 
que não existe coisa julgada nestes casos, como segue o entendimento da Quarta Turma, in 
verbis: 
 
PROCESSO CIVIL. MULTA. ALTERAÇÃO DE VALOR. INSUFICIENTE OU 
EXCESSIVO. NÃO CONFIGURADA COISA JULGADA. 
1. A multa prevista no art. 461, § 6º, do Código de Processo Civil não faz coisa 
julgada material, podendo ter seu valor alterado pelo juiz a qualquer tempo, desde 
que tenha se tornado insuficiente ou excessivo. 
2. Agravo regimental desprovido. 
 
 
Frisa-se ainda que a opção pelo procedimento da Lei nº 9.099/95 implica na 
renuncia do valor excedente ao teto do Juizado que eventualmente a parte possua. 
 
Pois é o que determina o art. 3º, §3º da Lei nº 9.099/95, vejamos: 
“A OPÇÃO PELO PROCEDIMENTO PREVISTO NESTA LEI IMPORTARÁ 
EM RENÚNCIA AO CRÉDITO EXCEDENTE AO LIMITE ESTABELECIDO 
NESTE ARTIGO, EXCETUADA A HIPÓTESE DE CONCILIAÇÃO.” 
 
 
8 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Ou seja, a única oportunidade de ser negociado um valor superior à alçada do Juizado, seria 
em caso de conciliação entre as partes, o que não é o caso em comento, visto tratar-se de 
multa (astreintes). 
 
Desta, forma qualquer valor superior a 40 salários mínimos, estaria confrontando 
diretamente com a lei que regulamenta as ações perante os juizados especiais, sendo 
portanto vedada a presente execução no valor que se encontra. 
 
 
 
V – DA VALORAÇÃO EM CASOS ANALOGOS 
 
Em que pese a explanação acima, o que por si só caracteriza o absurdo jurídico ocorrido na 
presente ação, segue abaixo considerações acerca dos parâmetros utilizados para a questão 
em comento. 
 
Ressalta-se, mais uma vez, que a obrigação determinada em decisão que concedeu a liminar 
não é o cerne do presente recurso. 
Conforme decisão proferida pela Ministra Maria Isabel Gallotti, relatora do Julgamento do 
Mandado de Segurança nº 33.155 MA (2010/0189145-8), cópia da integra em anexo: 
 
“...Passo ao exame do mérito, a saber, a competência para execução de decisão cominatória 
de multa em fase de cumprimento de sentença, que excedequarenta salários mínimos.... 
O valor da alçada é de quarenta salários mínimos calculados na data da propositura da ação. 
Se, quando da execução, o título ostentar valor superior, em decorrência de encargos 
inerentes à condenação, tais como juros, correção monetária e ônus da sucumbência, tal 
circunstância não alterará a competência para a execução e nem implicará a renúncia aos 
acessórios e consectários da obrigação reconhecida pelo título. A renúncia ao crédito 
excedente à alçada, imposta pelo art. 3º, § 3º, é exercida quando da opção pelo ajuizamento 
da ação no Juizado e, portanto, o valor deve ser aferido na data da propositura da ação, não 
perdendo o autor direito aos encargos decorrentes da demora na solução da causa (correção e 
juros posteriores ao ajuizamento da ação e ônus da sucumbência). Merece, a meu sentir, 
tratamento diferenciado a questão da multa diária cominatória, a despeito da conclusão que 
se poderia extrair dos precedentes citados acima, os quais cuidaram de multas de valores 
bastante inferiores ao caso ora em exame. 
9 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Já a multa cominatória não é estimada segundo critério objetivo correspondente ao conteúdo 
material da obrigação que busca compelir o devedor a cumprir. Penso que a interpretação 
sistemática dos dispositivos da Lei 9.099/95 conduz à limitação da competência do Juizado 
Especial para cominar - e executar - multas coercitivas em valores consentâneos com a 
alçada respectiva (art. 52, inciso V). Se a obrigação é tida pelo autor, no momento da opção 
pela via do Juizado Especial, como de "baixa complexidade" a demora em seu cumprimento 
não deve resultar em valor devido a título de multa superior ao valor da alçada. Anoto que, 
na linha de reiterada jurisprudência do STJ, o valor da multa diária cominatória não faz coisa 
julgada material, podendo ser revisto, a qualquer momento, se se revelar insuficiente ou 
excessivo, conforme dispõe o art. 461, § 6º, do CPC (cf., entre 
muitos outros, o acórdão da 4ª Turma já citado, no REsp 691.785/RJ, Rel. Ministro RAUL 
ARAÚJO, unânime, DJe de 20.10.2010). O valor executado a título de multa excedente à 
alçada deve ser suprimido, sem que tal constitua ofensa a coisa julgada. Considero, portanto, 
que o valor da alçada previsto no art. 3º, inciso I, da Lei 9.099/95, o qual tem em mira o 
valor da obrigação principal na data do ajuizamento da ação (quarenta salários mínimos), 
deve ser aplicado, por analogia, como o valor máximo a ser executado contra o devedor, a 
título de multa cominatória... 
Em face do exposto, dou provimento ao recurso ordinário para conceder, em parte, a 
segurança para o fim de reduzir o valor executado a título de multa a quarenta salários 
mínimos da época em que iniciada a execução com correção e juros a partir de então.” 
 
 
No mesmo sentido em decisão Recente, na Reclamação 7746 do STJ publicada em 
02/03/12, a Ministra Maria Isabel Gallotti, manteve seu posicionamento acerca do tema, 
vejamos: 
 
Conforme acórdão da 4ª Turma no RMS 33.155, de minha relatoria, tratando-se de Juizado 
Especial, a interpretação sistemática dos dispositivos da Lei 
9.099/95 conduz à limitação da competência do Juizado Especial para cominar – e executar - 
multas coercitivas em valores consentâneos com a alçada respectiva (art. 52, inciso V). Se a 
obrigação é tida pelo autor, no momento da opção pela via do Juizado Especial, como de 
"baixa complexidade" a demora em seu cumprimento não deve resultar em valor devido a 
título de multa superior ao valor da alçada. Reitero que, na linha de pacífica jurisprudência 
do STJ, o valor da multa diária cominatória não faz coisa julgada material, podendo ser 
revisto, a qualquer momento, se se revelar insuficiente ou excessivo, conforme dispõe o art. 
10 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
461, § 6º, do CPC (cf., entremuitos outros, o acórdão da 4ª Turma já citado, no REsp 
691.785/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, unânime, DJe de 20.10.2010). O valor 
executado a título de multa excedente à alçada deve ser, pois, suprimido, sem que tal 
constitua ofensa a coisa julgada. Considero, portanto, que o valor da alçada previsto no art. 
3º, inciso I, da Lei 9.099/95, o qual tem em mira o valor da obrigação principal na data do 
ajuizamento da ação (quarenta salários mínimos), deve ser aplicado, por analogia, como o 
valor máximo a ser executado contra o devedor, a título de multa cominatória. O periculum 
in mora está claro na possibilidade de ser a reclamante compelida a pagar, a qualquer 
momento, multa que, em outubro de 2010, já ultrapassava trezentos mil reais (e-STJ fls. 
123/124) 
Havendo, portanto, divergência jurisprudencial a ser dirimida, na inteligência do art. 1º da 
Resolução n. 12/2009-STJ, admito a presente reclamação, nos termos do art. 2º do referido 
ato normativo. Verificando, ainda, a presença dos requisitos da medida de urgência 
pleiteada, concedo, parcialmente, a liminar, para o fim de limitar a execução da multa ao 
valor equivalente a quarenta salários mínimos. Oficie-se à Segunda Turma Recursal Mista 
da 3ª Região Judiciária da Comarca de Anápolis/GO, comunicando da decisão liminar e 
solicitando informações, nos termos do art. 2º, II, da citada Resolução. Notifique-se a autora 
da ação principal, Lúcia Aji Koumboz Gadia, para que se manifeste, querendo, no prazo de 
cinco dias. Após, publique-se, na forma do inciso III, do art. 2º, da mesma Resolução, para a 
ciência dos interessados e manifestação no prazo de 30 dias.” 
 
 
Dessa forma, tendo em vista ter o direito envolvido natureza coletiva (individual 
homogêneo), cumpria a Turma Recursal dos Juizados Especiais adotarem o entendimento 
firmado pelo Órgão que constitucionalmente tem função de Guardião da Legislação Federal. 
 
Percebe-se da conduta da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado do Paraná, 
que este prestigia seu livre convencimento em detrimento do dever do Estado em promover 
a prestação jurisdicional de forma isonômica e, por conseqüência justa. 
 
Mais que isto, não reconhece a autoridade do entendimento firmado pelo E. Superior 
Tribunal de Justiça na aplicação da legislação federal, nos termos da Interpretação dada pelo 
Supremo Tribunal Federal ao artigo 105, inciso III, da CF/88. 
 
11 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Tal conclusão e corroborada pelo fato de que o próprio E. Supremo Tribunal Federal 
assentou que a controvérsia reside na adequada aplicação da legislação Federal. 
 
Em demonstração a transcendência dos efeitos da decisão prolatada pelo STJ no julgamento 
do MS nº 33.155 MA, no que tange ao controle das decisões proferidas pelos Juizados 
Especiais por parte do STJ, registra/se que esta E. Corte vem discutindo, inclusive, alteração 
regimental para melhor processar os feitos advindos do Micro Sistema, conforme noticiado 
no Informativo de Jurisprudência do STJ nº 416 (Rcl. 3.752-GO). 
 
 
VI – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE LIMINAR 
 
Conforme autorizado pelo artigo 188, inciso II, do Regimento Interno do STJ, assim como 
pelo próprio poder geral de cautela positivado no artigo 798 do CPC, cabe ao Min. Relator 
da presente Reclamação determinar, para evitar dano irreparável, a suspensão do ato 
impugnado. 
Para tanto, necessária a demonstração do fumus boni júris e do periculum in mora. O 
primeiro dos requisitos se manifesta pela razoável probabilidade da presente reclamação vir 
a ser julgada procedente, enquanto o segundo se revela diante dos prejuízos suportados pela 
Reclamante caso a interessada prossiga a execução do valor de R$ 36.484,55 (trinta e seis 
mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais e cinqüenta e cinco centavos), valor este superior a 
alçada dos juizados especiais, enquanto esta ação não é definitivamente julgada 
 
Dessa forma, diante da impossibilidade de ascensão de Recuso Especial ao STJ (súmula 
203), vislumbrou que, em caso análogo, a única solução jurídica constitucionalmente 
adequada à controvérsia foi a vislumbrada por esta Corte Superior, o que fez com base em 
uma interpretação sistemática do artigo 5º, caput (isonomia e segurança jurídica), e artigo 
105, inciso III (competência do STJ para promover a interpretação da legislação federal) 
todos Constituição Federal. 
 
Indo ainda mais além, aplicando o artigo 105, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal, 
que outorga competência ao STJ para processar Reclamação destinada a garantir a 
autoridade de suas decisões, asseverou que o entendimento firmado por esta Colenda Corte 
teria o condão de vincular os Juizados Especiais, possibilitando a revisão de suas decisões 
pelo Superior Tribunal de Justiça por meio de RECLAMAÇÃO. 
12 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
Assim, presentes os requisitos autorizadores a concessão de medida liminar, deve este 
Exmo. Ministro Relator determinar a suspensão do ato impugnado, assim como o próprio 
curso do processo até o julgamento definitivo da presente Reclamação. 
 
 
 
VII – DOS PEDIDOS 
 
Pelo exposto, a Reclamante, postulando o recebimento desta Reclamação, com fundamento 
no artigo 105, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal de 1988, vem REQUERER: 
 
a) Seja liminarmente determinada a suspensão dos efeitos do ato impugnado, com base no 
art. 2º da Resolução 12/2009 do STJ, sobrestando a presente ação, com expedição do 
competente ofício ao presidente da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado do 
Paraná; 
 
b) Sejam as autoridades reclamadas intimadas para prestar as informações que entenderem 
pertinente a elucidar os fatos aqui articulados; 
 
c) A intimação do Ministério Publico para que se manifeste no feito; 
 
d) Por fim, seja provida a presente Reclamação para garantir a autoridade do entendimento 
firmado por este C. Superior Tribunal de Justiça, para que seja analisada a questão de forma 
a minorar-se o valor determinado a título de multa em R$ 36.484,55 (trinta e seis mil, 
quatrocentos e oitenta e quatro reais e cinqüenta e cinco centavos), valor este que ultrapassa 
a alçada dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, cassando-se a decisão proferida pela 2ª 
Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado do Paraná reclamada, e adequando a 
solução jurídica tida pelas Cortes Superiores como justa, que corresponde fixação de 
“astreintes” ponderadamente de acordo com os ditames de razoabilidade. 
 
Requer-se, outrossim, que todas as intimações sejam realizadas EXCLUSIVAMENTE em 
nome da DRA. SANDRA REGINA RODRIGUES, OAB/PR 27.497, sob pena de nulidade. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ (...) 
13 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
2. Mandado de Segurança 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ..... VARA DA JUSTIÇA 
FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 
....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada 
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional 
da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu 
advogado (a) e bastanteprocurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência 
impetrar 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
contra, SENHOR DIRETOR REGIONAL DE ARRECADAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO 
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, por ato praticado por este, podendo ser 
encontrado na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., pelos motivos 
de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
I- DOS FATOS 
 
A Empresa ora impetrante tem seu objeto social destinado ao comércio atacadista de 
produtos alimentícios, conforme se comprova pela certidão anexa, expedida pela Junta 
Comercial do ........ 
 
No exercício de suas atividades comerciais, a Impetrante necessita de parceria com 
Instituições Financeiras, necessitando de capitais de giro, financiamentos e de outras formas 
de captação de recursos, pois, tal parceria, é imperiosa para qualquer atividade comercial, 
principalmente nos dias de hoje. 
 
Para tanto, é necessário apresentar para os bancos, semestralmente, certidões atualizadas dos 
Órgãos Públicos, demonstrando que não há qualquer pendência junto a estes, para que as 
Instituições Financeiras possam fazer atualizações cadastrais e, a partir daí, entabularem as 
liberações de recursos ou concederem cartas de crédito para importações de produtos no 
exterior, que também faz parte do objeto social da Impetrante. 
 
No entanto, uma das certidões solicitadas pelo Banco Oficial, sem a qual as negociações não 
podem prosperar, é a Certidão Negativa de Débito (CND), expedida pelo INSS. 
 
Assim sendo, a Impetrante veio a requerer junto ao INSTITUTO NACIONAL DO 
SEGURO SOCIAL - INSS, o aludido documento e, através do Senhor Chefe do Posto de 
Arrecadação e Fiscalização/....., a Autoridade Impetrada veio, arbitrariamente, DENEGAR a 
emissão de tal certidão, sob alegação de que a Impetrante deixou de recolher a Contribuição 
Previdenciária referente ao 13º salário de ......., conforme expressado no documento em 
anexo. 
 
A não concessão do referido documento adentra aos limites da arbitrariedade e da 
ilegalidade, ficando a empresa impossibilitada de realizar financiamentos e obter cartas de 
créditos para importação de produtos e, consequentemente, impossibilitada de exercer suas 
atividades mercantis a contento, o que fez com que a mesma impetrasse o presente 
"mandamus", com objetivo de ver salvaguardado os seus direitos líquidos e certos, a fim de 
obter a pronta emissão da CND, uma vez que inexistem débitos que possam ensejar a não 
concessão da aludida certidão. A negativa constitui óbice abusivo e manifestamente ilegal 
para que a impetrante continue a exercer as suas atividades comerciais. 
16 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
II- DO DIREITO 
 
Por assim o ser, fica evidenciado que o ato da Autoridade Impetrada, negando o 
fornecimento da CND, está eivado de ilegalidade e inconstitucionalidade, pois impede, sem 
fundamento juridicamente válido e ou lógico, que a impetrante obtenha documento assaz 
necessário para que continue a desenvolver, normalmente, suas atividades, como está a lhe 
garantir a Constituição Federal, no diploma citado no preâmbulo da exordial. 
 
"A exigência do crédito tributário será formalizada em autos de infração ou notificação de 
lançamento distinta para cada tributo" 
 
Portanto, verificada a existência de crédito tributário, se houvesse, é imprescindível que sua 
exigibilidade seja formalizada, através do respectivo auto de infração ou notificação de 
lançamento, o que, "in casu", não ocorreu. 
 
No mesmo sentido, manifesta-se A.A. Contreras de Carvalho, em doutrina abaixo 
colacionada: 
 
Formalizar a exigência de um crédito tributário é tornar viável, segundo as regras da Lei, a 
cobrança do tributo que lhe corresponde, é dar forma aos instrumentos pelos quais a 
exigência se concretiza. Esses instrumentos são o auto de infração e notificação de 
lançamento. 
 
Quando estabelece a lei certas formalidades e que considera indispensáveis à eficácia do ato, 
a validade deste passa, evidentemente, a depender de sua observância, tanto mais que o 
legislador fez questão de tornar expressa essa obrigatoriedade." (In Processo Administrativo 
Tributário, 2ª Edição, Ed. Rezenha Tributária, 1.978.) 
 
Como o Auto de infração ou o Lançamento visam a documentar a verificação de um fato 
que constitui uma infringência à lei, criando ao infrator a obrigação de pagamento de 
determinado tributo acrescido das devidas cominações legais, a falta de tais atos impede a 
efetiva constituição do crédito tributário, inexistindo assim, qualquer obrigação de 
pagamento. 
 
17 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Por outro lado MM. Juiz, apenas como argumento, a Constituição Federal de 1.988, ao 
dispor sobre o financiamento da Seguridade Social, assim prescreveu: 
 
"Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
 
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salário, o faturamento e o lucro" (grifos 
nossos). 
 
É por demais sabido que a Constituição Federal não cria tributos, mas apenas e tão somente 
dá autorização aos entes competentes para instituí-los, com fundamento nos estritos limites 
do Texto Magno. 
 
E, nesse caso, sobre a folha de salário, o faturamento e o lucro, a partir da vigência da 
Constituição Federal de 1988 foram criadas as contribuições sociais respectivas, sendo que, 
algumas já existentes anteriormente, foram recepcionadas pelo atual regramento jurídico 
(princípio da recepção da norma que não colide com outra de hierarquia superior). 
 
No caso específico das contribuições previdenciárias, foi editada pelo legislador 
infraconstitucional a Lei n.º 7.787/89 e Lei n.º 8.212/91, onde estabeleceu-se as obrigações 
tributárias dos empregadores, com fundamento no art. 195, I, do Texto Magno, no que tange 
à folha de salário. 
 
Em especial, foi criada a contribuição previdenciária incidente sobre o 13º SALÁRIO, com 
fundamento constitucional no art. 195, I, da Constituição Federal. 
 
Questão relevante é saber se o 13º salário confunde-se efetivamente com o conceito de 
salário, para o efeito de tributação. 
 
É que o art. 110 do Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a "interpretação e 
integração da legislação tributária", afirma categoricamente, que: 
 
"Art. 110 - A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, 
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela 
18 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito 
Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias" (grifos nosso). 
 
Tal vedação nasceu com o intuito de limitar competências tributárias dos entes políticos que, 
de forma alguma, poderão alterar os conceitos e o alcance de institutos provenientes do 
direito privado. 
 
No caso em apreço, a legislação ordinária que criou a incidência da contribuição 
previdenciária sobre o 13º salário ampliou o conceito da palavra "salário", para fins de 
tributação, o que é vedado pelo art. 110 do CTN. 
 
Na acepção de MARIA HELENA DINIZ, o termo salário tem o seguinte significado:"Remuneração paga pelo empregador ao empregado, como contraprestação do serviço que 
lhe prestou". 
 
Já 13º SALÁRIO, para a mesma professora, tem o seguinte significado: 
 
"Pagamento anual obrigatório que o empregador deve efetuar até o dia 20 de dezembro. 
Consiste numa modalidade de abono ou gratificação salarial". 
 
Melhor explicando, o conceito de 13º salário não equipara-se, de forma alguma, ao de 
salário. Aquele representa uma GRATIFICAÇÃO (natalina), enquanto que esse último 
caracteriza-se como uma remuneração mensal ao trabalho desenvolvido. 
 
Ora, em sendo verdadeira gratificação, de cunho indenizatório, não pode o 13º salário ser 
tributado com base no art. 195, I, da CF, que elegeu como base de cálculo a folha de salário. 
 
Melhor explicando, se salário não é, mas sim mera gratificação natalina, não há base 
constitucional para criação do tributo incidente sobre essa verba anual devida ao empregado. 
 
Sabe-se que a legislação tributária deve ser interpretada restritivamente, de acordo, 
inclusive, com entendimento do Senhor Ministro Marco Aurélio de Mello, cujo pensamento 
foi reproduzido em Agravo de Instrumento que determinou a remessa de Recurso 
19 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Extraordinário para apreciar questão similar à presente, cuja notícia foi veiculada pelo 
periódico ".........." 
 
Na interpretação do ilustríssimo Ministro do STF, "o salário mencionado na Constituição 
deveria ser entendido de forma restrita, ou seja, apenas como contraprestação pelo trabalho 
ajustado sob as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)". 
 
Aliás, pela própria exposição de motivos da legislação ordinária que criou a gratificação 
natalina denominada "13º salário" é possível denotar que a intenção do legislador foi a de 
proporcionar ao trabalhador o recebimento de uma verba, anualmente, para cobrir as 
despesas extraordinárias de final de ano. 
 
Destarte, se interpretado restritivamente a amplitude do termo "salário", não há como 
suportar a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º SALÁRIO, nos termos ora 
impugnados. 
 
E nem se diga que a legislação em apreço foi recepcionada pela atual Constituição Federal, 
já que, como prevê o § 4º do art. 195 do Texto Magno, "a lei poderá instituir outras fontes 
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto 
no art. 154, I", que trata da exigência de lei complementar. 
 
Pelo exposto, patente está a ilegalidade da exigência em questão, decorrente da 
inconstitucionalidade da lei que criou a contribuição previdenciária sobre o 13º SALÁRIO. 
 
Ainda, inexiste no presente caso, qualquer formalidade que torne exigível o crédito 
tributário, aludido no despacho do Senhor Chefe de Arrecadação, razão pela qual não pode o 
INSS, sob pena de violação a direito líquido e certo, se negar a conceder a respectiva 
certidão negativa. Pelo simples motivo de que, SE NÃO HÁ NOTIFICAÇÃO DE 
LANÇAMENTO, NÃO HÁ OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO. 
 
Assim, não existe qualquer obstáculo lógico e condizente que possibilite fundamentar a 
denegação da CND pelo INSS, assentando-se, portanto, que a impetrante tem o direito 
líquido e certo de obter tal documento. 
 
20 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
A certidão ora negada pela Autoridade Coatora, ocasiona à impetrante, problemas para que 
se continue a desenvolver as suas atividades comerciais, no que se refere a obtenção de 
recursos para capital de giro e carta de crédito para importação de produtos alimentícios, os 
quais são comercializados pela mesma, possuindo ainda a premente necessidade de praticar 
atos mercantis inadiáveis, cuja demora está a lhe causar enormes e irrecuperáveis prejuízos, 
evidenciando-se assim, incontestavelmente, o "periculum in mora" pelo não fornecimento da 
CND. 
 
Quando a Autoridade Coatora dá origem a ato administrativo inconstitucional, de imediato 
este ato, devido ao princípio da auto executoriedade, fere direito individual líquido e certo. 
 
Necessário, então, que o "mandamus", antes de ser apreciado em seu mérito, seja precedido 
de medida liminar que faça de imediato cessar a auto executoriedade do ato administrativo 
para que não atinja um direito individual líquido e certo, garantido pela norma 
constitucional. O que se tem por escopo é apenas fazer com que a autoridade coatora paute 
sua conduta em consonância com os preceitos legais. 
 
Desse modo, faz-se imprescindível a concessão da medida liminar, pois ela é o remédio 
eficaz para impedir a auto execução do ato administrativo, que já nasceu com o vício da 
ilegalidade e não está revestido da forma preceituada pela lei, e que, por este fato, fulmina 
direito líquido e certo. 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Isto posto, revestindo-se de liquidez e certeza do direito que tem a impetrante de obter de 
imediato a Certidão Negativa de Débito (CND), requer a Vossa Excelência a concessão da 
segurança pleiteada, bem como a concessão de MEDIDA LIMINAR, determinando-se que a 
Autoridade Impetrada, em não havendo débito da impetrante, regularmente lançado, 
conceda-lhe a certidão negativa reclamada, uma vez preenchidos os requisitos essenciais que 
a autorizam, pois tal negativa por parte da autoridade coatora poderá trazer à parte prejuízo 
de difícil e incerta reparação, bem como a ineficácia da segurança, se for, somente no final, 
concedida. 
 
21 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Requer, ainda, seja oficiada à D. Autoridade Impetrada, no sentido de dar integral 
cumprimento às determinações de Vossa Excelência, inclusive com relação à liminar, acaso 
deferida, bem como para, querendo, prestar as informações que julgar necessárias. 
 
Requer, finalmente, seja determinada a ouvida do Agente do Ministério Público, 
protestando-se pela manifestação quanto a eventuais documentos que se façam acompanhar 
das informações. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ..... 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
3. Habeas Data 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA 
COMARCA DE ..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distribuição por dependência ao Processo n.°: (...) 
 
FULANO DE TAL....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., 
portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º 
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante 
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº 
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, inciso LXXII, da 
CF,impetrar 
 
HABEAS DATA 
 
em face do Exmo. Sr. Governador do Estado do ...., autoridade pública que negou o 
fornecimento das informações de que necessita o Impetrante, pelos motivos de fato e de 
direito a seguir aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
O Impetrante promove em face do Estado do .... ação de rito ordinário, onde almeja a 
declaração de nulidade de ato administrativo que o desclassificou de concurso público, com 
23 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
a conseqüente nomeação para o cargo de Agente Fiscal III (Autos nº ..../.... - ....ª Vara da 
Fazenda Pública). O fundamento jurídico do pedidodo Impetrante lastreia-se na completa 
nulidade do exame psicológico/psicotécnico que o teria eliminado do referido certame. 
Diante da identidade de objeto entre o presente Habeas Data e essa ação ordinária, impõe-se 
a conexão das causas, nos moldes do art. 103, do CPC. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
O Impetrante participou de Concurso Público promovido pelo Impetrado, para provimento 
do cargo de Agente Fiscal III, nos termos do Edital nº ..../.... - DRH/SEAD. Sua eliminação 
do certame ocorreu mercê de constatação por parte da respectiva comissão de concurso de 
que: 
 
"O candidato não apresenta no momento os requisitos necessários para o preenchimento do 
cargo de agente fiscal, de acordo com resultados obtidos na avaliação psicológica a qual foi 
submetido." 
 
O mencionado documento ainda consignou que: 
 
"Preservado o sigilo profissional, informamos que o candidato poderá receber orientação 
através de entrevista previamente marcada, para ciência das informações constantes do laudo 
psicológico a serem dadas pelo psicólogo ou psiquiatra desta Secretaria." 
 
Logo após a ciência dessa decisão, iniciou a peregrinação do Impetrante na tentativa de ter 
acesso aos motivos que o teriam levado à eliminação do certame face o referido exame 
psicológico. Engendrou tentativas através de procurador judicial devidamente constituído, 
não logrando êxito. 
 
Após, enviou correspondência ao Exmo. Sr. Governador do Estado do ...., expondo as razões 
de seu pleito consistente no fornecimento do laudo com os motivos de sua eliminação no 
exame psicológico. 
 
Após tecer algumas considerações de ordem fática e jurídica, respondeu-se negativamente 
ao requerimento do Impetrante, ressaltando o Exmo. Sr. Governador de Estado que: 
24 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
"Como as informações são confidenciais, efetivamente os laudos somente poderão ser 
exibidos judicialmente, com as cautelas da lei." 
 
Diante dessa negativa por parte da Administração Pública, outra alternativa não resta ao 
Impetrante senão promover o presente Habeas Data. 
 
Em que pese o sigilo invocado pelo Impetrado para negar o fornecimento do documento 
solicitado pelo Impetrante, tem-se que: 
 
"Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou 
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo de lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado." 
(CF, art. 5º, XXXIII). 
 
É certo que o sigilo no interesse da segurança da sociedade e do Estado constituem óbices 
impeditivos à ampla publicidade outorgada ao cidadão brasileiro. Contudo, óbice dessa 
espécie, não pode ser posto à frente do cidadão quando as informações almejadas, são de seu 
exclusivo interesse particular, como ocorre no caso dos autos. 
 
Assim, considerando-se a garantia constitucional outorgada ao cidadão acima enunciada, em 
liame com o princípio da publicidade (CF, art. 5º, XXXIV, e 37, caput) e o remédio do 
Habeas Data que objetiva dar efetividade às referidas regras constitucionais, é plenamente 
cabível a presente medida, máxime pelo fato de ter havido a recusa de informações por parte 
da autoridade administrativa competente (cf. Súmula nº 02/STJ). Imunidade tributária - Não 
recolhimento de custas e despesas processuais - Habeas Data - (CF, art. 5º, LXXVII). 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Face ao exposto, é a presente para requerer a Vossa Excelência, digne-se em ordenar ao 
Impetrado, para que preste as informações de que carece o Impetrante, consistentes no 
fornecimento de laudo escrito fundamentado e demais documentos que tiver em seu poder a 
25 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
respeito do exame psicológico/psicotécnico que o desclassificou no concurso público para 
provimento do cargo de Agente Fiscal III, conforme Edital nº ..../.... - DRH/SEAD. 
 
Requer-se, outrossim, seja ordenada a citação do Impetrado, para que preste as informações 
supra, bem como para que apresente a defesa que tiver, no prazo e forma legais, sob as penas 
da lei. 
 
Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos (CF, art. 5º, 
LIV e LV). 
 
Requer-se a condenação do Impetrado ao pagamento de honorários advocatícios a serem 
arbitrados por Vossa Excelência. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ..... 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
4. Ação Cível Pública 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE ..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL por seu Representante neste Juízo, no 
exercício de suas atribuições legais e na condição de Promotor dos Direitos Constitucionais 
do Cidadão desta Comarca, com base nos artigos 127, caput, e 129, incisos III e IX, primeira 
parte, ambos da Constituição da República, e 26, inciso V, alínea a, da Lei Complementar 
Estadual n° ...../...., vem propor a presente 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER 
 
contra o ESTADO do ....., Pessoa Jurídica de Direito Público, representada, nos termos do 
artigo 103, caput, primeira parte, da Constituição Estadual, pela Senhora Procuradora-Geral 
do Estado, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
Através da Portaria n° .............., foi instaurado no âmbito desta Promotoria dos Direitos 
Constitucionais do Cidadão, o Inquérito Civil Público n° ..../...., com o propósito de 
demonstrar o ferimento ao direito constitucional dos comarcanos necessitados de Pedreiras 
em ter assegurada, pelo Estado, a assistência jurídica integral e gratuita prevista no artigo 
134 combinado com o artigo 5° , inciso LXXIV, ambos da Constituição da República. 
 
27 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Consoante apurado, desde ..... de ......., portanto há mais de cinco anos, encontra-se em vigor 
a Lei Complementar Estadual no 19, que "dispõe sobre a organização e funcionamento da 
Defensoria Pública do Estado", sem jamais haver sido realizado concurso público para 
provimento dos oitenta e cinco cargos de Defensor Público, criados em seu artigo 59. 
 
Não obstante a imprescindibilidade de tal providência, informou a Procuradoria-Geral da 
Defensoria Pública do Estado do ............., já efetivamente em funcionamento, às fls. ... dos 
inclusos autos de Inquérito Civil Público, que a Instituição já se encontra "praticamente 
instalada, cumprindo assim o preceito constitucional de prestar assistência jurídica integral e 
gratuita aos que são considerados por lei necessitados" (sic, fls. ...), aduzindo, ainda, que "a 
despeito das dificuldades encontradas a Defensoria Pública do Estado já tem ramificações 
nas cidades de ........., ........., ....., .... e ....." (sic, fls. ...), desenvolvendo, também, suas 
atividades na Capital, .......... 
 
É notório, entretanto, o que, pelo artigo 334, inciso I, do Código de Processo Civil, 
dispensaria até mesmo a produção de qualquer prova, que as atividades a que se deveria 
dedicar a Defensoria Pública, conforme disposto no artigo 134 combinado com o artigo 5° , 
inciso LXXIV, ambos da Constituição da República, não têm sido efetivamente cumpridas 
neste Estado. E não poderia ser diferente, tendo em vista que o quadro de Defensores 
Públicos antes referido não se encontra preenchido, não obstante o já mencionado lapso 
decorrido desde o início da vigência da Lei que o criou.Tal realidade, frustrando a efetivação de um comando constitucional, tem trazido sérios 
prejuízos aos cidadãos residentes nesta Comarca de ........... não parecendo ser outra a 
situação do restante do Estado, tendo em vista o teor das informações de fls. ..., ..., ..., ..., que 
se vêem privados de ter possibilitado o acesso à prestação jurisdicional, uma vez que grande 
parte da população se encontra em situação de hipossuficiência financeira e não conta com 
qualquer serviço oficial, ainda que precário, de assistência judiciária ou jurídica, o que os 
obriga, quando não lhes resta outra alternativa ou quando não se conformam com a própria 
infelicidade, à humilhação de suplicar pela defesa ou o patrocínio gratuito de um ou outro 
advogado militante na cidade, que, por não receber qualquer contraprestação por seus 
serviços quer por parte do interessado desvalido, quer por parte do próprio Estado, muitas 
vezes não se encontra em condições de oferecer a dedicação necessária (fls. ...). 
 
28 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
A inexistência de um serviço organizado de assistência jurídica, por parte da Defensoria 
Pública do Estado do ..........., cria, ainda, uma situação de aprofundamento da 
estigmatização comumente sofrida pelos acusados em Ações Penais nesta Comarca, 
materializada em deficiente defesa técnica a eles dispensada, através da nomeação de 
advogados dativos que, pela razão acima exposta, aliada à grande demanda, não têm 
condições de promover-lhes efetiva assistência. 
 
Em pesquisa realizada entre os presos custodiados na Delegacia Regional de Polícia de 
......... (fls. ....), chegou-se à conclusão de que a maioria (87,5%) manteve apenas um ou 
nenhum contato com seu defensor, durante toda a instrução processual, sendo a atuação dos 
mesmos expressivamente avaliada como de baixa qualidade (62,5%). Tais dados crescem 
em importância quando se constata que 87,5% dos acusados têm renda familiar abaixo de 
um salário mínimo, o que os identifica como destinatários em potencial dos serviços de 
assistência jurídica que deveriam ser oferecidos pela Defensoria Pública, e que, das duzentas 
e sessenta e cinco ações penais ajuizadas durante os anos de ..... a ........, atualmente em 
tramitação nas três Varas que integram esta Comarca, excetuando-se os processos de réus 
foragidos, cento e sessenta e três (61,51% do total) tiveram nomeação de defensor dativo aos 
acusados, conforme informações prestadas pelas Escrivanias locais, às fls. .../..., .../..., .../..., 
.../... 
 
Acrescente-se, ainda, que a situação de falta de defesa técnica satisfatória, além de provocar 
prejuízo direto aos acusados, também é causa, em grande parte, do atraso na prestação da 
tutela jurisdicional, conforme observado em correição efetuada pela ..... Vara desta 
Comarca, em cujo relatório observou o Magistrado que "os processos criminais são os que 
estão com andamento mais atrasado, principalmente por falta de defensor". 
 
Igualmente, em se tratando de ações de natureza cível, nota-se ser grande a demanda por 
assistência jurídica. Assim é que, nesta Comarca de .........., de quatrocentas e dezessete 
ações de prestação de alimentos, divórcio, guarda e retificação de registros públicos, 
ajuizadas nos anos de ......., ......., ...... e ...., trezentas e trinta e quatro (80,09% do total) 
foram oferecidas com pedido de assistência judiciária gratuita, o mesmo ocorrendo, quanto a 
ações de concessão de alvará judicial e interdição, oferecidas entre os anos de ....... e ....., 
quando, de cento e setenta, noventa e seis (56,47% do total) foram oferecidas com o mesmo 
requerimento. 
 
29 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
A necessidade de efetiva implantação da Defensoria Pública na Comarca de .........., e, por 
extensão, em todo o Estado, bem como os prejuízos causados com sua inexistência, quer aos 
acusados pobres, grande maioria da clientela do sistema penal, quer aos suplicantes 
hipossuficientes, são, portanto, bastante visíveis, segundo ilustrado pelos dados estatísticos 
acima expostos. 
 
A existência de convênio entre o Estado do ........, através de sua Gerência de Administração 
e Modernização, e da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, datado de .... de ..... de 
....... (fls. .../...), não supre essa lacuna nem minimiza os danos verificados contra o exercício 
da cidadania. A cláusula terceira desse instrumento limita a vinte e oito advogados, 
acompanhados de vinte e oito estagiários, o número de profissionais destinados à prestação 
de assistência judiciária gratuita, restrita, inicialmente, à cidade de ......, remetendo a um 
incerto futuro a possibilidade de extensão do benefício a outras Comarcas. 
 
Insofismável, por conseqüência, o dano ao direito e à garantia fundamental do cidadão de ter 
possibilitado seu acesso à Justiça e o exercício de sua ampla defesa, assistido juridicamente 
de forma ampla e gratuita, tratando-se de pessoa financeiramente necessitada. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
A Constituição da República em seu artigo 129, inciso III, atribui ao Ministério Público 
legitimidade, para ajuizar a Ação Civil Pública em proteção do patrimônio público e social, 
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 
Esta a redação do mencionado dispositivo: 
 
"Art. 129 - São funções institucionais do Ministério Público: 
I - ... 
II - ... 
III - promover o inquérito civil e ação civil pública, para proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos." 
 
Ademais, também é disposição constitucional, materializada no artigo 127, caput, da Carta 
Política Brasileira, que o Ministério Público corresponde a "instituição permanente essencial 
30 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis". 
 
Também a Lei n° 7.347/87, que disciplina a Ação Civil Pública, estabelece, em seu artigo 5º, 
que poderá o Órgão Ministerial, dentre outros agentes legítimos, ajuizar ação principal e 
cautelar para os fins de responsabilizar causadores de dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e a 
qualquer outro interesse difuso ou coletivo.In casu, a garantia de assistência jurídica integral 
e gratuita, por parte do Estado, encontra-se prevista no artigo 134 combinado com o artigo 5, 
inciso LXXIV, ambos da Constituição da República, e constitui interesse difuso da 
sociedade, pela sua própria natureza: trata-se de previsão incluída dentre os Direitos e 
Garantias Fundamentais, constantes do Título II da Carta Magna. 
 
Consoante leciona MAZZILLI (in A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo. 7a ed. rev. 
ampl. ataul., São Paulo : Saraiva, 1995, p. 8): 
 
"Em sentido lato, ou seja, de maneira mais abrangente, podemos dizer que os interesses 
coletivos compreendem uma categoria determinada, ou pelo menos determinável de pessoas, 
distinguindo-se dos interesses difusos, que dizem respeito a pessoas ou grupos de pessoas 
indeterminadamente dispersas na coletividade" (destaques constantes no original). 
 
E continua o ilustre doutrinador: 
 
"Tratando-se da defesa de interesses difusos, pela abrangência dos interesses, a atuação do 
Ministério Público sempre será exigível. Já em matéria de interesses coletivos (...), o 
Ministério Público atuará sempre que: a) haja manifesto interesse social evidenciado pela 
dimensão ou pelas características do dano (mesmo o dano potencial); b) seja acentuada a 
relevância do bem jurídico a ser defendido(...)" (op. cit., p. 116; destaques constantes dooriginal). 
 
Dúvida não existe, portanto, quanto à legitimidade ativa do Ministério Público. 
 
A Lei n° 7.347/87 limitou o universo de pessoas com legitimidade para propor Ação Civil 
Pública, mas não o fez em relação àquelas que poderiam figurar no pólo passivo da relação 
processual. Isto porque qualquer que seja o causador do dano ou do perigo de dano ao 
31 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
interesse tutelado há de ser responsabilizado por sua atividade, seja ele ente particular ou 
público. 
 
A legitimidade passiva do ESTADO DO ........., na presente ação não oferece qualquer 
dúvida. Estando vigente, desde .... de ......... de ....., a Lei Complementar Estadual n° ...., que 
organiza a Defensoria Pública do ..............., jamais essa Instituição foi efetivamente 
instalada nas várias Comarcas do Estado, tornando ineficaz o dispositivo constitucional que 
determina a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados. 
 
O nexo de causalidade entre esta atitude do Poder Público Estadual, não implementação 
efetiva da Defensoria Pública no Estado, e o dano causado ao direito constitucional que tem 
o cidadão de contar com assistência jurídica integral e gratuita, nos moldes previstos no 
artigo 134 combinado com o artigo 5o, inciso LXXIV, ambos da Constituição da República, 
é claro o bastante e suficiente para fixar a responsabilidade que instala o ESTADO DO 
........... no pólo passivo da presente relação processual. 
 
Ademais, consoante observa REIS NETO (in A Responsabilidade Civil por Dano Moral no 
Ordenamento Jurídico Brasileiro. São Luís : UFMA, 1996, p. 23-24. Monografia 
apresentada para obtenção do grau de Bacharel em Direito): 
 
"A teoria objetiva, adotada no nosso Direito para caracterizar a responsabilidade do Estado, 
se apoia no mandamento da igualdade dos encargos sociais. Para esta teoria é absolutamente 
desnecessária a idéia de culpa para que seja determinada a responsabilidade pelo dano. O 
que estriba a imputação da responsabilidade é o nexo de causalidade entre o evento danoso 
ocasionado, enquanto fato consumado, e a conduta do causador do dano. 
 
A responsabilidade objetiva consagrada na nossa Ordem Jurídica, através do artigo 37, § 6° 
da Constituição Federal, existirá sempre que o dano for praticado por agente de pessoa 
jurídica de direito público de ou direito privado prestadora de direito público" (sic). 
 
Encontra-se perfeitamente demonstrada, portanto, a legitimidade passiva ad causam do ora 
Réu. 
 
Quanto à competência, se de âmbito regional (entendido aqui como um grande número de 
comarcas de um mesmo Estado) a lesão (ou ameaça) proporcionada a determinado interesse 
32 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
supra-individual, a competência será da justiça comum estadual e a demanda ajuizada no 
foro da efetiva lesão ou ameaça, sempre considerando a ressalva feita acima, sobre a 
prevenção" (Sublinhou-se). 
 
No mesmo sentido é a lição de MANCUSO (in Ação civil pública em defesa do meio 
ambiente, patrimônio cultural e dos consumidores. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo : Revista 
dos Tribunais, 1994. p. 47), quando lembra: 
 
"...um aspecto que por certo será ocorrente na tutela dos interesses difusos, considerando-se 
duas de suas características: a indeterminação dos sujeitos e a indivisibilidade do objeto. 
Trata-se da fixação do foro competente quando o dano ao interesse difuso se espraie para 
além de uma circunscrição judiciária. A espécie veio lembrada por Galeno Lacerda: '...na 
hipótese de um dano generalizado, um dano que abarque, suponhamos, uma extensão maior 
do que uma comarca, como p. ex., o emprego de um defensivo agrícola nocivo, o emprego 
generalizado, qual o juízo competente para esta ação? A meu ver o problema se resolve pela 
prevenção. Se efetivamente a extensão do dano abranger área superior a uma comarca, a 
ação poderá ser proposta em qualquer dos territórios afetados'. Parece-nos correta a 
colocação, dado que a prevenção é, efetivamente, critério assegurador (não 'determinativo') 
da competência, conforme a lição de Moacyr Amaral Santos: 'O juiz que conhecer da causa 
em primeiro lugar, terá sua jurisdição preventa. Ele, que era cumulativamente competente 
com outros juízes, igualmente competentes, para conhecer de determinada causa, pelo fato 
de haver tomado conhecimento dela em primeiro lugar passou a ser o único competente. A 
prevenção, portanto, firma, assegura a competência de um juiz, já competente'" (Sublinhou-
se). 
 
Assim, inexistindo qualquer outro já prevento, não há qualquer dúvida de que cabe a este 
Juízo o processamento e o julgamento da presente ação ainda que não restrito o dano a esta 
Comarca. 
 
A integralidade da assistência a cargo da Defensoria Pública abrange,como bem observado 
pelo Juiz paulistano Álvaro Luiz Valery Mirra (nos autos da Ação Civil Pública nº 532/96, 
fls. 182-183, da 1ª Vara da Comarca de Jaboticabal -SP), "desde a recepção e atendimento 
dos necessitados que o procurem até o deslocamento do profissional junto àqueles que não 
podem procurá-lo (como os detentos - art. 16 da Lei de Execução Penal), com dedicação 
exclusiva, como previsto na Constituição (art. 134, p.u.), e com independência garantida 
33 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
para litigar até mesmo contra o próprio Estado, se for o caso, como estabelecido na Lei 
Complementar 80/94 (...)". 
 
Nenhum serviço dessa natureza, porém, é oferecido no Estado do ......... 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer digne-se Vossa Excelência a julgar procedente o pedido, citando-se 
os interessados na forma da lei. 
 
Protesta pela produção de todo gênero de provas admitidas em juízo, inclusive depoimentos 
pessoais, juntada de novos documentos e perícia. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ..... 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
5. Mandado de Injunção 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA 
COMARCA DE ....., ESTADO DO ..... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANA LTDA....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 
....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada 
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional 
da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu 
advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório 
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe 
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
contra o MUNICÍPIO DE ..............., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
I- DOS FATOS 
 
A requerente, empresa prestadora de serviços de transportes via motocicleta, teve indeferido 
pela autoridade impetrada, em data de ........ de ........... de ........, pedido de ALVARÁ DE 
LICENÇA para a exploração da atividade denominada "moto-táxi". 
 
35 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Tal se deu pelo fato desta atividade não ter sido ainda regulamentada neste município, haja 
vista a Resolução do CETRAN / MS n. 009 de 31 de março de 1997, e publicado no Diário 
Oficial n. 4.498 de 03 de abril de 1997, que, em seu art. 1º, estabelece o que segue: 
 
"art.1º Fica proibido o serviço de transporte individual de passageiros prestado por 
motocicletas, de forma remunerada, no Estado de Mato Grosso do Sul até que seja 
regulamentado nos termos do art. 42 do Código Nacional de Trânsito". 
 
Por seu turno, apregoa o art. 42 do CTN, atual 107: 
"art. 42. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual de passageiros, ficarão 
subordinados ao regulamento baixado pela autoridade local e, nos Municípios com 
população superior a cem mil habitantes, adotarão exclusivamente o taxímetro como forma 
de cobrança do serviço prestado." 
 
Corolário disso, o Secretário do Planejamento, Sr. .........., atendendo a requerimento da 
Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos desta cidade, expediu parecer (doc. 
anexo) contrário à concessão do ALVARÁ DE LICENÇA pleiteado pela requerente, tendo 
nele deixado consignado o seguinte: 
 
"Para conceder alvará é preciso a criação do serviço no âmbito do Município, o que ainda 
não foi feito." 
 
Cumpre-nos lembrar, Exa., que este não foi o primeiro requerimento pleiteando ALVARÁ 
DE LICENÇA para possibilitar o exercício da atividade mencionada. 
 
Com efeito, já em .........., foi denegado um pedido no mesmo sentido (doc. anexo), desta vez 
levado a efeito pela empresa ............... 
 
Na época, a referida empresa - .............. - tentou, junto ao Poder Executivo e Legislativo 
local, a regulamentação de tal serviço, não tendo logrado o mínimo de êxito em razão do 
"lobby" efetivado pelos taxistas locais, que se sentiram e se sentem, até hoje, ameaçados 
com a possibilidade da referida atividade ser regulamenta, haja vista que em ocorrendo tal 
fato a população desta cidade não mais precisaria se submeter aos preços não acessíveis 
cobrados pelos mesmos, que malgrado, acreditamos, sejam lícitos, estão distantes do 
importe permitido pela lógica e pelo bom senso. 
36 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
Estes obstáculos, é da sabença geral, não são exclusivos desta cidade. Tal resistência é e foi 
percebida em todas as cidades brasileiras onde se tentou regulamentar tal ofício. 
 
Ora, a bem do Estado Democrático de Direito e dos mais comezinhos preceitos 
constitucionais, o Poder Judicante não pode permitir que a requerente seja prejudicada por 
esta omissão, que acreditamos voluntária, por parte principalmente do Poder Legislativo 
local, que, "no passo que anda", pode chegar ao segundo milênio sem ter possibilitado o 
exercício desta profissão em nossa urbe, enquanto que na cidade de Dourados, Campo 
Grande e em várias outras de nosso Estado e de todo o país, tal atividade já é comum, sendo 
certo que tem em muito beneficiado a população, notadamente a mais carente, pois, se por 
um lado propicia uma prestação de serviço eficiente e de baixos custos, por outro oferece 
empregos. 
 
A requente, cumpre lembrar, vem bater às portas do Poder Judiciário no escopo único e 
exclusivo de conseguir a chance de exercer a função que, segundo brocardo antigo, 
"dignifica o homem", o trabalho. Isto quando, é forçoso reconhecer, muitos neste país 
tentam, e no mais das vezes conseguem, viver do ilícito, à margem da lei. 
 
 
II- DO DIREITO 
 
Com efeito, não nos permite o bom senso deixar de olvidar as palavras da Lex Legum pátria, 
que preconiza: 
 
"Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Município e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 
I - soberania; 
 
II - a cidadania; 
 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
37 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;..." (grifo nosso) 
 
Ainda, sob o título de DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, reza a CF/88: 
"art. 5º. (Omissis) 
 
"XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer;" (grifo nosso) 
 
E incisivamente estabelece o seguinte: 
 
"Art. 5º (omissis) 
 
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. " 
(grifo nosso) 
 
Outrossim, o art. 6º da CF erige o direito ao trabalho como um direito social, senão vejamos: 
 
"Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na 
forma desta Constituição." (grifo nosso) 
 
Em seu art. 170 e 193, prega a CF: 
 
"Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e da livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social,..". (grifo nosso) 
 
"Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-
estar e a justiça sociais." (grifo nosso) 
 
No celebrado "Curso de Direito Constitucional Positivo", do ilustre JOSÉ AFONSO DA 
SILVA, 8ª edição, Ed. Malheiros, 1992, encontramos os seguintes ensinamentos: 
 
"O art. 6º define o trabalho como direito social, mas nem o art. 7º trazem norma expressa 
conferindo o direito ao trabalho. Este, porém, ressai do conjunto de normas da Constituição 
38 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
sobre o trabalho. Assim, no art. 1º, IV, se declara que a República Federativa do Brasil tem 
como fundamento, entre outros, os valores sociais do trabalho; o art. 170 estatui que a ordem 
econômica se funda na valorização do trabalho, e o art. 193 dispõe que a ordem social tem 
como base o primado do trabalho. 
Tudo isso tem o sentido de reconhecer o direito social ao trabalho, como condição da 
efetividade de uma existência digna (fim da ordem econômica) e , pois, da dignidade da 
pessoa humana, fundamento, também, da República Federativa do Brasil (art. 1º, III). E aqui 
se entroncam o direito individual ao livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
com o direito social ao trabalho, que envolve o direito de acesso a uma profissão, à 
orientação e formação profissional, à livre escolha do trabalho, ..." (grifo nosso) 
 
Outrossim, como para cada direito há uma ação correspondente e como, também, a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito, a Carta da República 
previu que quando um direito, in casu o direito ao trabalho, não puder ser exercitado em 
função da ausência de uma norma regulamentadora, é cabível o MANDADO DE 
INJUNÇÃO, senão vejamos. 
 
A Carta da República, em seu art. 5º, inciso LXXI, estabelece o seguinte: 
"art. 5º ... (omissis) 
 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;" 
 
À respeito, encontramos respaldo, dentre outros, nos sábios ensinamentos de HELY LOPES 
MEIRELLES, in MANDADO DE SEGURANÇA, Ed. Malheiros, 14ª edição, onde ensina: 
 
"Mandado de injunção é o meio constitucional posto à disposição de que se considerar 
prejudicado pela falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício dos direitos 
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania (CF, art. 5º, LXXI)." 
 
"O objeto, portanto, desse mandado é a proteção de quaisquer direitos e liberdades 
constitucionais, individuais ou coletivos, de pessoa física ou jurídica, e de franquias relativas 
39 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
relativas à nacionalidade, à soberania popular e à cidadania, que tornepossível sua fruição 
por inação do Poder Público em expedir normas regulamentadoras pertinentes." 
 
"Entendemos cabível, eventualmente, até mesmo a medida liminar como providência 
cautelar para evitar lesão a direito do impetrante do mandado de injunção, desde que haja 
possibilidade de dano irreparável se se aguardar decisão final da Justiça. Se tal medida é 
cabível para a defesa de direito individual ou coletivo amparado por lei ordinária, com mais 
razão há de ser para proteger os direitos e prerrogativas constitucionais asseguráveis pelo 
mandado de injunção, desde que ocorram os pressupostos do fumus boni iuris e do 
periculum in mora." 
 
"A liminar não é uma liberalidade da justiça, é medida acauteladora do impetrante, que não 
pode ser negada quando ocorrem os seus pressupostos". 
 
O E. Ministro Eduardo Ribeiro, ainda no TRF, nos agracia com o ensinamento seguinte: 
 
"Consoante tenho explicitado em diversos outros casos, a lei estabelece que a liminar será 
deferida, uma vez presentes os pressupostos exigidos". (MS n. 121.078 - fls. 202) 
 
Isto posto, MM. Juiz, comprovado que está que a requerente teve e tem restringido seu 
direito ao trabalho pela injustificável inação do Poder Público local em regulamentar tal 
atividade, é de rigor a concessão do MANDADO DE INJUNÇÃO LIMINARMENTE, 
inaudita altera parte, a fim de que possa a mesma, desde já, exercer sua atividade. 
 
É de se reconhecer, MM. Julgador, que presentes estão todos os requisitos para a concessão 
da medida liminar, senão vejamos: 
 
"Fumus boni iuris" 
 
Se revela nas normas invocadas e está assentado no direito ao trabalho agasalhado por 
preceitos constitucionais, in casu restringidos pela falta de uma norma regulamentadora da 
atividade da requerente, consoante já demonstrado. 
 
"Periculum in mora" 
 
40 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
Reside na possibilidade de lesão irreparável ou de difícil reparação caso não seja deferido 
liminarmente o mandamus requerido, haja vista que em razão da mora do Poder Legislativo 
local, não pode a requerente laborar e colher os frutos de sua atividade, ainda mais após ter 
montado toda uma estrutura para servir de modo proficiente a população desta cidade e 
circunvizinhas, sendo que é certa, ainda, a presença do lucro cessante. 
 
Se consubstancia, ainda mais, na impossibilidade de exercício dos direitos fundamentais 
previstos na carta magna, o direito ao trabalho. 
 
 
III- DOS PEDIDOS 
 
Ante ao todo exposto, requer: 
 
a.seja concedida a medida liminar, "inaudita altera parte", autorizando a requerente a exercer 
sua atividade ("moto-táxi") até que seja a mesma regulamentada; 
 
b.seja o presente mandado de injunção julgado procedente, condenando-se a suplicada nas 
custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais; 
 
c.seja citado o representante legal da suplicada para, querendo, contestar a presente; 
 
d.Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos; 
 
Dá-se a causa o valor de R$ ......... 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano]. 
 
[Assinatura do Advogado] 
[Número de Inscrição na OAB] 
 
 
41 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
6. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EXCELSO 
SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANA LTDA, CNPJ n. ..........., com sede e foro em .........., ............ Quadra ....., 
Bloco ...., Sala ...., e base territorial em todo o país, entidade sindical de terceiro grau do 
sistema confederativo, representativa dos trabalhadores dos estabelecimentos de ensino na 
forma de seus estatutos, neste ato representada por sua Coordenadora Geral e seus 
advogados constituídos (m.j), vem respeitosamente e de conformidade com o disposto no 
art. 103, inciso IX, da Constituição Federal à presença de Vossa Excelência propor 
 
AÇÃO DIRETA DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
COM PEDIDO CAUTELAR 
 
de suspensão dos efeitos da norma questiona, pelas razões de fato e de direito a 
seguir aduzidas. 
 
 
I- DA LEGITIMIDADE "AD CAUSAM" DA CONFEDERAÇÃO. REQUISITO DA 
PERTINÊNCIA TEMÁTICA. 
 
A legitimidade da Autora decorre de preceito inserido no Texto Constitucional, artigo 103, 
Inciso IX, 
 
"Podem propor ação de inconstitucionalidade: 
42 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional". 
 
A Autora é representante dos professores e dos auxiliares de administração escolares, 
empregados em instituições particulares de ensino, em todo o Brasil, base territorial em todo 
o país - entidade sindical de terceiro grau do sistema confederativo e de caráter permanente, 
representativa dos trabalhadores dos estabelecimentos de ensino da educação básica 
(infantil, fundamental e médio), superior e posteriores - exceto as das redes públicas 
estaduais e federal, da educação infantil, cursos de arte e de formação, especialização 
profissional, pré-vestibulares, supletivos e demais cursos livres. 
A Requerente tem como filiados a ela as Entidades Sindicais de Primeiro e Segundo Graus, 
do Sistema Confederativo Brasileiro a seguir descritas: 
......................................... 
De acordo com dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho (anexo), as entidades filiadas 
congregam em torno de quatrocentos mil trabalhadores na área de representação da Autora. 
Atendido de igual modo, o requisito da pertinência temática, em estrita observância à 
jurisprudência consolidada nessa Corte Suprema como visto na ementa a seguir transcrita, 
"CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: 
SEGUIMENTO NEGADO PELO RELATOR. COMPETÊNCIA DO RELATOR (RISTF, 
art. 21, § 1º; Lei 8.038, de 1.990, art. 38): CONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE: LEGITIMIDADE ATIVA: PERTINÊNCIA 
TEMÁTICA. I. - Tem legitimidade constitucional a atribuição conferida ao Relator para 
arquivar ou negar seguimento a pedido ou recurso intempestivo, incabível ou improcedente 
e, ainda, quando contrariar a jurisprudência predominante do Tribunal ou for evidente a sua 
incompetência (RI/STF, art. 21, § 1º; Lei 8.038/90, art. 38), desde que, mediante recurso - 
agravo regimental, por exemplo - possam as decisões ser submetidas ao controle do 
colegiado. Precedentes do STF. II. - A legitimidade ativa da confederação sindical , entidade 
de classe de âmbito nacional, Mesas das Assembléias Legislativas e Governadores, para a 
ação direta de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que deve haver 
pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação . III. - Precedentes do 
STF: ADIn 305-RN (RTJ 153/428); ADIn 1.151-MG ("DJ" de 19.05.95); ADIn 1.096-RS 
("LEX-JSTF", 211/54); ADIn 1.519-AL, julg. em 06.11.96; ADIn 1.464-RJ, "DJ" de 
13.12.96. IV. - Inocorrência, no caso, de pertinência das normas impugnadas com os 
objetivos da entidade de classe autora da ação direta. Negativa de seguimento da inicial. 
Agravo não provido". 
43 
 
Todos os Direitos reservados à CS Tecnologia de Informática www.provasdaoab.com.br 
No mesmo sentido a lição de Rodrigo Lopes Lourenço, 
"Já se afirmou que o controle abstrato é o exercido no sentido da verificação da adequação 
da norma jurídica impugnada as regras da Constituição da República, independentemente da 
solução de qualquer caso concreto. Tal método, pois, pode ser utilizado ainda que a regra 
jurídica impugnada nunca tenha sido aplicada. 
 
"Ocorre que a jurisdição é a atividade de aplicação coativa definitiva (Constituição da 
República, art.

Outros materiais