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|1| |2| ATUALIDADES PROF. TICYANO LAVOR SUMÁRIO 01. GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES INTERNACIONAIS ..... 3 02. NEOLIBERALISMO: O LIBERALISMO “RESSURGE” COM UMA NOVA “ROUPAGEM”: ................................ 17 03. A CRISE IMOBILIÁRIA DOS ESTADOS UNIDOS ........... 50 04. CRISE NA ZONA DO EURO .......................................... 55 05. UM “FENÔMENO” CHAMADO CHINA ......................... 58 06. O FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO ............................. 63 07. PRIMAVERA ÁRABE ..................................................... 74 08. A REAPROXIMAÇÃO ENTRE EUA E CUBA .................. 77 09. PAPA FRANCISCO ........................................................ 83 10. 2016: ANO DE ESCOLHA DE UM NOVO PRESIDENTE NORTE-AMERICANO ................. 88 11. CRISE DO “POPULISMO” LATINO AMERICANO .......... 93 12. INFLAÇÃO OFICIAL 2015 .......................................... 100 13. A OPERAÇÃO LAVA JATO ........................................ 104 14. CULTURA DO ESTUPRO ............................................. 113 15. OLIMPÍADAS NO BRASIL ........................................... 115 16. VIRUS DA ZIKA ........................................................... 118 17. CIÊNCIA E TECNOLOGIA ........................................... 120 18. MEIO AMBIENTE ........................................................ 123 19. CÂNCER ...................................................................... 132 |3| 01 GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES INTERNACIONAIS UMA BREVE PASSAGEM PELA GUERRA FRIA A Guerra Fria oficialmente tem início logo após a Segunda Guerra Mundial (pós-1945), quando os Estados Unidos e a União Soviética passam a disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo. O mundo fica, portanto, bipolarizado. A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos. A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã. PAZ ARMADA Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo. Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas. CORRIDA ESPACIAL EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana. (professor Ticyano Lavor. https://www.facebook.com/ticyano.lavor.7?fref=ts) CAÇA AS BRUXAS Os EUA lideraram uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta. Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte- americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos. "CORTINA DE FERRO" Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra: URSS, EUA, França e Inglaterra. No final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista. É a vergonhosa "cortina de ferro". PLANO MARSHALL E COMECON As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas. |4| ENVOLVIMENTOS INDIRETOS Guerra da Coréia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo de número 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista. Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. FIM DA GUERRA FRIA A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismono final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas ―Alemanhas‖ são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. CONHECENDO A ONU A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e o desenvolvimento mundiais. O preâmbulo da Carta das Nações Unidas – documento de fundação da Organização – expressa os ideais e os propósitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as Nações Unidas: “Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.” “E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons vizinhos, unir nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, e empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.” “Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso, nossos respectivos governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de „Organização das Nações Unidas.” Depois da II Guerra Mundial, que devastou dezenas de países e tomou a vida de milhões de seres humanos, existia na comunidade internacional um sentimento generalizado de que era necessário encontrar uma forma de manter a paz entre os países. Porém, a ideia de criar a ONU não surgiu de uma hora para outra. Foram necessários anos de planejamento e dezenas de horas de discussões antes do surgimento da Organização. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS QUE PRECEDERAM A ONU No fim do século 19, países começaram a criar organismos internacionais para cooperar em assuntos específicos. Por exemplo, já em 1865 foi fundada a União Telegráfica Internacional, conhecida hoje como União Internacional de Telecomunicações (ITU) e, em 1874, surgiu a União Postal Universal (UPU). Hoje, ambas são agências do Sistema das Nações Unidas. Em 1899, aconteceu a primeira Conferência Internacional para a Paz, em Haia (Holanda), que visava a elaborar instrumentos para a resolução de conflitos de maneira pacífica, prevenir as guerras e codificar as regras de guerra. A Organização que podemos chamar de predecessora da ONU é a Liga das Nações, uma instituição criada em circunstâncias similares durante a I Guerra Mundial, em 1919, sob o Tratado de Versailles. A Liga das Nações deixou de existir por causa da impossibilidade de evitar a II Guerra Mundial. O nome Nações Unidas foi concebido pelo presidente norte- americano Franklin Roosevelt e utilizado pela primeira vez na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 1942, quando os representantes de 26 países assumiram o compromisso de que seus governos continuariam lutando contra as potências do Eixo. A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes à Conferência sobre Organização Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de abril a 26 de junho de 1945. As Nações Unidas, entretanto, começaram a existir oficialmente em 24 de outubro de 1945, após a ratificação da Carta por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a ex-União Soviética, bem como pela maioria dos signatários. No 24 de outubro é comemorado em todo o mundo como o “Dia |5| das Nações Unidas”. Durante a primeira reunião da Assembléia Geral que aconteceu na capital do Reino Unido, Londres, em 1946, ficou decidido que a sede permanente da Organização seria nos Estados Unidos. Em dezembro de 1946, John D. Rockefeller Jr. ofereceu cerca de oito milhões de dólares para a compra de parte dos terrenos na margem do East River, na ilha de Manhattan, em Nova York. A cidade de NY ofereceu o restante dos terrenos para possibilitar a construção da sede da Organização. Hoje em dia, a estrutura central da ONU fica em Nova York, com sedes também em Genebra (Suíça), Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia), Addis Abeba (Etiópia), Bangcoc (Tailândia), Beirute (Líbano) e Santiago (Chile), além de escritórios espalhados em grande parte do mundo. A ESTRUTURA DA ONU Quando a ONU foi fundada, em 24 de outubro de 1945, ficou definido, na Carta da ONU que para seu melhor funcionamento seus membros, vindos de todos os cantos do planeta se comunicariam em seis idiomas oficiais: inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo. De acordo com a Carta, a ONU, para que pudesse atender seus múltiplos mandatos, teria seis órgãos principais, a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, a Corte Internacional de Justiça e o Secretariado. Assembleia Geral A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá que todos os Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm direito a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros. Assuntos em pauta: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões de orçamento, desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, direitos humanos, etc. As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações e não são obrigatórias. As principais funções da Assembleia Geral são: Discutir e fazer recomendações sobre todos os assuntos em pauta na ONU; Discutir questões ligadas a conflitos militares – com exceção daqueles na pauta do Conselho de Segurança; Discutir formas e meios para melhorar as condições de vida das crianças, dos jovens e das mulheres; Discutir assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável, meio ambiente e direitos humanos; Decidir as contribuições dos Estados-Membros e como estas contribuições devem ser gastas; Eleger os novos Secretários-Gerais da Organização. Conselho de Segurança O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável pela paz e segurança internacionais. Ele é formado por 15 membros: cinco permanentes, que possuem o direito a veto – Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China – e dez membros não permanentes, eleitos pela Assembleia Geral por dois anos. Este é o único órgão da ONU que tem poder decisório, isto é, todos os membros das Nações Unidas devem aceitar e cumprir as decisões do Conselho, podendo até mesmo autorizar uma intervenção militar para garantir que suas resoluções sejam executadas. Paraque uma resolução deste Conselho seja aprovada, é preciso que ela receba no mínimo 9 votos, dentre os 15 países membros que participam da eleição. É importante que, dentre esses 9 votos, 5 sejam dos países permanentes, pois se apenas um país permanente votar negativo, a resolução é vetada. A eleição é realizada pela Assembleia Geral da ONU, todos os anos, renovando 50% do conselho (membros temporários). A cada ano são eleitos 5 novos países para o cargo. Esses 5 novos países assumem um mandato de 2 anos, e no ano seguinte a eleição vai substituir os outros 5 países. O Brasil já foi eleito 10 vezes para fazer parte do Conselho de Segurança Temporário da ONU, tendo o último mandato nos anos de 2010 e 2011. Atualmente temos: Angola; Malásia; Venezuela; Nova Zelândia; Espanha (Mandato: 2015-2016). Egito; Senegal; Japão; Uruguai; Ucrânia (Mandato: 2016-2017). As principais funções do CS são: Manter a paz e a segurança internacional; Determinar a criação, continuação e encerramento das Missões de Paz, de acordo com os Capítulos VI, VII e VIII da Carta; |6| Investigar toda situação que possa vir a se transformar em um conflito internacional; Recomendar métodos de diálogo entre os países; Elaborar planos de regulamentação de armamentos; Determinar se existe uma ameaça para o paz; Solicitar aos países que apliquem sanções econômicas e outras medidas para impedir ou deter alguma agressão; Recomendar o ingresso de novos membros na ONU; Recomendar para a Assembleia Geral a eleição de um novo Secretário-Geral. Conselho Econômico e Social O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão coordenador do trabalho econômico e social da ONU, das Agências Especializadas e das demais instituições integrantes do Sistema das Nações Unidas. O Conselho formula recomendações e inicia atividades relacionadas com o desenvolvimento, comércio internacional, industrialização, recursos naturais, direitos humanos, condição da mulher, população, ciência e tecnologia, prevenção do crime, bem-estar social e muitas outras questões econômicas e sociais. As principais funções do Conselho Econômico e Social são: Coordenar o trabalho econômico e social da ONU e das instituições e organismos especializados do Sistema; Colaborar com os programas da ONU; Desenvolver pesquisas e relatórios sobre questões econômicas e sociais; Promover o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais. Conselho de Tutela Esse conselho foi criado com o propósito de auxiliar os territórios sob tutela da ONU a constituir governos próprios e, após anos de atuação, foi extinto em 1994 quando Palau (no Pacífico), o último território sob tutela da ONU, tornou-se um Estado soberano. Cabia a esse órgão, a supervisão da administração dos territórios sob regime de tutela internacional. Corte Internacional de Justiça A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos, podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça. Além disso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer questões jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações Unidas. A Corte Internacional de Justiça se compõe de quinze juízes chamados ―membros‖ da Corte. São eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados. Secretariado O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os programas e políticas que elaboram. Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado pela Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança. Milhares de pessoas trabalham para o Secretariado nos mais diversos lugares do mundo. As principais funções do Secretariado são: Administrar as forças de paz; Analisar problemas econômicos e sociais; Preparar relatórios sobre meio ambiente ou direitos humanos; Sensibilizar a opinião pública internacional sobre o trabalho da ONU; Organizar conferências internacionais; Traduzir todos os documentos oficiais da ONU nas seis línguas oficiais da Organização. AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS, FUNDOS E PROGRAMAS: O Sistema da ONU está formado pelos seis principais órgãos da Organização (como acabamos de ver), bem como por Agências especializadas, Fundos, Programas, Comissões, Departamentos e Escritórios. São organizações separadas, autônomas, com seus próprios orçamentos e funcionários internacionais e estão ligados à ONU através de acordos internacionais. Inclusive, alguns deles são anteriores à criação da ONU, como por exemplo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que existe desde 1919 ou a União Postal Internacional (UPU), criada em 1875. Os Programas e Fundos da ONU trabalham com a Assembleia Geral e com o ECOSOC, enquanto que as Agências especializadas desenvolvem suas funções em parceria somente com o ECOSOC. Algumas dessas entidades são: OIT – Organização Internacional do Trabalho FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura. OMS – Organização Mundial de Saúde Grupo do Banco Mundial (BIRD, Banco Internacional de Desenvolvimento). IDA – Associação de Desenvolvimento CFI – Corporação Financeira Internacional AGMF – Agência de Garantia Multilateral de Financiamento CIRDF – Agência Internacional para a Resolução de Disputas Financeiras (CIRDF) FMI – Fundo Monetário Internacional ICAO – Organização da Aviação Civil Internacional UPU – União Postal Universal ITU – União Internacional de Telecomunicações OMM – Organização Meteorológica Mundial IMO – Organização Marítima Internacional OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual FIDA – Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola |7| UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial OMT – Organização Mundial do Turismo AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica OMC – Organização Mundial do Comércio OPAQ – Organização para a Proibição de Armas Químicas CTBTO – Organização Preparatória para o Tratado de Proibição de Testes Nucleares UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento PMA – Programa Mundial de Alimentos PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas UN-Habitat – Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos UNIFEM – Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulher UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS UNODC – Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime UNRWA – Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos O surgimento da OMC O surgimento da Organização Mundial do Comércio está diretamente ligado a dois fenômenos modernos. O primeiro deles é o aumento do número e volume de transações comerciais entre diferentes países e regiões. O segundo é o intenso processo de integração trazido pela globalização, seja de capitais, mercadorias ou da própria produção. Com efeito, as relações comerciais entre os países aumentaram de formaexponencial na segunda metade do século XX, o que passou a exigir a criação de normas que as regulassem em nível multilateral. E nada mais natural do que criar uma organização internacional que administrasse todo esse arcabouço jurídico. Embora a OIC não tenha sido criada, como acabamos de ver, em 1947 os países celebram um acordo internacional denominado GATT (General Agreement on Tariffs and Trade). Ao criar o GATT, os países buscaram estabelecer medidas que evitassem práticas protecionistas, buscando a liberalização do comércio internacional, considerado por muitos teóricos como o grande motor do desenvolvimento econômico. Os países reconheciam, todavia, que a liberalização do comércio internacional não ocorreria da noite para o dia, mas sim de forma progressiva. Desta forma, foram realizadas diversas Rodadas de Negociações Comerciais, as quais culminaram na criação da OMC em 1995, na Rodada Uruguai (que havia começado em 1986, em Montevidéu, e só foi concluída em 1994, em Marrakesh, Marrocos.) A OMC possui as seguintes funções: servir como fórum para negociações comerciais, administrar os diversos acordos firmados em seu âmbito pelos países- membros, fiscalizar as políticas comerciais de seus membros e servir como fórum para solução de controvérsias. ESTADOS MEMBROS DA ONU (Ordem alfabética – até o fechamento da edição dessa apostila em junho de 2016) Afeganistão - 19 de novembro de 1946 África do Sul - 7 de novembro de 1945 Albânia - 14 de dezembro de 1955 Alemanha - 18 de setembro de 1973 Andorra - 28 de julho de 1993 Angola - 1 de dezembro de 1976 Antígua e Barbuda - 11 de novembro de 1981 Arábia Saudita - 24 de outubro de 1945 Argélia - 8 de outubro de 1962 Argentina - 24 de outubro de 1945 Arménia - 2 de março de 1992 Austrália - 1 de novembro de 1945 Áustria - 14 de dezembro de 1955 Azerbaijão - 2 de março de 1992 Bahamas - 18 de setembro de 1973 Bahrein - 21 de setembro de 1971 Bangladesh - 17 de setembro de 1974 Barbados - 9 de dezembro de 1966 Bélgica - 27 de dezembro de 1945 Belize - 25 de setembro de 1981 Benim - 20 de setembro de 1960 Bielorrússia - 24 de outubro de 1945 Bolívia - 14 de novembro de 1945 Bósnia e Herzegovina - 22 de maio de 1992 Botswana - 17 de outubro de 1966 Brasil - 24 de outubro de 1945 Brunei - 21 de setembro de 1984 Bulgária - 14 de dezembro de 1955 Burkina Faso - 20 de setembro de 1960 Burundi - 18 de setembro de 1962 Butão - 21 de setembro de 1971 Cabo Verde - 16 de setembro de 1975 Camarões - 20 de setembro de 1960 Camboja - 14 de dezembro de 1955 Canadá - 9 de novembro de 1945 Cazaquistão - 2 de março de 1992 Chade - 20 de setembro de 1960 Chile - 24 de outubro de 1945 República Popular da China - 24 de outubro de 1945 Chipre - 20 de setembro de 1960 Colômbia - 5 de novembro de 1945 Comores - 12 de novembro de 1975 República Democrática do Congo - 20 de setembro de 1960 República do Congo - 20 de setembro de 1960 Coreia do Norte - 17 de setembro de 1991 Coreia do Sul - 17 de setembro de 1991 Costa do Marfim - 20 de setembro de 1960 Costa Rica - 2 de novembro de 1945 Croácia - 22 de maio de 1992 Cuba - 24 de outubro de 1945 Dinamarca - 24 de outubro de 1945 Djibouti - 20 de setembro de 1977 |8| Dominica - 18 de dezembro de 1978 Egito - 24 de outubro de 1945 Emirados Árabes Unidos - 9 de dezembro de 1971 El Salvador - 24 de outubro de 1945 Equador - 21 de dezembro de 1945 Eritreia - 28 de maio de 1993 Eslováquia - 19 de janeiro de 1993 Eslovênia - 22 de maio de 1992 Espanha - 14 de dezembro de 1955 Estados Unidos - 24 de outubro de 1945 Estónia - 17 de setembro de 1991 Etiópia - 13 de novembro de 1945 Fiji - 13 de outubro de 1970 Filipinas - 24 de outubro de 1945 Finlândia - 2 de dezembro de 1955 França - 24 de outubro de 1945 Gabão - 20 de setembro de 1960 Gâmbia - 21 de setembro de 1965 Gana - 8 de março de 1957 Geórgia - 31 de julho de 1992 Granada - 17 de setembro de 1974 Grécia - 25 de outubro de 1945 Guiana - 20 de setembro de 1966 Guatemala - 21 de novembro de 1945 Guiné - 12 de dezembro de 1958 Guiné-Bissau - 17 de setembro de 1974 Guiné Equatorial - 12 de novembro de 1968 Haiti - 24 de outubro de 1945 Honduras - 17 de dezembro de 1945 Hungria - 14 de dezembro de 1955 Iémen/Iêmen - 30 de setembro de 1947 Islândia - 19 de novembro de 1946 Índia - 30 de outubro de 1945 Indonésia - 28 de setembro de 1950 Irão - 24 de outubro de 1945 Iraque - 21 de dezembro de 1945 Irlanda - 14 de dezembro de 1955 Israel - 11 de maio de 1949 Itália - 14 de dezembro de 1955 Jamaica - 18 de setembro de 1962 Japão - 18 de dezembro de 1956 Jordânia - 14 de dezembro de 1955 Kiribati - 14 de setembro de 1999 Kuwait - 14 de maio de 1963 Laos - 14 de dezembro de 1955 Lesoto - 17 de outubro de 1966 Letônia - 17 de setembro de 1991 Líbano - 24 de outubro de 1945 Libéria - 2 de novembro de 1945 Líbia - 14 de dezembro de 1955 Liechtenstein - 18 de setembro de 1990 Lituânia - 17 de setembro de 1991 Luxemburgo - 24 de outubro de 1945 Macedónia - 8 de abril de 1993 Madagáscar - 20 de setembro de 1960 Malawi - 1 de dezembro de 1964 Malásia - 17 de setembro de 1957 Maldivas - 21 de setembro de 1965 Mali - 28 de setembro de 1960 Malta - 1 de dezembro de 1964 Marrocos - 12 de novembro de 1956 Ilhas Marshall - 17 de setembro de 1991 Mauritânia - 27 de outubro de 1961 Maurícia - 24 de abril de 1968 México - 7 de novembro de 1945 Estados Federados da Micronésia - 17 de setembro de 1991 Moldávia - 2 de março de 1992 Mónaco - 28 de maio de 1993 Mongólia - 27 de outubro de 1961 Montenegro - 28 de junho de 2006 Moçambique - 16 de setembro de 1975 Myanmar - 19 de abril de 1948 Namíbia - 23 de maio de 1990 Nauru - 14 de setembro de 1999 Nepal - 14 de dezembro de 1955 Nicarágua - 24 de outubro de 1945 Níger - 20 de setembro de 1960 Nigéria - 7 de outubro de 1960 Noruega - 27 de novembro de 1945 Nova Zelândia - 24 de outubro de 1945 Omã - 7 de outubro de 1971 Países Baixos - 10 de dezembro de 1945 Paquistão - 30 de setembro de 1947 Palau - 15 de dezembro de 1994 Panamá - 13 de novembro de 1945 Papua-Nova Guiné - 10 de outubro de 1975 Paraguai - 24 de outubro de 1945 Peru - 31 de outubro de 1945 Polónia - 24 de outubro de 1945 Portugal - 14 de dezembro de 1955 Catar - 21 de setembro de 1971 Quênia - 16 de dezembro de 1963 Quirguistão - 2 de março de 1992 Reino Unido - 20 de novembro de 1945 República Centro-Africana - 20 de setembro de 1960 República Checa - 19 de janeiro de 1993 República Dominicana - 24 de outubro de 1945 Roménia - 14 de dezembro de 1955Ruanda - 18 de setembro de 1962 Rússia - 24 de outubro de 1945 Ilhas Salomão - 19 de setembro de 1978 San Marino - 2 de março de 1992 São Cristóvão e Nevis - 23 de setembro de 1983 Santa Lúcia - 18 de setembro de 1979 São Tomé e Príncipe - 16 de setembro de 1975 São Vicente e Granadinas - 16 de setembro de 1980 Samoa - 15 de dezembro de 1976 Senegal - 28 de setembro de 1960 Sérvia - 1 de novembro de 2000 Serra Leoa - 17 de setembro de 1961 Seicheles - 21 de setembro de 1976 Singapura - 21 de setembro de 1965 Síria - 24 de outubro de 1945 Somália - 20 de setembro de 1960 Sri Lanka - 14 de dezembro de 1955 Suazilândia - 24 de setembro de 1968 Sudão - 12 de novembro de 1956 Sudão do Sul - 14 de julho de 2011 Suécia - 19 de novembro de 1946 |9| Suíça - 10 de setembro de 2002 Suriname - 4 de dezembro de 1975 Tajiquistão - 2 de março de 1992 Tailândia - 16 de dezembro de 1946 Tanzânia - 14 de dezembro de 1961 Timor-Leste - 27 de setembro de 2002 Togo - 20 de setembro de 1960 Tonga - 14 de setembro de 1999 Trinidad e Tobago - 18 de setembro de 1962 Tunísia - 12 de novembro de 1956 Turquemenistão - 2 de março de 1992 Turquia - 24 de outubro de 1945 Tuvalu - 5 de setembro de 2000 Ucrânia - 24 de outubro de 1945 Uganda - 25 de outubro de 1962 Uruguai - 18 de dezembro de 1945 Uzbequistão - 2 de março de 1992 Vanuatu - 15 de setembro de 1981 Venezuela - 15 de novembro de 1945 Vietnã - 20 de setembro de 1977 Zâmbia - 1 de dezembro de 1964 Zimbabwe - 25 de agosto de 1980 Adicionalmente aos estados-membros, há os estados observadores não membros: a Santa Sé (Cidade do Vaticano), que mantém um observador permanente em uma missão no escritório das Nações Unidas. Em 29 de novembro de 2012, a Autoridade Nacional Palestiniana foi admitida como Estado observador. Por longo tempo, devido a sua tradição de neutralidade, a Suíça permaneceu como observadora. No entanto, após um referendo nacional, tornou-se um membro pleno em 10 de setembro de 2002. O Saara Ocidental mantém laços diplomáticos com aproximadamente 70 estados e é membro pleno da União Africana como República Árabe Sarauí Democrática. No entanto, por não ter soberania efetiva, administrando apenas uma pequena região no território do Saara Ocidental e com um governo no exílio baseado no campo de refugiados de Tindouf, Argélia, não é representado na ONU. Algumas organizações internacionais, organizações não-governamentais ou entidades cuja soberania e status não são precisamente definidos, como o Comitê International da Cruz Vermelha e a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários da Cruz de Malta (SMOM), têm o mesmo status de observadores, mas não como estados. A ONU NO BRASIL As Nações Unidas têm representação fixa no Brasil desde 1947. A presença da ONU em cada país varia de acordo com as demandas apresentadas pelos respectivos governos ante a Organização. No Brasil, o Sistema das Nações Unidas está representado por agências especializadas, fundos e programas que desenvolvem suas atividades em função de seus mandatos específicos. A Equipe de País (conhecida por sua sigla em inglês, UNCT) está conformada pelos Representantes desses organismos, sob a liderança do Coordenador Residente. O UNCT é presidido pelo Coordenador Residente, posto normalmente ocupado pelo Representante Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvol- vimento (PNUD), e tem, entre suas principais funções, a missão de definir estratégias, coordenar o trabalho da Equipe e compartilhar informações entre todos seus participantes. A elaboração de iniciativas conjuntas entre os diversos escritórios, avaliar o trabalho da ONU no País e coordenar a ação dos diversos grupos interagenciais, fazem também parte de sua missão. Seu principal objetivo é maximizar, de maneira coordenada, o trabalho da ONU, para que o Sistema possa proporcionar uma resposta coletiva, coerente e integrada às prioridades e necessidades nacionais, no marco dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e dos demais compromissos internacionais. A forma de apoio que o Sistema das Nações Unidas dá ao Brasil muda de uma agência para outra, já que elas desenvolvem no País as tarefas indicadas por seus respectivos mandatos e atuam em áreas específicas. Em geral, as agências atuam de forma coordenada, desenvolvendo projetos em conjunto com o governo – tanto em nível federal como estadual e municipal –, com a iniciativa privada, instituições de ensino, ONGs e sociedade civil brasileira, sempre com o objetivo de buscar, conjuntamente, soluções para superar os desafios e dificuldades presentes na criação e implementação de uma agenda comum em favor do desenvolvimento humano equitativo. A maioria dos organismos da ONU no Brasil tem sede em Brasília. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano sustentável, o crescimento do país e o combate à pobreza, o Sistema das Nações Unidas no Brasil tem a constante missão de alinhar seus serviços às necessidades de um país dinâmico, multifacetado e diversificado. O BRASIL NA MINUSTAH (HAITI) O Haiti ocupa o terço oeste da Ilha Hispaniola - segunda maior ilha das Grandes Antilhas - no Mar do Caribe. A República Dominicana ocupa os outros dois terços dessa ilha. O País possui superfície de 27.750 km² e seus limites são: Oceano Atlântico ao Norte, República Dominicana a Leste, Mar do Caribe ao Sul e passagem de Sotavento a Oeste. Sua capital é Porto Príncipe e o francês e crioulo são os idiomas oficiais. O catolicismo constitui-se na religião oficial, mas a influência africana é marcante em práticas místicas como o vodu. Predomina o clima tropical e a hora local é de menos 02 h em relação à Brasília. Seu relevo é montanhoso e a agricultura - base da economia - ocupa vales e planícies costeiras. O Haiti foi o primeiro país de maioria negra a conquistar a |10| libertação dos escravos, em 1794, e a independência, em 1804. Entretanto, é o país mais pobre da América Central. A Ilha Hispaniola foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1492. Já no fim do Século XVI, quase toda a população nativa havia desaparecido, escravizada ou morta pelos conquistadores. A parte ocidental da ilha, onde hoje fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697. No Século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café. Após uma revolta de escravos, a servidão foi abolida em 1794. Nesse mesmo ano, a França passou a dominar toda a ilha. Em 1801, o ex- escravo Toussaint Louverture tornou-se governador geral, mas, logo depois, foi deposto e morto pelos franceses. O líder Jacques Dessalines organizou o Exército e derrotou os franceses em 1803. No ano seguinte, foi declarada a independência e Dessalines proclamou-se imperador. Após período de instabilidade, o país é dividido em dois e a parte oriental - atual República Dominicana - foi reocupada pela Espanha. Em 1822, o presidenteJean- Pierre Boyer reunificou o país e conquistou toda a ilha. Em 1844, porém, nova revolta derrubou Boyer e a República Dominicana conquistou a independência. Da segunda metade do Século XIX ao começo do Século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos Estados Unidos da América (EUA) ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses norte-americanos no país. Em 1946, foi eleito um presidente negro, Dusmarsais Estimé. Após a derrubada de mais duas administrações governamentais, o médico François Duvalier foi eleito presidente em 1957. François Duvalier, conhecido como Papa Doc, instaurou feroz ditadura, baseada no terror policial dos tontons macoutes (bichos-papões) - sua guarda pessoal -, e na exploração do vodu. Presidente vitalício, a partir de 1964, Duvalier exterminou a oposição e perseguiu a Igreja Católica. Papa Doc morreu em 1971 e foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier - o Baby Doc. Em 1986, Baby Doc decretou estado de sítio. Os protestos populares se intensificaram e ele fugiu com a família para a França, deixando em seu lugar o General Henri Namphy. Eleições foram convocadas e Leslie Manigat foi eleito, em pleito caracterizado por grande abstenção. Manigat governou de fevereiro a junho de 1988, quando foi deposto por Namphy. Três meses depois, outro golpe pôs no poder o chefe da guarda presidencial, General Prosper Avril. Depois de mais um período de grande conturbação política, foram realizadas eleições presidenciais livres em dezembro de 1990, vencida pelo padre esquerdista Jean- Bertrand Aristide. Em setembro de 1991, Aristide foi deposto num golpe de Estado liderado pelo General Raul Cedras e se exilou nos EUA. A Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA impuseram sanções econômicas ao país para forçar os militares a permitirem a volta de Aristide ao poder. Em julho de 1993, Cedras e Aristide assinaram pacto em Nova York, acordando o retorno do governo constitucional e a reforma das Forças Armadas. Em outubro de 1993, porém, grupos paramilitares impediram o desembarque de soldados norte-americanos, integrantes de uma Força de Paz da ONU. O elevado número de refugiados haitianos que tentavam ingressar nos EUA fez aumentar a pressão americana pela volta de Aristide. Em maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU decretou bloqueio total ao país. A junta militar empossou um civil, Émile Jonassaint, para exercer a presidência até as eleições marcadas para fevereiro de 1995. Os EUA denunciaram o ato como ilegal. Em julho, a ONU autorizou uma intervenção militar, liderada pelos EUA. Jonaissant decretou estado de sítio em 1º de agosto. Em setembro de 1994, força multinacional, liderada pelos EUA, entrou no Haiti para reempossar Aristide. Os chefes militares haitianos renunciaram a seus postos e foram anistiados. Jonaissant deixou a presidência em outubro e Aristide reassumiu o País com a economia destroçada pelas convulsões internas. No período de 1994-2000, apesar de avanços como a eleição democrática de dois presidentes, o Haiti viveu mergulhado em crises. Devido à instabilidade, reformas políticas profundas não puderam ser implementadas. A eleição parlamentar e presidencial de 2000 foi marcada pela suspeita de manipulação por Aristide e seu partido. O diálogo entre oposição e governo ficou prejudicado. Em 2003, a oposição passou a clamar pela renúncia de Aristide. A Comunidade do Caribe, Canadá, União Europeia, França, Organização dos Estados Americanos e EUA, apresentaram-se como mediadores. Entretanto, a oposição refutou as propostas de mediação, aprofundando a crise. Em fevereiro de 2004, conflitos armados eclodiram em Gonaives, espalhando-se por outras cidades nos dias subsequentes. Gradualmente, os insurgentes assumiram o controle do norte do Haiti. Apesar dos esforços diplomáticos, a oposição armada ameaçou marchar sobre Porto Príncipe. Aristide deixou o País em 29 de fevereiro e asilou-se na África do Sul. De acordo com as regras de sucessão constitucional, o presidente da Suprema Corte Bonifácio Alexandre, assumiu a presidência, interinamente. Bonifácio requisitou, de imediato, assistência das Nações Unidas para apoiar uma transição política pacífica e constitucional e manter a segurança interna. Nesse sentido, o Conselho de Segurança (CS) aprovou o envio da Força Multinacional Interina (MIF) que, prontamente, iniciou seu desdobramento, liderada pelos EUA. Considerando que a situação no Haiti ainda constitui ameaça para a paz internacional e a segurança na região, o CS decidiu estabelecer a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), que assumiu a autoridade exercida pela MIF em 01 de junho de 2004. Para o comando do componente militar da MINUSTAH (Force Commander) foi designado o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Exército Brasileiro. O efetivo autorizado para o contingente militar é oriundo dos seguintes países contribuintes: Argentina, Benin, Bolívia, Brasil, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai. A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), como acabamos de ver, foi criada por Resolução do Conselho de Segurança da ONU, em fevereiro 2004, para restabelecer a segurança e normalidade institucional do país após sucessivos episódios de turbulência política e violência, que culminaram com a partida do então presidente, Jean Bertrand Aristide, para o exílio. O Brasil comanda as forças de paz no Haiti, que tem a participação de tropas de outros 15 países, mantendo na ilha um efetivo de |11| capacetes azuis da Marinha, do Exército e da Força Aérea. A participação dos militares brasileiros é reconhecida pelo povo haitiano e por autoridades internacionais pela desenvoltura com que combinam funções militares, como o patrulhamento, com atividades sociais e de cunho humanitário. A presença da Minustah assegurou a realização de eleições presidenciais em 2006 e 2010, com passagem pacífica do poder. A missão da ONU também atuou no esforço de reconstrução do Haiti após o terremoto devastador de janeiro de 2010. Em coordenação com a ONU e com os países da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) que integram a Missão, o Brasil projeta a retirada gradual de suas tropas, à medida que o governo haitiano demonstre disposição e capacidade de garantir a segurança do país. De olho na Notícia! TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR - TNP Em agosto de 1945, o mundo conheceu os efeitos devastadores de uma bomba nuclear. Nessa ocasião, os Estados Unidos da América (EUA), para demonstrar seu poderio bélico, lançaram bombas nucleares nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. As consequências foram terríveis: desastres ambientais, centenas de milhares de pessoas morreram, desenvolvimento de queimaduras, cegueiras, surdez e cânceres. Diante dos efeitos destrutivos das armas nucleares, os países vencedores da Segunda Guerra Mundial, utilizando o discurso ideológico de inibir a expansão dessas armas, foram os principais responsáveis pela elaboração do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Esse tratado foi assinado em 1968 e passou a vigorar em 1970, possuindo, atualmente, 189 países. De acordo com as normas do TNP, apenas as nações que explodiram a bomba atômica antes de 1967 têm direito de possuir esse tipo de armamento. Esses países são: Estados Unidos da América, Federação Russa (que sucede a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), Reino Unido, França e China. Ironicamente, são os cinco países com poder de voto no Conselho de Segurançada Organização das Nações Unidas. Essas nações ―privilegiadas‖ podem manter seu armamento nuclear, no entanto, é extremamente proibido o fornecimento tanto de bombas quanto de tecnologia de fabricação para outros países. Outra exigência estabelecida pelo TNP é que o arsenal nuclear deve ser reduzido, porém isso nunca foi posto em prática por nenhum dos detentores de bombas atômicas. As outras nações do planeta, que não explodiram bombas atômicas antes de 1967, se comprometem, conforme assinado no TNP, a jamais produzir tais armas. Contudo, elas podem desenvolver tecnologia nuclear, desde que seja para fins pacíficos, como, por exemplo, para a produção de energia elétrica. Esses projetos, porém, devem passar pela inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, caso algo de errado seja detectado, o projeto é encaminhado para o Conselho de Segurança da ONU. Com relação aos países derrotados na Segunda Guerra Mundial, principalmente a Alemanha, a Itália e o Japão, o Tratado de Não Proliferação Nuclear estabeleceu regras ainda mais rígidas sobre o enriquecimento de urânio. Entretanto, as relações desses países com os que compõem o Conselho de Segurança da ONU se estabilizaram, fato que reduziu a ―perseguição‖ aos seus projetos nucleares. É importante ressaltar que algumas nações não assinaram o tratado e possuem bombas atômicas, como a Índia, Paquistão e Israel, que não confirma oficialmente. A Coreia do Norte, por sua vez, se retirou do tratado e é outro país que tem armas nucleares. Atualmente, a grande preocupação é com relação ao projeto nuclear iraniano, o qual muitos acreditam que seja para fins bélicos. |12| TRATADO DE PROIBIÇÃO (INTERDIÇÃO) COMPLETA DOS TESTES NUCLEARES Em 24 de setembro de 1996, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, foi aberto à assinatura o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (Comprehensive Nuclear- -Test- Ban Treaty – CTBT), pelo qual “cada Estado Parte compromete-se a não realizar nenhuma explosão experimental de armas nucleares ou qualquer outra explosão nuclear e a proibir e impedir qualquer explosão nuclear em qualquer lugar sob sua jurisdição ou controle”, tanto para fins militares como civis. As negociações do Tratado haviam se iniciado na Conferência do Desarmamento (CD) em Genebra em janeiro de 1994 e o texto final, copatrocinado por 127 países, inclusive o Brasil, foi adotado pela Assembleia Geral da ONU em 10 de setembro de 1996. O Brasil firmou o CTBT no primeiro dia. Ratificou menos de dois anos depois, em 24 de julho de 1998. Entende o Brasil que o CTBT constitui um instrumento para a correção do viés discriminatório do TNP, que faz distinção entre Estados nuclearmente armados e não nuclearmente armados. O CTBT era – e segue sendo – importante para o Brasil na medida em que estabelece regras idênticas para todos os países e instaura a proibição completa de explosões nucleares, o que a longo prazo tenderia a promover o desarmamento, além da não proliferação nuclear; acredita o Brasil que desarmamento e não proliferação são processos que se reforçam mutuamente e que, portanto, devem avançar juntos. Nessas condições, o Brasil vê o CTBT como um dos pilares fundamentais na arquitetura multilateral de desarmamento e não proliferação nucleares. Até 27 de abril de 2016, o tratado havia sido ratificado por 164 países, entre os quais a Rússia, França e o Reino Unido. No entanto, o documento ainda não entrou em vigor (até a referida data), porque oito países, incluindo os Estados Unidos e a China, ainda não avançaram com a ratificação. Neste dia, 27 de abril, durante uma cerimónia em Viena, Áustria, o secretário-geral da ONU apelou às grandes potências nucleares, incluindo os Estados Unidos, para que ratifiquem ―sem demora‖ o Tratado de Interdição. “Apelo aos Estados que restam, aos oito Estados que faltam, que assinem e ratifiquem o tratado sem demora”, declarou Ban Ki-moon A POLÊMICA SOBRE O PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO Como vimos, de acordo com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), somente os países que explodiram a bomba atômica antes de 1967 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) têm o direito de possuírem esse tipo de armamento. Porém, algumas nações não autorizadas possuem armas nucleares: Índia, Paquistão, Coreia do Norte, além de indícios da Ucrânia e de Israel. Acredita-se que em alguns anos, o Irã poderia ser outra nação na lista dos países detentores de armamentos nucleares. O projeto nuclear iraniano teve início nos anos 50, com auxílio técnico dos Estados Unidos, recebendo a denominação de ―Átomos para a Paz‖. No entanto, após a Revolução Islâmica de 1979, houve a sua paralisação. Vale salientar que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) que, como vimos, proíbe o desenvolvimento dessas armas porém garante o direito de dominar a tecnologia nuclear para fins pacíficos. Em 2002, um grupo de oposição no Irã, revelou atividades do programa nuclear iraniano, até então secretas, incluindo a construção de uma usina de enriquecimento de urânio em Natanz e um reator de água pesada em Arak. O urânio enriquecido pode ser usado para fabricar armas nucleares, e o combustível de um reator de água pesada contém plutônio apropriado para uma bomba. Em 2009, o país revelou a existência de uma nova instalação subterrânea em Fordo. Posteriormente, o governo iraniano concordou em inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela vigilância nuclear. Mas a agência não conseguiu confirmar as afirmações do Irã de que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e de que não tem como objetivo desenvolver armas nucleares. Isso levou os EUA e seus aliados europeus a pressionarem o Irã a suspender o enriquecimento de urânio - que pode ser usado tanto para fins civis como para construir bombas nucleares. No entanto, a eleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, interrompeu qualquer avanço nas negociações, e a AIEA levou o Irã ao Conselho de Segurança da ONU, por descumprir o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Ahmadinejad, que governou até 2013, alegava que o programa nuclear iraniano possuía fins pacíficos, e que os EUA queriam tirar do Irã o ―direito‖ de produzir energia através desse seu programa nuclear. Desde então, o Conselho de Segurança adotou seis resoluções que exigem que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio. Algumas delas impuseram sanções. Em 2012, os EUA e a União Europeia começaram a impor sanções adicionais às exportações de petróleo e bancos iranianos, um duro golpe à economia local. Apesar disso, o Irã continuou a enriquecer urânio. Houve várias rodadas de negociações entre o Irã e o chamado P5+1, grupo que reúne os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Reino Unido, França, China, Rússia - e a Alemanha. Por anos não houve avanço. Mas cerca de cinco meses depois, após conversas bilaterais secretas entre EUA e Irã, negociadores acertaram um acordo interino. Qual foi o acordo? Sob o Plano de Ação Conjunta, que entrou em vigor em janeiro de 2014, o Irã efetivamente concordou em congelar sua produção de urânio enriquecido com pureza acima de 5% e comprometeu-se a diluir ou converter em óxido seu estoque de urânio enriquecido a quase 20%. O Irã disse que não iria instalar novas centrífugas de urânio ou construir novas instalações de enriquecimento. O país também concordou em não alimentar o reator em Arak e não construir uma instalação para reprocessamento de combustível. Enquanto a maior parte das sanções internacionais - incluindo medidasque atingem os setores de petróleo, bancário e financeiro do Irã - foi mantida, o P5+1 concordou que o Irã repatriasse cerca de US$ 4,2 bilhões em receitas de vendas de |13| petróleo congeladas em contas externas. As vendas de produtos petroquímicos, negociações em ouro e outros metais preciosos e transações com empresas estrangeiras envolvidas da indústria automotiva iraniana tiveram autorização para serem retomadas. A expectativa era de que essas medidas gerassem receitas de US$ 1,5 bilhão. O Irã também recebeu acesso a US$ 400 milhões em dinheiro para pagar a mensalidade de iranianos estudando no exterior, comprar peças de reposição para aviões civis e alimentos e remédios de ajuda humanitária. Por que se desconfia do Irã? O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou em 2009: "Nós rejeitamos fundamentalmente as armas nucleares e proibimos a utilização e produção de armas nucleares". Mas a AIEA publicou um relatório em 2011 alegando ter informação de "credibilidade" de que o Irã teria realizado atividades "relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear". O relatório destacou um complexo militar em Parchin, ao sul de Teerã, que a AIEA não visita desde 2005. Os EUA alegaram que o Irã tinha um programa de armas nucleares em 2003, mas que os principais líderes iranianos interromperam-no quando ele foi descoberto. Em setembro de 2014, a AIEA disse que o Irã não conseguiu explicar questões da investigação sobre detonadores que poderiam ser usados para disparar uma arma nuclear, e também explicar estudos que poderiam ser relevantes para o cálculo do rendimento explosivo de uma arma nuclear. O Irã também continuava a recusar a entrada de inspetores em Parchin, disse a agência. O Irã seria capaz de construir uma bomba atômica? As opiniões são divergentes quanto a isso. O secretário de Estado americano, John Kerry, disse em uma audiência no Senado em abril de 2014 que o Irã teria capacidade de produzir urânio para uma bomba nuclear em dois meses, caso o país quisesse. No entanto, Kerry disse que isso não significaria que o Irã já tivesse uma ogiva. Isso foi antes da AIEA ter confirmado, em julho, que o país havia convertido todo o seu estoque de urânio enriquecido a 20% em formas que apresentassem um risco menor de proliferação. Especialistas do Instituto para Ciência e Segurança Internacional, sediado em Washington, advertiram em um relatório de setembro de 2013 que qualquer processo de fabricação de bombas seria feito secretamente. Assim, estipular prazos era extremamente difícil. Na verdade, especialistas preveem há décadas que o Irã esteja à beira de construir uma bomba nuclear. Apesar da AIEA ser capaz de monitorar a quantidade de urânio, é difícil avaliar as competências relativas dos cientistas envolvidos na pesquisa nuclear e bélica. Irã e potências mundiais chegam a acordo nuclear No dia 14 de julho de 2015, o Irã e as grandes potências conseguiram concluir um acordo histórico em Viena, na Áustria, para limitar o programa nuclear iraniano. O objetivo é evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear e garantir que o programa nuclear seja usado apenas para fins pacíficos. Em troca, serão retiradas as sanções internacionais contra o país. “Hoje é um dia histórico. É com grande honra que anunciamos ter alcançado um acordo nuclear com o Irã”, disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, durante o anúncio oficial. "As decisões que tomamos hoje não tratam apenas do programa nuclear iraniano, mas também podem abrir um novo capítulo nas relações internacionais", completou. Os chefes da diplomacia do Irã, do grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) e da União Europeia negociavam há 17 dias no palácio de Coburg da capital austríaca. As discussões deveriam ter acabado em 30 de junho, mas a data limite foi prorrogada em várias ocasiões em função das divergências em "questões difíceis", que terminaram solucionadas. O acordo foi celebrado principalmente pelo presidente americano, Barack Obama, e iraniano Hassan Rohani. Mas apesar dos avanços, ele não encerra a controvérsia sobre uma das questões diplomáticas mais críticas no momento: a União Europeia o definiu como um "sinal de esperança para o mundo inteiro", enquanto o governo de Israel o chamou de "rendição histórica". De acordo com a diplomata italiana, o texto é complexo, detalhado e técnico, mas respeita os interesses dos envolvidos. “É um bom acordo, para todos os lados. Estamos comprometidos que ele seja plenamente implementado. Pedimos que a comunidade internacional apoie a implementação desse acordo”, afirmou Federica Mogherini. “É o fim destas negociações, mas não é o fim de nosso trabalho conjunto”, disse ela. "Hoje poderia ter sido o final da esperança, mas estamos perante um novo capítulo", disse o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, sobre o fim das negociações na capital austríaca para se fechar o histórico acordo. "Acho que esse é um momento histórico. Estamos fechando um acordo que não é perfeito, mas sim o que pudemos conseguir. É uma conquista importante", destacou. Ao mesmo tempo, o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinaram um "mapa do caminho" que autoriza uma investigação sobre o passado do programa nuclear de Teerã, em função da suspeita de uma possível dimensão militar, anunciou o diretor geral do órgão da ONU. "Acabo de assinar o mapa do caminho entre a República Islâmica do Irã e AIEA para o esclarecimento das questões em suspenso do passado e do presente relativas ao programa nuclear iraniano", declarou Yukiya Amano à imprensa, antes de celebrar o "avanço significativo" que o acordo representa. "Confio em nossa capacidade de cumprir com este importante trabalho", afirma o diretor geral da AIEA em um comunicado publicado na sede do organismo da ONU, em Viena. O Acordo O objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano tenha um caráter não militar, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país. O texto, que autorizaTeerã a prosseguir com o programa nuclear civil, abre o caminho para uma normalização da presença do Irã no cenário internacional. O documento final entre Teerã e as grandes potências, de cerca de 100 páginas, prevê a eliminação de todas as |14| sanções internacionais contra o Irã, que também sairá da lista de países sancionados pela ONU. O pacto final tem como base os grandes princípios estabelecidos em Lausanne em abril: Teerã se compromete a reduzir a capacidade nuclear (redução de dois terços do número de centrífugas de urânio em 10 anos, de 19.000 a 6.104, diminuição das reservas de urânio enriquecido) durante vários anos e a permitir que os inspetores da AIEA realizem inspeções profundas em suas instalações. O Irã aceitou conceder um acesso limitado a locais militares, com base no protocolo adicional que permite um controle reforçado do programa nuclear de Teerã, afirmou uma fonte iraniana. "Nossos locais militares não estão abertos aos visitantes porque cada país tem o direito de proteger seus segredos. O Irã não é uma exceção. No entanto, o Irã vai aplicar e protocolo adicional (ao Tratado de Não Proliferação Nuclear) e com esta base dará um acesso programado a certas instalações militares definidas no texto", declarou a fonte. Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o Irã será autorizado a conduzir pesquisa e desenvolvimento com urânio para centrífugas avançadas durante os primeiros 10 anos do acordo, de uma maneira que não acumule urânio enriquecido. Sanções As agências de notícias informam que o país vai continuar submetidoa um embargo no comércio de armas por pelo menos cinco anos, e sanções contra mísseis por oito anos. As sanções voltam a entrar em vigor caso alguma parte do acordo não seja cumprida pelos iranianos. A aplicação das medidas do pacto será dividida em três etapas: uma preliminar, uma operacional e outra executiva. Segundo a agência estatal iraniana IRNA, ―bilhões de dólares em ativos iranianos congelados serão liberados, as proibições referentes à aviação do país serão canceladas após três décadas‖, assim como as restrições contra o Banco Central iraniano, o Exército do país e outras empresas estatais. As sanções poderão ser levantadas progres- sivamente a partir do início de 2016, mas o acordo também prevê seu restabelecimento em caso de violação dos compromissos por parte da República Islâmica, informou um diplomata francês, segundo a France Presse. Elas voltariam em 65 dias caso o acordo seja violado, disse à Reuters. O levantamento das sanções deverá esperar uma reunião da AIEA prevista para o meio de dezembro, na qual será confirmado que o Irã respeita seus compromissos, disse a fonte. Comemoração Poucas horas depois do anúncio, os iranianos desceram às ruas de Teerã para comemorar o acordo. Centenas de pessoas se reuniram na maior avenida de Teerã, Valiye Asr, buzinando seus veículos, pouco após a quebra do jejum do Ramadã, o mês sagrado do Islã. Como um sinal de que o fim das discussões estaria próximo, o ministro iraniano do Interior pediu que as autoridades locais preparem um cenário de comemoração nas ruas. A população, que elegeu o presidente Hassan Rohani em 2013 com a promessa de conseguir a suspensão das sanções, espera uma melhora de suas condições de vida. Em discurso televisionado, o presidente disse "uma nova era começou". “Após 23 meses de negociações com potências mundiais, alcançamos um acordo. As potências mundiais demonstraram respeito em relação ao Irã durante as negociações. Nós não pedimos caridade. Pedimos negociações justas, em que todos ganhassem”, disse Rohani em discurso após o anúncio oficial do acordo. Segundo ele, o povo corajoso do Irã permitiu que o acordo fosse alcançado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o acordo pode "contribuir de maneira essencial à manutenção da paz e à estabilidade na região e fora dela". Em um comunicado da ONU, Ban felicita os negociadores por sua determinação e "admira a coragem dos líderes que aprovaram este acordo". "Espero e de fato acredito que este acordo conduza a uma maior compreensão e cooperação mútua sobre muitos e graves desafios que a segurança no Oriente Médio enfrenta", afirma o chefe das Nações Unidas. A ONU "está disposta a cooperar plenamente com as partes envolvidas para aplicar este acordo importante e histórico", conclui o texto. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que as seis potências fizeram uma escolha firme em favor da estabilidade e cooperação. "O mundo agora pode respirar um pouco de alívio", disse Putin em nota no site do Kremlin. "Apesar de tentativas de justificar cenários com base na força, os negociadores fizeram uma escolha firme em favor da estabilidade e cooperação", afirmou. Putin acrescentou que o acordo ajudará a cooperação civil nuclear entre a Rússia e o Irã e contribuirá para combater o terrorismo no Oriente Médio. O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que o acordo é um grande marco na história do Irã, da região e do mundo, segundo a agência estatal síria. Assad qualificou o pacto de "grande vitória e conquista histórico" do Irã, e opinou que representa "um reconhecimento inequívoco dos países do mundo ao pacifismo do programa nuclear do Irã, que garante a conservação de seus direitos nacionais". Segundo sua opinião, o acordo é "a culminação da constância do povo iraniano na hora de enfrentar as sanções injustas impostas contra a República Islâmica". O Vaticano, por meio de seu porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, avaliou "positivamente" o acordo e afirmou que a decisão "exige continuar com os esforços e o compromisso de todos para que possa dar seus frutos". "A Santa Sé considera positivo o acordo sobre o programa nuclear iraniano", indicou em comunicado o porta-voz vaticano. "Trata-se de um resultado importante das negociações realizadas até o momento, mas que requer a continuação do esforço e do compromisso de todos para que dê frutos", estimou Lombardi. Frutos que o Vaticano espera que "não se limitem só ao âmbito do programa nuclear, mas se estendam a outros setores". O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse em um comunicado que o acordo alcançado constitui um avanço histórico e que deve reforçar a segurança internacional. "Este acordo constitui um avanço histórico que, uma vez implementado em sua totalidade, reforçará a segurança internacional", declarou Stoltenberg. O Brasil também se manifestou, dizendo que recebeu o anúncio "com grande satisfação". "O Governo brasileiro saúda todas as partes pela vontade política, persistência e determinação demonstradas ao longo de processo negociador complexo e de elevada sensibilidade. Essas qualidades serão cruciais também para a plena e oportuna execução do acordo", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. "O acordo hoje anunciado evidencia, uma vez mais, a eficácia da diplomacia |15| e da negociação como os instrumentos capazes de construir uma paz verdadeiramente sustentável", diz a nota. Críticas Mesmo sem anúncio oficial sobre o acordo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o acordo nuclear do Irã é um ―erro de proporções históricas‖. "O Irã terá um caminho livre para desenvolver armas nucleares e muitas das restrições que o impediam serão suspensas. Esse é o resultado quando se deseja um acordo a todo custo", disse Netanyahu através de comunicado divulgado antes do início de uma reunião com o ministro de Relações Exteriores da Holanda, Bert Koenders. "Fizeram grandes concessões em todos os temas que deviam impedir que o Irã consiga armas nucleares. Adicionalmente, o Irã receberá bilhões de dólares para alimentar sua máquina terrorista e sua agressividade e expansão pelo Oriente Médio", completou. O primeiro-ministro reiterou que um acordo não pode ser evitado quando os negociadores estão "dispostos a fazer concessões a quem, inclusive durante as conversas, gritava 'morte aos EUA”, disse Netanyahu, em referência a uma manifestação realizada em Teerã no último fim de semana e na qual foram queimadas bandeiras americanas e israelenses. Sobre os próximos passos de seu governo, Netanyahu disse que seu "compromisso" de impedir que o Irã tenha capacidade de fabricar armas nucleares "segue em vigor". O ex-ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman classificou a jornada de hoje como "um dia negro para todo mundo livre". Já o ministro de Ciência e Tecnologia, Dani Danon, afirmou que o pacto entre o Grupo 5+1 e o Irã é como "dar um fósforo a um piromaníaco". A vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, afirmou que o acordo significa "uma capitulação de proporções históricas perante o eixo do mal dirigido pelo Irã". "As consequências deste acordo no futuro próximo são muito graves. Irã recebeu um respaldo para continuar expandindo (a influência) de seus aliados terroristas pela região", acrescentou Tzipi em comunicado. O MUNDO APÓS A GUERRA FRIA- A NOVA ORDEM MUNDIAL A Nova Ordem Mundial é um conceito político e econômico que se refere ao contexto histórico do mundo pós-guerra fria. Estabeleceu-se no fim da década de 80, com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das transformações ocorridas no Leste Europeu com a desintegração do bloco soviético. O termo Nova Ordem Mundialé aplicado de forma abrangente. Em um contexto atual, pode se referir também à importância das novas tecnologias em um mundo progressivamente globalizado e às novas formas de controle tecnológico sobre as pessoas. A Nova Ordem Mundial busca garantir o desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a partir de uma hierarquização de países, de acordo com seu nível de desenvolvimento e de especialização econômica. Em âmbito geral, podemos citar algumas características deste contexto: Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois polos de força, que eram Estados Unidos e URSS) foi substituída pela chamada pax imperial americana, que significa que não existia país no mundo capaz de se contrapor ao poderio militar americano. A supremacia militar incontestável dos Estados Unidos passaria a ser exercida de forma intensa em todas as partes do mundo onde seus interesses econômicos ou geopolíticos se fizerem presentes. Em termos econômicos e tecnológicos temos a multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: o primeiro, organizado em torno dos EUA; o segundo, em torno da Europa (União Europeia) e um terceiro, o bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a Índia e até mesmo a Rússia. A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico de países não-desenvolvidos e resultante de sua industrialização e modernização recente. No ano 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou que a população urbana mundial superou a população rural. Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova divisão internacional do trabalho (DIT) não separa apenas países exportadores de manufaturados de países exportadores de matéria-prima. A urbanização é acelerada e irreversível em especial nos países em desenvolvimento. É geralmente caótico, o que agrava os problemas ambientais e concentra a pobreza, potencializando seus aspectos negativos. NEOLIBERALISMO Para que possamos compreender o que venha a ser Neoliberalismo, suas características e como ―ele‖ interfere no comportamento do mercado financeiro brasileiro e mundial faz-se necessário que entendamos primeiramente o que vem a ser o Liberalismo Econômico. Em tese, podemos definir o liberalismo econômico como sendo uma ideologia baseada na organização da economia em linhas individualistas, o que significa que o maior número possível de decisões econômicas são tomadas por indivíduos e não por instituições ou organizações coletivas. O pressuposto básico da teoria liberal é a emancipação da economia de qualquer dogma externo a ela mesma. Assim, os grandes defensores de tal ideologia, tais como Adam Smith (1723 – 1790), combatiam a intervenção do estado na economia. Para ele, a economia deveria ser regida por leis naturais, sem regulamentação ou interferência estatal. Smith acreditava que, a fonte de riqueza de uma nação estava no trabalho livre, sem ter, logicamente nenhuma interferência do estado. A ideologia liberal é bastante criticada por não aceitar a regulamentação do mercado por parte do estado. Segundo seus defensores, a economia deve ser regida pela ―mão invisível‖ do mercado. CRISE DE 29 – A PRIMEIRA GRANDE CRISE DO “LIBERALISMO” Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países europeus. Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução |16| das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte- americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte- americanos tinham investimentos nestas ações. Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores. A crise, cujo um dos principais fatores foi justamente o ―excesso‖ de liberalismo, também conhecida como ―A Grande Depressão‖, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes. A IDÉIA DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA SE FORTALECE Objetivando combater os efeitos da crise de 29, o governo norte-americano lança em 1933 o plano conhecido como New Deal. O New Deal (―Novo Acordo‖ em português) foi um conjunto de medidas econômicas e sociais tomadas pelo governo Roosevelt, entre os anos de 1933 e 1937, com o objetivo de recuperar a economia dos EUA e que teve como princípio básico a forte intervenção do Estado na economia. Embora não fosse propriamente um projeto coerente de reformas políticas, econômicas e sociais, as políticas implementadas por Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande Depressão lançaram as bases do estado keynesiano. AS IDÉIAS KEYNESIANAS – ESTADO PRESENTE / ESTADO PLANEJADOR Segundo o economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) a tal ―mão invisível‖ do mercado não resulta no que pregam os economistas mais ortodoxos, no equilíbrio entre o bem-estar global e os agentes econômicos. Segundo ele a não intervenção do estado na economia pode levar à crise. A teoria de John Maynard Keynes, que se baseia na intervenção do Estado foi colocada em prática após o fim da II Guerra Mundial, como uma opção para a recuperação dos países devastados pela guerra. Nesse momento, essa ideologia é conhecida como Welfare State (Estado de Bem-Estar Social), que prega a atuação do estado visando garantir as condições dignas básicas aos seus cidadãos. OS ACORDOS DE BRETTON WOODS – 1944 Um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, 1944, por iniciativa dos EUA, os países capitalistas que combatiam o EIXO reuniram-se na Conferência de Breton Woods. Naquele momento surgia o Sistema de Breton Woods, que foi na verdade um conjunto de regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo. Ali foram organizadas as bases da economia do mundo pós-2ª guerra. Ali, ficou estabelecido, por exemplo: * O dólar ganharia estatuto de ―moeda mundial‖, tornando-se o veículo principal das transações comerciais e das finanças internacionais. * Cada país deveria adotar uma política monetária que mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de um determinado valor indexado ao dólar. (O sistema Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história mundial, de uma ordem monetária totalmente negociada, tendo como objetivo governar as relações monetárias entre Nações-Estado independentes). * A criação do FMI – surgiu com o objetivo de oferecer créditos de curto prazo destinados a evitar que crises financeiras nacionais se alastrassem para a economia mundial. (Como aconteceu em 1929). O FMI seria uma espécie de "caixinha" de todos os países, que poderiam fazer movimentações de dinheiro do caso necessitassem de injeção
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