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PDf - Atualidades_-_prof._ticyano_lavor

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|1| 
 
 
 
 
 
 
|2| 
 
 
ATUALIDADES 
 
PROF. TICYANO LAVOR 
 
 
SUMÁRIO 
 
01. GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES INTERNACIONAIS ..... 3 
02. NEOLIBERALISMO: O LIBERALISMO “RESSURGE” 
 COM UMA NOVA “ROUPAGEM”: ................................ 17 
03. A CRISE IMOBILIÁRIA DOS ESTADOS UNIDOS ........... 50 
04. CRISE NA ZONA DO EURO .......................................... 55 
05. UM “FENÔMENO” CHAMADO CHINA ......................... 58 
06. O FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO ............................. 63 
07. PRIMAVERA ÁRABE ..................................................... 74 
08. A REAPROXIMAÇÃO ENTRE EUA E CUBA .................. 77 
09. PAPA FRANCISCO ........................................................ 83 
10. 2016: ANO DE ESCOLHA DE UM 
NOVO PRESIDENTE NORTE-AMERICANO ................. 88 
11. CRISE DO “POPULISMO” LATINO AMERICANO .......... 93 
12. INFLAÇÃO OFICIAL 2015 .......................................... 100 
13. A OPERAÇÃO LAVA JATO ........................................ 104 
14. CULTURA DO ESTUPRO ............................................. 113 
15. OLIMPÍADAS NO BRASIL ........................................... 115 
16. VIRUS DA ZIKA ........................................................... 118 
17. CIÊNCIA E TECNOLOGIA ........................................... 120 
18. MEIO AMBIENTE ........................................................ 123 
19. CÂNCER ...................................................................... 132 
 
 
 
 
 
|3| 
01 GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES INTERNACIONAIS 
 
 UMA BREVE PASSAGEM PELA GUERRA FRIA 
 
 
 
A Guerra Fria oficialmente tem início logo após a 
Segunda Guerra Mundial (pós-1945), quando os Estados 
Unidos e a União Soviética passam a disputar a 
hegemonia política, econômica e militar no mundo. 
O mundo fica, portanto, bipolarizado. A União Soviética 
possuía um sistema socialista, baseado na economia 
planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade 
social e falta de democracia. Já os Estados Unidos, a 
outra potência mundial, defendia a expansão do sistema 
capitalista, baseado na economia de mercado, sistema 
democrático e propriedade privada. Na segunda metade 
da década de 1940 até 1989, estas duas potências 
tentaram implantar em outros países os seus sistemas 
políticos e econômicos. A definição para a expressão 
guerra fria é de um conflito que aconteceu no campo 
ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e 
direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, 
estes dois países estavam armados com centenas de 
mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o 
fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta 
Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em 
outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã. 
 
 PAZ ARMADA 
 
Na verdade, uma expressão explica muito bem 
este período: a existência da Paz Armada. As duas 
potências envolveram-se numa corrida armamentista, 
espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e 
nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio 
bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, 
pois haveria o medo do ataque inimigo. Nesta época, 
formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era 
defender os interesses militares dos países membros. 
A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte 
(surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados 
Unidos e tinha suas bases nos países membros, 
principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de 
Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia 
militarmente os países socialistas. 
 
CORRIDA ESPACIAL 
 
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no 
que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para 
tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso 
ocorria, pois havia certa disputa entre as potências, com o 
objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais 
avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete 
Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o 
espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde 
acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, 
com a missão espacial norte-americana. 
(professor Ticyano Lavor. 
https://www.facebook.com/ticyano.lavor.7?fref=ts) 
 
CAÇA AS BRUXAS 
 
Os EUA lideraram uma forte política de combate 
ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o 
cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até 
mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma 
campanha valorizando o "american way of life". Vários 
cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por 
defenderem idéias próximas ao socialismo. O 
Macartismo, comandado pelo senador republicano 
Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. 
Essa ideologia também chegava aos países aliados dos 
EUA, como uma forma de identificar o socialismo com 
tudo que havia de ruim no planeta. Na URSS não foi 
diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes 
perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que 
não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair 
destes países, por exemplo, era praticamente impossível. 
Um sistema de investigação e espionagem foi muito 
usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-
americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários 
da KGB faziam os serviços secretos soviéticos. 
 
"CORTINA DE FERRO" 
 
Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida 
em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. 
A República Democrática da Alemanha, com capital em 
Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, 
portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, 
com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a 
influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi 
dividida entre as quatro forças que venceram a guerra: 
URSS, EUA, França e Inglaterra. No final da década de 
1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em 
duas partes: uma capitalista e outra socialista. É a 
vergonhosa "cortina de ferro". 
 
 PLANO MARSHALL E COMECON 
 
As duas potências desenvolveram planos para 
desenvolver economicamente os países membros. No 
final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o 
Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, 
principalmente através de empréstimos, para reconstruir 
os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra 
Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 
com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países 
socialistas. 
 
 
 
 
 
|4| 
 ENVOLVIMENTOS INDIRETOS 
 
 Guerra da Coréia: Entre os anos de 1951 e 1953 a 
Coréia foi palco de um conflito armado de grandes 
proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na 
China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema 
socialista em todo seu território. A região sul da 
Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados 
Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois 
anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no 
paralelo de número 38. A Coréia do Norte ficou sob 
influência soviética e com um sistema socialista, 
enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema 
capitalista. 
 
 Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 
1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e 
URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de 
todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em 
enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos 
soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de 
pessoas, entre civis e militares morreram nos 
combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que 
abandonar o território vietnamita de forma 
vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser 
socialista. 
 
 FIM DA GUERRA FRIA 
 
A falta de democracia, o atraso econômico e a 
crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a 
crise do socialismono final da década de 1980. Em 1989 
cai o Muro de Berlim e as duas ―Alemanhas‖ são 
reunificadas. No começo da década de 1990, o então 
presidente da União Soviética Gorbachev começou a 
acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. 
Com reformas econômicas, acordos com os EUA e 
mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era 
o fim de um período de embates políticos, ideológicos e 
militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo 
implantado nos países socialistas. 
 
 CONHECENDO A ONU 
 
 A Organização das Nações Unidas, também 
conhecida pela sigla ONU, é uma organização 
internacional formada por países que se reuniram 
voluntariamente para trabalhar pela paz e o 
desenvolvimento mundiais. O preâmbulo da Carta das 
Nações Unidas – documento de fundação da 
Organização – expressa os ideais e os propósitos dos 
povos cujos governos se uniram para constituir as Nações 
Unidas: 
 
“Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a 
preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, 
que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe 
sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé 
nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no 
valor do ser humano, na igualdade de direitos dos 
homens e das mulheres, assim como das nações grandes 
e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a 
justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados 
e de outras fontes de direito internacional possam ser 
mantidos, e a promover o progresso social e melhores 
condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.” 
“E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns 
com os outros, como bons vizinhos, unir nossas forças 
para manter a paz e a segurança internacionais, garantir, 
pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, 
que a força armada não será usada a não ser no 
interesse comum, e empregar um mecanismo 
internacional para promover o progresso econômico e 
social de todos os povos.” 
“Resolvemos conjugar nossos esforços para a 
consecução desses objetivos. Em vista disso, nossos 
respectivos governos, por intermédio de representantes 
reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem 
seus plenos poderes, que foram achados em boa e 
devida forma, concordaram com a presente Carta das 
Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma 
organização internacional que será conhecida pelo nome 
de „Organização das Nações Unidas.” 
Depois da II Guerra Mundial, que devastou 
dezenas de países e tomou a vida de milhões de seres 
humanos, existia na comunidade internacional um 
sentimento generalizado de que era necessário encontrar 
uma forma de manter a paz entre os países. Porém, a 
ideia de criar a ONU não surgiu de uma hora para outra. 
Foram necessários anos de planejamento e dezenas de 
horas de discussões antes do surgimento da 
Organização. 
 
 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS QUE 
PRECEDERAM A ONU 
 
No fim do século 19, países começaram a criar 
organismos internacionais para cooperar em assuntos 
específicos. Por exemplo, já em 1865 foi fundada a União 
Telegráfica Internacional, conhecida hoje como União 
Internacional de Telecomunicações (ITU) e, em 1874, 
surgiu a União Postal Universal (UPU). Hoje, ambas são 
agências do Sistema das Nações Unidas. Em 1899, 
aconteceu a primeira Conferência Internacional para a 
Paz, em Haia (Holanda), que visava a elaborar 
instrumentos para a resolução de conflitos de maneira 
pacífica, prevenir as guerras e codificar as regras de 
guerra. A Organização que podemos chamar de 
predecessora da ONU é a Liga das Nações, uma 
instituição criada em circunstâncias similares durante a I 
Guerra Mundial, em 1919, sob o Tratado de Versailles. 
A Liga das Nações deixou de existir por causa da 
impossibilidade de evitar a II Guerra Mundial. O nome 
Nações Unidas foi concebido pelo presidente norte-
americano Franklin Roosevelt e utilizado pela primeira vez 
na Declaração das Nações Unidas, de 1º de janeiro de 
1942, quando os representantes de 26 países assumiram 
o compromisso de que seus governos continuariam 
lutando contra as potências do Eixo. A Carta das Nações 
Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países 
presentes à Conferência sobre Organização 
Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de 
abril a 26 de junho de 1945. As Nações Unidas, 
entretanto, começaram a existir oficialmente em 24 de 
outubro de 1945, após a ratificação da Carta por China, 
Estados Unidos, França, Reino Unido e a ex-União 
Soviética, bem como pela maioria dos signatários. No 24 
de outubro é comemorado em todo o mundo como o “Dia 
 
 
 
 
 
|5| 
das Nações Unidas”. Durante a primeira reunião da 
Assembléia Geral que aconteceu na capital do Reino 
Unido, Londres, em 1946, ficou decidido que a sede 
permanente da Organização seria nos Estados Unidos. 
 
 
 
Em dezembro de 1946, John D. Rockefeller Jr. 
ofereceu cerca de oito milhões de dólares para a compra 
de parte dos terrenos na margem do East River, na ilha 
de Manhattan, em Nova York. A cidade de NY ofereceu o 
restante dos terrenos para possibilitar a construção da 
sede da Organização. Hoje em dia, a estrutura central da 
ONU fica em Nova York, com sedes também em Genebra 
(Suíça), Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia), Addis Abeba 
(Etiópia), Bangcoc (Tailândia), Beirute (Líbano) e 
Santiago (Chile), além de escritórios espalhados em 
grande parte do mundo. 
 
 A ESTRUTURA DA ONU 
 
Quando a ONU foi fundada, em 24 de outubro de 
1945, ficou definido, na Carta da ONU que para seu 
melhor funcionamento seus membros, vindos de todos os 
cantos do planeta se comunicariam em seis idiomas 
oficiais: inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e 
russo. De acordo com a Carta, a ONU, para que pudesse 
atender seus múltiplos mandatos, teria seis órgãos 
principais, a Assembleia Geral, o Conselho de 
Segurança, o Conselho Econômico e Social, o 
Conselho de Tutela, a Corte Internacional de Justiça e 
o Secretariado. 
 
 Assembleia Geral 
 
A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão 
deliberativo da ONU. É lá que todos os Estados-Membros 
da Organização (193 países) se reúnem para discutir os 
assuntos que afetam a vida de todos os habitantes do 
planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm direito 
a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus 
membros. Assuntos em pauta: paz e segurança, 
aprovação de novos membros, questões de orçamento, 
desarmamento, cooperação internacional em todas as 
áreas, direitos humanos, etc. As resoluções – votadas e 
aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como 
recomendações e não são obrigatórias. 
 
As principais funções da Assembleia Geral são: 
 Discutir e fazer recomendações sobre todos os 
assuntos em pauta na ONU; 
 Discutir questões ligadas a conflitos militares – com 
exceção daqueles na pauta do Conselho de 
Segurança; 
 Discutir formas e meios para melhorar as condições de 
vida das crianças, dos jovens e das mulheres; 
 Discutir assuntos ligados ao desenvolvimento 
sustentável, meio ambiente e direitos humanos; 
 Decidir as contribuições dos Estados-Membros e como 
estas contribuições devem ser gastas; 
 Eleger os novos Secretários-Gerais da Organização. 
 
 Conselho de Segurança 
 
O Conselho de Segurança é o órgão da ONU 
responsável pela paz e segurança internacionais. Ele é 
formado por 15 membros: cinco permanentes, que 
possuem o direito a veto – Estados Unidos, Rússia, 
Grã-Bretanha, França e China – e dez membros não 
permanentes, eleitos pela Assembleia Geral por dois 
anos. Este é o único órgão da ONU que tem poder 
decisório, isto é, todos os membros das Nações Unidas 
devem aceitar e cumprir as decisões do Conselho, 
podendo até mesmo autorizar uma intervenção militar 
para garantir que suas resoluções sejam executadas. 
Paraque uma resolução deste Conselho seja aprovada, é 
preciso que ela receba no mínimo 9 votos, dentre os 15 
países membros que participam da eleição. É importante 
que, dentre esses 9 votos, 5 sejam dos países 
permanentes, pois se apenas um país permanente votar 
negativo, a resolução é vetada. A eleição é realizada pela 
Assembleia Geral da ONU, todos os anos, renovando 
50% do conselho (membros temporários). A cada ano são 
eleitos 5 novos países para o cargo. Esses 5 novos 
países assumem um mandato de 2 anos, e no ano 
seguinte a eleição vai substituir os outros 5 países. O 
Brasil já foi eleito 10 vezes para fazer parte do Conselho 
de Segurança Temporário da ONU, tendo o último 
mandato nos anos de 2010 e 2011. 
 
Atualmente temos: 
 
 Angola; Malásia; Venezuela; Nova Zelândia; 
Espanha (Mandato: 2015-2016). 
 Egito; Senegal; Japão; Uruguai; Ucrânia (Mandato: 
2016-2017). 
 
As principais funções do CS são: 
 Manter a paz e a segurança internacional; 
 Determinar a criação, continuação e encerramento 
das Missões de Paz, de acordo com os Capítulos VI, 
VII e VIII da Carta; 
 
 
 
 
 
|6| 
 Investigar toda situação que possa vir a se 
transformar em um conflito internacional; 
 Recomendar métodos de diálogo entre os países; 
 Elaborar planos de regulamentação de armamentos; 
 Determinar se existe uma ameaça para o paz; 
 Solicitar aos países que apliquem sanções 
econômicas e outras medidas para impedir ou deter 
alguma agressão; 
 Recomendar o ingresso de novos membros na ONU; 
 Recomendar para a Assembleia Geral a eleição de 
um novo Secretário-Geral. 
 
 Conselho Econômico e Social 
 
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão 
coordenador do trabalho econômico e social da ONU, das 
Agências Especializadas e das demais instituições 
integrantes do Sistema das Nações Unidas. O Conselho 
formula recomendações e inicia atividades relacionadas 
com o desenvolvimento, comércio internacional, 
industrialização, recursos naturais, direitos humanos, 
condição da mulher, população, ciência e tecnologia, 
prevenção do crime, bem-estar social e muitas outras 
questões econômicas e sociais. 
 
As principais funções do Conselho Econômico e 
Social são: 
 Coordenar o trabalho econômico e social da ONU e 
das instituições e organismos especializados do 
Sistema; 
 Colaborar com os programas da ONU; 
 Desenvolver pesquisas e relatórios sobre questões 
econômicas e sociais; 
 Promover o respeito aos direitos humanos e as 
liberdades fundamentais. 
 
 
 Conselho de Tutela 
 
Esse conselho foi criado com o propósito de 
auxiliar os territórios sob tutela da ONU a constituir 
governos próprios e, após anos de atuação, foi extinto em 
1994 quando Palau (no Pacífico), o último território sob 
tutela da ONU, tornou-se um Estado soberano. Cabia a 
esse órgão, a supervisão da administração dos territórios 
sob regime de tutela internacional. 
 
 
 Corte Internacional de Justiça 
 
A Corte Internacional de Justiça, com sede em 
Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário das Nações 
Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da 
Corte – que é parte da Carta das Nações Unidas – podem 
recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos, podem 
pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça. Além 
disso, a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança 
podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer 
questões jurídicas, assim como os outros órgãos das 
Nações Unidas. A Corte Internacional de Justiça se 
compõe de quinze juízes chamados ―membros‖ da Corte. 
São eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de 
Segurança em escrutínios separados. 
 Secretariado 
 
O Secretariado presta serviço a outros órgãos das 
Nações Unidas e administra os programas e políticas que 
elaboram. Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado 
pela Assembleia Geral, seguindo recomendação do 
Conselho de Segurança. Milhares de pessoas trabalham 
para o Secretariado nos mais diversos lugares do mundo. 
As principais funções do Secretariado são: 
 Administrar as forças de paz; 
 Analisar problemas econômicos e sociais; 
 Preparar relatórios sobre meio ambiente ou 
direitos humanos; 
 Sensibilizar a opinião pública internacional sobre 
o trabalho da ONU; 
 Organizar conferências internacionais; 
 Traduzir todos os documentos oficiais da ONU 
nas seis línguas oficiais da Organização. 
 
 AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS, FUNDOS E 
PROGRAMAS: 
 
 O Sistema da ONU está formado pelos seis 
principais órgãos da Organização (como acabamos de 
ver), bem como por Agências especializadas, Fundos, 
Programas, Comissões, Departamentos e Escritórios. São 
organizações separadas, autônomas, com seus próprios 
orçamentos e funcionários internacionais e estão ligados 
à ONU através de acordos internacionais. Inclusive, 
alguns deles são anteriores à criação da ONU, como por 
exemplo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
que existe desde 1919 ou a União Postal Internacional 
(UPU), criada em 1875. Os Programas e Fundos da ONU 
trabalham com a Assembleia Geral e com o ECOSOC, 
enquanto que as Agências especializadas desenvolvem 
suas funções em parceria somente com o ECOSOC. 
 
Algumas dessas entidades são: 
 OIT – Organização Internacional do Trabalho 
 FAO – Organização das Nações Unidas para 
Agricultura e Alimentação 
 UNESCO – Organização das Nações Unidas para 
Educação, Ciência e Cultura. 
 OMS – Organização Mundial de Saúde 
 Grupo do Banco Mundial (BIRD, Banco 
Internacional de Desenvolvimento). 
 IDA – Associação de Desenvolvimento 
 CFI – Corporação Financeira Internacional 
 AGMF – Agência de Garantia Multilateral de 
Financiamento 
 CIRDF – Agência Internacional para a Resolução de 
Disputas Financeiras (CIRDF) 
 FMI – Fundo Monetário Internacional 
 ICAO – Organização da Aviação Civil Internacional 
 UPU – União Postal Universal 
 ITU – União Internacional de Telecomunicações 
 OMM – Organização Meteorológica Mundial 
 IMO – Organização Marítima Internacional 
 OMPI – Organização Mundial da Propriedade 
Intelectual 
 FIDA – Fundo Internacional de Desenvolvimento 
Agrícola 
 
 
 
 
 
|7| 
 UNIDO – Organização das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Industrial 
 OMT – Organização Mundial do Turismo 
 AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica 
 OMC – Organização Mundial do Comércio 
 OPAQ – Organização para a Proibição de Armas 
Químicas 
 CTBTO – Organização Preparatória para o Tratado 
de Proibição de Testes Nucleares 
 UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre 
Comércio e Desenvolvimento 
 PMA – Programa Mundial de Alimentos 
 PNUD – Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento 
 UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância 
 PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente 
 ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados 
 UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas 
 UN-Habitat – Programa das Nações Unidas para 
Assentamentos Urbanos 
 UNIFEM – Fundo de Desenvolvimento das Nações 
Unidas para Mulher 
 UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas 
sobre HIV/AIDS 
 UNODC – Escritório das Nações Unidas contra 
Drogas e Crime 
 UNRWA – Agência das Nações Unidas de 
Assistência aos Refugiados Palestinos 
 
O surgimento da OMC 
 
 O surgimento da Organização Mundial do 
Comércio está diretamente ligado a dois fenômenos 
modernos. O primeiro deles é o aumento do número e 
volume de transações comerciais entre diferentes países 
e regiões. O segundo é o intenso processo de integração 
trazido pela globalização, seja de capitais, mercadorias ou 
da própria produção. Com efeito, as relações comerciais 
entre os países aumentaram de formaexponencial na 
segunda metade do século XX, o que passou a exigir a 
criação de normas que as regulassem em nível 
multilateral. E nada mais natural do que criar uma 
organização internacional que administrasse todo esse 
arcabouço jurídico. Embora a OIC não tenha sido criada, 
como acabamos de ver, em 1947 os países celebram um 
acordo internacional denominado GATT (General 
Agreement on Tariffs and Trade). Ao criar o GATT, os 
países buscaram estabelecer medidas que evitassem 
práticas protecionistas, buscando a liberalização do 
comércio internacional, considerado por muitos teóricos 
como o grande motor do desenvolvimento econômico. Os 
países reconheciam, todavia, que a liberalização do 
comércio internacional não ocorreria da noite para o dia, 
mas sim de forma progressiva. Desta forma, foram 
realizadas diversas Rodadas de Negociações Comerciais, 
as quais culminaram na criação da OMC em 1995, na 
Rodada Uruguai (que havia começado em 1986, em 
Montevidéu, e só foi concluída em 1994, em Marrakesh, 
Marrocos.) A OMC possui as seguintes funções: servir 
como fórum para negociações comerciais, administrar os 
diversos acordos firmados em seu âmbito pelos países-
membros, fiscalizar as políticas comerciais de seus 
membros e servir como fórum para solução de 
controvérsias. 
 
 ESTADOS MEMBROS DA ONU (Ordem 
alfabética – até o fechamento da edição dessa apostila 
em junho de 2016) 
 
 Afeganistão - 19 de novembro de 1946 
 África do Sul - 7 de novembro de 1945 
 Albânia - 14 de dezembro de 1955 
 Alemanha - 18 de setembro de 1973 
 Andorra - 28 de julho de 1993 
 Angola - 1 de dezembro de 1976 
 Antígua e Barbuda - 11 de novembro de 1981 
 Arábia Saudita - 24 de outubro de 1945 
 Argélia - 8 de outubro de 1962 
 Argentina - 24 de outubro de 1945 
 Arménia - 2 de março de 1992 
 Austrália - 1 de novembro de 1945 
 Áustria - 14 de dezembro de 1955 
 Azerbaijão - 2 de março de 1992 
 Bahamas - 18 de setembro de 1973 
 Bahrein - 21 de setembro de 1971 
 Bangladesh - 17 de setembro de 1974 
 Barbados - 9 de dezembro de 1966 
 Bélgica - 27 de dezembro de 1945 
 Belize - 25 de setembro de 1981 
 Benim - 20 de setembro de 1960 
 Bielorrússia - 24 de outubro de 1945 
 Bolívia - 14 de novembro de 1945 
 Bósnia e Herzegovina - 22 de maio de 1992 
 Botswana - 17 de outubro de 1966 
 Brasil - 24 de outubro de 1945 
 Brunei - 21 de setembro de 1984 
 Bulgária - 14 de dezembro de 1955 
 Burkina Faso - 20 de setembro de 1960 
 Burundi - 18 de setembro de 1962 
 Butão - 21 de setembro de 1971 
 Cabo Verde - 16 de setembro de 1975 
 Camarões - 20 de setembro de 1960 
 Camboja - 14 de dezembro de 1955 
 Canadá - 9 de novembro de 1945 
 Cazaquistão - 2 de março de 1992 
 Chade - 20 de setembro de 1960 
 Chile - 24 de outubro de 1945 
 República Popular da China - 24 de outubro de 1945 
 Chipre - 20 de setembro de 1960 
 Colômbia - 5 de novembro de 1945 
 Comores - 12 de novembro de 1975 
 República Democrática do Congo - 20 de setembro 
de 1960 
 República do Congo - 20 de setembro de 1960 
 Coreia do Norte - 17 de setembro de 1991 
 Coreia do Sul - 17 de setembro de 1991 
 Costa do Marfim - 20 de setembro de 1960 
 Costa Rica - 2 de novembro de 1945 
 Croácia - 22 de maio de 1992 
 Cuba - 24 de outubro de 1945 
 Dinamarca - 24 de outubro de 1945 
 Djibouti - 20 de setembro de 1977 
 
 
 
 
 
|8| 
 Dominica - 18 de dezembro de 1978 
 Egito - 24 de outubro de 1945 
 Emirados Árabes Unidos - 9 de dezembro de 1971 
 El Salvador - 24 de outubro de 1945 
 Equador - 21 de dezembro de 1945 
 Eritreia - 28 de maio de 1993 
 Eslováquia - 19 de janeiro de 1993 
 Eslovênia - 22 de maio de 1992 
 Espanha - 14 de dezembro de 1955 
 Estados Unidos - 24 de outubro de 1945 
 Estónia - 17 de setembro de 1991 
 Etiópia - 13 de novembro de 1945 
 Fiji - 13 de outubro de 1970 
 Filipinas - 24 de outubro de 1945 
 Finlândia - 2 de dezembro de 1955 
 França - 24 de outubro de 1945 
 Gabão - 20 de setembro de 1960 
 Gâmbia - 21 de setembro de 1965 
 Gana - 8 de março de 1957 
 Geórgia - 31 de julho de 1992 
 Granada - 17 de setembro de 1974 
 Grécia - 25 de outubro de 1945 
 Guiana - 20 de setembro de 1966 
 Guatemala - 21 de novembro de 1945 
 Guiné - 12 de dezembro de 1958 
 Guiné-Bissau - 17 de setembro de 1974 
 Guiné Equatorial - 12 de novembro de 1968 
 Haiti - 24 de outubro de 1945 
 Honduras - 17 de dezembro de 1945 
 Hungria - 14 de dezembro de 1955 
 Iémen/Iêmen - 30 de setembro de 1947 
 Islândia - 19 de novembro de 1946 
 Índia - 30 de outubro de 1945 
 Indonésia - 28 de setembro de 1950 
 Irão - 24 de outubro de 1945 
 Iraque - 21 de dezembro de 1945 
 Irlanda - 14 de dezembro de 1955 
 Israel - 11 de maio de 1949 
 Itália - 14 de dezembro de 1955 
 Jamaica - 18 de setembro de 1962 
 Japão - 18 de dezembro de 1956 
 Jordânia - 14 de dezembro de 1955 
 Kiribati - 14 de setembro de 1999 
 Kuwait - 14 de maio de 1963 
 Laos - 14 de dezembro de 1955 
 Lesoto - 17 de outubro de 1966 
 Letônia - 17 de setembro de 1991 
 Líbano - 24 de outubro de 1945 
 Libéria - 2 de novembro de 1945 
 Líbia - 14 de dezembro de 1955 
 Liechtenstein - 18 de setembro de 1990 
 Lituânia - 17 de setembro de 1991 
 Luxemburgo - 24 de outubro de 1945 
 Macedónia - 8 de abril de 1993 
 Madagáscar - 20 de setembro de 1960 
 Malawi - 1 de dezembro de 1964 
 Malásia - 17 de setembro de 1957 
 Maldivas - 21 de setembro de 1965 
 Mali - 28 de setembro de 1960 
 Malta - 1 de dezembro de 1964 
 Marrocos - 12 de novembro de 1956 
 Ilhas Marshall - 17 de setembro de 1991 
 Mauritânia - 27 de outubro de 1961 
 Maurícia - 24 de abril de 1968 
 México - 7 de novembro de 1945 
 Estados Federados da Micronésia - 17 de setembro 
de 1991 
 Moldávia - 2 de março de 1992 
 Mónaco - 28 de maio de 1993 
 Mongólia - 27 de outubro de 1961 
 Montenegro - 28 de junho de 2006 
 Moçambique - 16 de setembro de 1975 
 Myanmar - 19 de abril de 1948 
 Namíbia - 23 de maio de 1990 
 Nauru - 14 de setembro de 1999 
 Nepal - 14 de dezembro de 1955 
 Nicarágua - 24 de outubro de 1945 
 Níger - 20 de setembro de 1960 
 Nigéria - 7 de outubro de 1960 
 Noruega - 27 de novembro de 1945 
 Nova Zelândia - 24 de outubro de 1945 
 Omã - 7 de outubro de 1971 
 Países Baixos - 10 de dezembro de 1945 
 Paquistão - 30 de setembro de 1947 
 Palau - 15 de dezembro de 1994 
 Panamá - 13 de novembro de 1945 
 Papua-Nova Guiné - 10 de outubro de 1975 
 Paraguai - 24 de outubro de 1945 
 Peru - 31 de outubro de 1945 
 Polónia - 24 de outubro de 1945 
 Portugal - 14 de dezembro de 1955 
 Catar - 21 de setembro de 1971 
 Quênia - 16 de dezembro de 1963 
 Quirguistão - 2 de março de 1992 
 Reino Unido - 20 de novembro de 1945 
 República Centro-Africana - 20 de setembro de 1960 
 República Checa - 19 de janeiro de 1993 
 República Dominicana - 24 de outubro de 1945 
 Roménia - 14 de dezembro de 1955Ruanda - 18 de 
setembro de 1962 
 Rússia - 24 de outubro de 1945 
 Ilhas Salomão - 19 de setembro de 1978 
 San Marino - 2 de março de 1992 
 São Cristóvão e Nevis - 23 de setembro de 1983 
 Santa Lúcia - 18 de setembro de 1979 São Tomé e Príncipe - 16 de setembro de 1975 
 São Vicente e Granadinas - 16 de setembro de 1980 
 Samoa - 15 de dezembro de 1976 
 Senegal - 28 de setembro de 1960 
 Sérvia - 1 de novembro de 2000 
 Serra Leoa - 17 de setembro de 1961 
 Seicheles - 21 de setembro de 1976 
 Singapura - 21 de setembro de 1965 
 Síria - 24 de outubro de 1945 
 Somália - 20 de setembro de 1960 
 Sri Lanka - 14 de dezembro de 1955 
 Suazilândia - 24 de setembro de 1968 
 Sudão - 12 de novembro de 1956 
 Sudão do Sul - 14 de julho de 2011 
 Suécia - 19 de novembro de 1946 
 
 
 
 
 
|9| 
 Suíça - 10 de setembro de 2002 
 Suriname - 4 de dezembro de 1975 
 Tajiquistão - 2 de março de 1992 
 Tailândia - 16 de dezembro de 1946 
 Tanzânia - 14 de dezembro de 1961 
 Timor-Leste - 27 de setembro de 2002 
 Togo - 20 de setembro de 1960 
 Tonga - 14 de setembro de 1999 
 Trinidad e Tobago - 18 de setembro de 1962 
 Tunísia - 12 de novembro de 1956 
 Turquemenistão - 2 de março de 1992 
 Turquia - 24 de outubro de 1945 
 Tuvalu - 5 de setembro de 2000 
 Ucrânia - 24 de outubro de 1945 
 Uganda - 25 de outubro de 1962 
 Uruguai - 18 de dezembro de 1945 
 Uzbequistão - 2 de março de 1992 
 Vanuatu - 15 de setembro de 1981 
 Venezuela - 15 de novembro de 1945 
 Vietnã - 20 de setembro de 1977 
 Zâmbia - 1 de dezembro de 1964 
 Zimbabwe - 25 de agosto de 1980 
 
Adicionalmente aos estados-membros, há os estados 
observadores não membros: a Santa Sé (Cidade do 
Vaticano), que mantém um observador permanente em 
uma missão no escritório das Nações Unidas. Em 29 de 
novembro de 2012, a Autoridade Nacional Palestiniana foi 
admitida como Estado observador. Por longo tempo, 
devido a sua tradição de neutralidade, a Suíça 
permaneceu como observadora. No entanto, após um 
referendo nacional, tornou-se um membro pleno em 10 de 
setembro de 2002. O Saara Ocidental mantém laços 
diplomáticos com aproximadamente 70 estados e é 
membro pleno da União Africana como República Árabe 
Sarauí Democrática. No entanto, por não ter soberania 
efetiva, administrando apenas uma pequena região no 
território do Saara Ocidental e com um governo no exílio 
baseado no campo de refugiados de Tindouf, Argélia, não 
é representado na ONU. Algumas organizações 
internacionais, organizações não-governamentais ou 
entidades cuja soberania e status não são precisamente 
definidos, como o Comitê International da Cruz Vermelha 
e a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários da Cruz de Malta 
(SMOM), têm o mesmo status de observadores, mas não 
como estados. 
 
 A ONU NO BRASIL 
 
As Nações Unidas têm representação fixa no Brasil 
desde 1947. A presença da ONU em cada país varia de 
acordo com as demandas apresentadas pelos respectivos 
governos ante a Organização. No Brasil, o Sistema das 
Nações Unidas está representado por agências 
especializadas, fundos e programas que desenvolvem 
suas atividades em função de seus mandatos específicos. 
A Equipe de País (conhecida por sua sigla em inglês, 
UNCT) está conformada pelos Representantes desses 
organismos, sob a liderança do Coordenador Residente. 
O UNCT é presidido pelo Coordenador Residente, posto 
normalmente ocupado pelo Representante Residente do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvol-
vimento (PNUD), e tem, entre suas principais funções, a 
missão de definir estratégias, coordenar o trabalho da 
Equipe e compartilhar informações entre todos seus 
participantes. A elaboração de iniciativas conjuntas entre 
os diversos escritórios, avaliar o trabalho da ONU no País 
e coordenar a ação dos diversos grupos interagenciais, 
fazem também parte de sua missão. Seu principal 
objetivo é maximizar, de maneira coordenada, o trabalho 
da ONU, para que o Sistema possa proporcionar uma 
resposta coletiva, coerente e integrada às prioridades e 
necessidades nacionais, no marco dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio e dos demais compromissos 
internacionais. A forma de apoio que o Sistema das 
Nações Unidas dá ao Brasil muda de uma agência para 
outra, já que elas desenvolvem no País as tarefas 
indicadas por seus respectivos mandatos e atuam em 
áreas específicas. Em geral, as agências atuam de forma 
coordenada, desenvolvendo projetos em conjunto com o 
governo – tanto em nível federal como estadual e 
municipal –, com a iniciativa privada, instituições de 
ensino, ONGs e sociedade civil brasileira, sempre com o 
objetivo de buscar, conjuntamente, soluções para superar 
os desafios e dificuldades presentes na criação e 
implementação de uma agenda comum em favor do 
desenvolvimento humano equitativo. A maioria dos 
organismos da ONU no Brasil tem sede em Brasília. Com 
o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano 
sustentável, o crescimento do país e o combate à 
pobreza, o Sistema das Nações Unidas no Brasil tem a 
constante missão de alinhar seus serviços às 
necessidades de um país dinâmico, multifacetado e 
diversificado. 
 
 
 
O BRASIL NA MINUSTAH (HAITI) 
 
O Haiti ocupa o terço oeste da Ilha Hispaniola - 
segunda maior ilha das Grandes Antilhas - no Mar do 
Caribe. A República Dominicana ocupa os outros dois 
terços dessa ilha. O País possui superfície de 27.750 km² 
e seus limites são: Oceano Atlântico ao Norte, República 
Dominicana a Leste, Mar do Caribe ao Sul e passagem 
de Sotavento a Oeste. Sua capital é Porto Príncipe e o 
francês e crioulo são os idiomas oficiais. O catolicismo 
constitui-se na religião oficial, mas a influência africana é 
marcante em práticas místicas como o vodu. Predomina o 
clima tropical e a hora local é de menos 02 h em relação à 
Brasília. Seu relevo é montanhoso e a agricultura - base 
da economia - ocupa vales e planícies costeiras. 
O Haiti foi o primeiro país de maioria negra a conquistar a 
 
 
 
 
 
|10| 
libertação dos escravos, em 1794, e a independência, em 
1804. Entretanto, é o país mais pobre da América Central. 
A Ilha Hispaniola foi descoberta por Cristóvão Colombo 
em 1492. Já no fim do Século XVI, quase toda a 
população nativa havia desaparecido, escravizada ou 
morta pelos conquistadores. A parte ocidental da ilha, 
onde hoje fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha 
em 1697. No Século XVIII, a região foi a mais próspera 
colônia francesa na América, graças à exportação de 
açúcar, cacau e café. Após uma revolta de escravos, a 
servidão foi abolida em 1794. Nesse mesmo ano, a 
França passou a dominar toda a ilha. Em 1801, o ex-
escravo Toussaint Louverture tornou-se governador geral, 
mas, logo depois, foi deposto e morto pelos franceses. O 
líder Jacques Dessalines organizou o Exército e derrotou 
os franceses em 1803. No ano seguinte, foi declarada a 
independência e Dessalines proclamou-se imperador. 
Após período de instabilidade, o país é dividido em dois e 
a parte oriental - atual República Dominicana - foi 
reocupada pela Espanha. Em 1822, o presidenteJean-
Pierre Boyer reunificou o país e conquistou toda a ilha. 
Em 1844, porém, nova revolta derrubou Boyer e a 
República Dominicana conquistou a independência. 
Da segunda metade do Século XIX ao começo do 
Século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. 
Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos 
Estados Unidos da América (EUA) ocuparam o Haiti entre 
1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses 
norte-americanos no país. Em 1946, foi eleito um 
presidente negro, Dusmarsais Estimé. Após a derrubada 
de mais duas administrações governamentais, o médico 
François Duvalier foi eleito presidente em 1957. François 
Duvalier, conhecido como Papa Doc, instaurou feroz 
ditadura, baseada no terror policial dos tontons macoutes 
(bichos-papões) - sua guarda pessoal -, e na exploração 
do vodu. Presidente vitalício, a partir de 1964, Duvalier 
exterminou a oposição e perseguiu a Igreja Católica. 
Papa Doc morreu em 1971 e foi substituído por seu filho, 
Jean-Claude Duvalier - o Baby Doc. Em 1986, Baby Doc 
decretou estado de sítio. Os protestos populares se 
intensificaram e ele fugiu com a família para a França, 
deixando em seu lugar o General Henri Namphy. Eleições 
foram convocadas e Leslie Manigat foi eleito, em pleito 
caracterizado por grande abstenção. Manigat governou 
de fevereiro a junho de 1988, quando foi deposto por 
Namphy. Três meses depois, outro golpe pôs no poder o 
chefe da guarda presidencial, General Prosper Avril. 
Depois de mais um período de grande conturbação 
política, foram realizadas eleições presidenciais livres em 
dezembro de 1990, vencida pelo padre esquerdista Jean-
Bertrand Aristide. Em setembro de 1991, Aristide foi 
deposto num golpe de Estado liderado pelo General Raul 
Cedras e se exilou nos EUA. A Organização dos Estados 
Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas 
(ONU) e os EUA impuseram sanções econômicas ao país 
para forçar os militares a permitirem a volta de Aristide ao 
poder. Em julho de 1993, Cedras e Aristide assinaram 
pacto em Nova York, acordando o retorno do governo 
constitucional e a reforma das Forças Armadas. Em 
outubro de 1993, porém, grupos paramilitares impediram 
o desembarque de soldados norte-americanos, 
integrantes de uma Força de Paz da ONU. O elevado 
número de refugiados haitianos que tentavam ingressar 
nos EUA fez aumentar a pressão americana pela volta de 
Aristide. Em maio de 1994, o Conselho de Segurança da 
ONU decretou bloqueio total ao país. A junta militar 
empossou um civil, Émile Jonassaint, para exercer a 
presidência até as eleições marcadas para fevereiro de 
1995. Os EUA denunciaram o ato como ilegal. Em julho, a 
ONU autorizou uma intervenção militar, liderada pelos 
EUA. Jonaissant decretou estado de sítio em 1º de 
agosto. Em setembro de 1994, força multinacional, 
liderada pelos EUA, entrou no Haiti para reempossar 
Aristide. Os chefes militares haitianos renunciaram a seus 
postos e foram anistiados. Jonaissant deixou a 
presidência em outubro e Aristide reassumiu o País com a 
economia destroçada pelas convulsões internas. No 
período de 1994-2000, apesar de avanços como a eleição 
democrática de dois presidentes, o Haiti viveu 
mergulhado em crises. Devido à instabilidade, reformas 
políticas profundas não puderam ser implementadas. A 
eleição parlamentar e presidencial de 2000 foi marcada 
pela suspeita de manipulação por Aristide e seu partido. 
O diálogo entre oposição e governo ficou prejudicado. Em 
2003, a oposição passou a clamar pela renúncia de 
Aristide. A Comunidade do Caribe, Canadá, União 
Europeia, França, Organização dos Estados Americanos 
e EUA, apresentaram-se como mediadores. Entretanto, a 
oposição refutou as propostas de mediação, 
aprofundando a crise. Em fevereiro de 2004, conflitos 
armados eclodiram em Gonaives, espalhando-se por 
outras cidades nos dias subsequentes. Gradualmente, os 
insurgentes assumiram o controle do norte do Haiti. 
Apesar dos esforços diplomáticos, a oposição armada 
ameaçou marchar sobre Porto Príncipe. Aristide deixou o 
País em 29 de fevereiro e asilou-se na África do Sul. De 
acordo com as regras de sucessão constitucional, o 
presidente da Suprema Corte Bonifácio Alexandre, 
assumiu a presidência, interinamente. Bonifácio 
requisitou, de imediato, assistência das Nações Unidas 
para apoiar uma transição política pacífica e 
constitucional e manter a segurança interna. Nesse 
sentido, o Conselho de Segurança (CS) aprovou o envio 
da Força Multinacional Interina (MIF) que, prontamente, 
iniciou seu desdobramento, liderada pelos EUA. 
Considerando que a situação no Haiti ainda constitui 
ameaça para a paz internacional e a segurança na região, 
o CS decidiu estabelecer a Missão das Nações Unidas 
para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), que 
assumiu a autoridade exercida pela MIF em 01 de junho 
de 2004. Para o comando do componente militar da 
MINUSTAH (Force Commander) foi designado o General 
Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Exército Brasileiro. 
O efetivo autorizado para o contingente militar é oriundo 
dos seguintes países contribuintes: Argentina, Benin, 
Bolívia, Brasil, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, 
Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e 
Uruguai. 
A Missão das Nações Unidas para Estabilização do 
Haiti (MINUSTAH), como acabamos de ver, foi criada por 
Resolução do Conselho de Segurança da ONU, em 
fevereiro 2004, para restabelecer a segurança e 
normalidade institucional do país após sucessivos 
episódios de turbulência política e violência, que 
culminaram com a partida do então presidente, Jean 
Bertrand Aristide, para o exílio. O Brasil comanda as 
forças de paz no Haiti, que tem a participação de tropas 
de outros 15 países, mantendo na ilha um efetivo de 
 
 
 
 
 
|11| 
capacetes azuis da Marinha, do Exército e da Força 
Aérea. A participação dos militares brasileiros é 
reconhecida pelo povo haitiano e por autoridades 
internacionais pela desenvoltura com que combinam 
funções militares, como o patrulhamento, com atividades 
sociais e de cunho humanitário. A presença 
da Minustah assegurou a realização de eleições 
presidenciais em 2006 e 2010, com passagem pacífica do 
poder. A missão da ONU também atuou no esforço de 
reconstrução do Haiti após o terremoto devastador de 
janeiro de 2010. Em coordenação com a ONU e com os 
países da União de Nações Sul-Americanas 
(UNASUL) que integram a Missão, o Brasil projeta a 
retirada gradual de suas tropas, à medida que o governo 
haitiano demonstre disposição e capacidade de garantir a 
segurança do país. 
 
De olho na Notícia! 
 
 
 TRATADO DE NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR - 
TNP 
 
 Em agosto de 1945, o mundo conheceu os efeitos 
devastadores de uma bomba nuclear. Nessa ocasião, os 
Estados Unidos da América (EUA), para demonstrar seu 
poderio bélico, lançaram bombas nucleares nas cidades 
japonesas de Hiroshima e Nagasaki. As consequências 
foram terríveis: desastres ambientais, centenas de 
milhares de pessoas morreram, desenvolvimento de 
queimaduras, cegueiras, surdez e cânceres. Diante dos 
efeitos destrutivos das armas nucleares, os países 
vencedores da Segunda Guerra Mundial, utilizando o 
discurso ideológico de inibir a expansão dessas armas, 
foram os principais responsáveis pela elaboração do 
Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Esse tratado 
foi assinado em 1968 e passou a vigorar em 1970, 
possuindo, atualmente, 189 países. 
 De acordo com as normas do TNP, apenas as 
nações que explodiram a bomba atômica antes de 1967 
têm direito de possuir esse tipo de armamento. Esses 
países são: Estados Unidos da América, Federação 
Russa (que sucede a União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas), Reino Unido, França e China. Ironicamente, 
são os cinco países com poder de voto no Conselho de 
Segurançada Organização das Nações Unidas. Essas 
nações ―privilegiadas‖ podem manter seu armamento 
nuclear, no entanto, é extremamente proibido o 
fornecimento tanto de bombas quanto de tecnologia de 
fabricação para outros países. Outra exigência 
estabelecida pelo TNP é que o arsenal nuclear deve ser 
reduzido, porém isso nunca foi posto em prática por 
nenhum dos detentores de bombas atômicas. As outras 
nações do planeta, que não explodiram bombas atômicas 
antes de 1967, se comprometem, conforme assinado no 
TNP, a jamais produzir tais armas. Contudo, elas podem 
desenvolver tecnologia nuclear, desde que seja para fins 
pacíficos, como, por exemplo, para a produção de energia 
elétrica. Esses projetos, porém, devem passar pela 
inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica 
(AIEA) e, caso algo de errado seja detectado, o projeto é 
encaminhado para o Conselho de Segurança da ONU. 
 Com relação aos países derrotados na Segunda 
Guerra Mundial, principalmente a Alemanha, a Itália e o 
Japão, o Tratado de Não Proliferação Nuclear 
estabeleceu regras ainda mais rígidas sobre o 
enriquecimento de urânio. Entretanto, as relações desses 
países com os que compõem o Conselho de Segurança 
da ONU se estabilizaram, fato que reduziu a 
―perseguição‖ aos seus projetos nucleares. É importante 
ressaltar que algumas nações não assinaram o tratado e 
possuem bombas atômicas, como a Índia, Paquistão e 
Israel, que não confirma oficialmente. A Coreia do Norte, 
por sua vez, se retirou do tratado e é outro país que tem 
armas nucleares. Atualmente, a grande preocupação é 
com relação ao projeto nuclear iraniano, o qual muitos 
acreditam que seja para fins bélicos. 
 
 
 
 
 
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 TRATADO DE PROIBIÇÃO (INTERDIÇÃO) 
COMPLETA DOS TESTES NUCLEARES 
 
 Em 24 de setembro de 1996, na sede da 
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, 
foi aberto à assinatura o Tratado de Proibição Completa 
dos Testes Nucleares (Comprehensive Nuclear- -Test-
Ban Treaty – CTBT), pelo qual “cada Estado Parte 
compromete-se a não realizar nenhuma explosão 
experimental de armas nucleares ou qualquer outra 
explosão nuclear e a proibir e impedir qualquer explosão 
nuclear em qualquer lugar sob sua jurisdição ou controle”, 
tanto para fins militares como civis. As negociações do 
Tratado haviam se iniciado na Conferência do 
Desarmamento (CD) em Genebra em janeiro de 1994 e o 
texto final, copatrocinado por 127 países, inclusive o 
Brasil, foi adotado pela Assembleia Geral da ONU em 10 
de setembro de 1996. O Brasil firmou o CTBT no primeiro 
dia. Ratificou menos de dois anos depois, em 24 de julho 
de 1998. Entende o Brasil que o CTBT constitui um 
instrumento para a correção do viés discriminatório do 
TNP, que faz distinção entre Estados nuclearmente 
armados e não nuclearmente armados. O CTBT era – e 
segue sendo – importante para o Brasil na medida em 
que estabelece regras idênticas para todos os países e 
instaura a proibição completa de explosões nucleares, o 
que a longo prazo tenderia a promover o desarmamento, 
além da não proliferação nuclear; acredita o Brasil que 
desarmamento e não proliferação são processos que se 
reforçam mutuamente e que, portanto, devem avançar 
juntos. Nessas condições, o Brasil vê o CTBT como um 
dos pilares fundamentais na arquitetura multilateral de 
desarmamento e não proliferação nucleares. Até 27 de 
abril de 2016, o tratado havia sido ratificado por 164 
países, entre os quais a Rússia, França e o Reino Unido. 
No entanto, o documento ainda não entrou em vigor (até 
a referida data), porque oito países, incluindo os Estados 
Unidos e a China, ainda não avançaram com a 
ratificação. Neste dia, 27 de abril, durante uma cerimónia 
em Viena, Áustria, o secretário-geral da ONU apelou às 
grandes potências nucleares, incluindo os Estados 
Unidos, para que ratifiquem ―sem demora‖ o Tratado de 
Interdição. “Apelo aos Estados que restam, aos oito 
Estados que faltam, que assinem e ratifiquem o tratado 
sem demora”, declarou Ban Ki-moon 
 
A POLÊMICA SOBRE O PROGRAMA NUCLEAR 
IRANIANO 
 
 Como vimos, de acordo com o Tratado de Não 
Proliferação Nuclear (TNP), somente os países que 
explodiram a bomba atômica antes de 1967 (Estados 
Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) têm o 
direito de possuírem esse tipo de armamento. Porém, 
algumas nações não autorizadas possuem armas 
nucleares: Índia, Paquistão, Coreia do Norte, além de 
indícios da Ucrânia e de Israel. Acredita-se que em alguns 
anos, o Irã poderia ser outra nação na lista dos países 
detentores de armamentos nucleares. 
 O projeto nuclear iraniano teve início nos anos 50, 
com auxílio técnico dos Estados Unidos, recebendo a 
denominação de ―Átomos para a Paz‖. No entanto, após a 
Revolução Islâmica de 1979, houve a sua paralisação. 
Vale salientar que o Irã é signatário do Tratado de Não 
Proliferação de Armas Nucleares (TNP) que, como 
vimos, proíbe o desenvolvimento dessas armas porém 
garante o direito de dominar a tecnologia nuclear para 
fins pacíficos. 
 Em 2002, um grupo de oposição no Irã, revelou 
atividades do programa nuclear iraniano, até então 
secretas, incluindo a construção de uma usina de 
enriquecimento de urânio em Natanz e um reator de água 
pesada em Arak. O urânio enriquecido pode ser usado 
para fabricar armas nucleares, e o combustível de um 
reator de água pesada contém plutônio apropriado para 
uma bomba. Em 2009, o país revelou a existência de uma 
nova instalação subterrânea em Fordo. 
 Posteriormente, o governo iraniano concordou em 
inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica 
(AIEA), órgão da ONU responsável pela vigilância 
nuclear. Mas a agência não conseguiu confirmar as 
afirmações do Irã de que seu programa nuclear é 
exclusivamente para fins pacíficos e de que não tem 
como objetivo desenvolver armas nucleares. Isso levou os 
EUA e seus aliados europeus a pressionarem o Irã a 
suspender o enriquecimento de urânio - que pode ser 
usado tanto para fins civis como para construir bombas 
nucleares. 
 No entanto, a eleição do presidente Mahmoud 
Ahmadinejad, em 2005, interrompeu qualquer avanço nas 
negociações, e a AIEA levou o Irã ao Conselho de 
Segurança da ONU, por descumprir o Tratado de Não 
Proliferação Nuclear. Ahmadinejad, que governou até 
2013, alegava que o programa nuclear iraniano possuía 
fins pacíficos, e que os EUA queriam tirar do Irã o ―direito‖ 
de produzir energia através desse seu programa nuclear. 
Desde então, o Conselho de Segurança adotou seis 
resoluções que exigem que o Irã suspenda o 
enriquecimento de urânio. Algumas delas impuseram 
sanções. 
 Em 2012, os EUA e a União Europeia começaram 
a impor sanções adicionais às exportações de petróleo e 
bancos iranianos, um duro golpe à economia local. 
Apesar disso, o Irã continuou a enriquecer urânio. Houve 
várias rodadas de negociações entre o Irã e o chamado 
P5+1, grupo que reúne os cinco membros permanentes 
do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Reino Unido, 
França, China, Rússia - e a Alemanha. Por anos não 
houve avanço. Mas cerca de cinco meses depois, após 
conversas bilaterais secretas entre EUA e Irã, 
negociadores acertaram um acordo interino. 
 
Qual foi o acordo? 
 
 Sob o Plano de Ação Conjunta, que entrou em 
vigor em janeiro de 2014, o Irã efetivamente concordou 
em congelar sua produção de urânio enriquecido com 
pureza acima de 5% e comprometeu-se a diluir ou 
converter em óxido seu estoque de urânio enriquecido a 
quase 20%. O Irã disse que não iria instalar novas 
centrífugas de urânio ou construir novas instalações de 
enriquecimento. O país também concordou em não 
alimentar o reator em Arak e não construir uma instalação 
para reprocessamento de combustível. Enquanto a maior 
parte das sanções internacionais - incluindo medidasque 
atingem os setores de petróleo, bancário e financeiro do 
Irã - foi mantida, o P5+1 concordou que o Irã repatriasse 
cerca de US$ 4,2 bilhões em receitas de vendas de 
 
 
 
 
 
|13| 
petróleo congeladas em contas externas. As vendas de 
produtos petroquímicos, negociações em ouro e outros 
metais preciosos e transações com empresas 
estrangeiras envolvidas da indústria automotiva iraniana 
tiveram autorização para serem retomadas. A expectativa 
era de que essas medidas gerassem receitas de 
US$ 1,5 bilhão. O Irã também recebeu acesso a 
US$ 400 milhões em dinheiro para pagar a mensalidade 
de iranianos estudando no exterior, comprar peças de 
reposição para aviões civis e alimentos e remédios de 
ajuda humanitária. 
 
Por que se desconfia do Irã? 
 
 O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, 
declarou em 2009: "Nós rejeitamos fundamentalmente as 
armas nucleares e proibimos a utilização e produção de 
armas nucleares". Mas a AIEA publicou um relatório em 
2011 alegando ter informação de "credibilidade" de que o 
Irã teria realizado atividades "relevantes para o 
desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear". O 
relatório destacou um complexo militar em Parchin, ao sul 
de Teerã, que a AIEA não visita desde 2005. Os EUA 
alegaram que o Irã tinha um programa de armas 
nucleares em 2003, mas que os principais líderes 
iranianos interromperam-no quando ele foi descoberto. 
Em setembro de 2014, a AIEA disse que o Irã não 
conseguiu explicar questões da investigação sobre 
detonadores que poderiam ser usados para disparar uma 
arma nuclear, e também explicar estudos que poderiam 
ser relevantes para o cálculo do rendimento explosivo de 
uma arma nuclear. O Irã também continuava a recusar a 
entrada de inspetores em Parchin, disse a agência. 
 
O Irã seria capaz de construir uma bomba atômica? 
 
 As opiniões são divergentes quanto a isso. 
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse em 
uma audiência no Senado em abril de 2014 que o Irã teria 
capacidade de produzir urânio para uma bomba nuclear 
em dois meses, caso o país quisesse. No entanto, Kerry 
disse que isso não significaria que o Irã já tivesse uma 
ogiva. Isso foi antes da AIEA ter confirmado, em julho, 
que o país havia convertido todo o seu estoque de urânio 
enriquecido a 20% em formas que apresentassem um 
risco menor de proliferação. Especialistas do Instituto 
para Ciência e Segurança Internacional, sediado em 
Washington, advertiram em um relatório de setembro de 
2013 que qualquer processo de fabricação de bombas 
seria feito secretamente. Assim, estipular prazos era 
extremamente difícil. Na verdade, especialistas preveem 
há décadas que o Irã esteja à beira de construir uma 
bomba nuclear. Apesar da AIEA ser capaz de monitorar a 
quantidade de urânio, é difícil avaliar as competências 
relativas dos cientistas envolvidos na pesquisa nuclear e 
bélica. 
 
Irã e potências mundiais chegam a acordo nuclear 
 
 No dia 14 de julho de 2015, o Irã e as grandes 
potências conseguiram concluir um acordo histórico em 
Viena, na Áustria, para limitar o programa nuclear iraniano. O 
objetivo é evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear e 
garantir que o programa nuclear seja usado apenas para fins 
pacíficos. Em troca, serão retiradas as sanções 
internacionais contra o país. “Hoje é um dia histórico. É com 
grande honra que anunciamos ter alcançado um acordo 
nuclear com o Irã”, disse a chefe da diplomacia europeia, 
Federica Mogherini, durante o anúncio oficial. "As decisões 
que tomamos hoje não tratam apenas do programa nuclear 
iraniano, mas também podem abrir um novo capítulo nas 
relações internacionais", completou. 
 Os chefes da diplomacia do Irã, do grupo 5+1 
(Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e 
Alemanha) e da União Europeia negociavam há 17 dias no 
palácio de Coburg da capital austríaca. As discussões 
deveriam ter acabado em 30 de junho, mas a data limite foi 
prorrogada em várias ocasiões em função das divergências 
em "questões difíceis", que terminaram solucionadas. 
 O acordo foi celebrado principalmente 
pelo presidente americano, Barack Obama, e iraniano 
Hassan Rohani. Mas apesar dos avanços, ele não encerra a 
controvérsia sobre uma das questões diplomáticas mais 
críticas no momento: a União Europeia o definiu como um 
"sinal de esperança para o mundo inteiro", enquanto o 
governo de Israel o chamou de "rendição histórica". De 
acordo com a diplomata italiana, o texto é complexo, 
detalhado e técnico, mas respeita os interesses dos 
envolvidos. “É um bom acordo, para todos os lados. Estamos 
comprometidos que ele seja plenamente implementado. 
Pedimos que a comunidade internacional apoie a 
implementação desse acordo”, afirmou Federica Mogherini. 
“É o fim destas negociações, mas não é o fim de nosso 
trabalho conjunto”, disse ela. 
 "Hoje poderia ter sido o final da esperança, mas 
estamos perante um novo capítulo", disse o chanceler 
iraniano, Mohammed Javad Zarif, sobre o fim das 
negociações na capital austríaca para se fechar o histórico 
acordo. "Acho que esse é um momento histórico. Estamos 
fechando um acordo que não é perfeito, mas sim o que 
pudemos conseguir. É uma conquista importante", destacou. 
 Ao mesmo tempo, o Irã e a Agência Internacional de 
Energia Atômica (AIEA) assinaram um "mapa do caminho" 
que autoriza uma investigação sobre o passado do programa 
nuclear de Teerã, em função da suspeita de uma possível 
dimensão militar, anunciou o diretor geral do órgão da ONU. 
"Acabo de assinar o mapa do caminho entre a República 
Islâmica do Irã e AIEA para o esclarecimento das questões 
em suspenso do passado e do presente relativas ao 
programa nuclear iraniano", declarou Yukiya Amano à 
imprensa, antes de celebrar o "avanço significativo" que o 
acordo representa. 
"Confio em nossa capacidade de cumprir com este 
importante trabalho", afirma o diretor geral da AIEA em um 
comunicado publicado na sede do organismo da ONU, em 
Viena. 
 
O Acordo 
 
 O objetivo do acordo é assegurar que o programa 
nuclear iraniano tenha um caráter não militar, em troca da 
retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia 
do país. O texto, que autorizaTeerã a prosseguir com o 
programa nuclear civil, abre o caminho para uma 
normalização da presença do Irã no cenário internacional. O 
documento final entre Teerã e as grandes potências, de 
cerca de 100 páginas, prevê a eliminação de todas as 
 
 
 
 
 
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sanções internacionais contra o Irã, que também sairá da 
lista de países sancionados pela ONU. 
O pacto final tem como base os grandes princípios 
estabelecidos em Lausanne em abril: Teerã se compromete 
a reduzir a capacidade nuclear (redução de dois terços do 
número de centrífugas de urânio em 10 anos, de 19.000 a 
6.104, diminuição das reservas de urânio enriquecido) 
durante vários anos e a permitir que os inspetores da AIEA 
realizem inspeções profundas em suas instalações. 
 O Irã aceitou conceder um acesso limitado a locais 
militares, com base no protocolo adicional que permite um 
controle reforçado do programa nuclear de Teerã, afirmou 
uma fonte iraniana. 
"Nossos locais militares não estão abertos aos visitantes 
porque cada país tem o direito de proteger seus segredos. O 
Irã não é uma exceção. No entanto, o Irã vai aplicar e 
protocolo adicional (ao Tratado de Não Proliferação Nuclear) 
e com esta base dará um acesso programado a certas 
instalações militares definidas no texto", declarou a fonte. 
Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o Irã 
será autorizado a conduzir pesquisa e desenvolvimento com 
urânio para centrífugas avançadas durante os primeiros 10 
anos do acordo, de uma maneira que não acumule urânio 
enriquecido. 
 
Sanções 
 
 As agências de notícias informam que o país vai 
continuar submetidoa um embargo no comércio de armas 
por pelo menos cinco anos, e sanções contra mísseis por oito 
anos. 
As sanções voltam a entrar em vigor caso alguma 
parte do acordo não seja cumprida pelos iranianos. A 
aplicação das medidas do pacto será dividida em três etapas: 
uma preliminar, uma operacional e outra executiva. 
Segundo a agência estatal iraniana IRNA, ―bilhões 
de dólares em ativos iranianos congelados serão liberados, 
as proibições referentes à aviação do país serão canceladas 
após três décadas‖, assim como as restrições contra o Banco 
Central iraniano, o Exército do país e outras empresas 
estatais. 
As sanções poderão ser levantadas progres-
sivamente a partir do início de 2016, mas o acordo também 
prevê seu restabelecimento em caso de violação dos 
compromissos por parte da República Islâmica, informou um 
diplomata francês, segundo a France Presse. Elas voltariam 
em 65 dias caso o acordo seja violado, disse à Reuters. O 
levantamento das sanções deverá esperar uma reunião da 
AIEA prevista para o meio de dezembro, na qual será 
confirmado que o Irã respeita seus compromissos, disse a 
fonte. 
 
Comemoração 
 
 Poucas horas depois do anúncio, os iranianos 
desceram às ruas de Teerã para comemorar o acordo. 
Centenas de pessoas se reuniram na maior avenida de 
Teerã, Valiye Asr, buzinando seus veículos, pouco após a 
quebra do jejum do Ramadã, o mês sagrado do Islã. Como 
um sinal de que o fim das discussões estaria próximo, o 
ministro iraniano do Interior pediu que as autoridades locais 
preparem um cenário de comemoração nas ruas. A 
população, que elegeu o presidente Hassan Rohani em 2013 
com a promessa de conseguir a suspensão das sanções, 
espera uma melhora de suas condições de vida. Em discurso 
televisionado, o presidente disse "uma nova era começou". 
“Após 23 meses de negociações com potências mundiais, 
alcançamos um acordo. As potências mundiais 
demonstraram respeito em relação ao Irã durante as 
negociações. Nós não pedimos caridade. Pedimos 
negociações justas, em que todos ganhassem”, disse Rohani 
em discurso após o anúncio oficial do acordo. Segundo ele, o 
povo corajoso do Irã permitiu que o acordo fosse alcançado. 
 O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que 
o acordo pode "contribuir de maneira essencial à 
manutenção da paz e à estabilidade na região e fora dela". 
Em um comunicado da ONU, Ban felicita os negociadores 
por sua determinação e "admira a coragem dos líderes que 
aprovaram este acordo". "Espero e de fato acredito que este 
acordo conduza a uma maior compreensão e cooperação 
mútua sobre muitos e graves desafios que a segurança no 
Oriente Médio enfrenta", afirma o chefe das Nações Unidas. 
A ONU "está disposta a cooperar plenamente com as partes 
envolvidas para aplicar este acordo importante e histórico", 
conclui o texto. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse 
que as seis potências fizeram uma escolha firme em favor da 
estabilidade e cooperação. "O mundo agora pode respirar um 
pouco de alívio", disse Putin em nota no site do Kremlin. 
"Apesar de tentativas de justificar cenários com base na 
força, os negociadores fizeram uma escolha firme em favor 
da estabilidade e cooperação", afirmou. Putin acrescentou 
que o acordo ajudará a cooperação civil nuclear entre a 
Rússia e o Irã e contribuirá para combater o terrorismo no 
Oriente Médio. O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse 
que o acordo é um grande marco na história do Irã, da região 
e do mundo, segundo a agência estatal síria. Assad 
qualificou o pacto de "grande vitória e conquista histórico" do 
Irã, e opinou que representa "um reconhecimento inequívoco 
dos países do mundo ao pacifismo do programa nuclear do 
Irã, que garante a conservação de seus direitos nacionais". 
Segundo sua opinião, o acordo é "a culminação da 
constância do povo iraniano na hora de enfrentar as sanções 
injustas impostas contra a República Islâmica". 
 O Vaticano, por meio de seu porta-voz do Vaticano, 
Federico Lombardi, avaliou "positivamente" o acordo e 
afirmou que a decisão "exige continuar com os esforços e o 
compromisso de todos para que possa dar seus frutos". 
"A Santa Sé considera positivo o acordo sobre o programa 
nuclear iraniano", indicou em comunicado o porta-voz 
vaticano. "Trata-se de um resultado importante das 
negociações realizadas até o momento, mas que requer a 
continuação do esforço e do compromisso de todos para que 
dê frutos", estimou Lombardi. Frutos que o Vaticano espera 
que "não se limitem só ao âmbito do programa nuclear, mas 
se estendam a outros setores". O secretário-geral da Otan, 
Jens Stoltenberg, disse em um comunicado que o acordo 
alcançado constitui um avanço histórico e que deve reforçar a 
segurança internacional. "Este acordo constitui um avanço 
histórico que, uma vez implementado em sua totalidade, 
reforçará a segurança internacional", declarou Stoltenberg. 
 O Brasil também se manifestou, dizendo que 
recebeu o anúncio "com grande satisfação". "O Governo 
brasileiro saúda todas as partes pela vontade política, 
persistência e determinação demonstradas ao longo de 
processo negociador complexo e de elevada sensibilidade. 
Essas qualidades serão cruciais também para a plena e 
oportuna execução do acordo", diz o comunicado do 
Ministério das Relações Exteriores. "O acordo hoje 
anunciado evidencia, uma vez mais, a eficácia da diplomacia 
 
 
 
 
 
|15| 
e da negociação como os instrumentos capazes de construir 
uma paz verdadeiramente sustentável", diz a nota. 
Críticas 
 
 Mesmo sem anúncio oficial sobre o acordo, o 
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que 
o acordo nuclear do Irã é um ―erro de proporções históricas‖. 
"O Irã terá um caminho livre para desenvolver armas 
nucleares e muitas das restrições que o impediam serão 
suspensas. Esse é o resultado quando se deseja um acordo 
a todo custo", disse Netanyahu através de comunicado 
divulgado antes do início de uma reunião com o ministro de 
Relações Exteriores da Holanda, Bert Koenders. "Fizeram 
grandes concessões em todos os temas que deviam impedir 
que o Irã consiga armas nucleares. Adicionalmente, o Irã 
receberá bilhões de dólares para alimentar sua máquina 
terrorista e sua agressividade e expansão pelo Oriente 
Médio", completou. 
 O primeiro-ministro reiterou que um acordo não pode 
ser evitado quando os negociadores estão "dispostos a fazer 
concessões a quem, inclusive durante as conversas, gritava 
'morte aos EUA”, disse Netanyahu, em referência a uma 
manifestação realizada em Teerã no último fim de semana e 
na qual foram queimadas bandeiras americanas e 
israelenses. 
 Sobre os próximos passos de seu governo, 
Netanyahu disse que seu "compromisso" de impedir que o 
Irã tenha capacidade de fabricar armas nucleares "segue em 
vigor". O ex-ministro das Relações Exteriores de Israel 
Avigdor Lieberman classificou a jornada de hoje como "um 
dia negro para todo mundo livre". Já o ministro de Ciência e 
Tecnologia, Dani Danon, afirmou que o pacto entre o Grupo 
5+1 e o Irã é como "dar um fósforo a um piromaníaco". A 
vice-ministra de Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, afirmou 
que o acordo significa "uma capitulação de proporções 
históricas perante o eixo do mal dirigido pelo Irã". 
"As consequências deste acordo no futuro próximo são muito 
graves. Irã recebeu um respaldo para continuar expandindo 
(a influência) de seus aliados terroristas pela região", 
acrescentou Tzipi em comunicado. 
 
 O MUNDO APÓS A GUERRA FRIA- A NOVA ORDEM 
MUNDIAL 
 
 A Nova Ordem Mundial é um conceito político e 
econômico que se refere ao contexto histórico do mundo 
pós-guerra fria. Estabeleceu-se no fim da década de 80, 
com a queda do muro de Berlim (1989), no quadro das 
transformações ocorridas no Leste Europeu com a 
desintegração do bloco soviético. O termo Nova Ordem 
Mundialé aplicado de forma abrangente. Em um contexto 
atual, pode se referir também à importância das novas 
tecnologias em um mundo progressivamente globalizado 
e às novas formas de controle tecnológico sobre as 
pessoas. A Nova Ordem Mundial busca garantir o 
desenvolvimento do capitalismo e estrutura-se a partir de 
uma hierarquização de países, de acordo com seu nível 
de desenvolvimento e de especialização econômica. Em 
âmbito geral, podemos citar algumas características deste 
contexto: 
 
 Em termos militares, a bipolaridade (fato de haver dois 
polos de força, que eram Estados Unidos e URSS) foi 
substituída pela chamada pax imperial americana, que 
significa que não existia país no mundo capaz de se 
contrapor ao poderio militar americano. A supremacia 
militar incontestável dos Estados Unidos passaria a 
ser exercida de forma intensa em todas as partes do 
mundo onde seus interesses econômicos ou 
geopolíticos se fizerem presentes. 
 Em termos econômicos e tecnológicos temos a 
multipolaridade, com pelo menos três grandes blocos: 
o primeiro, organizado em torno dos EUA; o segundo, 
em torno da Europa (União Europeia) e um terceiro, o 
bloco asiático, onde se destacam o Japão, a China, a 
Índia e até mesmo a Rússia. 
 A intensa urbanização mundial é um fenômeno típico 
de países não-desenvolvidos e resultante de sua 
industrialização e modernização recente. No ano 
2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) 
divulgou que a população urbana mundial superou a 
população rural. 
 Ao contrário do que ocorria até pouco tempo, a nova 
divisão internacional do trabalho (DIT) não separa 
apenas países exportadores de manufaturados de 
países exportadores de matéria-prima. 
 A urbanização é acelerada e irreversível em especial 
nos países em desenvolvimento. É geralmente 
caótico, o que agrava os problemas ambientais e 
concentra a pobreza, potencializando seus aspectos 
negativos. 
 
 NEOLIBERALISMO 
 
 Para que possamos compreender o que venha a 
ser Neoliberalismo, suas características e como ―ele‖ 
interfere no comportamento do mercado financeiro 
brasileiro e mundial faz-se necessário que entendamos 
primeiramente o que vem a ser o Liberalismo Econômico. 
Em tese, podemos definir o liberalismo econômico como 
sendo uma ideologia baseada na organização da 
economia em linhas individualistas, o que significa que o 
maior número possível de decisões econômicas são 
tomadas por indivíduos e não por instituições ou 
organizações coletivas. O pressuposto básico da teoria 
liberal é a emancipação da economia de qualquer dogma 
externo a ela mesma. Assim, os grandes defensores de 
tal ideologia, tais como Adam Smith (1723 – 1790), 
combatiam a intervenção do estado na economia. Para 
ele, a economia deveria ser regida por leis naturais, sem 
regulamentação ou interferência estatal. Smith acreditava 
que, a fonte de riqueza de uma nação estava no trabalho 
livre, sem ter, logicamente nenhuma interferência do 
estado. A ideologia liberal é bastante criticada por não 
aceitar a regulamentação do mercado por parte do 
estado. Segundo seus defensores, a economia deve ser 
regida pela ―mão invisível‖ do mercado. 
 
 CRISE DE 29 – A PRIMEIRA GRANDE CRISE DO 
“LIBERALISMO” 
 
Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia 
norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As 
indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes 
quantidades, principalmente, para os países europeus. 
Após a guerra o quadro não mudou, pois os 
países europeus estavam voltados para a reconstrução 
 
 
 
 
 
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das indústrias e cidades, necessitando manter suas 
importações, principalmente dos EUA. A situação 
começou a mudar no final da década de 1920. 
Reconstruídas, as nações europeias diminuíram 
drasticamente a importação de produtos industrializados e 
agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das 
exportações para a Europa, as indústrias norte-
americanas começaram a aumentar os estoques de 
produtos, pois já não conseguiam mais vender como 
antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na 
Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-
americanos tinham investimentos nestas ações. Em 
outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações 
de muitas empresas, houve uma correria de investidores 
que pretendiam vender suas ações. O efeito foi 
devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente 
em poucos dias. Pessoas muito ricas passaram, da noite 
para o dia, para a classe pobre. O número de falências de 
empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% 
dos trabalhadores. 
A crise, cujo um dos principais fatores foi 
justamente o ―excesso‖ de liberalismo, também conhecida 
como ―A Grande Depressão‖, foi a maior de toda a 
história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos 
países do mundo mantinham relações comerciais com 
os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos 
os continentes. 
 
 A IDÉIA DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA 
ECONOMIA SE FORTALECE 
 
Objetivando combater os efeitos da crise de 29, o 
governo norte-americano lança em 1933 o plano 
conhecido como New Deal. O New Deal (―Novo Acordo‖ 
em português) foi um conjunto de medidas econômicas e 
sociais tomadas pelo governo Roosevelt, entre os anos 
de 1933 e 1937, com o objetivo de recuperar a economia 
dos EUA e que teve como princípio básico a forte 
intervenção do Estado na economia. Embora não fosse 
propriamente um projeto coerente de reformas políticas, 
econômicas e sociais, as políticas implementadas 
por Franklin D. Roosevelt em resposta à Grande 
Depressão lançaram as bases do estado keynesiano. 
 
 AS IDÉIAS KEYNESIANAS – ESTADO PRESENTE / 
ESTADO PLANEJADOR 
 
Segundo o economista britânico John Maynard 
Keynes (1883-1946) a tal ―mão invisível‖ do mercado não 
resulta no que pregam os economistas mais ortodoxos, 
no equilíbrio entre o bem-estar global e os agentes 
econômicos. Segundo ele a não intervenção do estado na 
economia pode levar à crise. A teoria de John Maynard 
Keynes, que se baseia na intervenção do Estado foi 
colocada em prática após o fim da II Guerra Mundial, 
como uma opção para a recuperação dos países 
devastados pela guerra. Nesse momento, essa ideologia 
é conhecida como Welfare State (Estado de Bem-Estar 
Social), que prega a atuação do estado visando garantir 
as condições dignas básicas aos seus cidadãos. 
 
 OS ACORDOS DE BRETTON WOODS – 1944 
 
Um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, 
1944, por iniciativa dos EUA, os países capitalistas que 
combatiam o EIXO reuniram-se na Conferência de Breton 
Woods. Naquele momento surgia o Sistema de Breton 
Woods, que foi na verdade um conjunto de regras para as 
relações comerciais e financeiras entre os países mais 
industrializados do mundo. Ali foram organizadas as 
bases da economia do mundo pós-2ª guerra. Ali, ficou 
estabelecido, por exemplo: 
* O dólar ganharia estatuto de ―moeda mundial‖, 
tornando-se o veículo principal das transações 
comerciais e das finanças internacionais. 
* Cada país deveria adotar uma política monetária que 
mantivesse a taxa de câmbio de suas moedas dentro de 
um determinado valor indexado ao dólar. (O sistema 
Bretton Woods foi o primeiro exemplo, na história 
mundial, de uma ordem monetária totalmente 
negociada, tendo como objetivo governar as relações 
monetárias entre Nações-Estado independentes). 
* A criação do FMI – surgiu com o objetivo de oferecer 
créditos de curto prazo destinados a evitar que crises 
financeiras nacionais se alastrassem para a economia 
mundial. (Como aconteceu em 1929). O FMI seria uma 
espécie de "caixinha" de todos os países, que poderiam 
fazer movimentações de dinheiro do caso 
necessitassem de injeção

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