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Aula n 9 - DPC - ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental-1

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Aula 9: 
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
ADPF
JOSENEY CORDEIRO DA COSTA
Uninorte
Direito Processual Constitucional
10º Período 
2020
DENOMINAÇÃO DA AÇÃO
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ADPF
PREVISÃO LEGAL
Foi criada pelo constituinte originário.
Art. 102, §1º, da CF: “A ADPF, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo STF, na forma da lei.”
Norma de eficácia limitada ou norma não autoexecutável e foi disciplinada pela Lei Federal nº 9.882/99, de 3 de dezembro de 1999.
CONCEITO DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL
Para GILMAR MENDES preceitos fundamentais são:
 
 Direitos e garantias individuais, cláusula pétrea, Princípio Federativo, separação dos Poderes e o voto direto, secreto e universal e os Princípios Constitucionais Sensíveis.
CARACTERÍSTICAS
ADPF pode ter caráter preventivo ou repressivo:
Lei Federal nº 9.882/99 em seu artigo 1º disciplina que: a arguição prevista no §1º, do art. 102, da Constituição Federal, será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
A ADPF possui caráter residual (ou subsidiário): não será cabível quando houver outro meio capaz de sanar a lesividade. 
 Ex: ADPF constitucionalidade de lei federal - ADC (art. 4, §1º, da Lei 9.882/99).
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: ADPF de forma errônea - requisitos da ADI presentes.
Ex: ADPFs 132 e 178, que tratavam da união homoafetiva foram conhecidas como ADI 4.277.
ADPF e Conhecimento como ADI
Tendo em conta o caráter subsidiário da argüição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF, consubstanciado no § 1º do art. 4º da Lei 9.882/99, o Tribunal resolveu questão de ordem no sentido de conhecer, como ação direta de inconstitucionalidade - ADI, a ADPF ajuizada pelo Governador do Estado do Maranhão, em que se impugna a Portaria 156/2005, editada pela Secretária Executiva de Estado da Fazenda do Pará, que estabeleceu, para fins de arrecadação do ICMS, novo boletim de preços mínimos de mercado para os produtos que elenca em seu anexo único. 
Entendeu-se demonstrada a impossibilidade de se conhecer da ação como ADPF, em razão da existência de outro meio eficaz para impugnação da norma, qual seja, a ADI, porquanto o objeto do pedido principal é a declaração de inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, restando observados os demais requisitos necessários à propositura da ação direta. Precedente citado: ADI 349 MC/DF (DJU de 24.9.90).
ADPF 72 QO/PA, rel. Min. Ellen Gracie, 1º.6.2005. (ADPF-72)
CABIMENTO
 Caberá a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental:
1) Para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (art. 1º, caput, da Lei Federal nº 9.882/99); e, (ADPF Autônoma) 
2) Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição (art. 1, parágrafo único, inciso I, da Lei Federal nº 9.882/99) – ADPF Incidental.
OBJETO AMPLO
O objeto da ADPF é o mais amplo possível:
Qualquer ato do poder público, inclusive decretos regulamentares ou atos administrativos;
Atos de qualquer esfera: federal, estadual, distrital e até mesmo municipal;
Atos anteriores à CF 88;
Omissões do Poder Público que gerem lesão à Preceito Fundamental;
 
Atos de particulares exercendo função pública (ex. concessionárias e delegatárias, instituições de ensino).
Decisões judiciais.
COMPETÊNCIA
Será apreciada pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF, (art. 1º, caput, da Lei 9.882/99 e §1º, do art. 102)
LEGITIMAÇÃO
São os mesmos da ADI, (art. 2º, I, da Lei nº 9.882/99 - (Universais e especiais – pertinência temática).
PETIÇÃO INICIAL: REQUISITOS
Indicação do preceito fundamental violado;
Indicação e cópia do ato questionado;
Pedido e suas especificaçõe;
Comprovação da contorvérsia judicial, se for o caso;
P.I deve ser acompanhada de instrumento de mandato; - Art. 3º da Lei nº 9.882/99.
INDEFERIMENTO DA PI
O Relator indeferirá a petição inicial de forma liminar quando não for caso de ADPF, faltar algum requisito previsto em Lei ou for inepta - Art. 4º, caput, da Lei nº 9.882/99.
IMPUGNAÇÃO 
Desta decisão do Relator que INDEFERE a PI caberá AGRAVO, no prazo de 5 (cinco) dias. – Art. 4º, §2º da Lei nº 9.882/99.
PRINCÍPIO OU REGRA DA SUBSIDIARIEDADE
Não será admitida a ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. – Art. 4º, §1º da Lei nº 9.882/99.
PROCEDIMENTO E CONTEÚDO DA CONCESÃO DA LIMINAR 
O Art. 5º da Lei nº 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida liminar pela decisão da maioria absoluta dos membros do STF (6 votos).
Havendo extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar ad referendum do Tribunal Pleno.
O Relator poderá ouvir os órgãos e autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o AGU e o PGR, em 5 dias, em prazo comum.
A liminar poderá determinar a juízes e tribunais que suspendam andamento de processos ou efeitos de decisões judiciais ou qualquer outra medida que apresente relação com o objeto da ADPF, salvo se decorrente de coisa julgada.
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INFORMAÇÕES 
Após a apreciação da liminar, o Relator solicitará informações da autoridade responsável pela prática do ato questionado em 10 dias. Poderá, também designar peritos ou comissão de peritos, informações adicionais e audiência pública, bem como a requerimento dos interesados sustentação oral e memoriais (Art. 6º, caput e §§ 1º e 2º da Lei nº 9.882/99)
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RELATÓRIO E MANIFESTAÇÃO DO PGR 
Fluído o prazo para informações o Relator lançará relatório nos autos, com cópia para todos os ministros, e abrirá prazo de 5 dias, para o PGR se manifestar, caso não tenha ajuizado a ADPF (Art. 7º e parágrafo único da Lei nº 9.882/99)
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QUÓRUM PARA A DECISÃO 
Maioria absoluta (SEIS votos) com quórum de instalação da sessão de 8 ministros (art. 8, da Lei 9.882/99).
COMUNICAÇÃO 
Julgada procedente a ação, far-se-á a comunicação as autoridades responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. (Art. 10 da Lei nº 9.8882/99)
CUMPRIMENTO IMEDIATO
O Presidente do Tribunal determinará o cumprimento imediato da decisão, lavrando-se acórdão posteriormente. (Art. 10, §1º da Lei nº 9.8882/99)
PUBLICAÇÃO FORMAL
10 dias contados a partir do trânsito em julgado da decisão, em sua parte dispostiva, será publicada no D.O.J. e D.O.U. (Art. 10, § 2º da Lei nº 9.8882/99)
EFICÁCIA E EFEITOS 
A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público (Art. 10, § 3º da Lei nº 9.8882/99)
MODULAÇÃO DE EFEITOS DA DECISÃO 
Mas pode ser dado efeito ex nunc ou pro futuro por 2/3 dos votos e por razões de relevância jurídica ou excepcional interesse social. (Art. 11 da Lei nº 9.882/99).
IRRECORRIBILLIDADE 
A decisão é irrecorível, salvo embargos declaratórios – Art. 12 da Lei nº 9.8882/99
DESCUMPRIMENTO 
Caberá RECLAMAÇÃO contra o descumprimento da decisão – Art. 12 da Lei nº 9.8882/99
IMPORTANTE 
Aplica-se o conceito de Causa de Pedir Aberta.
Em ADPF NÃO é cabível:
Alegação de prescrição ou decadência;
Intervenção de terceiros;
Assistência Jurídica às “partes”;
Ação Rescisória;
Recurso ou embargos de declaração de Amicus Curiae; 
Cabe Amicus Curiae
Deus é o nosso refúgio e fortaleza todos os dias, 
basta crer.

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