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Dietoterapia na Obesidade Paulo Carvalho de Paula Setembro, 2019 Obesidade Doença crônica, inflamatória, endócrino metabólica, heterogênica, multifatorial e caracterizada pelo excesso de gordura corporal. (DITEN, 2011) Doença que pode‐se desenvolver a partir de fatores genéticos, metabólicos, ambientais (comportamentais, sociais e culturais) ou da interação desses fatores. Um dos mais prevalentes problemas de saúde pública Fator de Risco para DCNT Transtornos metabólicos graves Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Genéticos Ambientais Socioculturais Comportamentais 24 a 40% Mais influenciam Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Quantidade e composição dos alimentos ingeridos Controle central da saciedade Atividade física ou taxa metabólica Leptina: Hormônio proteico composta por 167 aminoácidos. É a ação da leptina no sistema nervoso central (hipotálamo), em mamíferos, que promove a redução da ingestão alimentar. Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Tecido Adiposo Resistência à Leptina Indivíduos obesos apresentam elevados níveis plasmáticos de leptina, cerca de cinco vezes mais encontrados em indivíduos magros. Os mecanismos que controlam o metabolismo e o peso corporal em humanos são mais complexos do que se imagina, e maiores investigações relacionadas ao gênero e à espécie são necessárias. A hiperleptinemia, encontrada em pessoas obesas, é atribuída a alterações no receptor de leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte na barreira hematocefálica, fenômeno denominado resistência à leptina, semelhante ao que ocorre no diabetes mellitus. Na resistência à leptina… Diminuição da saciedade Aumento da ingestão alimentar OBESIDADE Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Tecido adiposo: modulador da resposta inflamatória Tecido Adiposo Adiponectina Leptina Resistina Visfatina Citocinas - Resistência à insulina Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Tecido adiposo: modulador da resposta inflamatória Adiponectina Leptina Resistina Visfatina TNF-α IL-6 IL-1 MCP-1 Etiologia e Fisiopatologia da Obesidade Tecido adiposo: modulador da resposta inflamatória Citocinas - Resistência à insulina RESISTÊNCIA A INSULINA Maior síntese e retenção de TG no fígado: esteatose Por disfunção mitocondrial: menor beta-oxidação Estresse oxidativo: peroxidação lipídica da membrana do hepatócito e produção de citocinas LIMITAÇÕES - IMC não distingue massa gordurosa de massa magra não reflete a distribuição da gordura corporal A combinação de IMC com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns problemas do uso do IMC isolado Diagnóstico e Classificação Nutricional Pregas cutâneas Bioimpedância Ultrassonografia: espessura TA (quantifica o TA intra-abdominal) Tomografia computadorizada: quantificar TA subcutâneo e intra- abdominal Ressonância magnética: diagnóstico gordura visceral – alto custo Relação circunferência cintura/quadril RCQ Circunferência da Cintura (reflete melhor o conteúdo de gordura visceral que RCQ) OMS (1997): National Cholesterol Education Program (NCEP): Diagnóstico e Classificação Nutricional PADRÃO OURO (ABESO 2009) 1. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS – Combinação de massa corporal e distribuição de gordura ↓ melhor opção para preencher a necessidade de avaliação clínica (Baixo custo e praticidade) Não há avaliação perfeita para sobrepeso e obesidade Diagnóstico e Classificação Nutricional Quando o P.I. é uma meta ainda “distante” Corrige-se o P.I. para a determinação da necessidade energética e de nutrientes Situação: Pacientes com IMC > 27 Kg/m2 (ASPEN) Pacientes com obesidade mórbida ou quando o PA for superior a 100% do PI (Lameu, 2005) A adequação do peso for superior a 115% ou inferior a 95% do peso ideal (Cuppari, 2002) É obtido por meio da equação: Peso ajustado = (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso ideal Qual será o peso a ser utilizado??? DIETOTERAPIA OBJETIVOS Reduzir a gordura corporal para valores que sejam acompanhados de melhora do estado de saúde ou consistente com a redução dos riscos de complicações 1 Manutenção da massa corporal após a finalização do tratamento 2 Implementar hábitos e práticas saudáveis e adequados no que concerne à escolha dos alimentos, comportamentos alimentares e adequação do gasto energético 3 Redução do risco ou tratamento de outras doenças crônicas não transmissíveis associadas à obesidade 4 EFETIVIDADE DA DIETOTERAPIA Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal deveria ser parte integrante de qualquer programa de perda de peso que objetive diminuição de 0,5 a 1 kg por semana. 1 Dietas de baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal. Estudos de longo prazo mostram perda média de 4% em três a cinco anos. 2 Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto, em longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar. 3 Dietas escassas em gorduras, sem redução do número total de calorias, não levam à perda de peso. Entretanto, reduzir a quantidade de gordura, em uma dieta hipocalórica, é uma maneira prática de diminuir a ingestão calórica e induzir a perda de peso. 4 EFETIVIDADE DA DIETOTERAPIA Contato frequente entre o médico e o paciente e o tempo dispendido com o paciente auxiliam muito a perda e a manutenção do peso perdido. 6 Dietas que contenham 1.400 a 1.500 kcal por dia, independentemente da composição de macronutrientes, levam à perda de peso. 5 Equipe Multidisciplinar Abordagem individual – riscos e motivação A escolha do tratamento deve se basear na gravidade e na presença de complicações associadas Mudança do Estilo de Vida Medicamentoso + Mudança do Estilo de Vida Cirúrgico + Mudança do Estilo de Vida Ferramentas para sucesso do tratamento CONDUTA DIETOTERÁPICA > 1.000 a 1.200 kcal/d para as mulheres > 1.200 a 1.400 kcal/d para os homens CONDUTA DIETOTERÁPICA Carboidrato Proteína Lipídeo 55 – 60% 15 – 20% 20 - 30% ABESO, 2010 CONDUTA DIETOTERÁPICA Carboidrato Proteína Lipídeo 55 – 60% 15 – 20% < 30% Saturada < 10% Se LDL > 100mg/dL < 7% POLI 10% MONO 15% Terapia nutricional para Obesidade Extrema. Projeto diretrizes, 2011. CONDUTA DIETOTERÁPICA MICRONUTRIENTES E FIBRAS FIBRAS 20 – 30g VITAMINAS E MINERAIS DRI (suplementação, se necessário) SÓDIO 2 g VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010) FRACIONAMENTO 5 a 6 refeições Importante!! Antes de planejar a terapia, investigar estado motivação do paciente CONDUTA DIETOTERÁPICA água 1500 ml para cada 1000kcal VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010) Quando utilizar? Quando não houver sucesso no tratamento não farmacológico IMC igual ou superior a 30 kg/m²; IMC igual ou superior a 25 kg/m² associado a outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, DM tipo 2, hiperlipidemia, apneia do sono, osteoartrose, gota, entre outras; circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
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