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UNIVERSIDADE TIRADENTES CURSO DE PEDAGOGIA ANA GLORIA DANTAS CHAVES MARIA GORETE SANTANA DOS SANTOS A EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DO INDIVIDUO POÇO VERDE – SE 2016 ANA GLORIA DANTAS CHAVES MARIA GORETE SANTANA DOS SANTOS A EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DO INDIVIDUO Trabalho de Conclusão de Curso, sob a forma de Artigo Científico, apresentado a Universidade Tiradentes, como requisito final obrigatório para conclusão do curso de Pedagogia, na modalidade ead. Orientador: Prof. Esp. Irazano Figueiredo . POÇO VERDE – SE 201 2 A EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DO INDIVIDUO 1 ANA GLORIA DANTAS CHAVES 2MARIA GORETE SANTANA DOS SANTOS RESUMO: O presente documente de estudo traz por título A Educação Infantil e sua importância para a formação do Individuo, objetiva analisar como tem sido o ensino infantil no Brasil, suas mudanças, práticas educacionais e importância para o ensino básico. Evidencia que a educação infantil é de suma importância para a formação do individuo, e que se esta for de qualidade produzirá cada vez mais seres humanos capazes de lidar as mais variadas situações de vida, seja escolar, cultural ou social. Aqui também será apresentada a metodologia de pesquisa, as considerações finais e os capítulos, que serão três: A Educação Infantil e seus avanços; Os Profissionais da Educação Infantil e sua formação e Uma visão aguçada sobre a Educação Infantil. Palavras-chave: Educação Infantil; Profissionais; Formação. ABSTRACT: This document study brings by title Preschool education and its importance for the formation of Individuo, objective analysis as has been the children's education in Brazil, its changes, educational practices and importance to basic education. Shows that early childhood education is of paramount importance for the formation of the individual, and that if it is quality produce increasingly human beings capable of handling the most varied situations of life, whether school, cultural or social. Here also will be presented the research methodology, conclusions and chapters, which will be three: The Early Childhood Education and its progress; Professionals of early childhood education and their training and a keen insight into the childhood education. Keywords: Early Childhood Education; Professionals; Training. 1 Graduanda em Pedagogia pela Universidade Tiradentes, modalidade ead; Professora da Educação Infantil no Centro de Educação Infantil Claudiana de Almeida – E-mail: @hotmail.com 2 3 1. INTRODUÇÃO A educação infantil no Brasil tem passado por períodos de grandes transformações desde o tocante a leis como a métodos, instituições e profissionais. Muitos têm sido os investimentos neste campo de ensino, que se pressupõem ser a base para toda a via educacional do indivíduo. Tendo em vista tamanha importância do ensino infantil, é que o presente artigo reafirma de acordo com FARIA (1999) que a criança é um sujeito social e histórico que está inserido em uma sociedade na qual partilha de uma determinada cultura. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também contribui com ele. A criança, assim, não é uma abstração, mas um ser produtor e produto da história e da cultura. Portanto, deve ser vista como um ser capaz e que dará continuidade a uma nação e para isso precisa de uma excelente educação. Deste modo entende-se que a criança é um ser competente para interagir e produzir cultura no meio em que se encontra. VYGOTSKI (1986, 1989 e 1991), diz que a interação social é um processo que se dá a partir e por meio de indivíduos com modos histórica e culturalmente determinados de agir, pensar e sentir, sendo inviável dissociar as dimensões cognitivas e afetivas dessas interações e os planos psíquico e fisiológico do desenvolvimento decorrente. Nessa perspectiva, a interação social torna-se o espaço de constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde que nasce. Entendendo a criança como um ser competente, foi que surgiu o interesse em realizar uma pesquisa a partir da inquietação acadêmica e profissional de investigar a importância da educação infantil na formação educacional do indivíduo. Surgindo assim o título do presente artigo: “A Educação Infantil e sua Importância para a Formação do Indivíduo, sob a inquietação:‘A Educação Infantil tem sido vista como fator preponderante para o decorrer de toda ensino básico?’. Não deixando de ter uma suposta resposta para tal indagação – uma educação infantil de qualidade produz uma educação básica de sucesso. Tomando por base este questionamento, será feito um estudo bibliográfico com fonte primária e documental, de cunho qualitativo, objetivando analisar como tem sido o ensino infantil no Brasil, suas mudanças, práticas educacionais e importância para 4 o ensino básico. “Os procedimentos deste tipo de pesquisa permitem ao pesquisador a cobertura de amplo leque de acontecimentos e de grandes faixas territoriais”. (SIENA, 2007, p.67) Notoriamente que por se tratar de uma pesquisa documental e qualitativa, foram e serão utilizadas obras concernentes ao tema: Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil; Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil; Legislação brasileira que trata da Educação Infantil; autores como: ANDRADE; VYGOTSKI, Levy; FARIA; FREIRE, SIENA, entre outros que aqui serão citados, incluindo pesquisas em internet e bibliotecas. 2. A EDUCAÇÃO INFANTIL E SEUS AVANÇOS Em estudos realizados nota-se que, muito outrora o sentido de infância não existia, pois, não se dava a devida importância ao ser criança. De Acordo ARIÉS (1981), basicamente em torno do século XVI, não se tinha consciência a cerca do universo infantil. A visão de infância, nesta época tinha por base o abandono, pobreza, favor e caridade, deste modo era ofertado um atendimento bastante subjetivo as crianças; além do mais o número de mortalidade infantil era alarmante, por conta do grande risco de morte logo depois de seu nascimento devido às péssimas condições de saúde e higiene da população em geral, que se agravava ainda mais com as crianças. Ainda em consonância com ARIÉS (1981), em decorrência de tais condições, quando uma criança era morta simplesmente era substituída por outros e desta forma sucessivos nascimentos ocorriam, pois ainda não existia, como hoje, o sentimento de “cuidado, ou paparicação”, pois as famílias, conforme ARIÉS (1981) interpretavam que a criança que morria notoriamente não faria falta e poderia ser substituída por outra a qualquer momento. Dando continuidade ao pensamento de ARIÉS (1981), para complementar este breve pincelar do surgimento do conceito de infância, somente a partir do século XIX e XX é que a infância passa a ter um lugar de notável importância para a família e é claro para a sociedade. É neste momento que se começa a pensar na criança como ‘ser’ que necessita de cuidados diferenciados, tempo, lugar e espaço. Dando início o que hoje se entende como infância. 5 Importa dizer que o conceito de infância é resultante de uma construção social, contudo, é notório que nunca deixou de existir criança, porém nem sempre houve a consciência de infância. São vários os tempos da infância, estes apresentam realidades e representações diversas, porque nossa sociedade foi constituindo-se de uma forma, em que ser criança começa a ganhar importância e suas necessidades estão sendo valorizadas, para que seu desenvolvimento seja da melhor forma possível, e que tudo aconteça no seu verdadeiro tempo. A infância precisa ser entendida como categoria socialde efetiva importância para a sociedade, com a sua valorização e respeito, construirá uma história diferenciada. (AHMAD (2009) Disponível em <www.partes.com.br/educacao/historicoinfancia.asp) Contudo, conforme o RCNEI (1998) a educação e o cuidado na primeira infância vêm sendo tratados como assuntos primordiais de governo, organizações da sociedade civil e organismos internacionais, por um número crescente de países em todo o mundo. No caso específico do Brasil, a Educação Infantil, ou seja, o atendimento a crianças de zero a seis anos (agora até os cinco anos) em creches e pré-escolas é um direito assegurado pela Constituição Federal. De acordo com VYGOTSKI (1986, 1989 e 1991), os seis primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento humano, e a formação da inteligência e da personalidade. Entretanto, até 1988, a criança brasileira com menos de sete anos de idade não tinha direito à Educação. Fui então que a Constituição atual reconheceu, pela primeira vez, a Educação Infantil como um direito da criança, opção da família e dever do Estado. A partir daí, a Educação Infantil no Brasil deixou de estar vinculada somente à política de assistência social passando então a integrar a política nacional de educação. A Constituição Federal de 1988 criou a obrigatoriedade de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade em seu artigo 208, culminando e sendo assegurada pela LDB. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB 9394/96, art. 29) Com a Constituição Federal veio o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) sobe a forma de Lei nº 8.069, na qual consta que os Municípios passarão a ter http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10650040/artigo-208-da-constituição-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028079/estatuto-da-criança-e-do-adolescente-lei-8069-90 6 responsabilidade pelos direitos da infância e adolescência, através da criação do Conselho Municipal, do Fundo Municipal e o Conselho Tutelar (em seu artigo 227). Consequentemente veio a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei nº 9.394de 20 de dezembro de 1996, passando a estender a garantia da gratuidade para as creches e pré-escolas, pois a Constituição no seu artigo 208 inciso IV prevê apenas o atendimento em creche e pré-escola às crianças daquela idade, silenciando quanto à gratuidade, qualidade e desenvolvimento de habilidades psico-físico-social que é a proposta dos RCNEI (1998). Com esta visão cabe aqui a ideia de AHMAD (2009) disponível em <www.partes.com.br/educacao/historicoinfancia.asp, quando apresenta a ideia de propostas pedagógicas que fomentem o conhecimento das crianças na educação infantil. ...à Educação Infantil cabe um entendimento acerca de propostas pedagógicas consistentes no sentido de fomentar a transformação dos conhecimentos intuitivos em científicos, capazes de promover um trabalho para que as crianças desenvolvam atividades de caráter interativo; capaz também de produzir discussões acerca de seu desenvolvimento intelectual no sentido de ampliar sua experiência sensorial e reflexiva sobre o mundo físico e social, considerando as marcas de suas origens culturais bem como seus conhecimentos prévios, estabelecendo-se aí, processos de subjetivação, de constituição ativa de sujeitos desde a mais tenra idade. Todavia não se pode deixar de citar que os avanços continuam, pois a LDB determina que a União estabeleça, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, as diretrizes curriculares para toda a Educação Básica (Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio). O que compreende fixar as normas mínimas que garantam uma formação comum em todo o território nacional. Chegando deste modo a abril de 1999, período no qual o Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Educação Infantil. Esta breve retrospectiva, (aqui não será feito um estudo aprofundado) deixa claro que por meio de tais leis e pesquisas nacionais percebe-se que está ocorrendo em maior escala investimentos públicos na primeira infância e têm sido notórios os seus benefícios, pois a criança tem sido enxergada, não apenas no Brasil, mas em âmbito internacional como um ser de plenos direitos. Atualmente, o reconhecimento da criança enquanto sujeito social e histórico, detentora de direitos sociais, faz da educação infantil uma exigência social, ocupando no cenário da educação brasileira um espaço significativo e relevante. Paralelamente ao quadro de transformações societárias aliadas http://www.jusbrasil.com/topicos/10644726/artigo-227-da-constituição-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96 http://www.jusbrasil.com/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96 http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10650040/artigo-208-da-constituição-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com/topicos/10649866/inciso-iv-do-artigo-208-da-constituição-federal-de-1988 7 aos movimentos sociais e estudos acerca da infância, tem sido intensificado o reconhecimento da importância da educação das crianças para o pleno desenvolvimento das potencialidades do ser humano. (ANDRADE, 2010, p.23) Isso significa que o país tem percebido que o melhor investimento para o futuro da educação brasileira é investir na formação da primeira infância, o que requer uma atenção especial na educação infantil, pois esta é a válvula propulsora para todo o decorrer da educação básica. 3. OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA FORMAÇÃO Falar de educação, de imediato lembra-se dos educandos e educadores; de fato, para que haja um espaço especifico para educação escolar, sempre se pensa em quem vai estudar e em quem vai ensinar. Contudo, De Acordo com GIL (1997) as preocupações educacionais não se restringem unicamente a estes dois elementos, requer um estudo a cerco do espaço físico, materiais pedagógicos, métodos de ensino, profissionais do corpo docente e administrativo, dentre inúmeras outras coisas que irá depender da forma de condução do trabalho educativo. Apesar de saber que uma das maiores preocupações das políticas públicas educacionais, ser quem irá trabalhar com o aluno, infelizmente o que parece, ainda, é querer encontrar material humano para suprir necessidades profissionais. Pois ainda se encontra pessoas de outras formações em sala de aula atuando como professor; até mesmo em turmas de educação infantil, contrariando o que assegura a LDB 9394/96, em seu artigo 61:. “Art. 61 - A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades”. Atualmente, a falta de formação específica dos profissionais de educação, tem causado inquietação ao governo brasileiro, que vem promovendo variados meios para a formação específica desses, sem tirá-los de suas práticas pedagógicas. Em especial 8 o que aqui está em foco, os educadores da educação infantil, que assim como os demaistem o seu ampara através da LDB. A distância entre a realidade de nossos profissionais - que há anos foi cultivada por descaso e incentivos negativos das políticas públicas - e as novas questões a eles impostas são bastante grandes. Sem formação, esses profissionais, “alheios às imposições de regras e normas”, construíram no dia- a-dia “um saber-fazer carregado das experiências e contradições inerentes às práticas sociais”. (DEMO, 1996, p.8). A preocupação com os profissionais da educação infantil, que é a base da formação do individuo, esta expressa na LDB de 1996, dizendo que alguns cursos de pedagogia passam a se ocupar da formação de profissionais para a educação infantil, incluindo as crianças de 0 a 6 anos, situando-a como primeira etapa da Educação Básica (Art.24). Ela caracteriza o professor, como docente, cuja formação se fará em nível superior, admitindo-se como formação mínima a oferecida em nível de ensino médio - modalidade Normal (Art.62). Nas disposições transitórias determina que “até o fim da década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”. (LDB. Art.87) Sendo assim, não se pode deixar de requerer profissionais qualificados para atuar na educação infantil, visto que esta é a primeira etapa da Educação Básica, e que, portanto necessita de maior atenção. Como se tem notado de acordo com a LDB para a atuação na educação infantil não basta ao educador ter formação específica é preciso saber como atuar e lidar com a infância. Organizar situações de aprendizagem adequadas à criança de quatro a seis anos a partir da compreensão de que vivem um processo de ampliação de experiências com relação à construção das linguagens e dos objetos de conhecimento, considerando o desenvolvimento, em seus aspectos afetivo, físico, psico-social, cognitivo e linguístico “[...]planejar pedagogicamente a educação infantil, elegendo conteúdos a ensinar e suas didáticas, gerenciando o espaço escolar na educação infantil, levando em conta o desenvolvimento e aprendizagem específicos nas faixas etárias de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos (MEC/SEMTEC, 2000, p. 73) Para isso no Brasil, em 1998 o Ministério da Educação e Cultura publicou, em três volumes, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, constituindo- se apenas de um conjunto de sugestões e subsídios para os professores de creches e pré-escolas. Em seguida, 1999, veio a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil na qual as creches e pré-escolas são reconhecidas 9 como espaços de construção da cidadania infantil, onde as ações cotidianas junto às crianças devem, sobretudo, assegurar seus direitos fundamentais, subsidiadas por uma concepção ampla de educação e no questionamento constante sobre que educação queremos para as crianças hoje e no futuro. Os espaços institucionais devem ser seguros, estimuladores, acolhedores, oportunizando aprendizagens e experiências múltiplas, respeitando as crianças em suas capacidades, necessidades e contribuindo para o desenvolvimento de suas potencialidades. Ao reconhecer a importância da qualidade do atendimento das instituições de educação infantil, as Diretrizes Curriculares reafirmam a necessidade de qualificação dos profissionais envolvidos no trabalho educativo com as crianças, pois, para transformar espaços institucionais em espaços de exercício da cidadania das crianças é necessário que os profissionais estejam qualificados para a defesa e promoção dos direitos da infância. (ANDRADE, 2010, p.103) Fica deste modo, evidente que para que haja sucesso na prática da educação infantil, é de extrema importância com os profissionais sejam qualificados e que efetivamente defendam a infância com conhecimento de causa, sabendo que dela depende o futuro de um ser humano que está em constante formação e que de sua consciência formativa depende a sociedade. 4. UMA VISÃO AGUÇADA SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL Em tempo algum, no Brasil, a educação infantil foi vista como hoje. Como algo mágico, ímpar e fundamental na vida do ser humano, que “canta e encanta” a quem a dela faz parte, sendo rico e engrandecedor acompanhar o desenvolvimento e desempenho desses pequenos seres durante essa etapa de sua vida, conhecida como infância. “Atualmente emerge uma nova concepção de criança como criadora, capaz de estabelecer múltiplas relações, sujeitos de direitos um ser sócio-histórico, produtor de cultura e nela inserida”. (BRASIL, 2006, p.10) No decorrer do ensino infantil as percepções da capacidade de aprendizado das crianças, sua receptividade, seu carinho e sua pureza são incríveis, e só podem ser percebidas através do olhar de um verdadeiro educador, e por intermédio de uma educação de qualidade vivenciada por elas e devidamente adequada ao desenvolvimento cognitivo, motor, social e emocional. 10 Tudo que eu precisava realmente saber sobre como viver, o que fazer e como ser, aprendi no jardim de infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano de um curso superior, mas, sim, no tanque de areia do pátio da escolinha maternal. (FULGHUM, Robert. 2004. p. 16) O dia a dia na Educação Infantil precisa ter algo conhecido como sentimento de infância, deve basear-se em uma rotina previamente estabelecia objetivando o desenvolvimento da criança, que futuramente, terá o conhecimento e a sabedoria de reconhecer a importância dos valores morais, da ajuda, da partilha, dos direitos e deveres e da responsabilidade. Tudo isso, obviamente devido ao fato de que, nas pequenas atitudes, formam-se grandes cidadãos, que estarão prontos para lidar com os mais variados níveis de dificuldades. “O sentimento de infância resulta, pois, numa dupla atitude com relação à criança, preservá-la da corrupção do meio, mantendo sua inocência, e fortalecê-la desenvolvendo seu caráter e sua razão” (KRAMER, 1987, p. 2). Evidentemente a Educação Infantil assume um papel de máxima importância para a formação do indivíduo, e o prepara ativamente para a progressão dos demais níveis de ensino e da vida. É ai que FULGHUM (2004), constrói um significado sobre a Educação Infantil e cria o Credo do Jardim de Infância: O que aprendi: dividir tudo com os companheiros; jogar conforme as regras do jogo; não bater em ninguém; guardar as coisas onde as tivesse encontrado; arrumar a bagunça feita por mim; não tocar no que não é meu; pedi desculpas quando machucasse alguém; lavar as mãos antes de comer; apertar a descarga da privada; biscoito quente e leite frio fazem bem à saúde; fazer de tudo um pouco — estudar, pensar, desenhar e pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar —, todos os dias; tirar uma soneca todas as tardes; ao sair pelo mundo, ter cuidado com o trânsito; saber dar a mão e ter amigos; peixinhos dourados, porquinhos da índia, esquilos, hamsters e até a sementinha no copinho de plástico, tudo isso morre, nós também; lembrar dos livros de histórias infantis e de uma das primeiras palavras aprendidas, a mais importante de todas: — Olhe! (FULGHUM, Robert. 2004. p.16) Certamente que, se a fase da infância for entendida com o sentido apresentado por FULGHUM (2004), e a sua importância em relação à formação do ser humano, a educação terá condições de enveredar por novos rumos que enriqueçam a sua prática com as crianças, entrando em consonância com MORENO (2007) que fala da educação infantil como um lugar de respeito aos direitos e espaços adequados para o desenvolvimento pleno e construção dos saberes da criança. 11 Uma educação infantil que respeite direitos da criança em um espaço adequado, rico em estímulos, agradáveis aos olhos infantis num tempo bem planejado capaz de satisfazer suas necessidades em busca da construção de novos saberes e da descoberta do mundo a sua volta [...] O trabalho pedagógicona educação infantil deve respeitar a criança quanto aos seus direitos e especificidades, isto é sua essência lúdica; sua constante curiosidade; seu desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social; sua dependência e / ou necessidade de ajuda no cuidado com seu corpo, com sua alimentação, seus pertences etc. (MORENO, 2007, p. 55 e 57). O Credo do Jardim de Infância apresentado por FULGHUM (2004) revela que na Educação Infantil há uma preocupação em formar seres autônomos. E que a autonomia é essencial à vida, pois o homem enquanto cidadão e sujeito agente da comunidade precisa ser capaz de governar a si mesmo, buscando seu bem estar e o do outro, podendo agir com segurança e eficácia, na busca por seus sonhos e sua realização pessoal, sem medo errar, pois, aprendeu que com os erros se chega ao acerto. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o presente estudo percebe-se que nem sempre a Educação Infantil no Brasil foi vista ou entendida como fator de estrema importância para a educação básica e tão pouco como fundamental a formação do indivíduo. Todavia com o passar dos anos, e muitos estudos e pesquisas o país, começa a investir e criar leis que amparam e asseguram a educação infantil. A partir de 1994, pela primeira vez, foi formulada uma política nacional de educação infantil, com diretrizes para a formação dos profissionais, com a finalidade de que a educação infantil de qualidade fosse de fato direito de todos. Formação entendida como qualificação, na melhoria da qualidade do trabalho pedagógico (lidar com crianças pequenas), e de profissionalização, garantindo avanço na escolaridade, carreira e consequentemente salário. Assim, a Educação Infantil passa a ser entendida como uma etapa de suma importância em relação à formação completa do ser humano. Partindo deste entendimento a educação disponibilizará de novos rumos e avanço que enriquecerão a sua ação para com as crianças, em especial em sua primeira infância. Conclui-se deste modo que, uma vez os Planos Educacionais sendo adequados e implementados na realidade educativa de profissionais, instituições, forma de trabalho e em especial das crianças, mais eficientemente se reconhecerá a 12 relevância e importância da educação como instrumento de mudança da supra e infra- estrutura do país, contribuindo assim para a formação crítica e reflexiva do cidadão. Isso significa que, a formação cultural das crianças e seus professores, bem como os que estão ao seu redor, é direito de todos, pois são sujeitos históricos e sociais, cidadãos cultivados na cultura e produzidos de cultura, que possuem direitos sociais, entre eles o direito à educação de qualidade, que marcará e fará parte de sua história. REFERÊNCIAS AHMAD. Laila Azize Souto. Um breve Histórico da Infância e da Instituição de Educação Infantil. P@rtes (São Paulo). V.00 p.eletrônica. Junho de 2009. Disponível em <www.partes.com.br/educacao/historicoinfancia.asp>. Acesso em 30/03/2016. ARIÉS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução: FLAKSMAN, Dora. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981. ANDRADE, Lucimary Bernabé Pedrosa de. Educação infantil: discurso, legislação e práticas institucionais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, 1988. BRASIL, MEC/SEF/CIEDI. Política nacional de educação infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos á educação. Brasília, DF. 2006. BRASIL. Lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDBEN, 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996. BRASIL. Parecer CEB nº 022 de 17 de dezembro de 1998. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.- Brasília: MEC/SEF,1998. BRASIL.MEC/SEMTEC. Proposta de diretrizes para a formação inicial de professores da educação básica, em nível superior. Brasília, 2000. http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 13 FARIA, Ana Lucia Goulart. Educação pré-escolar e cultura. São Paulo:Cortez, 1999. FULGHUM, Robert. Tudo o que eu devia saber na vida aprendi no jardim-de- infância: ideias comuns sobre coisas banais. 3.ed. São Paulo: Best Seller, 2004. DEMO, Pedro. Formação do profissional de Educação Infantil: anais do IV simpósio latino-americano de atenção à criança de 0 a 6 anos. Brasília: MEC, 1996. GIL, A. C. Metodologia do ensino superior. 3 ed, São Paulo: Atlas, 1997. KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar no Brasil: Arte do disfarce.3.ed. Dois Pontos: Rio de Janeiro,1987.p.11-47. MORENO, Gilmara Lupion. Organização do trabalho pedagógico na instituição de educação infantil. In: PASCHOAL, Jaqueline Delgado (Org.). Trabalho pedagógico na educação infantil. Londrina: Humanidades, 2007. SIENA, Osmar. Metodologia da pesquisa científica: elementos para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. Porto Velho: UNIR, 2007. VYGOTSKI, L. S. Lezionidi Psicologia. Roma: Riuniti, 1986. __________. A formação social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1989. __________. La psique, la consciencia, el inconsciente. Obras Escogidas. Madri: Visor, 1991, tomo I, p. 95-110.
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