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1 
 
MESOTERAPIA 
 
 
 
2 
 
Mesoterapia 
 
 
SOBRE A FACULDADE 
 
Propósito 
• Mudar a vida das pessoas para melhor. 
 
Missão 
• Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e 
na vida. 
 
Visão 
• Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-
Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e 
internacional. 
 
Valores 
• Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e 
influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora. 
• Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da 
empresa, diferenciando nossos beneficiários no merca- do competitivo. 
• Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as 
regulamentações e legislações vigentes. 
• Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons 
relacionamentos. 
• Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e ca- pazes 
de justificar as nossas ações e decisões. 
 
 
3 
 
Mesoterapia 
NOTA DO AUTOR 
 
 A mesoterapia, apesar de existir a quase 70 anos, ainda é uma ciência muito 
empírica, ou seja, baseada em observação. Existem estudos comprovando sua 
eficácia em diversos tratamentos médicos e estéticos, porém ainda faltam muitas 
pesquisas a serem feitas. A quantidade de diferentes medicamentos utilizados em 
mesoterapia é de centenas. As combinações possíveis de mesclas (diferentes 
medicamentos utilizados em conjunto para um único tratamento) é na casa dos 
milhares. Considerando ainda as diferentes doses possíveis, tem-se milhões de 
combinações possíveis. A literatura descreve diversas substâncias utilizadas na 
mesoterapia, porém poucas publicações respaldam sobre o uso correto destas. 
 O que é feito hoje, em relação a mesoterapia, é a basear-se na literatura já 
existente. A cafeína é um exemplo de um lipolítico, logo, se utilizada na técnica de 
mesoterapia, deve apresentar potencial lipolítico também 
 Mas então, como se definem os protocolos de mesoterapia? Utilizando o que 
se tem na literatura científica a respeito das substâncias. Sabe-se farmacologia da 
cafeína, sabe-se sua dose terapêutica, sua dose letal. Então, baseado nisso, os 
profissionais definiram protocolos seguros, respeitando os preceitos da farmacologia 
de cada composto, os preceitos da mesoterapia, e os preceitos fisiológicos. Sempre 
embasados em artigos e trabalhos científicos. Talvez se descubra que os protocolos 
utilizados não são os mais eficazes. Que deveria se ter usado uma dose diferente ou 
um intervalo diferente. Mas presa-se pela segurança do paciente, e por isso utilizam-
se doses e intervalos seguros e eficazes. Para que sejam mais eficazes ainda, dentro 
de níveis seguros, devem-se realizar mais pesquisas científicas. E isso toma tempo. 
Como eu disse, bom senso: na dúvida, utilize o que é seguro, o que é sabido. Prego 
muito a filosofia do “menos é mais”. As doses sugeridas nesta apostila são aquelas 
indicadas pelo laboratório parceiro do NEPUGA, o Pineda. Laboratório este que os 
grandes profissionais do Brasil utilizam como fornecedor de suas mesclas, assim 
como os professores do NEPUGA. O laboratório sugere sempre doses seguras, 
dentro daquelas estabelecidas em estudos e pelas maiores autoridades brasileiras e 
mundiais em saúde (ANVISA, Ministério da Saúde, OMS, CDC, etc.). Outros dos 
grandes laboratórios de injetáveis para mesoterapia do Brasil utilizam doses 
 
4 
 
Mesoterapia 
parecidas, as vezes menores, as vezes maiores, porém, no meu melhor saber, sempre 
dentro de valores seguros. 
 Cada laboratório tem suas sugestões de mesclas, assim como cada 
profissional as adapta conforme necessário. As sugestões entre os laboratórios são 
muito similares, o que indica que são eficazes, em sua maioria, devido à grande 
aceitação de profissionais e presença de resultados confirmados, ainda que de modo 
empírico. 
 De qualquer maneira cabe a todo profissional estudar e fazer o levantamento 
científico de artigos que comprovem o uso seguro e eficaz de todos as substâncias, 
as doses e vias de administração permitidas. Noto que algumas substâncias são 
utilizadas para determinados fins, sendo que não há indício científico algum sobre isto. 
Estas substâncias, particularmente, não utilizo. Pelo menos não quando não existe 
comprovação científica de seu mecanismo de ação. 
 Espero que aprendam com esta apostila, mas tenham em mente que ela não é 
a palavra final em mesoterapia. Como tudo na ciência, nada é definitivo. Uma semana 
após a publicação desta apostila, talvez surja um artigo trazendo mais luz acerca de 
determinado medicamento: confirmando ou rejeitando sua eficácia. Mantenham-se 
sempre atualizados. Optem primeiro pela segurança, e depois pela potencialização 
de resultados baseados em “achismos”. E contém sempre com o corpo docente do 
NEPUGA, profissionais capacitados, treinados e, acima de tudo, questionadores. 
 
 
5 
 
Mesoterapia 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
1.1 Histórico ........................................................................................................... 10 
1.2 Conceitos ......................................................................................................... 11 
1.3 Indicações Médicas .......................................................................................... 11 
1.4 Indicações Estéticas ........................................................................................ 12 
1.5 Contraindicações ............................................................................................. 13 
1.6 Vantagens, Desvantagens e Efeitos Colaterais ............................................... 14 
2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO NA MESOTERAPIA ................................................ 16 
2.1 Características Gerais dos Produtos a Serem Injetados .................................. 17 
2.2 Via Intradérmica ............................................................................................... 17 
2.3 Via Subcutânea ................................................................................................ 19 
2.4 Via Intramuscular ............................................................................................. 21 
3 PRODUTOS UTILIZADOS NA MESOTERAPIA ................................................... 22 
3.1 Medicamentos Lipolíticos ............................................................................. 22 
3.1.1 Desoxicolato de Sódio ............................................................................... 23 
3.1.2 Cafeína ...................................................................................................... 24 
3.1.3 L-Carnitina ................................................................................................. 25 
3.1.4 Lipossoma de Girassol .............................................................................. 26 
3.1.5 Ioimbina ..................................................................................................... 27 
3.2 Medicamentos Eutróficos ............................................................................. 28 
3.2.1 Silício ......................................................................................................... 28 
3.2.2 DMAE ........................................................................................................ 29 
3.2.3 Ácido Hialurônico ....................................................................................... 30 
3.2.4 Condroitin Sulfato ...................................................................................... 31 
3.2.5 Vitamina C (Ácido Ascórbico) .................................................................... 31 
3.2.6 Ácido Glicólico ...........................................................................................31 
3.2.7 D-Pantenol ................................................................................................. 32 
3.3 Medicamentos Venotróficos ......................................................................... 32 
3.3.1 Pentoxifilina ............................................................................................... 32 
3.3.2 Buflomedil .................................................................................................. 33 
3.3.3 Benzopirona ............................................................................................... 34 
3.3.4 Minoxidil ..................................................................................................... 34 
3.4 Medicamentos Anestésicos .......................................................................... 35 
3.4.1 Lidocaína ................................................................................................... 35 
3.4.2 Procaína .................................................................................................... 37 
3.5 Outros Medicamentos. .................................................................................. 37 
3.5.1 Ácido tranexâmico ..................................................................................... 37 
3.5.2 Ácido Kójico ............................................................................................... 38 
 
6 
 
Mesoterapia 
3.5.3 Finasterida ................................................................................................. 38 
3.5.4 Fatores de Crescimento ............................................................................. 39 
3.5.5 Outros produtos ......................................................................................... 43 
L-Arginina ........................................................................................................ 43 
L-Teanina ........................................................................................................ 43 
Crisina ............................................................................................................. 43 
Rutina .............................................................................................................. 43 
Ácido Alfa Lipóico ............................................................................................ 44 
Biotina ............................................................................................................. 44 
Asiaticosídeo ................................................................................................... 44 
N-Acetilcisteína ................................................................................................ 44 
Piruvato de Sódio ............................................................................................ 44 
SAC (Siloxanetriol Alginato Cafeína) ............................................................... 45 
3.5.6 Fármacos de aplicação Intramuscular para modulação metabólica .......... 45 
L-Ornitina ......................................................................................................... 45 
Picolinato de Cromo ........................................................................................ 45 
Taurina ............................................................................................................ 45 
Vitamina B12 ................................................................................................... 45 
Inositol ............................................................................................................. 46 
L-Fenilalanina .................................................................................................. 46 
BCAA ............................................................................................................... 46 
HMB (Hidroximetilbutirato)............................................................................... 46 
5-HTP (Hidroxitriptofano) ................................................................................. 46 
4 PROTOCOLOS DE APLICAÇÃO DE MESOTERAPIA ........................................ 47 
4.1 Mesclas de Mesoterapia .................................................................................. 47 
4.2 Materiais e Preparo da Mescla para Aplicação ................................................ 48 
4.2.1 Escolha da Seringa e Agulha ..................................................................... 49 
4.3 Técnicas de Aplicação ..................................................................................... 51 
4.4 Técnica de Mesoterapia para Gordura Localizada........................................... 52 
4.5 Técnica de Mesoterapia para Fibroedema Gelóide ......................................... 53 
4.6 Técnica de Mesoterapia para Gordura Submentoniana ................................... 54 
4.7 Técnica de Mesoterapia para Flacidez e Manchas .......................................... 57 
4.8 Técnica de Mesoterapia para Estrias ............................................................... 61 
4.9 Técnica de Mesoterapia para Intramuscular .................................................... 63 
5 TRATAMENTO E PÓS-TRATAMENTO ................................................................ 64 
5.1 Tratamento e Pós-Tratamento de Gordura Localizada .................................... 65 
5.2 Tratamento e Pós-Tratamento de Gordura Submentoniana ............................ 67 
5.3 Tratamento e Pós-Tratamento de Flacidez e Estrias ....................................... 68 
5.4 Tratamento e Pós-Tratamento de Manchas ..................................................... 69 
5.5 Tratamento e Pós-Tratamento com Injeção Intramuscular .............................. 71 
6 SUGESTÕES DE MESCLAS ................................................................................. 72 
 
7 
 
Mesoterapia 
6.1 Mesclas para Gordura Localizada .................................................................... 72 
6.2 Mesclas para Hidrolipodistrofia Ginóide ........................................................... 73 
6.3 Mesclas para Gordura Submentoniana ............................................................ 73 
6.4 Mesclas para Flacidez e Rejuvenescimento Tissular ....................................... 74 
6.5 Mesclas para Estrias ........................................................................................ 74 
6.6 Mesclas para Manchas .................................................................................... 75 
6.7 Mesclas para Tratamento Capilar .................................................................... 75 
6.8 Mesclas para Aplicação Intramuscular ............................................................. 76 
7 SUGESTÕES DE FÓRMULAS PARA HOMECARE ............................................. 76 
8 MANUSEIO DAS COMPLICAÇÕES DA MESOTERAPIA .................................... 78 
8.1 Principais Complicações .................................................................................. 78 
8.1 Principais Complicações .................................................................................. 79 
8.2 Sugestões de Homecare para a prevenção e tratamento de complicações .... 80 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 81 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 84 
 
8 
 
Mesoterapia 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AA Aminoácido 
AAS Ácido Acetilsalicílico 
Ác Ácido 
AG Ácido Graxo 
AH Ácido Hialurônico 
AMP Adenosina Monofosfato 
AMPc Adenosina Monofosfato Cíclico 
ATP Adenosina Trifosfato 
CDC Centers for Disease Control and Prevention 
COX-2 Ciclo-oxigenase 2 
DHT Di-hidrotestosterona 
DMAE Dimetilaminoetanol 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
FEG Fibroedema Gelóide 
FPS 
Fator de Proteção Solar (também se refereao Protetor 
Solar) 
GAG Glicosaminoglicano 
GF Growth Factor (Fator de Crescimento, em inglês) 
GH Growth Hormone (Hormônio do Crescimento, em inglês) 
GL Gordura Localizada 
ID Intradérmico 
IL Interleucina 
IM Intramuscular 
LHS Lípase Hormônio Sensível 
mg miligrama 
mL mililitros 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PDE4 Fosfodiesterase-4 
q.s.p. Quantidade suficiente para 
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SC Subcutâneo 
 
9 
 
Mesoterapia 
TG Triglicérides 
VO Via oral 
WHO World Health Organization (ver OMS) 
 
 
 
10 
 
Mesoterapia 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Histórico 
 
 A intradermoterapia, ou mesoterapia, é um procedimento introduzido pelo 
médico francês Michel Pistor (1924-2003), em 1952, para tratar a dor. Ele tentou 
injetar procaína de forma local para o tratamento da asma. O tratamento não 
funcionou, mas a audição do paciente, que era alterada, melhorou. Com a intenção 
de conseguir um efeito maior, Pistor injetou pequenas doses de procaína em 
profundidades entre 3 e 5 mm, em volta da área alvo (a orelha). A partir daí inúmeros 
pacientes deficientes auditivos começaram a procurar o médico. Ele acabou notando 
que várias outras doenças, como eczema do canal auditivo, dor na articulação 
temporomandibular e tinnitus também começaram a apresentar melhora1,2. 
 Sua descoberta foi publica em uma revista médica local em 1958. Ele deu a ela 
o nome de mesoterapia. Ele definiu como sendo o tratamento do mesoderma (o 
folículo embrionário que se diferencia em tecidos conectivo, muscular e circulatório), 
em função de apresentar eficácia em vários tecidos. Então a mesoterapia pode ser 
considerada como a aplicação de diversas injeções de substâncias farmacológicas, 
diluídas, em pequenos volumes, diretamente na região a ser tratada. Nas próprias 
palavras de Pistor (1976) temos um resumo sucinto: Pouco volume, algumas vezes, 
no local correto1,2. 
 Em 1964, Dr. Pistor fundou a Sociedade Francesa de Mesoterapia, e a 
expandiu para os campos de medicina geral, veterinária e estética. Em 1987 a 
Academia Nacional de Medicina da França, reconheceu a mesoterapia como uma 
especialidade médica. Aos poucos se popularizou em partes da Europa, América do 
Sul, Estados Unidos e Ásia. Em 2003, Dr. Michel Pistor, o Pai da Mesoterapia, 
faleceu1,2. 
 
 
 
11 
 
Mesoterapia 
1.2 Conceitos 
 
 Hoje em dia considera-se a mesoterapia não como um tratamento, mas como 
uma técnica de drug delivery (entrega de ativos), sendo que se utilizam medicamentos 
aplicados localmente, através de várias injeções. Os fármacos utilizados normalmente 
apresentam uma dosagem menor do que a convencional. Atente-se de que não são 
doses homeopáticas. Fármacos como a benzopirona, por exemplo, utilizam uma 
dosagem média de 5 mg/mL, enquanto um comprimido do medicamento Venalot 
contém 15 mg de benzopirona. São realizadas múltiplas injeções (em alguns casos 
podendo chegar a cinquenta ou mais) em via intradérmica, subcutânea ou 
intramuscular. O método de aplicação normalmente consiste no uso de agulhas de 
0,3x13mm (30G ½). Na maioria dos casos são utilizados vários fármacos em uma 
sessão. Esta associação de fármacos chama-se de mescla (mélange em francês). 
 Em torno dos anos 2000, começaram a surgir os primeiros artigos relatando o 
uso da Mesoterapia em procedimentos estéticos, e hoje existem vários trabalhos 
comprovando sua eficácia e segurança1,2. 
 
1.3 Indicações Médicas 
 
 A área médica utiliza a mesoterapia no tratamento auxiliar de diversas doenças, 
como: 
• Tendinites; 
• Cervicobraquialgia; 
• Doenças músculo esqueléticas; 
• Dores articulares; 
• Dor lombar subaguda; 
• Disfunção sacroilíaca; 
• Dor oral; 
• Dor periodontal. 
Nota-se que a maioria dos tratamentos médicos são focados em doenças 
dolorosas, sejam elas agudas ou crônicas1,2. 
 
12 
 
Mesoterapia 
1.4 Indicações Estéticas 
 
 A mesoterapia é muito popular nos tratamentos estéticos, provando-se eficaz, 
segura e bem tolerada pelos pacientes. As principais indicações da mesoterapia na 
área da estética são: 
• Redução de gordura localizada (GL); 
• Fibroedema gelóide; 
• Flacidez tissular corporal; 
• Flacidez tissular facial; 
• Flacidez muscular; 
• Desvitalização facial; 
• Redução de gordura submentoniana; 
• Alopécia; 
• Auxílio no hipertrofismo muscular; 
• Emagrecimento. 
Pode-se notar que a mesoterapia na estética tem diversas aplicações, tanto em 
tratamentos corporais como faciais, podendo ser utilizada de forma individual ou em 
associação com outras técnicas, desde que saiba-se associar as técnicas com 
segurança1,2. 
 
 
 
13 
 
Mesoterapia 
1.5 Contraindicações 
 
 Apesar de ser uma técnica segura, a mesoterapia apresenta muitas 
contraindicações, que são comuns em vários procedimentos estéticos. A seguir será 
visto algumas das contraindicações gerais da mesoterapia. Existem ainda as 
contraindicações específicas para cada medicamento utilizado. 
 
• Doença ou lesões no local da 
aplicação; 
• Gestantes; 
• Lactantes; 
• Doenças cardíacas; 
• Hipertensão; 
• Doenças vasculares; 
• Doenças hepáticas; 
• Doença ativa; 
• Peso abaixo do normal; 
• Pacientes com câncer; 
• HIV/AIDS; 
• Hipersensibilidade aos 
componentes da mescla; 
• Doenças renais; 
• Doenças autoimunes; 
• Doenças pulmonares; 
• Diabetes descompensada; 
• Alterações hormonais; 
• Presença de doença crônica; 
• Alterações hematológicas; 
• Obesidade grau I, II ou III; 
• Dentro do período de remissão 
de câncer. 
 
Resumidamente, o paciente para receber a mesoterapia deve estar sadio, sem 
doença ou processo inflamatório ativo, seja ele agudo ou crônico. Pacientes com 
algumas doenças sob controle rigoroso, mediante autorização médica, podem ser 
considerados para o tratamento de mesoterapia, como, por exemplo, diabéticos 
compensados. Pacientes que já tiveram câncer, mesmo depois de saírem do período 
de remissão, não devem receber nenhum tratamento contendo Fatores de 
Crescimento. Para os tratamentos que não contenham esse composto, é sempre 
necessário ter autorização do oncologista responsável1–4. 
 
 
 
14 
 
Mesoterapia 
1.6 Vantagens, Desvantagens e Efeitos Colaterais 
 
 Como qualquer tratamento, a mesoterapia apresenta suas vantagens e 
desvantagens (resumo comparativo na Tabela 1). Como vantagens pode-se citar a 
aplicação apenas no local da afecção estética, a possibilidade de administrar certos 
fármacos que não podem ser utilizados por via oral, o controle preciso da dose 
administrada, a entrega completa da dose usada, poucos efeitos sistêmicos (maioria 
é localizado)2. 
 Em relação as desvantagens, as principais são aquelas associadas a todos os 
procedimentos injetáveis: causa dor, existe a possibilidade de infecção, pode causar 
lesões graves, gera uma inflamação local em função da ação mecânica da agulha e 
ação dos fármacos, e, uma vez administrado o fármaco, este não pode ser removido2. 
 
Tabela 1: Comparativo resumido das vantagens e desvantagens da mesoterapia. 
Vantagens Desvantagens 
Aplicação local Dor 
Administrar fármacos que não podem 
ser usados por via oral 
Pode causar infecção 
Controle preciso da dose Pode causar lesões graves 
Entrega completa da dose usado Causa inflamação local 
Poucos efeitos sistêmicos 
Medicamento, após administração, não 
pode ser removido 
 
 Como é uma técnica que envolve a administração de medicamentos, deve-se 
considerar sua toxicidade. Vale lembrar que toda substância pode ser tóxica (inclusive 
água, por exemplo), em função de: dose administrada, via de administração, tempo 
de exposição, duração do tratamento, toxicidade inerente à substância, 
susceptibilidade individual (tolerância, função hepática, renal, etc.), farmacodinâmica 
e farmacocinética da substância. É importante, então, considerar o intervalo entre 
aplicações e o volume de fármacos aplicados (por isso, entre outros motivos,não é 
recomendado mais do que uma sessão em um mesmo dia). Apesar da toxicidade 
inerente a toda substância, a mesoterapia apresenta baixo potencial tóxico, pois 
 
15 
 
Mesoterapia 
utilizam-se substâncias mais diluídas, num volume máximo total de 10 mL de mescla, 
com intervalo grande entre aplicações. Lembre-se: o potencial tóxico é baixo, mas não 
ausente5. 
 Quanto aos efeitos colaterais, temos os comuns, muitas vezes esperados, os 
raros e os raríssimos. Os efeitos colaterais comuns são sempre localizados, ou seja, 
tendem a surgir apenas no local da aplicação. Pode-se citar os sintomas relacionados 
a inflamação: dor, calor, eritema e edema. Podem surgir também equimoses, nódulos 
e hiperpigmentação pós-inflamatória. Todos estes efeitos colaterais comuns, com 
exceção dos dois últimos citados, tendem a desaparecer em alguns dias 
(normalmente entre 3 a 7 dias). Caso persistam por mais tempo, ou sejam muito 
intensos, o paciente deve ser reavaliado e, se necessário, deve-se realizar a 
intervenção correta, seja o tratamento dos efeitos colaterais pelo próprio profissional, 
ou o encaminhamento para médico1. 
 Entre os efeitos colaterais raros pode-se citar a náusea, vômito, diarreia, 
urticária pigmentosa, hipersensibilidade e necrose. Com exceção da necrose (que tem 
mais probabilidade de ocorrer com o uso de substâncias alcóolicas ou oleosas), todos 
os outros efeitos são de caráter sistêmico. Náusea, vômito e diarreia podem surgir, 
especialmente, após a aplicação de mesoterapia intramuscular ou gordura localizada, 
que tem uma absorção sistêmica maior do que as aplicações intradérmicas. Caso os 
sintomas não diminuam ou desapareçam em algumas horas (12 a 24 horas no 
máximo) ou sejam muito intensos, o paciente deve ser encaminhado ao médico. No 
caso de hipersensibilidade do tipo I (você pode ler mais sobre hipersensibilidades no 
artigo Reações de Hipersensibilidade a Medicamentos, da Revista Brasileira de 
Alergia e Imunopatologias, escrito pelo Dr. Luiz Antônio Guerra Bernd et al.) o paciente 
deve ser encaminhado imediatamente ao hospital mais próximo (ou deve-se acionar 
a SAMU). Os sintomas podem atingir seu pico entre 3 a 30 minutos, e esta reação 
pode levar a óbito neste período1,6. 
 Sobre os efeitos colaterais raríssimos, os artigos citam, principalmente, a 
infecção não tuberculosa por Mycobacterium. Caso isto ocorra, o paciente deverá ser 
encaminhado ao médico imediatamente. Você pode ler mais no artigo de Raquel 
Duarte et al., intitulado Micobacterioses Não-tuberculosas – Das manifestações 
clínicas ao tratamento. Este risco normalmente está associado com uma má técnicas 
de assepsia e antissepsia1,7. 
http://www.asbai.org.br/revistas/Vol322/ART%202-09%20-%20GP%20-%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20de%20Hipersensibilidade%20a%20Medicamentos%20-%20parte%20I.pdf
http://www.scielo.mec.pt/pdf/am/v26n1/v26n1a04.pdf
http://www.scielo.mec.pt/pdf/am/v26n1/v26n1a04.pdf
 
16 
 
Mesoterapia 
 A mesoterapia ainda pode desencadear reações de psoríase, lúpus 
eritematoso sistêmico, paniculite, atrofia, acromia e erupção liquenoide2. 
 
2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO NA MESOTERAPIA 
 
 A escolha da via de administração dos fármacos, e a execução correta da 
técnica, são essenciais para o sucesso do tratamento, e, também, para evitar 
complicações. Algumas substâncias, por exemplo, podem ser aplicadas no tecido 
adiposo seguramente, mas se forem aplicadas na pele ou músculo, causarão uma 
grave necrose. Algumas podem ser aplicadas em todos tecidos, outras apenas na 
pele, outras apenas no músculo, ou alguma combinação destas camadas. É 
obrigação de todo profissional saber em quais camadas cada substância na mescla 
pode ser aplicada. Em caso de dúvida a substância não deve ser aplicada, o 
laboratório que lhe forneceu a mescla deve ser consultado e/ou deve ser feita uma 
pesquisa no Bulário Eletrônico da ANVISA (clique no link). A consulta a 
Farmacopéia da ANVISA também é importante para entender as características do 
produto8. 
 Cada uma das vias de administração de medicamentos tem suas 
particularidades. Deve-se considerar o ângulo de entrada da agulha, a agulha e 
seringa utilizadas, o volume aplicado, pressão aplicada no êmbolo, e a absorção 
sistêmica (muscular apresenta grande absorção sistêmica, seguida por subcutânea, 
e, por último, intradérmica, que apresenta baixa absorção sistêmica)9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.anvisa.gov.br/bulario-eletronico1
http://portal.anvisa.gov.br/farmacopeia
 
17 
 
Mesoterapia 
2.1 Características Gerais dos Produtos a Serem Injetados 
 
 Não é qualquer produto que pode ser utilizado em mesoterapia. Para que um 
medicamento possa ser aplicado com segurança, ele deve apresentar as seguintes 
características: 
• Ser estéril; 
• Ser, preferencialmente, aquoso (menos doloroso que medicamentos oleosos); 
o Substâncias hidrossolúveis tendem a permanecer mais tempo no 
espaço intersticial, enquanto substâncias lipossolúveis tendem a 
permear as células mais rapidamente. 
• Ser um líquido límpido (sem a presença de precipitados); 
• Fármacos devem ser compatíveis. 
É importante, também, que se saiba o pH de cada um dos fármacos, e, trabalhar 
com no máximo 5 substâncias ao mesmo tempo. 
O pH é importante pois, ao preparar a mescla, deve-se aspirar os produtos 
seguindo a ordem do pH (do menor para o maior, ou do maior para o menor), pois se 
caso misturar diretamente uma substância com pH muito diferente, pode-se ter uma 
reação ácido-base, que irá formar sal e água. Ao misturar substâncias com pH do 
menor para o maior (ou vice-versa), existe menor chance desta reação ocorrer. 
Evita-se utilizar mais do que 5 substâncias (porém existem casos onde isso é feito), 
para que se diminuam as chances de interações medicamentosas, incompatibilidade 
entre fármacos e reações adversas10–13. 
 
2.2 Via Intradérmica 
 
A via intradérmica (ID) (Figura 1) é utilizada, normalmente, em tratamentos que 
visam corrigir alterações na derme: rejuvenescimento de pele, flacidez tissular, estrias, 
cicatriz hipotrófica, cicatriz hipertrófica, queloides, hipercromias, tratamentos 
capilares, etc1,2. 
Utiliza-se, preferencialmente, uma agulha 30G ½ (0,3 x 13 mm / amarela), em 
um ângulo de entrada entre 15° a 35°. O bisel deve estar virado para cima14. 
 
18 
 
Mesoterapia 
É importante o medicamento seja injetado na derme (Figura 2), na maioria dos 
casos. A injeção do medicamento na epiderme irá gerar resultados menores, em 
função das células presentes neste tecido. O medicamento deve ser aplicado até que 
se forme uma pápula com diâmetro entre 0,5 e 1,0 cm. Em aplicações em derme 
profunda, talvez não seja possível visualizar a formação de pápula (Figura 3). Nunca 
se deve injetar mais do que 0,1 mL de volume2,14,15. 
As aplicações devem ser feitas com espaçamento de 1 a 2 cm de distância 
entre si1–3,15. 
 
 
Figura 1: Esquema mostrando a aplicação de medicamento na derme superficial. Fonte: Nurse Key – 
Parenteral Administration: intradermal, subcutaneous, and intramuscular routes. 
 
 
Figura 2: Esquema mostrando a aplicação de medicamento na derme média/profunda, indicado pela 
letra B. Fonte: Dr. Gambhir – website pessoal. 
 
https://nursekey.com/11-parenteral-administration-intradermal-subcutaneous-and-intramuscular-routes/
https://nursekey.com/11-parenteral-administration-intradermal-subcutaneous-and-intramuscular-routes/
https://www.drgambhir.com/depth-of-filler-placement.html
 
19 
 
Mesoterapia 
 
Figura 3: Foto mostrando a formação de pápula, em uma injeção intradérmica. Fonte: Centers for 
Disease Control and Prevention – Public Health Image Library 
 
2.3 Via Subcutânea 
 
A via subcutânea (SC) (Figura 4) é utilizada, normalmente, em tratamentos que 
visam corrigir alterações do tecido subcutâneo: Adiposidade (gordura localizada) e 
fibroedema gelóide. Nesta técnica os medicamentos são absorvidos de maneira lenta 
e constante1,2.Utiliza-se, preferencialmente, uma agulha 30G ½ (0,3 x 13 mm / amarela), em 
um ângulo de entrada entre 45° a 90°. Posição do bisel não tem importância, porém 
tente direcionar ele para cima, em aplicações em ângulos inferiores a 90°14. 
Deve-se injetar 0,2 mL por ponto, a menos que o tecido não comporte este 
volume, onde, no caso, deve-se reduzir a quantidade de medicamento aplicado. 
Algumas técnicas podem exigir um volume maior ou menor, mas, na grande maioria 
dos casos, é injetado no máximo 0,2 mL1,2. 
As aplicações devem ser feitas com 2 cm de distância entre si. Evita-se aplicar 
muito próximo a cicatriz umbilical (utilizar uma margem de 2 cm da cicatriz umbilical)16. 
É necessário a realização de prega do tecido adiposo (Figura 5). A realização 
da prega isola o tecido subcutâneo do músculo, permitindo uma maior segurança na 
aplicação. Ao realizar esta técnica também há uma diminuição da dor. Esta analgesia 
https://phil.cdc.gov/Details.aspx?pid=6806
https://phil.cdc.gov/Details.aspx?pid=6806
 
20 
 
Mesoterapia 
é baseada na Teoria do Portão da Dor. Você pode ler mais sobre este mecanismo no 
artigo Constructing and Desconstructing the Gate Theory of Pain, do Dr. Lorne 
Mendell, publicada na revista Pain, em 2015. 
 
Figura 4: Esquema mostrando a penetração da agulha no tecido adiposo. Fonte: Dr. Spero J. 
Theodorou et al – Radiofrequency-assisted Liposuction for Arm Contouring: Technique under Local 
Anesthesia. 
 
Figura 5: Imagem mostrando a importância da realização de prega cutânea. Na imagem pode-se ver 
que ao realizar-se a prega, aumenta-se a distância da gordura até o músculo, isolando este, e 
evitando aplicação errada e complicações. Número 1 indica a derme e epiderme, número 2 o tecido 
subcutâneo e número 3 o tecido muscular. Fonte: Click Fine – Pen Needles. 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4009371/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4174202/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4174202/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4174202/
http://www.myclickfine.com/myclickfine-knowledge-injection-technique-for-different-needle-lengths.html
 
21 
 
Mesoterapia 
2.4 Via Intramuscular 
 
A via intramuscular (IM) (Figura 6) é indicada para mesclas de modulação 
metabólica, como aquelas utilizadas como emagrecedoras, hipertróficas ou outras1,2. 
A agulha indicada é uma 21G (25 x 0,8 mm / verde) ou 21G ¼ (30 x 0,8 mm / 
verde). Ainda se pode usar a agulha 22G (25 x 0,7 mm / preta). O ângulo de entrada 
é obrigatoriamente a 90°. O bisel deve estar lateralizado, seguindo o sentido da fibra 
muscular. A absorção do medicamento é rápida17,18. 
O sítio de aplicação mais recomendado é o músculo glúteo máximo ou médio 
(dorsogluteal ou ventrogluteal) (Figura 7). Cada glúteo comporta no máximo 5 mL. 
O deltoide comporta até 2 mL e o vasto lateral da coxa até 3 mL (nunca ultrapassar 
estes volumes). 17,18. 
 
Figura 6: Esquema mostrando a aplicação de injeção intramuscular. Fonte: Dr. Ann Pietrangelo – Z-
Track Injections Overview. 
 
Figura 7: Esquema demonstrando os sítios de aplicação. A imagem mostra o deltoide, vasto lateral, 
dorsogluteal e ventrogluteal. Fonte: Dr. Sherri Ogston-Tuck – Royal College of Nursin. 
https://www.healthline.com/health/z-track-injection
https://www.healthline.com/health/z-track-injection
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25249123
 
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Mesoterapia 
3 PRODUTOS UTILIZADOS NA MESOTERAPIA 
 
 Os medicamentos utilizados em mesoterapia são classificados em 5 categorias: 
lipolíticos, eutróficos, venotróficos, anestésicos e outros. Esta classificação deve-se 
ao mecanismo de ação principal de cada fármaco. Alguns medicamentos podem ser 
enquadrados em mais de uma categoria. Um exemplo é a pentoxifilina, que agente 
tanto como venotrófico como lipolítico1,2. 
 A escolha da classe de fármaco que iremos utilizar depende da finalidade de 
nosso tratamento. Deve-se pensar de forma racional. O tratamento é de FEG? Então 
pensa-se na utilização de agentes lipolíticos (para redução de gordura), agentes 
venotróficos (para redução de edema e retenção hídrica), entre outros. O objetivo é 
crescimento capilar? Então pensa-se em medicamentos como o Minoxidil, um 
venotrófico, para estímulo da vascularização do couro cabeludo, que pode ser 
associado, em alguns casos, com medicamentos classificados como Outros, como 
fatores de crescimento ou finasterida, que irão estimular o crescimento capilar. O 
tratamento é para gordura localizada? Considera-se então os lipolíticos, drenantes e 
redutores de inflamação1,2. 
 O que foi dito acima é apenas um exemplo. Cada caso deve ser estudado para 
que se possa utilizar a melhor combinação de medicamentos, a fim de se conseguir o 
melhor resultado, de forma segura. É necessário lembrar-se da individualidade 
anátomo-fisiológica de cada paciente, e adaptar as mesclas conforme necessário1,2. 
 A seguir será visto um resumo sobre o que significa cada uma dessas classes 
de medicamentos, e alguns exemplos. 
 
3.1 Medicamentos Lipolíticos 
 
 Os medicamentos lipolíticos são aqueles que, por diferentes mecanismos, tem 
a capacidade de reduzir a gordura localizada. Na mesoterapia normalmente trabalha-
se com medicamento que induzem a lipólise ou necrose (morte celular), ou ainda, que 
inibem a lipogênese1,19. 
 
23 
 
Mesoterapia 
 É importante entender que a gordura liberada dos adipócitos, seja por lipólise 
ou necrose, acaba por cair na corrente sanguínea, e deve ser metabolizada (utilizada) 
de alguma maneira. Caso isso não ocorra, ela será reabsorvida (não necessariamente 
para o mesmo sítio). Em função disso é importante que após a mesoterapia para 
gordura localizada seja realizado exercício, de preferência com alto gasto calórico, por 
no mínimo uma hora. Recomenda-se aguardar entre 12 a 24 horas após a aplicação, 
para que se pratique atividade física1,2. 
 
3.1.1 Desoxicolato de Sódio 
 
O desoxicolato é um sal biliar com função de lise celular, gerando necrose da 
célula. Ele age similarmente a um detergente, rompendo a membrana celular do 
adipócito (ou qualquer outra célula que entre em contato). Não há um consenso sobre 
o efeito apoptótico do desoxicolato de sódio em tecido adiposo in vivo. Ele também 
gera uma produção muito grande de radicais livres, que auxiliam na destruição de 
adipócitos. É um produto extremamente necrosante, e deve ser aplicado somente 
no tecido adiposo. Sua aplicação em músculo ou pele causa necrose grave. Mesmo 
que aplicado corretamente, pode ocorrer um refluxo da substância pelo pertuito feito 
pela agulha, e gerar necrose de pele. Usualmente utiliza-se uma concentração de 
4,75%20–23. 
Existem duas principais apresentações do desoxicolato: desoxicolato de sódio, 
que é um sal, e apresenta um átomo de sódio, e o ácido deoxicólico (ou desoxicólico), 
que apresenta um átomo de hidrogênio em sua molécula (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Na imagem a esquerda, a molécula de Desoxicolato de Sódio, com um átomo de Na+ 
(sódio), formando um sal. A direita se vê a molécula de Ácido Deoxicólico, com um grupamento de 
ácido carboxílico, formando um ácido. Fonte: Sigma-Aldrich (Imagem da esquerda); IsoSciences 
(Imagem da direita). 
https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/sial/d6750?lang=pt&region=BR
https://isosciences.com/shop/bile-acids/deoxycholic-acid/
 
24 
 
Mesoterapia 
A principal diferença entre as duas moléculas é que o desoxicolato de sódio é 
mais solúvel, dispersando-se mais no tecido, além de ser mais agressivo. Isso ocorre 
por ele apresentar carga (proveniente do Na+). Por causa disto, no tratamento de 
adiposidade submentoniana (papada) prefere-se a utilização do Ácido Deoxicólico (10 
mg/mL). Este último foi desenvolvido tem o nome comercial, nos Estados Unidos, de 
Kybella®, atualmente produzida pela empresa Allergan24–27. 
Os efeitos adversos esperados são edema, sensação de queimação, 
hiperpigmentação transitóriae prurido. Ainda pode causar pancreatite aguda e 
liberação de prostaglandinas E228. É comum que cause nódulos fibróticos. Estes 
nódulos podem se desfazer sem a necessidade de intervenção em até 3 meses 
(literatura cita 12 meses em alguns casos). Sugere-se, para redução de nódulos (ou 
chance de aparecerem), associar na mescla produtos como a Benzopirona. No 
tratamento de papada muitas vezes associa-se o buflomedil, para reduzir o edema23. 
No momento da produção desta apostila (abril de 2019), o uso do desoxicolato 
de sódio encontra-se proibido pelo Conselho Federal de Biomedicina29,30. 
 
3.1.2 Cafeína 
 
 A cafeína age através da inibição da enzima fosfodiesterase (Figura 9). Esta 
enzima age hidrolisando o AMPc, transformando-o em AMP. Sem a presença de 
AMPc, a proteína quinase é inativada, inibindo o processo de lipólise. Como a cafeína 
inibe a fosfodiesterase, os níveis de AMPc aumentam, por consequência ativando 
maior quantidade de proteína quinase, que, por sua vez, ativa a enzima LHS (lípase 
hormônio sensível), induzindo assim a transformação do triacilglicerol em ácido graxo 
e glicerol. Estes subprodutos são liberados no tecido e circulação sanguínea. O 
glicerol sofrera processo de glicólise, sendo convertido em piruvato, ou processo de 
gliconeogênese, sendo transformado em glicose. Já o ácido graxo passa pelo 
processo do ciclo dos ácidos tricarboxílicos (conhecido também como Ciclo de Krebs), 
que eventualmente será utilizado como fonte de energia por inúmeros tecidos31–34. 
 A cafeína causa, também, a inibição da absorção de cálcio e diminui a absorção 
de ferro, então não deve ser utilizada em pacientes com deficiência destes. O uso de 
 
25 
 
Mesoterapia 
cimetidina diminui sua metabolização. Não pode ser administração em pacientes com 
doença cardíaca, disfunção hepática, hipertensão e insônia35–37. 
 A concentração usual de cafeína é de 50 mg/mL, e deve-se evitar sua 
associação com ioimbina, pois gera efeito sinérgico. Pode ser aplicada por via SC, ID 
ou IM38–40. 
 
 
Figura 9: Esquema mostrando o processo de lipólise no interior do adipócito. Em destaque 
(vermelho), a fosfodiesterase (PDE4), que faz a conversão de AMPc em AMP, sendo inibida. Fonte: 
Dr. Aaron Mulhall et al. Phosphodiesterase 4 inhibitors for the treatment of chronic obstructive 
pulmonary disease: a review of current and developing drugs. 
 
3.1.3 L-Carnitina 
 
 A Carnitina é derivada do aminoácido lisina. Apresenta-se como dois isômeros: 
L-Carnitina e D-Carnitina, sendo a última tóxica. Utiliza-se sempre a L-carnitina, pois 
é ela quem apresenta, entre outras, função lipolítica. Ela é capaz de transferir ácidos 
graxos de cadeia longa para dentro da mitocôndria, onde serão transformados em 
fonte de energia (ATP) (Figura 10). Também apresenta atividade antioxidante41–44. 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26419847
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26419847
 
26 
 
Mesoterapia 
 A L-Carnitina pode causar transtornos gastrointestinais, como vômitos, cólicas 
e diarreia. Também pode gerar odor corporal forte. O produto em si também apresenta 
um odor característico. A concentração usual aplicada é de 50 a 300 mg/mL, e pode 
ser aplicada por via ID, SC e IM41,44,45. 
 
 
Figura 10: Esquema mostrando o efeito da carnitina no transporte de ácidos graxos. Fonte: Dr. Qian 
Garret – Role of carnitine in disease. 
 
3.1.4 Lipossoma de Girassol 
 
 O Lipossoma de Girassol é uma substância extraída da semente de girassol, e 
é formulada em veículo lipossomado. Assim como a L-Carnitina, também age 
estimulado o transporte de ácidos graxos para a mitocôndria, além de estimular a 
lipólise via estímulo de síntese de AMPc. É um produto que causa uma grande 
inflamação, caracterizada por muito edema, além de desconforto. Um estudo 
realizado pelo laboratório que o produz, e publicado na Journal of Aesthetic Medicine, 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2861661/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2861661/
 
27 
 
Mesoterapia 
em 2008, demonstrou sua eficácia in vivo. Foram testadas diversas concentrações e 
associações. A concentração e associação que demonstrou os melhores resultados 
nos testes, além de ser a mais estável e com menor efeitos colaterais foi a de 
Lipossomas de girassol a 6,8% + L-Carnitina 100 mg/mL. A sua aplicação pode ser 
feita somente em via subcutânea e causa considerável edema46. 
 
3.1.5 Ioimbina 
 
 A ioimbina é um alcaloide encontrado na planta Pausinystalia johimbe, 
conhecida também como pau-de-cabinda, e na planta Rauwolfia serpentina (no brasil: 
raiz de cobra indiana ou pimenta do diabo)47–49. 
 É um fármaco antagonista seletivo de receptores α-2-adrenérgicos. Sua função 
original era a de estimulante sexual, atuando na impotência masculina, pela melhora 
de fluxo sanguíneo47–49. 
 Os receptores alfa-2-adrenérgicos inibem a atividade da adenilato ciclase, com 
consequente redução dos níveis de AMPc. Com isso, há uma diminuição da lipólise. 
Ao inibir este receptor, com um antagonista, como a ioimbina, os níveis de AMPc 
aumentam, e, por consequência, há ativação das rotas lipolíticas50. 
 Estudos evidenciam que homens e mulheres apresentam concentrações 
diferentes de receptores α-2-adrenérgicos, dependendo da região onde se encontra a 
gordura. Resumidamente, os homens apresentam maior quantidade do receptor na 
região abdominal e de flancos, e mulheres na região de culotes e coxas51. 
 Não é recomendada a associação da ioimbina com cafeína, devido ao efeito 
sinérgico que produzem. Normalmente se utiliza uma concentração de 0,5% e sua 
aplicação é via ID ou SC52. 
 
 
 
28 
 
Mesoterapia 
3.2 Medicamentos Eutróficos 
 
 Eutróficos são os medicamentos que estimulam a síntese de proteínas e/ou 
diferenciação celular. Eles são indicados para recuperação de áreas de pele 
danificada, como estrias e flacidez. Também podem ser utilizados para melhorar o 
tecido conjuntivo, como em técnicas para hidratação e rejuvenescimento53. 
 Muitas vezes são utilizados medicamentos que estimulam produção ou 
reorganização de fibras de colágeno e outras proteínas de matriz extracelular. Têm-
se como exemplo o silício e o ácido hialurônico, entre outros54. 
 
3.2.1 Silício 
 
 O silício é um elemento químico com diversas aplicabilidades. Está relacionado 
diretamente na formação de órgãos e ossos. Em especial está envolvido na formação 
de cartilagem e de tecido conjuntivo, particularmente na fabricação de colágeno e 
proteoglicanos de matriz extracelular. Sua forma orgânica, o ácido ortosilícico, tem 
efeitos comprovados no rejuvenescimento cutâneo, auxiliando na melhora de firmeza, 
elasticidade, hidratação e textura da pele. Estima-se que um adulto saudável possua 
em torno de 1 grama de silício em seu corpo55. 
O artigo Evaluation of cutaneous rejuvenation associdated with the use of 
ortho-silicic acid stabilized by hydrolyzed marine collagen, publicado no Journal 
of Cosmetic Dermatology pelo Dr. Chaves et al., fala mais sobre o papel do silício no 
rejuvenescimento, e descreve um experimento realizado que comprova estes efeitos. 
O silício não deve ser aplicado em pacientes com alergia ao ácido 
acetilsalicílico (AAS). O silício injetável é comercializado na forma de salicilato, que é 
o composto do AAS ao qual as pessoas são alérgicas, sendo assim a aplicação de 
silício pode causar reação de hipersensibilidade do tipo I. 
A concentração usual de silício é de 0,5% e, dependendo de sua 
apresentação, pode ser aplicado por via IM, SC e ID. 
 
 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28941141
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28941141
 
29 
 
Mesoterapia 
3.2.2 DMAE 
 
 O dimetilaminoetanol, conhecido como DMAE, é um análogo sintético da colina, 
que age induzindo um aumento na liberação de acetilcolina (Figura 11), que, por sua 
vez, estimula a contração muscular. Ele também é capaz de aumentar os níveis de 
hidroxiprolinae de induzir a síntese de colágeno. Em função destes efeitos ele é capaz 
de reduzir a flacidez e proporcionar efeito lifting56. 
 O DMAE não deve ser aplicado em pessoas com alergia a frutos do mar, pois 
eles apresentam este produto em sua composição57. 
 Sua dose usual é de 25 mg/mL, e pode ser aplicado por vias ID e SC. 
 
 
Figura 11: Esquema mostrando a ação da colina na liberação de acetilcolina na fenda sináptica. 
Fonte: Dr. Jack Waymire, Department of Neurobiology and Anatomy, McGovern Medical School (U of 
Texas). 
 
 
https://nba.uth.tmc.edu/neuroscience/m/s1/chapter11.html
https://nba.uth.tmc.edu/neuroscience/m/s1/chapter11.html
 
30 
 
Mesoterapia 
3.2.3 Ácido Hialurônico 
 
 É um importante GAG (glicosaminoglicano), com ótimas propriedades 
viscoelásticas e de hidratação. Alguns estudos afirmam que ele é capaz de reter até 
1000 vezes o seu peso em água. Ele possuí a capacidade de hidratar e flexibilizar a 
matriz extracelular58,59. 
 O ser humano começa a apresentar uma diminuição dos níveis de ácido 
hialurônico a partir dos 25 anos (Figura 12). A mesoterapia, quando contendo ácido 
hialurônico, auxilia diretamente na melhora da hidratação e do aspecto geral da 
pele58,60. 
 
 
Figura 12: Demonstração da correlação entre idade e concentração de AH na pele. Fonte: NAMU – 
Plastic Surgery & Dermatology. 
 
 Como efeitos adversos principais pode-se citar: eritema, edema, rigidez da pele 
e formação de granuloma. Este último tende a sumir em uma semana61–63. Pode ser 
aplicado por via SC e ID, em dose média de 50 mg/mL. 
 
 
http://namups.com/eng/?page_id=129
http://namups.com/eng/?page_id=129
 
31 
 
Mesoterapia 
3.2.4 Condroitin Sulfato 
 
 Condroitin sulfato, assim como o AH, também é um GAG presente na matriz 
extracelular. Ele apresenta efeito anti-inflamatório, estímulo da síntese de 
proteoglicanos e de AH, ao mesmo tempo que reduz a síntese de enzimas 
proteolíticas e óxido nítrica. Tem boa ação na melhora do aspecto de estrias, tecidos 
envelhecidos, desidratados e compidos64–66. Sua dose usual é de 50 a 100 mg/mL, 
podendo ser aplicado em via SC, ID e IM. 
 
3.2.5 Vitamina C (Ácido Ascórbico) 
 
 Vitamina C, ou ácido ascórbico, é um potente antioxidante, que também pode 
ser utilizada no tratamento de estrias e envelhecimento cutâneo, principalmente por 
ser um co-fator da síntese de colágeno, sendo necessário para que a enzima prolil-
oxidase reforce as ligações covalentes entre as moléculas de tropocolágeno, e a 
enzima prolil-hidroxilase converta prolina em hidroxiprolina, um dos principais 
componentes do colágeno. Como são enzimas férricas, e a vitamina C é um 
antioxidante, que entre outros previne a oxidação do ferro, elas acabam sendo 
protegidas, pelo ácido ascórbico, contra a auto-inativação67–69. 
 O ácido ascórbico também tem ação nas manchas. Ela atua através da 
quelação de íons de cobre, co-fator essencial para a ativação da enzima tirosinase, 
envolvida na síntese de melanina. Desta maneira, ela diminui a formação de 
melanina70–72. Ela pode ser aplicada por via IM, ID e SC, em uma dose de 222 mg/mL. 
 
3.2.6 Ácido Glicólico 
 
 Este ácido atua na síntese de GAGs, estimulando a produção de colágeno e 
elastina e, por consequência, aumentando a espessura do extrato granuloso da 
epiderme, e reordenamento das fibras elásticas e de colágeno73. Por apresentar um 
grande potencial na indução destas proteínas, ele tem sido utilizado inclusive em 
testes para o desenvolvimento de pele sintética74. Nota-se que não só ele estimula a 
síntese de GAGs, colágeno e elastina, como também modula (no caso, diminuí) a 
degradação da matriz extracelular, através da liberação de citocinas (Interleucina-1-
α) de queratinócitos75. Pode ser aplicado em via ID em uma concentração de 1%. 
 
32 
 
Mesoterapia 
3.2.7 D-Pantenol 
 
 D-pantenol é um álcool, precursor do ácido pantotênico, recebendo também o 
nome de Pró-Vitamina B5. Apresenta função eutrófica de pele e mucosas76. Apresenta 
também efeito anti-seborréico, motivo pelo qual é muito utilizado em tratamentos 
capilares77,78. Além disso atua regulando processos energéticos. Ainda tem efeito 
cicatrizante e estimulante de síntese de Coenzima A, que atua na formação de lipídeos 
e proteínas de pele, pelos e mucosas. Deve-se tomar cuidado pois em alguns casos 
ele pode causar dermatite de contato em pessoas alérgicas79. Normalmente é 
aplicado em via ID (em algumas formulações pode ser aplicado também em via SC e 
IM), em dose de 50 mg/mL. 
 
3.3 Medicamentos Venotróficos 
 
 Os produtos venotróficos são aqueles responsáveis por efeitos de 
vasodilatação e estimulação de circulação periférica. Eles têm a capacidade de 
drenagem, e podem ser utilizados em tratamentos que se beneficiam de aumento da 
microcirculação local e redução de áreas de edema. Muitas vezes permitem melhor 
absorção e difusão de outros medicamentos. Os venotróficos mais utilizados são o 
buflomedil e a benzopirona, apesar de existirem outros80–82. 
 
3.3.1 Pentoxifilina 
 
 A pentoxifilina é um produto que age tanto como venotrófico como lipolítico. Ela 
tem a capacidade de causar vasodilatação, melhora da microcirculação e da 
drenagem linfática local83,84. Ele age, de forma lipolítica, inibindo a fosfodiesterase85,86. 
Não se deve aplicar em hipertensos, com distúrbios de coagulação, cardíacos e com 
presença de aterosclerose83. Sua concentração usual é de 20 mg/mL, aplicada por via 
ID ou SC. 
 
 
 
33 
 
Mesoterapia 
3.3.2 Buflomedil 
 
 O Buflomedil é uma droga vasodilatadora, que atua inibindo de forma 
inespecífica os músculos lisos vasculares (Figura 13). Ele também tem a capacidade 
de melhorar o aporte de oxigênio e nutrientes, inibir a agregação plaquetária e 
favorecer a drenagem linfática. Todos estes efeitos o tornam um bom composto para 
ser utilizado em tratamentos de gordura localizada, celulite e capilar, por reduzir o 
edema e melhorar a nutrição dos tecidos84,87. Ele pode causar hipotensão, taquicardia, 
transtornos gastrintestinais, rash cutâneo, taquicardia e parestesias, apesar de serem 
raras e estarem relacionadas com superdosagens88. Utiliza-se uma dose de 1% em 
via ID, IM e SC. 
 
 
Figura 13: Imagem comparando receptores adrenérgicos do tipo Alfa-1, responsáveis, entre outros, 
pela contratura de musculatura lisa vascular, bloqueados e não bloqueados por inibidores. Os 
bloqueadores, como o buflomedil, estão indicados por triângulos pretos na imagem da esquerda. 
Fonte: MEDSCAPE: The Physiology and Function of the Alpha-Adrenergic Nervous System. 
 
 
https://www.medscape.org/viewarticle/440787_4
 
34 
 
Mesoterapia 
3.3.3 Benzopirona 
 
 Também conhecida como α-benzopirona, é uma cumarina com atividade anti-
inflamatória e anti-edematosa através do aumento de fluxo venoso e linfático. Diminuí 
a permeabilidade capilar e a quantidade de fluído formado no tecido subcutâneo. 
Também tem ação diminuindo a fragilidade capilar, principalmente se associada a 
outras drogas, por facilitar sua permeação. Também pode ser utilizada no combate de 
fibrose. É comum que cause eritema (em função do aumento de fluxo sanguíneo) e 
prurido. Cumarinas associadas com dipirona podem potencializar hemorragia89,90. 
Sua dose é de 5 mg/mL, podendo ser aplicada por via SC e ID. 
 
3.3.4 Minoxidil 
 
 Minoxidil é um fármaco particularmente utilizado nos tratamentos capilares 
(Figuras 14 e 15), por estimular vascularização e oxigenação do couro cabeludo, além 
de estimular as células da matriz da raiz do pelo77,91. Estudos indicam que o Minoxidil 
em sua forma injetável apresenta melhores resultados, no tratamento da alopecia 
androgenética, do que em sua forma tópica92. Outro estudo verificou que em estudos 
in vivo e ex vivo, o Minoxidil foi capaz de aumentar a produção de fatores de 
crescimento, fosforilação de determinadas quinases, e, assim, aumento da fase 
anágena do crescimento capilar93.O uso de Minoxidil é bem tolerado, mas pode causar irritação do tecido, sensação de 
queimação, eritema e prurido94. 
 Sua dose usual é de 0,5%, com aplicação via ID. 
 
Figura 14: Na imagem se visualiza dois grupos de ratos, que tiveram seus pelos raspados. Os ratos 
da esquerda não receberam nenhum tratamento, enquanto os da direita receberam Minoxidil a 2% 
injetável no sítio sem pelos. Estes são os resultados após 14 dias. Fonte: Choi et al. Minoxidil 
Promotes Hair Growth through Stimulation of Growth Factor Release from Adipose-Derived Stem 
Cells. 
 
35 
 
Mesoterapia 
 
Figura 15: Melhora do volume capilar, em humanos, 12 semanas após a aplicação de Minoxidil 
tópico (5% - 1 mL) seguido de microagulhamento. Fonte: Kumar et al. A randomized controlled, 
single-observer blinded study to determine the efficacy of topical minoxidil plus microneedling versus 
topical minoxidil alone in the treatment of androgenetic alopecia. 
 
3.4 Medicamentos Anestésicos 
 
 Os anestésicos são utilizados para redução da dor no local da aplicação. Agem 
através do bloqueio da propagação de impulsos nervosos. Tem duração relativamente 
curta (minutos), e podem apresentar alguns efeitos colaterais indesejados, como 
edema, vasodilatação e diminuição do potencial lipolítico. Os medicamentos mais 
presentes nesta categoria são a lidocaína e a procaína95,96. 
 
3.4.1 Lidocaína 
 
 Anestésico local do grupo das amidas que age realizando o bloqueio rápido dos 
canais de sódio dos nervos, diminuindo assim a dor97. A OMS recomenda como dose 
máxima de lidocaína, em aplicação local, 4 mg/kg, não ultrapassando uma dose total 
de 250 mg98. O Ministério da Saúde do Brasil indica doses limites um pouco maiores 
(4,5 mg/kg e 300 mg, respectivamente)99. Doses excessivas de lidocaína podem 
causar sensação de formigamento, paralisia da língua, tontura, tinnitus, visão turva, 
 
36 
 
Mesoterapia 
agitação, paranoia, convulsões, depressão do sistema nervoso central, bradicardia, 
hipotensão, coma e morte. Também é muito comum que cause edema local99,100. 
 Em um estudo realizado com células in vitro, com mesclas de mesoterapia com 
fármacos para indução de lipólise, com e sem lidocaína, foi possível concluir que a 
lidocaína inibe a lipólise (Figura 16). Em função disso a lidocaína não deve ser 
utilizada em mesclas para o tratamento de FEG e GL3. 
 
 
Figura 16: A imagem apresentada um dos resultados dos testes do estudo citado acima. É mostrado 
a indução de lipólise. Quanto maior a barra, mais lipólise ocorreu. Na esquerda, em azul, está o 
controle; no meio, em rosa, a mescla lipolítica sem lidocaína; na direita, em amarelo, a mescla 
lipolítica com lidocaína. Fica claro que quando adicionada lidocaína à mescla, o potencial lipolítico é 
inibido quase que por completo. Fonte: Caruso et al. Na evaluation of mesotherapy solutions for 
inducing lipolysis and treating cellulite. 
 
 A dose usual da lidocaína utilizada em mesoterapia é de 1 a 2%, podendo ser 
aplicada em via ID e SC, tendo sua ação iniciada, quando aplicada de forma injetável, 
após 2 a 4 minutos, com duração média de 30 a 60 minutos. A duração tente a diminuir 
com quando ocorre inflamação do tecido (que é muito comum na mesoterapia)95. 
 
 
 
37 
 
Mesoterapia 
3.4.2 Procaína 
 
Anestésico do grupo dos ésteres. É quatro vezes menos potente que a 
lidocaína, apresentando inclusive menor duração e início de ação mais demorado. Isto 
se deve provavelmente ao seu pKa elevado. Causa menos edema que a lidocaína, 
porém é mais alergênica, por isso não deve ser aplicada em pacientes com urticária, 
asma, etc101. Sua dose usual é de 2% em aplicações ID e SC. 
 
3.5 Outros Medicamentos 
 
 Nesta categoria entram os fármacos que não se enquadram em nenhuma das 
categorias citadas anteriormente. Possuem diversas funções e mecanismos de ação. 
Pode-se citar, entre vários outros, a finasterida e fatores de crescimento. 
 
3.5.1 Ácido tranexâmico 
 
 Este ácido, um análogo sintético da lisina, era, e ainda é utilizado por suas 
propriedades anti-hemorrágicas e antifibrinolíticas. Estudos mais recentes revelaram 
que o ácido tranexâmico possui a capacidade de tratar melasma e melanoses. Este 
produto não deve, de forma alguma, ser aplicado em pacientes com alterações 
hematológicas, que usem fármacos que alterem os padrões de coagulação, pacientes 
com alterações cardíacas ou cerebrais, e ainda aqueles que apresentem qualquer tipo 
de daltonismo congênito (ou qualquer outro distúrbio na visualização de cores)102,103. 
 O ácido tranexâmico age interferindo na ativação de melanócitos, por 
consequência acaba diminuindo a ação da tirosinase e, então, inibe a melanogênese. 
Interessantemente foi possível notar em alguns estudos que ele não só inibe a síntese 
de melanina, mas também reduz e dispersa os pigmentos de melanina já produzidos, 
entre outros efeitos102,103, além de agir na remoção de depósitos de 
hemossiderina104,105. 
 O ácido tranexâmico pode causar prurido, sensação de queimação e, mais 
comumente, eritema106. 
 Aplicado em concentrações de 4 mg/mL em via ID. 
 
38 
 
Mesoterapia 
3.5.2 Ácido Kójico 
 
 O ácido Kójico é uma pirona isolada de fungos do gênero Aspergillus, 
Penicillium e algumas bactérias107,108. Entre diversas funções, tanto no fungo quanto 
em humanos, ele age como inibidor da tirosinase, através da ação quelante em íons 
de cobre, um co-fator desta enzima. Também previne a formação de linhas de 
expressão, hiperplasia da epiderme e fibrose da derme profunda, além de estimular 
os componentes da matriz extracelular da derme superficial109 
 Utiliza-se em concentração de 0,1% em via ID. 
 
3.5.3 Finasterida 
 
A finasterida é um inibidor competitivo da 5-α-redutase, enzima responsável por 
converter a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT). A finasterida age 
especificamente na isoenzima II, que é encontrada no endométrio uterino, trompa de 
falópio, próstata, genital masculino, folículo capilar e fígado. Como ela não inibe a 
síntese de testosterona diretamente, nem atua em receptores andrógenos, sua ação 
é limitada a tecidos dependentes de DHT. Porém, como ela inibe a conversão de 
testosterona em DHT, ocorre um aumento, no corpo, tanto de testosterona quanto 
estradiol. Este aumento é de em torno de 15%, o que ainda é considerado dentro dos 
limites fisiológicos. Entre outros usos, sua principal aplicação na estética é no 
tratamento de queda de cabelo causada por excesso de DHT nos folículos pilosos110. 
 O DHT tem um papel crítico no desenvolvimento embrionário, portanto a 
Finasterida não deve ser utilizada em mulheres, pessoas que façam reposição 
hormonal ou pessoas com alteração hormonal. Seu uso pode levar a má-formação 
fetal e aborto110. 
 Apesar de existirem inúmeros estudos sobre a eficácia da finasterida, tanto oral 
quanto injetada localmente, são poucos os artigos que falam sobre sua segurança 
quando localmente injetada111. Quanto ao seu uso oral, existem vários estudos citando 
diversas complicações, conhecidas como Síndrome Pós-Finasterida. Alguns dos 
sintomas são: diminuição de libido, disfunção erétil, impotência, diminuição ou inibição 
de orgasmo, diminuição de volume seminal, síndrome de Peyronie, ginecomastia, 
 
39 
 
Mesoterapia 
fadiga, miastenia, melasma, alterações de pele, entre outros. Alguns artigos citam que 
estes efeitos, ou a maioria deles, tendem a regredir em até 6 meses após a interrupção 
do uso de finasterida oral (usualmente administra-se 1 mg VO/dia)112–114. 
 Ela é aplicada por via ID em doses de 0,05%. 
 
3.5.4 Fatores de Crescimento 
 
 Os Fatores de Crescimento são moléculas endógenas que realizam a 
comunicação entre células, responsáveis por induzir migração, proliferação e 
diferenciação celular115. Eles não devem ser confundidos com citocinas, pois, apesar 
de algumas citocinas serem consideradas fatores de crescimento, a grande maioriados GF não são citocinas. Existem diversas classes de GF, cada um com ação 
específica116. Deve-se tomar cuidado para não aplicar GF em pacientes que tenham 
histórico familiar ou pessoal de câncer, pois há artigos indicando um papel negativo 
dos fatores de crescimento nos tumores117–119. 
 A seguir será visto um resumo dos principais fatores de crescimento utilizados 
na estética, sendo que muitos podem ser aplicados de forma injetável. A via de 
aplicação e dose deve ser seguida de acordo com orientações do laboratório 
fabricante. A lista a seguir (Figuras 17, 18 e 19) é de origem do Informativo Técnico 
intitulado Fatores de Crescimento e Peptídeos Bioidênticos, do laboratório 
PharmaSpecial120: 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.pharmaspecial.com.br/
 
40 
 
Mesoterapia 
 
Figura 17: GF com efeito cicatrizante. Fonte: PharmaSpecial 
 
http://www.pharmaspecial.com.br/
 
41 
 
Mesoterapia 
 
Figura 18: GF com efeito de rejuvenescimento e lipólise. Fonte: PharmaSpecial 
 
http://www.pharmaspecial.com.br/
 
42 
 
Mesoterapia 
 
Figura 19: GF com efeito de aceleração metabólica. Fonte: PharmaSpecial 
http://www.pharmaspecial.com.br/
 
43 
 
Mesoterapia 
3.5.5 Outros produtos 
 
 Além dos produtos citados acima, existem ainda dezenas de outros fármacos 
utilizados em mesoterapia. A seguir é listado, de forma mais resumida, vários outros 
produtos que são utilizados nas técnicas de intradermoterapia, bem como sugestão 
de dose e vias de aplicação. É importante que se faça o levantamento teórico-científico 
de cada produto, a fim de potencializar seu efeito, mas com segurança. 
 
• L-Arginina: Aminoácido lipolítico, inibidor de lipogênese e estimulante de 
colágeno121,122. O laboratório Pineda possuí uma fórmula alternativa da 
Arginina, chamada de Arginina ID, com potencial lipolítico aumentado. Tem 
sido muito utilizado no lugar de Desoxicolato de sódio. Dose vária de acordo 
com via de aplicação. 
➢ Arginina ID para aplicação ID, IM e SC é produzida na dose de 20%. 
L-Arginina para aplicação IM é produzida na dose de 500 mg/mL. 
 
• L-Teanina: Modulador de cortisol, que apresenta efeito calmante. Também 
apresenta efeito hepatoprotetor e neuroprotetor. Pode ser encontrada no chá 
verde123,124. 
➢ Aplicação por via ID, IM e SC, em dose de 25 mg/mL. 
 
• Crisina: Inibe a conversão de testosterona em estrogênio. Pode ser utilizada, 
entre outros, no tratamento de gordura ginóide, em homens e mulheres. 
Também apresenta efeito antioxidante, por aumentar os níveis de superóxido 
dismutase, glutationa peroxidase e catalase. Inibe a COX-2, portanto também 
tem efeito anti-inflamatório125,126. 
➢ Aplicada em via SC e ID em doses de 50 µg/mL. 
 
• Rutina: É um potente antioxidante e anti-edematoso. Tem grande ação na 
prevenção de dano celular causado por exposição solar127,128. 
➢ Dose usual de 50 mg/mL em via ID ou SC. 
 
 
44 
 
Mesoterapia 
• Ácido Alfa Lipóico: Antioxidante, regenerativo e antiinflamatório129,130. 
➢ Aplica-se 50 mg/mL por via ID. 
 
• Biotina: Vitamina hidrossolúvel do complexo B. Essencial para a manutenção 
do tecido e outras funções fisiológicas131,132. 
➢ Usada por vias ID, IM ou SC em 5 mg/mL. 
 
 
 
• Asiaticosídeo: Polifenol presente na planta Centella asiatica. Tem capacidade 
de regular fibroblastos e potencial antioxidante133–135. Estudos apontam que ele 
tem a potencial de ao mesmo tempo induzir a síntese de colágeno em 
processos de cicatrização normal, e de inibir a síntese de Colágeno do tipo I 
em queloides e cicatriz hipertrófica, podendo assim ser utilizado tanto para 
efeito cicatricial, quanto para evitar a formação das cicatrizes hipertróficas e 
queloidianas136,137. 
➢ É aplicado por via ID em uma dose de 0,04%. 
 
• N-Acetilcisteína: Protege os melanócitos de dano por estresse oxidativo 
causado por radiação solar, diminuindo, assim, a formação de manchas138. 
Também impede a queda capilar, por ser precursor da L-cisteína, necessária 
para manutenção do folículo piloso139. Apresenta efeito anti-age por ser anti-
glicante140. Além de auxiliar e acelerar a cicatrização sadia do tecido, diminui o 
risco de formação de cicatriz hipertrófica e queloides141. 
➢ Pode ser usado, dependendo do veículo, em via IM a 150 mg/mL. 
 
• Piruvato de Sódio: Também chamado de Ácido Pirúvico, é o produto final da 
glicólise, e o produto inicial do ciclo do ácido tricarboxílicos (Ciclo de Krebs). 
Ele auxilia nos processos lipolíticos, além de apresentar potencial anti-
inflamatório, e capacidade anti-oxidante131,142,143. Ele também apresenta ação 
como estimulante de colágeno e fibras elásticas142,144. 
➢ 1% em via ID. 
 
 
45 
 
Mesoterapia 
• SAC (Siloxanetriol Alginato Cafeína): Produto com ação lipolítica que age 
através do estímulo do AMPc. Protege contra glicosilação não enzimática, além 
de regenerar o tecido conjuntivo, contribuindo para firmeza e tonicidade da 
pele. Siloxanetriol é o silício orgânico biologicamente ativo. Por causa de seus 
efeitos é particularmente utilizado no tratamento do FEG. 
➢ Aplicado por via SC em uma dose de 5 mg/mL. 
 
3.5.6 Fármacos de aplicação Intramuscular para modulação metabólica 
 
 A seguir será visto uma lista de alguns fármacos muito utilizados, 
especialmente em aplicações IM, para modulação metabólica, desde diminuição de 
apetite até hipertrofia. 
 
• L-Ornitina: Utilizado na forma de L-Ornitina ou Alfa-keto-ornitina, é um 
aminoácido que auxilia na liberação de hormônio do crescimento (GH), 
promovendo reparação tissular e hipertrofia muscular145–147. 
➢ 60 a 150 mg/mL em via IM, ID ou SC. 
• Picolinato de Cromo: Tem o potencial de melhorar o aproveitamento de 
glicose, podendo diminuir o apetite, especialmente por carboidratos, além de 
melhorar os níveis de dopamina e serotonina148,149. 
➢ Pode ser aplicado por via IM em uma dose de 100 µg/mL. 
 
• Taurina: Melhora os efeitos da insulina, melhorando o metabolismo de glicose 
e aminoácidos, auxiliando, assim, no anabolismo muscular150,151. 
➢ Usado em via IM em uma dose de 7,5%. 
 
• Vitamina B12: Também chamada de cobalamina, somente é adquirida através 
da dieta e é muito utilizada por ser hepatoprotetora, antioxidante e por diminuir 
os depósitos de lipídeos nos vasos sanguíneos. Além disso é age na prevenção 
de problemas relacionados ao envelhecimento. É um precursor do folato, 
essencial para divisão celular e síntese proteica (inclusive sendo suplementado 
em gestantes)152,153. 
➢ Utiliza-se 25 mg/mL por via IM. 
 
46 
 
Mesoterapia 
 
• Inositol: Ele diminui o depósito de lipídeos nas paredes de vasos e órgãos, 
especialmente quando associado a colina. Tem feito protetor de tireoide154,155. 
➢ Ele pode ser aplicador em uma dose de 10% por via IM. 
 
• L-Fenilalanina: Estimula dopamina e adrenalina, diminuindo a fome e 
aumentando os processos de lipólise156. 
➢ Via IM – 25 mg/mL. 
 
• BCAA: BCAA é uma sigla para Branch Chain Amino Acids, ou Aminoácidos de 
Cadeia Ramificada. Compreende os AA Leucina, Isoleucina e Valina, 
necessários para formação e crescimento muscular157. 
➢ Este composto é aplicado por via IM em uma concentração de 4%. 
 
• HMB (Hidroximetilbutirato): É um metabólito da leucina capaz de reduzir o 
catabolismo muscular (reduz a perda de massa magra), regenerar músculos e 
reduzir gordura corporal158,159. 
➢ É usado em via IM em uma dose de 5 mg/mL. 
 
• 5-HTP (Hidroxitriptofano): É um precursor da serotonina, muito utilizado para 
redução do apetite160. 
➢ Pode ser utilizado por via IM à 2 mg/mL. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Mesoterapia 
4 PROTOCOLOS DE APLICAÇÃO DE MESOTERAPIA 
 
 A técnica de aplicação de mesoterapia é tão importante quanto a escolha dos 
fármacos corretos. Infelizmente não há uma padronização das técnicas de aplicação, 
tanto em relação aos espaçamentos entre as injeções, volume injetado e intervalo 
entre sessões. Este capítulo descreve as técnicasmais utilizadas pelos profissionais 
e professores do NEPUGA. As técnicas aqui apresentadas são utilizadas por serem 
seguras e eficazes, e, de certa forma, representam a média do que é discutido em 
artigos. 
 
4.1 Mesclas de Mesoterapia 
 
 Os laboratórios que manipulam injetáveis vendem estes produtos de duas 
formas diferentes: eles oferecem uma sugestão de mescla (Figura 20), contendo 
fármacos para o tratamento de determinada disfunção estética, ou os fármacos 
individuais (Figura 21). Caso seja optado pela primeira opção, é vendido um kit 
contendo, em média, 5 substâncias. Este kit é o suficiente para tratar um paciente, por 
uma sessão. Alguns laboratórios vendem kits com, por exemplo, mesclas o suficiente 
para tratar 10 pacientes (ou realizar 10 sessões). Também é possível comprar os 
produtos de forma individual e montar uma mescla completamente personalizada. 
 Os fármacos, sejam eles em kits ou de forma individual, normalmente vem em 
ampolas de vidro com 2 mL do produto. Uma mescla típica contém 5 fármacos, ou 
seja, 5 ampolas de 2 mL, cada uma de um fármaco, totalizando 10 mL (que, por 
segurança, é o máximo que se deve aplicar em um mesmo dia em um paciente). 
Alguns fármacos já podem vir combinados em uma única ampola (a ampola pode ser 
de 2 mL, 5 mL, etc.). Deve-se tomar cuidado com a validade dos produtos, pois cada 
fármaco tem uma validade diferente. Os produtos devem ser armazenados em local 
fresco, protegidos da luz. 
 
Figura 20: Exemplo de um kit de mesoterapia. Este kit, para o tratamento de Estrias, vendido pelo 
laboratório Pineda, contém 5 ampolas, cada uma de 2 mL. Os produtos utilizados são: Ácido 
Hialurônico, Buflomedil, Asiaticosídeo, Silício Lipo e Lidocaína. Fonte: Laboratório Pineda. 
 
48 
 
Mesoterapia 
 
Figura 21: Um kit do laboratório Pineda, contendo um único fármaco. Aqui se vê 10 ampolas de 2 mL 
cada, da substância L-Carnitina. 
 
4.2 Materiais e Preparo da Mescla para Aplicação 
 
 Para o preparo da mescla de mesoterapia serão necessários os seguintes 
materiais: 
• Ampolas com os fármacos escolhidos; 
• Gaze; 
• Álcool 70%; 
• Seringa de 10 mL; 
• Agulha 18G (1,2 x 40); 
• Seringas de 1 mL, 3 mL e/ou 5 mL 
• Agulhas 30G ou; 
• Agulhas 21 G ou 22 G. 
 
Após ser realizada a antissepsia do local de trabalho e se ter separado todos os 
materiais, deve-se seguir os seguintes passos: 
1. Verificar a validade, integridade e composição de todas as ampolas; 
2. Ordenar as ampolas em ordem crescente de pH, para evitar a cristalização e/ou 
precipitação dos compostos; 
 
49 
 
Mesoterapia 
3. Realizar a antissepsia das ampolas, utilizando gaze umedecida com álcool 
70%; 
4. Quebrar todas as ampolas; 
5. Com uma seringa de 10 mL e agulha 18G, aspirar o conteúdo de cada ampola, 
na ordem de pH, com cuidado para não aspirar ar. A aspiração deve ser feita 
de forma lenta e gradual; 
6. Homogeneizar a seringa por inversão, delicadamente; 
7. Verificar a seringa pela presença de artefatos (cristalização, precipitação, 
contaminação, presença de vidro da ampola, etc.). Se o líquido não for 
totalmente límpido, sem turbidez e sem artefatos, descarta-se todo o produto; 
8. Se necessário, deve-se fracionar a mescla nas seringas que utilizadas para 
aplicação. Esta etapa pode ser feita transferindo-se a mescla para um frasco 
estéril (fornecido por alguns laboratórios), para então aspirar-se a mescla nas 
seringas a serem utilizadas, ou então passando-se diretamente para as 
seringas com o auxílio de uma torneira estéril de 3 vias (uso único e individual) 
(Figura 22). 
9. Acopla-se a agulha a ser utilizada para aplicação em cada seringa, após 
preencher a seringa com a mescla. 
 
 
Figura 22: Exemplo de torneira de 3 vias, com um conector Luer Lock/Slip, e dois conectores Luer 
Fêmea Universal. Fonte: TKL Produtos Médicos e Hospitalares 
 
4.2.1 Escolha da Seringa e Agulha 
 
 A escolha da seringa e agulha correta é importante para que se realize uma 
aplicação sem causar dano excessivo a pele do paciente ao mesmo tempo que se 
permite uma injeção fácil da mesoterapia. 
http://tklbrasil.com.br/produto/torneira-3-vias-tor02/
 
50 
 
Mesoterapia 
 Em termos de escolha de seringa, deve-se entender o seguinte: como será 
utilizado uma agulha muito fina, normalmente a 30G, quanto maior o volume da 
seringa, mais pressão deve-se aplicar no embolo. Isso significa que mais força será 
feita, o que pode resultar em tremores da mão e lesão ao paciente, além de fadigar 
facilmente os músculos da mão do profissional. É possível realizar fazer uma 
mesoterapia facial com uma seringa 10 mL, mas o trabalho será muito mais seguro e 
fácil utilizando-se uma seringa de 1 mL. Têm-se em mente a praticidade e o custo com 
produtos. Uma única seringa de 10 mL é mais barata do que 10 seringas de 1 mL. 
Porém, uma seringa de 10 mL tem um manuseio mais difícil. Com base nisso, é 
sugerido que seja utilizado os seguintes produtos: 
• Aplicação facial: utilizar seringas de 1 ou 3 mL. A face apresenta um tecido 
muito sensível, e tremores podem lesionar facilmente o rosto. 
• Aplicação capilar: utilizar seringas de 1 mL, preferencialmente. É muito difícil 
a injeção dos produtos no couro cabeludo com seringas mais volumosas. 
• Aplicação corporal: Para gordura localizada recomenda-se seringas de 3, 5 
ou 10 mL. A seringa de 5 mL irá apresentar o melhor custo/benefício. Para 
aplicações intradérmicas recomenda-se seringas de 3 mL. 
 
Quanto a agulha utilizada, normalmente utiliza-se o seguinte: 
• Aplicação Facial: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½); 
• Aplicação Corporal: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½); 
o Para gordura localizada pode-se utilizar, também, agulha 0,38 x 13 
(Cinza - 27G ½) ou 0,45 x 12 (Marrom – 26G ½), porém, por serem 
mais calibrosas, geram mais dor ao paciente e danos ao tecido. Seu 
único benefício é ao profissional que aplica a mescla: torna-se mais 
fácil injetar o líquido. 
• Aplicação Capilar: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½); 
• Aplicação Intramuscular: 
o Adulto magro: Agulha 0,7 x 25 (Preta – 22G) 
o Adulto obeso/muita adiposidade na região do glúteo: Agulha 0,7 x 30 
(Preta – 22G ¼) ou 0,8 x 30 (Verde – 21G 1 ¼). 
 
 
51 
 
Mesoterapia 
4.3 Técnicas de Aplicação 
 
Antes do início da aplicação, realiza-se a antissepsia do local. Faz-se, então a 
marcação da área de tratamento, e, após, repete-se a antissepsia do tecido. Se deve 
ter ao alcance todo material necessário para uma boa aplicação de mesoterapia: 
Gaze, mescla pronta e fracionada nas seringas, agulhas, álcool 70% e Descarpack®. 
O uso de EPIs é obrigatório: jaleco, touca, máscara, óculos de proteção e luvas. 
Como a mesoterapia consiste na aplicação de inúmeras injeções, deve-se ter 
em mente o desgaste da agulha. A agulha deve ser trocada após algumas injeções, 
pois sua ponta fica romba e no formato de um gancho (Figura 23), o que acaba 
dificultando a injeção e lesionando o tecido, além de causar dor e aumentar a chance 
de nódulos161. Normalmente se troca de agulha a cada 5 a 10 injeções. Nunca se deve 
recapar a agulha. Utiliza-se um desconector de agulha ou a técnica de “pescar” a 
agulha, sem nunca posicionar a mão próxima ao bisel. 
 
 
Figura 23: Foto de microscopia eletrônica de uma agulha após um único uso. Fonte: Website da BD, 
um fabricante de agulhas, entre outros produtos. 
 
 
https://www.bd.com/en-ca/products/diabetes-care/diabetes-learning-center/managing-diabetes-with-insulin/how-to-inject-insulin/risks-of-needle-reuse
 
52 
 
Mesoterapia 
4.4 Técnica de Mesoterapia para Gordura Localizada 
 
 A aplicação de mesoterapia para gordura localizada (GL) é, de certa forma, a 
mais simples de todas. Basta que se siga os seguintes passos e orientações: 
• A mescla deve ser aplicada em tecido subcutâneo; 
o Aplica-se de uma forma equidistante do músculo e da pele, a fim de 
evitar danos nestes tecidos. 
• A distância entre as injeções

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