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TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS Profª Drª Renata Costa Fortes Universidade Paulista - UNIP 1. Guidelines da ESPEN e ASPEN. TN em Oncologia. Projeto Diretrizes. 2011. 2. Consenso nacional de nutrição oncológica. 2. ed. rev. ampl. atual. RJ: INCA, 2015. 3. Manual de cuidados paliativos da ANCP. 2ª Edição. 2012. 4. Fortes RC, Waitzberg DL. Efeitos da imunonutrição enteral em pacientes oncológicos submetidos à cirurgia do trato gastrintestinal. RBCN 2011; 26(4):255-63. 5. Barbosa LB et al. Efeitos da imunonutrição em pacientes com câncer do trato gastrintestinal: um ensaio clínico randomizado cego e controlado. RBCN 2013; 28(3):171-8. 6. Toscano BF et al. Câncer: implicações nutricionais. Com. Ciências Saúde. 2008; 19(2):171-180. 7. Vieira AR, Fortes RC. Qualidade de vida de pacientes com câncer gastrointestinal. Com. Ciências Saúde. 2015; 26(1/2): 45-56. 8. Souza JA, Fortes RC. Qualidade de vida de pacientes oncológicos: um estudo baseado em evidências. REVISA 2012; 2: 183-192. 9. Cordeiro ALO, Fortes RC. Estado nutricional e necessidade de intervenção nutricional em mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico. Arq. Catarin. Med. 2015; 44(4): 96-108 . 10. Waitzberg DL. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5aed. 2017. Sugestões de Estudo Terapia Nutricional em Pacientes Oncológicos Principais causas de óbito mundial - problema de saúde pública Pacientes oncológicos versus outras populações hospitalizadas 2 e 20 vezes maiores chances de complicações na evolução clínica Perda de peso e desnutrição – 31%-87% - TGI e estádio avançado CÂNCER Doença multifatorial Crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células Processo de disseminação das células neoplásicas Definição Aspectos epidemiológicos Tabagismo Obesidade Inatividade física Etilismo Vírus, bactérias parasitas Carcinógenos Hereditariedade IDADEDIETA CÂNCER Fatores etiológicos Dieta versus câncer “O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas”. Processo de carcinogênese Manifestações clínicas x alterações metabólicas, bioquímicas etc. IL-1, IL-6, TNF-α, INF-, fator inibitório de leucemia, FIP, FML, glucagon, catecolaminas dentre outros. Tratamento convencional desnutrição aporte e absorção de nutrientes infecções e QV. Alterações no câncer Alterações no câncer Alterações no câncer Alterações no câncer Tratamento do câncer Tratamento do câncer Tratamento do câncer Desnutrição no câncer Desnutrição no câncer Consequências da desnutrição no câncer Ambiente hospitalar ↑Catabolismo ↓Capacidade de digestão ↓Absorção intestinal Jejum Ingestão energética Náuseas Disfagia Inapetência e Saciedade precoce Pacientes que perderam mais de 20% do PH apresentaram risco de óbito de 33.3%, comparado com um risco de apenas 3.5% para aqueles que perdem menos de 20%. Potencializadores da desnutrição no câncer Desnutrição no câncer Desnutrição no câncer Caquexia do câncer Caquexia do câncer 30% a 50% morbimortalidade Desnutrição x caquexia do câncer ANOREXIA Fisiopatologia da anorexia no câncer 60% a 150% Síndrome da anorexia-caquexia (SAC) no câncer Fases da caquexia do câncer Impacto da SAC no câncer ◦20% a 25% dos óbitos são causados pelas caquexia; ◦2/3 dos pacientes apresentam-se caquéticos na morte; ◦< resposta à quimioterapia e radioterapia; ◦> maior mortalidade em pacientes cirúrgicos ◦> incidência de complicações. Perda ponderal > 2,75% /mês é indicador de prognóstico independente para redução da sobrevida DPE, SAC e PP são os distúrbios nutricionais mais encontrados em indivíduos oncológicos = morbimortalidade. A triagem nutricional é uma forma de identificar precocemente o risco nutricional do indivíduo com câncer. Importância da triagem nutricional NRS-2002 MUST ASG ASG-PPP MAN Métodos subjetivos de avaliação nutricional •Peso, estatura, IMC, dobras cutâneas, circunferências... Antropometria •Albumina, transferrina, CTL, leucócitos, nitrogênio ureico, ICA etc. Exames laboratoriais •Consumo de proteínas, consumo energético, adequação do consumo etc. Dados dietéticos Exame físico Pele, cabelo, unhas, etc. Completando a avaliação nutricional AVALIAÇÃO DOS SEGUINTES PARÂMETROS Albumina sérica (risco elevado quando < 3,0 g/dL); PCR (para avaliação inflamatória); IMC (risco elevado < 18,5 kg/m2 ou > 40 kg/m2); % do PC atual em relação ao PI (risco elevado < 90%); perda de PC em relação ao PU (risco elevado para perda > 5% em um mês, 7,5% em três meses e > 10% em seis meses). Capacidade funcional (dinamometria – FPP) Completando a avaliação nutricional Índice de risco nutricional (IRN) IRN = 1,489 × albumininemia (g/L) + 41,7 × [peso atual/peso habitual (kg)] Mais de 100 = sem desnutrição Entre 97,5 e 100 = desnutrição leve Entre 83,5 e 97,5 = desnutrição moderada Menos de 83,5 = desnutrição grave Peso habitual = peso estável em seis meses antes da admissão hospitalar. Completando a avaliação nutricional ASG-PPP Classificação sistemática do EN Adaptada da ASG, com participação do paciente Indica a necessidade de intervenção nutricional Desenvolvida para pacientes com câncer AVALIAÇÃO SUBJETIVA PRODUZIDA PELO PRÓPRIO PACIENTE Recomendações da ASG-PPP 0-1 - Nenhuma intervenção é necessária no momento. Indicada reavaliação de rotina durante o tratamento. 2-3 - Necessário educação do paciente e família pelo nutricionista, enfermeiro ou outro clínico, com intervenção farmacológica apropriada, conforme indicado pelo levantamento de sintomas e resultados laboratoriais. 4-8 - Requer intervenção pelo nutricionista, junto com o enfermeiro ou médico, como indicado pelo levantamento de sintomas. ≥ 9 - Indica a necessidade urgente de manejo para melhora dos sintomas e/ou opções de intervenção nutricional. Objetivos da TN: • Evitar a progressão para um quadro de caquexia; • Auxiliar no manejo dos sintomas; • Melhorar o balanço nitrogenado; reduzir a proteólise; • Aumentar a resposta imune; • Reduzir tempo de internação hospitalar; • Melhorar qualidade de vida. Terapia nutricional no câncer TNE oral: Ingestão < 75% em até 5 dias, sem expectativa de melhora; Palatatibilidade! TNE sonda: Impossibilidade de utilização da via oral; Ingestão oral < 60% em até 5 dias consecutivos, sem expectativa de melhora. TNP: Impossibilidade total ou parcial de uso do TGI; Contra indicada em pacientes terminais e fim de vida. Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer ESPEN: pacientes que apresentem RNG se beneficiam com suporte nutricional por um período de 10 a 14 dias antes de cirurgias de grande porte (nível de evidência A). Consenso da Sociedade Norte-Americana de Cirurgiões (2013): qualquer candidato à cirurgia eletiva, independente do EN, deve receber fórmula imunomoduladora com arginina, ômega 3, nucleotídeos e antioxidantes (500 mL a 1.000 mL) por 5 a 7 dias antes da operação. Para pacientes com RNG, essa fórmula deve ser continuada no pós-operatório por de 5 a 7 dias. Projeto ACERTO Pacientes cirúrgicos eletivos, com esvaziamento gástrico preservado e sem risco de broncoaspiração rotina de abreviação do tempo de jejum pré-operatório para 2 horas. Na noite anterior à cirurgia 400 mL de fórmula líquida, contendo 12,5% de dextrose, e mais 200 mL, 2 horas antesdo procedimento cirúrgico. Terapia nutricional no câncer ASG - AASG - A ASG – B ASG – C Projeto ACERTO (Acelerando a Recuperação Total Pós-Operatória) Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer ESPEN , ASPEN GLUTAMINA PODE BENEFICIAR PACIENTES DE TMO EM NP (B) Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (2009, 2011) Terapia nutricional no câncer Terapia nutricional no câncer Tratamento paliativo oncológico Cuidados Paliativos Sobrevida Qualidade de Vida Controle de Sintomas Objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais (WHO, 2007). Cuidado paliativo oncológico Doença terminal: expectativa de até 6 meses de vida. Final de vida: expectativa de vida é de até 72 horas. TN nos pacientes terminais e em final de vida: Considerar potenciais riscos e benefícios; Respeitar o desejo do paciente e da família; A NPT não é indicada já que não oferece benefícios; Tratamento paliativo oncológico Hematológica Renal e Vesical Hepática Gastrointestinal Pulmonar Cardiovascular Neurológica Toxicidade do tratamento Hiporexia Disfagia/Odinofagia Náuseas e vômitos Xerostomia Saciedade precoce Mucosite Distensão abdominal Constipação intestinal Diarreia Disgeusia e disosmia Conforto Prazer Amor Carinho Hábitos Crenças Interação social Autonomia Decisão Alimentação em Cuidados Paliativos Exclusivos Tratamento paliativo exclusivo Via de administração da dieta VO preferencial Dificuldades de mastigação, deglutição, TGI funcionante Disfagia: consistência da dieta Risco de broncoaspiração: consistência da dieta; uso de espessante; posicionamento do leito TN em cuidados paliativos exclusivos Princípios Bioéticos: Autonomia; Beneficência/não maleficência; Respeitar a relação custo/ benefício; Evitar procedimentos invasivos e condutas fúteis. Indicação de Terapia Nutricional Nutrição Oral; Enteral e Parenteral A ingesta de líquidos normalmente diminui no estágio terminal de uma doença, sendo que o paciente não deve ser forçado a receber hidratação. Recomendação: 500 a 1000mL/dia Problemas relacionados a hidratação: Distúrbios respiratórios com sufocamento e sensação de afogamento, resultado da retenção de fluidos nos pulmões, edema periférico e aumento da produção urinária, com necessidade de cateterização. Hidratação Questão Resposta segundo a expectativa de vida Maior que 90 dias Igual ou menor que 90 dias Cuidado ao fim da vida Qual método deve ser utilizado para estimativa das necessidades calóricas? - De 25 kcal/kg a 35 kcal/kg ao dia - Utilizar o peso atual, usual ou mais recente - De 25 kcal/kg a 30 kcal/kg ao dia - Utilizar o peso atual, usual ou mais recente - De acordo com a aceitação e a tolerância do paciente Quais as recomendações proteicas? - De 1,0 g de proteína/kg a 1,5 g de proteína/kg ao dia - Utilizar o peso atual, usual ou mais recente - Se necessário, ajustar a recomendação proteica do paciente de acordo com as comorbidades - De 1,0 g de proteína/kg a 1,5 g de proteína/kg ao dia - Utilizar o peso atual, usual ou mais recente - Se necessário, ajustar a recomendação proteica do paciente de acordo com as comorbidades - De acordo com a aceitação e a tolerância do paciente Quais as recomendações hídricas? - Adulto: de 30 ml/kg a 35 ml/kg ao dia - Idoso: 25 ml/kg ao dia - Adulto: de 30 ml/kg a 35 ml/kg ao dia - Idoso: 25 ml/kg ao dia - De 500 ml a 1.000 ml ao dia - A hidratação deve ser administrada de acordo com a tolerância e a sintomatologia do paciente Nutrição em cuidados paliativos CASO CLÍNICO AVALIATIVO DATA DE ENTREGA: 18/11/2019 Trabalho digitado seguindo as normas da ABNT S.G., sexo feminino, 54 anos, teve diagnóstico de câncer na mama esquerda, sendo submetida a quimioterapia e mastectomia radical. Após 11 meses evoluiu com queixa de plenitude gástrica, náuseas, pirose e perda ponderal involuntária. Procurou imediatamente o médico assistente que solicitou uma série de exames, constatando câncer gástrico metastático. S.G. foi novamente submetida ao tratamento quimioterápico e encaminhada ao nutricionista. Na triagem nutricional, S.G. relatou fadiga aos mínimos esforços, dispneia, hiporexia, reduzida ingestão alimentar e perda ponderal nas duas últimas semanas. Ectoscopia: depleção intensa de massa magra, depleção moderada de tecido adiposo, hipocorada, desidratada, unha coiloníquia, com edema leve nos membros inferiores. Anamnese alimentar: ingestão diária em torno de 60% das necessidades nutricionais e baixa ingestão hídrica. Possui mucosite. VARIÁVEIS VALORES VARIÁVEIS VALORES Peso usual* (kg) 65 DCT (mm) 17,8 Peso atual (kg) 55 DCS (mm) 12,1 Peso ideal (kg) ? CMB (mm) 18,9 Peso seco (kg) ? Albuminemia (g/dL) 2,7 Estatura (cm) 164 Hemoglobina (g/dL) 10,9 IMC (kg/m2) ? Hematócrito (%) 32 Perda de peso (%) ? PCR-us (mg/L) 15 Alguns dados disponíveis da avaliação nutricional: *Peso dos últimos 6 meses. Responda: 1. Determine e explique a triagem nutricional por meio de NRS- 2002; 2. Determine e explique a gravidade de risco por meio do protocolo MUST; 3. Determine e explique o estado nutricional por meio da antropometria e dos exames bioquímicos; 4. Determine e explique o diagnóstico nutricional por meio da compilação dos dados subjetivos e objetivos; 5. Explique qual é a ferramenta subjetiva de avaliação nutricional específica para pacientes oncológicos e sua funcionalidade; 6. Determine e justifique as características da dieta a ser adotada para S.G., com ênfase na recomendação energética, proteica e hídrica; Continua Responda: 7. Determine e justifique as características da dieta a ser adotada considerando os micronutrientes mais importantes para S.G.; 8. Considerando que a ingestão alimentar diária de S.G. permaneça em 60% (ou menos) das necessidades nutricionais, sem expectativa de melhora, defina a conduta nutricional adequada; 9. Elabore minuciosamente o registro de S.G. em prontuário desde a triagem até a conduta dietoterápica (item 8). Deverá seguir a resolução do registro em prontuário, a sistematização do cuidado de nutrição e o método SOAP; 10. Considerando que a paciente evoluiu para piora clínica, sem possibilidade de melhora, explique qual é a conduta nutricional. Continuação
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