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Anatomia Médico-Cirúrgica-Aulas_P1 - Manu linda

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1 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º José Kawazoe – 07/08/2019 
Anatomia aplicada ao exame radiológico 
1. Telerradiografia 
- Método inventado em 1895 pelo físico alemão Wilhelm 
Roentgen (Roentgenology, em alguns países de língua 
inglesa); 
 
- Princípios físicos: a imagem é formada por raios-x 
(radiação ionizante); quanto mais raios chegam ao filme, 
mais escura a imagem; conforme sua estrutura, um 
objeto absorverá mais ou menos radiação; os raios-x, um 
tipo de radiação eletromagnética, atravessam o corpo, 
perdendo energia para determinados tecidos e apenas os 
fótons que possuem energia suficiente para atravessar 
os tecidos chegam à folha de raio-x; 
- Características: a imagem é bidimensional; constituído 
de uma ampola de raio-x e um filme radiográfico; 
imagens mais próximas do filme sofrem menor distorção; 
nomenclatura das incidências é dada pela direção dos 
raios. Entre as quais: 
* PA: posteroanterior, ampola posterior e filme 
anterior ao paciente, adequado para a 
visualização da silhueta cardíaca; 
* AP: adequado para visualização de coluna 
vertebral). 
* Laurell: decúbito lateral com raios horizontais. 
- Técnica: posição: simetria das clavículas, traqueia e 
coluna vertebral; penetração: a penetração ideal para o 
pulmão ocorre quando, da coluna situada por trás da 
imagem cardíaca, apenas uma tênue faixa se deixa ver; 
inspiração: o diafragma deve situar-se entre o 10º e 11º 
arcos costais posterior; 
Suspeita de pneumonia: aerobroncograma ou 
broncograma aéreo. 
2. Tomografia computadorizada 
 
- Princípio físico: assim como na telerradiografia, o 
princípio físico da TC é a radiação ionizante, com a 
diferença de que as imagens obtidas com a TC possuem 
resolução melhor. 
As imagens são obtidas por sensores conectados a um 
computador, obtendo cortes transversais e podendo-se 
adotar a utilização de contraste à base de iodo. 
 
- Vantagens: capacidade de, através da análise dos 
valores numéricos dos coeficientes de absorção, 
identificar os componentes dominantes das estruturas; 
possibilidade de processar as imagens a qualquer 
momento, através de dados armazenados em discos 
magnéticos; baixo custo e fácil acesso; indicado para 
fraturas articulares e complexas (reconstrução); 
- Tomografia computadorizada quantitativa 
(osteoporose) / densitometria óssea; 
- Desvantagens: utiliza radiação ionizante (em alta 
quantidade) e meio de contraste iodado. Ex.: 
angiotomografia para quantificação da obstrução de um 
vaso; limitação de planos de corte em aparelhos mais 
antigos que não fornecem boas imagens de 
reconstrução; 
3. Ultrassonografia 
 
- Princípio físico: usa um princípio parecido com o 
princípio do sonar > o tempo que uma onda emitida com 
uma determinada frequência leva para ser refletido é 
conertido em distância; na USG, feixes de ultrassom (2-
14 MHz) são emitidos por um cristal piezoelétrico 
localizado no interior do transdutor; antigamente, o cristal 
imóvel oferecia a imagem de estruturas ao longo de um 
segmento de reta; à medida que os cristais passam a ter 
movimento, as imagens varrem um plano; 
- Vantagens: quanto maior a frequência, mais nítida a 
imagem; fornece imagens em tempo real; não utiliza 
radiação ionizante; 
- Limitações: não serve para sólidos e para ar; 
frequência de onda não atravessa ossos (para 
ecocardiograma, colocar o transdutor no EIC; derrame 
pleural pode ser visualizado, mas parênquima pulmonar, 
não); é um procedimento examinador-dependente; serve 
 
 
2 Anatomia Médico-Cirúrgica 
principalmente para vísceras parenquimatosas e para 
locais onde há líquidos; 
- Efeito Doppler: mudança aparente na frequência de 
uma onda produzida pelo movimento relativo entre a 
fonte emissora da onda e o observador; pelo efeito 
Doppler, é possível criar imagens tridimensionais; 
utilizado para ver direção e velocidade de fluxo (as 
hemácias funcionam como um anteparo que promove o 
efeito Doppler), usado na ecocardiografia (USG aplicada 
ao coração; usada na quantificação de doenças valvares 
– estenoses e insuficiências – cuja confiabilidade da 
estimativa é tão alta que possui indicação cirúrgica); 
4. Ressonância nuclear magnética (RNM) 
 
- Princípio físico: o meio físico que permite a formação 
da imagem é um campo magnético muito forte (o campo 
magnético da Terra é de cerca de 0,5 Gauss; 1 Tesla = 
10.000 Gauss; a maioria dos aparelhos de ressonância 
possuem campo magnético de 1,5 Tesla); 
- Sequência de eventos para a formação da imagem: 
 Uma bobina de radiofrequência emite um campo 
magnético capaz de promover o alinhamento 
dos núcleos de hidrogênio constituintes dos 
tecidos corporais. 
 Os núcleos que se alinham no mesmo sentido do 
campo magnético são de baixa energia, 
enquanto os que se alinham no sentido oposto 
são de alta energia. 
 Os núcleos excedentes de baixa frequência 
captam energia de radiofrequência e invertem a 
direção do spin, tornando-se de alta frequência. 
 A aplicação intermitente de corrente derivada do 
liga-e-desliga dessa bobina permite que os 
núcleos de baixa frequência, que absorveram 
energia enquanto a bobina emitia o campo 
magnético, ou seja, estava ligada, liberem a 
energia recebida e se tornem novamente núcleos 
de baixa frequência. 
 Esta energia é captada por uma bobina 
receptora, que converte as ondas de energia em 
sinais numéricos, que são transformadas em 
imagens em diferentes planos (cortes sagitais, 
coronais ou oblíquos) por um computador. 
 A imagem é formada pela seleção de “fatias”, por 
meio do processamento da captação de energia 
em cada segmento; 
- Frequência de ressonância: pressuposto no qual os 
núcleos de hidrogênio absorvem energia apenas em uma 
determinada frequência, conhecida como frequência de 
ressonância; é diretamente proporcional à força do 
campo magnético; 
- Um gradiente de ressonância pode ser gerado ao longo 
da área de estudo para “selecionar” uma fatia pelas 
bobinas de gradiente; 
- Vantagens: como não utiliza radiação ionizante, então 
risco de iatrogenia é menor; não usa contraste de iodo; 
contraste não nefrotóxico; imagens possuem maior 
sensibilidade e evidenciam melhor detalhes anatômicos; 
oferecem cortes sagitais, coronais, oblíquos e 
transversais sem necessidade de reposicionar o 
paciente; lesões ligamentares, musculares, fraturas por 
estresse, lesões neurológicas e medulares (em casos de 
AVE, é muito mais sensível para diferenciar AVE 
isquêmico de hemorrágico) são bem visualizadas; bom 
para ver tecidos moles. 
- Desvantagens: alto custo; dificuldade para identificar 
pequenas calcificações patológicas nos tecidos; maior 
tempo de realização do procedimento; imagens ruins 
para ossos; maior chance de artefatos na imagem por 
causa do movimento do paciente. 
- Contraindicações: pacientes com claustrofobia e 
síndrome do pânico, próteses cocleares, marcapassos, 
clips de aneurisma, pacientes com monitorização 
intensiva (como ventilação mecânica), ferimentos por 
arma de fogo, próteses antigas (que geram halo ao redor 
da área); 
 
 
 
 
3 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º: André Marcondes – 12/08/2019 
Anatomia aplicada ao exame dos nervos cranianos 
OCULOMOTOR (III), TROCLEAR (IV) E ABDUCENTE 
(VI) 
- Anamnese: 
Homem de 38 anos admitido no hospital da Universidade 
de Kyoto em 1976, com queixa de visão dupla (diplopia) 
inicialmente desencadeada por mirada lateral direita há 
10 meses, enquanto dirigia; 
- HPP: nada digno de notas; 
- Exame físico: a sensibilidade da face era normal e não 
havia sinais de doença cerebelar ou de aumento da PIC 
(pressão intracraniana); 
Algumas definições: 
- Estrabismo: assimetria do desvio entre os olhos; pode 
ser convergente ou divergente; 
Musculatura intrínseca 
 M. esfíncter da pupila: funcionalidade é avaliada 
através dos reflexos fotomotores diretos e 
consensuais; depende da integralidade das 
fibras parassimpáticas do nervo oculomotor (III);constrição da pupila = miose; 
 M. dilatador da pupila: inervado por fibras 
simpáticas dos gânglios cervicais; dilatação da 
pupila = midríase; 
 Músculo ciliar: inervado por fibras 
parassimpáticas do nervo oculomotor (III); realiza 
a acomodação visual; 
Musculatura extrínseca do olho 
 M. reto medial 
 Reto lateral 
 Reto inferior 
 Reto superior 
 Oblíquo inferior 
 Oblíquo superior 
 
 
- Primeira divisão do nervo oculomotor: divisão em ramos 
superior e inferior; 
- A musculatura ocular possui a menor relação de placa 
motora, são muito específicos: uma fibra nervosa para 
cada fibra muscular; 
- Continuação do exame: 
- Paralisia do reto lateral, sem nenhum outro sinal de 
doença; 
- Sinais cerebelares enfatizados: o cerebelo é o órgão 
que integra e coordena o funcionamento dos músculos; 
uma lesão nesse órgão poderia promover uma 
dissociação da musculatura medial de um olho e lateral 
do outro; 
- Hemicampos visuais laterais são monoculares, 
enquanto hemicampos visuais mediais são binoculares; 
- Se houvesse o crescimento de um tumor ou 
sangramento no interior do crânio, levaria ao aumento da 
pressão intracraniana (PIC); 
- Exames complementares: 
- Na tomografia computadorizada (TC): tumoração no 
SNC que invade a órbita e compromete o trajeto do nervo 
oculomotor (III), que emerge na transição entre a ponte e 
o mesencéfalo, na fossa interpeduncular; a lesão do 
nervo é sempre ipsilateral; 
- Considerações anatômicas: 
- Vias motoras são basicamente cruzadas; 
- Pela fissura orbital superior emergem o III, IV e VI pares 
de nervos cranianos, que se originam de locais diferentes 
do tronco encefálico; 
- O nervo abducente (VI) possui um trajeto peculiar, faz 
uma curva/angulação no ápice da parte petrosa do osso 
 
 
4 Anatomia Médico-Cirúrgica 
temporal (ápice do rochedo); se origina na transição entre 
a ponte e o bulbo, no sulco bulbo-pontino; 
- O nervo troclear (IV) é o único que emerge da porção 
dorsal do tronco encefálico; 
- Inervação motora passa sempre por dentro do anel 
tendíneo; 
- Inervação sensitiva (dada por divisão superior, ou 
oftálmica, do nervo trigêmeo); 
- Complicações clínicas 
- Na HIC, há risco de compressão do centro respiratório, 
localizado no bulbo, e ruptura de alguns nervos 
cranianos, como o nervo abducente, no ápice do rochedo 
> estrabismo convergente, com perda do tônus da 
musculatura do reto lateral e visão turva; 
- A neuropatia do nervo abducente pode ser decorrente 
de complicações diabéticas; 
- A inervação simpática geralmente chega ao músculo 
através de vias que acompanham as camadas 
adventícias das artérias, ou seja, quando se pensa na 
lesão de um nervo, fibras simpáticas geralmente não são 
acometidas; 
- Acometimento parassimpático: ação não confrontada 
do simpático > midríase; 
- Pupilas de diâmetros diferentes: anisocoria; 
 
NERVO TRIGÊMIO (V) 
- Responsável pela inervação sensitiva da pele da face; 
- Divisão oftálmica também leva inervação sensitiva à 
córnea e à conjuntiva; 
- Os dermátomos das divisões do trigêmeo podem ser 
acometidos em casos de herpes-zóster; 
NERVO FACIAL (VII) 
- Carreia fibras motoras para os músculos da mímica – 
cuticulares da face; 
- Origem aparente: forame estilomastóideo; 
- Tronco principal se divide em dois troncos, dentro da 
glândula parótida: cervicofacial (ramos: temporal, 
zigomático e bucal) e temporofacial (ramos: marginal da 
mandíbula e cervical); 
- Todo nervo craniano tem três origens: origem real – 
lugares de onde os axônios saem, onde estão localizados 
os corpos celulares dos neurônios; origem aparente no 
tronco encefálico; origem no crânio – passa por forame 
ou fissura no crânio; 
- Os nervos cranianos podem ter até cinco tipos de fibras 
em sua composição; 
- Fibras motoras do nervo facial saem do núcleo do nervo 
facial, que possui relação de grande proximidade com o 
núcleo do nervo abducente; 
- Núcleo do nervo facial se divide em dois subnúcleos: 
um superior (origem real das fibras que inervam o tronco 
temporofacial - roxo) e outro inferior (origem real das 
fibras que inervam o tronco cervicofacial - verde); 
 
- O nervo facial e o nervo oculomotor possuem dupla 
representação cortical; o tronco temporofacial possui 
dupla representação cortical, enquanto o tronco 
cervicofacial é coordenado pelo hemisfério contralateral; 
- Paralisia facial: em sua maioria é causada por infecção 
viral por Herpes Vírus; os olhos não fecham, porque a 
musculatura orbicular do olho não funciona bem; pode 
ser periférica ou central; 
 Paralisia facial periférica: depois da origem real 
do nervo; compromete toda a musculatura 
ipsilateral; 
 Paralisia facial central: é supranuclear, 
geralmente hemisférico; afeta musculatura 
inervado por tronco cervicofacial contralateral; 
 Paralisia de Bell: neurite do nervo facial (VII), 
paralisia da musculatura de um lado inteiro; 
NERVO VAGO (X) 
Exame da musculatura do véu palatino 
- Suspensão do véu palatino e da úvula 
 Músculo levantador do véu palatino 
 Músculo palatoglosso 
 Músculo palatofaríngeo 
 
Lesão de nervo vago (X) esquerdo – contralateral ao desvio 
NERVO ACESSÓRIO (XI) 
- Inerva músculos trapézio e ECM; 
NERVO HIPOGLOSSO (XII) 
 
 
5 Anatomia Médico-Cirúrgica 
- Inerva musculatura extrínseca da língua – principal 
movimento: protrusão; 
- Lesão provoca desvio para o lado da lesão; 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º José Kawazoe – 14/08/2019 
Anatomia aplicada à inervação dos membros superiores 
1. Revisando a anatomia 
 a. Plexo braquial: 
- Emerge do sulco interescalênico; 
- É formado por raízes ventrais de C5 a T1; pode ser pré-fixado (com boa contribuição de C4 e pouca contribuição de T1) 
ou pós-fixado (pouca ou nenhuma contribuição de C5 e boa contribuição de T2); 
- Superior à clavícula e posterior ao ECM; 
- Pode ser palpado no ângulo entre a borda superior da clavícula e posterior ao esternocleidomastóideo; 
- Formação de três troncos (C5 + C6 = tronco superior; C7 = tronco médio; C8 + T1 = tronco inferior); 
- Cada tronco dá uma divisão anterior e uma divisão posterior; 
- As divisões anteriores do tronco superior e do tronco médio foram o fascículo lateral, enquanto a divisão anterior 
do tronco superior forma o fascículo medial e as três divisões posteriores formam o fascículo posterior (em relação 
à artéria axilar ou aos vasos axilares); 
b. Ramos do plexo braquial: 
⎯ Ramos ventrais 
Nervo escapular dorsal (C5) 
Nervo torácico longo (C5-C7) 
⎯ Ramos do tronco 
Superior: 
Nervo para o musculo subclávio 
Nervo supraescapular 
⎯ Ramos dos fascículos 
Fascículo lateral: 
Nervo peitoral lateral 
Fascículo medial: 
Nervo peitoral medial 
Nervo cutâneo medial do braço 
Nervo cutâneo medial do antebraço 
Fascículo posterior: 
Nervo subescapular superior 
Nervo toracodorsal 
Nervo subescapular inferior 
⎯ Ramos terminais: 
Fascículo lateral: 
Nervo musculocutâneo 
Raiz lateral do nervo mediano 
Fascículo medial: 
Nervo ulnar 
Raiz medial do nervo mediano 
 
 
6 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Fascículo posterior: 
Nervo axilar 
Nervo radial 
Algumas observações: 
- O mediano e o radial possuem fibras de todos os níveis vertebrais de formação do plexo braquial (C5-T1); 
- A formação do ulnar é mais restrita, só possui fibras de C8 e T1; 
- O nervo cutâneo medial do braço pode estar fundido com o nervo intercostobraquial (ramo direto do plexo braquial); 
2. Análise a partir dos nervos 
 NERVO ORIGEM ESTRUTURA PARTE FUNCIONAL 
Ramos ventrais 
dos nervos 
espinhais 
Escapular dorsal C5 
Romboide menor (C7-T1) 
Romboide maior (T2-T5) 
Retração da escápula 
Torácico longo C5-C7 Serrátil anterior 
Rotação da escápula 
Elevação do braço 
Ramos do tronco 
superior 
Supraescapular C5-C6 
M. supraespinhal e m. infraespinhal 
(sensibilidade da articulação do 
ombro) 
Abdução do braço e rotação 
lateral do braçoSubclávio C5-C6 
M. subclávio (sensibilidade da 
articulação esternoclavicular) 
Depressão da clavícula 
Funciona como ligamento 
Ramo do 
fascículo medial 
Peitoral lateral C5-C7 Peitoral maior > peitoral menor 
Rotação medial, flexão e 
adução do braço 
Ramos do 
fascículo lateral 
Peitoral medial C8 Peitoral menor > peitoral maior 
Estabiliza articulação do 
ombro 
Cutâneo medial 
do braço 
C8-T1 
Pele e SC da porção medial do 
braço 
Inervação sensitiva da 
porção medial do braço 
Cutâneo medial 
do antebraço 
C8-T1 
Pele e SC da porção medial do 
antebraço 
Inervação sensitiva da 
porção medial do antebraço 
Ramos do 
fascículo posterior 
Subescapular 
superior 
C5 M. subescapular (porção alta) 
Faz parte do manguito 
rotador; 
Rotação medial do braço 
Toracodorsal C6-C8 M. latíssimo do dorso 
Adução do braço 
Extensão do braço 
Limite posterior da axila 
Subescapular 
inferior 
C6 
M. subescapular (parte inferior) e 
m. redondo maior 
Adução do braço 
Rotação medial do braço 
Ramo terminal do 
fascículo lateral 
Musculocutâneo C5-C7 
Loja anterior do braço 
Pele e SC da face lateral do 
antebraço 
Flexão do antebraço 
Sensibilidade da face lateral 
do antebraço 
Possui raízes dos 
fascículos lateral 
e medial 
Mediano1 C6-T1 
Loja anterior do antebraço (6,5), 5 
mms intrínsecos na metade tenar 
da mão, pele da palma da mão 
Flexão do punho, flexão e 
adução do polegar, flexão 
dos dedos 2-3, pronação, 
sensibilidade da palma de 
metade do anular para 
lateral 
Ramo do 
fascículo medial 
Ulnar2 C8-T1 
Loja anterior do antebraço (1,5), a 
maior parte dos músculos 
intrínsecos da mão, pele da palma 
e do dorso 
Flexão do punho, flexão dos 
dedos 4-5, movimento dos 
dedos 2-5, sensibilidade da 
palma (4º dedo para medial) e 
do dorso (3º dedo para medial) 
Ramos do 
fascículo posterior 
Axilar3 C5-C6 
M. deltoide, m. redondo menor, 
pele da parte superior lateral do 
braço 
Abdução do braço, rotação 
lateral do braço, sensibilidade 
da parte superior lateral do 
braço 
Radial4 C5-T1 
Todos os músculos das lojas posteriores 
do braço e do antebraço; pele da região 
posterior e inferior lateral do braço, região 
posterior do antebraço e dorso da mão 
Extensão do antebraço, da mão 
e dos dedos, supinação, 
sensibilidade das áreas citadas 
 
1 A lesão do nervo mediano pode ser provocada por fratura supracondiliana do úmero; mão em bênção; 
2 Em lesões baixas de plexo braquial, deve-se esperar comprometimento das estruturas inervadas pelo ulnar; contusão ou 
fratura no epicôndilo medial; pode ser palpado no exame clínico para constatação de espessamento nervoso em 
pacientes com Hanseníase; mão em garra; 
3 Lesão em fratura do colo cirúrgico do úmero; 
 
 
7 Anatomia Médico-Cirúrgica 
4 Lesão em fraturas da diáfise do úmero; 
 
 
 
3. Análise a partir dos movimentos 
MOVIMENTOS DA ESCÁPULA 
MOVIMENTO MÚSCULO INERVAÇÃO 
Elevação 
Trapézio (porção superior) 
Levantador da escápula 
Nervo acessório (XI) 
Plexo cervical (C3 e C4) 
Depressão 
Ação da gravidade 
Peitoral maior e menor 
Latíssimo do dorso 
Trapézio – porção inferior 
Nervos peitorais 
Nervo toracodorsal 
Nervo acessório (XI) 
Protração 
Serrátil anterior 
Peitorais 
Nervo torácico longo 
Nervos peitorais 
Retração 
Trapézio – porção transversa 
Romboides 
Latíssimo do dorso 
Nervo acessório (XI) 
Nervo escapular dorsal 
Nervo toracodorsal 
Rotação lateral/superior 
(elevação do braço) 
Serrátil anterior 
Trapézio – porção superior 
Trapézio – porção inferior 
Nervo torácico longo 
Nervo acessório (XI) 
Rotação medial/inferior 
Latíssimo do dorso 
Ação da gravidade 
Romboides 
Nervo toracodorsal 
Nervo escapular dorsal 
MOVIMENTOS DO OMBRO 
Flexão do braço 
Peitoral maior 
Deltoide – porção anterior (parte clavicular) 
Nervos peitorais medial e lateral 
Nervo axilar (C5-C6) 
Extensão do braço 
Latíssimo do dorso 
Deltoide – porção posterior 
Nervo toracodorsal (C6-C8) 
Nervo axilar (C5-C6) 
Abdução 
Deltoide 
Supraespinhal 
Nervo axilar (C5-C6) 
Nervo supraescapular (C5-C6) 
Adução 
Peitoral maior 
Latíssimo do dorso 
Redondo maior 
Nervos peitorais 
Nervo toracodorsal (C6-C8) 
Nervo subescapular inferior (C5-C6) 
Abdução > elevação 
Início: supraespinhal e deltoide 
Cont.: serrátil anterior 
Nervo supraescapular (C5-C6) 
Nervo axilar (C5-C6) 
Nervo torácico longo (C5-C7) 
Rotação medial 
Infraespinhal 
Redondo menor 
Deltoide – parte posterior 
Nervo supraescapular 
Nervo axilar 
Rotação lateral 
Subescapular 
Redondo maior 
Latíssimo do dorso 
Deltoide – parte anterior 
Nervos subescapulares (C5-C7) 
Nervo toracodorsal (C6-C8) 
Nervo axilar (C5-C6) 
MOVIMENTOS DO COTOVELO E DO PUNHO 
Flexão do antebraço 
Braquial 
Bíceps braquial 
Braquiorradial 
Nervo musculocutâneo (C5-C7) 
 
Nervo radial (C5-C7) 
Extensão do antebraço 
Tríceps braquial 
Ancôneo 
Nervo radial (C6-C8) 
Nervo radial (C7-T1) 
Pronação 
Pronador redondo 
Pronador quadrado 
Nervo mediano (C6-C7) 
Nervo interósseo anterior (n. mediano) 
(C8-T1) 
Supinação 
Supinador 
Bíceps braquial 
Ramo profundo do n. radial (C7-C8) 
Nervo musculocutâneo (C6-C7) 
Flexão da mão 
Flexor radial do carpo 
Flexor ulnar do carpo 
Nervo mediano 
Nervo ulnar 
Extensão da mão 
Extensor radial longo do carpo 
Extensor radial curto do carpo 
Extensor ulnar do carpo 
Nervo radial (C6-C7) 
Ramo profundo do nervo radial (C7-C8) 
Abdução da mão 
Flexor radial do carpo 
Extensor radial longo do carpo 
Nervo mediano 
Nervo radial 
 
 
8 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Extensor radial curto do carpo 
Adução da mão 
Flexor ulnar do carpo 
Extensor ulnar do carpo 
Nervo ulnar 
Ramo profundo do nervo radial 
 
- A articulação do ombro (escapuloumeral) é triaxial, sinovial do tipo esferoide que faz flexão e extensão, abdução e adução 
e rotação lateral e medial; 
- Nas lesões proximais de plexo braquial, a abdução do ombro fica abolida; 
INERVAÇÃO MOTORA DOS MÚSCULOS QUE AGEM SOBRE A MÃO 
NERVO MÚSCULOS MOVIMENTOS 
Radial 
Extrínsecos: 
Extensor dos dedos 
Extensor longo do polegar 
Extensor curto do polegar 
Abdutor longo do polegar 
Extensor do índex 
Extensor do dedo mínimo 
Extensão dos dedos 
Extensão do polegar 
Idem 
Abdução do polegar 
Extensão do índex 
Extensão do dedo mínimo 
Mediano 
Extrínsecos: 
Flexor superficial dos dedos 
Flexor profundo dos dedos (2-3) 
Flexor longo do polegar 
Intrínsecos: 
Tenares: 
Oponente do polegar 
Abdutor curto do polegar 
Flexor curto do polegar – cabeça 
superficial 
 
Lumbricais 1 e 2 
Flexão dos dedos – falange média 
Flexão dos dedos 2 e 3 – falange 
distal 
Flexão do polegar 
 
Oponência do polegar 
Abdução do polegar 
Flexão do polegar 
 
Flexão das articulações 
metacarpofalângicas 
Ulnar 
Extrínsecos: 
Flexor profundo dos dedos (4-5) 
Intrínsecos: 
Tenares: 
Flexor curto do polegar (cabeça 
profunda) 
Adutor do polegar) 
 
Hipotenares: 
Abdutor do dedo mínimo 
Flexor curto do dedo mínimo 
Oponente do dedo mínimo 
 
Curtos: 
Lumbricais 3 e 4 
Interósseos dorsais (1-4) 
Interósseos palmares (1-3) 
 
Flexão dos dedos 4-5 
 
 
Flexão do polegar 
Adução do polegar 
 
 
Abdução do dedo mínimo 
Flexão da falange proximal do dedo 5 
Oponência do dedo mínimo 
 
 
Flexão art. metacarpofalângicas 3-4 
Abdução dos dedos 2 e 4 
Flexão lateral do dedo 3 
Adução dos dedos 2, 4 e 5 
 
4. Tipos de lesões neurológicas 
a) Neuropraxia: lesão fechada, com interrupção da condução neuronal, sem perda da continuidade anatômica dos 
axônios; traumática ou por agentes ambientais, como o frio; é reversível; lesões contusas ou compressão; 
b) Axonotmese: envolve degeneração axonal, com perda da continuidade do axônio e da sua bainha de mielina, mas 
com preservação da “embalagem” de tecido conjuntivo (perineuro e epineuro); tende a melhorar, mas leva mais tempo 
que a recuperação da neuropraxia; 
c) Neurotmese: lesão completa, por contusão, tração ou laceração, como no trauma de parto; podeser irreversível; 
5. Lesões do plexo braquial 
a) Completas 
b) Proximais ou craniais ou altas (de Erb-Duchenne): lesão do garçom; acontece comumente durante o trabalho de 
parto; cursa com déficits relacionados aos nervos musculocutâneo e axilar; pode haver alteração pupilar, por conta dos 
 
 
9 Anatomia Médico-Cirúrgica 
gânglios simpáticos cervicais; apresentação: retração do ombro, com atrofia do deltoide e dos músculos da loja anterior 
do braço (inervados pelo musculocutâneo); atrofia de alguns músculos do antebraço com predomínio de flexão sobre 
extensão > rotação medial, anteriorização do ombro e mão “para fora”, escápula alada (por conta da inervação do serrátil 
anterior pelo nervo torácico longo); 
c) Distais ou caudais ou baixais (de Kumpke): possíveis lesões: nervos ulnar e parte distal de mediano e de radial; 
cursa com paralisia dos músculos intrínsecos da mão (tenares, hipotenares e interósseos) > “mão em garra” = supinação 
+ flexão do punho e dos dedos; predomínio de flexão no antebraço e no braço, por falta de tônus extensor; 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º André Marcondes – 19/08/2019 
Anatomia aplicada a lesões arteriais do MMSS 
- A primeira coisa a se pensar quando há uma oclusão 
arterial é se há a existência de uma via de circulação 
colateral; 
- O território vascularizado pela artéria em questão 
sofrerá um processo de isquemia, que pode culminar em 
necrose isquêmica (infarto); 
- A oclusão arterial coronariana é uma das situações mais 
frequentes em relação a lesões arteriais; 
Caso Clínico 
- Título do artigo: Lesão da artéria axilar secundária a 
fratura do terço proximal do úmero: relato de caso. 
- Anamnese: paciente, sexo feminino, de 84 anos, 
admitida no pronto socorro após ter sofrido queda ao solo 
com fratura do terço proximal do úmero direito 
(FTPU) e TCE (traumatismo crânio encefálico), evoluindo 
para um quadro de hematoma subdural agudo; 
- Ao exame físico: edema, hematoma e dor para 
movimentar o MSD (membro superior direito); 
- Exame neurológico: paresia na mão e no cotovelo; 
- Aa exame da articulação, a palpação dos pulsos distais 
(artérias radial, ulnar e ramo superficial da artéria radial 
na tabaqueira anatômica, no caso do membro superior) e 
a perfusão periférica estão presentes; 
- A radiografia do ombro direito evidenciava uma FTPU 
(fratura do colo do úmero direito), com acentuado desvio 
medial da metáfise; 
- Foi proposto tratamento cirúrgico, mas, por conta do 
TCE, o procedimento foi adiado; 
- O úmero foi desviado medialmente por conta da tração 
dos músculos latíssimo do dorso, peitoral maior e 
redondo maior > fratura de difícil tratamento conservador; 
- Estruturas que podem ser lesadas com esta fratura: 
artéria axilar, artéria braquial, artérias circunflexas 
anterior e posterior do úmero, nervo axilar (passa no 
espaço quadrangular e tem íntima relação com artéria 
circunflexa posterior do úmero); 
- Se a lesão fosse mais baixa, o nervo radial poderia ser 
lesado > não havia diminuição de força muscular 
localizada, mas sim difusa (indicativo de aporte arterial 
inadequado); 
- No terceiro dia de internação observou-se diminuição 
da temperatura no MSD, perfusão distal diminuída e 
ausência de pulsos distais > suspeita de trombose da 
artéria axilar; 
- Se houver trauma arterial, a rotura do vaso pode 
produzir lesão endotelial e, posteriormente, trombose na 
região (trombo branco > trombo vermelho); 
- Através da via deltopeitoral (sulco deltopeitoral) foi feita 
uma artroplastia por ressecção da epífise umeral; 
- À exploração cirúrgica, a artéria axilar estava íntegra, 
com pulso presente na região proximal ao foco de fratura 
e ausente na região distal à lesão; 
- Endarteriectomia = remoção cirúrgica da placa que 
obstrui a passagem do sangue; uso de contraste para 
visualização do fluxo arterial; 
- Cateter de Fogarty = fio que consegue vencer a 
resistência do trombo; 
- Uso de trombolíticos (estreptoquinase, por exemplo) 
para a eliminação de trombos não cirurgicamente; 
contraindicações da trombólise da paciente em questão: 
idade e hematoma subdural; 
- Paciente faleceu no pós-operatório após ter sido levada 
a UTI, onde chegou intubada e com instabilidade 
hemodinâmica; evoluiu com bradicardia seguida de 
assistolia que não pôde ser revertida > causa mortis: 
tromboembolismo pulmonar (provavelmente trombose 
venosa profunda nos MMII – por conta da instabilidade 
no pós-operatório - que não pôde ser evitada por conta 
do hematoma subdural); 
- Profilaxia de TVP: anticoagulantes, compressor 
pneumático dos membros superiores; 
Alguns conceitos... 
- Paresia = diminuição da força muscular; ocorre 
quando há fluxo arterial inadequado; 
- Parestesia = sensação subjetiva de formigamento; 
- Dispersão de sangue no tecido subcutâneo = 
equimose; 
- Bolsão de sangue = hematoma; superficialmente ao 
hematoma, pode haver uma equimose; 
- Um hematoma galeal pode originar uma equimose 
peri-orbital, por conta da frouxidão do tecido conjuntivo 
no local; 
 
 
10 Anatomia Médico-Cirúrgica 
- Todo e qualquer exame de órgão par é 
COMPARATIVO; 
- Redução da fratura = posicionar os fragmentos 
ósseos em sua localização de origem; 
- Sinais de uma oclusão arterial = paresia, diminuição 
da temperatura, palidez e pulso impalpável ou filiforme 
assimetricamente; 
 
Caso Clínico 2 
- Título do artigo: Fratura do acrômio associada a lesão 
arterial: relato de caso. 
- Anamnese: após sofrer queda sobre MSE, o paciente 
foi atendido em outro serviço onde recebeu anestesia 
para colocar o ombro no lugar; a mãe do paciente referiu 
diminuição da temperatura da mão (indicativo de lesão 
arterial); 
- Ao exame físico: dor à palpação da região posterior do 
acrômio, edema importante de todo o MSE e hematoma 
na face medial do braço; completa incapacidade 
funcional do membro associada a pulso radial normal e 
diminuição da temperatura da mão; 
- À radiografia simples do ombro: fratura da base do 
acrômio, desviada inferior e medialmente; 
- Foi encaminhado para serviço de angiologia para 
avaliação; foi realizado exame de Doppler colorido com 
transdutor linear nos vasos profundos do MSE, 
constatou-se ausência de sinais sugestivos de trombose 
venosa profunda aguda; 
- Doppler: uso de um feixe direcionado para um ponto 
específico; estima o fluxo em um ponto específico; menos 
anatômico que arteriografia, mas mais inócuo; 
- Angiografia digital no MSE (contraste > radiografia): 
artéria subclávia pérvia, artéria braquial pérvia, artéria 
radial pérvia, artéria ulnar ocluída logo após sua origem, 
com enchimento retrógrado; arco palmar superficial 
pérvio e arco palmar profundo opacificado parcialmente. 
- Se houvesse agenesia do arco palmar superficial > 
necrose dos dedos; 
- Mecanismo mais provável: trauma indireto do MMSS 
com cotovelo levemente flexionado e punho dorsofletido, 
pela presença de uma lesão arterial no antebraço distal à 
fratura do ombro (acrômio), apesar de não haver lesão 
do manguito rotador, por isso a lesão arterial não ocorreu 
por um desvio da fratura, o que aconteceria caso a lesão 
fosse mais proximal. A alta energia do trauma deve ser o 
primeiro parâmetro para pensarmos na possibilidade de 
uma associação entre as lesões > a projeção e a 
transmissão do vetor de força de impacto da lesão 
original levariam à ruptura arterial; 
 
 
 
 
11 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º José Kawazoe – 21/08/2019 
Anatomia aplicada à inervação do membro inferior 
1. Revisão de anatomia 
 
2. Análise a partir dos nervos 
 
2.1. Plexo lombossacral 
2.1.1. Plexo lombar: formado por ramos ventrais de L2-L4. 
NERVO ORIGEM ESTRUTURA PARTE FUNCIONAL 
Genitofemoral L1-L2 
Ramo genital: inerva cremaster, bolsa escrotal ou 
lábios maiores 
Ramo femoral: inerva pele e SC do trígono femoral 
Sensibilidade do 
trígono femoral 
Cutâneolateral da coxa L2-L3 Inerva pele e SC da região lateral da coxa 
Referência: espinha 
ilíaca antero-superior 
Femoral1 L2-L4 
Motor: inerva todos os músculos da loja anterior da 
coxa (sartório e quadríceps femoral), ilíaco e 
pectíneo. Sensitivo: pele e SC da região anterior da 
coxa (cutâneos medial e intermédio da coxa) e nervo 
safeno. 
Flexão da coxa. 
Quadríceps: extensão 
da perna; reto 
femoral → músculo 
biarticular. 
Obturatório L2-L4 
Inerva loja medial da coxa (loja dos adutores – adutor 
longo, curto e adutor magno (porção adutora), grácil e 
obturador externo); pele e SC da região medial da 
coxa 
Adução da coxa 
Grácil: auxilia na 
flexão da perna; 
forma pato de ganso 
 
- O músculo psoas maior, que se origina dos processos transversos das vértebras lombares e se insere no fêmur, depois 
de ter se associado ao músculo ilíaco, dando origem ao músculo iliopsoas, atua na flexão da coxa sobre a pelve e na 
estabilização da articulação coxofemoral; 
- 1Está localizado no trígono femoral, lateral à artéria femoral (NAV, de lateral para medial); 
2.1.2. Plexo sacral: formado por ramos ventrais de L4-L5 (tronco lombossacral) e por fibras sacrais (S1-S3); 
topograficamente está localizado anteriormente ao músculo piriforme. 
NERVO ORIGEM ESTRUTURA PARTE FUNCIONAL 
Isquiático L4-S3 
Componentes tibial (L4-S3) e fibular comum (L4-S2). 
Inerva os músculos do jarrete3 (e porção extensora 
do músculo adutor magno) e todos os músculos da 
perna e do pé; se divide em tibial e fibular comum na 
altura da fossa poplítea; 
Tibial: extensão da 
coxa, flexão da 
perna, flexão plantar, 
flexão dos dedos e do 
hálux; 
Glúteo superior L4-S1 
Músculos glúteos médio, mínimo e tensor da fáscia 
lata (TFL) 
Estabilização da 
pelve durante a 
marcha; abdução da 
coxa e rotação medial 
da coxa; flexão da 
coxa (TFL) 
Glúteo inferior L5-S2 Músculo glúteo máximo 
Extensão da coxa; 
pouco utilizado na 
marcha normal; 
auxilia na rotação 
lateral da coxa 
Cutâneo posterior da coxa S1-S3 Passa na borda inferior do m. piriforme 
Inerva pele e SC da 
região posterior da 
coxa 
Nervo para o piriforme - Inerva o músculo piriforme 
Rotação lateral do 
fêmur 
Nervo para o quadrado da 
coxa e o gêmeo inferior 
- 
Inerva os músculos quadrado da coxa e gêmeo 
inferior 
Rotação lateral da 
coxa 
Nervo para o obturatório 
interno e gêmeo superior 
- 
Inerva os músculos obturatório interno e gêmeo 
superior 
Rotação lateral da 
coxa 
 
 
 
12 Anatomia Médico-Cirúrgica 
- Músculos rotadores laterais da coxa: piriforme, obturador interno, obturador externo, quadrado da coxa, gêmeo superior 
e gêmeo inferior. 
- 3 Componente tibial do nervo isquiático (L4-S3): na região posterior da coxa, inerva os músculos semitendíneo, 
semimembranáceo e a porção longa do bíceps femoral; é responsável, também, pela inervação dos músculos da região 
posterior da coxa (atravessa o anel tendíneo do sóleo, inervando o tríceps sural, o poplíteo e outros músculos profundos), 
sendo passível de ser lesado em fratura de diáfise da tíbia; auxilia na flexão do joelho, na flexão plantar e na flexão do 
hálux e dos dedos; emite o nervo cutâneo medial da perna, que se junta ao comunicante fibular, formando o nervo sural 
(inerva pele da face lateral do dorso do quinto dedo do pé; possui trajeto superficial, por isso é usado para a investigação 
histopatológica de neuropatias periféricas), que acompanha a veia safena parva, passando posteriormente ao maléolo 
lateral; o nervo tibial passa pela goteira retromaleolar medial juntamente com a artéria tibial posterior e os tendões dos 
flexores longo do hálux e longo dos dedos, dividindo-se em plantar medial (abdutor do hálux, flexor curto dos dedos, 1º 
lumbrical e flexor curto do hálux) e plantar lateral (possui uma distribuição maior que plantar medial) → inervam todos os 
músculos intrínsecos da planta do pé (abdução e adução dos dedos do pé). Expressão sensitiva dos plantares: divisão no 
quarto dedo (o que é medial é do plantar medial e o que é lateral é do plantar lateral). 
Componente fibular comum do nervo isquiático (L4-S2): na região posterior da coxa, inerva a porção curta do bíceps 
femoral; ainda como fibular comum, emite o cutâneo lateral da perna (cutâneo sural lateral) e comunicante fibular, que se 
junta com o cutâneo medial da perna, para formar o nervo sural; 
 Nervo fibular profundo: inerva loja anterior da perna (tibial anterior → dorsiflexão, extensores longos do hálux e 
dos dedos e fibular terceiro); no dorso do pé, inerva extensores curtos do hálux e dos dedos; é mais superficial no 
colo da fíbula → uma lesão nesse sítio pode causar, pelo menos, uma neuropraxia do nervo; encontrado na borda 
lateral do músculo tibial anterior; 
 Nervo fibular superficial: inerva loja lateral da perna (fibulares longo e curto → eversão do pé); 
 
• Inervação sensitiva do dorso do pé: divisão no terceiro dedo; faces adjacentes do hálux e do segundo dedo → 
fibular profundo (nervo da Havaiana); cutâneos medial e lateral do dorso do pé são ramos do nervo fibular 
superficial e inervam porção medial e lateral do terceiro dedo do pé, respectivamente; face lateral do dorso do 
quinto dedo → contribuição do nervo sural; 
 
3. Análise a partir dos movimentos 
MOVIMENTOS DO QUADRIL4 
MOVIMENTO GRUPO MUSCULAR INERVAÇÃO 
Rotação lateral 
Piriforme, obturatórios interno e externo, gêmeos superior e inferior, 
quadrado femoral (6) e glúteo máximo 
Ramos do plexo lombossacral 
Nervo glúteo inferior 
Rotação medial 
Glúteos médio e mínimo e tensor da fáscia lata (primariamente flexor da 
coxa) 
Nervo glúteo superior 
Abdução Glúteos médio e mínimo e tensor da fáscia lata Nervo glúteo superior 
Adução Adutores longo, curto e magno (porção adutora) e pectíneo Nervo obturatório 
Flexão 
Psoas maior e ilíaco (iliopsoas), reto femoral, pectíneo, sartório e 
tensor da fáscia lata (se houver resistência ao movimento) 
Plexo lombar, nervo femoral e glúteo 
superior 
Extensão Glúteo máximo, isquiotibiais e porção extensora do adutor magno 
Nervos glúteo inferior, isquiático 
(componente tibial, exceto porção 
curta do bíceps femoral) 
MOVIMENTOS DO JOELHO5 
Flexão 
120º com quadril estendido, 140º com quadril fletido e 160º passivo; 
músculos isquiotibiais (biarticulares), gastrocnêmios, poplíteo, grácil e 
sartório 
Nervo isquiático (quase todos por 
componente tibial), tibial, obturatório 
e femoral 
Extensão Quadríceps femoral Nervo femoral 
Rotação lateral 
(em flexão) 
Bíceps femoral Nervo isquiático 
Rotação medial 
(em flexão) 
Poplíteo, sartório e grácil Nervo tibial, femoral e obturatório 
MOVIMENTOS DO TORNOZELO 
Flexão plantar Tríceps sural, tibial posterior, flexores dos dedos e flexor do hálux Nervo tibial 
Dorsiflexão 
Tibial anterior, extensores longos do hálux e dos dedos, fibular 
terceiro 
Nervo fibular profundo 
Inversão (planta para 
medial) 
Tibiais anterior e posterior Fibular profundo e tibial 
Eversão (planta 
lateral) 
Fibular longo (até base do 1º metatarso) e fibular curto (até base do 5º 
metatarso) 
Fibular superficial 
MOVIMENTOS DOS DEDOS 
Extensão dos dedos Extensores longos e curtos do hálux e dos dedos Fibular profundo 
Flexão dos dedos Flexores longos e curtos do hálux e dos dedos Tibial 
 
 
13 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Abdução dos dedos Plantares medial e lateral 
Adução dos dedos Interósseos dorsais Plantar lateral 
 
4 Como a articulação coxofemoral é uma articulação do tipo sinovial esferoide, é capaz de realizar movimentos nos três 
eixos (triaxial). 5 Articulação condilar que prioriza os movimentos de extensão e flexão.
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º André Marcondes – 02/09/2019 
Anatomia aplicada ao exame das articulações 
- Cada parte do corpo tem uma sequência própria de 
exame físico, porque esse conjunto de procedimentos é 
um produto direto da anatomia da área; 
1. Inspeção (ou ectoscopia) 
- Observação da forma e do volume; posiçãode repouso 
das estruturas (não é a posição anatômica, no caso dos 
antebraços) → reflete o tônus muscular que é exercido 
sobre a articulação; 
- Na posição ortostática, a articulação fica “trancada”, na 
qual os movimentos estão limitados; 
- Notar a presença do osso sesamoide, se houver, como 
a patela; 
- Ver sinais inflamatórios: dor, calor, rubor e edema; 
- As articulações possuem temperatura mais baixa que 
restante do segmento anatômico; 
- Algumas doenças possuem posicionamentos 
articulares muito típicos, como a artrite reumatoide; 
 Artrite reumatoide → cursa com alterações do 
formato da mão: desvio ulnar das articulações 
metacarpofalângicas e flexão das 
articulações interfalângicas distais. A 
aponeurose extensora dos dedos cede e se abre 
no meio, formando uma fenda longitudinal, 
através da qual a base da falange distal migra, 
entre as duas lâminas que aparecem com a 
fenda das articulações, gerando uma 
deformidade em pescoço de cisne. Início do 
comprometimento: inflamação das articulações 
interfalângicas proximais propicia o 
aparecimento de um edema fusiforme; 
 
 Artrose dos dedos: independe da existência de 
artrite reumatoide; os dedos mudam seu formato 
porque as cartilagens articulares se desgastam 
ao longo do tempo → estímulo osteogênico → 
neoformação óssea; proeminência nas 
articulações interfalângicas proximais → nódulos 
de Bouchard; proeminência nas articulações 
interfalângicas distais → nódulos de Heberden; 
frequente em indivíduos cuja ocupação 
dependeu muito das mãos. 
 
 Joanete: muito comum em mulheres, por conta 
do uso de sapatos de salto; os ligamentos 
intermetatársicos cedem e a resistência que o 
calçado faz e o peso jogando para diante desvia 
medialmente o hálux; a proeminência observada 
não é uma neoformação óssea, mas sim o desvio 
medial da cabeça do primeiro metatarso; exige a 
realização de cirurgia. 
 
 Geno varo: não é apenas uma modificação no 
alinhamento das peças articulares do joelho → 
há um movimento correspondente no tornozelo e 
no quadril; mudança no eixo longitudinal do 
fêmur; 
 Geno valgo: geralmente se associa a 
deformidades do pé (joanete → todo o peso 
jogado no arco plantar medial; aplainamento do 
arco plantar medial → pé chato); deslocamento 
lateral do eixo de sustentação do MMII; 
- Os arcos plantares são os “amortecedores” dos pés; 
 
 
14 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
Alguns conceitos... 
- Posição antálgica: determinada posição que o 
segmento faz para “evitar” a dor → produzida por 
lesões articulares. 
- Luxação → deslocamento dos constituintes da 
articulação da posição original; 
- Quirodáctilo → dedo da mão; 
- Pododáctilo → dedo do pé; 
- Artrite → processo inflamatório em uma articulação; 
cursa com aumento da temperatura e vermelhidão da 
pele sobrejacente; 
- Artrite séptica → há a formação de um bolsão de pus; 
 
2. Palpação 
- Todas as manobras que são feitas com as mãos na 
região; 
- Palpação inespecífica: temperatura, dor, quantidade e 
flutuação de líquido (derrame articular → aumento 
expressivo no volume do líquido sinovial; sangue, pus, 
líquido inflamatório transudativo); 
- Movimentação da articulação (própria de cada 
articulação): é necessário conhecer os planos e eixos de 
movimentos de cada uma das articulações; 
1. Movimentação ativa: o paciente deve tentar fazer a 
movimentação; 
2. Movimentação passiva: se houver dificuldade, o 
examinador deve fazer o movimento (para saber se a 
limitação é óssea ou articular); 
⎯ Uma mão é usada para fazer o movimento e a 
outra mão é posicionada sobre a articulação, 
para constatar a existência ou não de 
crepitações (aparece quando há desgaste das 
cartilagens articulares); 
3. Avaliar todo o arco do movimento 
Exame da articulação do joelho 
a) Anatomia do joelho: 
- Peças ósseas: côndilos femorais, patela, côndilos tibiais 
e cabeça da fíbula; 
- As superfícies articulares que compõem a articulação 
do joelho são totalmente revestidas por cartilagens 
articulares; 
- O encaixe melhor dos côndilos femorais e dos côndilos 
tibiais é proporcionado pelos meniscos lateral (mais 
fechado, alto e móvel em relação ao menisco medial) e 
medial, que possuem formato de C; 
- Os ligamentos cruzados se fixam nos tubérculos 
anterior e posterior da eminência intercondilar; o LCA vai 
de trás para diante e o LCP, de diante para trás (conforme 
inserção na tíbia); 
- O ligamento colateral medial (mais plano que o colateral 
lateral) e o ligamento colateral lateral (de formato 
cilíndrico, está preso no ápice da fíbula) limitam os 
movimentos da articulação do joelho); 
b) Inspeção do joelho 
- Artrite do joelho: aumento de volume por derrame 
articular; rubor → inflamação; só há indicação de 
drenagem se houver abcessos purulentos ou sangue na 
cavidade articular; 
- A vascularização dos ossos é mais pobre que a de 
músculos, por isso em muitos casos os antibióticos têm 
pouco efeito; 
- A maioria dos casos de artrite é inflamatória, não 
séptica, não necessitando de procedimentos cirúrgicos 
para a resolução do caso; 
- Algumas condições reumatológicas, produzem artrites 
simétricas; 
 
- Rotação medial da perna ou rotação lateral do fêmur 
produz com muita frequência lesões no LCA; 
- Abdução excessiva → lesão do ligamento colateral 
medial; esmagamento do menisco lateral e lesões dos 
ligamentos cruzados anterior e posterior; 
Manobras de exame físico 
- Teste da gaveta anterior: joelho em flexão a 90º, 
paciente em decúbito dorsal; o examinador segura a tíbia 
e traciona anteriormente; verifica integridade do LCA; 
 
 
15 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
- Teste de Lachman: paciente em decúbito dorsal, com 
membro inferior em semiflexão; verifica integridade do 
LCA; 
 
- Teste da gaveta posterior: testa integridade do LCP; 
 
- Abdução forçada: verifica integridade do ligamento 
colateral medial; bocejo articular → pequeno movimento 
forçado que acontece quando há lesão completa da 
articulação; estresse em valgo; 
- Adução forçada: verifica integridade do ligamento 
colateral lateral → estresse em varo; 
- Teste em pivô: verifica integridade do mesnisco; o 
joelho deve estar semiflexionado; o examinador segura o 
tornozelo do paciente e faz rotação medial do joelho; 
 
- Teste de McMurray: rotação lateral do joelho; 
 
 
 
 
 
 
 
16 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º José Kawazoe – 04/09/2019 
Anatomia aplicada ao exame dos pulsos periféricos 
1. Introdução 
2. Definição técnica 
Expansão repentina da parede arterial resultante da 
ejeção de sangue na aorta e sua transmissão ao longo 
do sistema arterial. 
O impulso que vem do ventrículo esquerdo pode ser 
transmitido em uma velocidade até 20 vezes maior que a 
própria velocidade do sangue ejetado. 
Não é a passagem de sangue na artéria naquele 
momento, mas sim a pressão que altera a parede a 
artéria assim que o sangue é ejetado do ventrículo 
esquerdo. 
- Técnica: paciente reclinado ou em repouso e o 
examinador deve utilizar sempre o dedo indicador ou o 
dedo médio. 
Por que não usar o polegar? Apesar de ser o dedo com 
maior expressão cortical, a aferição do pulso com o 
polegar pode sabotar o exame, pois o examinador pode 
sentir o pulso do próprio dedo. 
- Imagem mental do pulso: fase ascendente, pico e fase 
descendente. 
3. Caracterização do pulso 
FRATECS = frequência, ritmo, amplitude, tensão, estado 
da parede arterial, controle de onda e simetria. 
 Frequência: número de pulsações em um 
minuto. O ideal é aferir, pelo menos, durante um 
minuto. 
 Ritmo: regular ou irregular. O ritmo irregular 
pode ser regularmente irregular ou 
irregularmente irregular. 
 Amplitude: volume de uma onda; pode ser alta 
ou baixa. 
 Tensão: força que o sangue realiza na parede da 
artéria. 
 Estado da parede da artéria: na manobra de 
Osler, o manguito é insuflado paraque o 
examinador possa sentir o estado da parede. 
 Contorno de onda: contorno que a onda faz 
entre o pico e a incisura dicrótica. 
 Simetria: palpar os dois pulsos ao mesmo 
tempo, com exceção da palpação das artérias 
carótidas. 
4. Limites anatômicos 
a) Artéria radial: pulso de acesso mais comum; 
 Lateralmente: tendão do musculo braquiorradial; 
 Medialmente: tendão do músculo flexor radial do 
carpo; 
 Altura: região das pregas flexoras do punho. 
b) Artéria ulnar: em muitos casos, a artéria ulnar se 
encontra abaixo do tendão do músculo flexor ulnar do 
carpo, por isso sua palpação pode ser mais difícil. 
 Tendão do músculo flexor ulnar do carpo → 
identificar o osso pisiforme; 
 Tendão do músculo flexor superficial dos dedos. 
 Altura: pregas flexoras do punho. 
c) Artéria braquial: importante para a aferição de 
pressão arterial pelo método auscultatório. 
 Medial e abaixo ao tendão do músculo bíceps 
braquial; 
 Aponeurose do músculo bíceps braquial; 
 Sulco bicipital medial; 
 Septo intermuscular medial. 
- Pedir ao paciente para fazer flexão do braço; 
d) Artéria femoral 
- Identificar região média entre segmento de reta que vai 
espinha ilíaca ântero-superior ao tubérculo púbico; 
- Importante para punção da veia femoral, localizada 
medialmente ao pulso da artéria femoral; 
e) Artéria poplítea: paciente sentado com a perna 
fletida; 
 Borda lateral dos músculos semitendíneo e 
semimembranáceo; 
 Borda medial do músculo bíceps femoral; 
 Bordas das cabeças do músculo gastrocnêmio. 
f) Artéria tibial posterior: importantes para avaliar 
isquemia do paciente em casos de amputação 
traumática, por exemplo. 
 2 cm posterior à borda posterior do maléolo 
medial (em situações de edema, esse pulso pode 
desaparecer); 
 Antes do feixe vascular, posteriormente ao 
maléolo medial, há os tendões dos músculos 
tibial posterior e flexor longo do hálux, seguidos 
do feixe vascular e do nervo tibial. 
g) Artéria dorsal do pé 
 Tendão do músculo extensor longo do hálux 
 Tendão do musculo extensor longo do segundo 
pododáctilo → tendões mais mediais no dorso do 
pé; 
 Altura da linha de Chopart; 
 
 
17 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
h) Artéria carótida: alterações cardíacas são mais 
percebidas nessa região. 
 Lateralmente à proeminência laríngea em 
direção ao esternocleidomastóideo, afastando-o; 
 Avaliar sempre um por vez; 
 Trígono carotídeo: delimitado pelo ECM, ventre 
posterior do músculo digástrico e ventre superior 
do músculo omo-hióideo; 
 
i) Artéria temporal superficial 
 Imediatamente anterior ao tragus; 
Síndrome do túnel do carpo 
⎯ Caso clínico 
Anamnese: paciente do sexo feminino, 52 anos, 
lavadeira; 
Queixa principal: “alfinetadas e agulhadas na mão direita” 
(parestesia na face palmar da mão direita, primeiro, 
segundo e terceiro dedos), iniciada doze meses antes, 
com piora nos últimos cinco meses → compressão do 
nervo mediano ao nível do punho; 
Diagnóstico: síndrome compressiva distal do nervo 
mediano; 
Epidemiologia: mais frequente em indivíduos do sexo 
feminino, com idade entre 40 e 50 anos; está ligada a 
movimentos ocupacionais repetitivos; é a neuropatia 
periférica mais prevalente na população (chegando até 
5% dos indivíduos em idade produtiva); 
Anatomia da região: túnel osteofibroso inextensível; 
conteúdo: tendões do flexores e nervo mediano; 
 
 
Fisiopatologia: compressão e, eventualmente, tração do 
nervo mediano; pode criar problemas na microcirculação 
sanguínea dentro do nervo; pode haver lesões de bainha 
de mielina, do axônio e do tecido conjuntivo de suporte; 
Etiologia: pode ser idiopática, por problemas de 
conteúdo, como tendinite com espessamento dos 
tendões dos flexores, hipertrofia tenossinovial, 
tenossinovite, variações anatômicas, tumor dentro do 
túnel, obesidade, gravidez e diabetes ou por problemas 
do continente, como artrose do punho, artrite reumatoide 
e acromegalia; pode ser aguda (por trauma ou 
hemorragia, por exemplo) ou por movimentos repetitivos; 
Manifestações clínicas: parestesia, perda de 
sensibilidade cutânea do território inervado pelo 
mediano, dor localizada na mão, que pode irradiar para o 
antebraço, paresia nos movimentos de adução e 
abdução do polegar, perda do tato; a longo prazo, o 
paciente pode desenvolver atrofia da musculatura tenar, 
apresentando dificuldades para a realização de 
movimentos de pinça; 
Exame clínico: dedo em gatilho (dedo que trava em 
flexão), sinal de Tinel (parestesia quando o martelo de 
percussão é aplicado no punho) e teste de Phalen 
(parestesia após flexão do punho por 60 segundos). 
Ao exame clínico, a pesquisa de sensibilidade pode ser 
feita por discriminação de dois pontos, de temperatura e 
de dor. O teste de pinçamento também pode ser feito. 
 
 
18 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
Tratamento conservador: injeção local de corticoides 
(ação anti-inflamatória); 
Tratamento cirúrgico: descompressão cirúrgica por 
secção do retináculo dos flexores; 
Anatomia aplicada ao exame da marcha 
1. Conceitos básicos 
- A marcha é um ato automático, faz parte do cotidiano; 
- Diferença entre passo e passada: 
 Passo: desde o momento em que um pé toca o chão até que o outro pé toque o chão; 
 Passada: desde o momento em que um pé toca o chão até o momento em que esse mesmo pé toque o chão 
novamente; 
2. Fases da marcha 
Didaticamente, pode ser dividida em duas fases: a fase de apoio e a fase de balanço. 
a) Fase de apoio (como é maior que a fase de balanço, eventualmente haverá superposição de duas fases de apoio 
subsequentes) 
b) Fase de balanço (ou de oscilação) 
 FASE DA MARCHA OBJETIVOS MECÂNICOS GRUPOS MUSCULARES EXEMPLOS 
F
A
S
E
 D
E
 A
P
O
IO
 
Toque do calcâneo 
(contato inicial) 
Tocar o solo com a parte 
anterior do pé 
Dorsiflexores (contração 
excêntrica) 
Tibial anterior 
Desaceleração contínua 
(reversão do avanço do pé) 
Extensores do quadril Glúteo máximo 
Preservar o arco longitudinal 
do pé 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendões longos do pé 
Flexor curto dos dedos 
Tibial anterior 
Resposta à carga (pé 
apoiado) 
Aceitar o peso1 Extensores do joelho Quadríceps femoral 
Desacelerar a massa 
(retardar a dorsiflexão) 
Flexores plantares Tríceps sural 
Estabilizar a pelve Abdutores do quadril Glúteos médio e mínimo 
Preservar o arco longitudinal 
do pé 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendões longos do pé 
Flexor curto dos dedos 
Tibial posterior 
Flexores longos dos dedos 
Apoio médio 
Estabilizar o joelho Extensores do joelho Quadríceps femoral 
Controlar a dorsiflexão 
(preservar o momento) 
Flexores plantares (contração 
excêntrica) 
Tríceps sural 
Estabilizar a pelve Abdutores do quadril Glúteos médio e mínimo 
Preservar o arco longitudinal 
do pé 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendões longos do pé 
Flexor curto dos dedos 
Tibial posterior 
Flexores longos dos dedos 
Apoio terminal (saída do 
calcâneo) 
Acelerar a massa (deslocar 
o centro de gravidade para 
frente) 
Flexores plantares 
(contração concêntrica) 
Tríceps sural 
Estabilizar a pelve Abdutores do quadril Glúteos médio e mínimo 
Preservar o arco longitudinal 
do pé; fixar a parte anterior 
do pé 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendões longos do pé 
Flexor curto dos dedos 
Tibial posterior 
Flexores longos dos dedos 
 
 
19 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Pré-balanço (saída dos 
dedos) 
Acelerar a massa Flexores longos dos dedos 
Flexor longo do hálux 
Flexor longo dos dedos 
Preservar os arcos dos pés: 
fixar a parte anterior do pé 
Músculos intrínsecos do pé 
Tendões longos do pé 
Adutor do hálux 
Tibial posterior 
Flexores longos dos dedos 
Desacelerar a coxa: preparar 
para o balanço 
Flexor do quadril (contração 
excêntrica) 
Iliopsoas 
Reto femoral 
F
A
S
E
 D
E
 B
A
L
A
N
Ç
O
 Balanço inicial 
Acelerar a coxa; variar a 
cadência 
Flexor do quadril (contração 
concêntrica) 
IliopsoasReto femoral 
Elevar o pé Dorsiflexores Tibial anterior 
Balanço médio Elevar o pé Dorsiflexores Tibial anterior 
Balanço terminal 
Desacelerar a coxa 
Extensores do quadril 
(contração excêntrica) 
Glúteo máximo 
Isquiotibiais 
Desacelerar a perna 
Flexores do joelho (contração 
excêntrica) 
Isquiotibiais 
Posicionar o pé Dorsiflexores Tibial anterior 
Estender o joelho para 
posicionar o pé; preparar 
para contato 
Extensores do joelho Quadríceps femoral 
 
- O objetivo da marcha é deslocar o centro da gravidade para frente (e um pouco para cima); 
- O centro de gravidade do corpo está localizado 1 cm a frente do promontório sacral; dependendo da fase da marcha, o 
centro de gravidade ultrapassou o membro inferior que está em contato com o solo, por isso a fase de balanço se inicia, 
para que o membro apoiado anteriormente ultrapasse novamente o centro da gravidade. 
- Contração excêntrica: contrai alongando (dorsiflexores após toque do calcâneo, permitindo o toque suave do pé no chão); 
contração concêntrica: contrai encurtando (flexores do antebraço, por exemplo). 
1 Se o nervo femoral não estiver íntegro, o peso não é aceitado; 
- Alavanca inter-resistente: resistência ao peso = tíbia (no meio); potência = tendão do tríceps sural; onde a força é exercida 
= no antepé; 
 
3. Diferença entre marcha e corrida 
- Na marcha, sempre um dos pés está em contato com o chão; 
- A corrida é uma sucessão de pequenos saltos → haverá partes do seu ciclo em que nenhum dos pés está no chão; 
4. Marchas normais e patológicas 
a) Cerebelar ou ebriosa: oscilante, instável e de base larga. Dificuldade exagerada ao fazer curvas. Exemplos: doenças 
do cerebelo ou dos tratos associados; pacientes embriagados; 
b) Hemiplégica / ceifante / helicópede: um braço flexionado em 90º imóvel e próximo ao corpo. A perna do mesmo lado 
fica espástica com flexão plantar e o joelho não se move. O pé descreve uma trajetória em foice. Exemplo: doenças do 
trato córtico-espinal, como AVC. 
c) Escarvante: em função de um déficit na dorsiflexão do pé, ao caminhar, a pessoa arrasta o mesmo e eleva-o bem alto, 
com os joelhos flexionados. O pé retorna ao chão com uma batida. Exemplos: lesões do nervo fibular, isquiático ou na raiz 
de L5, doenças do neurônio motor inferior. 
 
 
20 Anatomia Médico-Cirúrgica 
d) Anserina: quando a pessoa dá o passo, o quadril oposto cai em função de uma fraqueza nos músculos da região, 
lembrando a marcha de um ganso. Exemplo: distrofias musculares, outras miopatias e luxação do quadril. 
 
e) Tabética: durante a marcha a pessoa mantém o olhar fixo no chão e levanta abruptamente os membros inferiores do 
mesmo e, ao serem realocados, os calcanhares tocam o solo pesadamente. Exemplos: lesão do corno posterior da medula, 
com perda da propriocepção; 
f) Parkinsoniana: hesitação ao iniciar a caminhada, os passos são rápidos, curtos e os pés arrastam no chão. 
“Robotizada”, com o tórax e a cabeça inclinados para frente. Ocorrem paradas súbitas sem motivo aparente, fenômeno 
conhecido como “feeezing”. Exemplos: doença de Parkinson e outras demências em estado avançado. 
g) Espástica / espasmódica: os membros inferiores ficam enrijecidos, permanecem semifletidos, os pés se arrastam e 
as pernas se cruzam ao andar. Exemplos: alguns casos de esclerose múltipla, paraparesias dos membros inferiores. 
h) Vestibular: o paciente apresenta lateropulsão quando anda. Quando tenta se manter andando em linha reta, é como 
se fosse empurrado para o lado. Se fechar os olhos e for solicitado que caminhe indo e vindo de costas, desenhará uma 
estrela no chão. Exemplos: labirintopatias. 
i) Antálgica: diminuição do comprimento do passo; dor em MMII. 
j) de Trendenlemburg ou do glúteo médio 
 
 
 
 
 
 
 
21 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º André Marcondes – 09/09/2019 
Obstrução nasal e sinusite de repetição 
- Anamnese: paciente do sexo feminino, branca, 35 
anos, advogada, moradora de Niterói; 
- Queixa principal: “dificuldade para respirar e sinusite”; 
- HDA: dificuldades para inspirar apenas pela narina 
esquerda há cerca de seis meses, três episódios de 
sinusite nos últimos 12 meses, todos do lado esquerdo; 
- HPP: episódio de sangramento nasal espontâneo, rinite 
alérgica, cirurgia para correção do tornozelo direito há 10 
anos; 
- História fisiológica/social: nega tabagismo, etilista de 
pequenos volumes; 
- História familiar: irmão com neoplasia do cólon aos 44 
anos, pai com DM e HAS; 
Alguns conceitos... 
- A rinite alérgica é a principal causa de obstrução nasal 
crônica → inflamação e edema de mucosa → obstrução 
da drenagem; a maior parte das obstruções não tem 
qualquer implicação mecânica; 
- O episódio de sangramento nasal espontâneo pode ser 
consequente da rinite alérgica, porque a mucosa fica 
mais friável, sensível; 
- Uma informação muito significativa na história do 
paciente é a existência de neoplasia do cólon em parente 
direto → é recomendada a realização de colonoscopia a 
cada cinco anos, ainda que assintomática (a história deve 
ser completa); 
- Outro conceito que merece atenção é o de tumoração 
que, literalmente, remete a crescimento do tecido e, no 
linguajar médico, representa o crescimento de um tecido 
diferente do tecido de origem (tumoração do tipo benigna 
ou maligna); quanto mais diferenciado é uma tumoração, 
mais semelhante ao tecido de origem; 
- Neoplasias múltiplas ou tumores sincrônicos: tumores 
primários em mais de um órgão ao mesmo tempo; 
- No linguajar médico, um pólipo nasal representa um 
tumor benigno da região. Literalmente, representa o 
crescimento de algum tipo de tecido, que é classificado 
conforme seu formato. Um crescimento de formato 
polipoide é caracterizado por um colo estreito e uma 
extremidade superior alargada; 
- Há três pilares de sustentação da face, criados pelos 
vetores de força da mastigação – partes ósseas mais 
rígidas; 
Exame clínico 
- Observação das cavidades nasais do paciente com a 
utilização de um espéculo – exame feito pelo médico 
especialista → é possível visualizar o septo nasal (parede 
medial da cavidade nasal) e a parede lateral da cavidade 
nasal (as três conchas e os três meatos nasais); 
 
- Uma fibra ótica é introduzida através da narina e a 
cavidade nasal é observada → rinoscopia; 
- Ao exame clínico, foi identificada a presença de uma 
estrutura de formato polipoide no meato nasal médio, 
obstruindo o orifício de drenagem do seio maxilar e 
dos seios etmoidais. Como a secreção não pode ser 
drenada adequadamente, a proliferação de 
microrganismos da microbiota nasal é facilitada. 
Eventualmente, o edema de mucosa pode provocar 
congestão nasal e, assim, dificultar a drenagem das 
secreções. 
 
- Outra causa de obstrução nasal bem frequente é a 
sinusite crônica com cisto de retenção (não possui 
nível hidroaérea), formado a partir da secreção nasal 
que descola parte da mucosa e cria uma espécie de 
pseudomembrana. 
 
- Desvio de septo: o paciente não obrigatoriamente 
possui uma obstrução da cavidade nasal, mas 
esteticamente não é agradável; de fato, o formato do 
nariz não é um bom parâmetro para saber se há 
obstrução ou não da cavidade nasal; 
 
 
22 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
Epistaxe – sangramento nasal 
- Independente da causa, sendo as mais frequentes as 
condições alérgicas – como rinite alérgica -, que irritam e 
ressecam a mucosa; 
- Eventualmente, esse sangramento precisará ser 
cauterizado; 
Existem áreas que estão mais sujeitas a sangramentos: 
Área de Little: área de intersecção entre a artéria labial 
superior e a artéria etmoidal anterior, na porção mais 
anterior da cavidade; área muito rica em vascularização, 
por conta da necessidade de aquecimento e umidificação 
do ar que entra na cavidade nasal; eventualmente 
sangramentos necessitam de cauterização; muito 
relacionada ao arseco, profundamente às cartilagens 
alares do nariz, no vestíbulo nasal; 
Área de Kisselbach: intersecção da artéria incisiva com 
o ramo terminal da artéria maxilar, a esfenopalatina, e 
com as artérias etmoidais posteriores; área mais 
posterior e com volume maior de sangue; posteriormente 
ao processo alveolar; frequentemente necessita de 
rinoscopia para visualização;
 
 
 
 
 
23 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º André Filipe – 16/09/2019 
Anatomia aplicada ao exame físico do tórax 
 EXAME FÍSICO DO TÓRAX 
O exame físico do tórax deve ser feito em etapas, mas a 
ordem não interfere na acurácia do exame, dentre as 
quais: 
1) Inspeção 
1.1) Inspeção estática 
1.2) Inspeção dinâmica 
2) Palpação 
2.1) Palpação inespecífica 
2.2) Expansibilidade 
2.3) Elasticidade 
2.4) Frêmito toraco-vocal 
3) Percussão 
4) Ausculta 
1) Inspeção (ectoscopia) 
1.1) Estática (principalmente formato do tórax): 
visualização de alterações cutâneas, abaulamentos, da 
forma do tórax, retrações e alterações grosseiras, 
implantação de pelos, cicatrizes, existência de drenos e 
cateteres etc. 
1.1.1) Formatos do tórax: normalmente tem um formato 
de “triângulo invertido”, com ápice voltado para baixo; 
MMSS implantados na parte mais posterior de uma 
divisão anteroposterior do tronco; 
- Anormalidades do formato do tórax: 
a) Tórax em tonel: aumento significativo do diâmetro 
anteroposterior, também conhecido por tórax 
hiperinsuflado, típico de DPOC (sobretudo, enfisema), 
condição comum em indivíduos com idade mais 
avançado, quando presente em crianças pode ser 
resultado de alteração congênita na síntese de alfa-1 
tripsina (?); na imagem radiográfica, visualização de 
aplainamento das cúpulas diafragmáticas. 
b) Tórax cifótico: grande projeção posterior, produto da 
acentuação da curvatura primária da coluna vertebral, 
que possui dois tipos de curvatura, as de concavidade 
anterior (cifose ou curvatura primária) e de concavidade 
posterior (lordose ou curvatura secundária); ombros em 
protração, produto de deformidades posturais; na 
radiografia, recesso retrocardíaco aumentado no tórax 
cifótico; 
Raios-X: normalmente em AP e perfil, mas 
radiografias do tórax (com paciente em posição 
ortostática) são feitas em PA e perfil (!) 
 
c) Escoliose: pode aumentar o diâmetro anteroposterior 
do tórax; processos espinhosos das vértebras estão 
desalinhados na anatomia de superfície. 
Mecanismo: uma vez que processos transversos 
impedem flexão lateral, uma pequena rotação das 
vértebras gera desalinhamento dos processos laterais e, 
assim, possibilita flexão lateral. Há duas curvaturas: 
primária, mais inferior, e curvatura secundária, gerada 
por uma tentativa de equilíbrio da musculatura 
paravertebral. 
Pacientes com grande inclinação possuem uma 
angulação das costelas muito grande, projeção posterior 
de um lado e anterior do outro. 
Giba escoliótica = proeminência mais posterior gerada 
pela projeção dos arcos costais para trás. 
Manobra de exame físico: pedir ao paciente para se 
inclinar para diante e posicionar-se tangenciando o olhar 
para observar a giba escoliótica. 
 
d) Alterações por posicionamento inadequado do 
esterno 
- Pectus excavatum, do sapateiro 
ou infundiliforme: esterno 
projetado posteriormente, bastante 
comum, pode estar relacionado a 
síndromes obstrutivas respiratórias, 
desde a infância, por conta da 
intensificação dos movimentos da 
alça de balde (que aumentam o 
diâmetro latero-lateral do tórax 
durante respiração), que são 
acentuados para vencer a obstrução; pode haver 
malformações associadas. 
(Alça de bomba é outro movimento do tórax realizado 
durante movimento respiratório, para aumentar o 
diâmetro anteroposterior da cavidade torácica; 
cartilagens costais permitem deformação do tórax a cada 
movimento respiratório) 
- Pectus carinatum: esterno projetado anteriormente. 
- Esterno bífido: esterno dividido em dois em sua parte 
superior; dobramento lateral do embrião inadequado; 
 
 
24 Anatomia Médico-Cirúrgica 
aprofundamento pronunciado da incisura do esterno 
(fúrcula esternal); 
1.2) Inspeção dinâmica (principalmente observação 
da movimentação do tórax): tipo e padrão respiratórios, 
uso dos músculos acessórios (peitoral maior, escalenos, 
latíssimo do dorso), movimentação; 
1.2.1) Tipos (padrões) de respiração: 
- Respiração torácica ou costal na posição 
ortostática ou sentada: sexo feminino; acentuada no 
sétimo mês de gestação, quando útero gravídico dificulta 
movimento do diafragma; 
- Respiração diafragmática (abdominal) em decúbito 
dorsal: sexo masculino. 
1.2.2) Linhas de referência: uso de acidentes 
anatômicos como pontos de referência; linhas horizontais 
são traçadas utilizando-se como referência os espaços 
intercostais anteriormente, enquanto as linhas verticais 
possuem limites anatômicos pouco definidos; 
• Anteriormente: linha média (ou plano sagital), 
linha hemiclavicular, linha axilar anterior 
(margem do peitoral maior ou extremidade lateral 
da clavícula). 
• Lateralmente: linhas axilares média e posterior. 
• Posteriormente: linha média, usando como 
referência processos espinhosos das vértebras, 
linha escapular (ângulo inferior da escápula 
como referência, não margem medial da 
escápula) 
Definições importantes: 
- Proeminência esternal, ângulo de Louis ou 
articulação manúbrio-esternal: ao nível de T4, 
lateralmente: segunda cartilagem costal (acima do 
segundo espaço intercostal). 
- Ângulo entre duas margens costais ou 
infracostal ou subcostal ou de Charpy: 
aproximadamente 90º, definição do tipo físico do 
indivíduo, ângulo obtuso: indivíduos brevilíneos, 
ângulo agudo: indivíduos longilíneos. 
- Projeção de superfície do coração: também 
chamada de região precordial, definida por polígono 
criado pelas áreas usadas para realização da 
ausculta cardíaca. Dentre as quatro áreas de 
ausculta (percepção com maior clareza dos 
fenômenos relacionados a cada uma das regiões) 
estão: 
1) área aórtica: 2º EICD, por conta da curvatura para 
o lado direito da aorta; 
2) área pulmonar: 2º EICE, embora artéria pulmonar 
saia do ventrículo direito; 
3) tricúspide: próximo ao apêndice xifoide; 
4) mitral: linha hemiclavicular, quarto ou quinto EIC 
esquerdo; 
5) aórtica acessória: 3º EICE, área dentro do VE, 
verificação do fenômeno de insuficiência aórtica; 
 
- Ausculta pulmonar: fisiologicamente, presença de 
ruído próprio, murmúrio vesicular. Como bases são 
mais ventiladas que ápices, há diferença na 
percepção desses ruídos. Ausculta comparativa nos 
espaços intercostais; face lateral também deve ser 
examinada. 
- Percussão da parede torácica: área sólida (lado 
direito do tórax, por conta do fígado): macicez; 
timpânica: percussão de estruturas ocas. Pulmão: 
ruído atimpânico, órgão nem maciço nem oco, exame 
não pode ser feito em cima da escápula, dedo deve 
estar adaptado ao espaço intercostal, 
horizontalmente posicionado. Percussão do tórax: 
sempre nos espaços intercostais. 
PARA TODO ÓRGÃO PAR EXAME É 
COMPARATIVO. 
 
 
 
 
25 Anatomia Médico-Cirúrgica 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
Prof.º José Kawazoe – 18/09/2019 
Anatomia aplicada aos procedimentos de acessos 
vasculares 
- Acessos arteriais 
1. Artéria femoral 
2. Artéria radial 
- Acessos venosos 
3. Veia subclávia 
4. Veia femoral 
5. Veia jugular interna 
 
1. Anatomia aplicada à cateterização da artéria 
femoral 
1.1. Indicações: 
⎯ Realização de cineangiocoronariografia > 
acesso ao coração esquerdo; 
⎯ Procedimentos endovasculares de um modo 
geral, como implante percutâneo de válvula 
aórtica; 
⎯ Coleta de gasometria arterial (método menos 
invasivo e mais fácil): recomendado para a coleta 
de sangue arterial de pacientes chocados com 
PA reduzida e quando houver dificuldade para 
palpar o pulso radial); 
⎯ Monitorização de PAM (primeira opção é a 
radial); 
1.2. Técnica: 
- Geral: 
1 - Posicionar o paciente 
2 - Prepararo material 
3 - Localizar a artéria 
4 - Proteção do profissional 
5 - Assepsia e antissepsia 
6 - Anestesia local 
- Técnica de Seldinger 
1- Punção da artéria com uma agulha acoplada 
a uma seringa – como a artéria tem pressão, o 
êmbolo da seringa será empurrado; 
2- Retirada da seringa e oclusão da artéria com o 
dedo e passagem do fio-guia (metálico); 
3- Retirada da agulha e inserção de um dilatador 
(peça plástica utilizada para dilatar o orifício tanto 
da pele quanto da artéria) – dilatação do trajeto; 
4- Retirada do dilatador; 
5- Introdução do cateter e retirada do fio-guia; 
6- Confirmação da posição do cateter no interior da 
luz do vaso pelo refluxo do sangue arterial 
(pulsátil); 
7- Fixação do cateter na pele; 
8- Realização de curativo compressivo após a 
retirada do introdutor, que manterá o orifício 
aberto para angioplastias eletivas posteriores, 
por exemplo. Serve para evitar a formação de 
pseudoaneurismas derivados de danos nas 
paredes dos vasos e equimoses. 
2. Anatomia aplicada à cateterização da artéria radial 
- De fácil palpação, com plano anatômico bem definido: 
lateral ao tendão do flexor radial do carpo e medial ao 
processo estiloide do rádio. 
- Plano anatômico da artéria ulnar: lateral ao tendão do 
flexor ulnar do carpo; 
2.1. Indicações: 
⎯ Realização de cineangiocoronariografia > 
acesso ao coração esquerdo (em pacientes 
jovens, é o acesso preferencial); 
⎯ Gasometria arterial (primeira escolha); 
⎯ Monitorização de PAM (via preferida); 
⎯ Teste de Allen: feito in vivo; demonstra o 
suprimento vascular da mão através das duas 
artérias principais, a radial e a ulnar. Nesse teste, 
as duas artérias serão ocluídas. Enquanto o 
examinador pressiona os pulsos das duas 
artérias, o paciente deve abrir e fechar a mão 
para que o sangue seja drenado; 
individualmente, permite-se o retorno do fluxo, 
para verificar a perfusão e a circulação colateral; 
- Ténica: semelhante à técnica de cateterização da 
artéria femoral. 
3. Anatomia aplicada à cateterização da veia 
subclávia 
A via central de acesso venoso foi utilizada pela primeira 
vez em 1952. Fornecia líquidos por via venosa e nutrição 
parenteral; 
3.1. Vantagens: 
⎯ Facilidade de manter a fixação do curativo; 
⎯ É mais confortável para o paciente; 
⎯ Em pacientes obesos é mais fácil de identificar 
anatomicamente que outros sítios de acesso; 
⎯ Local de inserção acessível durante 
estabelecimento da via aérea; 
3.2. Desvantagens: 
⎯ Maior risco de pneumotórax; 
⎯ Possibilidade de compressão em casos de 
sangramento é menor; 
⎯ Menor possibilidade de sucesso em profissionais 
inexperientes; 
⎯ Trajeto mais longo da pele até o vaso; 
⎯ Mau posicionamento do cateter é mais comum; 
⎯ Cateter pode ser afetado por ressuscitações 
torácicas; 
 
 
26 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
3.2. Indicações: 
⎯ Hidratação venosa (quando volume é mais alto, 
como nos casos de grandes queimados, por 
exemplo); 
⎯ Nutrição parenteral total; 
⎯ Antibioticoterapia central; 
⎯ Quimioterapia; 
⎯ Hemodiálise (quando o paciente ainda não 
possui fístulas arteriovenosas); 
⎯ Dificuldade de acesso venoso periférico; 
⎯ Implante marcapasso provisório; 
⎯ Procedimentos no coração direito, de uma forma 
geral (prótese de Amplatzer para tratar CIA, por 
exemplo). 
3.2. Contraindicações (são relativas): 
⎯ Distorção anatômica; 
⎯ Lesão cutânea infecciosa próxima ao local da 
punção; 
⎯ Evitada em pacientes anticoagulados, com 
alteração do coagulograma ou doença pulmonar 
unilateral ou bilateral grave (possibilidade de 
provocar um pneumotórax é alta – uma 
radiografia deve ser feita após a realização do 
procedimento de acesso venoso central para 
controle de qualidade do procedimento); 
3.3. Técnica 
- Geral: 
1 - Posicionar o paciente 
2 - Preparar o material 
3 - Localizar a veia 
4 - Proteção do profissional 
5 - Assepsia e antissepsia 
6 - Anestesia local 
- Posição do paciente: decúbito dorsal; realizar 
manobra de Trendenlemburg (torna a veia mais 
calibrosa), com angulação de 15º; rodar a cabeça do 
paciente para o lado oposto (acesso é normalmente do 
lado direito, porque trajeto até o átrio direito é mais curto), 
com MMSS estendidos ao lado do corpo; pode-se usar 
um coxim embaixo dos ombros para hiperextensão da 
cabeça; 
- Local de punção: na junção do terço médio com o terço 
medial da clavícula, logo abaixo da clavícula, apontando 
a agulha em direção à fossa jugular (ângulo de 45º em 
relação à pele); 
 
- Ténica de Seldinger 
1- Punção da veia com uma agulha acoplada a 
uma seringa; 
2- Retirada da seringa e oclusão da veia com o 
dedo e passagem do fio-guia (metálico); 
3- Retirada da agulha e inserção de um dilatador 
(peça plástica utilizada para dilatar o orifício tanto 
da pele quanto da veia) – dilatação do trajeto; 
4- Retirada do dilatador; 
5- Introdução do cateter e retirada do fio-guia; 
6- Fixação do cateter na pele; 
7- Realização de curativo compressivo após a 
retirada do introdutor. Serve para evitar a 
formação de pseudoaneurismas derivados de 
danos nas paredes dos vasos e equimoses. 
4. Anatomia aplicada à cateterização da veia femoral 
*Vídeo do New England Journal of Medicine* 
- Relação anatômica de lateral para medial: NAV – nervo, 
artéria e veia (1 cm medial à artéria femoral). 
4.1. Vantagens: procedimento rápido, veia de calibre 
razoável, não tão profunda, localizada ao lado de artéria 
com pulso fácil de palpar, possibilidade alta de sucesso; 
não interfere nas manobras de RCP e intubação 
orotraqueal e não há risco de pneumotórax; não há 
necessidade de fazer manobra de Trendenlemburg 
(MMII em nível mais alto que cabeceira do paciente); 
4.2. Desvantagens: circulação de drogas durante RCP é 
mais lenta; a mobilização do paciente é dificultada; há 
dificuldade para manter local de inserção estéril; possui 
risco aumentado de trombose venosa; 
4.3. Técnica: paciente em decúbito dorsal, elevação da 
cabeceira em até 15º, com membro inferior rodado 
lateralmente; local de punção: inferiormente ao ligamento 
inguinal e 1 cm lateralmente ao pulso da artéria femoral; 
4.3. Indicações: acessos venosos: líquidos por via 
venoso e nutrição parenteral) 
 
 
27 Anatomia Médico-Cirúrgica 
 
5. Anatomia aplicada à cateterização da veia jugular 
interna 
5.1. Vantagens: 
⎯ Menor risco de pneumotórax; 
⎯ Abordagem pela cabeceira do leito; 
⎯ Compressão direta da artéria em caso de punção 
acidental (carótida); 
⎯ Baixo risco de falha por profissionais 
inexperientes; 
5.2. Desvantagens: 
⎯ Não é o ideal para acessos de tempo 
prolongado; 
⎯ Risco de punção da artéria carótida comum; 
⎯ Desconforto do paciente; 
⎯ Difícil manutenção do cateter e do curativo; 
⎯ Risco de perfuração do ducto torácico, se for feito 
do lado esquerdo; 
⎯ Difícil identificação em pacientes obesos ou 
edemaciados; 
⎯ Proximidade do cateter na área de abordagem 
para pacientes com traqueostomia 
concomitante; 
⎯ Veia propensa a colapsar em estados 
hipovolêmicos; 
⎯ Difícil acesso durante vias emergências 
enquanto via aérea estiver sendo estabelecida; 
5.3. Técnica: 
- Posição do paciente: decúbito dorsal 
(Trendenlemburg); cabeça rodada para lado oposto; um 
coxim pode ser posicionado debaixo para provocar 
hiperextensão do pescoço; 
- Local de punção: ápice do ângulo entre as cabeças do 
ECM; ângulo de 30-45º em relação à superfície da pele; 
apontar para mamilo ipsilateral; 
 
Anatomia Médico-Cirúrgica 
José Luiz Ramalho – 18/09/2019 
Anatomia aplicada aos bloqueios anestésicos 
periféricos 
- Importante conhecer a inervação dos membros de 
acordo com os troncos nervosos e a metamerização: 
inervação óssea e cutânea; 
1. Bloqueio de membro superior (MMSS) 
1.1. Bloqueio de plexo braquial (C4-T1) 
1.1.1. Acesso por via cervical: injeção única; chance 
alta de não ter bloqueio pleno do nervo ulnar;

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