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A FUNÇÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR COM O ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS Uni-ANHAGUERA
CURSO DE DIREITO
A FUNÇÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR COM O ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
GUILHERME LEMES SOARES DA SILVA
GOIÂNIA
NOVEMBRO/ 2019
GUILHERME LEMES SOARES DA SILVA
	
A FUNÇÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de Goiás - Uni-ANHANGUERA, sob orientação da Professora Pós-Doutora Hulda Silva Cedro da Costa, como requisito parcial para obtenção do título de bacharelado em Direito.
GOIÂNIA
NOVEMBRO/ 2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
GUILHERME LEMES SOARES DA SILVA
	
A FUNÇÃO CONSTITUCIONAL DA POLÍCIA MILITAR 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora como requisito parcial para obtenção do Bacharelado em Direito do Centro Universitário de Goiás - Uni-ANHANGUERA, defendido e aprovado em 27 de Novembro de 2019 pela banca examinadora constituída por:
____________________________________
Prof(a). Pós Dr(a). HULDA SILVA CEDRO DA COSTA 
Orientadora
____________________________________
Prof(a). Esp. KARINA ADORNO DE LA CRUZ 
Membro
 
 Dedico este trabalho, em primeiro lugar, a Deus, o Criador de todas as coisas, pela misericórdia que tem para com vossas criaturas; a minha mãe e ao meu pai, bem como aos familiares, amigos e guia espiritual pelo total apoio nessa caminhada vitoriosa. Enfim, Muitíssimo obrigado a todos!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, soberano senhor de todas as coisas e aos bons Espíritos! Quero agradecer aos meus familiares e aos amigos pela simpatia que continuam a testemunhar para comigo. Tenho feito meus esforços para merecer cada vez mais tal aprovação. Meu desejo é manter, sem cessar, minha conduta à altura da Moral, para que continue digno da estima com o qual me honram. “Tende certeza de que o tempo é chegado, e gritemos juntos, como outrora na Judeia: “Glória a Deus no mais alto dos céus!”. Erasto.
RESUMO
A função constitucional da Polícia Militar ganhou novas dimensões a partir da publicação da Constituição Federal de 1988. O presente trabalho analisa as funções que a carta maior do Estado Brasil atribui a Polícia Militar, tendo em vista a nova ordem democrática surgida com a edição da Constituição referida. Este trabalho foi organizado em três capítulos, onde analisou-se no capítulo 1 o contexto histórico, conceitual e os princípios atinentes à atividade da Polícia Militar. No capítulo 2 analisa a Polícia Militar como órgão da Segurança Pública; estuda a sua atuação como polícia ostensiva e preservação da ordem pública; e trata da competência específica e residual da Polícia Militar. Já no capítulo 3, é abordada a questão das Polícias Militares estaduais como força auxiliar e reserva do Exército brasileiro e, por último, faz considerações a respeito da subordinação da Polícia Militar aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Cabe elucidar que o objetivo deste trabalho é tratar a Polícia Militar somente na perspectiva da Constituição da República Federativa de 1988, assim como analisa suas funções com fulcro no texto Constitucional de 1988.
PALAVRAS-CHAVE: Policiamento Ostensivo. Segurança Pública. Poder Policial. Ações - - Política. Ordem Pública. 
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA 04
AGRADECIMENTOS 05
RESUMO 06
INTRODUÇÃO 08
1 DA POLÍCIA MILITAR NO BRASIL 10
1.1 Histórico da Polícia Militar no Brasil 10
1.2 Conceito de Polícia Militar 13 
1.3 Princípios Relativos a Polícia Militar 14
2 DA POLÍCIA MILITAR NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 16
2.1 A Polícia Militar como órgão da Segurança Pública 16
2.2 A Polícia Militar como Polícia ostensiva e de preservação da Ordem Pública 17
2.3 Da Competência da Polícia Militar 19
3 QUESTÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE A POLÍCIA MILITAR 27
3.1 A Polícia Militar como força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro 27
3.2 Subordinação da Polícia Militar aos Governadores 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
REFERÊNCIAS 33 
	
INTRODUÇÃO
A Polícia Militar teve seu prelúdio no Período Imperial, cuja evolução deu-se nos diversos períodos existentes da história do Brasil. Atualmente, a Polícia Militar é um órgão estatal, cujo amparo legal se encontra previsto na Constituição Federal de 1988. É uma instituição organizada com base na hierarquia e na disciplina. As Polícias Militares do Estados são órgãos destinados a Segurança Pública, cujo respaldo legal encontra-se no artigo 144, inciso V, da referida Constituição. Portanto, sua função precípua advém da Carta Magna de 1988, especificamente no art. 144, § 5º, tal parágrafo disciplina que a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública é competência da Polícia Militar.
Sabe-se que a Segurança Pública é de fundamental importância para a construção e preservação de um Estado Democrático de Direito. E a Polícia Militar, inserida no contexto legal da segurança da população e das instituições, tem papel relevante a cumprir frente a sociedade. Por aí se pode julgar do valor da Polícia Militar, no que tange a Segurança Pública, tendo seus princípios básicos introduzidos pela Constituição Federal de 1988, que descreve o seu campo de atuação, bem como assegura a legitimidade de suas funções. Como autarquia pertencente às entidades federativas do Estado Brasileiro as Polícias Militares subordinam-se aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conforme prevê a Carta Cidadã de 1988.
A exposição do trabalho se dá, inicialmente, pelo estudo do capítulo 1, verificando a história da Polícia Militar, a conceituação deste órgão, assim como os princípios relativos a Polícia Militar; cabendo ao capítulo dois tratar da competência da Polícia Militar de modo geral, destacando os pormenores da Polícia Militar como órgão pertencente à Segurança Pública, posteriormente, analisando a sua atuação como polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, acrescentando considerações a respeito das atividades específicas e residuais exercidas pela Polícia Militar. O terceiro capítulo, enfim, evidenciará a Polícia Militar como força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, bem como sua relação de subordinação aos governadores dos Estados ou do Distrito Federal.
A Polícia Militar tem suas funções de acordo com a ordem constitucional vigente em 1988, pois é esta que limita a sua atuaçãoatravés dos princípios constitucionais, no qual ela é cumpridora e protetora. É uma organização que deve estar a serviço da cidadania, buscando sempre estabelecer um Estado Democrático por excelência, onde a democracia e o direito devem sempre se fazer presentes, pois Segurança Pública é atividade primordial para a sociedade. Sem segurança não há dignidade da pessoa humana, muito menos Democracia. 
O presente trabalho consiste em método dedutivo e em pesquisa bibliográfica qualitativa, tendo seu desenvolvimento a partir da coleta de leis e decretos relativos às normas, diretrizes e definições inerentes a Polícia Militar. Para tanto, usou-se também estudos oriundos de artigos científicos publicados na internet, bem como em obras que tratam da Polícia Militar, cujos conteúdos têm relevância para atividade fim das Polícias Militares.
1 DA POLÍCIA MILITAR NO BRASIL
1.1 Histórico da Polícia Militar no Brasil
A Polícia Militar no Brasil teve seu prelúdio no início do século XIX, com o desembarque da corte lusitana em terras brasileiras, especialmente de D. João VI, filho mais velho da Rainha de Portugal Maria I. Após um ano da chegada do príncipe regente, viu-se a necessidade de criar uma polícia aos moldes da Guarda Real de Polícia - GRP existente em Portugal, sendo então criada em 13 de maio de 1809, pelo príncipe regente, a Divisão da Guarda Real de Polícia do Rio de Janeiro, seguindo o mesmo modelo da polícia de Portugal, tinha organização militar, armas e trajes iguais a GRP lusitana, contendo grupamento de infantaria e cavalaria (SENADO, 2013).
Ainda no Período Imperial, na vigência da primeira Constituição Brasileira, com a abdicação de D. Pedro I, o Império do Brasil passou a ser governado por uma Regência, até que D. Pedro II ganhasse maturidade para assumir como Rei do Império Brasileiro. De acordo com Salgado e Netto (2011), não atendendo as demandas da época, a Divisão da Guarda Real de Polícia foi extinta, sendo instituído em seu lugar o Corpo de Guardas Municipais Permanentes na província do Rio de Janeiro, pelo então Ministro da Justiça Padre Feijó, com o objetivo de manter a paz e a unidade nacional.
É no período Imperial que ocorre a Guerra do Paraguai, entre 1864 a 1870, onde ocorre a aproximação dos corpos de Polícia da época com as tropas do Exército Brasileiro, onde tais corpos policiais formaram os chamados Voluntários da Pátria, atuando, portanto, não apenas em conflitos internos, porém exigindo sua atuação em conflito externo, defendendo a unidade e soberania da Nação (RIBEIRO, 2011).
Com o advento do período Republicano em 1889, sob à égide de uma nova Constituição Federal em 1891, o Brasil sob o comando do Primeiro presidente Republicano, na pessoa de Marechal Deodoro da Fonseca, sendo que neste ínterim, aparece o termo militar ligado ao órgão policial da época, tornando a ser denominados de Corpos militares de Polícia ( SENADO, 2013).
Com o grande avanço em número de membros e material bélico, ocorrido por parte das forças policiais militares estaduais, a União através da Lei Federal n. 1860/1905, estabelecendo o serviço militar obrigatório e fixando as Forças Policiais estaduais como forças auxiliares da Força Nacional da Guarda Nacional que era subordinada a União (RIBEIRO, 2011).
Caminhando no sentido de ligação entre forças policiais com o Exército Brasileiro, a União com a edição da Lei n. 3216/1917, estabelecia que os Corpos de Polícia fossem força auxiliar do Exército brasileiro, instituindo, desse modo, uma maior aproximação das forças policiais com o Exército brasileiro (RIBEIRO, 2011).
Durante o período denominado de primeira República, as forças policiais estaduais tiveram papel de relevância em diversas revoltas e rebeliões surgidas na recente República, seja para reprimir ou apoiar revoluções e revoltas, por exemplo, a revolta do Contestado, a Revolta Tenentista, a Revolução de 1930 (RIBEIRO, 2011).
Com a Revolução de 1930, na qual tinha como Presidente Getúlio Vargas, instituiu-se a Era Vargas ou o período da segunda República, Souza (1986) aduz que as Forças Policiais sofreram uma redução de investimentos em vários aspectos, em razão da política de centralização da União, tirando, por conseguinte, a autonomia dos Estados. Tanto assim é que, Detoni (2013) ressalta que o Decreto n.20.348, de 29 de agosto de 1931, Getúlio Vargas limita as despesas dos Estados relativos às Polícias Militares, como se vê no artigo 24 do referido Decreto:
Art. 24. O Estado não poderá gastar mais de 10% de despesa ordinária com os serviços de polícia militar.
§ 1º Salvo em circunstâncias excepcionais, e mediante autorização do Governo Provisório:
a) é vedado às polícias estaduais dispor de artilharia e aviação;
b) a dotação de armas automáticas e munições de cada corpo de cavalaria ou infantaria, das polícias estaduais, não podem exceder à dotação regulamentar das unidades similares do Exército.
Decisão esta que ganhou mais respaldo, após a participação de algumas forças policiais dos Estados na Revolta Constitucionalista de 1932 (FAUSTO, 1995).
Outorgada a Constituição de 1937, caracterizada sob o nome de Estado Novo, o então presidente Getúlio Vargas, submeteu as Forças Policiais estaduais ao império da União, promovendo, ao longo do tempo, o sucateamento desses órgãos. A nova Constituição Federal definiu as Forças Policiais estaduais como reservas do Exército Brasileiro, com finalidade a segurança interna e manutenção da ordem (RIBEIRO, 2011).
Após a Segunda Mundial, sob a égide de um novo governo, o General Eurico Gaspar Dutra, que tomou posse em 1946, os Estados retomam sua autonomia, e neste momento, é que fica consagrado a padronização da nomenclatura Polícia Militar em todos os Estados da Federação, exceto no Estado do Rio Grande do Sul, que escolheu permanecer intitulada como Brigada Militar (SENADO, 2013).
Porém a autonomia dos Estados em matéria de organizar e manter a polícia militar durou pouco tempo, pois em 1964 assumia o presidente General Castelo Branco, e durante o período militar as Polícias militares sofreram nova interferência da União. Principalmente com a edição da Constituição Federal de 1967, a qual acrescenta Jesus (2008, p.104):
A Constituição de 1967 aumentou ainda mais os poderes do Poder Executivo. Com essa Constituição a segurança é voltada à garantia do Estado, contra o inimigo externo, ficando o planejamento e garantida segurança nacional as Forças Armadas, e a competência para legislar sobre as Polícias Militares permanece com a União.
Rodrigues (2015) destaca fato relevante para a história das polícias militares do Brasil, ocorreu com o consagramento de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), que fora executado em 21 de abril de 1792 por lutar pela libertação do Brasil, como patrono cívico da Nação Brasileira, com a publicação da Lei n.4897 de 9 de dezembro de 1965, de iniciativa do presidente militar Marechal Castelo Branco. Vejamos o que descreve o artigo 1º da referida lei:” Art. 1º Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é declarado patrono cívico da Nação Brasileira”. Atualmente Tiradentes é consagrado patrono das Polícias Militares e polícias civis, sendo o dia 21 de Abril comemorado o “Dia da Polícia Militar” no Brasil (CALÇADOS, 2017).
E ainda o art. 13,§ 4º da Constituição Federativa de 1967, coloca as Polícias Militares como força auxiliares do Exército:
Art 13 - Os Estados se organizam e se regem pelas Constituições e pelas leis que adotarem, respeitados, dentre outros princípios estabelecidos nesta Constituição, os seguintes: (...)
§ 4º - As polícias militares, instituídas para a manutenção da ordem e segurança interna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, e os corpos de bombeiros militares são consideradas forças auxiliares, reserva do Exército.
Neste período do regime militar, as polícias militares ainda passaram por mais mudanças, por exemplo, passando a possuir classificação hierárquica única. Tendo sido criado, em 1967, a Inspetoria Geral das Polícias Militares - IGPM, subordinado ao Exército,com vistas a fiscalizar as ações das Polícias Militares (SENADO, 2013).
Depois de decorrido 24 anos de Regime Militar, uma Assembléia Constituinte foi instalada no início de 1987, Souza (1986, p.92), oportunamente, disse:
Abre-se com a nova Constituinte, um processo de participação paralela de toda Nação, na feitura de uma nova lei que a constitua. Nela, a Polícia instituída para a manutenção da ordem pública nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, organizada com base nos princípios da disciplina e hierarquia, deverá ocupar o merecido espaço. 
Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada, em Brasília, no Distrito Federal, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, devolveu autonomia aos Estados para legislar sobre as Polícias Militares, exceto os militares pertencentes ao Distrito Federal,conforme o artigo 21,inciso XIV, da Constituição Federal de 1988. Nesta nova Constituição as Polícias Militares ganham respaldo nos artigos 42 e 144, § 5º e 6º; bem como assegurou a criação de uma Justiça Militar Estadual para julgar os militares dos Estados, sejam pertencentes aos corpos de bombeiros ou policiais, segundo o artigo 125, §§ 3º e 4º da Carta Maior atual brasileira. Portanto, a Polícia Militar foi preservada após o movimento de redemocratização ocorrido em 1988 (LOUREIRO, 2004). 
1.2 Conceito de Polícia Militar 
O vocábulo polícia tem origem no idioma grego “Politeia, de “Polis” (cidade), significou, num primeiro momento, o conjunto de leis de um Estado, governo da cidade, e ainda a arte de governar. Em Roma, o termo “politia” ganhou sentido especial, expressando ação do governo no sentido de estabelecer a ordem pública, a tranquilidade e a paz interna, depois de algum tempo, passou a designar o próprio órgão estatal com a finalidade de cuidar pela segurança dos habitantes do Estado (LAUREANO, 1988).
Neste sentido, segundo Sousa e Morais (2011, p.2 apud Lazzarini, 2008), a respeito do vocábulo polícia, versam assim: 
Polícia é, então, a organização administrativa (vale dizer da polis, da civita, do Estado = sociedade politicamente organizada) que tem por atribuição impor limitações à liberdade (individual ou coletivo) na exata (mais, será abuso) medida necessária à salvaguarda e manutenção da Ordem Pública. 
O significado do termo polícia com o sentido que se lhe é devido, caracteriza como órgão do Estado responsável pela manutenção da ordem e tranquilidade, surgiu, conforme citado acima, na antiga Roma. Ao anoitecer, ladrões, aproveitando do momento de falta de iluminação em Roma, assaltavam a cidade e seus crimes ficavam sem soluções. Para acabar com tal situação, criou os romanos um corpo de soldados que faziam a segurança noturna, evitando então, a prática de infrações (LAUREANO, 1988).
Por outro lado, a palavra “militar” tem origem no vocábulo latino “militaris”, cujo significado principal é o indivíduo que segue a carreira das armas; atualmente, no Brasil, o sentido da palavra abrange o indivíduo que segue a carreira das armas, seja ele nas Forças Armadas, ligada à União, ou como policial militar, pertencentes aos Estados Membros ou, se for o caso, ao Distrito Federal (FERREIRA, 2010).
Portanto, a Polícia Militar com o advento da Constituição Federal de 1988, pode, nos dias atuais, ser definida como órgão estatal usado na preservação e garantias fundamentais do cidadão, cujas funções são primordiais para manter o funcionamento e a conservação do Estado como um todo (LIMA; RIBEIRO, 2011).
1.3 Princípios Relativos a Polícia Militar
As instituições militares têm como pilares dois princípios fundamentais: o princípio da hierarquia e o princípio da disciplina, tais princípios servem de base para organização dos órgãos militares, estabelecido no artigo 42, caput, da Constituição Federal de 1988 (CRUZ, 2017). Vejamos na íntegra o que preleciona o art. 42, da Constituição Cidadã de 1988: “Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios” (BRASIL, 1988, p.1, grifo nosso). Estes pois são os dois princípios mais intrínsecos à Polícia Militar, sem olvidar, porém, outros tantos princípios constitucionais relevantes na atividade policial, tais como o princípio da Legalidade, da Reserva Legal etc.
Nesse diapasão, é importante citar os dizeres de Júnior (1987, p.97), quanto a importância da hierarquia e disciplina aplicado às Polícias Militares:
Estamos convencidos de que só a hierarquia e a disciplina militares podem assegurar o controle e a própria eficiência dessa força pela sociedade. Não há outro meio de assegurá-lo: a força, sem tal controle, é um risco grande demais, que não se pode legitimar correr.
O princípio da Hierarquia tem por base, segundo Carvalho (2015, p.69): “o escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da Administração que tem como objetivo a organização da função administrativa”. Formando, nesse caso, uma relação hierárquica entre os membros da polícias militares estaduais.
Em um sentido específico aos militares, o Estatuto dos Militares, Lei n. 6.880/80, art. 14, § 1º, estabelece que:
 Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
Portanto, a hierarquia serve como princípio organizador, desde que estabelece um poder de comando dos militares superiores sobre os militares subordinados, devendo este obediência ao militar que lhe é superior quanto às tarefas ou atividades que lhe forem designadas a realizar, gerando, também, a obrigação de fiscalização do policial superior aos subordinados (CRUZ, 2017). Tal princípio está estabelecido na lealdade, na confiança e ao respeito entre superior e o subordinado (BRASIL, 2002).
Por outro lado, há o princípio da disciplina, no qual está atrelado ao princípio acima explanado; porém, no que tange ao da disciplina, Carvalho (2015, p.72) assevera que: “é a situação de respeito que os agentes da Administração devem ter para com as normas que os regem, em cumprimento aos deveres e obrigações a eles impostos”.
Levando em consideração o princípio da disciplina do ponto de vista da administração militar, tal princípio pode ser entendido como a absoluta obediência às leis, aos regulamentos e normas de modo geral, tanto como compreende o fiel cumprimento do dever e a pronta obediência às ordens emanadas dos superiores (BRASIL, 2002).
2 DA POLÍCIA MILITAR NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
2.1 Da Polícia Militar como órgão da Segurança Pública 
A Polícia Militar é responsável pela Segurança Pública, conforme disciplina o artigo 144, inciso V da Constituição Federal de 1988:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL, 1988, p.1, grifo nosso).
O artigo 144 da Constituição Federal de 1988 é taxativo ao asseverar que a segurança pública é dever do Estado, contudo destaca a responsabilidade de todos os cidadãos; elencando, ainda, os órgãos pertencentes ao sistema de segurança pública do Brasil, quais são: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo deBombeiro Militar (FERRIGO, 2013).
Com grande proficiência, destaca Jesus (2008) que o Estado é o principal encarregado pela política de Segurança Pública e destaca que toda ação policial é política. A segurança é uma das exigências fundamentais que a comunidade busca alcançar (JESUS, 2008). Portanto, cabe ao Estado garantir segurança pública e a ordem pública, sendo estas utilidades essenciais do ser humano (JESUS, 2008).
Neste ínterim, é pertinente acrescentar os dizeres de Abraão Filho (2019, p.37) sobre a Segurança Pública:
 A segurança pública é um dos princípios constitucionais que está entre os deveres do Estado para com os cidadãos, prevista no artigo 144, da Constituição Federal e, de acordo com o exposto nesta, ela deve ser exercida por meio de órgãos policiais que variam desde a federal até militar.
A Polícia Militar aparece elencada entre os órgãos de Segurança Pública na Constituição Federal de 1988, cuja finalidade maior é de preservação da ordem pública e de polícia ostensiva (LOUREIRO, 2004). Diz Jesus (2008) que a segurança pública encontra-se estabelecida na sociedade em razão da ordem pública. E neste ínterim, a Polícia Militar é órgão mantenedor da Segurança Pública (SILVA E BERNARDES, 2008).
Cumpre ressaltar que a Carta Magna de 1988 não estabelece uma hierarquia entre as instituições de segurança pública previstas no artigo 144 (JESUS, 2008). É importante salientar ainda que a Constituição Federal de 1988 serve de guia para os órgãos policiais em suas atividades, competindo a cada órgão respeitar e zelar pela CF/88 (FERRIGO, 2013).
2.2 Da Polícia Militar como Polícia ostensiva e de preservação da Ordem Pública 
Cumpre inicialmente colocar o que dispõem o § 5º do artigo 144 da Constituição da República de 1988:
Art.144, (...)
 § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
Trataremos primeiramente do termo polícia ostensiva e suas peculiaridades. A Polícia Militar caracteriza o Estado com a sua atividade ostensiva, os cidadãos, seja de bem ou mal, entendem que o Estado está sendo representado pelos agentes da Polícia Militar (LOUREIRO, 2004). É importante salientar que a Polícia Militar desenvolve atividade de polícia administrativa, cabendo a ela o policiamento ostensivo e preventivo (FILHO, 2013).
Conforme Moreira Neto (1993) a palavra polícia ostensiva é nova e que coube a Constituição Federal de 1988 estabelecer o monopólio constitucional de expandir a competência das Polícias Militares. Antes da Constituição Federal de 1988, o decreto 667/69 descrevia o termo “policiamento ostensivo”, entretanto, o termo polícia ostensiva é mais abrangente do que o primeiro, no sentido de atuação da Polícia Militar (FERRIGO, 2013). 
O termo policiamento ostensivo, nos moldes do Decreto 667/69 pode ser compreendido como:
 a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas e os casos estabelecidos em legislação específica, o policiamento ostensivo, fardado planejado pelas autoridades policiais competentes, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;
Já o vocábulo polícia ostensiva depreende do poder de polícia do Estado, consistindo segundo Ferrigo (2013, apud DI PIETRO, 2009) na atividade do Estado constante em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. O termo ostensivo refere-se a ação pública de prevenção de crimes, representado pelo policial fardado e armado (FERRIGO, 2013). E, neste contexto, para Neto (2013) o designativo de polícia ostensiva ampliou a atribuição da Polícia Militar, acrescentando ainda, que o policiamento ostensivo compete exclusivamente à Polícia Militar, ou seja, à atividade primeira da PM é o policiamento ostensivo .
Conforme Ferrigo (2013) a polícia ostensiva desmembra-se em 4 fases, qual seja: ordem de polícia, o consentimento de polícia, a fiscalização de polícia e a sanção de polícia. E o vocábulo policiamento ostensivo coincidiria unicamente a parte da fiscalização de polícia; já quanto a preservação da ordem pública diz respeito a sua manutenção e a sua restauração, ficando evidente a enorme competência atribuída a Polícia Militar pela Constituição Federal de 1988.
Além de destacar as quatro fases de polícia ostensiva é importante explicar cada um deles, sendo eles: a ordem de polícia é o cumprimento advindo necessariamente da lei; o consentimento de polícia tem fulcro a base no poder vinculado ou discricionário; a fiscalização de polícia é baseada no cumprimento das ordens de polícia e, por fim, a sanção de polícia tem por objetivo na repressão das infrações (FERRIGO, 2013).
Abordando, doravante, o termo ordem pública, levando em conta que a Polícia Militar atua com fins na preservação da ordem pública, termo este que também ampliou a função da PM; a Polícia Militar compreende, além da competência de polícia ostensiva, a preservação da ordem pública em sentido abrangente, quais sejam: tranquilidade pública, saúde pública e segurança pública (NETO, 2103).
As Constituições Federais anteriores usava o termo manutenção da ordem pública em vez de preservação da ordem pública , este último é um vocábulo mais abrangente quanto ao primeiro, por abranger a manutenção e o restabelecimento da ordem pública (FERRIGO, 2013). Portanto, a preservação da ordem pública é a manutenção mais o restabelecimento da ordem pública,tal preservação seria ampla o suficiente para abarcar a repressão, contanto que essa seja imediata (FERRIGO, 2013).
Ferrigo (2013) destaca que a Carta Republicana de 1988 elencou a expressão preservação da ordem pública ao invés de manutenção da ordem pública, relatando dessa maneira:
 Diferentemente que as antigas Constituições a Carta Magna de 1988, trouxe o termo “preservação” da ordem pública ao invés de “manutenção” da ordem pública. Nesse contexto, a palavra prevenção possui um sentido mais amplo que a palavra manutenção, isso porque está contido dentro do sentido de preservação da ordem pública, a manutenção da ordem pública. (FERRIGO, 2103, p.1)
Quanto a conceituação de ordem pública, disciplina Ferrigo (2013, p.1 apud ROSA, 2010): “a ordem pública se constituiria na tentativa de se chegar à paz e harmonia, evitando assim, a violência, o terror, a intimidação e os antagonismos deletérios.”
Temos a definição de ordem pública de acordo com o Decreto n. 88.777 (R - 200), art. 2º, n. 21 nos seguintes moldes:  
conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma situação que conduza ao bem comum.
Para clarear mais o assunto em comento, Jesus (2008) assevera que a segurança e a questão da preservação da ordem pública é importante criar projetos que possam direcionar as práticas policiais no desenvolvimento de sua função visando a participação direta da polícia e a sociedade. Nesse contexto, o princípio da dignidade da pessoa humana é o norteador de todos os demais elementos da ordem pública, quais sejam: tranquilidade pública, segurança pública e salubridade pública (FERRIGO, 2013). 
Portanto, a Polícia Militar tem importância na ordem pública (NETO, 2013). Caso ocorra a quebra desta cabe a Polícia Militar a restauração, bem como a prevenção (FERRIGO, 2013). Ferrigo (2013), ainda destaca, que a preservação da ordem pública delega a polícia Militar diversas responsabilidades, pois a mesma abrange, conforme já relatado acima, a tranquilidade pública, segurança pública, salubridade pública e, por conseguinte, a dignidade da pessoa humana como norte no exercício de suas funções.
2.3 Da Competência da Polícia Militar 
Com o surgimento da Constituição Federal de 1988 as entidades policiais brasileiras tiveram suas competênciasdebatidas e reavaliadas pela sociedade (JESUS, 2008). No caso em tela, a Polícia Militar é uma instituição nascida com fins de garantir ordem e a paz, proporcionando confiança e proteção à sociedade (JESUS, 2008). 
Nos dizeres de Neto (2013) não resta dúvidas que a missão da Polícia Militar é grande face ao estado democrático de direito. É a Constituição Federal de 1988 que explica e determina as funções basilares da Polícia Militar (FERRIGO, 2013). Nesse cenário, a Polícia Militar tem sua competência estabelecida no artigo 144,  §  5°, da Constituição Federal de 1988, atribuindo- lhe a competência de Polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, conforme se depreende do dispositivo acima citado, vejamos na íntegra: 
Art.144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
(...)
 § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
A Polícia Militar, como órgão da administração direta do Estado, com fins de manter a ordem e a tranquilidade na sociedade, em outras palavras, um órgão policial garantidor da segurança (RIEDEL, 2011). No mesmo sentido assevera Jesus (2008) ao dizer que a Polícia Militar, como instituição governamental, visa proteger a sociedade, com fulcro no que prevê o artigo 144 da atual Carta Magna do Brasil. Além do mais, para Jesus (2008) a Polícia Militar, como qualquer outra instituição do governo, está adstrito às regras, através da autoridade do Estado reconhecido pelo povo. E nessa conjuntura, a Polícia Militar tem por objetivo a proteção do Estado e das entidades democrática (JESUS, 2008).
 Nesse particular, as Polícias Militares têm natureza militar, assentadas em preceitos de disciplina e hierarquia (FILHO, 2013). Mesmo com esse caráter militar, Riedel (2011) esclarece que as funções da Polícia Militar tem fundamento primordial o cidadão e não direcionado a um inimigo específico, como os militares do exército no caso de uma guerra, sendo as funções das polícias militares voltada ao respeito dos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos.
Refletindo o pensamento acima sobre o contexto social democrático estabelecido pela atual Carta Magna, ante a qual a PM está inserida, Júnior (1987, p.94) assim acrescenta: “Não há nenhum antagonismo entre Polícia Militar e Democracia”. E complementando, ainda Júnior destaca, dizendo assim: “(...) a ação da polícia decorre da lei e dela não pode se afastar” (1987, p.94). Logo, para Riedel (2011) a Polícia Militar tem por base premissas democráticas. Por isso, defende Jesus (2008) que a Polícia Militar deve treinar seus agentes direcionado ao respeito dos direitos humanos e aos princípios democráticos
Em apoio a tudo que foi dito, Loureiro (2004) explica que para trabalhar no policiamento urbano requer observação aos preceitos constitucionais e ao Estado Democrático de Direito. Portanto, a Polícia Militar se envolve diretamente com a violência urbana, sendo para isso, organizada e treinada de modo específico para lidar com os munícipes (LOUREIRO, 2004).
 A relação entre Polícia Militar e comunidade é contínua (LOUREIRO, 2004). Para Loureiro (2004) o cidadão é o cliente, no qual a polícia urbana é necessária na democracia. De acordo com Jesus(2008), a Polícia Militar precisa se aproximar da sociedade para que assim cumpra sua função social na sociedade na qual está inserida.
Jesus (2008, p.126) destaca brilhantemente sobre a missão da Polícia Militar no Brasil:
A polícia tem por missão primeira, a de guardar a cidade, promover a ordem e garantir a segurança do cidadão, com respeito aos direitos humanos fundamentais. Por isso tem que ser uma instituição confiável e eficiente, pois pela sua função específica, deve está muito próxima do povo, e este deve olhá-la com respeito e admiração.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), em evento ocorrido em 19 de setembro de 1997, versa com muita sabedoria sobre a função constitucional da Polícia Militar nos seguintes termos: “ A "polícia militar", tem a responsabilidade do policiamento ostensivo e da preservação da ordem pública, ou seja, ela se ocupa, primordialmente, das tarefas diárias de patrulhamento e de perseguição de criminosos”. (RIEDEL, 2011, p.1).
Em abono ao que já foi dito acima, Santarém e Pinto (2011, p.42), leciona sobre as atividades realizadas pelas Polícias Militares assim:
As atividades específicas de polícia militar são as descritas como perigosas, porém necessárias à manutenção e preservação da ordem. O que requer treinamento diferenciado, regulamentos específicos mais abrangentes, voltados à sua realidade, à consecução de seus objetivos e valorização de um trabalho exaustivo e necessário. Não podemos falar de servidores públicos estaduais como simples funcionários submetidos a uma legislação única, em que pese todas as atividades serem pontuadas da mesma forma. A discricionariedade dos serviços impele aos servidores militares uma diferenciada de atribuições e responsabilidades.
Pontua-se que constitui atividade corriqueira das célebres Polícias Militares o patrulhamento e a perseguição de infratores da lei (LOUREIRO, 2004). Neste contexto, a Polícia Militar trabalha preventivamente e fardada, na qual impede ações criminosas por meio da sua presença ostensiva, cabendo a ela a averiguação de ocorrências típicas (envolve com todo tipo de averiguação de denúncias, crimes e contravenções) e atípicas (lida com situações de resgate, ações assistenciais, fuga do lar, busca de pessoas desaparecidas etc ), ações de normalidade e anormalidade (JÚNIOR, 1987).
Aprofundando nas funções constitucionais conferidas a PM, Loureiro (2004) destaca que a Polícia Militar trabalha com o perigo a todo o momento. Por exemplo, a Polícia Militar trabalha frente a repressão e ao tráfico de entorpecentes constantemente (SILVA e BERNARDES, 2008). Dessa forma, a violência e a criminalidade é objeto constante da atividade da Polícia Militar (LOUREIRO, 2004). 
Desta forma, a Polícia Militar por meio legal detém o aparelho da força física legítima (LOUREIRO, 2004). No mesmo sentido assevera Ferrigo (2013) ao afirmar que a Polícia Militar dispõe de poder para repressão imediata. 
Quanto a competência específica (constitucional) da Polícia Militar, já tratada nos parágrafos acima, a Constituição Federal 1988 conferiu a preservação da ordem pública e a polícia ostensiva (FERRIGO, 2013); todavia, em caso de inoperância de alguns dos órgãos da segurança pública, a Polícia Militar atua para que a ordem pública não seja prejudicada (FERRIGO, 2013).
A competência da Polícia Militar depreende a competência dos demais órgãos da Segurança Pública, se porventura houver a carência desses órgãos (FERRIGO, 2013). Nesse caso de falência de uma atividade específica por parte de algum órgão policial, Ferrigo (2013) ensina que, por qualquer motivo, há ausência, operacional dos outros órgãos policiais, cabe a Polícia Militar manter e preservar a ordem pública.
Com efeito, a competência residual da Polícia Militar pode ocorrer de dois modos: a primeira pela falta de atuação dos demais órgãos da segurança pública, e a outra mediante remanência, na ação que seja necessária a preservação da ordem pública, na qual não constitui competência de outros órgãos pertencentes ao artigo 144 da Constituição Federal de 1988 (FERRIGO, 2013).
Nesse sentido, sobre a competência residual da Polícia Militar, Lazzarini (1999, p. 21) ensina:
A exegese do artigo 144 da Carta, na combinação do caput com seu §  5, deixa claro que na preservação da ordem pública, a competência residual de exercício de toda atividade policial de segurança pública, não atribuída aos demais órgãos, cabe a Polícia Militar.
A respeito do papel residual da Polícia Militar explica Neto (2013) que, este órgão policial não destina-se somente a combater crime,contudo, desenvolve um aglomerado de situações atípicas, tais como: atuar em desastres, prestar socorro, vigilância de presos, auxiliar no controle e organização do trânsito, etc.
É inegável que a Polícia Militar detém competência bastante ampla. (FERRIGO, 2013). Ademais, exemplificando a competência residual da Polícia Militar segui o que diz o parecer GM 25 (2001, p.1):
A competência ampla da Polícia Militar na preservação da ordem pública engloba inclusive, a competência específica dos demais órgãos policiais, no caso de falência operacional deles, a exemplo de greves ou outras causas, que os tornem inoperantes ou ainda incapazes de dar conta de suas atribuições, funcionando, então, a Polícia Militar como um verdadeiro exército da sociedade. Bem por isso as Polícias Militares constituem os órgãos de preservação da ordem pública para todo o universo da atividade policial em tema da -ordem pública- e, especificamente, da -segurança pública-.
A atividade policial militar, bem como os outros órgãos da segurança pública tem classificação consoante o proceder, que pode ser antes do crime ( preventivo ) e depois que aconteceu o crime (repressivo ), no caso da Polícia Militar sua atuação precípua é antes do crime, se amoldando, portanto, como Polícia preventiva que para alguns estudiosos é classificado como administrativa (FERRIGO, 2013). Por outro lado, a polícia repressiva é denominada de Polícia judiciária ( FERRIGO, 2013).
De conformidade com o pensamento acima externado, Neto (2011) afirma que o poder de polícia é dividido no Brasil em polícia administrativa e polícia judiciária; menciona ainda, que o poder de polícia judiciária, no âmbito dos Estados, é exercido pela polícia Civil e o poder de polícia administrativa desenvolvida pela Polícia Militar.
A polícia administrativa tem cunho preventivo, tem por finalidade exercer ação sobre a propriedade e inibir práticas que atentem contra os bons costumes da sociedade; por outro lado, a polícia judiciária com objetivo de repressão, com fins ainda de investigar infrações penais (NETO, 2103). A polícia administrativa procede nas tarefas das pessoas, já a polícia judiciária opera nas pessoas (FERRIGO, 2013).
A Polícia Militar pertence ao modelo de polícia administrativa, pois suas ações lidam com indivíduos, patrimônios, bens e serviços, tem competência para operar em toda sociedade, com formato de instituição, no qual efetua a instrução e a capacitação dos seus componentes, sendo permitido fazer uso da força desde que respeitando os limites da lei (NETO, 2013).
A Polícia Militar como regra geral tem característica de Polícia administrativa, em certos casos, após determinado crime ter ocorrido, a Polícia Militar tem competência para realizar a repressão imediata, atuando, em certos casos, como Polícia judiciária (FERRIGO, 2013).A atuação de polícia administrativa é basicamente preventiva, diferente do aspecto repressivo da polícia judiciária (FERRIGO, 2013).
A polícia ostensiva trabalha como polícia administrativa através de suas quatro fases, quais sejam, a ordem de polícia, o consentimento de polícia, a fiscalização de polícia e sanção de polícia (FERRIGO, 2013).
Carvalho (2010) destaca que a Polícia Militar é um órgão estatal de atuação permanente, pois enquanto outros órgãos tem direito a greve, sindicalização entre outros direitos, a Polícia Militar não tem tais prerrogativas, conforme estabelece o art.142, § 3º, IV, da CF/88:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (grifo nosso)
Com relação a greve na esfera que envolve os militares dos Estados ou do Distrito Federal, preleciona Carvalho (2010, p.1) da seguinte maneira:
Ora, bombeiros e policiais militares, diferentemente dos outros servidores públicos, estão sujeitos a uma legislação específica, que os obriga a manter rígida e inflexível disciplina e hierarquia. A eles, é proibida a atividade político-partidária, a greve, a sindicalização. Também não gozam de outros direitos sociais, como remuneração por trabalho noturno superior à do trabalho diurno, ou por serviço extraordinário fora da jornada diária de trabalho. Formam, portanto, uma classe especial de servidores públicos.
O Superior Tribunal Federal já se pronunciou quanto a isso, vejamos:
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. Orig. Min. Edson Fachin, red. P/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
Embora o Direito de greve seja ditame constitucional, como preleciona o art. art. 37, VII, da CF/88, entretanto, por atuarem na segurança pública, atividade esta essencial para a manutenção da ordem pública, a Polícia Militar está vedada de realizar greves, cabendo aos militares dos Estados recorrerem às suas respectivas associações a fim de reivindicar o que for necessário (ORTEGA, 2017).
Quanto a exclusividade da Polícia Militar, o artigo 142, § 3, II da CF/88, diz:
Art. 142. (...)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei; (grifo nosso)
Seguindo as mesmas diretrizes das Forças Armadas, as Polícias Militares se amolda aos militares federais, conforme se vê no artigo 42, § 1º da CF/88:
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (grifo nosso)
A regra constitucional é a impossibilidade de se acumular cargos públicos, todavia o art. 37, XVI, da Constituição Federal prevê a possibilidade de se acumular cargos públicos, vejamos o texto legal:
Art.37 (...)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;  
	
É importante ressaltar que em meados de 2019 houve alteração do artigo 42, § 3º , da Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional n. 101, no sentido de permitir que os integrantes das Polícias Militares cumulem cargo público. Como se sabe a atividade exercida pelos integrantes da Polícia Militar era de exclusividade absoluta, entretanto, a emenda constitucional 101 aventou a possibilidade do militar acumular cargo público, desde que seguindo as hipóteses do art. 37, XVI, da Constituição Federal de 1988, com prevalência da atividade militar. Diante da Emenda referida, a carreira militar estadual não é mais de dedicação exclusiva (FOREAUX, 2019).
Foreaux (2019, p.1) versa sobre as possibilidades de cargos que os militares podem exercer com o advento da Emenda Constitucional 101:
Portanto, ao prever que se aplicaas exceções acima aos militares, é possível afirmar que os militares estaduais podem:
a) dar aulas em escolas públicas ou em universidades públicas;
b) exercerem outro cargo técnico ou científico;
c) acumular outro cargo público na área de saúde (esta possibilidade já havia sido contemplada pela emenda constitucional 77, de 2014).
A atividade policial não sendo mais exclusiva desde que nos moldes do art. 37, XVI, da CF/88, todavia o legislador acrescentou a prevalência da atividade militar, destacando a importância da atividade policial (FOREAUX, 2019).
3. ASPECTOS CONSTITUCIONAIS SOBRE A POLÍCIA MILITAR
3.1 A Polícia Militar como força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro 
A Constituição Federal de 1988 conservou a ligação existente entre as Polícias Militares e as Forças Armadas, seguindo o exemplo das constituições anteriores (LOUREIRO, 2004). Diz o  Texto Constitucional de 1988 quanto a esse tema:
Art.144. (...)    
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (grifo nosso)
O termo “reserva” denota a ideia de tropa disponível para servir de reforço durante o combate;enquanto que o termo “auxiliar” transmite a ideia de uma polícia que auxiliará o Exército do Brasil quando este necessitar (ASSIS, GENRO, RIBAS, 2013).
Nas palavras de Assis, Genro e Ribas (2013, p.1):
(...) a conclusão que se impõe é que a aplicação dos termos “forças auxiliares” e “reserva”, constante do §.6º,art. 144, da Constituição Brasileira, somente terão lugar quando a instituição militar estadual ou do Distrito Federal estiver devidamente mobilizada, total ou parcialmente. Tal situação, no entanto, somente ocorrerá nos casos de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fato que comprove a ineficácia de medida tomada durante estado de defesa ou, ainda, declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
Importante salientar que a Emenda Constitucional 18/98 alterou o título da  Seção III do capítulo VII do título III  trocando os dizeres “Dos Servidores Públicos Militares” para “ Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”, excluindo de sua leitura a previsão concernente às Forças Armadas (ASSIS, GENRO, RIBAS, 2013). Loureiro (2004), ao comentar a respeito da referida emenda, alega que a União teve retirada a competência de criar leis privativamente com relação à instrução militar das Polícias Militares, só mantendo a competência de estabelecer normas acerca da organização, garantias, convocação, material bélico e mobilização da Polícias Militares. 
Todavia, quando nos referirmos às atividades constitucionais específicas das Polícias Militares e Bombeiros Militares, que são: preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas, estes não procedem como órgão auxiliar e reserva do Exército Brasileiro, atuam com titularidade, em momento algum subsidiariamente (ASSIS, GENRO, RIBAS, 2013).
Os militares estaduais se responsabilizam pela ordem interna da nação, enquanto os militares federais trabalham resolvendo questões externas, contudo, não foi feito essa distinção pela Constituição Federal de 1988 (LOUREIRO, 2004). Assim, em tempo de paz a Polícia Militar é classificada como corporação de segurança interna, já quando se tratar em situação de guerra ela é órgão de segurança externa (LOUREIRO, 2004).
Para Loureiro (2004) a Polícia Militar prepondera-se mais por uma instituição militar do que um órgão policial, cabendo a ela a segurança interna, bem como, se necessário, a defesa do território nacional. Deste modo, a Polícia Militar tem poderes duplos, isto é, proceder como órgão da Segurança Pública e, simultaneamente, poderá atuar como força auxiliar e reserva do Exército (LOUREIRO, 2004). 
Foureaux (2018, p.1) discorre muito bem sobre a previsão constitucional das Polícias Militares, nos seguintes termos:
Portanto, as polícias militares e o corpo de bombeiros militares são forças reservas e auxiliares do Exército, por disposição expressa da Constituição Federal (art. 144, § 6º) e o Exército é força reserva e auxiliar das polícias militares e o corpo de bombeiros militares por disposição expressa da Lei Complementar 97/99 (arts. 15, § 2º, 16 e 16-A) e implícita da Constituição (art. 142).
As Polícias Militares são estruturadas a similitude do Exército Brasileiro, com subsistência de companhias, pelotões e batalhões. Quanto a hierarquia tem modelo análogo ao Exército Brasileiro sendo composta por dois grupos diferentes: os praças e os oficiais (LOUREIRO, 2004). Além disso, as Polícias Militares rege-se pelo Código Penal Militar e pelo Código de Processo Penal Militar, assim como as instituições militares federais (LOUREIRO, 2004).
Entretanto, Loureiro (2004) destaca que as Polícias Militares no dia a dia não realizam funções parecidas ao Exército Brasileiro. Embora as patentes e graduações das Polícias Militares se assemelham às existentes no Exército Brasileiro, excetuando os postos de oficiais generais (FILHO, 2013). Cumpre destacar, que a Polícia Militar, por lei, é força auxiliar do Exército, porém possuem condições de militares dos Estados (FILHO, 2013).
Diferente das Forças Armadas as Polícias Militares não se submetem às mesmas exigências hierárquicas e disciplinares, tendo em vista as atividades laborais distintas (SANTAREM; PINTO, 2011). A atividade Policial Militar é perigosa, contudo necessária, por isso necessário se faz um treinamento diferenciado com relação aos militares das Forças Armadas (SANTAREM; PINTO, 2011)
3.2 Subordinação da Polícia Militar aos Governadores 
As Polícias Militares subordinam-se aos governadores dos Estados, conforme preleciona o artigo 144, § 6º da Constituição Federal de 1988 (FILHO, 2013). A propósito, vejamos o que prescreve o § 6º da CF/88:
Art. 144.  (...)
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (grifo nosso)
A Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrida em 19 de setembro de 1997, versa com muita sabedoria sobre essa questão:
(...) Quanto à subordinação, às polícias estaduais, tanto "militares" quanto civis, subordinam-se aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Artigo 144, parágrafo 6 da CF). O chefe das polícias estaduais é o Secretário de Segurança Pública, auxiliar direto do Governador e responsável pelos atos que pratica ou referenda no exercício de seu cargo. (RIEDEL, 2011, p.1)
A Administração Pública estadual tem como líder maior o governador, chefe do poder executivo estadual;desse modo, os governadores, figura como comandante em chefe das Polícias Militares (SOUZA JUNIOR, 2013). Neste Sentido, observa-se Souza Junior (2013, p.1):
Em relação às atribuições administrativas, ao Governador de Estado, na qualidade de Comandante em chefe da Polícia Militar, compete, em regra, a destinação de recursos financeiros e meios logísticos, nomeação, promoção, conferência de carta patente (título de investidura no oficialato), atos de movimentação de efetivo, além da decisão, em última instância, dos requerimentos e recursos apresentados pelos militares. 
Cabe lembrar que as Polícias Militares se sujeitam às ordens do Secretário de Segurança Pública do Estado pertencente o órgão policial (LOUREIRO, 2004). Ficando, por assim dizer, as Polícias Militares adstritas aos governadores dos Estados, tendo em vista que são estes que nomeiam aqueles (LOUREIRO, 2004). 
Ao tratar sobre o comandante das Polícias Militares, Souza Junior (2013, p.1), estabelece que:
Importante ressaltar que, nos estados da federação e no Distrito Federal, a operacionalização das polícias compete aos Comandantes-Gerais (Polícias Militares) e aos Chefes das Polícias Civis (ou autoridade equivalente,dada a particularidade da organização administrativa de cada Estado). Assim, no que se refere à Polícia Militar, toda a doutrina de emprego operacional, ações e operações de policiamento ostensivo e gestão interna (administrativa) da Corporação serão atribuídas aos seus respectivos comandantes, pois estas são as autoridades detentoras do conhecimento técnico alusivo ao preparo do efetivo e à manutenção da ordem pública.
Conforme ressaltado acima, se faz necessário o comandante geral da Polícia Militar ser escolhido entre os membros da própria corporação, uma vez que estes é que detém o conhecimento técnico a respeito das diversas funções que envolve a Polícia Militar (SOUZA JUNIOR, 2013).
CONCLUSÃO
A Polícia Militar têm suas funções fundamentais estabelecidas na Constituição Federal 1988, lei Maior da Nação brasileira. Considerada, também, Constituição Cidadã em razão do viés democrático, de igual forma, a Polícia Militar também é uma instituição democrática, pois está inserida na Constituição referida para estabelecer a paz na sociedade e garantir a preservação das instituições democráticas.
A Polícia Militar surgiu da necessidade de segurança e paz na sociedade colonial. As raízes históricas deste órgão, por sua vez, se confundem, em todos os Estados, com sua própria história. Evoluindo com o tempo as Forças militares dos Estados ganhou importância e de tal modo foi edificando suas competências. Com o estabelecimento da Constituição da República Federativa de 1988 suas funções ficaram muito bem delimitadas no art. 144, § 5º.
Toda instituição no Estado brasileiro tem uma função específica, e a Polícia Militar não é diferente. Estabelecida nos princípios de hierarquia e disciplina (art. 42, CF/88), subordinado aos Governadores dos Estados da Federação ( art. 144, § 6º), compete-lhe atuar no âmbito da Segurança Pública (art. 144, V), como polícia administrativa, visando estabelecer a ordem e a segurança do cidadão e das instituições, através da atividade da polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, conforme dita o artigo 144, § 5º, ressalvadas ainda, as funções residuais que a Polícia Militar precisa realizar em caso de falência ou inoperância de outros órgãos da Segurança Pública.
Além das funções debatidas, a Polícia Militar é força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro em casos excepcionais, na qual será necessária a sua mão de obra ante qualquer ameaça externa. Nota-se que a Polícia Militar é um braço forte do Estado na qual está a disposição 24 (vinte e quatro) horas por dia, com o fim de proteger o bem maior da Nação: a vida dos seus membros e de suas instituições. Em suma, a Polícia Militar é função de Estado indispensável a concretização da ordem e tranquilidade na sociedade, pois, em termos de serviço público, o Policial Militar, em situações de emergência, é o membro do Estado mais próximo ao cidadão.
Por fim, vejamos que há todo uma gama de ações onde a Polícia Militar, em todas as unidades da Federação, cumpre o seu papel, pois é uma instituição que tem suas funções com base na ordem constitucional vigente em 1988, pois a Constituição Federal de 1988 limita a sua atuação através dos princípios constitucionais, sendo que das agências públicas de prestação de serviços do Estado à população, a Polícia Militar constitui presente em todo o território nacional, através dos seus numerosos membros, cuja missão é manter a paz e a ordem na sociedade. 
REFERÊNCIAS
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informações e documentação: referências: elaboração. Rio Janeiro. 2018. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: Informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito Apresentação. Rio Janeiro. 2003. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 10520: Informações e documentação: citação em documentos: apresentação. Rio Janeiro. 2002. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informações e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio Janeiro. 2002.
______. Decreto n. 6.880, de 09 de dezembro de 1980. Dispõe Sobre o Estatuto dos Militares. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6880.htm>. Acesso: 16 maio. 2019.
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