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Metabolismo dos Carboidratos Disciplina: Bioquímica Metabólica Profº: Gregório F. Gonçalves Hidratos de carbono ou glicídeos (aldeidos ou cetonas). Digestão e absorção dos carboidratos Digestão e absorção dos carboidratos As quebras ocorrem sequencialmente em diferentes segmentos do trato gastrointestinal por reações enzimáticas: α-Amilase salivar: hidrolisa as ligações glicosídicas α(1→4), com a liberação de maltose e oligossacarídeos. α-Amilase pancreática: produz maltose e dextrina – contém em média oito unidades de glicose com uma ou mais ligações glicosídicas α(1→6). Certa quantidade de isomaltose (dissacarídeo) também é formada. Enzimas da superfície intestinal Digestão e absorção dos carboidratos A glicose é o centro do metabolismo dos carboidratos, pois praticamente todos os glicídios podem ser convertidos em glicose. Contudo, pode ser tóxica e assim causar lesão tecidual. Diabetes Aterosclerose Hipertensão Doença renal Cegueira Quase todas as células são capazes de atender as suas demandas energéticas apenas a partir da glicose. A glicose constitui uma fonte de energia livre, que pode ser conservada como ATP. Transporte de glicose para dentro da célula Transporte por difusão facilitada Grupo de 14 transportadores de glicose encontrados nas membranas celulares que apresentam especificidade tecidual. Transporte de glicose para dentro da célula Transporte da glicose nos eritrócitos Transporte de glicose para dentro da célula Sistema de co-transporte monossacarídeo-sódio Requer energia e transporta a glicose contra um gradiente de concentração. Transporte em células epiteliais do intestino, túbulos renais. A glicose no sangue aumentada, estimula as células β das ilhotas pancreáticas a secretar insulina. Tecido adiposo e tecido muscular Vias principais de utilização da Glicose Matriz extracelular e polissacarídeos de parede celular Síntese de polímeros estruturais Principais vias de utilização da Glicose Oxidação completa da glicose aeróbica Citoplasma Mitocôndria As reações são catalisadas por desidrogenases, que utilizam como coenzimas NAD+ e FAD. Coenzimas na via glicolítica Da oxidação das coenzimas envolvidas pelo oxigênio resulta a síntese da maior parte do ATP obtido pela oxidação da glicose. Glicólise ou Via Glicolítica A glicólise é a única fonte de energia metabólica em alguns tecidos e células. Eritrócitos Medula renal Cérebro Esperma Etapas fundamentais da glicólise Fase Preparatória Fase de Pagamento 1. Fosforilação da glicose Fase Preparatória Enzimas cinases catalisam a transferência do grupo fosfato do ATP. A hexocinase muda sua forma quando se liga a glicose. Forma estrutural em U Alteração de conformação induzida pela ligação da d-glicose HEXOQUINASE Hexoquinase: atua sobre a glicose, frutose e manose no músculo. Glicoquinase: atua sobre a glicose no fígado e pâncreas 2. Conversão da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato Fosfohexose transforma uma aldose em cetose Fase Preparatória 3. Fosforilação da frutose 6-fosfato em frutose 1,6-bisfosfato Fase Preparatória OBS: Essa reação é Irreversível. 4. Clivagem da frutose 1,6- bisfosfato Fase Preparatória Quebra da molécula liberando duas trioses. 4. Clivagem da frutose 1,6- bisfosfato 5. Interconversão das trioses fosfato Fase Preparatória 6. Oxidação do gliceraldeído 3-fosfato em 1,3-bisfosfoglicerato Fase de Pagamento 7. Transferência do fosfato do 1,3-bisfosfoglicerato para o ADP Fase de Pagamento 8. Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato Fase de Pagamento 9. Desidratação do 2-fosfoglicerato em fosfoenolpiruvato Fase de Pagamento 10. Transferência de grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP Fase de Pagamento Tautomerização Balanço final da glicólise Oxidação do Piruvato Onde Ocorre? Introdução O Piruvato pode seguir dois caminhos diferentes após a sua formação, dependendo das condições do meio: Em condições Anaeróbias: - Formam-se produtos de Fermentação. Em condições Aeróbias: - Forma-se a Acetil-CoA que vai entrar no Ciclo de Krebs. Destinos do piruvato Conversão do Piruvato a Acetil-CoA Conversão do Piruvato a Acetil-CoA A formação de Acetil-CoA a partir do piruvato depende de um complexo multienzimático, denominado Complexo Piruvato Desidrogenase, composto por: - 3 enzimas: piruvato desidrogenase, diidrolipoil transacetilase e diidrolipoil desidrogenase. - 5 coenzimas: TPP(tiamina), CoA (Vit B5), NAD+ (Vit B3), FAD (riboflavina) e ácido lipóico. Enzimas Intervenientes E1 – Piruvato desidrogenase – contêm como grupo protótico o Pirofosfato de Tiamina. E2 – Dihidrolipoil transacetilase – tem o ácido lipóico ligado covalentemente à cadeia lateral de um resíduo de lisina. E3 – Dihidrolipoil desidrogenase – é uma Flavoproteína (FAD) ( Fatores da Reação: Coenzima A e o NAD+) Oxidação do Piruvato em Condições Anaeróbias - As fermentações são sistemas auto-suficientes porque independem de outras vias para regenerar a coenzima NAD+ que utilizam. Glicólise Anaeróbica – Fermentação Fermentação Alcoólica Fermentação Alcoólica Onde ocorre: Levedura e algumas bactérias. Piruvato descarboxilase NADH + H+ NAD+ Etanol (CH3CH2OH) Álcool desidrogenase Fermentação Lática O piruvato recebe o elétron do NADH, reduzindo-se a lactato. Onde ocorre: Microrganismos, hemácias, fibras musculares brancas e vermelhas sob contração vigorosa. Curiosidade!!!!! Quando as fibras vermelhas são submetidas à um esforço intenso, o oxigênio trazido pela circulação torna-se insuficiente para promover a oxidação da grande quantidade de NADH resultante do trabalho muscular, e a célula muscular fica submetida a uma anaerobiose relativa. A oxidação do NADH pelo piruvato gera lactato, permitindo que, pela regeneração do NAD+, a glicólise possa prosseguir, formando ATP. Lactato se acumula no músculo → ↓pH intracelular → dores, cãibras Balanço Energético da Glicólise Nota: 1 NADH = 3 ATP 2 NADH (Reação catalisada pela Desidrogenase do Gliceraldeído 3-P). +2 ATP (Reação catalisada pela Piruvatocinase). +2 ATP (Reação catalisada pela Fosfogliceratocinase). -2 ATP (Necessários para as reações catalisadas pela Hexocinase e Fosfofrutocinase). 8 ATP Controle da via glicolítica O grau de conversão de glicose para o piruvato é regulado, de forma a satisfazer as necessidades celulares (manter suprimento de ATP e intermediários biossintéticos - INSULINA). A necessidade glicolítica varia de acordo com os diferentes estados fisiológicos (após as refeições ≠ jejum). Enzimas regulatórias (reações irreversíveis pois deslocam o equilibrio): - Hexocinase - Fosfofrutocinase - Piruvato cinase Controle da via glicolítica Controle da via glicolítica Porque AMP e não ADP? Adenilato cinase ADP + ADP ATP + AMP Controle da via glicolítica Obs.: A piruvato cinase e inativada por glucagon (no fígado). A insulina aumenta a concentração de piruvato cinase. Controle da via glicolítica Deficiência de piruvato cinase e anemia hemolítica Eritrócitos dependem da glicólise para produção de ATP. Bomba Na+/K+ mantêm a forma de disco bicôncavo dos eritrócitos. Sem ATP os eritrócitos incham e se rompem – anemia hemolítica. A deficiência na enzima é rara, mas é o defeito genético mais comum da glicólise que causa a doença. É efetuadoprincipalmente por dois hormônios sintetizados pelo pâncreas: a insulina e o glucagon. Controle hormonal da via glicolítica A insulina estimula: Entrada de glicose no músculo Promove o aumento na síntese das enzimas glicocinase, fosfofrutocinase−1 e piruvato cinase Síntese de glicogênio Síntese de triacilglicerídeos pelo tecido adiposo Inibe a degradação do glicogênio e a gliconeogênese Controle hormonal da via glicolítica O glucagon estimula: Promove a redução na síntese das enzimas glicocinase, fosfofrutocinase−1 e piruvato cinase Degradação do glicogênio e a absorção de aminoácidos gliconeogênicos Inibe a síntese do glicogênio Promove a libertação de ácidos graxos (em nível do tecido adiposo). Controle hormonal da via glicolítica Falhas da via glicolítica Diabetes Mellitus - falta de insulina ou resposta inadequada a insulina. - diminuição de glicose no músculo - diminuição da atividade da glicocinase Acidose lática - diminuição da glicólise aeróbica. - aumenta lactato sanguíneo, acidose - exercício físico intenso - Uso de FENFORMINA (diabetes tipo 2 - inibe complexo I da CTE). Infarto cardíaco - falta de O2, glicólise anaeróbica. - acidificação, dor Outros carboidratos fornecedores de energia Via Glicolítica Entrada da frutose e galactose na via glicolítica Não há vias catabólicas para metabolizar frutose e Galactose. Conversão em intermediários da via glicolítica. Metabolismo da frutose Ocorre principalmente no fígado. Em outros tecidos, a frutose pode ser convertida em frutose 6- fosfato pela hexocinase. Metabolismo da frutose Metabolismo da frutose Patologias associadas ao metabolismo da frutose Frutosúria essencial - Deficiência da atividade da enzima frutocinase. - Hereditária. Sintomas: Frutosemia, frutosúria, poliúria, desidratação. Tratamento: eliminar ou restringir a frutose da dieta (doença de evolução benigna). Patologias associadas ao metabolismo da frutose Intolerância hereditária à frutose - Deficiência da atividade da frutose 1-fosfato aldolase (aldolase Tipo B). - Acumulo da frutose 1-P inibe a frutocinase (causa lesão renal com distúrbios funcionais). Sintomas: Frutosemia, frutosúria, hipoglicemia, paciente desenvolve rejeição a alimentos ricos em frutose, dor abdominal e vômitos. Tratamento: eliminar a frutose e sacarose da dieta. Metabolismo da galactose Metabolismo da galactose Ocorre no fígado. Conversão de galactose em galactose-1-fosfato. Epimerização da galactose em glicose. Patologias associadas ao metabolismo da galactose Galactosemia - Deficiência da galactose 1-fosfato uridil transferase. - Acumulo da galactose 1-P inibe a galactocinase. Sintomas: Galactosemia, galactosúria, poliúria, desidratação, catarata, hepatomegalia e retardamento mental. - Verificada no teste do pezinho. Tratamento: retirada da lactose da dieta.
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