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A Reforma trabalhista e seus impactos ao trabalhador

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jusbrasil.com.br
17 de Fevereiro de 2020
A Reforma trabalhista e seus impactos ao trabalhador
 
 
Quando pensamos em reforma vem a cabeça a ideia de melhora,
assim deveria ser, no entanto ao analisar-se a Lei 13.467 de 13 de
julho de 2017, denominada de reforma trabalhista, a percepção
de mudança atinge uma finalidade inesperada e danosa ao
trabalhador.
Os impactos foram colossais e ainda permanecem no
desconhecimento de grande parte desses trabalhadores, vez que a
mídia não vincula a real situação, sabe-se e tornou-se evidente o
objetivo de tal reforma a segurança jurídica, o interesse dos
empresários e uma possível forma de gerar empregos, tais são os
argumentos dos congressistas.
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
No entanto, ao avaliar e detalhar os impactos que a reforma
trabalhista trouxe em relação a temas como: formas de
contratação, flexibilização da jornada, rebaixamento da
remuneração, alteração nas normas de saúde e segurança do
trabalho, fragilização sindical e limitação do acesso à Justiça do
Trabalho, nota-se uma desconstrução de direitos no direito
material, que será exposta a seguir.
1.1 Extinção das horas in itinere
Antes da reforma o empregador pela súmula 90 do TST era
“penalizado” a pagar horas in itinere ao empregado em lugar de
difícil acesso, sem condução coletiva, que utilizasse transporte da
empresa para ir o trabalho
Apesar de parecer um regresso e foi, não era razoável pungir o
empregador que colocava à disposição do empregado o
transporte para se locomover até o local de trabalho e para
retornar.
Nesse sentido, a Egrégia Segunda Turma do Tribunal Regional
do Trabalho da 12ª Região, antes mesmo da edição da lei
10.243 de 19/06/01. Aduziu que:
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/100340/lei-10243-01
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
A visão moderna do direito do trabalho é incompatível com o
reconhecimento de horas in itinere. O transporte assegurado pela
empresa ao empregado deve ser aplaudido ao invés de onerá-la
ainda mais, o que não se sustenta nem legal nem socialmente,
porquanto os lugares de difícil acesso ou 'não servidos por
transporte regular' deixam de sê-lo diante da condução oferecida.
Ademais, conflita com o bom senso jurídico o inexplicável
entendimento de que empregados que se valham não raro de
mais de uma condução para alcançar o seu local de trabalho não
sejam beneficiados com a jornada in itinere, enquanto é
reconhecida àqueles que são transportados das suas casas até o
local de trabalho, em condução especial. Ac. TRT 12ª Reg. 2ª T
(Proc. 3308/91), Rel. Juiz Hemut A. Schaarschimidt,
Synthesis nº 16/93, p. 252)".
O avanço na reforma trabalhista foi na direção apontada no
acórdão, sendo fixado e estabelecido no artigo 58§ 2ºda lei
13.467/17:
o tempo de deslocamento do empregado ao posto de trabalho e
para o retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,
inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do
empregador.
1.2 Trabalho em regime de tempo parcial
A Reforma Trabalhista modificou o art. 58-A da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT). Este dispositivo é o que define o trabalho
em regime de tempo parcial.
Antigamente o contrato de trabalho em regime de tempo parcial
limitava a jornada semanal de 25 horas. Após a Reforma existem
duas possibilidades:
a) 30 horas semanais, sem hora extra;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981366/artigo-58a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
b) 26 horas semanais, com limite de até seis horas extras.
Muito embora a lei se omita sobre o limite diário de horas de
trabalho, entendemos que deve ser adotada a regra geral. Desta
maneira, não pode haver trabalho superior a oito horas mais o
limite de duas extras. Conforme preceitua o art. 59 da CLT sobre
as horas extras.
Destaca-se que as horas extras devem ser pagas com adicional
mínimo de 50% (§ 3º do art. 58-A da CLT). Há a possibilidade de
compensação de horas extras, desde que até a semana
imediatamente posterior (§ 5º do novo art. 58-A).
“Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial
aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele
cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a
possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares
semanais.
§ 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal
normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por
cento) sobre o salário-hora normal.
§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo
parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão
consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no
§ 3o, estando também limitadas a seis horas suplementares
semanais.
§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal
poderão ser compensadas diretamente até a semana
imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a
sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso
não sejam compensadas.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759850/artigo-59-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/173000292/par%C3%A1grafo-3-artigo-58a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981366/artigo-58a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo
parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito
em abono pecuniário.
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo
disposto no art. 130 desta Consolidação.” (NR)
Tal alteração tende a ocasionar a contratação de trabalhadores
em regime parcial, em detrimento do regime integral, visto que
para o empregador uma das modalidades abarca a possibilidade
de pagar apenas por trinta e duas horas semanais ao invés de
quarenta e quatro horas semanais, ou seja o empregado vai
trabalhar menos mas também vai receber menos, nota-se uma
alteração material que beneficia o empregador.
1.3 Banco de horas
Antes da reforma era necessário acordo coletivo para
implementação do banco de horas, com a reforma, o Banco de
Horas pode ser convencionado com o empregado para
compensação em até 6 meses. As regras ficam definidas pelo
“acordo entre o empregado e o empregador”, conforme dispositivo
59:
§ 5o O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser
pactuado por acordo individual escrito, desde que a
compensação ocorra no período máximo de seis meses.
§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido
por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no
mesmo mês.” (NR)
Tal mudança também reflete a tendência a se facilitar ao
empregador que com tal modificação, não precisara pagar horas
extras.
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
1.4 Escala de revezamento
Antes da reforma trabalhista a jornada 12x36 era admitida
apenas quando prevista em lei ou instrumento normativo
decorrente de negociação coletiva.
Com a Lei 13.467/2017, a jornada 12x36 passa ser facultada às
partes através de acordo individual escrito,convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho.
Isto é, se antes era necessário lei ou negociação coletiva, a partir
da vigência da reforma trabalhista poderá se estabelecer a
jornada 12x36 também por contrato individual, desde que escrito.
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação,
é facultado às partes, mediante acordo individual escrito,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer
horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis
horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
Outrossim, a remuneração mensal estabelecida nesse tipo de
jornada deve abranger os pagamentos devidos pelo descanso
semanal remunerado assim como e pelo descanso em feriados,
serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de
trabalho noturno de que tratam o art. 70 e § 5º do art. 73 da CLT,
sempre que houver.
Cabe destacar que os intervalos intrajornadas (repouso e
alimentação), podem ser usufruídos ou indenizados.
Desta forma, a súmula 444 do TST fica superada:
Súmula nº 444 do TST
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/173000278/artigo-59a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759850/artigo-59-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758787/artigo-70-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758323/par%C3%A1grafo-5-artigo-73-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758520/artigo-73-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE
12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26
e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido
no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em
26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de
trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada
exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou
convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em
dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao
pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima
primeira e décima segunda horas.
Assim como outras mudanças previstas feitas pela Lei
13.467/2017, a expansão da jornada 12x36 para quaisquer
atividades, por meio de acordo individual escrito, é passível de
questionamento quanto à constitucionalidade. Uma vez que a
letra da Constituição Federal é clara quando diz que a duração do
trabalho não pode ser superior a oito horas diárias, sendo que as
exceções devem ser feitas mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho.
Em suma, é importante destacar que a jornada 12x36 também
poderá ser estabelecida no contrato de trabalho doméstico,
mediante acordo escrito entre patrão e empregado.
1.5 Teletrabalho
A CLT, no art. 62, exclui do direito às horas extras e, de demais
direitos que regulamentam a duração do trabalho, os
trabalhadores que atuam externamente, sem possibilidade de
controle de horário, e aquele que exerce cargo de confiança.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759319/artigo-62-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
A Reforma trabalhista com o artigo 75 B, excluiu o direito as
horas extras do empregado que realiza seu trabalho em casa,
retirando destes o controle de jornada. Nota-se outra mudança
que retirou direitos do trabalhador e beneficiou tão somente o
empregador.
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador, com
a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que,
por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.
Art. 62....
III - os empregados em regime de teletrabalho.
1.6 Não concessão de intervalo interjornada
Antes da vigência da Lei da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/17)
quando o empregador não concedia parcialmente o intervalo
intrajornada, era forçado a pagar o tempo legal total a título de
horas extras acrescido do percentual de 50%. na forma do
entendimento constante da Súmula nº 437, I, do TST:
SÚMULA Nº 437. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO
E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão
das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da
SBDI-1) I – Após a edição da Lei no 8.923/94, a não concessão ou
a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento total do período correspondente, e não apenas
daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da
CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103518/lei-8923-94
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
Não obstante, o item III da Súmula 437 do TST e a OJ nº 355, da
SDI-1, do TST, ponderavam a essa obrigação caráter salarial,
que resultava na integração à remuneração para todos os efeitos
legais, inclusive a incidência de imposto de renda e contribuições
previdenciárias:
SÚMULA Nº 437. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO
E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão
das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da
SBDI-1). III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art.
71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei no 8.923, de 27
de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo
empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas
salariais.
OJ Nº 355. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA.
HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. Art.
66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT.
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art.
66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no
§ 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se
pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do
intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
A alteração da redação do § 4º, art. 71 da CLT, implicou na
mudança para que o pagamento apenas da diferença, que
tenha natureza indenizatória:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758617/par%C3%A1grafo-4-artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103518/lei-8923-94
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759018/artigo-66-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758617/par%C3%A1grafo-4-artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10759018/artigo-66-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758617/par%C3%A1grafo-4-artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
Art. 71. § 4ºA não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento, de natureza indenizatória,apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)
sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho
.
Tal alteração corrobora para uma deforma nos direitos
trabalhistas.
1.7 Dano extrapatrimonial
A reforma trabalhista dispõe que o dano extrapatrimonial
refere-se à lesão moral ou existencial, tal indenização passa a
ter limites máximos de pagamento, considerando
especialmente a natureza da afronta e o último salário
contratual do trabalhador prejudicado.
Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a
ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes
parâmetros, vedada a acumulação:
1. Ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário
contratual do ofendido;
2. ofensa de natureza média, até cinco vezes o último
salário contratual do ofendido;
3. ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário
contratual do ofendido;
4. ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o
último salário contratual do ofendido.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10758754/artigo-71-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/?ref=logo
A reforma trabalhista implementou uma hierarquia
existencial de seres humanos. Como se quem percebesse um
salário maior sofresse um dano maior, uma notória regressão
a uma cultura escravocrata, e explicito dano aos direitos do
trabalhador.
1.8 Contrato intermitente
Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no
qual a prestação de serviços, com subordinação, não é
contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em
horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade
do empregado e do empregador, com exceção aos aeronautas,
regidos por legislação própria.
O contrato de trabalho intermitente é celebrado por escrito e
precisa conter especificamente o valor da hora de trabalho,
esta não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo
ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento
que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou
não.
“Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser
acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para
prestação de trabalho intermitente.
§ 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho
no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é
contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em
horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador, exceto para os
aeronautas, regidos por legislação própria.” (NR)
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1.9 Parcelas que não integram o salário
A reforma fez um enxugamento nas parcelas que
caracterizavam o salário do empregado. Percebe-se a
diferença do antigo § 1º, do art. 457, da CLT para o atual pós-
reforma trabalhista:
Antes da Reforma:
Art. 457 (...).
§ 1o - Integram o salário não só a importância fixa
estipulada, como também as comissões, percentagens,
gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos
pagos pelo empregador.
Após a Reforma:
Art. 457......................
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de
ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu
pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e
abonos não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base
de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário.
Assim, não integram salário: as ajudas de custo; o auxílio
alimentação (desde que não pago em dinheiro); diárias para
viagem (independentemente do valor); prêmios e abonos.
Desta maneira, conforme a reforma trabalhista, e em acordo
com as regras mantidas na CLT, não possuem natureza
salarial:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713424/par%C3%A1grafo-1-artigo-457-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713471/artigo-457-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
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1. Gorjetas (possui natureza remuneratória, e não salarial);
2. Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
3. Ajuda de Custo;
4. Auxílio-Alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
5. Diárias para Viagem (independentemente do percentual
pago);
6. Prêmios;
7. Abonos;
8. Abono de Férias (só terá natureza de salário se o abono
de férias ultrapassar ao montante correspondente a 20
dias do salário do empregado).
Em conclusão a esta temática, fácil é perceber que, por não
possuírem natureza salarial, tais parcelas não servirão de
base de cálculo para nenhuma verba trabalhista, daí incide a
crítica à inovação realizada, pois clara é a ideia de retirada de
direitos do trabalhador.
1.10 Equiparação salarial
A nova redação do artigo 461 da CLT supre a expressão “na
mesma localidade” pela “no mesmo estabelecimento”. Se
antes empregados de uma empresa trabalhando na mesma
função em estabelecimentos diferentes dentro da mesma
cidade não podiam ter diferenças de salário, com alteração
isso será possível, visto que a equiparação salarial foi
restringida a empregados de um mesmo estabelecimento.
Outra alteração é que além da exigência da diferença de
tempo na função entre o trabalhador de salário menor e
aquele de salário maior ser inferior a dois anos, agora
também não pode haver diferença de tempo de vínculo de
emprego superior a quatro anos.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712674/artigo-461-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual
valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo
estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,
sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 1ºTrabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo,
será o que for feito com igual produtividade e com a
mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de
tempo de serviço para o mesmo empregador não seja
superior a quatro anos e a diferença de tempo na função
não seja superior a dois anos.
Se antes o limitador da equiparação era apenas o tempo na
função, agora além deste requisito deve ser respeitada a
diferença de tempo de serviço ao mesmo empregador inferior
a quatro anos, ou seja ficou mais difícil para o trabalhador
pleitear a equiparaçãosalarial.
1.11 Honorários
A Lei 13.467/2017 adicionou ao artigo 791-A a Consolidação das
Leis do Trabalho permitindo a condenação em sucumbência a
parte perdedora da ação, ou em relação a parte da ação em
que foi vencida.
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
Agora, o reclamante que perder uma ação, ainda que de
forma parcial será responsabilizado pelo pagamento dos
honorários advocatícios da parte contrária. Mesmo sendo
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17
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beneficiário da Justiça Gratuita não ficará livre de pagar por
honorários de sucumbência.
Não obstante, se tiver créditos a receber ainda que seja em outro
processo os honorários advocatícios serão cobrados. Se não forem
encontrados créditos, a exigência do pagamento ficará suspensa,
podendo ser retomada se demonstrada que a situação do
reclamante se modificou. Após dois anos subsequentes ao trânsito
em julgado da decisão que as afirmou a impossibilidade da
cobrança a exigência será extinta.
Tal alteração na legislação provocará uma redução no número de
reclamações trabalhistas. A avaliação para o ingresso da ação
reclamatória terá que ser mais criteriosa pelos riscos do insucesso
da ação, que pode importar em custos para o reclamante. De
forma diversa, as empresas, também passam a ter um risco
maior, pois em caso de condenação agora também respondem por
honorários de sucumbência, antes não existente na justiça do
trabalho.
Referências
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Reforma trabalhista. Bahia:
Editora Juspodivm, 2017, 400 p
CORREIA, Henrique. CLT Comparada. Bahia: Editora Juspodivm,
2017, 496 p.
MARINONI,Luís Guilherme. Formação da Convicção e Inversão
do Ônus da Prova segundo as peculiaridades do caso concreto.
Disponível em:http://jus.com.br/artigos/8845/formacao-da-
conviccaoeinversao-do-onus-da-prova-segundo-as-peculiarid....
Acesso em:outubro de 2017
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43
http://jus.com.br/artigos/8845/formacao-da-conviccaoeinversao-do-onus-da-prova-segundo-as-peculiaridades-do-caso-concreto%3E
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