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1 Almox arife e Estoquista Sum á ri o Unidade 1 9 O mundO dO trabalhO Unidade 2 21 a OrganizaçãO dO trabalhO: taylOrismO, fOrdismO e tOyOtismO Unidade 3 43 O fenômenO da glObalizaçãO Unidade 4 55 O mercadO de trabalhO Unidade 5 67 almOxarife: tesOureirO dO rei? Unidade 6 87 estOque: um velhO cOnceitO? al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 9 unida d e 1 O mundo do trabalho Para que você compreenda o sentido do seu aprendizado, é importante iniciar sua formação por um percurso histórico no qual você conhecerá como surgiram as funções de almo- xarife e estoquista. Traçar esse caminho na História é rele- vante, pois aprendemos muito sobre a atualidade a partir do passado. Vamos começar refletindo: Será que o termo “logística” era comum há 20 anos? Caso você seja jovem, pergunte aos seus pais, parentes ou vizinhos se costumavam ouvir esse termo nos locais de trabalho, nos jornais e até mesmo entre amigos. Para começar a compreender o que faz um profissional na área de logística, é fundamental conhecer o cenário em que ela surgiu e se desenvolveu. Para tanto, nesta Unidade, vamos voltar no tempo e recuperar como o mundo do trabalho foi, gradualmente, sendo alterado, e passou a necessitar de novas funções que respondessem a contento às novas demandas de produção. Trabalho sem a exploração do homem pelo homem? Como você imagina o trabalho e a vida das pessoas antes de surgirem as máquinas? Como era a sociedade sem elas? Sempre existiu salário? Sempre existiu o lucro? No tempo em que as máquinas ainda não tinham sido inventadas, como a população trabalhava e se sustentava? Observe as pinturas do artista francês Jean-François Millet (1814-1875), que retratam a vida no campo, e tente responder a essas questões. 10 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Jean-François Millet. A colheita de batatas, 1855. Óleo sobre tela, 54 cm x 65,2 cm. Walters Art Museum, Baltimore, EUA. Jean-François Millet. O semeador, 1850. Óleo sobre tela, 101,6 cm x 82,6 cm. Museu de Belas Artes, Boston, EUA. © B ri dg em an Im ag es /K ey st on e © A lb um A rt /L at in st oc k al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 11 Desde as primeiras civilizações de que se tem notícia, o ser humano habitou o campo. As pessoas se ocupa- vam da agricultura, para produzir alimentos para seu próprio consumo, cultivando a terra e criando também animais para sobreviver com o que produziam. O ex- cedente, ou seja, o que sobrava dos alimentos destinados para sustento próprio, era trocado com outros campo- neses por produtos de que não dispunham. Dessa forma, um dava leite em troca do trigo, outro a carne pelas frutas e legumes e assim por diante. Acontecia o escambo, ou seja, uma troca entre as fa- mílias, cada uma delas preocupada com sua sobrevi- vência. Os poucos excedentes eram utilizados para serem trocados por outros produtos agrícolas ou outras mercadorias. A vida no campo era orientada pelos tempos da natu- reza: as estações do ano indicavam a melhor hora para plantar e colher; as marés, o momento para pescar etc. O tempo era usado para cuidar das necessidades da sobrevivência, mas controlado pelos próprios campo- neses. Nesse período predominava, portanto, o conceito de trabalho, que é diferente do conceito de emprego. Com o tempo, contudo, a formação de um mercado de consumo nas cidades e do comércio de produtos invadiu a vida cotidiana, dando lugar à exploração do homem pelo homem e tornando as condições de vida e de sobre- vivência no campo mais difíceis. Os proprietários de terras passaram a cultivar e a criar seus rebanhos de forma mais intensa e a comercializar a produção excedente, ou seja, aquela que sobrava depois de separar a parte desti- nada ao sustento próprio. Naquela época, as pessoas que não possuíam pequenos pedaços de terra ou o direito a utilizá-las para cultivo, ou não dominavam ofícios – aquelas que não eram mar- Trabalho: Atividade realiza- da por seres humanos que, na transformação da natu- reza, utiliza esforço físico e mental para a produção e, dessa forma, permite a so- brevivência. Emprego: Relação firmada entre o proprietário dos meios de produção – dono das fer- ramentas, terras, máquinas etc. – e o trabalhador. Nesse contrato, o empregador com- pra a força de trabalho, ou seja, paga um salário pelo trabalho realizado. Fonte: São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti, 2015. v. 1. 12 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 ceneiros, ferreiros, artesãos, soldados etc. – formavam a maioria da população e essas pessoas eram obrigadas a trabalhar para outras e obter em troca apenas alimento e uma instalação que servisse de moradia. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti, 2015. v 1. Revolução industrial e sociedade O fenômeno denominado revolução é um momento na História em que mudanças profundas ocorrem em várias esferas da sociedade, que envolvem a vida cotidiana, a política, a economia, a cultura e as relações sociais. Por- tanto, ao se falar de Revolução Industrial é importante considerar que, nessa época, não foi apenas o trabalho que mudou, mas sim um conjunto de situações e relações na sociedade. O fenômeno da Revolução Industrial ocorreu a partir do século XVIII (18) na Inglaterra, região rica em carvão mineral e ferro. Ela alterou profundamente o mundo, ocasionando grandes transformações no modo de pro- dução das mercadorias e no estilo de vida da população. Uma das principais modificações foi o uso do carvão para movimentar máquinas, que deu origem às máquinas a vapor. Tal fenômeno criou e revigorou a indústria têx- til. Começaram, assim, a surgir empregos em maior proporção nas cidades, provocando a migração de pes- soas do campo em direção a elas em busca de trabalho. Em consequência, a produção agrícola declinou, ao mes- mo tempo que aumentou a necessidade de abastecer as cidades. A agricultura, que até então era de subsistência, passou a ser uma atividade comercial, uma vez que pro- curava justamente gerar cada vez mais excedentes para serem comercializados nas cidades. Com frequência, associamos a palavra revolução a algum acontecimento muito conturbado. Pense em situações nas quais você emprega essa palavra no dia a dia. É comum que ela seja utilizada para expressar a confusão de um dia de mudança, de enchentes, de greve nos transportes etc. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 13 O ser humano sempre procurou ampliar ou substituir sua força por meio do uso de instrumentos e pelo uso das forças de que dispunha na natureza: dos animais, das águas e dos ventos. © A lb um /a kg -im ag es /L at in st oc k © A lb um A rt /L at in st oc k © D e A go st in i P ic tu re L ib ra ry /G lo w Im ag es 14 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Se tiver oportunidade, faça uma busca na internet e assista à abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, que ocorreram em Londres, na Inglaterra. O tema foi a transição da agricultura à indústria, pela qual o país passou. Era o campo dando lugar às chaminés e agricultores se transformando em operários. Os trabalhadores do campo começaram a deslocar-se para as cidades em busca de trabalho nas novas indústrias. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti, 2015. v. 1. Atividade 1 Situando a Revolução induStRial 1. Observe o mapa a seguir e procure localizar a Inglaterra, um dos países que compõem o Reino Unido. Caso tenha dificuldade, faça o exercício na biblioteca ou em um laboratório de informáticae consulte um atlas. © C at he ri ne Iv ill /A M A /M at th ew A sh to n/ A M A S po rt s P ho to /C or bi s/ L at in st oc k © s am pi cs /C or bi s/ L at in st oc k al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 15 2. Quais são as principais características da Revolução Industrial? Escreva sua resposta e discuta com os colegas. 55º N 10º O 0º M erid iano d e G reenw ich Fonte: Atlas of the World. Londres: Times Books, 1995 © P or ta l d e M ap as Mapa original. 16 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 A Grã-Bretanha é uma ilha da Europa que abriga a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. O Reino Unido é um agrupamento político que congrega os países da Grã-Bretanha mais a Irlanda do Norte. As relações entre Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte com o Reino Unido são semelhantes às que definem os governos federalistas: há um poder soberano central e autonomia relativa nas unidades constituintes. Já a Escócia tem um autogoverno limitado, submetido ao Parlamento britânico. Reginaldo Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universi- dade Católica de São Paulo. VICHESSI, Beatriz; MERCATELLI, Veridiana. Qual é a diferença entre Inglaterra, Grã-Bretanha e Reino Unido? Nova Escola. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/geografia-diferenca- inglaterra-gra-bretanha-reino-unido-450810.shtml>. Acesso em: 23 abr. 2015. Da manufatura à mecanização da produção A palavra manufatura, originária do latim, é composta por manu, mão, e factura, feitio − a produção feita com as próprias mãos. A composição da palavra, ou seja, sua etimologia, refere-se à fabricação manual de produtos, portanto, sem o uso de máquinas e sim de ferramentas. Com o tempo, o termo passou a ser empregado com sentido mais amplo referindo-se também à fabricação de qualquer produto feito pela indústria com a utilização de máquinas. É importante compreender que a manufatura na época da Revolução Industrial teve como principal característica a divisão social do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em apenas uma parte da produção de mercadorias. Por exemplo: um operário pregava a roda e fazia só isso durante todo o dia de trabalho. Por essa razão, o trabalho era chamado de especializado. A invenção da máquina a vapor permitiu às indústrias um salto significativo na pro- dução, pois o trabalho feito anteriormente de maneira artesanal era lento e heterogêneo. Se eu moldo o barro para fazer um jarro, o próximo que fizer poderá ser semelhante, mas nunca ficará idêntico ao primeiro. As máquinas, contudo, oferecem a possibili- dade de tornar os produtos homogêneos. Além disso, o tempo de produção torna-se mais curto. Sendo assim, o proprietário passa a produzir mais, vender mais, lucrar mais e necessitar de menos trabalhadores, provocando demissões. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 17 Foi nesse período de mecanização que nasceu a ideia de emprego, pois o emprega- dor passou a pagar o trabalhador pelo dia trabalhado. Nesse contexto, os campo- neses foram expulsos de suas terras e as cidades, que concentravam as manufaturas, receberam muitos trabalhadores. Como não havia emprego para todos, a pobreza e a fome se alastraram entre a população. Se, de um lado, a produção crescia, de outro, as condições de trabalho e de vida da população que havia saído do campo em busca de emprego nas cidades eram mui- to difíceis. Veja como eram as condições de trabalho nesse período: • os salários eram baixos; • as fábricas contratavam principalmente mulheres e crianças, sobretudo porque os salários que elas recebiam eram ainda menores do que os pagos aos homens. A estes eram destinadas as funções que dependiam da força física; • as crianças eram recrutadas em orfanatos, a partir de quatro anos de idade, para o trabalho na indústria têxtil; • os trabalhadores não tinham direitos vinculados ao emprego, como férias, des- canso semanal, nem mesmo um contrato de trabalho; • a jornada diária de trabalho chegava a 16 horas; • os empregados estavam sujeitos a castigos físicos e as trabalhadoras eram, com frequência, violentadas pelos capatazes. Fiação de algodão em Londres, Inglaterra, em 1820. As primeiras indústrias empregavam a força de trabalho feminina e infantil. © N M P F T /S ci en ce & S oc ie ty P ic tu re L ib ra ry / E as yp ix 18 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 No entanto, se os proprietários dos meios de produção impunham essas condições aos trabalhadores, estes, por sua vez, também reagiam contra isso. Apesar da pobre- za e da fome, os empregados das indústrias começaram a se organizar, a fim de melhorar as condições de trabalho, até mesmo com o uso da força, como fez o mo- vimento ludista (ou luddita) no início do século XIX (19). Esse movimento caracterizou-se por uma iniciativa dos operários de quebrarem as máquinas dentro das fábricas, como forma de protesto contra as péssimas condições de trabalho. Ned Ludd teria inspirado o movimento de revolta entre aqueles que acreditavam que as máquinas eram responsáveis pela falta de emprego para todos. Os operários quebravam as máquinas, pois as consideravam geradoras do desemprego. Atividade 2 MaquinaRia e eMpRego 1. Em grupo, discutam o que compreenderam sobre as condições de trabalho na época da Revolução Industrial. Registre aqui as principais ideias debatidas. © M ar y E va ns /D io m ed ia al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 19 2. Agora, respondam às seguintes questões: a) Vocês consideram que as máquinas eram responsáveis por não haver emprego para todos? Por quê? b) Quebrar máquinas era um ato contra os equipamentos? Por quê? 20 al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 c) Existem semelhanças entre o trabalho daquela época e o de hoje? Quais? 3. Organizem uma apresentação criativa, sobre o que discutiram, para os demais colegas. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti). Sociologia: caderno do estudante. Ensino Médio. São Paulo: Sdecti, 2015. v. 1. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 21 unida d e 2 A organização do trabalho: taylorismo, fordismo e toyotismo Esta Unidade é destinada ao estudo das formas de organização do trabalho no século XX (20). Conhecer as características de cada uma delas é importante, pois lhe permitirá identificar como o trabalho se organiza na logística, bem como proporcionará o planejamento de novas formas de realizar tarefas e de lidar com imprevistos. Pense em alguma atividade que você costuma executar em casa: higienizar o banheiro, consertar a porta do armário, cozinhar etc. Talvez, mesmo inconscientemente, você se organize para fazer essas tarefas: calcula o tempo que levará para fazê-las; ve- rifica se tem todas as ferramentas para um conserto ou os pro- dutos para a limpeza; e faz uma lista para não esquecer nada nas compras. Depois, você avalia o resultado: se o armário ficou bom, se a limpeza ficou adequada e assim por diante. Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no co- mércio e no setor de serviços, verá que algumas situações são muito semelhantes. Mas, na empresa, a organização é estudada minuciosamente para que cada tarefa seja feita em menos tem- po. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo como taylorismo. Como pensava Taylor no início do século XX (20)? Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no trabalho, conforme a própria expressão utilizada por ele, escondendo dos patrões como realizavam cada atividade e sendo contrários a produzir diariamente tanto quanto fosse possível. 22 Ele também achava que os sindicatos tinham uma visão equivocada do processo produtivo, pois queriam que os operários trabalhassem menos eem melhores condições. Como solução para esse caso, desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”. Como era essa organização? Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em grande parte provenientes dos países da Europa que se encontravam em situação eco- nômica difícil. Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilogra- mas. Cada homem, antes do taylorismo, carregava 12,5 toneladas de ferro por dia trabalhado. Com a organização taylorista do trabalho, cada carregador passou a trans- portar 47 toneladas em um dia de trabalho. Antes do taylorismo Com o taylorismo Número de carregadores 75 75 Toneladas transportadas por dia (1 tonelada = 1 000 quilogramas) 12,5 47 Como Taylor conseguiu aumentar a produtividade? • Segundo ele, na organização do trabalho alguns tra- balhadores planejam e outros executam o trabalho, ou seja, ele compreendia que certos trabalhadores eram destinados a pensar e outros a executar. Por isso, havia a divisão entre os que pensavam como carregar as bar- ras e os que só utilizavam a força física. • Com base na observação do trabalho, Taylor propôs o controle do tempo e dos movimentos, isto é: ele sabia, por meio da observação do trabalho e cronome- trando cada ação, que um movimento era feito em “x” segundos e outro em “y” segundos. A intenção de Taylor era que o empregador tivesse controle sobre Produtividade: Resultado da divisão da produção física ob- tida numa unidade de tempo (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na pro- dução (trabalho, terra, capital). Em termos globais, a produ- tividade expressa a utilização eficiente dos recursos produ- tivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na me- nor unidade de tempo e com os menores custos. SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. 8. ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014, p. 694. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 23 todo o processo de trabalho e, assim, nessa visão, os empregados não poderiam mais fazer “cera”. • O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente pensados por Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a su- pervisão constantes das chefias. Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador poderia executar seu mé- todo e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a produção pretendida: a seleção científica do trabalhador, acompanhada do devido treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou. Ele observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Pesquisou o passado, o caráter, os hábitos e, principalmente, as pretensões de cada trabalhador. Finalmente, ele encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram adequados. Este estava construin- do, ele mesmo, a casa para morar com sua família. Fazia isso pela manhã; corria para o trabalho, onde carregava barras de ferro; e, ao voltar para casa, continuava a constru- ção. Todos diziam que esse operário era muito econômico. Esse trabalhador reuniu as “qualidades” que Taylor desejava e recebeu o nome de Schmidt. Atividade 1 SchMidt e tayloR 1. Leia, a seguir, o diálogo entre Taylor e Schmidt, o trabalhador que ele pretendia selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científi- ca, que teve sua primeira edição publicada em 1911. — Schmidt, você é um operário classificado? — Não sei bem o que o senhor quer dizer. — Desejo saber se você é ou não um operário classificado. 24 1 — Ainda não o entendi. — Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se você é um operário classificado, ou um desses pobres diabos que andam por aí. Quero saber se você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está satisfeito com $ 1,15 dólar que estão ganhando todos esses tontos aí. — Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um operário classificado? Então, sou um operário classificado. — Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia; todos o desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante para fazer um operário classificado. Por favor, procure responder às minhas perguntas e não me faça perder tempo. Venha comigo. Vê esta pilha de barras de ferro? — Sim. — Vê este vagão? — Sim. — Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas barras para o vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então, pense e responda à minha pergunta. Diga se é ou não um operário classificado. — Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro no vagão, amanhã? — Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma pilha, como esta, todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um operário classificado e você o sabe tão bem como eu. — Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, ama- nhã, por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim? — Isso mesmo. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 25 — Assim, então, sou um operário classificado. — Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classifi- cado deve fazer exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite. Conhece você aquele homem ali? — Não, nunca o vi. — Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o que este homem lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar, você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você procederá assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário classificado faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quan- do este homem mandar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá sentar-se e não fazer qualquer observação. Final- mente, você vem trabalhar aqui amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário classificado ou não. TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6. 2. Agora, responda às questões a seguir. a) Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor? O que lhe pareceu conve- niente? E o que lhe pareceu inconveniente? Conveniente 26 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Inconveniente b) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São diferentes da feita por Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê? c) O que você achou das características valorizadas por Taylor (que constam do texto Como era essa organização?) para encontrar o operário para a tarefa a ser executada? Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtividade no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o operário ideal para o aumento da produção. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 27 Ora, o único homem entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha em nenhum sentido característica de superioridade sobre os outros. Apenas era um homem tipo bovino – espécime difícil de encontrar e, assim, muito valorizado. Era tão estúpido quanto incapaz de realizar a maior parte dos trabalhos pesados. A seleção, então, não consistiu em achar homens ex- traordinários, mas simplesmente em escolher entre homens comuns os poucos especialmente apropriados para o tipo de trabalho em vista. TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1990, p. 54-5. Operário “tipo bovino”? Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedecessem, e os mandados deveriam ser do “tipo bovino”, o que, em outras palavras, significava que o operário não deveria refletir sobre a organização do trabalho. Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produtividadee os lucros das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era necessário reduzir a quantidade de trabalhadores. Em outra experiência que realizou, ele conseguiu reduzir o número de trabalhado- res e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir. Antigo sistema Com o taylorismo Número de trabalhadores 400 a 600 140 Média de toneladas por dia/homem 16 59 Remuneração $ 1,15 $ 1,88 Custo do carregamento/tonelada $ 0,072 $ 0,033 Fonte: TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1990. 28 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Atividade 2 tayloRiSMo hoje? Como você pôde observar, o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois esse é um dos motores que sustenta o capitalismo. Em outras palavras, um dos pilares para a acumulação de capital é a diminuição de custos. As atividades a seguir o ajudarão a refletir sobre a atualidade deste assunto. 1. Em grupo, discutam: a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de tra- balho elaborada por Taylor? b) Existe taylorismo hoje? Em quais situações o grupo observa a existência do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês identificam esse modo de organização do trabalho? 2. Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou experiência. Reflitam: al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 29 O taylorismo do início do século XX (20) está presente na organização desse trabalho? Por quê? 3. Com auxílio do monitor, seu grupo e os demais poderão montar um painel das ocupações que cada grupo elegeu e analisar se o taylorismo está, ou não, presen- te no mundo do trabalho hoje. O fordismo na esteira do taylorismo Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário esta- dunidense da indústria automotiva. Ford procurou aperfeiçoar o pensamento de Taylor. Ele concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças fossem até os operários, e não o inverso, como acontecia até então. Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo. Ele construiu o primeiro carro popular da his- tória, o Ford T. Sua produção em série deveria vir associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convicção de que a produção em massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria menor. Ford T, modelo mais conhecido no Brasil como Ford Bigode. © A dr ia n B ro w n/ A la m y/ G lo w Im ag es 30 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Essas foram inovações importantes na organização do trabalho, do ponto de vista da produção. No entanto, o trabalho ficou mais intenso e sem pausas. Veja a seguir como se deu a redução do tempo na mon- tagem do automóvel no fordismo: Etapas Tempo de montagem de um veículo Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos Com treinamento dos operários 2 horas e 38 minutos Com a linha de montagem automatizada (em 1914) 1 hora e 30 minutos Fonte: GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1999. No filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889- 1977), o personagem Carlitos ilustra como era o trabalho nas fábricas: repetitivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma tarefa e outra. É possível resumir o filme em três etapas principais: Se tiver oportunidade, assista ao filme tempos modernos (Modern times, direção de Charlie Chaplin, 1936). O longa-metragem retrata de forma divertida as duras condições de trabalho no avanço da industrialização. Esteiras e trilhos aéreos com peças que abasteciam as linhas de montagem nas indústrias que adotavam o modelo fordista. © H ul to n C ol le ct io n/ G et ty Im ag es al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 31 • A fábrica em que o personagem Carlitos trabalha conta com uma esteira mecâ- nica, na qual as peças se movem passando pelo trabalhador a certa velocidade, de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso. • O trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo controlado e determinado pelo tempo da máquina, a pressão da chefia e o baru- lho na fábrica comprometem a saúde mental do personagem. • O personagem rebela-se contra o maquinário e é internado por causa de acessos de loucura. F ot os : M od er n T im es © R oy E xp or t S .A .S . S ca n C ou rt es y C in et ec a di B ol og na 32 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 A despeito do tom bem-humorado do filme, não se pode negar que as condições de trabalho eram tais como as apresentadas. O trabalhador perdia mais uma vez o controle sobre a tarefa que executava: a esteira rolante determinava o tempo em que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários. Um século depois, mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do trabalhador. Portanto, é preciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome do aumento da produtividade. Além disso, as condições insalubres de trabalho ainda permanecem em muitos locais. Atividade 3 RetRatoS do tRabalho fabRil 1. Observe o mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera. Diego Rivera (1886-1957) foi um pintor mexicano cuja especialidade era a pintura de grandes murais. Contava, por exemplo, a história de um povo, pois acreditava que esse tipo de pintura permitia gravar na memória aspectos que são ocultados ou esquecidos ao longo do tempo. É reconhecido como artista comprometido com a luta por uma sociedade mais justa. Você poderá fazer uma visita virtual ao Museu Diego Rivera pelo site disponível em: <http://www.diegorivera.com>. Acesso em: 23 abr. 2015. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 33 D ie go R iv er a. In dú st ria d e D et ro it (o u H om em M áq ui na ), pa re de n or te , 1 93 2- 19 33 . A fr es co . I ns tit ut o de A rt es d e D et ro it, E U A . Foto: © Bridgeman Images/Keystone © Banco de Mexico Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust, Mexico, D.F./AUTVIS, Brasil, 2015. 34 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Nesse mural, Rivera retrata as condições de trabalho na indústria automobilís- tica. O artista observou o dia a dia dos operários e buscou mostrar alguns deles em certas etapas da produção. 2. Em grupo, analisem a obra e discutam: a) Quais foram os detalhes que mais chamaram a atenção do grupo? Por quê? b) Como eram as condições de trabalho na fábrica retratada por Rivera? c) Com base no mural, como vocês imaginam que deveria ser o ambiente de trabalho? O sentido do trabalho Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América (EUA), motivado pelos mesmos princípios de Taylor. Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais executavam um trabalho mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras ativida- des que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho. Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano: • ofereceu salário de 5 dólares por dia (antes o pagamento era de 2,50 dólares); • estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho. No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor havia aplicado uma “seleção científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens que tivessem certos hábitos esperadospela empresa: não consu- missem bebidas alcoólicas, provassem que tinham boa conduta e destinassem o salário totalmente à família. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 35 Henry Ford fez novas alterações e criou um departamento de serviço social para acompanhar como viviam os trabalhadores que desfrutavam desse tipo de contrato de trabalho. As visitas às casas dos operários fizeram com que praticamente ⅓ deles (28%) perdesse essa condição, por não cumprirem o que era estabelecido pelo departamen- to de serviço social. As visitas passaram a ser, então, uma forma de controlar a vida dos operários dentro e fora da fábrica. É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho, Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro. Para se ter ideia: o capital da em- presa em 12 anos (1907-1919) passou de 2 milhões para 250 milhões de dólares. Outras indústrias se expandiram e passaram a utilizar os mesmos princípios de Taylor e Ford: esteiras, trabalhos repetitivos, controle do tempo e dos movimentos por um contramestre, atualmente denominado nas empresas como supervisor, líder de equipe etc. Trabalhadora em fábrica de relógios na Inglaterra, sendo observada por um contramestre. Foto de 1946. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 7o ano/2o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012. A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias? Nem sempre foi assim. Durante a 1ª Revolução Industrial, não havia limite para a jornada diária de tra- balho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16 horas por dia. Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma convenção que limita- va a jornada de trabalho em 8 horas diárias e a semanal em 48 horas. © S S P L /G et ty Im ag es 36 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Toyotismo: a produção enxuta Você percebeu que as alterações na organização do trabalho visam continuamente au- mentar a produtividade e reduzir os custos. A lógica é fazer mais em menos tempo e, se possível, com menos trabalhadores. No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu no Japão após a 2a Guerra Mundial, principalmente para fazer frente à indústria automobilística estadunidense. Os japoneses inovaram e alteraram completamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo. Se no fordismo a ideia era produzir em grande escala, no toyotismo era o oposto: só se produzia o que se demandava, a chamada “produção enxuta” (lean production, fala-se “lin prodâcchion”). Se no fordismo uma indústria automobilística contava com grandes pátios repletos de carros, no toyotismo reduziam-se os estoques. No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, iniciadas no século XIX (19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934 que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48 semanais. Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema permanece sempre em constante debate; de um lado, tenta-se mantê-la; de outro, reduzi-la. No momento, há forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas. Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o governo determinou a redução da jornada de trabalho semanal para 35 horas, com o intuito de criar mais empregos. Fonte: DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Redução da Jornada de Trabalho no Brasil. Nota Técnica, n. 16, mar. 2006. Disponível em: <http://www.dieese.org.br/notatecnica/2006/ notatec16ReducaoDaJornada.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015 Trabalhador polivalente no toyotismo: a execução de múltiplas tarefas simultaneamente. © H ud so n C al as an s al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 37 A lógica do toyotismo logo se expandiu para outros tipos de indústria e para o setor de serviços. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos: fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos, esta- bilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave é flexibilidade. Na organização toyotista do trabalho, um operário fica responsável por várias máquinas e a ideia de trabalho em equipe é reforçada, pois cada equipe cuida de um grupo de máquinas que produzirão determinada peça, produto etc. Com o toyotismo associado ao uso de alta tecnologia, as empresas puderam reduzir seu quadro de funcionários, o que contribuiu para o crescimento do desemprego no Brasil. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Traba- lho: 9o ano/4o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. O toyotismo pode ser resumido nos chamados 5 zeros: 5 ZEROS Zero estoque Zero defeito Zero pane Zero papel Zero atraso Kanban QUADRO KANBAN Kanban, do que se trata? Kanban é uma palavra de origem japonesa que significa cartão. A introdução do sistema de cartões coloridos é um dos pilares do toyotismo e eles cumprem o papel de indicar: o que e quanto produzir, em que momento produzir e para onde será levada a produção. © D an ie l B en ev en ti 38 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 O kanban é fundamental nesse processo, pois indica exatamente a quantidade da produção e o material necessário para cada etapa, com vistas sempre ao estoque zero. Ele é indicado em situações de produção com características padronizadas: montagem de carros, fabricação de peças etc. O kanban pode utilizar várias cores, de acordo com a necessidade da empresa, dos processos produtivos e do estoque. Veja a seguir o significado de algumas das cores utilizadas no kanban: Processo Normal Atenção Crítico Por serem dispostos em um quadro, o sistema kanban também é conhecido como “gestão visual”, pois visualmente o trabalhador consegue perceber o que está em atraso ou a etapa que requer mais atenção. Além disso, a equipe responsável pela produção insere no quadro o material de que necessita, por exemplo, para o dia seguinte. Dessa forma, os formulários de solicitação são suprimidos e a integração entre as equipes fica estabelecida no quadro. Observe o exemplo a seguir. Veja na página seguinte as situações de produção, segundo a indicação das cores: KANBAN DE PRODUÇÃO TAREFA 1 Ok Atenção Urgência 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 TAREFA 2 TAREFA 3 TAREFA 4 TAREFA 5 Ilu st ra çõ es : © D an ie l B en ev en ti al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 39 • a cor verde significa que a produção está fluindo bem; • a cor amarela (ou laranja) significa que é preciso ficar atento à cadência da produção; • a cor vermelha significa que a situação está crítica. As cores são utilizadas quando: • a produção precisa de um componente; • o abastecedor do setor dirige-se com uma caixa vazia do componente e cartão kanban para o setor que produz o componente; • o cartão é colocado no quadro de cartões do setor de produção; • o setor finaliza a produção, e o cartão de requisição é retirado e enviado com o componente para o setor requisitante; • o produto ou a caixa do produto, e o kanban devem movimentar-se pela fábrica como um par, isto é, não podem circular caixas sem kanban e kanban sem caixas. Os pilares do toyotismo são: • Just-in-time (JIT) (fala-se “djãs tin taime”): significa, literalmente, “no momen- to exato”. Trata-se de uma técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmicas. Nesseprocesso, a produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. • Autonomação: mais conhecido como Controle de Qualidade Total. É assim chamado porque se exige que haja um controle de qualidade autônomo. Essa estratégia elimina a supervisão do trabalho e das peças produzidas, por exemplo. Parece simples e lógico, mas é preciso compreender em que isso resulta: cada um é responsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em equipe. Se alguém está com dificuldades, o colega o ajuda. Uma fábrica de auto- móveis no Brasil chegou a gravar um código na peça fabricada que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado. • Kanban: é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega. Com o uso de cartões coloridos, cada cor indica uma situação. Por meio desse método, fabrica-se na quantidade e no tempo certos (ou just-in-time) e, ainda, evitam-se desperdícios. 40 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Veja as principais diferenças: Fordismo Toyotismo • Produção em série de um mesmo produto • Produção de muitos modelos em pequenas quantidades • Produção conforme a demanda • Grandes estoques de produtos • Estoque empurrado • Estoque mínimo; só se produz o que é vendido • Estoque puxado • Especialização: um homem opera uma máquina • Produção em linha • Polivalência: um homem opera várias máquinas • Produção em célula Essa nova organização do trabalho resultou na diminuição do tempo de fabricação de, por exemplo, um automóvel: eram necessárias 19 horas para produção de um veículo no Japão, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Por volta de 2010, em uma determinada fábrica de automóveis no Brasil, eram produzidos 34 carros por hora. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 9º ano/4º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. Esse conjunto de mudanças, que em países como Estados Unidos, França, Alema- nha e Japão aconteceu com mais intensidade nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990. Pelas características históricas e políticas do País, que concede amplos benefícios ao capital privado, as mudanças aconteceram de forma mais intensa para as empresas, movidas pela busca da redução de custo e do aumen- to da competitividade. A corda rompeu-se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa. Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização de várias etapas da produção. Com o modelo toyotista, as empresas passaram a se concentrar apenas em sua atividade principal, terceirizando todas as outras seções e serviços, como veremos no próximo tópico. A terceirização Outra forma de trabalho em que os trabalhadores têm perdido seus direitos surgiu há alguns anos e ganhou força especialmente nas últimas décadas. Trata-se da terceirização, na qual o trabalho é formal, mas há perda significativa de direitos. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 41 Por exemplo: os bancários. Essa categoria profissional, graças à sua organização e à ação dos sindicatos, conquistou direitos que vão além do que consta na Consolida- ção das Leis do Trabalho (CLT). Entre eles, estão: a participação na determinação do valor do vale-refeição, o benefício do seguro-saúde, a existência de um piso sa- larial da categoria etc. Por essas e outras razões, os bancos, a partir da década de 1990, passaram a terceirizar serviços e, por consequência, demitir bancários. Você deve estar pensando: Mas alguém vai continuar fazendo o mesmo serviço? Sim, vai. No entanto, as empresas que passam a prestar serviços aos bancos vão contratar pessoal com salários menores e, como não são bancários, não possuem os mesmos direitos que os demais trabalhadores da categoria conquistaram. Assim, o serviço prestado pode ser mais barato e, com isso, os bancos conseguem reduzir seus custos. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 6º ano/1º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2011. Atividade 4 aS foRMaS de oRganização do tRabalho Na atividade 2, você e o grupo analisaram o taylorismo e discutiram seus principais aspectos. Vamos agora conversar sobre os aspectos do toyotismo. Individualmente, responda: 1. Quais são as características do toyotismo? 2. O que é terceirização? 42 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 3. A terceirização significa sempre não ter carteira assinada? Por quê? 4. Quais são as vantagens e desvantagens da terceirização para empregadores e empregados? 5. Qual é a relação que se pode estabelecer entre toyotismo e terceirização? Terminamos esta Unidade com uma tirinha que retrata o trabalho na linha de montagem. Procure refletir sobre ela com base no que estudou. F ra nk & E rn es t, B ob T ha ve s © 19 9 6 T ha ve s/ D is t. b y U ni ve rs al U cl ic k fo r U F S al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 43 unida d e 3 O fenômeno da globalização Você estudou até aqui as formas de organização do trabalho, que se alteram no decorrer da História, mas guardam entre si algumas características. Se o toyotismo se impôs, a partir dos anos 1980, como uma nova forma de organizar o trabalho, é importante destacar, entretanto, que essa forma de organização não se instalou em todo tipo de produção. Mas sua “filosofia” foi rapidamente incorporada pelas empresas, em parte, em razão da globalização. Empregue a chamada “técnica do cochicho”: converse com o colega ao seu lado e troquem ideias sobre o que compreendem por globalização. Em seguida, apresentem suas considerações à classe. As crises dos anos 1970 A partir dos anos 1970, o mundo passou por muitas mudanças, reforçadas pela rápida industrialização em alguns dos países então em desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, houve a concentração de capitais e o aumento da capacidade tecnoló- gica nos países desenvolvidos, que abrigavam as matrizes das principais indústrias, as quais instalaram suas filiais por todo o planeta e, dessa forma, as economias se internacionalizaram cada vez mais. Apesar desse crescimento econômico e industrial, ainda no fim dos anos 1960 surgiram as primeiras evidências de crise nos Estados Unidos, país com maior concentração de investimentos, capacidade de inovação, expansão e consumo. Para garantir sua superioridade no cenário internacional, esse país despendeu muitos recursos. 44 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Na década de 1970, os EUA enfrentaram a inflação e o desemprego, o que ocorreu particularmente a partir da crise do petróleo em 1973. Isso porque o petróleo era a principal matéria-prima da indústria capitalista desde a 2a Revolução Industrial, fosse como fonte de energia do mundo moderno, fosse como base para a fabricação de plástico, gasolina e outros produtos químicos e far- macêuticos. Gerou-se, no período, uma das primeiras instabilidades financeiras do dólar, que, desde o final da 2a Guerra Mundial, tornara-se a moeda-padrão nas re- lações comerciais internacionais. Devido ao apoio dos EUA a Israel na guerra árabe- -israelense em 1973, os árabes, que controlavam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo(Opep), impuseram um forte aumento no preço do petróleo como forma de retaliação. O preço do barril, que oscilara entre 1 e 3 dólares, entre 1900 e 1973, passou para 15 dólares em dois anos, abalando a estrutura de custos das indús- trias por todo o mundo. Em uma crise posterior, em 1979, o preço do barril de petróleo chegou a atingir a marca dos 40 dólares. Você sabia? A 2ª revolução indus- trial ocorreu no final do século XIX (19) e a principal inovação foi a substituição do vapor pela eletricidade e petróleo e seus derivados no processo de produção. O uso do aço, no lugar do ferro, e o motor a combus- tão trouxeram maior dina- mismo às indústrias. Essas crises em relação ao preço do petróleo estiveram associadas ao fato de que o controle de produção e © A m or im al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 45 distribuição era monopolizado por empresas estadunidenses e europeias que atuavam no Oriente Médio, as quais sempre contaram com grande poder na Opep. Parte das empresas que exploravam petróleo em muitos países dessa região não eram nacionais. Assim, o aumento do preço do barril foi bom, por exemplo, para empresas petroleiras internacionais que lá operavam. Mesmo na atualidade, com a atuação da Opep, empresas internacionais mantêm relações estreitas com go- vernos de países da região, influenciando na definição do preço do barril. A globalização Você estudou que, a partir dos anos 1970, a economia e a política passaram por rápidas e profundas mudanças que contribuíram para o processo de globalização. Esse termo indica uma integração intensa dos mercados – ou seja, das relações in- ternacionais –, dos meios de comunicação e dos transportes, principalmente em razão dos avanços tecnológicos da segunda metade do século XX (20) em diante. A globalização pode ser compreendida por vários ângulos, entre eles o econômi- co. Esse fenômeno tem como características fundamentais as mudanças tecnoló- gicas e a sua distribuição desigual por todo o mundo, os novos processos de produção nas indústrias e um forte aumento na exportação e importação de mercadorias, bem como um intenso fluxo de produtos e de capitais (dinheiro) pelo mundo. Contudo, é importante entender que a globalização não é um fenômeno simples- mente econômico. Ela afeta questões políticas, sociais e, sobretudo, a produção. No que se refere à produção, as grandes corporações multinacionais passaram a procurar países ou regiões onde os custos de produção total (de determinado pro- duto) ou parcial (de partes ou componentes) fossem inferiores aos dos locais em que estavam até então instaladas. Desse modo, elas obtiveram custos finais inferiores e, como resultado, maior competitividade ou maiores lucros. Esta prática, denominada offshoring, permite, assim, que um determinado produto seja composto por componentes produzidos em países diferentes, que apresentem o menor custo de produção para certa peça ou componente específico e que sejam reunidos e montados em outro país, onde a montagem seja mais barata. Todo esse processo depende, naturalmente, do fato de que os custos logísticos na movimen- tação desses componentes – por exemplo, de transporte, de armazenamento etc. – sejam inferiores à diferença de custos de produção entre um país e outro. 46 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 As tecnologias em tempos de globalização A globalização é marcada pela aliança entre ciência e tecnologia a serviço das grandes empresas. Como consequência, assistimos ao desenvolvimento de importantes ino- vações, como a energia nuclear, a engenharia genética, os avanços na química e na engenharia de materiais, as telecomunicações (satélites, fibra óptica etc.) e a infor- mática. Os avanços tecnológicos da segunda metade do século XX (20) invadiram todos os setores da economia, com maior ou menor intensidade e impacto crescen- te no cotidiano das pessoas. Com a microeletrônica, não apenas muitas fábricas foram robotizadas, mas cada vez mais os objetos tecnológicos começaram a fazer parte do dia a dia das pessoas: dos relógios digitais da década de 1970 aos tablets do século XXI (21). © A nt on io M io tt o/ F ot oa re na © A na to lii B ab ii/ 12 3R F al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 47 A internet, por exemplo, revolucionou a maneira de trocar e divulgar informações, facilitando o trabalho. De maneira geral, as pessoas têm cada vez mais acesso à internet, mesmo sem ter conexão em casa, pois podem utilizá-la nos centros insta- lados pelas prefeituras ou governos estaduais, em lan houses e outros estabelecimen- tos, além da disponibilidade por telefones celulares. Atividade 1 aSpectoS tecnológicoS da globalização No mundo atual, a rápida difusão da informação proporcionada pelo avanço tec- nológico permite que acontecimentos ocorridos em diferentes partes do planeta sejam transmitidos em tempo real, como o ataque às torres gêmeas nos EUA, em 2001, o tsunami na Tailândia, em 2004, e o terremoto no Haiti, em 2010. Pensando nisso, com base no texto apresentado anteriormente e no que você já es- tudou, responda às questões a seguir. 1. De que forma você acha que esses avanços tecnológicos encurtaram distâncias e tempo? Por quê? 2. Quais repercussões você acredita que esses avanços trouxeram para as relações mundiais? 48 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 3. Você considera que a globalização e o maior acesso à informática permitiram às pessoas, atualmente, serem mais bem informadas? Por quê? 4. Será que todas as pessoas realmente têm acesso a todas as informações que cir- culam nos meios de comunicação? Justifique. 5. Você já escutou a expressão “sociedade da informação”? Em sua opinião, como ela pode ser entendida no contexto da globalização e das mudanças tecnológicas que marcaram o mundo nas últimas décadas? As empresas na globalização A crescente concorrência e a consequente necessidade de reduzir custos levaram as empresas a ampliar seu leque de atuação em diferentes continentes, partindo, sobre- tudo, para os países subdesenvolvidos. Eles comumente oferecem mais facilidades para instalação, como a concessão de incentivos fiscais e o favorecimento para obten- ção de terrenos para implantação de fábricas; e para a contratação de trabalhadores com baixo custo de mão de obra, geralmente decorrente de altos índices de desem- prego e baixa qualificação profissional dos trabalhadores. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 49 Além disso, essas empresas também investem em inovação e tecnologia, financian- do centros de pesquisa localizados nos países desenvolvidos, com laboratórios e universidades envolvidos nessas atividades. Esses países são os que mais investem em educação. Ao mesmo tempo que esse avanço tecnológico possibilita às empresas maior concentração de riquezas, também provoca a redução do número de empre- gados que nelas trabalham. As grandes corporações, além de controlar a produção de bens de alta tecnologia (como computadores, equipamentos de telecomunicação, aviões, remédios, vacinas etc.), dominam os mercados, os fornecedores para suas indústrias, as patentes e a inovação. Assim, os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento ficam dependentes dessas grandes corporações no que diz respeito aos investimentos e à importação de pro- dutos e serviços. Além disso, tais produtos, quando importados, são mais caros do que os exportados, e, quando produzidos localmente, implicam remessas de lucros e pagamentos de licenças de produção às matrizes no exterior, em ambas as situações desfavorecendo a economia dos países subdesenvolvidos frente à dos países ricos. A globalização financeira na América Latina Mas a globalização não se limita à indústria e ao comércio. A globalização finan- ceiraé um fenômeno importante que vem ocorrendo com maior intensidade desde as últimas décadas do século XX (20) e se caracteriza pela circulação de capital entre os países, ou seja, pelos fluxos internacionais de capital. De início concentra- dos especialmente nos países desenvolvidos, esses fluxos se intensificaram e expan- diram-se para todo o planeta, tornando-se o principal motor da economia mundial. Veja que essa lógica mundial afeta os países em desenvolvimento, como o Brasil, que têm investido em obras de infraestrutura e de transporte. Esse tipo de investi- mento fornece melhores condições para as transações comerciais de importação e de exportação. Por um lado, isso aconteceu graças aos avanços tecnológicos na área de telecomu- nicações, que permitiram aos investidores aplicar recursos em empresas do mundo todo sem sair de seus países de origem. Além disso, transformações no sistema fi- nanceiro mundial promoveram alterações nas regras que permitiram que valores circulassem em meio digital, pois, anteriormente, a transferência de dinheiro de um país para outro era realizada, principalmente, em espécie. Ainda assim, a maior parte dos investimentos continuou partindo de grandes companhias e instituições financeiras sediadas nos países desenvolvidos. 50 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Por outro lado, a expansão dos fluxos de capital se deu em virtude dos investimentos estrangeiros em determinados países de economia periférica que passaram a ser de- finidos no âmbito mundial como países emergentes, em função dos interesses desses investidores internacionais. Na América Latina da década de 1990, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmou acordos econômicos com os governos do Brasil, da Argentina e do México, nações então com altas dívidas e com políticas econômicas que previam a abertura de suas economias ao capital estrangeiro. Em um primeiro momento, no entanto, os investimentos diretos nesses países restringiram-se majoritariamente a aplicações em bolsas de valores (investimentos especulativos), que ofereciam oportunidades de lucro no curto prazo. Os benefícios desse tipo de negociação ficavam, sobretudo, para os países desenvolvidos, que, além de lucrar, vendiam suas ações ao menor sinal de instabilidade econômica, causando danos financeiros importantes às nações emergentes. Do ponto de vista dos países emergentes, esse quadro se alterou quando foram criadas condições para atrair investimentos produtivos dos países desenvolvidos, como a implantação de filiais de empresas multinacionais, a compra de empresas nacionais e a privatização de setores estratégicos. No final do século XX (20), o Brasil optou por privatizar empresas dos setores de mineração e, principalmente, toda a infraestrutura de geração e distribuição de energia elétrica, telecomunicações e transportes; o setor financeiro também se abriu ao mercado internacional, inclu- sive com a privatização de bancos. Para isso, o País flexibilizou as regras para receber em seu território companhias estrangeiras, cobrando delas menos impostos e ofere- cendo-lhes ainda outras vantagens financeiras, a exemplo da possibilidade de pagar salários menores que aqueles vigentes em seus países de origem. No entanto, para garantir sua competitividade em escala mundial, parte dessas empresas multinacionais instituiu políticas que levaram ao crescimento da flexibi- lização das relações de trabalho, fosse pelo aumento do trabalho informal, fosse pela expansão da terceirização, soluções que oferecem menores custos às empresas e menos benefícios aos trabalhadores. A população dos países que fizeram tal opção política vivenciou a ampliação da precariedade dos vínculos trabalhistas, maior instabilidade nos empregos e crescente vulnerabilidade social diante das mudanças econômicas e políticas internacionais. Aumentou também a pobreza, em razão da redução de investimentos sociais e do fechamento de fábricas nacionais incapazes de concorrer com os produtos importados. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2013. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 51 Atividade 2 globalização e (deS)igualdade Social 1. Leia a frase a seguir. [...] as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza. SANTOS, Boaventura de Sousa. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 48, jun. de 1997. p. 30. 2. Agora, observe a charge do ilustrador Angeli. © A ng el i - F ol ha d e S . P au lo 2 0. 06 .2 00 0 52 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 3. Em grupo, discutam, seguindo o roteiro: a) O que é globalização? b) A frase lida e a charge observada estabelecem relação com o fenômeno da globa- lização? Por quê? c) A globalização alterou o modo de vida das pessoas? Por quê? d) E no trabalho, quais foram, na opinião do grupo, os efeitos causados pela globa- lização? e) Recupere as respostas sobre a globalização que você elaborou ao iniciar esta Unidade. Observe: Ela foi alterada após o estudo do tema? Debata com seus colegas a respeito. Atividade 3 aSSiM é...Se lhe paRece Vamos finalizar esta Unidade realizando uma reflexão com base na ilustração de Nelson Leirner sobre a globalização, que você verá na próxima página. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 53 © N el so n L ei rn er . A ss im é s e lh e pa re ce , 2 00 3. 11 0 cm x 2 00 c m . F ot o: © G al er ia B ol sa d e A rt e/ P or to A le gr e 54 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 1. Observe os detalhes em cada continente. 2. Qual legenda você daria para essa ilustração? 3. Escreva uma redação inspirando-se na ilustração e com base no que estudou na Unidade. Não se esqueça de dar um título ao texto. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 55 unida d e 4 O mercado de trabalho Quando se fala em almoxarifado e estoque, o que vem à sua mente? É possível que você pense em quais são os papéis que os trabalhadores dessa área desempenham, no que é necessário co- nhecer para desempenhar a ocupação de almoxarife e estoquista, em como se dá a organização das mercadorias, se as funções exercidas por esse profissional se alteram, de um local para outro, conforme o tipo de empregador, entre outras questões. Para começar a refletir sobre o assunto, nesta Unidade você conhecerá quem são os possíveis empregadores desse profissio- nal no mercado de trabalho. As áreas de atuação Vamos pensar sobre os empregadores. A Classificação Brasilei- ra de Ocupações (CBO) apresenta um resumo no qual estão registradas mais de 2 mil ocupações que existem no País, assim como dados sobre a qualificação necessária para o desempenho de cada uma, as atividades que compõem o trabalho desses profissionais etc. Caso você não a conheça, procure visitar o site do Ministério do Trabalho e Emprego, pois as informações oferecidas são muito úteis. Se você fizer uma pesquisa na CBO, verá que os tipos de em- pregador ou locais de trabalho para um almoxarife e estoquista podem estar presentes em: • diversas empresas industriais; • no comércio; • no setor de serviços. Apesar de ser mais comum as grandes empresas oferecerem vagas nessa área, não se pode desconsiderar que pequenas e médias empresas também se beneficiam dos conhecimentos desses pro- fissionais. É grande a chance de que o trabalho desenvolvido seja 56 Arco Ocupacional Ad mi n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 diferente em cada tipo de estabelecimento em que poderão atuar. Por isso, a des- crição das atividades que consta na CBO é bastante ampla para poder contemplar as variações que ocorrem nas diversas alternativas de trabalho. De maneira seme- lhante, o porte das empresas também fará com que haja muitas diferenças no dia a dia do profissional. Então, lembre-se: no momento de buscar emprego, considere encaminhar seu currícu- lo também para empresas de pequeno e médio portes, sabendo, de antemão, que o trabalho será diferente de acordo com o porte da empresa, assim como em relação ao setor de atividade ao qual pertence. Ainda que, em todas as situações, a base do trabalho seja a mesma, ela é composta de inúmeras fases, etapas ou processos interligados. Cada empregador tem suas particularidades e, conforme a colocação que obtiver, você pode- rá realizar outros cursos mais específicos na área em que quer atuar. Para uma boa formação, é importante saber que profissional você quer ser e quais são as possibilidades para ingressar no mercado de trabalho na área. Portanto, você pode começar esse percurso fazendo-se a seguinte pergunta: Onde eu gostaria de estar trabalhando daqui a quatro meses? Você se imagina trabalhando como auxi- liar de almoxarifado ou estoquista? Como você se vê? Onde estará trabalhando? São muitas as possibilidades e, certamente, você deve ter imaginado outras tantas. Conferência: uma importante atribuição do almoxarife e do estoquista. O que diz o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre os profissionais que atuam em almoxarifado e estoque A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Em- prego é um documento que orienta os empregadores a escolherem a forma correta de registrar os empregados nos postos de trabalho. É importante saber que, caso realize uma atividade mas está registrado em outra, ou registrado de forma incorreta, é possível recorrer à Justiça para fazer valer seus direitos. © C at hy Y eu le t/ 12 3R F al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 57 A CBO é atualizada de tempos em tempos, principal- mente porque o trabalho se altera com frequência e, assim, novas profissões e ocupações vão sendo criadas. Por exemplo, no passado não existiam profissionais da área de informática, pois eles foram surgindo com o de- senvolvimento tecnológico. No caso das ocupações de almoxarife e estoquista, o documento do Ministério indica que elas requerem En- sino Médio completo e curso básico de qualificação. Veja que a função de almoxarife, assim como as demais ocupações, possui um código, e são várias as denomina- ções que ela pode ter: 4141-05 - Almoxarife Auxiliar de almoxarifado, Conferente de mercadoria, Controlador de almoxarifado, Encarregado de estoque, Encarregado de expedição, Estoquista. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classi- ficação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/>. Acesso em: 23 abr. 2015. A CBO informa que os profissionais que atuam nessa área devem: • recepcionar, conferir e armazenar produtos e materiais; • verificar notas fiscais; • descarregar produtos; • encaminhar materiais para armazenagem; • conferir quantidades; • checar códigos de barra e unidade de venda do pro- duto; entre outras. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http:// www.mtecbo.gov.br/>. Acesso em: 23 abr. 2015. Você sabia? A descrição de cada ocu- pação da CBO é feita pe- los próprios profissionais da área. Dessa forma, há a garan- tia de que as informa- ções foram dadas por pessoas do ramo e que, portanto, conhecem bem sua ocupação. Você pode conhecer esse documento na íntegra acessando o site em casa ou no laboratório de in- formática. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov. br>. Acesso em: 23 abr. 2015. 58 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 De forma resumida, a CBO indica como requisitos para esses profissionais: Almoxarife e estoquista Formação/qualificação profissional Atitudes pessoais Atividades profissionais Ensino Médio completo Qualificação básica Ser: Organizado Criativo Dinâmico Concentrado Classificar itens Armazenar, conforme características do produto Pesar produtos quando necessário Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/>. Acesso em: 23 abr. 2015. Antes de realizar a Atividade 1, leia as dicas a seguir para estudar melhor. Muita gente pensa que estudar é apenas uma questão de memorizar informações, que é um dom, uma atividade que todos nascem sabendo, que não precisa ser ensinada. Mas isso é um engano. O estudo é uma ação que requer técnica, e, portanto, exige um “saber fazer” que se aprende facilmente. Quando você tem de se preparar para fazer alguma prova ou concurso, ou decide ler para aprofundar-se em algum tema, é preciso realizar uma série de ações que envolvem diferentes formas de estudo. É necessário verificar e comparar anotações sobre o tema que está sendo estudado; buscar causas e con- sequências dos fatos, escrever textos, como roteiros, relatórios, resumos, comentários; ler e construir tabelas e gráficos; fazer pesquisas; participar eventualmente de debates e de mostras culturais. Todas essas formas de estudo, muito comuns no universo escolar, devem ser ensinadas e praticadas. Pode-se dizer que estudar, na escola, exige técnica e disciplina. Ter disciplina, ao contrário do que muitos pensam, ajuda a criar e recriar ideias em vez de apenas memorizá-las e repeti-las. Estudar textos não é repetir o que os outros dizem. Mas como fazer então? Vamos ver maneiras de estudar os textos que lemos, para aprender com eles, começando por distinguir tema de título. Tema e título Você já parou para pensar que tema e título são coisas diferentes? Que quando se pergunta “qual é o tema do texto?”, não se está perguntando qual é o título dele? Para que fique mais clara a diferença, você deve saber que tema: é o assunto sobre o qual o texto vai tratar; é a ideia que será desenvolvida no texto; é a resposta que damos à pergunta: “De que trata este texto?”. Já o título é um rótulo, um emblema, proposto pelo autor do texto. O título, apesar de se relacionar ao que é tratado no texto, não é propriamente o assunto, mas o que pode despertar no leitor a vontade de ler o texto. É uma frase geralmente curta, colocada no início; é uma referência ao que será abordado no texto; procura ser instigante, para atrair os leitores e, na maioria das vezes, não contém um verbo. Leitores grifam ou sublinham trechos de um texto por vários motivos. Para marcar o que chama a aten- ção ou o que consideram interessante, para destacar trechos relacionados a um objetivo específico de leitura, como encontrar uma informação, uma definição, um conjunto de argumentos ou conceitos. As razões para grifar podem variar, mas há algumas dicas que você pode colocar em prática sempre que for necessário grifar ou sublinhar um texto. As dicas são as seguintes: al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 59 Atividade 1 conhecendo o MeRcado de tRabalho 1. Com base nas recomendações de estudo feitas no quadro apresentado, leia o texto a seguir. 2. Sublinhe ou anote as palavras que não conhece para depois procurá-las no dicionário. 3. Em um segundo momento, volte para a leitura e, grifando, destaque as ideias que considera mais importantes no texto. Almoxarifado: Qual a sua Importância na Empresa? O almoxarifado é o local responsável pela guarda de materiais, de forma organizada e sincronizada para que os produtos sejam dispo- nibilizados com agilidade sempre que solicitados. Este local, geral- • Antes de grifar, é fundamental ler o texto inteiro pelomenos uma vez. Quando você conhece o texto, fica mais fácil perceber como ele está organizado e o que precisa destacar de acordo com os objetivos de sua leitura. • Grife apenas o essencial, de preferência ideias completas. Mas evite grifar parágrafos inteiros, pois o grifo perde sua função se o texto está todo marcado. • Há parágrafos que têm a função de retomar ideias já apresentadas; outros apresentam exemplos. Nesses casos (ou quando há alguma repetição) não é necessário grifar as ideias, mesmo que tenham sido apresentadas de um jeito diferente. • É possível também grifar ou sublinhar apenas palavras-chave, ou seja, termos importantes. Mas nesse caso convém escrever na margem do texto as ideias completas que as palavras marcadas representam. Sentar-se para ler textos das diferentes disciplinas, para aprimorar os conhecimentos ou buscar informa- ções pode se tornar uma maneira prazerosa de fazer descobertas. Conhecendo e principalmente prati- cando alguns procedimentos de estudo, você poderá interagir mais com os textos que lê e aprender muito com eles. Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect). Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho. Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 7º ano/2º termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Sdect, 2012. 60 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 mente na maioria das empresas, é responsável por boa parte do in- vestimento financeiro. Quando se pensa em almoxarifado, imagina-se um local grande e cheio de objetos, com gente treinada e capacitada executando tarefas integradas e seguras. Mas, nem sempre essa é a realidade. Muitas vezes, o Almoxarifado transforma-se num local onde as coisas e as pessoas se perdem, sem sequer dar conta do mal que estão fazendo a si e à organização. Lopes, Souza e Moraes (2006) destacam que o almoxarifado é o local responsável pelo recebimento, armazenagem, expedição e distribuição dos materiais. Pode ser um local coberto ou não, com condições climá- ticas controláveis ou não, com alto nível de segurança ou não, tudo dependendo do tipo de material a ser acondicionado e das normas ne- cessárias para o correto acondicionamento, localização e movimentação. A função maior do almoxarifado é manter uma empresa sempre abas- tecida de seus bens de consumo, ou seja, fornecer de forma contínua e sem interrupção materiais e matérias-primas para as diversas uni- dades produtivas e administrativas da empresa. Todos nós somos capazes de avaliar os transtornos que as questões políticas trazem para o setor de compras, que é quem dá “oxigênio” ao almoxarifado. No entanto, não podemos deixar de estabelecer uma conduta capaz de defender, mesmo que minimamente, a questão de suprir as unidades daquilo que necessitam. Para que um almoxarifado funcione de forma confiável é necessário que exista acurácia, que é um substantivo, sinônimo de qualidade e confiabilidade da informação, cujo adjetivo “acurado” significa feito ou tratado com muito cuidado. Para a logística o mesmo possui o seguinte significado: “Grau de ausência de erro ou grau de conformi- dade com o padrão”. Manter corretas as informações sobre saldos em estoque é um dos grandes desafios mais ainda quando buscamos trabalhar com níveis enxutos e com elevadas frequências de acessos, isto é, mais e mais recebimentos e apanhes, isto aumenta o risco da imprecisão nos registros das respectivas transações. A correta gestão de um almoxarifado implica na aplicação de métodos modernos de gestão de estoques no almoxarifado que podem auxiliar al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 61 a empresa, permitindo redução de custos e melhor realização dos serviços prestados. Desta forma é importante analisar e repensar qual a melhor forma de gerir seu almoxarifado, além de ter sempre o con- trole de todos os processos utilizando da TI. NOGUEIRA, Amarildo. Almoxarifado: Qual a sua importância na empresa? 28 mar. 2011. Disponível em: <http://amarildonogueira.com.br/site/almoxarifado- qual-a-sua-importancia-na-empresa/>. Acesso em: 23 abr. 2015. Atividade 2 Reconhecendo MeuS conheciMentoS Reconhecer os conhecimentos acumulados ao longo da vida é um passo importante para elaborar um currí- culo e para a busca de um novo emprego. As questões a seguir podem ajudá-lo nesse processo. Etapa 1 Vamos começar pensando sobre quem somos. TI: Sigla que significa Tecno- logia da Informação, ou seja, a informática aplicada –: no caso das empresas, tanto nas áreas administrativas quanto na de produção. Auguste Rodin. O pensador, 1903. Museu Rodin, Paris, França. © T ed B yr ne /A la m y/ G lo w Im ag es 62 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 1. Observe a escultura O pensador, do artista francês Auguste Rodin (1840-1917). Essa escultura é feita em bronze e é famosa em todo o mundo. Repare nas formas do homem, em como os músculos aparecem. Ele está relaxado ou tenso? Qual é o sentimento que a obra transmite para você? 2. Agora, você será “o pensador” ou “a pensadora”. Segue um roteiro de perguntas que ajudará a organizar as ideias sobre você. a) Quem sou eu? b) Como eu acho que sou? Como eu me vejo? c) Quais são as minhas principais qualidades? d) O que dizem as pessoas quando me elogiam? e) O que eu faço que todos gostam? al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 63 Atividade 3 a balança da vida Vamos trocar ideias com cinco colegas. Cada um se apresenta aos demais, contan- do as respostas que deu ao roteiro da atividade anterior. A ideia aqui é uma conver- sa franca, pois todos temos qualidades e defeitos. O importante é o respeito mútuo entre colegas. Como será sua balança? Por isso, vamos contar ao grupo quem somos e ouvir quem eles são. Atente às histórias dos colegas: conhecer o que as pessoas pensam nos ajuda a entender melhor quem somos! 1. O exercício é vasculhar as memórias. Pense nelas relacionando-as com aspectos dessa ocupação que você começa a aprender. Por exemplo: “Eu gostava de guar- dar as compras do mercado para os meus pais”. Esse é um exemplo de um lado seu importante para o profissional do almoxarifado ou estoquista: a organização de produtos e o hábito do planejamento. No quadro a seguir, liste lembranças que indicam características pessoais que podem servir ao trabalho na área, ao lado do ano em que aconteceu cada um dos fatos, conforme exemplo: Quadro 1: Lembranças Ano Fato importante 1975 Eu organizava os produtos a serem comercializados na feira 2. Agora que você se lembrou de diversos fatos da sua vida, indique experiências profissionais relacionadas à área: podem ser cursos que já fez, coisas que gosta de 64 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 fazer (mesmo que não ganhe dinheiro ou cobre por elas), algo que faça bem, ou que as pessoas achem que você faz bem. Veja, novamente, um exemplo na pri- meira linha do quadro. Quadro 2: Minhas experiências de vida vinculadas à estocagem Experiência O que precisei fazer? O que foi fácil nessa experiência? O que foi difícil nessa experiência? Organizar a mudança de um vizinho Ao preencher esses quadros, você foi percebendo que já fez muita coisa nessa área e que, também, sabe fazer bem várias outras. Atividade 4 atividadeS na áRea de alMoxaRifado e eStoquiSta Depois de realizado o balanço de vida e de conhecimentos, vamos aprofundar essa discussão sobre o que é preciso saber para atuar na área de logística. al m O x a r i f e e es t O q u i s t a 1 Arco Ocupacional Ad m i n i s t r Aç ão 65 Etapa 2 1. Em um grupo de cinco pessoas, discutam sobre o que vocês acham que um profissional da área deve saber fazer. Procurem organizar as ideias de forma a com- pletar as seguintes frases: a)
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