Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Letícia Morais | Hematologia – Aula 9: Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e Leucemia Linfoide Crônica (LLC) HOFFBRAND, A.V.; MOSS, P.A.H. Fundamentos em hematologia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 454 p. CAPÍTULOS 17 e 18. CAPÍTULO 17 – LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA (LLA) LLA é causada pelo acumulo de linfoblasto na MO e é a doença maligna mais comum na infância. INCIDÊNCIA E PATOGENESE ► Incidência máxima: 3-7 anos, 75% casos < 6 anos. ► Elevação secundaria após 40 anos. ► 85% dos casos = LLA-B → incidência igual em ambos os sexos. Na LLA-T, há predominância masculina. ► Patogênese variada; certos polimorfismos da linha germinal em um grupo de genes envolvidos no desenvolvimento de células B são mais comuns em pacientes com LLA-B. ► Evento inicial = in utero, translocação ou mutação pontual; segundo evento: alterações no numero de copias em todo o genoma. CLASSIFICAÇÃO ► Subclassificada pela OMS de acordo com defeitos genéticos subjacentes. ► LLA-B: subtipos geneticamente caracterizados, sendo importante para escolha do melhor protocolo de tratamento e prognostico. ► LLA-T: cariótipo anormal encontrado em 50-70% dos casos e via sinalizadora NOTCH ativada. ASPECTOS CLÍNICOS ► Aspectos clínicos: decorrem das duas consequências principais da proliferação leucêmica. Insuficiência da MO Infiltração de órgãos ACHADOS LABORATORIAIS Hemograma: anemia normocítica e normocrômica, trombocitopenia, contagem de leucócitos alterada (baixa, alta ou normal). Distensão sanguínea: blastos em números variados. Medula óssea: hipercelular com >20% de blastos* leucêmicos. *Caracterizados por morfologia, citoquímica, exames imunológicos e citogenética. ► Identificação de rearranjo dos genes de Ig e do receptor de células T do imunofenótipo e da genética molecular → importante para escolha do tratamento e detecção na doença residual mínima. Bioquímica sanguínea: ↑ácido úrico, ↑desidrogenase láctica e, às vezes, hipercalcemia. Exames radiológicos: lesões ósseas líticas e massa mediastinal causada por aumento do timo e/ou linfonodos mediastinais, característica da LLA-T. Diagnostico diferencial: LMA, anemia aplástica, infiltração da MO por outras células malignas, infecções, AR infantil e purpura trombocitopênica imunológica. Citogenética e genética molecular ► Anormalidade especifica mais comum na LLA infantil: TEL-AML1. ► Frequência da translocação Filadelfia t(9;22) aumenta com idade e significa mau prognostico. TRATAMENTO Pode ser de suporte ou especifico. CAPÍTULO 18 – LEUCEMIAS LINFÓIDES CRÔNICAS ► Várias doenças incluídas no grupo. ► Acúmulo de linfócitos maduros no sangue, do tipo celular B ou T. ► Doenças incuráveis com evolução crônica e flutuante. DIAGNÓSTICO ► Linfocitose crônica persistentes. ► Subtipos: distintos por morfologia celular, imunofenótipo e citogenética. DOENÇAS DE CÉLULAS B LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA Leucemia linfoide mais comum, com pico de incidência entre 60 aos 80 anos. Ao contrario das demais leucemias, incidência não aumenta com radioterapia e quimioterapia previas. Células se acumulam no sangue, MO, fígado, baço e linfonodos. Número de células B monoclonais circulantes é inferior a 5000/µL. ► Linfocitose B monoclonal: acredita-se que LLC clínica desenvolva-se a partir desse estágio, onde linfócitos monoclonais tem alterações genéticas similares às da LLC. Aspectos clínicos Achados laboratoriais Marcadores prognósticos ► Citogenética: anomalias cromossômicas mais comuns são deleção de 13q14, trissomia 12, deleções em 11q23, anomalias estruturais de 17p envolvendo gene p53 e deleção 6q21. ► Hipermutação somática dos genes de Ig: gene IGVH mostra evidencia de hipermutação em 50% dos casos. ► Fenótipo das células leucêmicas: proteína ZAP-70 expressa de forma aberrante na LLC, ela e expressão forte de CD38 são prognósticos desfavoráveis. Tratamento: controlar sintomas (quimioterapia combinada, clorambucil, Ac monoclonais, corticosteroides, radioterapia, esplenectomia, transplante de células-tronco e etc.). LEUCEMIA PROLINFOCÍTICA B (LPL-B) ► Diagnostico: presença de maioria de prolinfócitos no sangue. ► LPL-B é 3x mais comum que LPL-T. ► Apresenta esplenomegalia, sem linfonodopatias e contagem de linfócitos alta e rapidamente crescente. ► Anemia = mau prognostico. LEUCEMIA DE CÉLULAS PILOSAS (HCL) ► Doença linfoproliferativa incomum de células B. ► Predomínio em homens entre 40 a 60 anos. ► Apresenta infecções, anemia ou esplenomegalia. Pancitopenia é comum e contagem de linfócitos raramente >20000/µL. Em distensão sanguínea, número variável de linfócitos grandes com projeções citoplasmáticas pilosas. Imunofenotipagem positiva para CD22, FMC7 e CD103 DOENÇAS DE CÉLULAS T LEUCEMIA PROLINFOCÍTICA T (LPL-T) Alta contagem de leucócitos com linfonodopatias acentuadas e lesões cutâneas e efusões nas serosas. Células são geralmente CD4+. LEUCEMIA DE LINFÓCITOS GRANDES E GRANULARES (L-LGG) Caracterizada por linfocitose no hemograma a expensas de linfócitos com citoplasma abundante e grandes grânulos azurófilos. Podem ser células T ou naturalmente citotóxicas e mostram expressão variável de CD16, CD56 e CD57. Neutropenia, anemia, esplenomegalia e artropatia com AR positiva são comuns. Pacientes tem idade média de 50 anos. LEUCEMIA/LINFOMA DE CÉLULAS T DO ADULTO (LLTA) Primeira doença maligna associada a um retrovírus humano. Doença é muita rara em pessoas que não vivem no Japão e linfócitos tem morfologia com núcleo em “folha de trevo” e fenótipo CD4+ consistente. Dor óssea Linfonodopatia Esplenomegalia moderada Hepatomegalia Síndrome meníngea Febre Edema de papila Hemorragia Menos comum: tumefação testicular, compressão do mediastino (LLA-T) Leucemias linfoides crônicas Células B LLC LPL Células T Leucemia de linfócitos grandes e granulares LPL-T Leucemia/linfoma de células T do adulto HCL Leucemia plasmocítica Predomínio: idosos ♂ Maioria diagnosticada em hemograma de rotina ↑Simétrico de linfonodos cervicais, axilares ou inguinais Linfonodos delimitados e insensíveis Aumento tonsilar Sinais e sintomas de anemia Esplenomegalia e hepatomegalia Imunussupressão Linfocitose Células B expressando fracamente IgM ou IgD Anemia normocítica e normocrômica MO: Substituição dos elementos mieloides normais por linfócitos ↓Ig séricas Doenças autoimunes Anemia Palidez; Letargia; Dispneia. Neutropenia Febre; Mal-estar; Infecções da boca, garganta, pele, vias aereas, perianal e outras. Trombocitopenia Equimoses espontâneas; Púrpura; Sangramento gengival; Menorragia.
Compartilhar