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Agentes Biológicos

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Higiene do Trabalho: 
Riscos Físicos 
e Biológicos
Agentes Biológicos
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar os agentes biológicos. Falar sobre a exposição do trabalhador a esses agentes, 
avaliação quantitativa e qualitativa e classificação e medidas de controle.
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, 
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou 
alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns 
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além 
de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço 
de troca de ideias e aprendizagem.
Agentes Biológicos
UNIDADE 
Agentes Biológicos
Introdução ao Tema
A exposição a agentes biológicos pode ocorrer, durante a jornada de trabalho, sob 
diversas atividades e/ ou situações, ocasionando diferentes graus de risco.
Dessa maneira, é necessário que medidas adequadas sejam adotadas, para que se 
reduza o risco de exposição dos trabalhadores a tais agentes.
A Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978 (BRASIL, 1978), aprovou as Normas 
Regulamentadoras (NRs) adjuntas ao Capítulo V (Título II) da Consolidação das Leis do 
Trabalho e que são pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho. Foram aprovadas 
29 Normas Regulamentadoras.
Nesse cenário, destaca-se a Norma Regulamentadora nº. 1 (BRASIL, 1978), que 
confere ao empregador o dever, dentre outros, de informar aos trabalhadores: “i) os 
riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho e ii) os meios para 
prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa”.
A Norma Regulamentadora nº. 9 (BRASIL, 1978) considera como agentes biológicos: 
as bactérias, os fungos, os bacilos (bactérias na forma de bastonetes), os parasitas (seres 
vivos que vivem às custas de outros), os protozoários, os vírus, etc. De acordo com a 
Norma, os riscos biológicos fazem parte do conjunto dos riscos ambientais que englobam, 
também, os riscos físicos e os riscos químicos, conforme trecho:
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos 
e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à 
saúde do trabalhador (BRASIL [a], 1978; item 9.1.5, p.1).
Na Norma Regulamentadora nº. 9 é, também, previsto o PPRA (Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais) que determina:
A obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores 
e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à 
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais 
[...] (BRASIL, 1978; item 9.1.1, p. 1).
Há também a Norma Regulamentadora nº. 15 (BRASIL, 1978), relativa às “Atividades 
e Operações Insalubres”. Tal Norma possui 14 anexos, sendo cada um específico para 
um agente físico, químico ou biológico. O Anexo 14 refere-se aos agentes biológicos, 
trazendo a listagem de atividades que envolvem exposição a tais riscos.
No âmbito internacional, tem-se destaque o Decreto-Lei nº. 84, de 16 de abril de 
1997 (PORTUGAL, 1997), que exige normas específicas para atividades profissionais 
com risco de exposição a agentes biológicos. De acordo com tal Decreto, a proteção 
dos trabalhadores passa pela avaliação dos riscos à exposição, o que permite a escolha 
das medidas de proteção adequadas. Ainda segundo o mesmo Decreto, agentes 
biológicos “são os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas 
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7
de células e os endoparasitas humanos suscetíveis de provocar infecções, alergias ou 
intoxicações”. Por microrganismo entende-se “qualquer entidade microbiológica, celular 
ou não celular, dotada de capacidade de reprodução ou de transferência do material 
genético”. Já organismo geneticamente modificado (OGM) é o organismo cujo material 
genético (DNA ou RNA) foi modificado por qualquer técnica de engenharia genética 
(BRASIL, 2005).
A observância dos riscos ambientais é etapa essencial à tomada de decisões referentes 
às ações com vistas a preveni-los, eliminá-los e/ou controlá-los. Tal reconhecimento 
traduz-se na identificação, no ambiente de trabalho, dos fatores ou situações com 
potenciais danos à saúde dos trabalhadores ou, simplesmente, na identificação da 
possibilidade de haver tal dano. Para tanto, é necessária uma observação criteriosa e in 
loco das condições às quais os trabalhadores estão expostos.
Agentes biológicos podem oferecer riscos aos trabalhadores. Tais riscos são 
em decorrência da presença destes no ambiente de trabalho e, embora possam ser 
encontrados em qualquer ambiente, certos locais e atividades são mais propícios à 
exposição dos trabalhadores a eles.
Incorrem em maiores riscos aqueles trabalhadores que possuem atividades ligadas à 
saúde (médicos, enfermeiros, laboratoristas, etc.) ou manuseio de resíduos (tratadores de 
efluentes, recolhedores de lixo, etc.).
7
UNIDADE 
Agentes Biológicos
Leitura Obrigatória
Riscos biológicos
Risco Biológico, segundo a Norma Regulamentadora nº. 32 (BRASIL, 2005), é 
designado como a probabilidade da exposição ocupacional aos agentes biológicos.
Consideram-se riscos biológicos aqueles ocorridos pela exposição humana aos 
microrganismos, podendo acarretar o surgimento de doenças nesses indivíduos.
Algumas atividades expõem o trabalhador ao contato direto com os riscos. São 
exemplos destas: coletores de lixo; indivíduos que trabalham em hospitais, ambulatórios 
ou laboratórios; e manipuladores de resíduos orgânicos, como o esgoto.
Podem-se citar como agentes biológicos as bactérias, os fungos, os vírus, os 
protozoários, etc. Algumas doenças às quais os trabalhadores estão expostos, dependendo 
do seu local de trabalho e atividade, são: tuberculose, malária, febre amarela ou amebíase.
Bactérias
As bactérias são organismos simples que possuem a capacidade de sobreviver e 
multiplicar-se sem a necessidade de um hospedeiro para seu completo desenvolvimento. 
Para tanto é necessário que o ambiente ofereça condições favoráveis ao 
seu desenvolvimento.
Algumas bactérias possuem a capacidade de formar esporos. Essa forma esporulada 
lhes confere resistência, permitindo sua sobrevivência, que pode chegar a muitos anos. 
A esporulação ocorre sob condições adversas para as bactérias, como temperaturas 
extremas, falta de água, falta de nutrientes essenciais a elas, etc.
Quando o ambiente torna a voltar favorável às bactérias, o esporo germina, dando 
origem à bactéria, com seu potencial infectante ativo.
Há bactérias que parasitam o homem e aquelas que são benéficas a ele, como 
aquelas que fazem fermentação e são utilizadas na indústria alimentícia, produzindo 
queijos e iogurtes.
Um exemplo de bactéria que parasita o homem é o popularmente conhecidocomo 
Anthrax (Bacillus anthracis).
Os profissionais mais expostos são aqueles que lidam diretamente com carne 
animal, como veterinários, açougueiros e fazendeiros.
A forma de contágio é pelo contato direto com os animais infectados ou seus 
produtos e pela ingestão ou inalação dos esporos.
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9
Vírus
Os vírus são as formas de vida mais simples que existem, pois são constituídos 
apenas por material genético, que pode ser o DNA (ácido desoxirribonucleico) ou o 
RNA (ácido ribonucleico), nunca os dois juntos. Por essa razão, eles precisam sempre 
de um hospedeiro (ser vivo que será infectado) para poder se reproduzir. Logo, são 
parasitas obrigatórios.
Comumente, os vírus infectam o hospedeiro injetando seu material genético nas 
células deste. Após a infecção, os vírus se replicam no interior das células e, normalmente, 
as destroem, passando então a infectar novas células sadias do hospedeiro.
Um exemplo de vírus é o da Hepatite Tipo B.
Os profissionais expostos a esse tipo de vírus são os da saúde, como técnicos de 
laboratório, médicos, enfermeiros, etc.
A forma de contágio é através de material biológico contaminado, como o sangue e 
outros líquidos/ secreções corporais, destacando-se o contato sexual.
Protozoários
São organismos constituídos por apenas uma célula (unicelulares).
Alguns são de vida livre e outros são parasitas, sendo necessário, em muitos casos, 
passarem por vários hospedeiros até completarem seu ciclo de desenvolvimento.
Em muitos casos, a passagem (transmissão) de um hospedeiro para outro é feita por 
insetos que, nesse caso, recebem o nome de vetores.
Um exemplo de doença causada por protozoários é a Amebíase (Entamoeba 
histolytica).
A contaminação é direta, ou seja, não há a necessidade de um vetor para que ocorra 
a contaminação, que se dá pela ingestão de cistos do parasita (forma de resistência 
dos protozoários) presentes na água, nos alimentos contaminados ou na matéria 
fecal de indivíduos com a doença.
Profissionais expostos a esse tipo de agente são aqueles que trabalham 
diretamente com material fecal humano, como os trabalhadores de laboratório 
de análises clínicas.
Helmintos (vermes)
Os helmintos frequentemente passam por vários hospedeiros até completarem seu 
ciclo de desenvolvimento (ovo-larva-adulto). A transmissão de um hospedeiro para outro 
é feita por meio de vetores.
Quando o parasita está em fase larval (ou de reprodução assexuada), o hospedeiro 
que o abriga é chamado de hospedeiro intermediário. Já hospedeiro definitivo é aquele 
que apresenta o parasita na fase adulta, onde ele pode reproduzir-se sexuadamente.
9
UNIDADE 
Agentes Biológicos
Dividem-se em dois grandes grupos, conforme o formato de seu corpo e suas 
segmentações: vermes cilíndricos (nemátodos) e vermes achatados (platelmintos), 
podendo ser estes últimos segmentados (céstodos) ou não segmentados (tremátodos).
Artrópodes
Assim como os helmintos, possuem um ciclo vital que envolve a passagem por vários 
hospedeiros para completarem seu ciclo. Muitas espécies são endoparasitas, ou seja, 
penetram no interior do organismo do hospedeiro para parasitá-lo. Outras, no entanto, 
parasitam apenas regiões superficiais do corpo do hospedeiro, podendo, entretanto, 
inocular toxinas neste.
Fungos
Os fungos são muito conhecidos popularmente como bolores, mofos, fermentos, 
leveduras ou cogumelos (champignon).
Os fungos podem ser parasitas tanto do homem quanto de animais ou vegetais, pois 
são incapazes de fazer fotossíntese para produzir seu próprio alimento. No ser humano 
as doenças de maior incidência, causadas por fungo, acometem a pele, podendo-se 
manifestar, entretanto, em qualquer parte do corpo. Exemplos comuns são as micoses 
que infestam o couro cabeludo, as unhas e outras regiões da pele (dos pés e das mãos), 
onde podem se desenvolver as “frieiras”. As micoses podem acometer também as 
mucosas, como a bucal, causando a doença conhecida vulgarmente como “sapinho”.
Os fungos são constituídos de hifas, que são filamentos formados por células que 
formam um emaranhado, denominado micélio. As hifas estendem-se até o alimento, 
realizando a digestão dele e a sua posterior absorção. As hifas também são responsáveis 
pela reprodução sexuada e assexuada dos fungos.
A reprodução assexuada nos fungos pode ser feita por fragmentação, brotamento 
ou esporulação. Já a sexuada é feita pela formação de esporos. A maioria dos fungos 
alterna entre estes dois tipos de reprodução – sexuada e assexuada – porém, em alguns 
casos, pode ocorrer apenas um tipo ou outro.
Exemplo de doença causada por fungo é a popularmente conhecida como pé-de-
atleta, causada pela espécie Trichophytum rubrum.
Os profissionais expostos são aqueles que possuem contato com o fungo, através 
de objetos, animais ou outros seres humanos infectados. A infecção é facilitada se 
houver lesões na pele, umidade ou má higiene.
Classificação quanto ao risco biológico
A Norma Regulamentadora nº. 32 (BRASIL, 2005) classifica os agentes biológicos 
em classes de risco, numeradas de 1 a 4, conforme Figura1. Essa Norma leva em conta 
o risco de incidência destes na saúde dos trabalhadores, a sua capacidade de dispersão e 
a existência (ou inexistência) de medidas profiláticas (formas de prevenção) e tratamento 
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11
médico. Deve-se mencionar que uma avaliação de risco das condições do trabalhador 
deve levar em conta os possíveis efeitos causadores de alergias, intoxicações ou câncer, 
ocasionados por esses agentes biológicos.
Características de cada classe de risco.
Norma Regulamentadora nº 32
Classe de Risco Risco Individual
Risco de Propagação à 
coletividade
Tratamento Eficaz
1 Baixo Baixo ----
2 Moderado Baixo Existe
3 Elevado Moderado Nem sempre existe
4 Elevado Elevado Atualmente não existe
Risco individual refere-se à probabilidade de o trabalhador adquirir a doença e a gravidade 
dos danos à sua saúde (BRASIL 2008).
De forma semelhante à NR 32, o Decreto-Lei nº. 84, de 16 de abril de 1997 
(PORTUGAL, 1997), classifica os agentes biológicos em quatro grupos, conforme o 
seu nível de risco infeccioso. Abaixo seguem alguns exemplos elucidativos de cada caso, 
aplicáveis também ao Brasil:
Grupo 1 de risco (baixo risco): nesse grau incluem-se os agentes biológicos 
que não causam doenças nas pessoas ou nos animais, como, por exemplo, o 
Lactobacillus sp, e não tem risco de propagação na coletividade;
 · Grupo 2 de risco (risco moderado): nesse grau temos os agentes 
biológicos que causam infecções tanto nos homens quanto nos animais, 
podendo causar doenças e, por isso, constituir perigo para os trabalhadores. 
Podem se propagar para a comunidade, mas a disseminação é limitada no 
meio ambiente, e existem medidas eficazes para tratá-los; por exemplo, o 
Schistosoma mansoni;
 · Grupo 3 de risco (alto risco): nesse grau estão inclusos os agentes biológicos 
que são transmitidos por vias respiratórias e que causam problemas tanto 
em animais quanto no homem, podendo causar doença grave e constituir 
perigo grave para os trabalhadores; são letais, mas existem tratamentos e 
prevenções. Apresentam riscos à comunidade e ao meio ambiente e podem 
se propagar entre as pessoas; por exemplo, o Bacillus anthracis;
 · Grupo 4 de risco (alto risco): nesse grau estão inclusos os agentes que são 
transmitidos por vias respiratórias e outras formas que são desconhecidas. 
Não se tem ainda medidas para combater as infecções que são ocasionadas 
por esses agentes. Podem causar doenças em humanos e animas com nível de 
gravidade alta, e podem se disseminar por toda uma comunidade e também 
no meio ambiente, como, por exemplo, os vírus, inclusive o vírus ebola.
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UNIDADE 
Agentes Biológicos
Observações sobre a classificação dos agentes biológicos
Seguem algumas considerações importantes, para melhor entendimento quanto àclassificação dos agentes biológicos:
1. Quando temos que mais de uma espécie é patogênica, serão destacadas as mais 
importantes, as demais serão apresentadas pelo gênero mais spp, isso indica 
que animais de outras espécies também podem ser patogênicos.
2. Os parasitas são classificados e têm medidas de contingenciamento apenas nos 
estágios em que são infecciosos para os homens e para os animais.
3. Na área específica serão manipulados os agentes que forem inclusos na classe 
especial; se não transitarem pelo país ainda, deverá ser restrita sua importação, 
necessitando de autorização prévia das autoridades competentes. Se forem 
detectados no território, estes deverão ser tratados e apresentados os critérios 
de sua avaliação de risco.
4. Estão sendo considerados apenas os agentes biológicos que causam riscos e 
efeitos aos indivíduos sadios. Não foram considerados efeitos em indivíduos com 
patologia prévia, portadores de transtornos, gravidez, fazendo uso de medicação 
e lactação.
5. Avaliação dos agentes biológicos
Adotando a metodologia de pesquisa higiênica, em primeiro lugar temos que identificar 
o contaminante; em segundo lugar, coletar a amostra, da forma mais representativa 
possível; e em terceiro lugar, avaliar o problema de higiene exposto.
Os contaminantes biológicos são em sua maioria microrganismos vivos, geralmente 
de tamanho microscópico, sem cheiro e cor, impossibilitando-nos de detectá-los por 
meio de nossos sentidos.
Existem também os contaminantes biológicos transportados por partículas de pó 
ou suspensão no ambiente de trabalho. Temos os encontrados na água, nas matérias-
primas, equipamentos utilizados nas indústrias, na superfície da pele dos trabalhadores, 
nas superfícies de trabalho, etc.
Tendo em vista suas características e necessidades vitais, os tipos de contaminantes 
biológicos aerotransportados conseguem ter formas resistentes ao ar seco. Porém, ao 
mesmo tempo, nesses ambientes podem encontrar aerossóis formados por gotículas 
que contenham microrganismos em condições de umidade adequadas para a sua 
sobrevivência. Considerando essas características, a amostragem deve ser feita com um 
equipamento que permita uma ampla faixa de coleta e que assegure a sobrevivência dos 
organismos coletados.
Então, como podemos perceber, a avaliação dos agentes biológicos consiste na 
comparação de resultados de medições e critérios adotados que contenham uma série 
de fatores:
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 · efeitos individuais e coletivos e tipo de contaminante;
 · contaminação e suas causas;
 · canais de entrada;
 · tempo de exposição;
 · proteção utilizada e real eficiência;
 · melhorias técnicas adotadas;
 · tipo de atividade.
Técnicas de amostragem ambiental
São conhecidas várias técnicas para coleta de microrganismos existentes no ar 
que respiramos, para que seja feita uma avaliação no ambiente de trabalho, como: 
sedimentação, coleta em meio líquido, filtração, impactação, etc.
Sedimentação
É a exposição de placas de Petri ao ambiente durante um certo tempo, tornando-se 
o método mais sensível de avaliar a contaminação biológica no ar. Incide na distribuição 
de zonas escolhidas para a amostragem, placas de Petri que contenham meios de cultura 
adequados e durante um tempo controlado.
Vantagens:
 · custo baixo;
 · manipulação fácil.
Desvantagens:
 · não é possível avaliar os microrganismos quantitativamente;
 · não são permitidas correntes de ar no ambiente;
 · uma quantidade de microrganismos morre seca se os tempos de amostragem 
forem maiores que 20 minutos;
 · Se os microrganismos tiverem menos de 3 micrometros, não poderão 
ser coletados.
Coleta em meio líquido (impinger)
É realizada de maneira com que o ar amostrado passe através de um meio líquido 
contido em um recipiente de lavagem (impinger), em seguida é feita a contagem do 
número de microrganismos segundo métodos microbiológicos habituais.
Vantagens:
 · é possível determinar o número de microrganismos;
 · não tem risco da morte dos microrganismos por secagem.
 ·
13
UNIDADE 
Agentes Biológicos
Desvantagem:
 · para amostragem do material é necessário um certo tempo;
 · pode acontecer a contaminação do líquido, e com isso gerar erros.
Filtração
Nesse método, o ar amostrado passa através de um filtro de gelatina. Em seguida, o 
filtro é colocado em uma placa com um meio de cultura, ou dissolvido por um líquido 
apropriado, efetuando a contagem por métodos apropriados.
Vantagens do método:
 · é adequado para coleta de microrganismos aerotransportados;
 · permite a avaliação quantitativa.
Desvantagens:
 · permite um volume máximo de coleta de 250 litros (valores maiores 
promovem a secagem do ar, produzindo alterações nos microrganismos);
 · não consegue detectar contaminações inferiores a 1 unidade formadora de 
colônias por metro cúbico de ar (ufc/m³), que é o limite máximo permitido 
nas unidades dotadas de fluxo laminar;
 · alguns microrganismos são sensíveis à passagem de ar durante o processo 
de filtração.
Impactação
Nesse método, um determinado volume de ar sofre um choque sobre um meio de 
cultura. Vários equipamentos baseados nesse princípio são encontrados no mercado.
Coletor de Andersen
Trata-se de um dispositivo de coleta formado por seis placas circulares de impactação, 
dotadas de orifícios com diâmetros progressivamente decrescentes, e o ar que passa de 
uma placa para outra sofre uma aceleração, variando o tamanho das partículas que se 
sedimentarão por impactação.
Desvantagem do método:
 · possui baixa sensibilidade (acima de 7 ufc/m³).
Coletor de fenda
Através de uma fenda estreita, mediante uma turbina, o ar é aspirado, sendo conduzido 
a uma placa de cultura dotada de movimento de rotação.
14
15
Coletor RCS (Sistema Centrífugo Reuter)
Aqui, um certo volume de ar amostrado é impulsionado por uma hélice sobre uma cinta 
de plástico portadora de alvéolos justapostos que contêm o meio de cultura adequado.
As partículas e microrganismos aerotransportados são projetados pela ação da força 
centrífuga sobre o meio de cultura.
Vantagens do método:
 · grande amplitude de medição;
 · tempo de trinta segundos a cinco minutos;
 · vazão de quarenta litros/minuto;
 · sensibilidade de manipulação;
 · baixos níveis sonoros: 49 dB (A);
 · grande reprodutibilidade dos valores obtidos.
Desvantagens:
 · medições prolongadas em condições de ar seco e alta temperatura podem 
secar o meio de cultura;
 · é difícil avaliar a quantidade de ar que entra e sai pelo mesmo ponto.
Dispositivo SAS (Sistema de Ar Superficial)
No dispositivo SAS, o ar amostrado passa através de uma superfície perfurada a 
uma velocidade pré-estabelecida, durante certo período, para ser conduzido sobre uma 
placa de Petri.
Vantagens do método:
 · facilidade de manejo;
 · baterias de alimentação recarregáveis;
 · o técnico pode selecionar os meios de cultura adequados;
 · ampla faixa de medição (tempo de 5 minutos para 15 unidades de 20 
segundos e vazão de 90 a 180 litros/minuto);
 · as placas de Petri utilizadas permitem realizar amostragens de superfície.
Desvantagens:
 · medição em ambientes muito secos e com temperaturas e velocidades de 
ventos altos podem ocasionar o ressecamento do meio de cultura.
 ·
 ·
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UNIDADE 
Agentes Biológicos
Técnicas de amostragem em superfícies
São utilizadas as técnicas quando há possibilidade de contaminação dos equipamentos 
de trabalho, roupas, mobiliário, elementos de construção que, por suas características 
ou como consequência de desinfecção ineficiente, atuem como possíveis depósitos de 
contaminantes biológicos.
Placa de contato
A placa é um meio de cultura solidificado. Coloca-se a placa sobre a superfície a ser 
avaliada e se pressiona, mantendo-a imóvel durante o contato.
EsfregaçoOcorre quando passamos um chumaço de algodão estéril sobre a superfície a ser 
avaliada. Esse método objetiva amostrar locais de difícil acesso pelas placas de contato.
Medidas de controle de riscos biológicos
As medidas de prevenção aos riscos biológicos devem ser concebidas tanto na fase 
de projeto das instalações, onde os trabalhadores exercerão suas atividades, quanto 
no início da jornada diária de cada trabalhador. Tais medidas passam dessa maneira, 
desde a concepção da estrutura física do ambiente de trabalho até a utilização de 
dispositivos, equipamentos ou instrumentos, que deverão ser usados para conter os 
agentes biológicos em sua origem ou mesmo por meio de medidas a serem tomadas 
durante a jornada laboral.
As medidas estruturais, tanto relacionadas às instalações quanto aquelas 
organizacionais, são de responsabilidade da entidade empregadora, seja ela pública ou 
privada, sendo que todo o pessoal técnico, administrativo e/ou auxiliar deve contribuir 
para o controle dos riscos, tanto pela implementação das boas práticas quanto pela 
observância das regras de funcionamento estabelecidas pelo contratante.
Para que as doenças se manifestem em um indivíduo, devem-se levar em conta as 
características dos agentes biológicos (virulência, formas de entrada no organismo, etc.) 
bem como as características do próprio indivíduo (grau de imunidade, idade, hábitos de 
higiene, histórico de doenças anteriores, fumo, etc.).
Segundo a NR 9 (BRASIL, 1978), o reconhecimento dos riscos ambientais deverá 
conter os seguintes itens:
“i) a sua identificação; ii) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; 
iii) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no 
ambiente de trabalho; iv) a identificação das funções e determinação do número de 
trabalhadores expostos; v) a caracterização das atividades e do tipo da exposição; vi) a 
obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento 
da saúde decorrente do trabalho; vii) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos 
identificados, disponíveis na literatura técnica; viii) a descrição das medidas de controle 
já existentes” (BRASIL, 1978; item 9.3.3, p.2).
16
17
Sempre que forem constatados riscos aos trabalhadores, deve-se procurar minimizá-los o 
máximo possível. Os agentes perigosos devem ser substituídos por outros que não sejam 
perigosos ou por aqueles que ofereçam menos perigo à segurança dos trabalhadores, 
considerando-se o atual conhecimento tecnológico.
Para obter as medidas de controle, há uma hierarquia a ser seguida, adotando-se 
primeiramente as mais eficientes, que são as que se referem à fonte, seguida das medidas 
em relação ao percurso, no caso de as medidas relativas à fonte não serem suficientes. 
Por fim, se essas medidas ainda forem insuficientes, as relativas aos colaboradores 
devem ser tomadas.
Medidas adotadas na fonte
Referente a essas medidas, a contaminação tem por objetivo evitar a presença de 
microrganismos, ou evitar que passem para o meio ambiente.
 · Seleção dos equipamentos de trabalho;
 · Substituição de microrganismos;
 · Modificação do processo;
 · Encerramento do processo.
 · Medidas corretivas adotadas no percurso
As medidas visam evitar a proliferação dos contaminantes no meio ambiente.
 · Limpeza e desinfecção;
 · Ventilação;
 · Controle de vetores;
 · Sinalização.
Medidas preventivas adotadas para o colaborador
As medidas adotadas em relação ao colaborador complementam as medidas relativas 
à fonte e à trajetória dos contaminantes.
No caso de todas as medidas anteriores (fonte, percurso e colaborador) não serem 
suficientes, deve-se implementar, ainda, as seguintes:
 · reduzir a liberação de agentes biológicos por meio do estabelecimento de 
procedimentos de trabalho e técnicas apropriados;
 · minimizar a exposição dos trabalhadores;
 · associar medidas de proteção coletiva a medidas de proteção individual 
(quando na impossibilidade de evitar a exposição por outros métodos). 
É importante mencionar aqui que os equipamentos de proteção individual 
(EPI’s) podem vir a se tornar perigosas fontes de contaminação. Um exemplo 
são as luvas, que, ao serem usadas para manipulação de material contaminante, 
devem ser descartadas (e nunca reutilizadas) assim que forem utilizadas, já 
que podem facilmente espalhar os agentes biológicos infectantes;
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UNIDADE 
Agentes Biológicos
 · aplicar ações seguras para manipular, recepcionar e transportar agentes 
biológicos;
 · tratar com segurança os resíduos durante seu transporte e armazenamento. 
Isso inclui identificá-los e colocá-los em recipientes adequados e protegidos;
 · sinalizar adequadamente os locais com riscos biológicos (ou outros);
 · firmar planos emergenciais no caso de liberação acidental de agentes 
infecciosos;
 · treinar os trabalhadores adequadamente, conforme sua função;
 · fazer acompanhamento médico, de acordo com a atividade laboral, dos 
trabalhadores.
Os trabalhadores devem ser informados sobre:
 · potenciais riscos acentuados à saúde;
 · cuidados a tomar para minimizar os riscos;
 · procedimentos de higiene;
 · uso de acessórios ou instrumentos de proteção;
 · ações a serem tomadas, em caso de acidentes.
Há inúmeras maneiras de anunciar informações importantes aos trabalhadores, desde 
publicações com procedimentos de como agir em caso de incidentes até a formação em 
sala de aula ou exposição de cartazes educativos.
Os exames médicos dos trabalhadores são obrigatórios pela legislação e devem ser feitos 
periodicamente. Entretanto, quando agentes biológicos estão envolvidos, esse período 
pode ser alterado pelo médico do trabalho e, além disso, devem-se considerar todos os 
exames realizados anteriormente a quaisquer possíveis exposições.
A Norma Regulamentadora nº. 7 (BRASIL, 1978) institui como obrigatória, para 
os empregadores e instituições empregadoras, a elaboração e a implantação do 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O objetivo da Norma 
é a manutenção da saúde dos trabalhadores. Todas as corporações, independentemente 
do número de funcionários ou do grau de risco ao qual estão expostos, são obrigadas a 
preparar e a implantar o PCMSO (BRASIL, 2008).
Vias de transmissão do agente biológico
As vias de transmissão podem ser através de contato direto ou indireto, vias aéreas, 
ingestão ou percutânea.
No contato direto, a transmissão é efetuada durante o contato entre uma pessoa 
contaminada e outra (pele com pele), geralmente quando a higienização é deixada de 
lado. Um exemplo é a lavagem inadequada das mãos.
Já no contato indireto, a transmissão se dá por meio de objetos contaminados. 
Alguns exemplos que podem causar tal contaminação são a desinfecção inadequada 
de dispositivos cortantes (facas, tesouras, etc.) ou outros materiais de utilização pessoal.
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Outra via de transmissão é a aérea. Nesse caso, as bactérias permanecem em 
escamas da pele ou em suspensão, através de gotículas liberadas durante, por exemplo, 
o espirro de um indivíduo doente. Tais gotículas se fixam a superfícies planas ou secam 
e, devido à sua baixa densidade, suspendem-se no ar, podendo ser, então, inspiradas 
por outros indivíduos.
Os riscos de contaminação por via aérea se acentuam quando não há um sistema 
adequado de isolamento ou quando não há um sistema de ventilação por pressão negativa 
nas dependências do local de trabalho. O sistema de condicionamento do ar (“ares 
condicionados”) também pode ser uma fonte de contaminação, quando seus filtros não 
são trocados com frequência, disseminando, assim, aerossóis contaminantes.
A ingestão é outra via de entrada de contaminantes; apesar de não ser a via 
mais recorrente, ocasionalmente pode haver, por acidente, a ingestão de materiais 
contaminados.
Há que se ressaltartambém a via percutânea, cuja contaminação se dá pela invasão 
do tecido cutâneo e consequente modificação de sua integridade. Exemplos que elucidam 
esse caso são os cortes e perfurações na pele causados por objetos cortantes ou por 
picadas de insetos.
A via de transmissão externa mais comum é pelo contato, que pode ser direto (de 
pessoa a pessoa) ou indireto (pelo contato com objetos contaminados). Há também 
outras vias, menos habituais, como a ingestão de alimentos ou a inalação de ar, 
ambos contaminados.
“Portas” de entrada do agente biológico
Além das vias de transmissão, há também as portas de entrada para o agente, que 
podem ser pelo aparelho respiratório ou digestivo, pela pele ou placenta.
No aparelho respiratório, a contaminação pode ocorrer pela inalação do agente 
infecioso. Exemplos de doenças são a gripe, a meningite meningocócica, a difteria, a 
tuberculose e o anthrax.
No aparelho digestivo, a infecção se dá pela ingestão dos alimentos e água 
contaminados. Exemplos de doenças são as salmoneloses, disenteria e poliomielite.
Na pele e mucosas, a inoculação ou implantação pode ocorrer devido a lesões 
ocorridas nestas. Exemplos de doenças são a febre amarela (causada pela picada do 
mosquito infectado) e hepatite B.
Os agentes contaminantes também podem entrar via placenta, passando da mãe 
para o filho.
Deve-se levar em conta, ainda, fatores que aumentam o risco de contaminação por 
características dos próprios trabalhadores, como: doenças passadas, gravidez, uso de 
medicamentos, baixa imunidade, má higiene, etc.
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Acidentes e incidentes envolvendo agentes biológicos
Ainda que sejam tomadas medidas de proteção, acidentes ou incidentes de trabalho 
sempre estarão sujeitos a ocorrer.
Segundo Brasil (2006), todos os casos de acidente envolvendo material biológico 
devem ser comunicados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), por meio da 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde, por meio do 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), conforme previsto na Portaria 
nº. 777, de 28 de abril de 2004, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004 apud BRASIL, 
2006). Além disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados do 
acidente, setor de ocorrência, data e hora do acidente, função exercida pelo acidentado, 
tipo de acidente (contato com mucosa, perfuro cortante, pele íntegra ou lesada), material 
biológico envolvido (sangue, soro, outros), uso de EPI, modo e condições que podem ter 
levado à ocorrência do acidente, etc.
De posse desses dados, deve-se proceder de acordo com os itens ordenados:
1º) Relacionar todas as causas do acidente;
2º) Verificar os motivos de ocorrência mais frequentes;
3º) Dar início ao processo de busca por soluções;
4º) Implementar as ações corretivas como parte de um projeto piloto;
5º) Verificar a eficácia das ações corretivas;
6º) Implementar as ações corretivas definitivamente.
Tais passos devem entrar em discussão junto aos funcionários e à Cipa (Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes). Todas as medidas corretivas devem passar por uma 
fase de verificação que visa à adequação e ao seu melhoramento para, posteriormente, 
serem implantadas de modo definitivo. Os controles laboratoriais dos acidentes devem 
ser registrados e mantidos em um prontuário (BRASIL, 2006).
Métodos de desinfecção de materiais
Abaixo seguem informações sobre algumas das formas de desinfecção de materiais 
contaminados.
Esterilização por vapor (autoclavagem)
As autoclaves utilizam calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão para 
destruir microrganismos. Esse processo é dependente da temperatura, do período, 
contato e umidade para ser efetivo e o mais eficiente método para a destruição dos 
riscos biológicos ou resíduos infecciosos.
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Tendo a temperatura recomendada de 121°C a 123°C, que é atingida na pressão de 
15 psi (libra por polegada quadrada), o período necessário para a esterilização é de 30 
minutos, depois de atingida a temperatura ideal.
Todas as áreas de carga devem ter contato com o vapor. Sacos e recipientes devem 
ser abertos para a total penetração do vapor.
É essencial para a máxima transferência de calor a saturação do vapor. Bolsões 
de ar ou suprimento inadequado de vapor podem causar uma falha na esterilização. 
A água pode ser adicionada aos recipientes para auxiliar a umidade. Vale ressaltar que 
as autoclaves têm microrganismos vivos e vapor pressurizado. Queimaduras podem 
ocorrer quando as portas não forem fechadas corretamente ou quando forem abertas 
existindo pressão de vapor na câmara.
Embalagens que contenham resíduos infecciosos devem ser armazenadas no 
laboratório quando transportadas para a autoclave, que seja realizada em recipientes 
secundários e rígidos, à prova de vazamentos e com tampa selada. O recipiente 
secundário deve ser rotulado com os dizeres “Resíduo biológico perigoso” ou com o 
símbolo internacional de risco biológico, com as palavras “Risco biológico” na tampa e 
nas laterais, de forma que possa ser visto de qualquer ponto em que esteja o indivíduo, 
indicando o laboratório de origem também.
Desinfetantes químicos
São utilizados para descontaminar superfícies utilizadas com experimentos biológicos. 
Os desinfetantes químicos e sua seleção é feita com base em alguns dados:
 · natureza do agente biológico;
 · o tipo de superfície a ser desinfetada;
 · o tempo de contato necessário para a inativação do agente biológico;
 · o volume do desinfetante necessário para a desinfecção;
 · a toxidade do desinfetante químico;
 · a possibilidade de reação do desinfetante com a carga.
Quando fizer uso de um desinfetante químico, lembre-se de que você está 
manipulando produtos que podem ser tóxicos, inflamáveis, corrosivos e 
carcinógenos. Utilize sempre proteção adequada.
Como selecionar desinfetantes químicos
É essencial para a segurança e a qualidade do serviço de desinfecção a seleção correta 
dos desinfetantes químicos.
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Agentes Biológicos
A seguir, questões importantes na utilização de produtos químicos para a desinfecção:
 · ele é inativado por média orgânica?
 · é afetado por água quente?
 · deixa resíduos?
 · é corrosivo?
 · irrita a pele, os olhos e os pulmões?
 · é toxico (por absorção da pele, ingestão ou inalação)?
 · possui meia vida efetiva maior que uma semana?
Possíveis aplicações do produto:
 · superfícies de trabalho;
 · limpeza de vidraria;
 · desinfecção de superfícies de equipamentos estacionários ou portáteis;
 · líquidos tratados para descarte (amostra de culturas, culturas em placas de 
Petri, amostra de sangue, urina, entre outras).
Composto de cloro desinfetante
O cloro geralmente utilizado na forma de hipocloritos é um desinfetante universal, 
sendo ativo contra todos os microrganismos, incluindo esporos de bactérias. As 
aplicações em potenciais do cloro no laboratório como desinfetante são:
 · superfícies de trabalho;
 · vidraria contaminada;
 · descontaminação de superfície de equipamentos fixos ou portáteis;
 · líquidos tratados para descarte.
Diversos compostos ativos de cloro são disponíveis em várias concentrações, 
porém a mais utilizada no campo de desinfecção química é o hipoclorito de sódio. Os 
branqueadores de roupa são soluções de hipoclorito de sódio a 5,25% ou a 52.500 ppm 
(partes por milhão).
As soluções de cloro gradativamente perdem a atividade; assim, soluções novas 
devem ser preparadas frequentemente. Soluções diluídas devem ser repostas a cada 24 
horas. A estabilidade das soluções de cloro é afetada pelos seguintes fatores:
 · concentração de cloro;
 · presença de concentração de catalisadores como cobre ou níquel;
 · PH da solução;
 · temperatura da solução;
 · presença de material orgânico;
 · radiaçãoultravioleta.
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Graus de insalubridade (NR 15, Anexo 14)
São considerados dois graus de insalubridade para agentes biológicos, grau máximo 
e grau médio, que são caracterizados por avaliação qualitativa através de inspeção nos 
locais de trabalho.
Características do grau máximo de insalubridade
São considerados de grau máximo os trabalhos ou operações em contato 
permanente com:
 · pessoas que estão isoladas devido a doenças infectocontagiosas, passando 
pelo mesmo processo os objetos de seu uso não esterilizados adequadamente;
 · dejetos de animais com algum tipo de doença infectocontagiosa, em 
decomposição, couro, pele ou sangue, etc.;
 · esgotos (galerias);
 · lixo urbano.
Características do grau médio de insalubridade
A seguir veremos alguns dos locais de trabalho que se encaixam nesse grau, sendo 
os trabalhos realizados em contato permanente com animais infectados ou pacientes.
 · Grande parte desse nível se encontra em hospitais, ambulatórios, enfermarias 
e postos de saúde, até mesmo dentro de uma ambulância. Por isso salientamos 
a importância do manuseio dos objetos utilizados nesses pacientes, devido a 
falha ou falta de esterilização adequada;
 · Temos também os laboratórios que são especializados na preparação de 
vacinas e soro, tendo em vista que são realizados por experiências em animais 
infectados com diferentes substâncias;
 · Basicamente em locais onde ocorrem análises clínicas em geral, autópsias, 
de anatomias e histoanatomopatologia, ou até mesmo posteriores, caso de 
exumação (cemitérios), por exemplo. Estábulos e cavalariças;
 · Resíduos de animais em processo de decomposição ou deteriorados.
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Agentes Biológicos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists)
Limites de segurança
https://goo.gl/HVnIii
 Livros
Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos
SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos. 5. ed., 
p. 95. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.
 Leitura
Classificação de risco dos agentes biológicos
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento de Ciência e Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. 
Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília, DF: Editora MS, 2006
https://goo.gl/96tB0F
Classificação de risco dos agentes biológicos
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde. Classificação de risco dos 
agentes biológicos. 2 ed. Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília, DF: Editora 
MS, 2010
https://goo.gl/gnt8Cv
Avaliação dos riscos ocupacionais entre trabalhadores da coleta de resíduos sólidos domiciliares 
da cidade de Sinop – MT – um estudo de caso
OLIVEIRA, Ana Paula Slovinski de; ZANDONADI, Francianne Baroni; CASTRO, 
Joicy Marina de. Avaliação dos riscos ocupacionais entre trabalhadores da coleta 
de resíduos sólidos domiciliares da cidade de Sinop – MT – um estudo de caso.
https://goo.gl/U9ENIs
Ciência & Saúde Coletiva
SOUZA, Vladimir Ferreira de; QUELHAS, Osvaldo Luís Gonçalves. Avaliação e 
controle da exposição ocupacional à poeira na indústria da construção. Ciência & 
Saúde Coletiva, 8(3): 801 - 807, 2003.
https://goo.gl/S3ROfQ
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Referências
ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists). Limites de 
segurança. Disponível em: <http://www.acgih.org/>. Acesso em: 26 abr. 2016.
AIHA (American Industrial Hygiene Association). Disponível em: <http://www.aiha.
org>. Acesso em: 02 mai. 2016.
ARAUJO, Adely Fátima Dutra Vieira; et al. Identificação de fatores de riscos 
ocupacionais no processo de abate de bovinos. Cad. Pesq., São Luís, v. 19, n. 3, 
set./dez. 2012. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/
uploads/files/Artigo%206(40).pdf>. Acesso em: 29-08-2016.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora 
nº. 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, de 8 de junho de 1978. Disponível 
em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR-09atualizada2014III.pdf>. 
Acesso em: 23 ago. 2016.
BRASIL [b]. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora 
nº. 1, de 6 de julho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/
SST/NR/NR1.pdf> Acesso em: 23 ago. 2016.
BRASIL [c]. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora 
nº. 15, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/
SST/NR/NR15/NR15-ANEXO15.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2016.
BRASIL [d]. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº. 3.214, de 8 de junho 
de 1978. Disponível em: <www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso 
em: 21 ago. 2016.
BRASIL [e]. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 
nº. 7 - Programa de controle médico de saúde ocupacional, de 8 de junho de 1978. 
Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR7.pdf>. Acesso 
em: 23 ago. 2016.
BRASIL [f]. Norma Regulamentadora nº. 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em 
serviços de saúde, de 11 de novembro de 2005. Disponível em: <trabalho.gov.br/
images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016.
BRASIL. Lei nº. 11.105, de 24 de março de 2005. Disponível em: <www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm> Acesso em: 23 ago. 2016.
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UNIDADE 
Agentes Biológicos
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Exposição a materiais biológicos. Série A. 
Normas e Manuais Técnicos, Saúde do Trabalhador; 3. Protocolos de Complexidade 
Diferenciada. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf>. Acesso em: 21 
ago. 2016.
BRASIL. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Riscos biológicos: guia técnico. Os riscos 
biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora nº. 32. Brasília: 2008. Disponível 
em: <acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BCB2790012BD509161913AB/
guia_tecnico_cs3.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016.
INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método: 
NIOSH 7602 – Espectrofotometria de infravermelho.
INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método: 
NIOSH 7400 – Microscopia.
INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método 
OSHA — ID 121.
PORTUGAL. Decreto-Lei nº. 84, de 16 de abril de 1997. Disponível em: <http://
www.segurancaonline.com/fotos/gca/dl84_97_1307446857.pdf>. Acesso em: 23 
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SANTOS, Alcinéa Meigikos dos Anjos; et al. FUNDACENTRO. Norma de Higiene 
Ocupacional. Procedimento técnico. Coleta de material particulado sólido 
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heiros%2FBiblioteca%2FNormas%2FNormas_de_Higiene_Ocupacional.pdf>. Acesso 
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SCHATZMAYR, H. G.; BORBA, C. M. Classificação de agentes de infecções humanas 
e animais quanto ao seu risco biológico. In: Encontro Nacional de Comissões 
Internas de Biossegurança, 2, 2004, Rio de Janeiro. Resumos. Brasília: MCT/ 
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SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Técnicas de avaliação 
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agentes_ambientais_.pdf>. Acesso em: 04 mai. 2016.
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docente%2FCodigo_do_trabalho.pdf&usg=AFQjCNEsEZzl5gG567E3AX1vC6P7Vxh
JVA acesso em 21-09-2016
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Decreto-Lei nº. 126/93, de 20 de Abril. Disponível em: http://www.vertic.org/
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eem 21-09-2016
Decreto-Lei nº. 488/99, de 17 de Novembro. Disponível em: https://dre.tretas.
org/dre/107694/ acesso em 21-09-2016
Decreto-Lei nº. 503/99, de 20 de Novembro. Disponível em: http://www.pgdlisboa.
pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=597&tabela=leis acesso em 21-09-2016
Decreto-Lei nº. 109/2000, de 30 de Junho. Disponível em: http://www.act.
gov.pt/(pt-PT)/SobreACT/QuemSomos/EvolucaoHistorica/Documents/decreto_
lei109.2000.pdf acesso em 21-09-2016
Decreto Regulamentar nº. 6/2001, de 5 de Maio. Disponível em: http://www.
pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1177&tabela=leis acesso em 21-
09-2016
Lei nº. 100/97, de 13 de Setembro.
Portaria 3214 de 1978 do Ministério do Trabalho – Normas Regulamentadoras.
Portaria 3214/78 - Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora - NR 15 e 
seus anexos.
Portaria 3214/78 - Ministério do Trabalho – NR 15 Anexo 6.
Portaria 3214/78 - Ministério do Trabalho – NR 09.
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UNIDADE 
Agentes Biológicos
Portaria nº. 1036/98, de 15 de Dezembro. Disponível em: http://www.pgdlisboa.
pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1167&tabela=leis acesso em 21-09-2016
Portaria nº. 1031/2002, de 10 de Agosto. Disponível em: http://www.
segurancaonline.com/gca/?id=787 acesso em 21-09-2016
Resolução da ANVISA nº. 104/2002. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.
br/jurisprudencia/busca?q=RESOLU%C3%87%C3%83O+104+DO+DIRETOR+DA
+ANVISA acesso em 21-09-2016
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	Capa
	Apresentação da Unidade
	Material Teórico
	Introdução ao Tema
	Leitura Obrigatória
	Material Complementar
	Referências

Outros materiais